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Universidade Federal do Tocantins

Curso de Psicologia
Campus Miracema do Tocantins
Disciplina: Psicodiagnóstico
Docente: Dr. Eloy San Carlo Maximo Sampaio
Discente: Luana Bogo Monteiro da Silva

Avaliação 1

1- (5 pontos) Existem diversas noções sobre o que seria o psicodiagnóstico,


conforme foi observado nos textos que utilizamos na primeira unidade. Baseado nas
leituras propostas e nas discussões disserte sobre o que podemos entender por
psicodiagnóstico.

Para começar a discorrer acerca do meu entendimento do que é de fato


psicodiagnóstico quero trazer à tona o pensamento de Persicano (1997) que o entende
como um processo cognitivo próprio do psicólogo, uma estrutura ou sistema de pensamento
que é utilizado a todo o tempo na atuação da psicologia, seja ela clínica ou não. Tal
pensamento me remete à importância de perceber o sujeito de forma sensível, mas sem
deixar de lado a teoria, me remete à necessidade de se conhecer os métodos e
instrumentos da avaliação psicológica a fim de desenvolver um olhar abrangente, preciso
e minucioso para o objeto a ser analisado.
Além do pensamento de Persicano acerca do que é psicodiagnóstico, que me
aparenta ser um modo mais amplo de o entender, me deparei também a conceituação de
Hutz (2016) que diz que o psicodiagnóstico é um procedimento científico de avaliação, que
utiliza técnicas e/ou testes para avaliar em um tempo limitado características psicológicas
resultando em um diagnóstico. O diagnóstico resultante desse processo de avaliação pode
ter diversas utilidades, pode ser para fins de encaminhamentos para terapias ou outros
profissionais, pode ser para que uma escola saiba quais as especificidades de um aluno a
fim de dar o melhor ensino a ele, são inúmeras aplicações.
Hutz (2016) ressalta a importância de se seguir uma única teoria no processo de
psicodiagnóstico, pois a utilização de testes com teorias diferentes e muitas vezes
divergentes faz com que o resultado seja ateórico, vazio. Não se trata apenas de conhecer
os testes e saber como aplica-los, é necessário um conhecimento sobre as bases desses
testes e como eles conversam entre si.
Ainda tem-se em muitas instituições e entre profissionais a ideia de que para se
realizar o psicodiagnóstico é necessário o uso de testes. Fosse assim não se precisaria de
um psicólogo para fazê-lo, faz-se necessária a formação pois um psicodiagnóstico é além
de avaliação intervenção, é necessário ter conhecimento das implicações que se originam
do fato de ser uma relação subjetiva, em que existem dois indivíduos que se afetam
mutuamente. Um psicodiagnóstico feito sem essa preocupação pode colocar o sujeito
analisado em situação de sofrimento, além de não ser totalmente efetivo.
Por ser um processo com tempo limitado e objetivos bem definidos o
psicodiagnóstico precisa ter um método, passos a serem seguidos a fim de se chegar a um
resultado. Arzeno (1995) dividiu o processo todo em 7 passos que vou listar a seguir com
observações feitas pelo professor em sala de aula:
1º- Começa no momento em que o consultante entra em contato com o profissional
para solicitar, ocorrendo ali o primeiro contato que hoje é feito através de aplicativos de
mensagem, ligação telefônica ou pessoalmente; vai até o momento do encontro entre
solicitante e profissional.
2º- O segundo momento são nas entrevistas iniciais, sendo que na primeira é
estabelecido o contrato do psicodiagnóstico, deve-se ficar claro nesse momento quais são
as demandas, tempo de duração do processo, como será feito, se as sessões vão ser
gravadas, se o profissional vai anotar coisas, se serão aplicados testes. Essa parte é
crucial, pois um contrato bem feito pode evitar muitos problemas futuros.
3º- No terceiro momento o profissional deve analisar as informações colhidas nas
entrevistas iniciais com muita perícia a fim de determinar um plano de ação, quais serão os
instrumentos que ele vai utilizar, se serão feitas entrevistas com familiares, testes, etc.
4º- O quarto momento é a aplicação desse plano de ação que foi traçado pelo
profissional, sendo que deve-se contar com possíveis mudanças nesses planos, sendo um
processo que envolve dois sujeitos podem acontecer imprevistos que demandem do
profissional um “jogo de cintura” para saber quando mudar.
5º- Nesse passo o profissional vai juntar todos os dados que tem do consultante,
resultados de testes, da anamnese, suas observações a partir dos diálogos, tudo é
importante na hora de formular o diagnóstico e é preciso saber lidar com divergências que
podem aparecer entre testes, saber interpretar o todo.
6º- A devolutiva é um momento crucial pois é quando o consultante vai receber os
resultados de todo um processo, é necessário saber como lidar com esse momento pois o
mesmo pode estar temeroso, é um momento complicado que merece muita atenção e
cuidado.
7º- É o momento do informe psicológico, caso tenha sido solicitado.

Ao fim das leituras o do primeiro ciclo de aulas da matéria de Psicodiagnóstico


concluí que é um processo e também um aprendizado, que devem ser feitos com minúcia
e atenção pois perpassam diversas atuações da psicologia e por ser a base de muitos
processos dessas atuações precisa ser consistente e sensível.

REFERÊNCIAS

ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições; trad. Beatriz Affonso


Neves. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico – V – 5. ed. rev. e ampl. – Porto Alegre: Artmed, 2007.

HUTZ, C.S. et al. (org) Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed. 2016

PERSICANO, M. L. S. Reflexões sobre α importância do psicodiagnóstico na atualidade.


Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., III, 2, 88-97, 1997.

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