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PAULÍNIA/SP
2019
FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
PAULÍNIA/SP
2019
AS POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE
PSICOPEDAGOGIA NA CRECHE, SOB A ÓTICA DAS PROFESSORAS DE
EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivo conhecer o que pensam professoras 2 sobre as possibilidades de
atuação de profissionais de psicopedagogia na creche. O estudo buscou analisar se as professoras
sabem o que faz um psicopedagogo, e se, ou como, esse profissional pode ajudar o trabalho docente
desenvolvido na creche. As profissionais pesquisadas são professoras de educação infantil de uma
creche da rede pública municipal de ensino, da região metropolitana de Campinas, no Estado de São
Paulo. Para tanto utilizamos registros coletados junto às docentes numa reunião de trabalho
pedagógico, no início do ano letivo de 2019, com o intuito de discutir o tema, levando-as à reflexão
sobre a necessidade, ou não, deste profissional na educação infantil de zero a três anos. A partir do
registro das falas das professoras, buscamos estabelecer uma relação com a teoria psicopedagógica,
dentro do contexto institucional, nos aproximando de autores que defendem a importância do tema,
tais como Cavicchia (2013), Nascimento (2013), Serra (2012), Vercelli (2012), entre outros. A análise
dos dados mostrou quais conhecimentos esse grupo de professoras de educação infantil têm sobre o
assunto e evidenciou em suas falas que entendem ser de muita importância a atuação dos
profissionais de psicopedagogia já na primeiríssima infância, possibilitando, de forma preventiva, que
as dificuldades de aprendizagem sejam detectadas em sua gênese, a fim de minimizar os problemas
de aprendizagem que surgem no contexto escolar.
1
solangecruzse@gmail.com
2
Neste trabalho utilizaremos o termo “professoras” porque o grupo pesquisado é formado
integralmente por docentes do sexo feminino.
Introdução
3
Visto que integra, em seu campo de atuação, vários campos do conhecimento, tais como a
Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a Psicologia, a Pedagogia, a Neurologia, entre outros.
Considerando com Serra (2012, p.7), que “A Psicopedagogia, dentro da
Instituição escolar, tem caráter predominantemente preventivo”, objetivamos analisar
se, sob a ótica das professoras de educação infantil na creche, os problemas que
podem surgir no processo de aprendizagem infantil, como possíveis dificuldades de
aprendizagem e/ou transtornos de desenvolvimento, podem ser objeto de
intervenção da área de atuação deste profissional e o que pensam as docentes
sobre as contribuições que os psicopedagogos podem agregar em sua prática
cotidiana na instituição escolar, frente a essas dificuldades.
Segundo Visca (1987) a psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem
humana, sendo definida como uma área do conhecimento que estuda a
aprendizagem humana, de modo a melhorar as condições dessa aprendizagem, de
forma preventiva, a partir da compreensão dos processos naturais de
desenvolvimento, bem como das patologias que possam acometer o
desenvolvimento humano, visto que, “ Assim como a aprendizagem pode estar
presente em todos os momentos de nossa vida, as dificuldades que ela representa
também podem surgir em qualquer nível de ensino” ( Serra, 2012,p.5).
A formação do psicopedagogo4 se dá em cursos de especialização Lato
Sensu, tendo como exigência prévia, que o profissional seja formado em um curso
superior, não especificando exatamente em qual área, visto ser a psicopedagogia
uma área do saber que perpassa por diversos campos do conhecimento, como
matemática, fonoaudiologia, psicologia, pedagogia, psicanálise, neurociência,
linguística e outras.
A área de atuação do psicopedagogo é dividida em Clínica e Institucional,
sendo que a primeira, pode ser desenvolvida em hospitais, centros de saúde, e em
clínicas particulares, e consultórios particulares, ao passo que a psicopedagogia
institucional , acontece dentro de instituições escolares, objetivando diagnosticar e
prevenir as dificuldades de aprendizagem que possam levar ao fracasso escolar,
tendo, ultimamente , importante papel no atendimento institucional das crianças com
necessidades especiais. “Assim, cabe ao psicopedagogo institucional, junto com a
equipe escolar avaliar os fatores que interferem na aprendizagem dos alunos e suas
causas”. (Vercelli,2012,73)
4
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação –
especialização “lato sensu” em psicopedagogia, ministrados em estabelecimentos de ensino
devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos competentes, de acordo com a legislação em
vigor. (Código de Ética do Psicopedagogo, ABPp, 2011, p. 2.)
Para Nascimento (2013) o psicopedagogo é um profissional importante para
assessorar e esclarecer à escola a respeito de diversos aspectos do processo de
ensino aprendizagem tendo uma atuação preventiva e interventiva.
Vercelli (2012) aponta que tendo a psicopedagogia institucional papel
preventivo nas dificuldades de aprendizagem, ela ajuda a escola a oferecer
condições para que a criança seja atendida em situações de conflito e que possa ser
encaminhada rumo ao sucesso escolar. Também auxiliando e orientando
professores e demais profissionais do ambiente escolar a acolher e entender as
diferenças da aprendizagem que naturalmente faz parte da vida humana na
aprendizagem dos alunos, além de conhecer e acolher suas causas.
O profissional de psicopedagogia também pode atuar na formação dos
professores, articulando e promovendo ações que visem a prevenção, orientação,
intervenção e atendimento aos discentes, contribuindo para que superem as
dificuldades de aprendizagem e de relacionamento psicossocial, bem como
assessorando a equipe técnica pedagógica, em parceria com os pais e responsáveis
pelas crianças.
Quanto ao trabalho a ser desenvolvido pelo psicopedagogo dentro da
instituição escolar Blaszko, Portilho e Ujjie (2016, p.146) destacam que este
profissional
5
Formação continuada em serviço.
Região Metropolitana de Campinas - RMC 6, no estado de São Paulo, todas da
mesma unidade pública municipal de ensino, que atende crianças na faixa etária de
zero a três anos. A maioria casada, com filhos e algumas avós. Uma delas atuando
há 30 anos na Educação, sendo todo esse tempo de experiência dedicado à
Educação Infantil, em creches.
Foi aplicado questionário semiestruturado contendo sete questões mistas
entre objetivas e subjetivas, os quais foram respondidas pelas professoras, tendo
como objetivo conhecer os posicionamentos em relação às possibilidades de
atuação de profissionais de psicopedagogia na creche, com base em suas
experiências profissionais, cujas “falas”, sobre as questões propostas, revelariam
uma espécie de “escuta” das vozes docentes deste grupo.
Selecionamos alguns desses registros, a nosso ver bastante significativos,
por tratarem-se de opinião de quem está desenvolvendo um trabalho dentro da
escola, analisando a seguir como as docentes concebem as possibilidades de
atuação de profissionais de psicopedagogia na creche e como pensam que este
profissional poderia ajuda-las na execução diária de sua tarefa docente junto às
crianças nos espaços da educação infantil de crianças de zero a três anos.
As professoras tem idade entre 39 e 55 anos, cuja média de idade do grupo
está em torno dos 40 anos, a maioria com experiência mínima de 10 anos com
crianças em creches, o que as leva a ter uma experiência que acreditamos capacitá-
las a avaliar quais as necessidades educativas, em todas dimensões do
desenvolvimento humano, essas crianças possuem, e quais tipos de profissionais
podem ajudá-las em seu fazer pedagógico cotidiano.
Sobre a formação acadêmica do grupo, apenas uma não possui formação em
nível superior, não mencionando sua formação acadêmica (possivelmente
magistério, que é a titulação mínima exigida para atuar na docência na Educação
Infantil).
As demais são formadas em licenciatura plena em Pedagogia; três estão
cursando Pós- Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional, na
fase final do curso, estagiando em clínicas e em escolas, no período inverso ao seu
6
A Região Metropolitana de Campinas – RMC foi criada em 2000 e é integrada por 20 municípios:
Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia,
Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa
Bárbara d'Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. É a segunda maior região
metropolitana do Estado de São Paulo em população, com mais de 3,2 milhões de habitantes, de
acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2018).
período de trabalho; uma já é formada em psicopedagogia, e por fim, uma é
graduada em Pedagogia, Letras e Direito, além de ser especialista em
Psicopedagogia, Didática do Ensino Superior e Docência do Ensino Superior, esta
última, lecionando também em Universidade no período noturno.
Questionadas sobre o que faz um psicopedagogo, se este profissional poderia
ajudar seu trabalho na creche e de que forma, das doze docentes pesquisadas, uma
respondeu que não sabe o que faz este profissional (Professora 6).
Outra respondeu não saber exatamente: “Não sei exatamente, porém,
acredito que seja um pedagogo, ou melhor, um profissional que atua na área da
psicologia e pedagogia, automaticamente auxiliando no trabalho pedagógico, no que
se refere ao equilíbrio da emoção e razão dos alunos, pais, professores e demais
funcionários” (Professora 8).
As demais responderam que sim, sabem e explicaram de variadas formas, o
tipo de trabalho desenvolvido por este profissional, dentre as quais destacamos
algumas falas: “O psicopedagogo é um profissional que auxilia no processo de
aprendizagem de crianças com dificuldades de assimilação e transtornos”
(Professora 2). “É um profissional preparado para atender crianças ou adolescentes
com problemas de aprendizagem (...)” (Professora 5). “Sim, o psicopedagogo atua
com a criança que tem dificuldade na aprendizagem” (Professora 9). “(...) trabalha
na busca de soluções para a difícil questão do problema de déficit de aprendizagem”
(Professora 3).
De modo geral, as falas demonstram que as professoras entendem o papel
deste profissional como sendo o de auxiliar, atender ou atuar no processo de
aprendizagem, porém, associam esse auxílio, ou atendimento, às dificuldades de
aprendizagem, que elas chamam também de “problemas”, “dificuldades”,
“transtornos” e “déficit de aprendizagem”.
Um docente menciona o papel preventivo da atuação do profissional de
psicopedagogia como sendo o de alguém que vai contribuir: “(...) ajudando na
prevenção, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional” (Professora 5).
Em outro registro aparece a questão do atendimento fora do âmbito escolar
deste profissional: “(...) pelo que observo, em sua maioria, desenvolve um trabalho
extraescolar em consultórios, atendendo individualmente alunos com dificuldades de
aprendizagem” (Professora 7), dando a entender que considera essa atuação como
externa à atuação escolar, uma vez que utiliza a expressão “extraescolar”.
Uma delas compreende essa atuação como de orientação ao professor,
quando ela diz que o psicopedagogo: “Orienta o professor que está com dificuldade
com alunos” (Professora 10), e outra considera que este profissional atua nos
processos de aprendizagem, e não apenas nas dificuldades de aprendizagem: “sim,
estuda os processos de aprendizagem de crianças e adolescentes (...)” (Professora
11).
Dentre as “falas” aparece uma menção à atuação do psicopedagogo como
facilitador dos processos de educação: “O psicopedagogo institucional atua
diretamente como ‘facilitador’ dos processos de educação, na qual tenta
compreender a complexidade dos diversos fatores de desenvolvimento e da
aprendizagem” (Professora 12), além de uma correlação entre a pedagogia e a
psicologia, compondo a área de conhecimento e de atuação deste profissional: “É
um pedagogo que adentra a Psicologia; avança um pouco mais em questões
mentais, acerca da construção do conhecimento...” (Professora 1).
Observamos que as professoras, curiosamente, tem interesse por esta área
de conhecimento, pois três delas estão cursando pós-graduação nesta área, e duas
já são formadas, talvez por esta razão, entre o grupo exista o entendimento da
importância deste profissional na área em que atuam.
Ao serem questionadas se o psicopedagogo pode ajudar seu trabalho, na
instituição escolar onde atuam, a maioria das professoras responde que sim, esse
profissional pode ajudá-las, e suas respostas expressam a necessidade de apoio: “O
apoio de um Psicopedagogo se faz necessário quando a creche identifica crianças
com transtornos ou crianças que apresentem dificuldades com regras ou de
participar do grupo” ( Professora 2); observação e orientação : “(...) como um
profissional qualificado poderia observar e orientar como desenvolver um trabalho
adequado para o pleno desenvolvimento das crianças”; auxílio e prevenção: “O
psicopedagogo é um profissional que auxiliaria muito a creche, pois ajudaria a
esclarecer e assessorar os professores nos diversos aspectos de desenvolvimento e
aprendizagem de seus educandos, atuando também de forma preventiva,
procurando junto aos docentes criar competências e habilidades na capacidade de
solução aos problemas e também dos diversos conflitos entre família e escola”
(Professora 12).
Aqui vemos que a docente amplia o campo de atuação do psicopedagogo
para além da escola, alcançando também as relações familiares.
Uma professora ao responder que sim, argumenta que o psicopedagogo a
“(...) levará a refletir (...)” e completou “tanto nas minhas ansiedades, na minha
prática pedagógica e nas minhas relações com o meu grupo de trabalho”
(Professora 7), ou seja, ela vê como positiva a atuação do psicopedagogo também
nas relações interpessoais, no ambiente de trabalho e nos sentimentos pessoais,
quando se refere à própria ansiedade.
A profissional que respondeu “depende”, sobre a importância da atuação do
psicopedagogo na escola, completou dizendo: “caso houver aluno que apresente
algum problema de saúde, motor” (Professora 10).
De modo geral, a exemplo desta, a maior parte das professoras associam a
figura do psicopedagogo à resolução de problemas relacionados aos alunos com
alguma deficiência cognitiva ou psicomotora, o que não nos causa estranheza, pois
segundo Serra (2012,p.5): “É provável que o fato de as pessoas restringirem a
Psicopedagogia ao trabalho com alunos portadores de dificuldades de
aprendizagem também esteja relacionado à sua origem, pois ela surge como uma
alternativa de intervenção nas dificuldades de aprendizagem”.
Sobre como o psicopedagogo poderia ajudar, uma vez que a maioria
concordou que este profissional pode colaborar com a prática docente na creche, as
professoras sugerem que seja em forma de intervenções, detectando “dificuldades
presentes nos alunos” (Professora 7), orientações quanto a suas posturas “diante
destes alunos e diante das mais variadas situações” (Idem), também “ ajudando na
melhor forma de trabalhar as dificuldades pedagógicas que possam estar
prejudicando o desenvolvimento do aluno” ( Professora 5) .
Citam como possíveis intervenções: orientação aos pais/família, conversas
com os alunos, auxílio “com técnicas, jogos e brincadeiras que ajudem no
desenvolvimento das crianças no geral” (Professora 11), além de “avaliar e
encaminhar crianças que necessitam de acompanhamento de outros profissionais”
(Idem), e “pontuando questões psíquicas que escapem às pedagógicas...pontuando
e sinalizando” (Professora 11).
A orientação a que se referem pode ser explicada pela fala de uma delas
“Orientando o professor, em como se comunicar e se aproximar desse aluno,
ajudando a preparar atividades e facilite o aprendizado e a convivência com o outro.
E se necessário, como chegar na família para pedir ajuda” (Professora 4). Aqui
também vemos menção ao trabalho do psicopedagogo junto à família.
Esta mesma professora pontua em suas observações que “embora ainda são
bem pequenas, algumas crianças apresentam dificuldades de concentração,
linguagem, afetividade e de aprendizagem”, ressaltando a importância da atuação
do psicopedagogo na creche.
Um das docentes cita a questão da saúde psíquica dentro do ambiente
escolar “Diante de um problema comportamental ou emocional que envolve a saúde
psíquica da criança ou do adulto dentro da Unidade Escolar, o psicopedagogo
atuaria auxiliando na resolução desse problema” (Professora 8), e faz um
comentário sobre a ajuda do psicopedagogo em relação às mães que segundo ela,
são “problema”: “Por exemplo: como agir, falar ou interagir com uma mãe
“problema”, dando dicas de como falar, do que falar e como abordar o assunto com
essa mãe, por exemplo” (Idem).
Embora seja uma questão secundária, que não diz respeito diretamente ao
que queremos investigar nesta pesquisa, aparece um elemento novo na fala, a mãe
considerada “problema” pela professora, que mereceria uma pesquisa e uma
reflexão mais aprofundada sobre o que seria, para as professoras de educação
infantil na creche, uma mãe considerada “problema”, um elemento que talvez
interfira nas relações interpessoais estabelecidas dentro e fora do ambiente escolar,
e que diz respeito diretamente ao trabalho docente dentro da instituição, junto às
crianças.
As vozes, no geral, demonstraram grande adesão, por parte das docentes,
sobre a importância da atuação do profissional de psicopedagogia dentro da creche.
Quanto às possibilidades de atuação deste profissional nas questões relativas
aos problemas de aprendizagem e relacionamentos observamos uma ênfase maior
no apoio à questões de alunos com transtornos e déficit de aprendizagem, o que
sugere talvez, que elas estejam associando a atuação psicopedagógica às questões
patológicas ou de atendimento na área da educação especial, embora não citem de
forma direta essa questão.
Demonstraram considerar em suas respostas que a atuação do
psicopedagogo pode ir muito além da atuação institucional.
Sugerem um trabalho junto às famílias, e entre os funcionários,
estabelecendo um ambiente de colaboração recíproca e de prevenção de conflitos.
Também deixam claro a necessidade que sentem de ter um profissional que
atue com elas, observando, apoiando, orientando e se preciso, intervindo em suas
práticas cotidianas, a fim de dar suporte ao desenvolvimento de seu trabalho.
Expressam que o modo desse profissional atuar em parceria com elas seria
diagnosticando e realizando intervenções psicopedagógicas, facilitando assim, o
acesso das crianças às aprendizagens esperadas, tanto cognitivas, como
socioemocionais.
Este trabalho funcionaria, como pudemos entender entrelinhas, como uma
assessoria e também como uma ação preventiva, de modo a detectar
precocemente, nas crianças, as necessidades educacionais e os problemas no
desenvolvimento humano.
A atuação do psicopedagogo, segundo as profissionais de educação
pesquisadas, se estenderia à resolução de conflitos entre as famílias e a escola, e
no próprio ambiente de trabalho, entre os adultos.
As docentes possuem uma postura reflexiva sobre o tema, e demonstram um
anseio em agregar este novo olhar , o psicopedagógico, a fim de melhorar sua
prática docente, o que a nosso ver pareceu algo muito positivo por demonstrar que o
tema está presente no repertório cultural e acadêmico das professoras, e que a
necessidade de aprimorar seus conhecimentos e sua práxis, coloca sobre elas um
olhar simpático às questões psicopedagógicas de seus alunos, ao menos neste
grupo de docentes de educação infantil de zero a três anos, ora pesquisado.
Os comentários sobre a atuação do psicopedagogo visando ao pleno
desenvolvimento das crianças evidenciaram a preocupação das profissionais que
atuam na educação infantil em oferecer atendimento psicopedagógico às crianças,
constituindo-se como um grupo que compreende a importância deste profissional
para sua prática educativa.
Concluímos com essa pesquisa que as professoras entendem que precisam
do profissional de psicopedagogia atuando na creche, para que juntos, alinhem um
trabalho de reflexão e ação, rumo a construção de um olhar integrador das diversas
áreas de conhecimento, com o fim único de contribuir com o ensino e a
aprendizagem das crianças na creche, minimizando ou evitando problemas de
aprendizagem que possam vir a surgir em sua vida acadêmica futura.
REFERÊNCIAS
Barbosa L.M.S. A Psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba:
Expoente; 2001.
Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Hoffmann, J., Silva, A. B. G., Apresentação. In: REDIN, Maria Martins. et al.
Planejamento, práticas e projetos pedagógicos na Educação Infantil. 3ª ed. Porto
Alegre: Mediação, 2014.