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ESTADO DO ACRE

CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

RESOLUÇÃO CEE/AC Nº 259/2019

Altera no que couber a Resolução


CEE/AC nº 160/2013 no tocante as
orientações e procedimentos operacionais
gerais para a Educação Básica no
âmbito dos Sistemas de Ensino
Estadual e Municipais do Acre.

A Presidente do Conselho Estadual de Educação do Acre, Profª. Iris Célia


Cabanellas Zannini, no uso de suas atribuições legais e,

Considerando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº


9.394/1996 em seu art. 24 e seus incisos;

Considerando as alterações da Lei Federal nº 9.394/1996 quanto à nova


organização do Ensino Fundamental regulamentada pelas Leis Federais nº
11.114/2005 e 11.274/2006;

Considerando a Lei Federal nº 8.069/1990 que dispõe sobre o Estatuto da


Criança e do Adolescente;

Considerando a Lei Federal nº 11.700/2008 que assegura vaga na escola


pública de Educação Infantil ou de Ensino Fundamental mais próxima de sua
residência a toda criança a partir dos 4 (quatro) anos de idade;

Considerando a Lei Federal nº 12.796/2013 que altera o art. 31 da Lei nº


9.394/1996 e estabelece a frequência mínima de 60% na Educação Infantil – Pré-
Escolar;

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Considerando a Lei Federal nº 13.803/2019 que altera o inciso VIII do art. 12
da Lei nº 9.394/1996 e obriga a notificação de faltas escolares dos alunos ausentes
ao Conselho Tutelar quando superiores a 30% (trinta por cento) do percentual
permitido em lei;

Considerando a Lei Federal nº 13.796/2019 que fixa em virtude de escusa


de consciência, prestações alternativas à aplicação de provas e à frequência a aulas
realizadas em dia de guarda religiosa;

Considerando a Lei Federal nº 6.202/1975 que atribui a estudantes em


estado de gestação os exercícios domiciliares, instituído pelo Decreto-Lei nº
1.044/1969;

Considerando a Resolução CNE/CEB nº 4/2010 que define Diretrizes


Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica;

Considerando a Resolução CNE/CEB nº 6/2010 que define Diretrizes


Operacionais para a matrícula do Ensino Fundamental e na Educação Infantil;

Considerando a Resolução CNE/CEB nº 7/2010 que fixa Diretrizes


Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 anos;

Considerando a Resolução CNE/CEB nº 3/2018 que define Diretrizes


Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;

Considerando o Decreto-Lei nº 1.044/1969 que dispõe sobre tratamento


excepcional para os alunos portadores de afecções;

Considerando a Resolução CEE/AC nº 86/2014 que fixa normas


complementares para emissão de documentos escolares;

Considerando a Resolução CEE/AC nº 78/2014 que estabelece orientações


e procedimentos operacionais no tocante ao aproveitamento de estudos na
Educação Básica, no âmbito dos sistemas de ensino estadual e municipais;

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Considerando a Resolução CEE/AC nº 123/2015 que dispõe sobre a
convalidação e equivalência de estudos e revalidação de certificados de Educação
Básica;

Considerando o Parecer CEE/AC nº 64/2016 que promove estudos técnicos


elucidativos e possibilita ao Conselho Estadual de Educação, aos gestores técnicos
e professores dos sistemas de Ensino a compreensão e efetivação do Projeto
Político Pedagógico das escolas;

Considerando a Resolução CEE/AC nº 277/2017 que estabelece normas


para a Educação Especial, no tocante ao atendimento de pessoa com deficiência ou
altas habilidades nas Escolas de Educação Básica do Estado do Acre;

Considerando a Resolução CEE/AC nº 264/2018 que fixa normas


operacionais para implantação da Base Nacional Comum para Educação Infantil e
Ensino Fundamental;

Considerando o Parecer CEE/AC nº 13/2018 que apresenta estudos e


procedimentos legais quanto as tomadas de decisões no que se refere às correções
de irregularidades na vida escolar do aluno;

Considerando a Resolução CEE/AC nº 136/2019 que dispõe sobre o


Currículo de Referência Único do Estado do Acre, sua implantação e
implementação;

Considerando a Resolução CEE/AC nº 246/2019 que estabelece normas


que organizam e orientam a ofertado Ensino Médio, no âmbito do Estado do Acre,
face as alterações na Lei 9.394/1996, pela Lei 13.415/2017, as novas Diretrizes
Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular.

Considerando a Resolução CEE/AC nº 289/2019 que estabelece Diretrizes


para a elaboração de Regimentos Escolares de Educação Básica para as escolas
públicas e particulares no âmbito do Estado do Acre.

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RESOLVE:
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - A presente Resolução apresenta normas, orientações e


procedimentos operacionais gerais para a Educação Básica, no tocante a
organização do ensino e sua aplicabilidade no cotidiano escolar que deve ser
observado pela escola e assegurado no seu Regimento Escolar - RE e no Projeto
Político Pedagógico – PPP, quanto:
I - organização escolar;
II - carga horária e matriz curricular;
III - calendário escolar;
IV- matrícula;
V- classificação e reclassificação;
VI - regime de progressão;
VII - frequência;
VIII - transferência;
IX - documentação escolar.

Capítulo I
Da Organização Escolar

Art. 2º - A Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17


(dezessete) anos de idade, está organizada da seguinte forma:
a) Educação Infantil – Pré-Escola – (crianças de 4 a 5 anos completos de
acordo com a legislação vigente);
b) Ensino Fundamental Anos Iniciais (1º ao 5º);
c) Ensino Fundamental Anos Finais (6º ao 9º);
d) Ensino Médio – 1ª, 2ª e 3ª séries.
§1º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e
da comunidade.
§ 2º - As instituições de Educação Infantil públicas e/ou privadas deverão se
organizar para oferecer:

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I - Creches – crianças de até 3 anos; e
II - Pré-Escola – crianças de 4 a 5 anos completos de acordo com a
legislação vigente.
§ 3º - As instituições de Educação Infantil que mantêm, simultaneamente, o
atendimento a crianças em creches e em pré-escola, constituirão Centros de
Educação Infantil com denominação própria.

Art. 3º - A Educação Básica poderá organizar-se em anos, períodos


semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados,
com base na idade, na competência ou em outros critérios de organização, sempre
que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar, respeitadas as
orientações do seu sistema de ensino e as normas emanadas por este Conselho.

Art. 4º - As instituições de Educação Infantil que atendem as crianças com


educação integral devem assumir a responsabilidade quanto ao desenvolvimento e
aprendizagens infantis na oferta de cuidados adequados em termos de saúde e
higiene, estendendo para as demais atividades, devendo considerar as
necessidades e características de cada comunidade, respeitar as vivências das
crianças dentro e fora do ambiente escolar e ampliar seu universo cultural.

Art. 5º - Os estabelecimentos de Ensino Fundamental e Ensino Médio


poderão organizar o ensino em anos/séries anuais, ou semestrais, em ciclos,
alternância regular de períodos de estudo ou grupos não seriados, com base na
competência ou em outros critérios, respeitadas as orientações do seu sistema e as
normas emanadas por este Conselho.
§ 1º - Nas Unidades Socioeducativas e Prisionais a organização do ensino
se pautará nas normas estabelecidas em legislações próprias.
§ 2º - O Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino a distância
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 3º - O sistema de organização por anos de estudo é aquele em que a
matrícula do aluno corresponde a 01 (um) ano letivo de efetivo trabalho escolar.
§ 4º - O sistema semestral de ensino é aquele organizado em períodos
equivalentes à metade do período anual.

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§ 5º - A organização em ciclos e módulos é o tempo de duração da fase ou
da oferta do ensino, definido pela proposta pedagógica da escola, pressupondo a
progressão continuada de estudos.
§ 6º - A organização do ensino por grupos não seriados consiste no
agrupamento de alunos com base na idade e ou/nível de desenvolvimento,
permitindo que os alunos possam cursar determinados componentes curriculares e
determinados anos de escolaridade.
§ 7º - Alternância regular de período de estudos é a organização do ensino
em etapas presenciais na escola devidamente regulamentada através de uma
proposta de ensino e, em outras desenvolvidas em ambientes externos ao
estabelecimento de ensino de aprendizagens, orientados e supervisionados pelo
professor, de forma sequencial e integrada com outras instituições colaborativas e
intersetoriais.
§ 8º - O sistema de alternância somente poderá ser aplicado em situações
em que haja possibilidade de incorporação e valorização dos estudos extra-
escolares e combinados com estudos realizados na escola.

Art. 6º - Dentre as alternativas apontadas no art. 5º e seus parágrafos,


caberá à escola definir a forma de organização mais adequada a sua realidade,
ouvida a comunidade escolar, representada pelo seu Conselho Escolar e respeitada
as orientações do sistema que a mantém.
Parágrafo único - A mudança de organização do ensino requer:
I – alteração do Projeto Político Pedagógico a ser aprovado pelo Conselho
Estadual de Educação;
II – adequação do Regimento Escolar a ser aprovado pelo Conselho
Estadual de Educação;
III – reorganização didático-curricular;
IV – adequação do arquivo, registro e documentação de alunos;
V – reorganização do Calendário Escolar;
VI – composição adequada do quadro de recursos humanos necessários e a
respectiva capacitação dos mesmos;
VII – estudos sobre a viabilidade de articulação com instituições da
comunidade que possam integrar-se para fins de desenvolvimento de ações
específicas;

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VIII – adequação física e material para a implantação da nova organização
do ensino;
IX – suporte financeiro para suprimento das necessidades.

Art. 7º - Na hipótese de organização do ensino por ciclos no Ensino


Fundamental regular, devem ser considerados:
I – A continuidade do processo educativo, permitindo que os professores
adaptem a ação pedagógica aos diferentes sistemas de aprendizagem dos alunos e
a realidade local, sem perder a noção das expectativas de aprendizagens referentes
ao ciclo.
II – Apropriação da ideia de ciclo pela equipe de professores pressupondo
uma ação integrada do professor de um ciclo com o ciclo seguinte, dividindo as
responsabilidades quanto ao avanço da aprendizagem dos alunos.
III – O comprometimento da equipe pedagógica das escolas com os
objetivos estabelecidos em cada ciclo e com a continuidade do processo de
aprendizagem dos alunos.
IV – O cumprimento da carga horária mínima anual, bem como o mínimo de
dias letivos de efetivo trabalho escolar, estabelecidos em lei;
V – Acompanhamento e avaliação constante do processo ensino e
aprendizagem, a fim de verificar o alcance das capacidades previstas no currículo de
referência do Estado de conformidade com a BNCC.

Art. 8º - A escola poderá organizar grupos não seriados com base na idade,
e/ou na competência dos alunos ou outros critérios para atender demandas
específicas de determinados componentes curriculares, como é o caso da Língua
Estrangeira, Arte, Educação Física ou outros componentes.

Art. 9º - A organização do ano letivo para o Ensino Fundamental e Médio,


independe do ano civil e corresponde ao mínimo de 200 dias letivos e mínimo de
800 horas de efetivo trabalho escolar.
§ 1º - Ficam excluídos dos 200 dias letivos e da carga horária mínima de 800
horas, os dias destinados aos exames finais, quando houver.
§ 2º - O Ensino Médio de acordo com a Lei Federal nº 13.415/2017 que
altera a LDBEN, em seu art. 24 § 1º deverá ter sua carga horária mínima ampliada

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de forma progressiva para 1.400 horas, devendo os sistemas de ensino oferecer no
prazo máximo de 5 anos a contar a partir de 2017, pelo menos 1.000 horas anuais
de carga horária.
§ 3º - O sistema de ensino organizará o ano letivo adequado às
peculiaridades regionais, sobretudo as climáticas e econômicas, sem, contudo,
reduzir o número de horas e dias letivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional nº 9.394/1996.

Art. 10 - Na organização do ensino noturno a distribuição da carga horária


diária deve atender às peculiaridades da clientela, sem, contudo, reduzir a carga
horária e o ano letivo previstos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Parágrafo único - O Ensino Médio noturno, respeitado a sua singularidade
e a sua organização curricular e metodológica diferenciadas, poderá ser ampliado a
sua duração para mais de 3 (três) anos, com menor carga horária diária e anual,
garantindo um total mínimo de 2.400 (Duas mil e quatrocentas) horas até 2021 e
3.000 (três mil) horas a partir de 2022.

Art. 11 - A escola no meio rural poderá organizar-se em ciclos ou em


alternância regular de períodos de estudos para a oferta da Educação Básica e
organização do currículo de acordo com as peculiaridades locais, observando ao
que dispõe a legislação para a Educação no Campo.

Art. 12 - A forma de organização do ensino na modalidade de Educação de


Jovens e Adultos ofertada pelos estabelecimentos públicos e privados deverá
obedecer às orientações de cada sistema e as normas legais para essa modalidade
de ensino.

Capítulo II
Carga Horária e Matriz Curricular

Art. 13 - A carga horária mínima anual para a Educação Infantil, Ensino


Fundamental e Médio será de 800 horas distribuídas por um mínimo de 200 dias de
efetivo trabalho escolar.
§1º - A jornada escolar no Ensino Fundamental incluirá pelo menos 4 horas
de efetivo trabalho escolar em sala de aula, com uma organização do módulo aula

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de 60 minutos, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na
escola, conforme prevê a Lei.
§ 2º - Serão ressalvados os casos de ensino noturno e das formas
alternativas de organização previstas na LDB.
§ 3º - No Ensino Médio, a organização curricular será composta por uma
base nacional comum e por itinerários formativos específicos, dessa forma a carga
horária destinada ao cumprimento da base nacional comum curricular, não poderá
ser superior a 1.800 horas do total da carga horária nos três anos do Ensino Médio.
§ 4º - Caberá ao Sistema Estadual de Ensino, elaborar a sua organização
curricular de modo a contemplar a formação geral básica e seus respectivos
itinerários formativos, organizada em módulo aula com duração de 60 minutos e
encaminhar ao Conselho Estadual de Educação para aprovação, com base na Lei
9.394/1996, na Lei Federal 13.415/2017 e na Portaria Federal nº 1.432/2018.

Capítulo III
Do Calendário Escolar

Art. 14 - Os Sistemas de Ensino organizarão o calendário escolar oficial


para as suas respectivas instituições de ensino, devidamente adequado às
peculiaridades da região, sobretudo climáticas e econômicas, devendo ser
encaminhado ao CEE/AC para a devida apreciação.
§ 1º - Na oferta da Educação Básica para a população rural os sistemas de
ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades
da vida rural e de cada região, de modo a respeitar a organização escolar própria
incluindo a adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às
condições climáticas.
§ 2º - No planejamento das atividades letivas previstas no calendário
escolar, seja qual for a forma de organização adotada pela escola, deve estar
previsto o cumprimento dos 200 dias e o mínimo de 800 horas anuais de efetivo
trabalho escolar.
§ 3º - Na hipótese de ocorrências alheias ao planejamento escolar
(alagações, reforma e ampliação na escola, epidemias e outros) a escola deve
replanejar seu calendário escolar, mantendo a duração do ano letivo, independente

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do ano civil, cumprindo obrigatoriamente o estipulado em Lei, de no mínimo 800
horas de efetivo trabalho escolar e calendário com no mínimo 200 dias letivos.
§ 4º - Com base no calendário oficial do sistema de ensino, a escola
elaborará o seu calendário escolar definindo os dias letivos e períodos escolares, as
férias e as demais atividades consideradas permanentes, inclusive os dias
destinados ao planejamento e reuniões pedagógicas dos professores, descrevendo-
os de forma clara, transparente, evitando ilustrações, simbologias e legendas.
§ 5º - A duração do módulo/aula para o Ensino Fundamental, expresso no
calendário escolar, será de 60 minutos de hora relógio, perfazendo um total anual de
48.000 (quarenta e oito mil) minutos, ou seja, mínimo de 800 horas.
§ 6º - A duração do módulo/aula para o Ensino Médio, expresso no
calendário escolar será de 60 minutos de hora relógio e é atribuída, de acordo com o
novo modelo da organização curricular e dos propósitos estabelecidos para o Ensino
Médio, conforme os princípios legais.
§ 7º - O Sistema de Ensino Estadual deve organizar um calendário escolar
oficial para as escolas de Ensino Médio em tempo integral de forma a prever a
organização do trabalho pedagógico durante todo o dia com o mínimo de 7 horas
diárias, com o módulo aula de 60 minutos e encaminhar ao Conselho Estadual para
as devidas providências.
§ 8º - O calendário escolar para as instituições de Educação Infantil deve
prever o cumprimento dos 200 dias de trabalho educacional, com uma jornada de,
no mínimo, 4 horas diárias para as escolas de turno parcial e de 7 horas diárias ou
mais, para as escolas de jornada integral, devendo o planejamento das atividades
letivas adequar-se ao ritmo do desenvolvimento e da aprendizagem próprio dessa
faixa etária.

Capítulo IV
Da Matrícula

Art. 15 – O poder público deverá recensear os educandos na Educação


Básica obrigatória, para a população de 4 a 17 anos.
Parágrafo único - O ensino obrigatório destina-se às crianças de 4 e 5 anos
– Pré-Escola; no Ensino Fundamental em regra para alunos na faixa etária de 6 a
14; e para jovens de 15 a 17 anos – Ensino Médio.

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Art. 16 – Cabe aos Sistemas de Ensino estabelecer os parâmetros para
alcançar a relação adequada entre o número de alunos e professor e a carga
horária, considerando:
I - As condições físicas e estruturais da escola e sala de aula, materiais
didáticos e de recursos humanos do estabelecimento de ensino;
II - As características regionais e locais;
III - A realidade do alunado;
IV - Atendimento Educacional Especializado.
Parágrafo único - Recomendado por este Conselho, os parâmetros de
distribuição de alunos nas Instituições de Educação Infantil e nas Escolas Públicas e
Privadas, decorrerão das especificidades da proposta pedagógica e da capacidade
física da sala de aula, recomendada a seguinte relação professor/aluno:
I – Educação Infantil:
a) Crianças de 0 a 1 anos – 8 a 5 crianças/01 professor;
b) Crianças de 1 a 3 anos e 11 meses – 10 a 15 crianças/01 professor;
c) Crianças de 4 a 5 anos e 11 meses – 20 a 25 crianças/01 professor.

II – Ensino Fundamental:
a) Anos Iniciais: 1º e 2º anos – 25 alunos por turma;
3º ao 5º ano – 30 alunos por turma;
b) Anos Finais: 6º ao 9º ano – 35 alunos por turma.

III – Ensino Médio: 40 alunos por turma.

Art. 17 - A matrícula na Educação Infantil é de responsabilidade dos


municípios e será prioritária para fase obrigatória, em pré-escolas para crianças de:
I - Pré-escola I – 4 anos completos ou a completar até 31 de março, de
acordo com a legislação vigente;
II - Pré-escola II – 5 anos completos ou a completar até 31 de março, de
acordo com a legislação vigente.
Parágrafo único - As crianças de 0 a 3 anos e 11 meses de idade têm
direito a vaga gratuita em escola pública, em creche, como estabelece o inciso XXV
do artigo 7º da Constituição Federal e o inciso II do artigo 4º da LDB.

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Art. 18 - É obrigatória a matrícula no 1º ano do Ensino Fundamental para
crianças com 6 anos de idade completos ou a completar até 31 de março, de acordo
com a legislação vigente.
§ 1º - Igualmente será assegurada a matrícula de crianças de 7 anos ou
mais no 1º ano do Ensino Fundamental, cabendo à escola assegurar programas
complementares de aprendizagem ou reforço escolar, concomitantemente ao
processo de sua escolarização, que garantam o alcance das competências e
habilidades específicas de cada ano, que se traduz em competências de
desempenho de linguagens, ao domínio da leitura e escrita e as noções lógico
matemáticas, às ciências da natureza e as ciências sociais, a fim de possibilitar as
condições necessárias ao avanço em anos posteriores.
§ 2º- Quando se tratar de matrícula nos anos iniciais, a partir do 2º ano até o
5º ano do Ensino Fundamental, sem histórico escolar, o aluno será reclassificado,
em até 20 dias após as atividades letivas, conforme dispõe essa Resolução, quando
trata sobre a reclassificação.
§ 3º - As exigências e os critérios para a efetivação da matrícula no Ensino
Fundamental serão disciplinados no regimento interno da escola, sendo obrigatório
apresentar no ato da matrícula inicial os seguintes documentos:
I - certidão do registro civil ou documento equivalente;
II - guia de transferência, quando for o caso, acompanhada da ficha escolar
do aluno;
III - histórico escolar, quando for o caso;
IV - fotografia.

Art. 19 – A matrícula no Ensino Médio será concedida ao aluno que tenha


concluído com êxito o Ensino Fundamental, mediante a apresentação do certificado
de conclusão do curso e histórico escolar equivalente.
Parágrafo único - Terá igual direito a matrícula no Ensino Médio regular,
independentemente da idade, os egressos de cursos e/ou exames supletivos,
exames nacionais de certificação, programas especiais de aprendizagem de Ensino
Fundamental e/ou outros concluídos com êxito, mediante apresentação de
certificado de conclusão de curso e histórico escolar equivalente a essa etapa.

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Art. 20 – As exigências e os critérios para a efetivação da matrícula no
Ensino Médio serão disciplinados no regimento interno da escola, sendo obrigatório
apresentar no ato da matrícula inicial os seguintes documentos:
I - certidão do registro civil ou documento equivalente;
II - registro geral;
III - CPF, quando for o caso;
IV - histórico escolar de conclusão do Ensino Fundamental;
V - fotografia;
VI - e outros que a escola julgar necessário.
Parágrafo único – No caso dos alunos estrangeiros, além das exigências e
critérios constantes nos artigos anteriores, o aluno deverá apresentar os documentos
traduzidos, salvo os oriundos dos países membros e associados do MERCOSUL, e
a declaração do trâmite do processo de revalidação junto ao Conselho Estadual de
Educação.

Art. 21 – O aluno oriundo de sistemas educativos de outros países que


solicitar a matrícula para o ingresso na educação básica dos sistemas de ensino do
Acre deverá solicitar a revalidação de seus estudos junto ao Conselho Estadual de
Educação, cabendo a este indicar o posicionamento adequado do aluno junto a
escola na qual pleiteia matrícula, bem como oficializar a revalidação de estudos.

Art. 22 – A partir do ano de 2018, as escolas que ofertam os Anos Iniciais do


Ensino Fundamental, estão obrigadas a expedir históricos escolares de conclusão
de etapa de ensino (1º ao 5º ano) devidamente preenchido de acordo com os
relatórios de cada ano, tal qual aquele que foi encaminhado ao órgão de controle
escolar, bem como, a ficha relatório ano a ano, tanto para os que irão permanecer
na unidade de ensino de destino, quanto para os que pleitearem matrícula em outra
unidade.

Art. 23–A partir do ano de 2018, as escolas que ofertam os Anos Finais do
Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), estão obrigadas a expedirem, além do histórico
escolar e certificado de conclusão do Ensino Fundamental, uma ficha relatório ano a
ano de acordo com os relatórios encaminhados ao órgão de controle e registro

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escolar, sendo essa exigência indispensável para os critérios de matrícula no Ensino
Médio.

Art. 24 – Cabe aos sistemas de ensino publicarem anualmente o edital


oficial de matrícula por unidade de ensino ou por zoneamento, através dos meios de
comunicação falada, escrita, televisada, outras mídias e cartazes afixados em locais
públicos.
§ 1º – As escolas que, após o encerramento da matrícula oficial e, ainda
comprovem a existência de vagas, deverão proceder nova chamada, dando ampla
divulgação através de edital afixado em locais públicos da comunidade.
§ 2º - Não havendo disponibilidade de vagas, as escolas farão o registro dos
dados das crianças que buscarão vagas encaminhando tais demandas à Secretaria
ou Núcleo de Ensino para que o poder público faça a chamada pública tal como
estabelece a Lei.

Art. 25 – Estando a documentação do aluno incompleta ou gerando dúvida,


cabe à escola de destino buscar a solução junto à escola de origem ou no órgão de
registro e, em última instância, ao Conselho Estadual de Educação.
Parágrafo único – Será passível de sindicância, por parte do sistema de
ensino, o diretor e secretário escolar que matricular aluno com documentação falsa
ou incompleta, bem como expedir declaração, histórico e certificado inverídicos.

Capítulo V
Da Classificação e Reclassificação
Seção I
Da Classificação

Art. 26 – Classificação é o posicionamento do aluno para o ano seguinte ou


para outra etapa organizada sob a forma anual, de período semestral, de ciclo, de
período de estudo ou outra forma adotada pela escola.

Art. 27 – Conforme o artigo 24, inciso II da Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional nº 9.394/2016, a classificação em qualquer ano/série ou etapa,
exceto no primeiro ano do Ensino Fundamental, será feita por promoção, por

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transferência e ainda, independente de escolarização anterior, mediante avaliação
diagnóstica feita pela escola, esta última no caso do Ensino Fundamental Anos
Iniciais.
§ 1º - A classificação por promoção se destina aos alunos da própria escola
que cursarem com aproveitamento o ano anterior, na etapa ou nos programas de
aprendizagem.
§ 2º - A classificação por transferência ocorrerá com alunos oriundos de
outras escolas, de outros Sistemas de Ensino e ou do Exterior, cabendo à escola de
destino proceder a minuciosa análise da vida escolar do aluno e do seu currículo
cursado na escola de origem, a fim de posicioná-lo no ano e etapa adequado.
§ 3º - A classificação também deverá ser feita com alunos que
independentemente da escolarização anterior, adquiriram conhecimentos por outras
vias e desejam ingressar no ensino regular. Cabendo à escola proceder avaliação
diagnóstica para identificar o grau de conhecimento que o aluno detém, a fim de
posicioná-lo no ano ou etapa mais adequada, até o 5º ano, exceto no 1º ano do
Ensino Fundamental.

Art. 28 – As escolas definirão em seus regimentos internos os critérios


específicos para avaliação destinada à classificação, observando o que dispõe as
normativas do Conselho Estadual de Educação e as Instruções Normativas dos
respectivos sistemas.
Seção II
Da Reclassificação

Art. 29 – A reclassificação do aluno é o seu reposicionamento no ano, ciclo,


período ou outra forma de organização adotada pela escola, diferentemente daquela
indicada no seu histórico escolar.
§ 1º - A reclassificação poderá ser adotada no caso de transferência,
ausência ou extravio de documentação.
§ 2º - A reclassificação poderá ser aplicada ainda a alunos em situação de
defasagem idade ano que apresentem rendimento escolar superior ao exigido no
ano, ciclo ou outra forma de organização adotada na escola, em que foi classificado
anteriormente.

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§ 3º - A reclassificação do aluno com atraso escolar deve ser de
responsabilidade da escola, onde o professor identifica as necessidades de
aprendizagem do aluno e a escola e ou sistema apresentam as formas de promovê-
la, no caso de distorção idade/ano, por programas especiais de aprendizagem
(programas de aceleração) já aprovados pelo CEE.
§ 4º - Não poderá ser reclassificado em ano posterior no ato da matrícula o
aluno que tenha sido reprovado no ano letivo antecedente.
§ 5º - O processo de reclassificação deve ser realizado até o 5º ano do
Ensino Fundamental.
§ 6º - A reclassificação não se aplica a casos especiais tais como: alunos
com altas habilidades/superdotação e ou autista.

Art. 30 – A escola procederá a reclassificação do aluno mediante processo


de avaliação diagnóstica, realizada por comissão examinadora, instituída pela
própria escola para esse fim, designada com observância das normas gerais
pertinentes a matéria.
§ 1º - A comissão examinadora para o processo de reclassificação do aluno
será constituída pelos seguintes membros:
I – Direção Escolar;
II – Coordenação Pedagógica;
III – Professores dos anos que pleitearem a reclassificação.
§ 2º - Para a realização dos exames de reclassificação a equipe pedagógica
da escola, juntamente, com os professores dos anos, elaborarão os instrumentos
necessários para o diagnóstico de aprendizagem, a fim de reposicionar o aluno nos
anos correspondentes.
§ 3º - Nos exames de reclassificação, deverão ser considerados
conhecimentos de conteúdos que compõem a Base Nacional Comum do Currículo,
referentes aos anos ou outra forma de organização já adotada pela escola, anterior
àquela em que é pretendida a matrícula.
§ 4º - Os processos e os critérios de reclassificação de alunos serão
disciplinados pelo estabelecimento de ensino, no seu Regimento Escolar.
§ 5º - Concluídos os exames, a escola procederá a reclassificação do aluno,
efetivando sua matrícula, no próprio estabelecimento de ensino, bem como lavrando

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atas ou outros documentos que comprovem a reclassificação do aluno, para
arquivos na escola, e encaminhando relatório ao órgão próprio de registro do
sistema.

Capítulo VI
Do Regime de Progressão

Art. 31 – Na Educação Básica poderão ser admitidos os seguintes tipos de


progressão:
I - progressão regular;
II - progressão continuada; e
III - progressão parcial.

Art. 32 – A progressão regular é o procedimento que permite a promoção do


aluno de um ano para outro ou outra forma de organização e/ou modalidade de
maneira sequencial para outra.

Art. 33 – A progressão continuada ou avanço progressivo é o procedimento


que possibilita o aluno avançar em um ou mais anos, etapas, ciclos ou outras formas
de organização do ensino, desde que demonstre possuir os conhecimentos e
habilidades necessárias ao prosseguimento dos estudos.

Art. 34 – Entende-se por progressão parcial aquela em que o aluno passa a


cursar o ano seguinte, mesmo não tendo logrado êxito em todos os componentes
curriculares.

Seção I
Da Progressão Continuada (Avanço Progressivo)

Art. 35 – Os estabelecimentos de Ensino Fundamental devem prever em


seus regimentos o regime de progressão continuada até o 5º ano, sempre que o
interesse do processo ensino-aprendizagem assim o recomendar.

Art. 36 – A escola ao constatar que o aluno durante o processo de ensino,


demonstre conhecimentos e desenvolvimento compatíveis com o ano superior ao

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que está cursando, deve propor a progressão continuada adotando os seguintes
procedimentos:
I – avaliação diagnóstica dos conteúdos programáticos do ano em que se
encontra o aluno e avaliação dos conteúdos programáticos que já foram ministrados
no ano a que se pretende reposicionar o aluno;
II – sendo os resultados satisfatórios e atingindo a média de qualidade
instituída pelo sistema público de ensino, o aluno será matriculado no ano
adequado;
III – os critérios de observação, acompanhamento e avaliação do aluno, bem
como a constituição da Comissão, instituída para tal fim, deverão constar no
Regimento Interno da escola;
IV – a comissão instituída para tal fim deverá formalizar o processo
(relatório), fazendo o devido registro no documento escolar do aluno e encaminhar o
relatório ao órgão de registro e controle.
Parágrafo único – Excepcionalmente, os alunos matriculados no 1º ano só
poderão ser submetidos à progressão continuada (avanço) quando demonstrarem
altas habilidades, e domínio do conhecimento e desenvolvimento compatíveis com a
faixa etária a que se pretende reposicioná-lo, contanto que haja um
acompanhamento e avaliação contínua e que já tenham decorridos os primeiros
bimestres do ano letivo.

Seção II
Da Progressão Parcial

Art. 37 – Os estabelecimentos de ensino poderão ainda, prever em seus


regimentos formas de progressão parcial, a partir do 6º ano.

Art. 38 – A progressão parcial deverá ser adotada pela escola desde que
considere esgotadas todas as possibilidades das diversas formas de recuperação ao
longo do percurso do ano letivo; e o aluno que não tenha obtido êxito em todos os
componentes curriculares, desde que não ultrapasse a duas disciplinas é possível a
sua promoção para o ano/série seguinte.

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Art. 39 – A Escola deverá estabelecer no seu regimento escolar os critérios
para a oferta da Progressão Parcial, levando em consideração as seguintes
recomendações:
I - será admitida a matrícula do aluno no ano/série subsequente com
dependência de até 02 (dois) componentes curriculares do ano/série anterior.
II - as dependências serão oferecidas adotando-se os mesmos
procedimentos das atividades em ofertas regulares, não admitindo, portanto, a
substituição de sua oferta por provas e trabalhos.
III - o componente curricular relativo à progressão parcial será ministrado em
outro turno do curso regular ou em programas de estudos/cursos especiais
intensivos no mesmo estabelecimento ou em outro estabelecimento público ou
privado de ensino ou, ainda, em EJA desde que comprove a idade exigida por lei.
IV - o aluno beneficiado com o regime de progressão parcial deverá,
obrigatoriamente, no mesmo ano, obter aprovação do ano/série em curso e dos
componentes curriculares em débito.
V - o aluno em processo de regime de progressão parcial não poderá ser
promovido para o ano/série seguinte enquanto não lograr êxito nos componentes
curriculares em débito, a fim de evitar com isso o acúmulo de dependência.
VI – não será admitida a oferta da progressão parcial do Ensino
Fundamental para o Ensino Médio.
VII – o aluno em progressão parcial, só poderá pleitear transferência para
outra unidade de ensino que oferte o curso nos dois turnos, exceto nos casos
constantes do inciso III.
VIII – a escola que adotar a progressão parcial deverá ainda estabelecer
outros critérios para os procedimentos de matrícula, transferência dos alunos em
progressão parcial, bem como os procedimentos de observação e avaliação da
aprendizagem e registro, sem perder de vista a sequência do currículo.

Art. 40 – Na hipótese de o aluno não conseguir aprovação em todos os


componentes curriculares no último ano/série do Ensino Fundamental e no último
ano/série do Ensino Médio, permitir-se-á além das hipóteses constantes no inciso III,
matrícula para cursar apenas os componentes curriculares em que não obteve
aprovação no curso, não necessitando dessa forma repetir todo o ano/série.

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Art. 41 – A progressão parcial não será aplicada aos alunos que tenham
sido retidos no ano/serie por não terem atingido a frequência de 75% do total de
horas letivas do ano/série.

Art. 42 – Na hipótese da escola ofertar os cursos especiais ou programas de


estudos intensivos no recesso escolar, com vistas à recuperação de conteúdos, sob
forma de progressão parcial ou dependência e sem exigência de frequência,
deverão constar os seguintes critérios no detalhamento do plano de estudos:
I - reprogramar e replanejar os conteúdos programáticos significativos,
habilidades e competências necessárias que não foram dominados pelos alunos em
dependência;
II - definir carga horária para o programa de estudos de recuperação durante
o recesso escolar, dentro da carga horária contratual do professor;
III - definir formas de avaliação e recuperação do processo de
aprendizagem;
IV - encaminhar o plano ao Conselho Estadual de Educação para ciência e à
Secretaria Estadual de Educação para as devidas providências;
V - documentar e proceder ao devido registro nos documentos escolares do
aluno.
Parágrafo único - A programação para a oferta dos cursos e/ou disciplinas
deve ser elaborada pela escola em consonância com esta Resolução e as
orientações emanadas pela SEE.

Capítulo VII
Da Frequência

Art. 43 – A frequência escolar deverá ser computada sobre o total de horas


letivas do ano/serie, correspondente a no mínimo de 60% para a Educação Pré-
escolar e de 75% da carga horária letiva, para aprovação no Ensino Fundamental e
Médio (LDB nº 9.394/1996 e Lei Federal nº 12.796/2013).
§ 1º – O limite de faltas não poderá ultrapassar 25% do total das horas
letivas do ano/série.
§ 2º - A frequência inferior aos 75% mínimos exigidos implica em reprovação
no período letivo correspondente.

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§ 3º - Ficam ressalvados os casos em que pode ocorrer o direito do aluno de
ultrapassar o limite de faltas:
a) atividades ligadas ao serviço militar (Lei nº 4.375/1964 alterada pelo
Decreto-Lei nº 715/1969);
b) estudante em estado de gestação (Lei nº 6.202/1975);
c) alunos portadores de afecções (Decreto-Lei nº 1.044/1969,
reexaminado pelo Parecer CNE/CEB nº 06/1998; e
d) estudantes de todos os níveis de ensino em competições esportivas
(Decreto nº 80.228/1977).

Art. 44 - Caberá à escola, através de critérios estabelecidos em seu


regimento escolar, mencionar a percentagem permitida de faltas, estabelecer os
sistemas de controle de frequência e do acompanhamento da evolução do número
de faltas de cada aluno, bem como adotar os procedimentos de alerta aos próprios
alunos e aos seus responsáveis.
§ 1º - Cabe à escola notificar o Conselho Tutelar do respectivo município, a
relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de 30% do
percentual permitido em Lei, amparada pela Lei nº 13.803/2019, com exceção
daqueles amparados no § 3º do artigo 43.
§ 2º - Aluno que faltar às aulas durante o período das avaliações e
recuperações, terá direito a um processo de segunda chamada desde que justifique
no prazo máximo de 72 horas a sua ausência.
§ 3º- A escola deverá assegurar tempos e espaços de reposição dos
conteúdos curriculares, ao longo do ano letivo, aos alunos com repetidas
infrequências.

Art. 45 – As escolas deverão garantir no Projeto Político Pedagógico ações


de fortalecimento, acompanhamento e monitoramento dos alunos faltosos à escola,
identificando os motivos de ausência, baixa frequência e colaborando para a
garantia da permanência e apoio da aprendizagem.

Art. 46 – As escolas deverão manter, ainda, programas e ações


intersetoriais com as áreas de saúde, assistência social e justiça, a fim de promover

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a busca ativa de crianças que se ausentam e daquelas que estão fora da escola,
objetivando a garantia do acesso e permanência com qualidade.

Capítulo VII
Da Transferência
Art. 47– A transferência escolar é o procedimento que permite ao estudante
mudar de escola, entre as Unidades Escolares, em qualquer época do ano letivo.

Art. 48 – Constitui-se documentos escolares para fins de transferência:


I – atestado e/ou declaração para fins de posicionamento do aluno, no
ano/série adequado;
II – relatório ou parecer descritivo, no caso de alunos do 1º ano do Ensino
Fundamental;
III – ficha escolar, ano a ano, no caso da ausência do histórico escolar;
IV - histórico escolar;
V – boletim escolar;
VI – atestado parcial de aprovação – EJA.

Art. 49 – A transferência do aluno de uma unidade escolar para outra, de um


curso para outro, far-se-á pelos componentes e conteúdos da Base Nacional
Comum do Currículo.

Art. 50 – A transferência só será efetivada quando requerida pelo aluno e/ou


no caso de aluno menor de idade, quando requerida pelo pai ou responsável.

Art. 51 – É vedada à escola expedir transferência compulsória ao aluno para


outro estabelecimento de ensino e/ou de turno como decisão de cunho punitivo, por
inobservância ao regimento escolar ou, ainda, por conflitos diversos.

Art. 52 – A escola deve assegurar no seu regimento escolar, no tocante aos


direitos e deveres dos participantes do processo educativo o direito constitucional de
todos ao contraditório e ampla defesa, e a recurso às instâncias superiores, quando
for o caso, e inclusive que os pais ou responsáveis opinem em qualquer decisão
pedagógica que envolva a situação educacional dos estudantes da instituição.

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Art. 53 – Em caso de indisciplinas a escola deve:
I - registrar todas as advertências atinentes aos alunos, devendo seus pais
serem convocados para o conhecimento das mesmas;
II - lavrar e assinar termos de compromisso entre pais e escola, de forma a
assumir e cumprir naquilo que couber o que ficar estabelecido em termos de
responsabilidades;
III - elaborar projetos voltados ao combate à violência no interior da escola,
numa perspectiva de construção de uma cultura de paz como potencial estratégico,
fortalecendo as relações com a comunidade e, especialmente, com a família,
valorizando cada participante tanto na prevenção de conflitos na escola quanto na
formação de valores e transmissão de conhecimentos que tem prosseguimento nos
processos de interação, inclusive entre professores, alunos e entre os próprios
alunos.

Art. 54 – Esgotadas todas as possibilidades de intervenção pedagógica e no


caso de reincidências de transgressão disciplinar cometida por alunos e que por
ventura possa culminar com sanções disciplinares, a escolar deve:
I - constituir comissão composta por representantes do Conselho de Classe
e do Conselho Escolar, representantes da equipe pedagógica, dos professores da
sala do aluno, representante de alunos por turma, representantes dos pais dos
alunos envolvidos e representante do Conselho Tutelar para proceder à sindicância;
II - convocar reunião para debater os problemas escolares dando ao aluno e
aos seus responsáveis legais o direito ao contraditório e ampla defesa durante a
reunião, bem como a possibilidade de serem arrolados testemunhas de defesa, com
número máximo de 3 (três) representantes;
III - notificar a decisão final à promotoria da educação.

Art. 55 – A transferência poderá ocorrer, quando subsistirem razões que a


justifiquem, devendo a escola de origem concluir o processo de avaliação da
aprendizagem referente aquela fase do ano letivo, no qual o aluno pleiteia a
transferência.
§ 1º - A transferência de alunos de uma instituição para outra, quando
requerida pelo interessado, dar-se-á, preferencialmente, nos períodos de férias,

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recessos ou após a conclusão de bimestre e ou de módulos no caso de EJA,
garantindo, assim, o exercício do direito à educação sem a mácula do prejuízo
educacional.
§ 2º - O aluno em processo de estudos de recuperação no decorrer e no
final do ano letivo e de progressão parcial, somente será permitida sua transferência
após concluídos os estudos de recuperação, salvo os casos como: mudança de
residência para outra cidade, problemas de saúde devidamente comprovados e
transferência ex-oficio e outras situações devidamente comprovadas pelos pais ou
responsáveis.

Art. 56 – A transferência ex-oficio a que se refere o parágrafo único do art.


49 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, regulamentado pela Lei Federal nº
9.546 de 11 de dezembro de 1997, será efetivada, entre instituições vinculadas a
qualquer sistema de ensino, em qualquer época do ano e independente da
existência de vaga, quando se tratar de servidor público federal, civil ou militar
estudante, ou seu dependente estudante, se requerida em razão de comprovada
remoção ou transferência de ofício, que acarrete mudança de domicílio para o
município onde se situe a instituição recebedora, ou para localidade mais próxima
desta.
Parágrafo único – A regra do caput não se aplica quando o interessado na
transferência se deslocar para assumir cargo efetivo em razão de concurso público,
cargo comissionado ou função de confiança.

Art. 57 – Na transferência de aluno estrangeiro na educação básica, levar-


se-á em consideração a organização curricular do país e sua equivalência à
organização do ensino do Brasil, devidamente traduzidos e revalidados, bem como,
os anos de escolaridade cursados no país de origem, conforme as recomendações
constantes no ato legal de revalidação.
§ 1º - Os alunos estrangeiros oriundos de países membros ou associados do
MERCOSUL deverão ser dispensados do processo de tradução oficial dos
documentos escolares no ato do protocolo junto ao Conselho Estadual de Educação.
§ 2º - Os documentos escolares de alunos estrangeiros que apresentem os
carimbos de apostilamento, estarão isentos da autenticidade do consulado.
(Resolução CNJ nº 228/2016)

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§ 3º - Tanto para os alunos oriundos do país quanto aos estrangeiros, as
etapas não concluídas devem ajustar-se pela realização de estudos adaptativos na
escola de destino, uma vez procedida a análise da correspondência curricular.

Art. 58 – Os alunos oriundos dos países pertencentes ao MERCOSUL e de


estados associados, que solicitarem o ingresso no sistema educacional brasileiro,
tendo iniciado sua escolaridade em instituições educativas reconhecidas
oficialmente, terão direito a continuar seus estudos no curso correspondente ao do
seu país de origem, conforme a Tabela de Equivalência oficial, independentemente
da idade e da data da matrícula inicial adotada pelo Brasil.

Art. 59 – Alunos em processo de transferência, a escola de destino deverá


proceder minuciosa análise da sua vida escolar, observando os seguintes aspectos:
I - componentes curriculares cursados com êxito na escola de origem serão
aproveitados integralmente na escola de destino, independente de programas, carga
horária, ano/série e/ou período em que tiverem sido ministrados, em qualquer etapa
e ou modalidade de oferta, desde que seja cumprido, pelo menos o mínimo de carga
horária e conteúdos programáticos estabelecidos em lei vigente para a etapa de
ensino.
II - no caso de alunos transferidos de uma escola que adote outras formas
de registro dos resultados da avaliação (conceitos, letras, relatórios, etc), bimestrais
e finais e que hajam concluídos seus estudos com êxito no ano/série, a escola de
destino deverá manter os respectivos registros da escola de origem.
III - no caso de alunos transferidos de uma escola que adote outras formas
de registro dos resultados da avaliação (conceitos, letras, relatórios, etc), que se
encontrem em processo, caberá à escola de destino proceder a conversão dos
resultados da avaliação equivalentes com os praticados pelo sistema de ensino,
tomando por base a tabela de conversão orientada pelo Conselho Estadual de
Educação.

Art. 60 – Dentre os critérios para efetivação da transferência do aluno do


Ensino Fundamental e Médio, a escola deve ainda inserir no regimento escolar
aspectos que contemplam:

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I - a matrícula em razão de transferência não levará em conta a idade do
aluno;
II - no caso em que o aluno necessite de estudos de recuperação a escola
de origem deve disciplinar em quais circunstâncias será dada a transferência;
III - a escola deve analisar o histórico escolar do aluno, levando em
consideração: carga horária, menções, componentes curriculares e se possível
comparar o conteúdo programático da escola de destino com o da escola de origem;
IV - quando se tratar de adaptação curricular e aproveitamento de estudos, a
escola deve observar o disposto nos atos normativos do Conselho Estadual de
Educação.

Art. 61 – Não será permitida a transferência do aluno em processo de curso


de regime parcial para o regime integral.

Art. 62 – A equivalência entre componentes da parte diversificada do


currículo ministrado na escola de origem e na de destino, levará em consideração a
área do conhecimento e a carga horária cursada, para fins de aproveitamento do
cômputo geral da carga horária de conclusão do ano/série.

Art. 63 – Quando da expedição de transferência do aluno deverão constar


na ficha e/ou histórico escolar:
I - identificação do estabelecimento, endereço completo, número dos atos:
de criação, autorização e reconhecimento de cursos, com número e data do Diário
Oficial de publicação de cada ato.
II - nome completo do aluno, endereço, filiação, data do nascimento,
nacionalidade, naturalidade e dados relativos à identidade, o certificado de reservista
e o título de eleitor, quando couber.
III - matriz curricular contendo os componentes curriculares da Base
Nacional Comum e da Parte Diversificada, carga horária total do curso, e frequência
de acordo com a lei vigente, resultado das avaliações por componente curricular e
anos/séries, local, data e assinatura do Diretor e do Secretário Escolar.
IV - matriz curricular do Ensino Médio, contendo os componentes
curriculares da Formação Geral e dos Itinerários Formativos, obrigatórios para sua
conclusão.

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V - no caso de transferência durante o período letivo, além das
especificações das disciplinas das áreas ou períodos concluídos deverá conter,
também o do ano/série ou período em curso, até a data de transferência com os
seguintes elementos:
a) resultados da avaliação dos componentes curriculares com indicação
clara de aprovação, recuperação e ou reprovação;
b) no caso de recuperação, registrar todas as notas do ano/série, inclusive
as notas da matéria a ser recuperada, especificando no próprio histórico
escolar os respectivos conteúdos;
c) carga horária ministrada, por componentes curriculares e conteúdo
especifico;
d) faltas no período;
e) anotação de ocorrência relativa à vida escolar do aluno, tais como,
matrícula com aprovação de resultados parciais obtidos em cursos e
exames supletivos e ou equivalentes, adaptação, validação de estudos,
dispensa de frequência de acordo com a legislação, comprovante de
conclusão do curso, identificação das escolas anteriormente
frequentadas, outros dados que a escola julgar necessário informar à
escola de destino; e
f) assinatura do Diretor e do Secretário Escolar do estabelecimento, com
respectivo carimbo e identificação dos atos de designação.

Art. 64 - Fica vedada à escola a cobrança de qualquer tipo de taxa relativa à


concessão ou aceitação de transferência.

Art. 65 – No ato da solicitação de transferência escolar, a escola deve


expedir a ficha escolar do aluno ano a ano e ou histórico escolar, a fim de que este
possa efetivar sua matrícula em outra unidade escolar.

Art. 66 – A transferência do aluno de unidade escolar de um sistema de


ensino para outro, com estudos concluídos com êxito, obedecerá às normas do
sistema de origem e características da documentação.

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Art. 67 – Quando a transferência ocorrer durante o período letivo será
necessária a adaptação em relação aos estudos realizados no ano/serie ou período
em curso nos conteúdos ministrados tanto no estabelecimento de origem quanto no
de destino, ficando a escola com a responsabilidade de orientar o aluno no sentido
de lhe possibilitar melhor sequência dos estudos.

Capítulo IX
Das Disposições Finais

Art. 68 - É de responsabilidade de cada unidade de ensino público ou


particular, a manutenção e conservação da escrituração escolar, registro, arquivos
físicos ou virtuais que assegure a verificação da identidade de cada aluno, professor
e demais funcionários, bem como a regularidade e autenticidade do processo
escolar e emissão da documentação escolar.
§1º - A não observância desses procedimentos legais estarão sujeitos a
sanções, na forma da lei, por parte do Diretor e do Secretário Escolar.
§ 2º - As escolas ficam responsabilizadas pela realização de cuidadosa
análise da documentação da vida escolar do aluno, por ocasião da matrícula e da
expedição de certificação, a fim de que não ocorram lacunas na vida escolar do
aluno.

Art. 69 - O diretor e o secretário escolar serão responsabilizados pelo


registro irregular ou inverídico de documentos escolares.

Art. 70 - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação,


revogando a Resolução CEE/AC nº 160/2013.

REGISTRE-SE, PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE

Rio Branco-AC, 20 de setembro de 2019.

Consª. Iris Célia Cabanellas Zannini


Presidente do CEE/AC

Aprovada em Reunião Ordinária do Colegiado no dia 20 de setembro de 2019.

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