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Dr.

José Carlos Reinoso


Tel.: (21) 8859-8603
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e-mail : jose.reinoso@adv.oabrj.org.br

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do ___ Juizado Especial Cível da


Comarca da Capital / RJ – Regional da Leopoldina.

ANTONIO VICENTE DOS PRAZERES GASPAR, brasileiro, casado,


guarda municipal, portador da cédula de identidade nº 06363986-8 IFP/RJ,
inscrito no CPF/MF sob nº 815.814.087-49, residente na Rua Tiboim, nº 794,
Brás de Pina, CEP: 21011-650, Rio de Janeiro/RJ, telefone 8887-7401, por seu
advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua Dr. Luis Gaudie Ley,
nº 125 compl. 01, Penha, Rio de Janeiro/RJ, CEP 21070-100, vem à presença
de Vossa Excelência propor:

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face de BANCO VOLKSWAGEN, pessoa jurídica de direito privado, situada na


Rua Lauro Muller, nº 116, 43º andar, salas 4301/4304, Botafogo, Rio de Janeiro,
CEP 22290-160, pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir:

DOS FATOS

O Autor utilizou os serviços prestados pela ré ao adquirir veiculo da marca


Volkswagen, financiado pelo Banco réu.

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Desde a primeira parcela, conforme se verifica no carnê anexo, a ré inseriu


indevidamente no total da parcela o valor de R$3,00 (três reais), a título de “Tarifa de
Emissão de Boleto”, bem como nas demais 35 parcelas.

Importante ressaltar que a emissão de qualquer carnê ou boleto para


pagamento é obrigação do credor não devendo ensejar ônus algum ao devedor, já
que os artigos 319 do Código Civil / 2002 e 939 do Código Civil / 1916 não trazem
no seu bojo a condição de pagamento em dinheiro para ele receber o que lhe é de
direito.

A utilização do boleto bancário para o recebimento de contas em geral já é


uma prática comum entre as empresas. O formulário foi criado com o fim de facilitar
a vida de fornecedores e consumidores, pois ao utilizar o código de barras para
identificar as informações, permite que o pagamento seja realizado em diferentes
localidades do país, de várias maneiras e com mais segurança.

O consumidor, que é portador e devedor do referido título, deve pagá-lo no


banco; todavia, além do valor previsto no boleto, cobrado pelo produto ou serviço
que adquiriu, se vê obrigado a arcar com um plus, que refere-se à taxa de emissão
do boleto cobrada pelo banco, para realização do serviço contratado pela empresa,
na qual não faz parte da relação contratual estabelecida.

Os bancos comumente chamam para sua defesa a Resolução emitida pelo


BACEN, com nº 2.303/96, que seria responsável por disciplinar a cobrança de tarifas
pela prestação de serviços por parte das instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

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Referida Resolução não traria entre as isenções prescritas, a taxa para


recebimento de boletos, e, portanto, segundo os Bancos, tal exação poderia ser
livremente exigida.

Ocorre que, embora a taxa de emissão de boleto de cobrança não conste da


referida Resolução, não é crível partirmos da premissa de que as instituições
bancárias podem debitar ao consumidor qualquer exigência que não esteja presente
na lista oferecida, pois, as atividades de natureza bancária são regidas pelo CDC, e,
portanto, devem respeitar um mínimo de razoabilidade na relação.

O consumidor não pode ser impelido a arcar com o gasto de serviço


contratado entre determinada empresa e instituição bancária, sem que tenha
qualquer participação nessa relação.

A “taxa da emissão do boleto” (como é conhecida), já traz em seu próprio


nome a definição do seu fato gerador, que nada mais é do que o custo referente à
emissão da ficha/boleto.

O serviço é prestado através de contrato realizado entre a instituição bancária


e um cliente fornecedor, não tendo o consumidor qualquer participação no negócio
realizado.

Nesta esteira de silogismo, o entendimento que vem sendo aplicado ao caso


sub examine, é que somente pode ser exigido do consumidor o pagamento do
débito contraído junto ao produto ou serviço realizado por determinada empresa e,
no caso de atraso do pagamento, de juros de mora: jamais as hidden taxes

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(Conforme o direito norte-americano consagrou como sendo taxas ocultas,


ressaltando, assim, seu manifesto caráter abusivo).

O CDC manifestamente repudia a prática abusiva de cobranças, em seu


artigo 39, e referida taxa acaba enquadrando-se em diversos incisos, senão
vejamos:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas:

I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de


outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

(...)

III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer


produto, ou fornecer qualquer serviço;

(...)

V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva

VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização


expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as
partes;

(...)

XI – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente


estabelecido;

A partir deste entendimento, demonstra-se que o serviço cobrado é condição


para que o consumidor pague a sua conta; é imposto sem solicitação ou
autorização, tratando-se de taxa diversa da contratada quando da prestação do
serviço ou fornecimento do produto.

Fica claro que o custo pela prestação do serviço de cobrança, que inclui
dentre outros, a emissão do boleto bancário, não deve ser remunerada pelo
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consumidor final, e sim pela empresa que contratou o Banco para a realização do
serviço.

Para corroborar com o entendimento acima exposto, temos o


posicionamento do nosso Egrégio Tribunal de Justiça:

2008.002.22338 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DES.


SUIMEI MEIRA CAVALIERI - Julgamento: 15/10/2008 -
SEXTA CAMARA CIVEL - AGRAVO DE
INSTRUMENTO. Antecipação de Tutela. Recurso
interposto contra o seu deferimento. Somente se
reforma a decisão concessiva ou não da antecipação de
tutela, se teratológica, contrária à lei ou à evidente
prova dos autos. Ação civil pública fundada em direito
do consumidor, destinada ao reconhecimento da
abusividade da cobrança de tarifa por emissão de
boleto bancário. A inexistência de expressa proibição
quanto à cobrança de tarifa por emissão de boleto, por
parte do Conselho Monetário Nacional, não equivale à
sua autorização. Incidência do Código de Defesa do
Consumidor à espécie, em que a Agravante dedica-se a
operações de financiamento ao consumidor através de
contratos de abertura de crédito. A exigência de
ressarcimento de todos os custos da cobrança de
créditos é expressamente reconhecida pelo Código de
Defesa do Consumidor como abusiva. Prova carreada
capaz, neste momento processual, de autorizar uma
sentença de mérito favorável ao Autor, caso pudesse
ser a causa julgada desde logo. Acerto da decisão que
antecipou a tutela.Recurso desprovido.

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2006.001.41387 - APELACAO - DES. ADEMIR


PIMENTEL - Julgamento: 02/04/2008 - DECIMA
TERCEIRA CAMARA CIVEL - PROCESSUAL CIVIL.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONSUMERISTA COM
PEDIDO DE LIMINAR. TARIFA DE EMISSÃO DE
CARNÊ COBRADA EM CADA LÂMINA DE
PAGAMENTO EMITIDA PELOS
ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS. OBRIGAÇÃO DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA CUJO CUSTO NÃO PODE
SER TRANSFERIDO AO FINANCIADO. AFRONTA AO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL E DEVOLUÇÃO
QUE SE DEVE FAZER DE FORMA SIMPLES À
MÍNGUA DE MÁ-FÉ DO ESTABELECIMENTO DE
CRÉDITO. PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.I -
Sendo obrigação da instituição financeira a expedição
do carnê de pagamento, seu custo não pode ser
transferido ao financiado. Admitir a licitude da cobrança
dos valores relativos à emissão de boletos aos
consumidores implicaria aceitar que o direito à quitação
pode ser condicionado ao pagamento de tarifa bancária,
o que é inadmissível, pois o direito estabelecido no art.
319 do novo Código Civil não está sujeito a nenhuma
outra condição que não seja a do pagamento puro e
simples do débito. Essa modalidade de estipulação
contratual, de qualquer forma, encontraria vedação
expressa no art. 51, IV, do Código de Defesa do
Consumidor, por ser incompatível com os deveres
anexos decorrentes da cláusula geral de boa-fé
objetiva;II - Cobrança que viola frontalmente o disposto
nos art. 39, inciso V e 51, IV, e § 1º, incisos I, II e III,
todos do Código de Defesa do Consumidor;III
Inexistência de dano moral e devolução que, por
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ausência de má-fé, deve ser efetuada de forma


simples;IV - Parcial provimento ao recurso.

2007.005.00330 - EMBARGOS INFRINGENTES - DES.


MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento:
25/03/2008 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL - SERVICOS
BANCARIOS - BOLETO BANCARIO - COBRANCA DE
TARIFA - COBRANCA INDEVIDA - RESTITUICAO EM
DOBRO - ACAO CIVIL PUBLICA - EMBARGOS
INFRINGENTES. DELIMITAÇÃO. CPC, ART. 530.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITO DO CONSUMIDOR.
COBRANÇA DE TARIFA DE EMISSÃO DE BOLETO
CONSIDERADA INDEVIDA. TRÂNSITO EM JULGADO
DA DECISÃO, NESTE PONTO. DEVOLUÇÃO DA
QUANTIA. APLICABILIDADE DA DOBRA PREVISTA
NO § ÚNICO DO ART. 42 DO CDC. NÃO
CONFIGURAÇÃO DO ENGANO JUSTIFICÁVEL.
DESPROVIMENTO DO RECURSO.Nos exatos termos
do art. 530 do CPC, os embargos infringentes só são
admissíveis quando tratarem de parcela da sentença
reformada por decisão não unânime. Se a divergência
dos doutos desembargadores que julgaram a apelação
era quanto ao conhecimento ou não de parte do
recurso, sendo minoritário o posicionamento pela sua
admissibilidade, não se trata de divergência passível de
superação pela via dos embargos infringentes.
Considerada indevida a cobrança de determinada
quantia desembolsada pelo consumidor, sua devolução
só não se dará em dobro caso comprovada a hipótese
de engano justificável, como consta do art. 42, § único,
do CDC, in fine. Para conceituação do que seria o
engano justificável, vale a analogia ao art. 138 do
Código Civil, que ao tratar da anulabilidade do negócio

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jurídico, toma por condição que as declarações de


vontade tenham emanado de erro substancial que
poderia ser percebido por pessoa de diligência normal.
Não pode ser considerado engano justificável (assim
entendido como erro que poderia ser percebido por
pessoa de diligência normal) a transferência, ao
consumidor, de gastos cujo ônus deveriam recair sobre
o fornecedor, a teor da regra geral inserta no art. 325 do
Código Civil, uma vez que a emissão de boletos para
pagamento de tarifas bancárias pode-se equiparar ao
fato do credor de que trata o referido dispositivo da lei
civil.A inexistência de expressa proibição, por parte do
Conselho Monetário Nacional, quanto à cobrança de
tarifa de emissão de boleto, não equivale à sua
autorização, até porque não o é exaustivo o rol do art.
1º da Resolução Bacen nº. 2.303/96, que trata dos
serviços bancários cuja cobrança ao consumidor é
vedada. Desprovimento do recurso. Obs: Apelação
Cível 2007.001.01976.

DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

Não podemos deslembrar que a cobrança abusiva e ilegal da ré gerou valor


de boleto indevido, onde a ré deverá restituir ao autor, na forma de legislação em
vigor, os valores que foram pagos a maior, na forma de indébito, vez que obteve
vantagem indevida.

DO DANO MORAL

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O Banco Réu obteve vantagem indevida ao efetuar cobrança manifestamente


ilegal, tal conduta configura ato ilícito culminando em causa que gerou prejuízo a
outrem, respondendo assim objetivamente a ré, na forma do Art. 14 da Lei 8.078/90.

Faltando a Ré, com todos os princípios consumeristas, delimitados pela Lei


8.078/90, tal como principio da boa-fé e da não abusividade, sendo certo, que tais
inocorrências só beneficiam o infrator, pois angariam vantagens indevidas.

Estando então presente o dano moral na forma in ré ipsa, pois é fática a falha
na prestação de serviço, e diante da teoria objetiva, independente de culpa, e
concorrendo com o risco do empreendimento, a ré é omissa em prestar o serviço de
forma adequada, uma vez que não o faz, não havendo possibilidade de afastamento
de qualquer responsabilidade, por ser a obrigação imposta somente a ela.

Art. 23 LEI 8.078/90 - A ignorância do fornecedor sobre


os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e
serviços não o exime de responsabilidade.

Art. 186 C.C. - Aquele que, por ação, ou omissão


voluntária, negligência, ou imprudência, violar
direitos, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a
reparar o dano.

Ato ilícito é praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando


direito subjetivo individual. Causa dano patrimonial ou moral a outrem,
criando o dever de repará-lo.

Art. 927 C.C. - Aquele que, por ato ilícito causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo Único - Haverá obrigação de reparar o dano
independente de culpa, nos casos específicos em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar por sua natureza, risco
para direitos de outrem.

Os novos inventos, a intensidade da vida e a densidade das populações


aproximam cada vez mais os homens, intensificando suas relações, o que acarreta

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um aumento vertiginoso de motivos para a colisão de direitos e atritos de interesses,


do que surge a reação social contra a ação lesiva, de modo que a responsabilidade
civil tornou-se uma concepção social, quanto antes tinha caráter individual. (cf. José
de Aguiar Dias)

Art. 14 LEI 8.078/90 - O fornecedor se serviços


responde, independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços”.

Entende-se por dano moral aquele que diz respeito às lesões sofridas pelo
sujeito físico, pela pessoa natural em seu patrimônio de valores exclusivamente
ideais, vale dizer, não econômicos. É, pois, em síntese, o sofrimento experimentado
por alguém, no corpo ou no espírito, ocasionado por outrem, direta ou indiretamente
derivado de ato ilícito.

EMENTA 356: Dano moral. Sua configuração,


independente de repercussão externa, que tem o condão
não de caracterizá-lo, mas de agravá-lo. O dano moral
não se prova, mas se presume. Fixação do valor da verba
de acordo com a intensidade do desgosto íntimo
experimentado. (Recurso n.º 1380-0. 8ª Turma Recursal –
Unânime – Relator Juiz Carlos Eduardo da Rosa da
Fonseca Passos. Julg. 19/08/98).

Corroborando esses conceitos, o Professor Caio Mário da Silva Pereira à luz


da Constituição de 1988 esclarece que dano moral;

"é qualquer sofrimento humano que não é causado


por uma perda pecuniária. Abrange todo atentado à
reputação da vítima... ao seu pudor, à sua segurança
e tranqüilidade, ao seu amor- próprio estético, à
integralidade de sua inteligência, as suas afeições
etc."

Sergio Cavalieri Filho afirma que:

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" dano moral, à luz da Constituição vigente, nada mais


é do que violação do direito à dignidade".

E também em seu Programa de Responsabilidade Civil, Ed. 2002, página


350, in verbis:

“Todo aquele que se disponha a exercer alguma


atividade no mercado de consumo tem o dever de
responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos
bens e serviços fornecidos, independentemente de
culpa. Este dever é inerente ao dever de obediência às
normas técnicas e de segurança, bem como aos
critérios de lealdade, quer perante os bens e serviços
ofertados, quer perante os destinatários dessas
ofertas. A responsabilidade decorre do simples fato
de dispor-se alguém a realizar atividade de produzir,
estocar, distribuir e comercializar produtos ou
executar determinados serviços. O fornecedor passa
a ser o garante dos produtos e serviços que oferece
no mercado de consumo, respondendo pela qualidade
e segurança dos mesmos (...) O consumidor não pode
assumir os riscos das relações de consumo, não
pode arcar sozinho com os prejuízos decorrentes dos
acidentes de consumo, ou ficar sem indenização”.

O Autor suportou as mazelas causadas pelo réu, como a frustração, o déficit


financeiro, tendo como bem mais precioso sua dignidade, que foi afrontada de forma
direta, objetiva e arbitraria pela empresa Ré, merecendo ser compensada por isso.

"Indenização. Danos morais. Destruição de obra de


arte pertencente ao patrimônio publico. Ato ilícito.
Direito do autor. Indenização devida. voto vencido. -
São invioláveis a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral conseqüente a sua violação. - conhecer do
recurso e dar-lhe provimento." (STJ, Relator: MIN:
Ministro HÉLIO MOSIMANN, Turma:02, Recurso
especial nº 0037374, Decisão : 28-09-1994, DJ 24-10-94
PG:28737.).

"Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em


razão de ato ilícito, perturbação nas relações
psíquicas, na tranqüilidade, nos entendimentos e nos
afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral,
passível de indenização. recurso especial conhecido e

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provido. Por unanimidade, conhecer do recurso e dar-


lhe provimento".(STJ, Relator: MIN: Ministro BARROS
MONTEIRO, Turma:04, Recurso especial n.º 0008768,
Decisão : 18-02-1992, DJ :06-04-92 PG:04499)
(Precedentes RESP - 4236-RS, R.ESP n.º 57824-8 MG).

O Autor sugere o arbitramento de 30 (trinta) salários Mínimos, por entender


que o serviço oferecido foi mal prestado, o erro será reparado. O CDC garante
claramente ao ofendido o direito a reparação dos danos morais sofridos.

DOS PEDIDOS

Por tudo exposto, serve a presente Ação, para requerer a V. Exa., se digne:

1. a citação da empresa ré para responder a presente, e sua intimação para


comparecer à audiência de conciliação, que poderá ser imediatamente convolada
em AIJ, caso não cheguem as partes a acordo, sob pena de revelia e confissão;

2. A inversão do onus probandi, com fulcro no artigo 6º, VIII do Código de


Defesa do Consumidor;

3. Arbitramento do Dano Moral, a critério judicial, pela afronta objetiva ao


direito do autor, por dar-se o dano moral de forma in ré ipsa.

4. A expedição de oficio para a autoridade administrativa competente para


que seja aplicada multa na forma do Art. 56 I, da Lei 8.078/90.

5. Seja a ré condenada a restituir ao autor os valores cobrados


indevidamente, na forma de indébito.

7. Atualização de todos os valores na forma da sumula 43 STJ.

8. O deferimento de todos os pedidos acima em seu , bem como a


condenação da ré nos ônus da sucumbência.

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DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente


testemunhal, documental e depoimento pessoal do representante legal da ré.

DO VALOR DA CAUSA

Dá à presente o valor de R$ 9.306,00 (nove mil, trezentos e seis reais).

Termos em que,

Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 21 de Abril de 2011.

___________________________________

JOSÉ CARLOS DE AZEVEDO REINOSO

OAB/RJ 154.149

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