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GRUPO I
Leia o poema.
1. Este poema consiste num diálogo entre alguém que passa na estrada e um «guardador de rebanhos»,
interpelado pelo primeiro. Os dois têm maneiras distintas de ver a natureza.
2. Segundo o «guardador de rebanhos», o vento «[…] passa / E […] já passou antes, / E […] passará
depois.» (versos 4 a 6).
2.1. Interprete a utilização das três formas do verbo «passar» na segunda estrofe do poema.
3.1. Comente o efeito expressivo das repetições presentes nas duas estrofes, relacionando-as com as ideias
transmitidas nestes versos.
5. Explique em que medida a descrição desta paisagem natural contribui para evidenciar o atual estado
de espírito do sujeito poético.
Leia o texto.
Em toda a natureza que nos rodeia, principalmente nos espaços em que a intervenção do Homem é
menos percetível, são agora bem evidentes os sinais que dizem estarmos em pleno inverno. Entre as ima-
gens mais expressivas associáveis a este período do ano, evidencia-se a que é construída pela vegetação
natural, arbórea e arbustiva, maioritariamente despida da sua folhagem.
5 O inverno fica mais bem caracterizado se à paisagem desnudada acrescentarmos os tons cinzentos de
dias curtos e pouco luminosos, uma chuva que tende a ser persistente e o frio que, nalgumas montanhas
mais elevadas, a transforma em neve. Quando o vento sopra forte, estão reunidos os ingredientes para uma
invernia perfeita.
Esta convergência de fatores extremados torna-nos mais relutantes em sair para o campo, em desfru-
10 tar da natureza, especialmente agora, nestes primeiros dias do mês de fevereiro, no pico da estação.
Mesmo considerando uma menor atividade da vida selvagem, já pressentida e anunciada num texto
anterior, há animais que não se detêm perante o inverno, período invariavelmente duro para a maioria deles.
É que, além dos efeitos gravosos do tempo agreste que nesta época do ano se abate por todo o lado, as
espécies de fauna selvagem também se confrontam com um problema maior: a escassez de alimento,
15 realidade que é acentuada quando o estado de conservação dos habitats de que dependem se encontra
alterado e empobrecido.
Os bichos contrariam a adversidade decorrente da perda de biodiversidade, aproximando-se dos
povoados onde se concentram os agentes destas alterações do meio, procurando alternativas para saciar a
fome, numa luta inadiável pela sobrevivência. Estes desvios forçados da sua conduta geram movimenta-
20 ções, das quais resultam aproximações e encontros próprios do inverno. Esta é uma das razões por que
devemos vivê-lo no monte, no campo.
Se desejamos sentir a natureza de uma forma intensa, o inverno é a estação indicada. Pressionando-
-nos mais, revela-se também mais envolvente, pelo que é nos momentos em que tendemos a manter-nos
na nossa zona de conforto, afastados da vida selvagem, que devemos sair de casa, para, por exemplo, nos
25 determos em pormenores do mundo natural quando as condições atmosféricas nos reduzem o campo de
visão ou afetam, em termos de segurança ou proveito, uma maior progressão no terreno. São
pormenores que nos escapam nos meses mais propícios a grandes caminhadas, em que todos os nossos
sentidos estão dirigidos para o muito que se pode captar em cenários amplos e abrangentes, repletos de
uma atividade intensa e permanente. Nossa e dos seres selvagens que nos rodeiam.
30 As margens de pequenos cursos de água e a vegetação, normalmente discreta, que as reveste são um
excelente motivo para caminhar nesta altura do ano. Nos lamaçais e bancos de areia das suas margens,
confere-se a presença de quem aí vive pelas pegadas e outros sinais no terreno.
A água é também uma fonte de atração para quem procura cenários maiores, ou até um lado mais
espetacular da natureza bravia. Por esta altura é expectável encontrar cascatas e quedas de água na sua
35 força maior, animando os troços mais acidentados dos rios que escaparam às diversas barreiras edificadas
pelo homem e que, por isso, se mantêm livres.
Num texto anterior, já se referiu o valor acrescido que o inverno representa para quem acompanha
com regularidade a vida selvagem nas montanhas, atendendo à raridade de algumas das espécies de aves
que, principalmente nos anos em que a estação se revela mais rigorosa, nos podem surpreender. Mas, em
40 redutos protegidos, beneficiando de ambientes mais amenos, também por isso procurados pelas aves,
resulta proveitoso despender tempo a observar, a identificar, a fotografar. Estuários e lagoas interiores são
espaços naturais especialmente indicados para visitar nesta época do ano. E, mesmo em espelhos de água
de parques e jardins criados em ambientes urbanos, vale a pena investir algumas horas. Em todos eles
poderemos encontrar espécies de aves que só nesta época estão entre nós.
4. O trecho «quando as condições atmosféricas […] afetam, em termos de segurança ou proveito, uma
maior progressão no terreno» (linhas 25 e 26) aponta para
(A) o prazer sentido depois de se percorrer um terreno particularmente acidentado.
(B) os esforços que implica percorrer um terreno particularmente acidentado.
(C) a facilidade em caminhar quando estão reunidas determinadas condições meteorológicas.
(D) a dificuldade em percorrer um terreno quando estão reunidas determinadas condições meteorológicas.
8. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte «à paisagem desnudada» (linha 5).
9. Classifique a oração «para, por exemplo, nos determos em pormenores do mundo natural» (linhas 24
e 25).
10. Indique o valor da oração subordinada adjetiva relativa «que nos rodeiam» (linha 29).
«O ser humano nunca fez parte da natureza. Sempre fizemos parte da tecnologia.»
Elabore um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras,
em que defenda um ponto de vista pessoal sobre as ideias expostas nestas citações.
Fundamente a sua opinião recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos,
um exemplo significativo.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /opôs-se-lhe/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados — entre duzentas e trezentas palavras —, há que atender ao
seguinte:
— um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
— um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.