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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

STEPHANIE FRANÇA DE OLIVEIRA

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL NO TRANSPORTE PÚBLICO

SÃO PAULO

2020

1
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

STEPHANIE FRANÇA DE OLIVEIRA

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL NO TRANSPORTE PÚBLICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Direito da Universidade


São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Direito,
sob a orientação do Professor Cláudio Antônio Marques da Silva.

SÃO PAULO

2020

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STEPHANIE FRANÇA DE OLIVEIRA

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL NO TRANSPORTE PÚBLICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Direito da Universidade


São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Direito,
sob a orientação do Professor Cláudio Antônio Marques da Silva.

____________________________________

Prof. Cláudio Antônio Marques da Silva

Professor orientador

_____________________________________

Prof. Sérgio Braga

Coordenador do Curso de Direito

SÃO PAULO

2020
3
À todas pessoas que, assim como eu, encontrou no feminismo a libertação.

4
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus porque sem Ele eu não teria chegado aqui.

Agradeço também aos meus pais Dona Tânia e Augusto que estiveram
sempre ao meu lado e por apoiarem tanto meus sonhos.

Aos meus amigos que escutaram todas as minhas reclamações, meus choros,
minhas recusas aos convites, mas ainda sim incentivaram a não desistir e mostrar do
que sou capaz.

Aos meus mestres que me inspiram ao labor de advogar e por serem grandes
incentivadores das minhas conquistas.

De modo geral, sou grata por todos que fizeram parte desse grande momento
da minha vida.

5
RESUMO

O artigo versa sobre a importunação sexual no transporte público que infelizmente em


peso é comum para o gênero feminino. Para tanto, inicialmente abordarei alguns
âmbitos deste tema, sendo histórico, sociológico, psicológico e o Direito. Em síntese,
serão apresentados nesse trabalho como a estrutura cultural faz influência no
comportamento das pessoas e a importância dessa produção legislativa.

Palavras-chave: importunação sexual; transporte público; produção legislativa.

6
ABSTRACT

The article deals with sexual harassment in public transport, which unfortunately in
weight is common for the female gender. To this end, I will initially address some areas
of this theme, being historical, sociological, psychological and law. In summary, it will
be presented in this work how the cultural structure influences people's behavior and
the importance of this legislative production.

Keywords: sexual harassment; public transportation; legislative production.

7
SUMÁRIO

1. Introdução .........................................................................................................9
2. Importunação sexual no transporte público ....................................................10
3. Breve histórico da conduta não tipificada .......................................................12
3.1 Legislação brasileira .................................................................................14
4. Importância da conscientização da lei 13.718/18 ...........................................15
5. Considerações finais ......................................................................................16
6. Referências .....................................................................................................17

8
1. INTRODUÇÃO

Todos os dias ao sair na rua seja para trabalhar, passear ou encontrar


pessoas a sociedade reforça o peso e o medo de ter nascido do gênero feminino. A
cultura brasileira é enraizada de um viés patriarcal pelo qual é reproduzido pelas
gerações e ainda hoje temos que lidar com condutas inadequadas, sendo atenuadas
pelos costumes sem o pesar da violação da liberdade sexual.

Este artigo visa informar a relevância deste tema para atualidade do Direito
Penal. O termo popularmente conhecido como assédio no transporte público, também
o assédio de forma generalizada em qualquer ambiente de aglomeração denota da
prática de atos libidinosos. Diante disso, a produção da lei 13.718/2018 criminaliza os
crimes contra a liberdade sexual e corrigiu a terminologia para crimes de importunação
sexual.

Comumente conhecido como assédio, este comportamento inadequado


ocorre quando há posição hierárquica com a vítima no intuito de favorecimento sexual
com efeito de causar constrangimento, um mal-estar no ambiente profissional
diferentemente das situações que ocorrem no cotidiano.

A rotina de todo brasileiro, independentemente da região que domicilia,


demanda um certo tempo do seu dia para deslocar-se ao trabalho. E o transporte mais
utilizado são os meios públicos como os ônibus, metrôs e trens. Em que pese diversas
pessoas são molestadas nesses percursos, seja homem ou mulher. Principalmente,
as mulheres.

Outrora as importunações sexuais, hoje tipificadas pelo Código Penal, eram


sancionadas pelo artigo 61 do Decreto Lei nº 3.688 de 03 de outubro de 1941,
importunar alguém de modo ofensivo ao pudor e apenas penalizado com multa
irrisória. Na conjuntura dos fatos cada vez mais expandindo esse comportamento
reprovável por não haver um instrumento adequado para isso.

Nesse contexto, percebe-se que determinados setores da sociedade,


principalmente o movimento feminista, busca a interferência do direito penal cada vez
mais no âmbito da vida privada, requerendo respostas sobre o caráter histórico da
violência envolvendo o público feminino.
9
Destarte, em 24 de setembro de 2018, a Lei nº 13.718/18 fora sancionada
pelo Dias Toffoli então Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e membro do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que com esta produção legislativa garantiu as
consequências do crime de assédio sexual contra quem quer que seja inconveniente
para intimidade ou restrições sociais.

Dessa forma, serão expostos a importância desta produção legislativa e os


reflexos sociais, baseada na mudança processual e comportamental, especialmente
no combate ao machismo, com a chegada desta lei que através de falhas e acertos
com objetivo de propor novas formas de suprimir esse comportamento social, além da
punição.

2. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL NO TRANSPORTE PÚBLICO

Em setembro de 2017 à luz do dia um homem ejaculou em uma mulher dentro


do ônibus em São Paulo na região da Paulista. Uma primeira situação ele ejaculou no
pescoço de uma mulher que estava no ônibus e foi preso em flagrante por estupro,
mas solto logo depois pois a conduta não enquadrava no tipo penal. Passados uns
dias, atacou novamente outra passageira por esfregar o pênis no ombro e fora
indiciado por ato obsceno, preso em flagrante e encaminhado ao 78º Distrito Policial
(DP) sob comando do delegado Rogério de Camargo Nader que requereu a prisão
preventiva do agente.

A Constituição Federal nos garante no art. 1º o direito positivado da dignidade


da pessoa humana, aduz:

“A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

III - a dignidade da pessoa humana; ”

São as qualidades inerentes e únicas reconhecidas por cada um que a tornam


digna de igual respeito e consideração por parte do país e da sociedade. Neste
10
sentido, significa um conjunto de direitos e obrigações fundamentais para garantir que
a pessoa seja protegida de todo e qualquer violação comportamental, isso garante as
condições mínimas para uma vida saudável.

Conceitua sobre o assunto Plácido e Silva:

“Dignidade é a palavra derivada do latim dignitas (virtude, honra,


consideração), em regra se entende a qualidade moral, que,
possuída por uma pessoa serve de base ao próprio respeito em
que é tida: compreende-se também como o próprio
procedimento da pessoa pelo qual se faz merecedor do conceito
público; em sentido jurídico, também se estende como a
dignidade a distinção ou a honraria conferida a uma pessoa,
consistente em cargo ou título de alta graduação [...]”1

Posto isso, a dignidade sexual é uma das espécies da dignidade da pessoa


humana. Envolve a condição humana nas relações sexuais, o respeito e a proteção,
visando amparar a liberdade sexual.

De acordo com Fabio D’Elia, define:

“A colocação da dignidade sexual como bem jurídico tutelado


nos crimes sexuais pressupõe o abandono de um molde voltado
a aspectos morais para dar lugar à proteção do ser humano na,
talvez, vertente mais importante em nosso ordenamento jurídico,
que é a dignidade da pessoa humana. ” 2

No período colonial brasileiro o molde de formação familiar foi o modelo


patriarcal caracterizado pelo poder absoluto do patriarca, do “pater familias” este
exercia autoridade sobre todos os descendentes emancipados, sobre sua esposa e o
patrimônio. Essa característica está enraizada na formação social do Brasil e muitos
aspectos de nossa sociedade podem ser compreendidos a partir dele. Dessa forma,
perpetua à cultura de subjugação e opressão feminina, o estereótipo de como devem
se vestir, andar ou falar. Podemos observar que aos poucos isso tem sido
desconstruído pela sociedade, as mulheres têm cada vez mais ocupado espaços e

1
SILVA, Plácido e. Vocabulário Jurídico. Vol. II; São Paulo: Forense, 1967, p. 526.
2
D’ELIA, Fábio Suardi. Tutela Penal da Dignidade Sexual e vulnerabilidade. São Paulo: Letras Jurídicas, 2014.
11
cargos que antigamente eram predominância masculina. Entretanto, a cultura não
deixa de ser um fator com a ideia persistente de posse em relação a mulher.

Logo, esses constrangimentos como a aproximação indevida, passada de


mão, olhares fixos e voluptuosos, beijo roubado, entre outras condutas indesejadas
que geralmente acontecem dentro dos transportes coletivos, lugares com
aglomeração como show, eventos, festas, etc, ferem diretamente o princípio da
dignidade sexual.

Apenas quem já passou por isso sabe a dor, o medo e o desespero de sofrer
essa violência onde um indivíduo simplesmente invade o seu espaço, fere sua
dignidade e faz com que ainda se sinta culpada pelo ocorrido.

3. BREVE HISTÓRICO DA CONDUTA NÃO TIPIFICADA

Dado esse clamor social advindos sobretudo do sexo feminino essas


condutas sempre ocorreram e não tinha previsão punitiva no código penal, por isso
não eram denunciadas. Na verdade, ainda hoje é difícil realizarem esse tipo de
denúncia por medo de questionamentos sobre a veracidade dos fatos.

Em que pese essas atuações de importunar em transporte coletivo ou em


ambientes privados eram tipificados como importunação ofensiva ao pudor, conforme
o artigo 61 da Lei de Contravenções Penais, que dispõe:

“Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público,


de modo ofensivo ao pudor: pena- multa, de duzentos mil réis a
dois contos de réis”, não punida de forma adequada à gravidade
da situação.

Ao suceder os casos de importunação sexual em 2017 houveram diversos


debates a respeito. Vejamos, na atuação o acusado quando ejaculou no pescoço da
mulher e em outro ataque, esfregou o pênis no ombro da vítima fora indiciado por
“estupro” (art. 213, CP) que dispõe em ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso
com violência ou grave ameaça, no caso em questão não há que se falar em violência
ou grave ameaça dado que o indivíduo surpreendeu a moça com esse ato lascivo sem
12
emprego de “violência”. No caso em comento, o acusado foi posto em liberdade ao
subsumir ao art. 61, LCP elencado como infração de menor potencial ofensivo. Á
época também fora discutido a hipótese de “estupro de vulnerável” (art. 217-A), porém
não era o caso de a vítima não conseguir ofertar resistência, logo não qualifica o tipo.
Questionado ainda na possibilidade de enquadrar no “ato obsceno” (art. 233, CP) esse
comportamento obsceno ainda consistiria em soluções erradas dada a necessidade
de dar uma resposta proporcional ao dano causado. Também foram levantados
questionamentos em tipificar como “violação sexual mediante fraude” (art. 215, CP)
praticar conjunção carnal ou ato libidinoso que dificulte a livre manifestação de
vontade da vítima.

“Ora, a ejaculação é, obviamente um ato libidinoso e o recurso


de fazer de inopino, retirando da vítima qualquer possibilidade
de reação, seria o suficiente para o enquadramento típico.
Entretanto, acabou prevalecendo a polêmica e a alegação de
que a violação sexual mediante fraude somente se poderia
configurar pela fraude propriamente dita [...]” 3

A necessidade de punição mais severa derivou do princípio da


proporcionalidade. E o principal campo de atuação deste princípio é o âmbito dos
direitos fundamentais, que, como norma constitucional de avaliação, determina as
restrições que o Estado pode impor ao campo pessoal dos cidadãos, ou seja, exigi a
proteção dos indivíduos ante as intervenções estatais excessivas ou desnecessárias.

Nesta vertente temos o princípio da proteção deficiente dispõe que em termos


de proteção dos direitos fundamentais, nem a lei e nem o Estado podem expor
carência, ou seja, o princípio estipula a obrigação do Estado, um mecanismo de tutela
não pode ser abandonado para garantir a proteção de um direito fundamental. É onde
reside a fundamentação do crime de importunação sexual.

3
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Crimes contra a dignidade sexual: tópicos relevantes. 2º Edição. Curitiba,
Juruá, 2020. 132,133p.
CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Ejaculação no rosto de inopino e os perigos de uma tipificação penal simbólica.
Disponível em; www.jus.com.br Acesso em: 06 out. 2019
13
3.1. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

O crime de importunação sexual elencado no art. 125-A, CP, aduz:

“Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com


o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui


crime mais grave. ”

A tipificação retratada no artigo é considerada crime comum, ou seja, aquele


que não exige especificações para sujeito ativo, pode ser praticado por qualquer
pessoa seja do mesmo gênero ou não. Do mesmo modo, o sujeito passivo pode ser
praticado contra qualquer pessoa.

O verbo “praticar” no núcleo do caput concerne na prática de ato libidinoso


sem a autorização da vítima com intuito de satisfazer o próprio desejo sexual. O
elemento subjetivo do crime é o dolo só pode ocorrer quando coexistem a consciência
e a vontade de todos os elementos constitutivos do direito penal, mas principalmente
o desacordo da vítima. Portanto, não admite forma culposa.

Assim sendo, o ato libidinoso é todo comportamento de cunho sexual


destinado à satisfação do instinto sexual, em suas proteiformes manifestações.

Fernando Capez, por sua vez, explica:

“Compreende outras formas de realização do ato sexual, que


não a conjunção carnal. Pode-se afirmar que ato libidinoso é
aquele destinado a satisfazer a lascívia, o apetite sexual. Cuida-
se de conceito bastante abrangente, na medida em que
compreende qualquer atitude com conteúdo sexual que tenha
por finalidade a satisfação da libido. ”4

4
CAPEZ, Fernando; PRADO, Stela. Código penal comentado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 455
14
Outrossim, a lascívia pode ser definida como a satisfação do prazer sexual de
si mesmo ou dos outros em qualquer aspecto caracterizado por desejos incontroláveis
de modo a abusar da moral pública e privada.

A transcendência dessa produção legislativa é pena restritiva de liberdade,


com reclusão de até 5 anos, ou seja, admite inicialmente o regime fechado. O Código
Penal aplicando uma das sanções mais severas de modo ostensivo. É uma
mensagem de prevenção ao público fazendo com que a população se sinta mais
segura com a vigência da norma.

Destaca-se o adendo do legislador “se o ato não constitui crime mais grave”
indica se a conduta emoldar delito mais grave, exemplo, com emprego de violência
ou grave ameaça poderá ser tipificado pelo 213, CP, com pena aumentada. Não
obstante, se trata de infração de médio potencial ofensivo vez que a pena mínima é
de um ano, por conseguinte significa que pode ser concedido a suspensão condicional
do processo.

Este crime é de natureza de ação penal incondicionada, isto é ação promovida


em face do Ministério Público que não subordine a nenhuma condição, ou seja, sem
necessidade de manifestação de vontade da vítima. E isso é muito importante porque
o fato de denunciar o agente, o MP segue com o processo. Sendo também
competente para processar e julgar esses casos a Vara Criminal Comum.

4. IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO DA LEI 13.718/18

Essa produção legislativa deve abranger todas às mulheres, todas nós


devíamos saber essa lei decorada porque a partir do conhecimento que podemos
evocar as medidas cabíveis para penalizar os infratores.

A todos fiquem atentos as condutas que tipificam a importunação sexual quais


sejam beijo furtado, aproximação indesejada, olhar voluptuoso, gestos e encenação
de conotação sexual, toques lascivos, entre outras, são considerados crime.

Caso você sofra esse tipo de violência, a princípio e por mais difícil que seja
tente produzir provas do ocorrido, filme ou tire foto com o celular, chame atenção de
15
outra pessoa para que veja e testemunhe a situação e ajude a conter o agressor até
chegada das autoridades.

Procure ajuda seja de qualquer outra pessoa, mais eficiente uma figura de
autoridade dependendo do ambiente que estiver e acione imediatamente a polícia
para que o agente seja detido em flagrante.

Senão conseguir produzir nenhuma prova, realizar o flagrante, isso não deve
ser óbice para denúncia. Ainda é possível ofertar denúncia e é importante que você
diga o máximo de informações que lembrar do agente e do ocorrido tais como se for
no transporte público a linha do trem/metrô, direção, horário, tudo o que puder lembrar,
caso tenha acontecido na rua, recordar endereço, verificar se possui câmeras de
segurança, pois tudo isso será importante para identificação do agente na
investigação policial.

Feito isto, encaminhe a uma delegacia da mulher, caso não tenha uma em
sua cidade, a delegacia de polícia e registre o boletim de ocorrência.

De toda forma senão conseguir fotos, filmagem, lembranças do local,


nenhuma prova ainda sim é importante sua denúncia porque vai servir para pautas
políticas e verificação dos índices dessa violência fazendo com que o Estado tome as
medidas adequadas seja com mais patrulhamento, conscientização mais incisiva para
que as pessoas ao presenciarem não sejam tolerantes.

Ao sofrer essa violência, sabemos, que algumas pessoas tendem a ficar em


estado de choque, paralisado porque é uma sensação de inviolabilidade, porém
intercedo para que reaja sempre a esses ataques, não deixem esses indivíduos serem
impunes.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ante o desenvolvimento deste artigo, conclui-se a importância dessa


produção legislativa perante a proteção da dignidade sexual, o que segue é a
necessidade de discussão em fortalecer a proteção às mulheres, vez que estamos

16
arraigados pela cultural patriarcal no Brasil onde somos inferiorizadas e subjugadas
pelo simples fato de ser do sexo oposto.

Vista disto, o legislativo Brasileiro está cada vez mais progredindo para
proteger as mulheres dado como a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), Lei do
Feminicídio (Lei nº 13.104/15), agora Lei de importunação sexual (Lei 13.718/18). Em
que pese não estou dizendo que apenas mulheres sofrem essas violências
supramencionadas, todavia é o público mais atingido.

A Lei 13.718/18 fora apresentada neste artigo, tendo em vista as lacunas


legislativas em nosso ordenamento jurídico, expor o progresso que traz às mulheres
legalmente com veemência da pena fazendo com que sentíssemos seguros com a
vigência da norma.

Infelizmente, ainda são muitos os casos causados pelo crime de importunação


sexual, mesmo com a tipificação do Código Penal é notório o crescente o registro de
tais crimes. A punição dos infratores aumentou, isso resulta em certo sentimento de
justiça e conformidade para as vítimas.

Em síntese, é evidente que ainda temos de trabalhar muito atrás de proteção


e a necessidade de criar políticas públicas procurem incentivar a igualdade material
entre gêneros e combater ao patriarcado tão presente em nossa sociedade.

6. REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Tiago Lustosa Luna de. Importunação sexual deixou de ser


contravenção e virou crime. Análise do delito criado pela Lei 13.718/2018.
Disponivel em: < https://jus.com.br/artigos/69232/importunacao-sexual-deixou-de-
ser-contravencao-e-virou-crime >

BRASIL, Constituição (1988). Constituição Da República Federativa Do Brasil.

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CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Crimes contra a dignidade sexual: tópicos
relevantes. 2º Edição. Curitiba, Juruá, 2020. 132,133p.

CABETTE, Eduardo Luiz Santos. Ejaculação no rosto de inopino e os perigos de


uma tipificação penal simbólica. Disponível em; www.jus.com.br Acesso em: 06
out. 2019

CARDOSO, Sílvia. Assédio sexual em espaços públicos e o crime de


importunação sexual: entendendo esse novo crime. A Lei nº 13.718/2018 inseriu
um novo delito no art. 215-A do Código Penal, chamado de "importunação sexual".
Disponível em: < https://silviallc.jusbrasil.com.br/artigos/673284984/assedio-sexual-
em-espacos-publicos-e-o-crime-de-importunacao-sexual-entendendo-esse-novo-
crime >

CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Juiz Federal. Foi Defensor Público, Promotor
de Justiça e Procurador do Estado. Legislação: As mudanças nos crimes sexuais
promovidas pela Lei nº 13.718/2018. Disponível em: <
https://crianca.mppr.mp.br/pagina-2165.html# >

BERTH, Joice. Empoderamento. Coleção Feminismos plurais. São Paulo: Sueli


Carneiro. Jandaíra, 2020.

CAPEZ, Fernando; PRADO, Stela. Código penal comentado. 3. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012, p. 455

SILVA, Plácido e. Vocabulário Jurídico. Vol. II; São Paulo: Forense, 1967, p. 526.

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D’ELIA, Fábio Suardi. Tutela Penal da Dignidade Sexual e vulnerabilidade. São
Paulo: Letras Jurídicas, 2014.

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