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Na Constituição Federal estabelece-se que, menores de dezoito anos são penalmente

inimputáveis. Entretanto, é de suma importância, diante do cenário vigente, discutir sobre a


maioridade penal. O combate à criminalidade não começa e nem termina com a redução da
maioridade, mas sim com o conhecimento dos fatores sociais que levam os jovens a cometerem
as infrações, e como lidar com eles, tal como sua socialização e sua educação desvalorizadas.

A princípio, é importante ressalta que, o sistema carcerário brasileiro se encontra superlotado e


não contribui para a reinserção dos jovens na sociedade. De tal modo que, se a lei fosse
aprovada, os adolescentes após cumprirem sua pena ficariam marginalizados pela sociedade e
não teriam oportunidades de corrigirem seus erros. Posteriormente, voltaria a cometer delitos já
que sua resocialização não foi vultosa. O filósofo Pitágoras defendia que ao educar as crianças
não seria preciso castigar os adultos, dessa forma, investir em educação como transformador
social é mais viável do que ampliar o sistema prisional brasileiro.

Ademais, a falta de investimento na educação corrobora o aumento dos crimes praticados por
menores. Segundo uma pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo), a cada 1% de
investimento na educação, 0,1% do índice de criminalidade é reduzido. Além disso, tratar o jovem
em fase de formação como criminoso em potencial é tratar apenas o efeito e não a causa. Cada
vez mais adolescentes desistem de estudar devido à falta de materiais, incentivos e
principalmente de qualidade. Ao se depararem com um ensino que não os fará progredir, o
caminho mais fácil torna-se convidativo para o jovem, que acaba cedendo ao mundo do crime.

Contudo, medidas precisam ser tomadas. Cabe ao MEC (Ministério da Educação) investir na
reestruturação das escolas públicas, incentivando um ensino mais didático, que priorize o
desenvolvimento social do aluno, a construção do seu senso crítico e a importância de seu papel
na sociedade. E através de parcerias com, e com o Conselho Tutelar, crie programas de inclusão
de jovens em situação de risco, priorizando o ensino profissional com o intuito de inseri-los no
mercado de trabalho futuramente,com todo suporte e estrutura essenciais. Dessa maneira, menos
jovens escolherão o mundo do crime, e aos que escolherem serão devidamente corrigidos, e será
viável reverter toda a situação e não a Constituição.

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