Você está na página 1de 202

Texto de apoio de Quim. Inorg.

II 1

Sem algum conhecimento de si próprio, o seu conhecimento de outras


coisas é imperfeito, pois conhecer uma coisa sem conhecer quem a conhece
é meio conhecimento, ao passo que conhecer quem a conhece é conhecer-se
a si mesmo. Collingwood, um filósofo inglês.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 2

1.0 OS ELEMENTOS DO IB SUBGRUPO ...................................................................... 8


1.1 Características Gerais................................................................................................ 8
1.2 O COBRE ................................................................................................................... 10
1.2.1 Ocorrência na natureza ........................................................................................ 10
1.2.2 Obtenção .............................................................................................................. 10
1.2.4 Propriedades quimicas : ....................................................................................... 11
1.3 A PRATA.................................................................................................................... 13
1.3.1 Historial................................................................................................................ 13
1.3.2 Ocorrência na natureza ........................................................................................ 13
1.3.3 Obtenção .............................................................................................................. 14
1.3.3.1 Equações de obtenção laboratorial.................................................................... 15
1.3.3.2 Equações de obtenção industrial ....................................................................... 16
1.3.4 Propriedades físicas ............................................................................................. 16
1.3.4 Propriedades químicas ......................................................................................... 17
1.3.4.2 Interacção com água, bases e ácidos ................................................................. 19
1.3.5 Os compostos de prata em estados de valência superiores .................................. 19
1.3.6 Aplicações ............................................................................................................ 19
1.4 O OURO ..................................................................................................................... 20
1.4.1 Historial................................................................................................................ 20
1.4.2 Ocorrência na natureza ........................................................................................ 20
1.4.3 Obtenção .............................................................................................................. 21
1.4.4 Propriedade Física ................................................................................................ 22
1.4.5 Propriedade Química ........................................................................................... 22
1.4.6 Compostos de ouro .............................................................................................. 22
O tricloreto de ouro ( AuCl3 ) e o ácido cloroáurico ( HAuCl4 ) são dois dos compostos
mais comuns de ouro. ................................................................................................... 22
Apesar de ser um metal nobre ( devido a baixa reatividade ) forma diversos compostos.
Geralmente, nestes compostos, apresenta estados de oxidação +1 e +3. ...................... 23
Os complexos de ouro apresentam baixos índices de coordenação e apresentam tendência a
linearilidade: L-Au-L.Forma o óxido de ouro (III), Au2O3, halogenetos e complexos com
estados de oxidação +1 e +3. ........................................................................................ 23
Existem, ainda, alguns complexos raros de ouro com estados de oxidação +2 e +5. ... 23
Também forma cúmulos de ouro ( compostos cluster), com ligações químicas entre os
átomos de ouro. Alguns deles são denominados ouro líquido...................................... 23
1.4.7 Aplicação ............................................................................................................. 23
1.4.8 Papel biológico..................................................................................................... 24
1.4.8.1 Precauções......................................................................................................... 24
2.0 IIB SUBGRUPO OU SUBGRUPO DE Zn ............................................................... 25
2.1 Caracteristicas gerais ............................................................................................. 25
2.2 O ZINCO .................................................................................................................... 26
2.2.1 Ocorrência na Natureza........................................................................................ 26
2.2.2 Obtenção .............................................................................................................. 26
2.2.3 Propriedades Físicas............................................................................................. 26
2.2.4 Propriedades Químicas. ....................................................................................... 27

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 3

2.2.4.1 Interage com bases e ácidos: ............................................................................. 27


2.2.5 Combinações do Zn ............................................................................................. 28
2.2.5.1 Óxidos e Hidróxidos ......................................................................................... 28
2.2.5.2 Hidrólise dos Sais ............................................................................................. 28
2.2.6 Aplicação ............................................................................................................. 29
2.3 CÁDMIO (Cd ) ........................................................................................................... 29
2.3.1 Historial................................................................................................................ 29
2.3.2 Ocorrência na natureza ........................................................................................ 30
2.3.3 Obtenção do cádmio ............................................................................................ 30
2.3.4 Propriedades físicas do cádmio ............................................................................ 30
2.3.5 Propriedades químicas do cádmio ....................................................................... 31
2.3.6 COMPOSTOS DE CÁDMIO .............................................................................. 31
2.3.6.1 Óxido de cádmio (CdO ) .................................................................................. 31
2.3.6.2 Hidróxido de cádmio Cd(OH)2 ......................................................................... 32
2.3.6.3 O sulfureto de cádmio ....................................................................................... 32
2.3.7 APLICAÇÕES ..................................................................................................... 32
2.4 O MERCÚRIO............................................................................................................ 33
2.4.1 Abundância .............................................................................................................. 33
2.4.2 Obtenção .............................................................................................................. 34
2.4.3 Propriedades físicas ............................................................................................. 34
2.4.4 Propriedades químicas ......................................................................................... 34
2.4.5 Hidrólise dos Sais ................................................................................................ 37
2.4.6 Propriedades Oxidantes ....................................................................................... 37
2.4.7 Aplicação: ............................................................................................................ 38
3.0 ELEMENTOS DO IIIB SUBGRUPO. ....................................................................... 39
3.1 O ESCÂNDIO ............................................................................................................ 39
3.1.1 Ocorrência na natureza ........................................................................................ 39
3.1.2 Obtenção do Escândio.......................................................................................... 39
3.1.3 Propriedades físicas ............................................................................................. 40
3.1.4 Propriedades químicas ......................................................................................... 40
3.1.5 Compostos de Escândio ....................................................................................... 41
3.1.6 Complexos ........................................................................................................... 43
3.1.7 Aplicações ............................................................................................................ 43
3.2 O ITRIO ...................................................................................................................... 43
3.2.1 HISTÓRIA ........................................................................................................... 43
3.2.4 OBTENÇÃO ........................................................................................................ 44
3.2.4 PROPRIEDADES FISICAS ................................................................................ 44
3.2.5 PROPRIEDADES QUIMICAS ........................................................................... 44
3.2.6 COMPOSTOS...................................................................................................... 45
3.2.7 APLICACÕES ..................................................................................................... 45
3.2.8 PRECAUÇÕES.................................................................................................... 46
3.3 O LANTÂNIO ............................................................................................................ 46
3.3.1 História................................................................................................................. 46
3.3.2 Ocorrência ............................................................................................................ 47
3.3.3 Obtenção .............................................................................................................. 47
3.3.4 Propriedades Físicas............................................................................................. 48

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 4

3.3.5 Propriedades quimicas ......................................................................................... 48


3.3.6 APLICAÇÕES ..................................................................................................... 49
3.4 LANTANÍDEOS ........................................................................................................ 50
3.4.1 HISTORIAL ........................................................................................................ 50
3.4.2 OCORRÊNCIA.................................................................................................... 51
3.4.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS .......................................................................... 52
3.4.4 OBTENÇÃO ........................................................................................................ 55
3.4.5 PROPRIEDADES QUÍMICAS ........................................................................... 57
3.4.6 PROPRIEDADES FÍSICAS ................................................................................ 58
3.4.7 APLICAÇÃO ....................................................................................................... 59
3.4.8 COMPOSTOS DE LANTANÍDEOS .................................................................. 60
3.4.9 Aplicações ............................................................................................................ 61
3.5 O ACTINIO ................................................................................................................ 62
3.5.1 Historial................................................................................................................ 62
3.5.2 Caracteristicas gerais ........................................................................................... 62
3.5.3 Ocorrência: ........................................................................................................... 62
3.5.4Obtenção ............................................................................................................... 62
3.5.5 Propriedades fisicas ............................................................................................. 63
3.5.6 Propriedades quimicas ......................................................................................... 63
Aplicações ..................................................................................................................... 65
3.6 ACTÍNIDEOS............................................................................................................. 65
3.6.1 Características gerais ........................................................................................... 65
3.6.1.1 Estados de valência ............................................................................................... 66
3.6.1.2 Contração actinídea ............................................................................................... 67
3.6.1.3 Paramagnetismo .................................................................................................... 67
3.6.1.4 Coloração .............................................................................................................. 67
3.6.2 Ocorrência ............................................................................................................ 67
3.6.3 Obtenção de alguns actínideos ............................................................................. 68
3.6.4 Propriedades Físicas............................................................................................. 68
3.6.5 Propriedades quimicas ......................................................................................... 69
3.6.6 Aplicações ........................................................................................................... 71
4.0 ELEMENTOS DO IVB SUBGRUPO ........................................................................ 71
4.1 O TITÂNIO ................................................................................................................ 72
4.1.1 Historial................................................................................................................ 72
4.1.2 Ocorrência na Natureza........................................................................................ 72
4.1.3 Obtenção .............................................................................................................. 73
4.1.4 Propriedades Físicas............................................................................................. 73
4.1.5 Propriedades Físicas............................................................................................. 73
4.1.6 Propriedades Químicas. ....................................................................................... 74
4.1.7 Alguns compostos (Óxidos e Hidróxidos) ........................................................... 76
4.1.8 Aplicação ............................................................................................................. 76
4.2 O ZIRCÓRNIO ........................................................................................................... 77
4.2.1 Ocorrência ............................................................................................................ 77
4.2.2 Obtenção no laboratório ....................................................................................... 77
4.2.3 Propriedades Físicas............................................................................................. 77
4.2.4 Propriedades Químicas. ....................................................................................... 77

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 5

4.2.5 Aplicação ............................................................................................................. 78


5.1 O VANÁDIO .............................................................................................................. 79
5.1.1 Historial................................................................................................................ 79
5.1.2 Abundância na Natureza ...................................................................................... 80
5.1.3 Obtenção .............................................................................................................. 80
5.1.4 Propriedades físicas ............................................................................................. 82
5.1.5 Propriedades Químicas. ....................................................................................... 82
5.1.6 Compostos de vanádio ......................................................................................... 83
5.1.7 Ácido vanádico .................................................................................................... 86
5.1.8 SAIS DE VANÁDIO ........................................................................................... 86
5.1.9 VANADATOS ..................................................................................................... 87
5.2 O NIÓBIO ................................................................................................................... 88
5.2.2 Obtenção ( ver obtenção do vanádio) .................................................................. 88
5.2.3 Propriedades Físicas............................................................................................. 88
5.2.4 Propriedades quimicas ......................................................................................... 88
5.2.4.1 Interacção com Ácidos .......................................................................................... 88
5.2.5 Compostos de nióbio............................................................................................ 89
5.2.6 Aplicação ............................................................................................................. 89
5.3 O TÂNTALO .............................................................................................................. 90
5.3.1 Historial................................................................................................................ 90
5.3.2 Ocorrência ............................................................................................................ 90
5.3.3 Obtenção .............................................................................................................. 90
5.3.4 Propriedades Físicas............................................................................................. 91
5.3.5 Propriedades Químicas. ....................................................................................... 91
5.3.6 COMPOSTOS DE TÂNTALO ........................................................................... 92
5.3.7 Aplicação ............................................................................................................. 94
6.1 O CRÓMIO ................................................................................................................. 96
6.1.1 Breve historial do cromio..................................................................................... 96
6.1.2 Ocorrência na natureza ........................................................................................ 97
6.1.3 Obtenção .............................................................................................................. 97
6.1.4 Propriedades Físicas............................................................................................. 97
6.1.5 Propriedades Químicas ........................................................................................ 98
6.1.6 Àcido Crômico e dicrómico ................................................................................. 99
6.1.7 Dicromatos ou policromatos .............................................................................. 101
6.1..8 COMPOSTOS DE CRÓMIO ........................................................................... 103
6.1.8.5 Aplicação ........................................................................................................ 111
6.2 O MOLIBIDÉNIO (Mo) ........................................................................................... 112
6.2.1 Abundãncia na Natureza .................................................................................... 112
6.2.2 Obtenção ............................................................................................................ 112
6.2.3 Propriedades físicas ........................................................................................... 113
6.2.4. Propriedades Químicas ..................................................................................... 113
6.2.5 Compostos de Molibdénio ................................................................................. 113
6.2.6 APLICAÇÕES ................................................................................................... 117
6.3 VOLFRÂMIO (TUNGSTÊNIO) .............................................................................. 117
6.3.1 Historial.............................................................................................................. 117
6.3.2 Ocorrência .......................................................................................................... 117

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 6

6.3.3 Obtenção ............................................................................................................ 118


6.3.4 Propriedades Físicas........................................................................................... 119
6.3.5 Propriedades Química ........................................................................................ 119
6.3.6 COMPOSTOS DE VOLFRÂMIO .................................................................... 120
O hexafluoreto de tungstênio pode ser obtido pela acção do cloro sobre o tungstênio aquecido
ao rubro fraco em ausência de Oxigênio. É muito rectivo, fumega ao ar e ataca praticamente
todos os metais, salvo o ouro e platina. .......................................................................... 120
6.3.7 Aplicações: ......................................................................................................... 122
7.1 O MANGANÊS (Mn) ............................................................................................... 124
7.1.1 Historial.............................................................................................................. 124
7.1.2 Abundância na Natureza .................................................................................... 124
7.1.3 Obtenção ............................................................................................................ 124
7.1.4 Propriedades Físicas........................................................................................... 125
7.1.5 Propriedades quimicas ....................................................................................... 125
7.1.6 COMPOSTOS DE MANGANÊS ..................................................................... 126
7.1.6.3.1 OS MANGANATOS (IV) ........................................................................... 135
7.1.7 Aplicações .......................................................................................................... 139
7.2 O TECNÉCIO (Tc) .................................................................................................. 140
7.2.1 Ocorrência ......................................................................................................... 140
7.2.2 Obtenção ............................................................................................................ 140
7.2.3 Propriedades físicas ........................................................................................... 140
7.2.4 Propriedades químicas ....................................................................................... 141
7.2.5 Compostos de tecnécio ..................................................................................... 141
7.2.6 Aplicações do tecnécio ...................................................................................... 142
7.3 RÊNIO ...................................................................................................................... 142
7.3.1 Historial.............................................................................................................. 142
7.3.2 Ocorrência .......................................................................................................... 142
7.3.3 Obtenção ............................................................................................................ 142
7.3.4 Propriedades físicas ........................................................................................... 143
7.3.5 Propriedades químicas ....................................................................................... 143
7.3.6 COMPOSTOS DE RÊNIO ................................................................................ 144
7.3.7 Aplicações .......................................................................................................... 147
8.1 O FERRO .................................................................................................................. 149
8.1.1 Historial.............................................................................................................. 149
8.1.2 Ocorrência .......................................................................................................... 149
8.1.3 Obtenção ............................................................................................................ 149
8.1.4 Propriedades físicas .......................................................................................... 151
8.1.5 Propriedades quimicas ...................................................................................... 152
8.1.6 Compostos de Ferro .......................................................................................... 153
8.1.6.1 Compostos de Ferro II .................................................................................... 153
8.2.6.2 Compostos de Ferro III ................................................................................... 156
8.1.6.3 Compostos de Ferro Com Estado de Valência Pouco Comum...................... 159
8.1.6.4 Compostos de ferro (VI) ................................................................................. 160
8.1.7 Ligas de Ferro .................................................................................................... 160
8.1.8 Aplicação ........................................................................................................... 162
8.2 O COBALTO ............................................................................................................ 163

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 7

8.2.1 Historial.............................................................................................................. 163


8.2.2 Ocorrência .......................................................................................................... 163
8.2.3 OBTENÇÃO ...................................................................................................... 163
8.2.4 Propriedades Físicas de Fe,Ni e Co. .................................................................. 164
8.2.5 Propriedades quimicas ....................................................................................... 164
8.2.6 COMPOSTOS DE COBALTO ......................................................................... 165
8.2.6.1 Compostos de Cobalto II ................................................................................ 165
COMPLEXOS DE COBALTO II .............................................................................. 166
8.2.6.2 Compostos de Cobalto III ............................................................................... 167
COMPLEXOS DE COBALTO III ............................................................................. 168
8.2.7 Aplicação ........................................................................................................... 168
8.3 O NÍQUEL ................................................................................................................ 169
8.3.1 Historial.............................................................................................................. 169
8.3.2 Ocorrência .......................................................................................................... 169
8.3.3 Obtenção ........................................................................................................... 169
8.3.4 Propriedades fisicas ........................................................................................... 170
8.3.5 Propriedades químicas ....................................................................................... 170
8.3.6 COMPOSTOS DE NÍQUEL ............................................................................. 171
COMPLEXOS DE NÍQUEL ...................................................................................... 173
8.3.7 Aplicação ........................................................................................................... 175
8.4 URÂNEO .................................................................................................................. 175
8.4.1 Historial.............................................................................................................. 175
8.4.2 Ocorrência na Natureza...................................................................................... 176
8.4.3 Obtenção de Urâneo ........................................................................................... 177
8.3.4 Propriedades Físicas........................................................................................... 178
8.3.5 Propriedades Químicas de Urâneo .................................................................... 178
8.3.6 Compostos de Urânio ......................................................................................... 179
8.3.7 Aplicação de Urâneo .......................................................................................... 182
8.3.8 Precauções.......................................................................................................... 182
8.4 A PLATINA.............................................................................................................. 182
8.4.1 Historial.............................................................................................................. 182
8.4.2 Ocorrência .......................................................................................................... 183
8.4.3 Obtenção ............................................................................................................ 183
8.4.4 Propriedades físicas ........................................................................................... 183
8.4.5 Propriedades químicas ....................................................................................... 183
8.4.6 COMPOSTOS DE PLATINA ........................................................................... 184
8.4.7 Aplicação ........................................................................................................... 187
9.2 Composição de compostos complexos ................................................................ 189
9.3 Dissociação de compostos complexos .................................................................. 189
9.4 Tipos principais de Compostos Complexos......................................................... 193
9.5 Nomenclatura dos compostos complexos ............................................................. 195
9.6 Equilíbrio nas Soluções de Compostos Complexos ............................................. 197
9.7 Isomeria dos compostos Complexos..................................................................... 198

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 8

1.0 OS ELEMENTOS DO IB SUBGRUPO


1.1 Características Gerais
Os elementos deste grupo são metais moles muito dúcteis e maleáveis podendo ser reduzidos
a lâminas finíssimas, excelentes condutores de electricidade nenhum outro grupo apresenta
tão alta condutibilidade eléctrica sendo seguidos por zinco e cádmio do grupo IIB vizinho

Os elementos deste grupo apresentam como os mentais alcalinos apenas um electrão na


orbital diferem deles porem por possuírem 18 electrões no penúltimo nível
Os mentais alcalinos são os mais reactivos enquanto que os metais moedas como são
chamados quase não são reactivos

Os mentais deste grupo finalizam a série electrónica enquanto que os mentais alcalinos estão
no topo da série
Como mentais de transição tem a principal característica a sua habilidade de formar
numerosos complexos

Acção catalítica e extensivo poder de numero de oxidação


Habilidade de actuar como ácidos de Lewis reagindo com bases de Lewis formando
numerosos complexos

Possuem raios menores em relação aos metais do grupo A o que condiciona uma maior
densidade, as temperaturas de fusão e os valores maiores de entalpia de atomização dos
mentais. Pois as forcas de atracção entre elas são maiores, o raio pequeno também implica os
valores de energia de ionização mais altos do que os metais do grupo A..

Oxidam-se com dificuldade, ao contrário os seus iões reduzem-se facilmente, não se


decompõe em água em quaisquer condições os seus hidróxidos são bases relativamente
fracas, a camada de 18 electrões ao mesmo tempo estável nos outros elementos, a que ainda
não é estabilizada completamente e é capaz de perder facilmente os electrões.
Os elementos deste grupo são metais moles muito dúcteis e maleáveis podendo ser
reduzidos a lâminas finíssimas, excelentes condutores de electricidade nenhum outro grupo

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 9

apresenta tão alta condutibilidade eléctrica sendo seguidos por zinco e cádmio do grupo IIB
vizinho

Os elementos deste grupo apresentam como os mentais alcalinos apenas um electrão na


orbital diferem deles porem por possuírem 18 electrões no penúltimo nível
Os mentais alcalinos são os mais reactivos enquanto que os metais moedas como são
chamados quase não são reactivos

Os mentais deste grupo finalizam a série electrónica enquanto que os mentais alcalinos estão
no topo da série

Como mentais de transição tem a principal característica a sua habilidade de formar


numerosos complexos
Acção catalítica e extensivo poder de numero de oxidação
Habilidade de actuar como ácidos de Lewis reagindo com bases de Lewis formando
numerosos complexos
Possuem raios menores em relação aos metais do grupo A o que condiciona uma maior
densidade, as temperaturas de fusão e os valores maiores de entalpia de atomização dos
mentais. Pois as forcas de atracção entre elas são maiores, o raio pequeno também implica os
valores de energia de ionização mais altos do que os metais do grupo A
Oxidam-se com dificuldade, ao contrário os seus iões reduzem-se facilmente, não se
decompõe em água em quaisquer condições os seus hidróxidos são bases relativamente
fracas, a camada de 18 electrões ao mesmo tempo estável nos outros elementos, a que ainda
não é estabilizada completamente e é capaz de perder facilmente os electrões. Porem, como
se vê da formula referida mais adiante, os seus átomos contem o subnivel (n-1) d não 9
electrões mas sim 10. Isso porque a estrutura (n-1)d10 S1 é mais estável que (n-1)d9 S2.
Porem, como se vê da formula referida, os seus átomos contem o subnivel (n-1) d não 9
electrões mas sim 10. Isso porque a estrutura (n-1)d10 S1 é mais estável que (n-1)d9 S2.
Cobre Cu 4s1;3d10
Prata Ag 5s1;4d10
Ouro Au 5s1;4d10

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 10

1.2 O COBRE
1.2.1 Ocorrência na natureza
No estado nativo encontra-se na natureza em forma de filões, mais usualmente em poucas
quantidades.
É encontrado comummente nos minérios de óxidos e sulfuretos sob forma de :
- Calcopirita de cobre (CuFeS2); Calcozina (Cu2S); Cuprita ( Cu2O), minério de Tahl
(Cu3SbS) , Borita (Cu3FeS) e malaquita (CuOH)2CO3. O teor de cobre na crusta terrestre é de
0.007% isto é 350 vezes mais do que prata.. Cerca de 250 milhões de toneladas de jazidas
conhecidas.

1.2.2 Obtenção
O método de obtenção vária com o minério e a região, isto é, apresenta um processo
complicado. Geralmente ustula-se o minério e aquece-se o produto em forno de revérbero.
Forma-se, geralmente, mistura de sulfuretos de cobre e ferro fundido, a que se dá o nome de
mata e a partir do qual, num conversor semelhante ao de Bessemer, forma-se o cobre, através
da reacção:

Cu2S + 2Cu2O 6Cu + SO2

O metal é refinado por ustulação em forno de revérbero ou por electrólise.


٠ Obtém-se também por fusão ou calcinação do minério para produzir, primeiro o Cu2S e
depois o metal cobre pela oxidação da mata ( Cu2S), conforme as equações de reacções em
etapas:
2CuFeS2 + 4O2 Cu2S + 2 FeO + 3SO2
Cu2S + O2 2Cu + SO2
O cobre obtido é impuro e pode ser purificado por electrólise.

Os minérios de carbonato de cobre podem ser reduzidos com carvão:


CuCO3.Cu(OH)2 + C 2Cu + 2CO2 + H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 11

٠ Por calcinação da malaquita e nitrato de cobre obtém-se óxido de cobre que por
aquecimento, com substâncias orgânicas oxida-se o óxido de cobre transformando o carbono
em dióxido de carbono, hidrogénio em água e cobre “análise elementar de substâncias
orgânicas”.
4CuO + CH4 4Cu + CO2 + 2H2O

٠Redução do óxido por carbono:


Cu2O +C 2Cu + CO

٠ Interacção de seus sais com sucatas:


O sulfato de cobre contido na água obtida na lavagem de cinzas de pirite por ácido sulfúrico
com cloreto cúprico em contacto com sucatas de ferro:
CuSO4 + Fe Cu + FeSO4
3CuCl2 + Fe 3Cu + Fe Cl3

1.2.3 Propriedades físicas:


É um metal fluxo, brilhante, dúctil, tenaz de cor- de- rosa; resiste contra a ruptura a ruptura;
Seus pontos de fusão e ebulição são a 1083ْ c e 2595ْ c, respectivamente, tem densidade
igual a 8.95.
Conduz calor e corrente eléctrica.

1.2.4 Propriedades químicas:


Reacção com oxigénio:
-No ar seco o cobre não se altera, visto que a película de óxidos serve duma protecção contra
a oxidação posterior , mas ao se elevar a temperatura a 200 c à 375 c , haverá uma mistura
de óxido cúprico e óxido cuproso formando a película preta:
2Cu + O2 2CuO
4Cu + O2 2Cu2O

- Na presença de ar húmido e do CO2 , a superfície de cobre, cobre-se pela camada verdeada


do carbonato de hidroxocobre – (CuOH)2CO3 ;

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 12

- Interacção com halogéneos


O cobre é um metal pouco activo, porém reage com halogéneos a temperatura ambiente,
formando haletos (CuF2, CuCl2, CuBr2, CuI2):
Cu + F2 CuF2
Cu + Cl2 CuCl2 etc.

- Interacção com enxofre


Ao ser aquecido, o cobre, reage com enxofre:
2Cu + S Cu2S ( mate)
- Interacção com ácidos
O cobre é dificilmente atacado pelos ácidos, sendo atacado pelos oxidantes como os ácidos
nítrico e sulfúrico concentrados. Os ácidos clorídrico e sulfúrico diluído só atacam o cobre na
presença do ar onde dissolve-se formando sais respectivos:
Cu + 2H2SO4(c) CuSO4 + SO2 +2H2O
Cu + 4HNO3(c) Cu(NO3)2 + 2NO2 + 2H2O
Cu + 8HNO3(d) 3Cu(NO3)2 + 2NO + 4H2O
2Cu + 4HCl + O2 2CuCl2 + 2H2O
Cu + 2CH3COOH + O2 Cu(CH3COO)2. H2O
Reage com ácidos de Lewis formando complexos, ex:(Cu(NH3)4)2+

1.2.5 Aplicações
Nas construções: os seus sais servem para produzir tintas de variadas cores ( verde, azul,
pardas, violetas e negras). Pela sua dureza e fácil trabalho é usado para cobertura de tectos.

1.2.5.1 Na indústria: Devido à sua condutibilidade térmica e eléctrica, maleabilidade, boa


qualidade de fundição, grande resistência à ruptura e estabilidade química aplica-se
largamente 40% para fios e cabos eléctricos, caldeiras, aparelhos de destilação, na matérias
electrónicos para geleiras, fabrico de fibras artificiais, etc.

1.2.5.2 Na agricultura: pertencendo ao grupo denominado micro-elementos ( Cu, Fe, Mn,


Mo, B,Zn e Co) :

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 13

- Aumenta a actividade das enzimas, que favorecem a síntese de açúcar, amido, proteínas,
ácidos nucléicos, vitaminas e fermento;
- Juntamente com micro-organismos são introduzidos no solo e o adubo que contém cobre
contribui para o crescimento da planta, em solos pouco férteis aumentam a estabilidade
contra a seca, frio e algumas doenças;
- o seu complexo dissolve a celulose.

1.2.6 Ligas de cobre: A partir do (1) latão ( 70-85% cobre e 15-30% zinco) e (2) bronze (
75-95% cobre e 5-25% estanho) fabrica-se ferramentas, tubos e acessórios industriais,
torneiras , etc.(3) Constantan (60 % de cobre e 40% de Níquel), usado no fabrico de
resistências eléctricas; (4) Monel ( 30% cobre e 70% Níquel), no fabrico de peças de elevada
resistência à corrosão usados nas indústrias químicas, e mais.

NB: A loiça de cobre deve ser estanhada, isto é, coberta de dentro pela camada de estanho
para prevenir a possibilidade de formação de sais de cobre que são venenosos.

1.3 A PRATA
1.3.1 Historial
A prata é conhecida desde épocas remotas. Seu uso é citado no génesis e a sua purificação,
no crisol nos livros de Salomão. Os egípcios já a conheciam 4000 anos de a.C. Há no museu
do Louvre um vaso de prata de caldeia do ano 2850 a.C. Os hititas desenvolveram a sua
metodologia e, na Espanha já era explorado em épocas bem remotas.

1.3.2 Ocorrência na natureza


A prata é abundante na natureza essencialmente menor do que o cobre. Ele aparece quase
sempre como minério junto ao ouro, cobre, níquel, cobalto e zinco. Alguns lugares exemplo
Canadá aparece na forma nativa. Constitui parte da crusta terrestre com 2.10-5 %. Seus
principais minérios são: argentita (Ag2S) (o mais comum), pirargirita ou prata-rubi (Ag3SbS3)
e estefanita (Ag5SbS4).

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 14

A prata é encontrada ainda abundantemente, no estado de sulfureto misturado com galena


(sulfureto de chumbo). Todas galenas contêm prata (0.01 a 0.05%). Algumas galenas são
consideradas ricas em prata, quando ultrapassam 0.5% (raramente passando de 1%). São
chamados galenas argentíferas constituem a principal fonte da extracção da prata.

1.3.3 Obtenção
A prata pode ser extraída dos seus minérios por via seca e por via húmida. Para extracção da
prata por via húmida recorre-se ao processo de cianuração.

Neste método, o mineiro finamente moído é introduzida em cubas, onde se procede a sua
lavagem por uma solução a 0.4% de cianeto de sódio (NaCN) fazendo-se ou não borbulhar ar
segundo a prata que se encontra no estado livre ou no estado sulfureto de prata. Em qualquer
dos casos, a prata passa à solução, sob a forma de cianeto duplo de sódio e prata
[NaAg(CN)2]:

AgCl + 2NaCN Na[Ag(CN)2] + NaCl

Ag2S + 4 NaCN 2Na[Ag(CN)2] + Na2S

Pondo em contacto as soluções assim obtida com zinco a prata precipita em quanto que o
zinco dissolve:
2Na[Ag(CN)2] + Zn Zn [Na2(CN)4] + 2Ag 

Para a extracção da prata nos mineiros em que ela se apresenta no estado livre pode usar se o
processo de Amalgamação. Neste processo os mineiros são tratado com mercúrio, que
dissolve a prata, formando uma liga de mercúrio e prata designada por Amálgama de prata.
Esta amálgama por ser líquido separe-se facilmente da ganga. Se destila esta amálgama
recolhe-se o mercúrio no colector e na retorta fica prata.
As pequenas percentagens de prata contidas nos mineiros de chumbo podem ser extraída
pelo processo de Parkes e Pattinson. O processo de Parkes consiste em introduzir uma
pequena quantidade de zinco cera de 1% no chumbo em fusão. O zinco líquido é insolúvel no

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 15

chumbo líquido, e por ser menos denso flutua sobre ele. Como a solubilidade de prata é
muito maior no zinco líquido do que no chumbo líquido, agita-se a massa líquida a prata
passa para o zinco. Por arrefecimento este solidifica sendo assim fácil destaca-lo da massa de
chumbo. Destilando a liga prata-zinco, fica na retorta de destilação a prata, que tem um ponto
de ebulição superior. O processo de Pattinson em deixar esfriar lentamente o chumbo
contendo a prata e remover o chumbo puro a medida que ele solidifica. O sistema prata-
chumbo possui um cutetico com 2.5% que fundem a 304ºC, ao passo que o P.F. do chumbo
puro é 326ºC. Na prática, não é difícil obter, finalmente, um chumbo com mais de 2% de
prata. O material é, então, fundido em forno de copelação.

A prata bruta obtida pelos processos descritos contem quase sempre, ouro e, geralmente
também cobre ela é refinada electroliticamente. Placas de pratas brutas são suspensas como
ânodo em solução muito diluída de nitrato de prata. Com a electrólise, a Ag, Pb e Cu passam
para a solução; porem, enquanto a concentração do chumbo e do cobre não for muito grande
em comparação com a prata somente a prata deposita-se sobre o cátodo. O ouro se presente,
sedimenta como barra anódico. A prata refinada tem uma pureza de 99.95% ou mais.

1.3.3.1 Equações de obtenção laboratorial


Reacção do óxido de prata (I) com a água:
Ag2O(s) + H2O 2Ag(s) + 2OH-

Reacção do oxido de prata (II) com zinco:


AgO + Zn Ag + ZnO

Reacção do óxido de prata (I) com zinco e água:


Ag2O(s) + Zn + H2O 2Ag + Zn(OH)2

Reacção do nitrato de prata com água num meio ácido:


2AgNO3 + H2O + H3PO3 2Ag + 2HNO3 + H3PO4

Reacção entre o hidróxido de potássio com a hidrazina e o nitrato de prata:

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 16

2KOH + N2H4 + AgNO3 Ag + N2 + KNO3 + 3H2O

Reacção entre hidróxido de potássio com nitrato de prata e peróxido de hidrogénio:


KOH + AgNO3 + H2O2 Ag + O2 + KNO3 + H2O

Reacção entre zinco e cianeto de prata:


Zn + Ag(CN)-2 Ag ↓ + [Zn(CN)4]2-

1.3.3.2 Equações de obtenção industrial


Decomposição térmica do óxido de prata (I):
2Ag2O(s) 4Ag + O2

Decomposição térmica do nitrato de prata:


2AgNO3 2Ag + 2NO2↑ + O2↑

Reacção do fluoreto de prata com o hidrogénio a altas pressões:


2AgF + H2 2Ag + 2HF

1.3.4 Propriedades físicas


A prata é um metal branco, brilhante, maleável e bom condutor de calor e da electricidade, a
sua densidade é 10.54 g/l funde a 900ºC e entra em ebulição 1980ºC.

Ela apresenta uma dureza intermediária entre o cobre e o ouro depois do ouro o mais dúctil
dos mentais. Cristaliza com rede cúbica de face centrada. Ela forma uma rede contínua de
cristais cúbica com ouro e paládio; é que os três metais possuem a mesma estrutura e, alem
disso, as dimensões das células unitárias diferem muito pouco (Ag, a = 4.077 Aº; Au, a =
4.070 Aº; Pd, a = 3.88 Aº). A miscibilidade com cobre, no estado sólido, é muito limitada; o
cobre tem a mesma estrutura reticular, mas a constante da célula é bastante menor (a = 3.61
Aº). No estado líquido, a prata é completamente miscivel com cobre e numerosos metais. A
miscibildade da prata com cromo, manganés e níquel, nos estados sólidos e líquidos, é muito

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 17

limitado. A prata não é miscível com ferro e cobalto. A Prata forma amálgamas com
mercúrio.

1.3.4 Propriedades químicas


A Prata é inalterável ao ar mais é prontamente atacado pelo ácido sulfídrico presente na
atmosfera
H2S + 2 Ag Ag2S + H2

Reage com sulfureto de hidrogénio e oxigénio:


4Ag + 2H2S + O2 2Ag2S + 2H2O

O ácido clorídrico e sulfúricos diluídos não atacam a prata. O ácido sulfúrico concentrado e
quente reage com prata libertando anidrido sulfuroso tal como acontece com o cobre
2H2SO4 (c) + 2Ag Ag2SO4 + SO2 + 2H2

O ácido azótico HNO3 ataca a prata semelhantemente ao que acontece ao cobre formando-se
nitrato de prata e óxido nítrico podendo este em contacto com oxigénio do ar dar peroxi do
de azoto (NO2)
4HNO3 + 3Ag 3AgNO3 + 2H2O + 2NO2 

Os sais de prata caracterizam-se por darem cloreto e um precipitado branco de cloreto de


prata, solúvel na amónia e no tiosulfato de sódio (Na2S2O3).
AgNO3 + NaCl AgCl  + NaNO3

Os sais de prata enegrece pela acção da luz este enegrecimento são devido a libertação da
prata metálica, que por estar muito dividida se apresenta com cor negra
2AgBr Br2 + 2Ag
Esta acção da luz sobre os sais de prata consiste a base dos processos fotográficos.
Ao rubro, a prata reage com HCl com evolução de hidrogénio
2Ag + 2HCl 2AgCl + H2

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 18

Reage com ácido nítrico libertando dióxido de azoto e formando água e nitrato de prata:
Ag + 2HNO3 AgNO3 + NO2↑ + H2O

Reage com o ácido clorídrico dando origem ao cloreto de prata e libertando hidrogénio:
2Ag + 2HCl 2AgCl + H2↑

Reage com o nitreto de enxofre:


S4N4 + 4Ag S2N2 + 2Ag2S + N2 .

Reage com água, oxigénio e ião cianeto:


4Ag + 8CN– + 2H2O + O2 [Ag(CN) 2]-

Reage com o ião permanganato:


Ag + MnO4- MnO2- + Ag+

Reage com o ião permanganato e água:


Ag + MnO4- +H2O MnO2 + 3Ag+ + 4H2O

Reage com ácido sulfúrico formando dióxido de enxofre, água e sulfato de prata:
2Ag + 2H2SO4(c) SO2 + 2H2O + Ag2SO4

1.3.4.1 Interacção com O2, S, P e Halogéneos


De acordo com seu carácter nobre, a prata em forma compacta não se une directamente com
o oxigénio. É certo que a prata fundida dissolve quantidades consideráveis de oxigénio, a
maior parte do oxigénio é expulsa com a solidificação do metal.

A prata tem grande afinidade pelo enxofre. O sulfeto de hidrogénio enegrece a prata com
formação de sulfeto de prata.
Os halogéneos se combinam com a prata, em certa extensão, mesmo a temperatura ordinária.
O potencial padrão do sistema Ag = Ag+ + ë é E° = – 0.7991 volts.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 19

Os haletos de prata formam complexos com compostos de fósforo por exemplo a fosfina. Por
exemplo, (PbPMe2)2.AgI.

1.3.4.2 Interacção com água, bases e ácidos


De acordo com o E° = – 0.7991 da prata, ela não é atacada por soluções aquosas de ácidos
não oxidantes em ausência do ar. Em contacto com água contendo ar dissolvido, a prata
dissolve em proporção diminuta segundo a equação:
2Ag + H2O +½O2 2Ag+ + 2OH-

1.3.5 Os compostos de prata em estados de valência superiores


São conhecidos alguns compostos de prata, em que esta se apresenta nos estados de valência
+2 e +3. Comportam-se como poderosos agentes oxidantes, instáveis em solução aquosa com
respeito à sua redução pela água.
Exemplo de prata (II) AgF2 ; exemplo de prata (III) Ag2O3

1.3.6 Aplicações
É usada como brometo em fotografia e radiografia, cerca 30% de toda prata é consumido
nos filmes.
É empregada também em explosivos (fulmina to de prata) –AgCNO, na cunhagem de
moedas(90% de prata e 10% de cobre) na protecção de objectos adorno e cutelaria, por
electroposição da prata a partir de cianeto de prata em joalharia na fabricação de jóias, em
ligas odontológicas, em contactos eléctrico pela alta condutibilidade eléctrica como Iodeto é
usada para bombardear nuvens.
O seu sal mais importante é o cloreto de prata é usada no laboratório como reagente analítica,
como germicida em medicina.
A ingestão prolongada de nitrato de prata provoca o argirismo, que se manifesta por manchas
azuladas na pele. O nitrito de prata é aplicado em química orgânica, na preparação de ésteres
do ácido nitroso, de nitro derivados alifáticos e de nitro derivados aromáticos. O oxido de
prata tem emprego na medicina como caustico e anticéptico e também na preparação de
catalizadores industrias. O permanganato de prata é um oxidante energético e misturado com

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 20

cal viva e cloreto de cálcio é usado em mascaras contra óxido de carbono. O cianeto de prata
é muito usado na galvanoplastia.
A prata quando pura é demasiado mole e portanto para grande maioria dos seus fins,
emprega-se em liga com outros metais. As proporções de desses metais são dadas pelas
finalidades da liga.

1.4 O OURO
1.4.1 Historial
Como cobre e prata o ouro já era conhecido no Egipto e na Babilônia.Nos túmulos dos faraós
foram encontrados punhais de silex com cabo de ouro. Mesmo a bíblia faz referência a ele,
que, na construção do templo de Jerusalém, foi aplicado em abundância em objectos sagrado.
Alquimia: Símbolo do ouro
O ouro é usado como símbolo de pureza, valor, realeza, etc. O principal objectivo dos
alquimistas era produzir ouro a partir de outras substâncias, como o chumbo. Muitas
competições premiam o vencedor da competição com medalha de ouro, o segundo colocado
com medalha de prata , e o terceiro colocado com medalha de cobre ( os três pertencentes ao
mesmo grupo ( 11 ) da tabela periódica dos elementos ).

1.4.2 Ocorrência na natureza


O ouro encontra-se na natureza geralmente no estado nativo (estado livre) aparece
principalmente sob forma de “pepitas” nas rochas ricas em quartzos e nas areias de certos
rios, como resultado dos sedimentos dos produtos de desagregação das rochas auríferas.
O ouro encontra-se também em quantidade pequena de sulfureto de ferro, chumbo e cobre.
Os vestígios são descobertos na água do mar.
O teor total do ouro na crosta terrestre é 5.10%(massa.).Os grandes jazigos de ouro existem
na África de sul, nas Alasca, no Canada e na Austrália.
Podemos encontrar o ouro em Moçambique nas províncias de Manica (distrito de Manica),
Sofala (distrito de Gorongosa),Nampula em pequenas quantidades.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 21

1.4.3 Obtenção
Tal como a prata, o ouro pode ser extraído das areias auríferas ou produto de moagem das
rochas auríferas por Amalgamação. Para esse efeito os materiais auríferos são posto em
contacto com mercúrio numa retorta, o mercúrio destila e o ouro fica na retorta.
A amalgamação extrai cerca de 60% do ouro.
O mais antigo processo de extracção de ouro é o da levigação, que consiste em agitar a areia
auríferas com água de modo a provocar a sedimentação dos grãos de ouro mais pesados. Na
mineração hidráulica, ainda usada, um forte jacto d'água força a entrada do material aurífero
para dentro de grandes calhas e madeira providas, no fundo, com tabiques transversais, em
que é retirado o ouro, enquanto a areia é arrastada com água.
O ouro ainda pode ser extraído dos materiais auríferos por Cianuração (modo
hidrometalúrgicos).
Na cianuração o ouro dissolve-se no cianato de sódio(NaCN) na presença de Oxigénio,
formando um cianeto duplo de ouro e sódio:
4NaCN + ½O2 + H2O + 2Au 2Na[Au (CN)2] + 2NaOH

A partir da solução obtida o ouro é separado pelo Zinco o ouro precipita enquanto que o
zinco dissolve:
2Na[Au (CN)2] + Zn Na2[Zn (CN)4] + 2Au

O ouro precipitado é tratado pelo ácido sulfúrico diluído para separar dele o zinco, e depois é
secado. A purificação posterior de ouro das impurezas principalmente da prata realiza-se pelo
seu tratamento com ácido sulfúrico concentrado a quente ou pela electrólise. O primeiro
processo e baseado na solubilidade da prata e na insolubilidade do ouro em ácido sulfúrico
concentrado, e na refinação electrolítica, o ouro bruto como ânodo é suspensa em uma
solução de ácido tetracloroaurico, HAuCl4.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 22

1.4.4 Propriedade Física


O ouro é um metal amarelo, cuja densidade é 19,3. É o mais dúctil e maleável de todos o
metal, podendo reduzir-se a folha cuja espessura não passa um décimo milionésimo de
milímetro. Tem pontos de fusão e de ebulição 1063°c e2966°c, respectivamente.
A condutância eléctrica e térmica do ouro é muito elevadas cedendo neste sentido somente
ao cobre e prata.
O raio do atómico, iónico, a energia de ionização aumenta de cobre para o ouro.

1.4.5 Propriedade Química


O ouro é um metal pouco activo. O ouro não é atacado por álcalis cáusticos em fusão. O
metal dissolve-se, em solução aquosa de cloro:
2Au + 3Cl2 2AuCl3

É ainda mais facilmente atacado por água-régia uma mistura de ácido nítrico concentrados na
proporção de 1:3, cuja acção se deve à formação de nitrosilo e cloro livre:
HNO3 + 3HCl NOCl + Cl2 + 2H2O

Ele não se altera ao ar, mesmo ao ser muito aquecido. Os ácidos não actuam separadamente
sobre o ouro, mas ele dissolve-se na mistura dos ácidos clorídricos e nítrico na proporção de
3/1 (água régia) como mostra a seguinte reacção:
Au + HNO3 + 3HCl AuCl3 + NO + 2H2O

Dissolve-se também em soluções de cianeto alcalinos com acesso de ar:


4NaCN + ½O2 + H2O +2Au 2Na [Au (CN)2] + 2NaOH
O ouro é trivalente nos sais áurico e monovalente nos sais aurosos.

1.4.6 Compostos de ouro


O tricloreto de ouro ( AuCl3 ) e o ácido cloroáurico ( HAuCl4 ) são dois dos compostos mais
comuns de ouro.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 23

Apesar de ser um metal nobre ( devido a baixa reactividade ) forma diversos compostos.
Geralmente, nestes compostos, apresenta estados de oxidação +1 e +3.
Os complexos de ouro apresentam baixos índices de coordenação e apresentam tendência a
linearidade: L-Au-L.Forma o óxido de ouro (III), Au2O3, halogenetos e complexos com
estados de oxidação +1 e +3.
Existem, ainda, alguns complexos raros de ouro com estados de oxidação +2 e +5.
Também forma cúmulos de ouro ( compostos cluster), com ligações químicas entre os
átomos de ouro. Alguns deles são denominados ouro líquido.

1.4.7 Aplicação
O ouro é utilizado no fabrico de moedas, de jóias. Os objectos de adorno feitos em ouro
contém sempre um pouco de cobre, que se destina a aumentar a sua tenacidade e a sua
dureza.
O ouro emprega-se ainda no dourado de certos objectos. Esta operação pode ser realizada
recobrindo o objecto de lâminas muito finas ou depositando o ouro de uma solução de
cianeto de ouro por via química ou por via electroquímica.
Na medicina o ouro é usado em prótese dentária.
Na economia para fins de venda.
Lingotes de ouro.
O ouro puro é demasiadamente mole para ser usado, geralmente é endurecido formando liga
metálica com prata e cobre. O ouro e suas diversas ligas metálicas são muito empregados em
joalharias, fabricação de moedas e como padrão monetário em muitos países. Devido a sua
boa condutividade eléctrica, resistência a corrosão, e uma boa combinação de propriedades
físicas e químicas , apresenta diversas aplicações industriais.

• O ouro exerce funções críticas em ordenadores, comunicações, naves espaciais,


motores de reacção na aviação, e em diversos produtos.
• Sua alta condutividade eléctrica e resistência a oxidação tem permitido um amplo uso
em eletrodeposição, ou seja, cobrir com uma camada de ouro por meio electrolítico as
superfícies de conexões eléctricas, para assegurar uma conexão de baixa resistência

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 24

eléctrica e livre do ataque químico do meio. O mesmo processo pode ser utilizado
para a douragem de peças, aumentando a sua beleza e valor.
• Como a prata, o ouro pode formar amálgamas com o mercúrio que, algumas vezes, é
empregado em obturações dentárias.
• O ouro coloidal ( nanopartículas de ouro ) é uma solução intensamente colorida que
está sendo pesquisada para fins médicos e biológicos. Esta forma coloidal também é
empregada para criar pinturas douradas em cerâmicas.
• O ácido cloroaúrico é empregado em fotografias.
198
• O isótopo de ouro Au, com meia-vida de 2,7 dias, é usado em alguns tratamentos
de câncer e em outras enfermidades.
• É empregado para o recobrimento de materiais biológicos, permitindo a visualização
através do microscópio electrónico de varredura (SEM ).
• Utilizado como cobertura protectora em muitos satélites porque é um bom reflector
de luz radiação infravermelha.

1.4.8 Papel biológico

O ouro não é um elemento químico essencial para nenhum ser vivo. Alguns tiolatos ( ou
semelhantes ) de ouro ( I ) são empregados como anti inflamatórios no tratamento de artitres
reumatóides e outras enfermidades reumáticas. Não é bem conhecido o funcionamento destes
sais de ouro. O uso do ouro em medicina é conhecido como crisoterapia.

A maioria destes compostos são pouco solúveis, portanto devem ser injectados. Alguns são
mais solúveis e podem ser administrados via oral, sendo melhor tolerados. Este tratamento
pode apresentar efeitos secundários, geralmente leves, porém é a primeira causa do abandono
do tratamento pelos pacientes.

1.4.8.1 Precauções
O corpo humano não absorve bem este metal, e seus compostos não são muito tóxicos.
Entretanto, até 50% dos pacientes com artrose tratados com medicamentos que contém ouro
tem sofrido danos hepáticos e renais.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 25

2.0 IIB SUBGRUPO OU SUBGRUPO DE Zn


2.1 Características gerais
Todos são análogos electrónicos completos. Esses elementos têm subnível d completamente
preenchido, em consequência disso o subnível d tem estabilidade alta e não é capaz de ceder
electrões, assim os metais podem revelar Nóx máximo em estado excitado do átomo o +2,
usando só S electrões.

Zn 4S1 3d10
Cd 5S1 4d10
Hg 6S1 5d10
Comparando os compostos de Zinco e do Cádmio com os compostos de metais alcalinos-
terrosos, observa-se que os hidróxidos destes são solúveis ou pouco solúveis, enquanto que
os do grupo de Zinco são insolúveis. Os óxidos são pouco solúveis em água mas se
dissolvem em ácidos, tendo estabilidade decrescente com o aumento da nobreza.
O óxido de Zinco (ZnO) é mais estável que o de Cádmio (CdO) e mais do que o de Mercúrio
(HgO).

A actividade química diminui ao longo do subgrupo tal como no IB subgrupo, exactamente o


contrário do que do que ocorre no grupo IIA.
O mercúrio é um elemento singular, principalmente quanto ao seu estado de oxidação. Esta
particularidade de Hg está ligada a possibilidade do Hg formar cadeias entre átomos –Hg-
Hg-. Cada átomo de mercúrio tem valência II mas o seu nox é +1.
Todos os elementos deste grupo formam óxidos e halogenetos por reacção directa com
oxigénio e halogéneos, respectivamente.

Todos os elementos deste grupo formam complexos facilmente com radical cianeto (CN)- :
M2[Me(CN)4], com as aminas [Me (NH3)4](ReO4)2 e com halogéneos M2(MeX4), onde M –
metal de IGA e Me- metal de IIGB. Existe uma particularidade na formação destes
complexos, relativamente ao mercúrio (qual?). Os três metais formam com relativa
facilidade bases fracas, cuja basicidade decresce ao longo do subgrupo.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 26

Os sais de Zinco são normalmente higroscópicos ( o que significa?), consequentemente


hidratados ; Os de cádmio são pouco hidratados e , quando dissolvidos não se ionizam
completamente.

2.2 O ZINCO
2.2.1 Ocorrência na Natureza
O Zinco aparece sempre combinado sob forma de minérios, sendo os principais: a blenda ou
esfalerita ( ZnS), calamina ( ZnCO3); Tem-se ainda Franklinita (ZnFe)OFe2O3 e Galinita
(ZnO.Al2O3). Os principais produtores que contribuem com ⅔ de toda produção de Zinco
são: E.U.A, U.R.S.S., Canadá, México, Austrália, Japão, Itália e Polónia.

2.2.2 Obtenção
O zinco é obtido, geralmente, a partir do sulfeto (ZnS) ou carbonato (ZnCO3). Em ambos os
casos ustula-se o material de partida, que passa a óxido.

2ZnS + 3O2 2ZnO + 2SO2↑


ZnCO3 ZnO + CO2 ↑

O óxido é então reduzido com o carvão ou antracite.


ZnO + C Zn + CO↑

O outro método de obtenção consiste na redução electrolítica do seu sulfato :


ZnO + H2SO4(d) ZnSO4 + H2O

2.2.3 Propriedades Físicas


- É um metal azul- argênteo. À temperatura ambiente ele é relativamente frágil, porém a
100-150ْ c ele é bem maleável e lamináveis;
- Ao ser aquecido acima de 200ْ c o zinco torna-se muito frágil;
- Tem brilho metálico, cor branca, é bastante pesado (densidade de
7-13g/cm3), bem fusível e bem volátil.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 27

2.2.4 Propriedades Químicas.


O zinco ao ar cobre se e torna-se inerte pela presença de película de óxido na sua superfície
que o protege contra a oxidação posterior.

A água quase não actua sobre o zinco apesar da sua posição antes de hidrogénio na série de
tensões. Isto explica-se pela prática do seu hidróxido que se forma na superfície durante a
interacção com a água e dificulta a reacção posterior.

É um redutor médio como o cádmio, e no grupo são mais que o mercúrio.

O Zn e suas combinações têm propriedades anfóteras;

Sob aquecimento entra na interacção com:


- Oxigénio e halogéneo produzindo óxidos e halogéneo, respectivamente

2Zn + O2 2ZnO
Zn + X2 ZnX2 ; onde X é um halogéneo.

2.2.4.1 Interage com bases e ácidos:

Zn + 2NaOH + 2H2O Na2[Zn(OH)4] + H2↑

Zn + 2NaOH Na2ZnO2 + H2

Zn + 2H2SO4(C) ZnSO4 + SO2 + 2H2O

Zn + H2SO4(d) ZnSO4 + H2↑

4Zn + 10HNO3(md) 4Zn(NO3)2 + NH4NO3 + 3H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 28

Enxofre dando sulfuretos;


Zn + S ZnS

2.2.5 Combinações do Zn
2.2.5.1 Óxidos e Hidróxidos
ZnO é sólido e não se dissolve em água.

O ZnO dissolve-se em bases e ácidos;

O hidróxido deste metal não se obtém directamente a partir do óxido e água. O hidróxido
obtém-se através da acção de bases sobre os sais.
2NaOH + ZnSO4 Zn(OH)2↓ + Na2SO4

O hidróxido de zinco dissolve-se em ácidos e bases, ele é anfótero.


Zn(OH)2 + 2NaOH Na2[Zn(OH)4]
Zn(OH)2 + H2SO4 ZnSO4 + H2O

O Zn é um bom agente complexante; o nº de coordenação mais característico é +4 ou +6.

Por exemplo quando o Zn reage com NH4OH dão-se os seguintes passos:


ZnSO4 + 2NH4OH Zn(OH)2 + (NH4)2SO4

Se misturar-se com excesso do hidróxido de amónio forma-se:

Zn(OH)2 + (NH4)2SO4 + 2NH4OH [Zn(NH3)4]SO4 + 4H2O

2.2.5.2 Hidrólise dos Sais


Os sais do subgrupo de zinco sofrem hidrólise.

2ZnSO4 + 2HOH (ZnOH)2SO4 + H2SO4 (meio ácido)

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 29

O grau de hidrólise aumenta na presença de carbonato de sódio.


2ZnSO4 + Na2CO3 + 2HOH (ZnOH)2CO4 + Na2SO4 + CO2

Isso deve-se a formação do Ppd e libertação do gás. Da mesma forma, sofrem também
hidrólise os sais de Hg.

2.2.6 Aplicação
A aplicação do zinco é muito variável. Aplica-se no revestimento de sobre as peças de ferro e
aço;
- emprega-se no fabrico de pilhas galvânicas
- Sob forma de latão, é aplicado no fabrico de tubos para condensadores e radiadores, aplica-
se também na construção de navios;
- Sob forma de chapas usa-se na cobertura de tetos de casas.

O ZnSO4.7H2O- aplica-se no tingimento de tecidos e na medicina;

O Cloreto de zinco em solução usa-se na soldadura para remoção de óxidos na superfície de


metal. Na soldagem aplica-se também (NH4)2[ZnCl4]

O ZnS e óxidos de Zn possuem a capacidade de luminescer, isto é, emitir uma luminescência


fria devido a acção de energia radiante ou electrões.

Fenómeno de luminescência aplica-se largamente na ciência e técnica.


O ZnO aplica-se como tinta branca.

2.3 CÁDMIO (Cd )


2.3.1 Historial
O cádmio foi descoberto pelo químico alemão Friedrich Strohmeyer em 1817 numa amostra
de carbonato de cálcio ( CaCO3) usado na fundição salgitterlínio. Chamara cadmeia ao
carbonato de Zinco ( ZnCO3 ), encontrado nas chamadas fundições do Latão , Strohmeyer
deu ao metal o nome de cadmium, por ser encontrado na poeira de fundição do Zinco.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 30

Cádmio deriva do latim cadmia grego kadmeia, calamina, óxido de Zinco. Pela existência
deste mineral nas Cercanias de Tebas ( terra cadmeia ), uma cidade fundada por Cádmio,
segundo a mitologia. O seu número atómico é de 48 e o número de massa é de 112,411g.
Apresenta todos os subníveis completamente preenchidos para a sua reacção necessita de
grande quantidade de energia.

2.3.2 Ocorrência na natureza


O cádmio é um elemento escasso na crusta terrestre. As reservas são difíceis de serem
encontradas e existem em pequenas quantidades e geralmente associado com outros minérios
de Zinco, tais como:( a esfalerita ou blenda ZnS, Sulfeto de cádmio CdS , minério sem
importância comercial, calamina ZnCO3 e hidronzincitz Zn3(CO3)2( OH)2 , em percentagens
que variam de 0,1 a 0,3%. Ele é menos abundante na natureza que o Zinco.

2.3.3 Obtenção do cádmio


O cádmio é obtido a partir dos resíduos da produção do Zinco por tratamento dos últimos
pelo ácido sulfúrico com a deslocação posterior do cádmio metálico pelo Zinco.

CdSO4 + Zn ZnSO4 + Cd

Para ser purificado, o produto obtido dissolve-se no ácido sulfúrico deluido e depois é
submetido a electrólise. Também podemos obter o cádmio pela redução do seu óxido.

CdO + C Cd + CO

2.3.4 Propriedades físicas do cádmio

É um metal branco em contact-azulado, tão mole que pode ser cortado com uma faca, muito
parecido com Zinco, dúctil a temperatura ambiente, brilho metálico, maleável. A sua
superfície escurece rapidamente o com o ar devido a formação de uma camada fina de óxido,
os seus pontos de fusão e de ebulição são 320,9ºc e 767ºc, respectivamente.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 31

2.3.5 Propriedades químicas do cádmio


1. O cádmio também combina directamente com os halogéneos a quente formando
halogenetos de formula ( CdX2).

2. Ele se dissolve em ácidos deluidos, com evolução de hidrogénio e quando muito puro
resiste a acção dos ácidos deluidos.

Cd + 2HCl CdCl2 + H2

Cd + H2S CdS + H2

Cd + H2SO4 CdSO4.2⅔H2O

Cd + HNO3 Cd( NO3)2.2H2O

3. Interacção com óxidos, bases, carbono e enxofre

Cd + Na2O CdO + 2Na

Cd + 2NaOH Na2CdO2 + H2

Cd + C CdC

Cd + S CdS

2.3.6 COMPOSTOS DE CÁDMIO


2.3.6.1 Óxido de cádmio (CdO )
O cádmio queima-se em presença do ar com uma chama vermelha, formando o seu óxido
CdO que é um pó marrom, que se transforma em cristais cúbicos vermelhos por aquecimento
com oxigénio.

2Cd + O2 2CdO + 60,86 kcal

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 32

2.3.6.2 Hidróxido de cádmio Cd(OH)2


O hidróxido de cádmio é obtido como um precipitado branco, pela adição de hidróxidos
alcalinos a solução de sais de cádmio. O hidróxido é solúvel em água na formação de
complexos.

2.3.6.3 O sulfureto de cádmio


O sulfureto de cádmio obtém-se pela acção do sulfureto de hidrogénio sobre o cloreto de
cádmio.

H2S + CdCl2(ag) CdS + 2HCl

Dos sais do cádmio falaremos do sulfureto de cádmio. Ocorre como mineral greenockita,
quando se separa por aquecimento o óxido de cádmio e enxofre, mas o precipitado obtido por
adição de H2S a uma solução de Cd2+ fracamente ácida tem a estrutura de blenda. Este sal
aplica-se na fabricação de tintas amarelas e de vidros coloridos.

O cádmio forma outros compostos tais como:Na2[ Cd ( OH)6], Sr2[ Cd(OH)6],

K2[Cd(CN)4 ], Ba2[Cd( OH)6], Cd(ClO4)2

2.3.7 APLICAÇÕES
O cádmio emprega-se nos acumuladores alcalinos, faz parte de algumas ligas por exemplo as
ligas de cobre que contém cerca de 1% de Cd ( bronze de cádmio) servem para fabricar fios
telegráficos, telefónicos por possuir uma resistência e durabilidade. Também o cádmio é
usado para cobrir metais como protector contra a corrosão.

O sulfato de cádmio aplica-se na oftalmologia para preparação de unguentos e pomadas e na


física experimental, para a construção de pilhas-padrão de Weston.

Aproximadamente três quartas partes de cádmio produzido é empregado na fabricação de


baterias, especialmente nas baterias de níquel-cádmio.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 33

Uma parte importante é empregada em galvanoplastia (como revestimento).

Alguns sais são utilizados como pigmentos. Por exemplo, o sulfato de cádmio é empregado
como pigmento amarelo.

É usado em algumas ligas metálicas de baixo ponto de fusão. Devido ao seu baixo
coeficiente de fricção é muito resistente a fadiga, sendo utilizado em ligas para almofadas.

Muitos tipos de solda contêm este metal.

Em barras de controle em fissão nuclear.

Alguns compostos fosforescentes de cádmio são empregados em televisores.

É empregado em alguns semicondutores.

Alguns compostos de cádmio são empregados como estabilizantes de plásticos como, por
exemplo, no PVC.

2.4 O MERCÚRIO
2.4.1 Abundância
O mercúrio é pouco abundante na natureza, seu teor na crosta terrestre é apenas cerca de 10-6
% de massa. Por vezes encontra-se na forma nativa, interesticiado em rochas.
O principal minério, o cinábrio (HgS ) é encontrado em torno das antigas manifestações
vulcânicas. Em almadén, na Espanha, vem sendo explorado desde 415 ac. Essa é a maior
ocorrência mundial do mercúrio. Apresenta-se também em grande quantidade no monte
Amiata, na Itália, nas Américas o cinábrio é encontrado nas costas do pacifico, desde o
Alasta até o Peru, todavia em quantidade relativamente pequena.

O mercúrio encontra-se também em forma de sulfuretos. Em consequência de baixa


estabilidade do óxido de mercúrio o processo de obtenção do Hg ocorre só num passo.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 34

HgS + O2 Hg(v) + SO2

2.4.2 Obtenção
O mercúrio obtém-se pela ustulação do cinábrio, que consiste no aquecimento com o
oxigénio, produzindo mercúrio e libertando o dióxido de enxofre.


HgS + O2 ⎯⎯→ Hg + SO2 
Pode ser obtido pela redução do seu óxido pelo carvão.

2 HgO + C ⎯500
⎯⎯ → 2Hg + CO2
º
C

Pode ser obtido a partir da reacção do cinábrio com ferro.


HgS + Fe → FeS + Hg
Pode ser obtido a partir de sal do cinábrio com óxido de cálcio.
4HgS + 4CaO → 4Hg + CaSO4 + 3CaS

2.4.3 Propriedades físicas


Ponto de fusão ..................................... – 38,89
Ponto de ebulição ................................ 356,66
Densidade (g/cm3) ............................... 13,546 a 20º C
Raio atómico ........................................ 0,160
Raio iónico .......................................... 0,112
É único metal que se encontra no estado liquido a temperatura ambiente, prateado branco,
pouco condutor do calor, da electricidade, não se volatiliza.

2.4.4 Propriedades químicas


O mercúrio é o menos activo dentre todos os metais do subgrupo secundário do II grupo,
devido a alta energia de ionização dos seus átomos (10,44 e 18,75) eV primeira e segunda
ionização respectivamente.
Tem uma capacidade de dissolver em si muitos metais formando ligas (sólidas ou liquidas)
que tem o nome de amálgamas.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 35

De modo especialmente fácil forma-se amálgamas de ouro ( Au 2 Hg ) , devido ao que os

artigos de ouro não deve contactar com o mercúrio. Amálgama do magnésio (MgHg ) , de

potássio (KHg ) de sódio (NaHg ) e outros.


Os ácidos clorídrico e sulfúrico diluído assim como álcalis, não actuam sobre ele.
Dissolve-se facilmente no ácido nítrico diluído é um dos poucos sais solúveis do mercúrio
(I).
6Hg + 8HNO3( dil ) → 3Hg 2 (NO3 )2 + 2 NO  +4H 2 O

O ácido sulfúrico concentrado dissolve – o sob um aquecimento.


Hg + 2H 2 SO4 (c)( quente) → HgSO4 + 2H 2 O + SO2

Ao ar, o mercúrio não se oxida a temperatura ambiente. No aquecimento prolongado até a


temperatura próxima a de ebulição, o mercúrio combina-se com o oxigénio do ar formando o
óxido do mercúrio (II) HgO , de cor vermelha.

2 Hg + O2 ⎯⎯→ 2 HgO
O qual se decompõem de novo em mercúrio e oxigénio no aquecimento mais forte.
2HgO → 2Hg + O2
Na interacção com o ar, também se forma o óxido do mercúrio (I)
Hg 2 O de cor negra.

2 Hg + O2 ⎯⎯→ 2 Hg 2 O

Em todos os compostos do mercúrio (I), os átomos do mercúrio são ligados entre si formando
grupos bivalentes. Hg 2
Por conseguinte, o mercúrio bivalente também nesses compostos, porém, uma valência do
átomo vai para a ligação com outro átomo do mesmo.
Essa ligação mantém-se também nas soluções dos sais do mercúrio (I), que contém um
radical monovalente R, que deve ser exprimido pela fórmula empírica Hg 2 R2 exemplo:

Hg 2 Cl 2
Uma particularidade do mercúrio consiste em que não são conhecidos os seus hidróxidos.
Nos casos em que poderiam ser obtidos, obtém-se os óxidos anidros. Assim sob a acção dos

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 36

álcalis sobre as soluções dos sais do mercúrio (I) obtém-se o precipitado pardo – escuro do
óxido do mercúrio (I).
Hg 2 (NO3 )2 + 2NaOH → Hg 2 O  +2NaNO3 + H 2 O

Do mesmo modo os álcalis precipitam o óxido mercúrio (II) a partir dos sais do mercúrio
(II): Hg (NO3 )2 + 2 NaOH → Hg O  +2 NaNO3 + H 2 O

Precipitado que se forma tem a cor amarela, ao ser aquecida transforma-se em cor vermelha
de óxido de mercúrio (II).
Com pequeno aquecimento reage com enxofre dando o sulfureto do mercúrio (II).
Hg + S → HgS
Este sal também pode ser obtido pela acção do sulfureto de hidrogénio sobre os sais do
mercúrio (II). H 2 S + HgCl 2 → HgS + 2HCl

A temperatura ambiente reage com halogéneos dando sublinhado corrosivo.


Hg + Cl 2 → HgCl 2 , este sal é obtido geralmente por aquecimento do sulfato do mercúrio

(II) com o cloreto de sódio. HgSO4 + 2 NaCl ⎯⎯→ Na 2 SO4 + HgCl 2
Dissolve –se facilmente em água-régia.
O iodeto do mercúrio (II) é obtido pela acção da solução de iodeto de potássio sobre os sais
do mercúrio (II)
HgCl 2 + 2KI → HgI 2 + 2KCl
Quando o iodeto de potássio estiver excesso o sal dissolve-se facilmente formando a solução
incolor do sal complexo K 2 HgI 4 

HgI 2 + 2KI → K 2 HgI 4 


Interacção com água
Hg/Hg2+ φº = +0,818v

Em consequência de possuírem valor positivo do φ de Hg, ele não reage com água, ácido
sulfúrico diluído e ácido clorídrico tanto concentrado como diluído.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 37

O mercúrio quando reage com ácidos com excesso de Hg este transforma-se em Hg2+. Se
tiver-se excesso de Hg este forma o Hg22+

Hg + 4HNO3(c) Hg(NO3)2 + 2NO2 + 2H2O

2Hg + 4HNO3(c) Hg2(NO3)2 + 2NO2 + 2H2O

2.4.5 Hidrólise dos Sais

Os sais do subgrupo de zinco sofrem hidrólise.

2HgSO4 2HOH (HgOH)2SO4 + H2SO4 (meio ácido)

O grau de hidrólise aumenta na presença de carbonato de sódio.

2HgSO4 + 2Na2CO3 + 2HOH (HgOH)2CO4 + 2Na2SO4 + CO2

Isso deve-se a formação do Ppd e libertação do gás.

2.4.6 Propriedades Oxidantes


Os iões de Hg2+ são bons oxidantes.

HgCl2 + SnCl2 Hg + SnCl4


Hg(NO3)2 + Hg Hg2(NO3)2

HgCl2 + SO2 + 2H2O Hg + 2HCl + H2SO4

Em dependência de condições da reacção o ião de mercúrio 1 pode tanto revelar propriedades


oxidantes como redutores.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 38

Hg2Cl2 + Cl2 2HgCl2


Redutor oxidante

Hg2Cl2 + SnCl2 Hg + SnCl4


Oxidante Redutor

Depois de analisar as propriedades oxidantes de Hg2+ e Hg22+ a equação de reacção de cloreto


de mercúrio II e I as equações podem assim se escreverem:

2HgCl2 + SnCl2 Hg2Cl2 + SnCl4

Hg2Cl2 + SnCl2 2Hg + SnCl4

Os sais de mercúrio I são instáveis e decompõem-se facilmente sob aquecimento fraco ou


quando expostos ao sol.

Toxicidade:
O mercúrio é tóxico, absorvido pela respiração, acumula-se nos pulmões, dos quais é
eliminado muito vagarosamente provocando problemas gastrintestinais.

2.4.7 Aplicação:
Usa-se em forma de amálgama de estanho e de prata para chumbagem de dentes.
A solução diluída de cloreto de mercúrio (II), (1:1000) é utilizado na medicina como um anti-
séptico muito forte.
Aplica-se no fabrico de tintas (vermelhão) em forma do cinábrio.
Aplica-se em fabrico de lâmpadas de luz natural, de quartzo, manómetros e termómetros.
Na mineração o mercúrio usa-se para separar o ouro das impurezas não metálicas.
Em forma de amálgamas de sódio usa-se largamente como redutor.
Em forma de cloreto do mercúrio (II), tanto como todos os seus sais solúveis aplica-se no
tratamento de sementes, no curtimento, no tingimento de tecidos, como catalizador da síntese
orgânica, na obtenção de outros compostos do mercúrio.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 39

3.0 ELEMENTOS DO IIIB SUBGRUPO.

Sr- 4S2 3d1


Y- 5S2 4d1
La- 6S2 5d1
Ac-7S2 6d1

3.1 O ESCÂNDIO
3.1.1 Ocorrência na natureza
O Escândio é o quinquagésimo elemento na crosta terrestre e vigésimo componente da crosta
solar. Encontra-se sempre em pequenas quantidades em toda a superfície terrestre e entra na
composição de mais 750 minérios, sendo sua incidência maior nos seguintes: torbertita,
encontrado em Malagazu, Madagáscar e na Noruega, volframita, vikita e dadinita, um dos
minérios de Urânio.

45
O Escândio na natureza ocorre na forma de uma única espécie atómica Sc que é a forma
mais estável. Também o Escândio ocorre misturado com lantanídeos e separa-se usando
processos de permuta catiónica especiais os quais envolvem a troca de iões positivos do
45
elemento em solução com resinas de permuta iónica. Sendo o Sc, isótopo mais estável,
recomenda-se a sua cuidadosa manipulação já que não se conhecem as consequências do seu
manuseamento.
Sc, encontra-se na crosta terrestre juntamente com lantanídeos em quantidade da ordem de
0,001% por massa (é raro).

3.1.2 Obtenção do Escândio


O elemento Escândio pode ser obtido por redução de Cloreto ou Fluoreto de Escândio (ScCl3
e ScF3) com Cálcio em atmosfera de Árgon em forno de indução de alta frequência. Curta,
mas violenta reacção começa a 700 - 800ºC, com posterior aquecimento a 1500ºC a 10-44mm
de Hg o Escândio destila-se dando um metal prateado, mole, instável ao ar.
2ScCl3 + 3Ca 2Sc + 3CaCl2

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 40

O Escândio puro com um teor de 90% foi conseguido recentemente em 1960.

3.1.3 Propriedades físicas


O Escândio é um metal mole e branco que emite luz fracamente amarela. As propriedades
metálicas são exprimidas no Escândio de forma mais acentuada do que nos elementos do
IIIA.
É solúvel em HCl, HNO3 e H2SO4 diluidos e sob aquecimento reage com a maioria dos
ametais. Em soluções com PH > 0 é insolúvel.

Apresenta ponto de ebulição de 2832ºC. O seu ponto de fusão é mais alto do que o de
Alumínio, tem valência (III) e é brilhoso.
É muito volátil quando atingido a sua temperatura de fusão.

3.1.4 Propriedades químicas


Na série Sc, Y, La e Ac a actividade química aumenta de cima para baixo

O Escândio reage com ácidos com a excepção dos ácidos HNO3 e HF diluídos. A reacção
com outros ácidos é rápida. Com ácido sulfúrico dá um ácido complexo de fórmula
H3[Sc(SO4)3 ]. Os sulfatos são duplos.
Sob um aquecimento o Sc reage com a maioria dos não-metais.
2Sc + 3F2 → 2ScF3 ; (∆Hfº) = 368 kcal/mol
2Sc + 3Br2 → 2ScBr3 ; (∆Hfº) = 179,4 kcal/mol
2Sc + 3I2 → 2ScI3
• O Escândio tem grande capacidade para a formação de ligas.
• Quando aquecido a 450ºC na presença de H2 (durante 16 horas) resulta ScH2,027
• Reage com o Oxigénio: 4Sc + 3O2 → 2Sc2O3
• A temperatura de 835 - 850ºC, o Sc reage com o Na2CO3:
Sc + Na2CO3 → 2NaScO2 + CO2

3.1.4.1 Reage intensamente com ácidos diluídos.


8Sc + 30HNO3 (d) 8Sc(NO3)2 + NH4NO3 + 15H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 41

3.1.4.2 Interacção com Bases.


Com bases só reage Sc- único elemento do subgrupo com propriedades anfóteras.
2Sc + 6NaOH + 6H2O 2Na3[Sc(OH)6] + 3H2
Hidroxo escanato
de sódio

3.1.5 Compostos de Escândio


3.1.5.1 Haletos – são conhecidos 4 haletos de Escândio com respectivos calores de
formação: ScF3 = 368 kcal/mol; ScCl3 = 220,8 kcal/mol; ScBr3 = 179,4 kcal/mol e ScI3
O ScCl3 e o ScBr3 podem ser preparados por adição de Sc2O3 sobre o HCl e HBr, originam-
se os haletos básicos Sc(OH)Cl2.5H2O e Sc(OH)Br2.5H2O. todos estes compostos quando
decompostos produzem Sc2O3 , tendo como intermediários ScOCl e ScOBr.

3.1.5.2 Óxidos de Escândio


Sc2O3 na forma de pó branco, obtido por meio de aquecimento de hidróxido, carbonatos ou
oxalato.

Hidróxidos com baixo carácter básico na série, quando aquecidos resultam meta hidróxidos:
ScOOH.

A temperaturas altas perde completamente a água e resulta Sc2O3. A temperatura de 618ºC o


Sc2O3 reage com Li2CO3:
Sc2O3 + Li2CO3 2LiScO2 + CO2

3.1.5.3 Sais de Escândio


São conhecidos: Sc(NO3)3; Sc2(SO4)3 e Sc2(CO3)3.
O Sc(NO3) é muito solúvel em água. Quando é moderadamente calcinado forma óxido.
Não há referências à nitratos duplos.
O Sc2(SO4)3 é muito solúvel em água, cristaliza-se como hexaidrato, exposto ao ar este
transforma-se em pentaidrato que é uma estrutura estável a 25ºC; o sal anidro é obtido a
250ºC.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 42

Ao rubro escuro ocorre perda de SO3 com formação de SC2(SO4)3. Ao rubro claro
resulta óxido.
Forma sais duplos com sulfatos alcalinos do tipo: MI[Sc(SO4)2]; MI4[Sc2(SO4)5] e
MI3[Sc(SO4)3]
De soluções de Sc2(SO4)3 em H2SO4 concentrado, separa-se o ácido complexo: H3[Sc(SO4)3].

O Sc2(CO3)3.12H2O é obtido por adição a frio de carbonatos alcalinos a soluções de sais de


Escândio.
A quente resultam precipitados contaminados com carbonato básico. É solúvel em excesso
de carbonatos alcalinos. Da solução podem ser obtidos sais duplos do tipo: MI[Sc(CO3)3]
(aq).
A termogravimetria e a análise térmica diferencial mostram que a decomposição do sal:
NH4[Sc(CO3)2].1,5H2O ocorre da seguinte maneira:
. Na 1ª etapa, entre 120ºC e 190ºC é completamente eliminado o CO2 e parcialmente a H2O.
. Na 2ª etapa a 280ºC - 300ºC forma-se ScOOH (cr), que a 435 – 480 passa a Sc2O3.

3.1.5.4 Hidróxidos
Os óxidos têm temperaturas de fusão muito altas e em água são pouco solúveis.
Os hidróxidos só se obtêm de modo indirecto da reacção de bases e soluções dos sais.

ScCl3 + 3NaOH 3NaCl + Sc(OH)3

Hidróxidos do IIIB subgrupo são pouco solúveis em água ao mesmo tempo na série de
hidróxidos do escândio ao actínio aumentam as propriedades básicas e o grau de dissociação
em água.
Sc(OH)3 tem propriedades anfóteras;

3.1.5.5 Peroxocomposto
SEIFER e IONOVA, obtiveram um precipitado com a composição Sc(OOH)(OH)2.xH2O
titulando soluções de cloreto ou sulfato de escândio com KOH em presença de H 2O2 e 1% de
ureia.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 43

3.1.6 Complexos
Só o escândio pode formar combinações complexas do tipo Me3ScF6, onde se revela
propriedades ácidas.

O ScF3 manifesta acentuada tendência para formação de fluorocompostos do tipo: M3[ScF6],


mas também foram assinalados compostos dos tipos: M2[ScF5] e M[ScF4].

À semelhança de alumínio o escândio forma sais duplos.

K2CO3 + Sc2(CO3)3 2K[Sc(CO3)2]

3.1.7 Aplicações
Usam-se na electrotecnia, nos computadores. Sc metálico aplica-se como absorvente dos
gases.

3.2 O ÍTRIO
3.2.1 HISTÓRIA
Foi descoberto, em 1794, pelo Químico Finlandês Johann Godolim na terra rara Itria
(minério gadulinita) e isolado por Fridrich Wohler em 1828 como um extraído impuro .

3.2.2 OCORRÊNCIA
O ítrio não existe livre na natureza. É encontrado em quase todos os minérios de terra rara e
minério de urânio.
Pode ser encontrado:
Nas bastrasita com teor de 0,2% alem de [( Ce,La,etc) CO3]
Na xenotina – YPO4
Na gadolirita –Y2FeBe2Si2O16

As amostras traduzidas da lua durante o programa Apolo continha um índice desse metal
bem mais alto do que na terra.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 44

3.2.3 ISÓTOPOS
Apresenta um único isótopo natural; Y89
Tem isótopos radioactivos que são;Y87, Y88,Y90,Y94 etc.

Os mais estáveis são:Y88, Y91. Com a meia vida mais longa de 106.65 dias. O Y90 é um
isótopo que existe em equilíbrio com o seu isótopo paterno Estronsio-90 que é um isótopo
que um produto resultante de explosões nucleares.

3.2.4 OBTENÇÃO
É preparado principalmente por redução de YCl3 com o potássio, como mostra a equação.
YCl3 + 3k Y + 3KCl3
Por redução de fluoreto de ítrio com cálcio
2YF3 + 3Ca 2Y +3CaF3
È extraído principalmente de arreias monoziticas e brastasitas.
É também extraído dificilmente das outras terras raras e apresenta-se como um pó cinza-
escuro.

3.2.4 PROPRIEDADES FÍSICAS


-É um metal de origem natural, é sólido, tem a cor argentio-branco, tem brilho e aspecto
prateado
É dimorfo, cristaliza-se com estrutura compacta hexagonal cúbica de corpo centrado; seus
pontos de fusão e de ebulição são 1795k e 3609k, respectivamente.
Densidade (298k) é de 4469Kg/m3.
Calores de fusão, de vaporização e de atomização são –17,2kg/mol. –393,3kg/mol e -428
kg/mol respectivamente.

3.2.5 PROPRIEDADES QUÍMICAS


O metal é atacado lentamente pela água e ácidos diluídos
O seu estado de oxidação comum é +3
É estável no ar mas finamente dividido torna-se instável e a 470 ºc se inflama.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 45

Reage intensamente com ácidos diluídos.


8Y + 30HNO3 (d) 8Y(NO3)2 + NH4NO3 + 15H2O

Forma óxidos e hidróxidos


Y, formam óxidos e bases com carácter básico, eles dissociam-se só em ácidos.

Os óxidos têm pontos de fusão muito altas e em água são pouco solúveis.
4Y + 3O2 2Y2O3

Os hidróxidos só se obtêm de modo indirecto da reacção de bases e soluções dos sais.

YCl3 + 3NaOH 3NaCl + Y(OH)3

3.2.6 COMPOSTOS
O óxido de ítrio (Y2O3) é o composto mais importante de ítrio devido a sua aplicação.
-É um pó branco e obtém-se pela calcinação do hidróxido de ítrio, carbonato ou oxolato
Os haletos mais importante são.
YCl3,YF3,YBr3,YI3, os compostos duplos NaYF4 (NaYF4 e NaYF4-ß;) e (YOF-α e YOF–ß )
Hidróxido e aluminatos de ítrio Y(OH)3 E YOOH.Ambos obtém-se a partir de;
Y2O3 + NaOH + H2O.
O Y(OH)3 obtém-se A 350-360ºc e a 1400-1500 atm enquanto que o YOOH é obtido a 550-
575ºc e 900-1600 atm .
O YOOH é monociclico e o Y(OH)3 hexagonal.

3.2.6.1 SAIS OXOÁCIDOS


Y(NO3)3; Y2(SO4)3 e Y2(CO3)3. 3H2O

3.2.7 APLICAÇÕES
-É usada como desoxidante dos compostos de vanádio e outros metais ferrosos.
-É usado como catalizador na polimerização do etileno

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 46

-Y2O3 é usado na cerâmica e na composição de certos vidros onde se exige resistência


aos coques e baixa característica de expansão.
-É usado como europro, nos tubos de televisão como fósforo activadora e responsável da
cor vermelha.
-É usada na produção de granadas de ítrio e ferro.
Ex.;
-Granada de ítrio e alumineo (Y3Al5O12)
-Granada de ítrio e ferro (Y3Fe5O12)
-Granada de ítrio e galdulineo
Estes apresentam propriedades magnéticas. A granada de ítrio e ferro é muito eficaz com
emissão e transmissão de energia sonora.
A granada de ítrio e alumínio apresenta dureza.
O Ítrio é usado com em pequenas quantidades (0,1 a 0,2%) para reduzir o tamanho de
grão de cromo, molibdénio, titânio e zinconio.
-É usado também para aumentara resistência das ligas de alumineo e magnésio.

3.2.8 PRECAUÇÕES
-É introduzido na natureza ou no ambiente por industria de petróleo e também pelos
equipamentos domésticos como televisor.
-Ele acumula-se no solo, na água e ate em seres humanos e animas.
-Os compostos de ítrio são altamente tóxicos mesmo que muitos deles apresentam pouca
resistência aos humanos, é bom evitar contacto com eles.
-Os sais de ítrio podem ser calcino genes
-Eles podem causar danos em células de membranas que tem bastante influência negativa na
produção e no funcionamento
3.3 O LANTÂNIO
3.3.1 História
O lantânio foi descoberto em 1839 por Carl Gustav Mosander, em Estocolmo, na Suécia. A
partir da decomposição parcial de uma amostra de nitrato de cério aquecendo e tratando o sal
com ácido nítrico diluído. Da solução resultante, isolou uma terra rara nova, que denominou

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 47

de “lantana”. O lantânio foi isolado na forma relativamente pura em 1923. A palavra lantânio
vem do grego lanthanein, que significa “escondido”.

3.3.2 Ocorrência
Monazita ( Ce+La+Th+Nd+Y )PO4, e bastnazita ( Ce+La+Y )CO3F, são os principais
minérios em que o lantânio ocorre nas percentagens 25% e 38%, respectivamente.

Os principais depósitos de monazita são encontrados na Índia, Estados Unidos, Brasil,


África do Sul e Austrália. Os principais depósitos de bastnazita estão nos Estados Unidos (
Califórnia e Novo México ).

3.3.3 Obtenção
Já que não forma minérios, é muito espalhado e por isso é difícil separá-lo.
Para a separação usam-se métodos especiais. Em consequência da proximidade de
propriedade deste elemento do subgrupo de Sc e de lentanídeos a separação um dos outros é
um dos problemas complexos da tecnologia química.

É relativamente fácil obter da mistura dos elementos só o Césio


Para isto acontecer a mistura dos hidróxidos dos metais de terras raras trata-se com oxidantes
(O2, Cl2 ou H2O2)

Depois os hidróxidos dissolvem-se em HNO3 e Ce como precipitado.

A separação de outros elementos apresenta-se ainda mais complicado e para separá-los


usam-se:
- Pequena diferença em solubilidade das combinações;
- Capacidade dos metais de terras raras formar complexos;
- Possibilidade de formar as combinações com nox +2 e +4

3.3.3.1 Pode ser obtido por redução dos seus haletos

2LaX3 + 3Ca 2La + 3CaX2


Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 48

O lantânio pode ser extraído com resinas trocadoras de iões ou por extracção por solventes. À
medida que a solução contendo uma mistura de iões de actinidios passa através da coluna de
resina de permuta iónica, os iões são absorvidos prioritariamente pela resina, numa
determinada ordem: os iões de lutécio (os mais pequenos) são absorvidos primeiros e os iões
de lantânio (os maiores) em ultimo lugar. Assim, geralmente verifica-se uma separação em
zonas ao longo da coluna, com cada zona, conteúdo iões dum determinado elemento. Os iões
são removidos através da lavagem da resina obtida na coluna, com várias soluções, sendo
obtidos como espécies iónicas complexas.

3.3.4 Propriedades Físicas


O lântanio é um elemento metálico branco prateado. O lantânio é maleável, dúctil, denso e
mole bastante para ser cortado com uma faca. Sua densidade varia entre 6 a 10g/cm3.

3.3.5 Propriedades químicas


Em termos de actividade química, esta está depois dos metais alcalinos e alcalinos terrosos.
É um dos mais reactivos entre os elementos terras raras visto que na série Sc, Y, La e Ac a
actividade química aumenta de cima para baixo.

O metal reage directamente como os elementos carbono, nitrogénio, boro, selénio, silício,
fósforo, enxofre, e com halogéneos. Oxida rapidamente quanto exposto ao ar. A água fria
ataca lentamente o lantânio, enquanto a água quente ataca muito mais

3.3.5.1 Sob aquecimento ele reage com halogéneos, O2, S.


La + 3X2 2LaX3
4La + 3O2 2La2O3
2La + 3S La2S3

3.3.5.2 Reage com N2, C, Si e P


2La + N2 2LaN
La + 2C LaC2

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 49

4La + 6Si 2La2Si3


2La + P LaP

3.3.5.3 Com hidrogénio forma hidretos.


La + 3H2 2LaH3

Na série de tensão estão antes de hidrogénio


2La + 6H2O 2La(OH)3 + 3H2↑

3.3.5.4 Reage intensamente com ácidos diluídos.


8La + 30HNO3 (d) 8La(NO3)2 + NH4NO3 + 15H2O

2La + 3H2SO4 (d) La2 (SO4)3 + La2(O4)3 + H2


Os óxidos têm e bases do lantânio têm o mesmo comportamento e são obtidos do mesmo
modo que os do ítrio ( ver obtenção e propriedades de óxidos e hidróxidos de ítrio e
escândio).

La(OH)3 tem propriedades básicas fortes.


La2(SO4)3 não sofre hidrólise só dissolve-se.

3.3.6 APLICAÇÕES
Usam-se na electrotecnia, nos computadores.
O lantânio aplica-se misturado com os lantanídeos.

É usado em eléctrodos de carbono para a produção de luz, principalmente para iluminação de


estúdios e projecções na indústria cinematográfica..

O La2O3 aumenta a resistência do vidro, que são usados para a produção de vidros ópticos
especiais, tais como:

Vidro absorvente de radiação infravermelha.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 50

Lentes ópticas para câmaras de máquinas fotográficas e telescópios devido ao elevado índice
de refracção e baixa dispersão.

Quantidades pequenas de lantânio são adicionados ao aço para melhorar sua maleabilidade,
ductilidade e resistência ao impacto.

Pequenas quantidades são adicionadas ao ferro para produzir ferro fundido nodular.

Pequenas quantidades de lantânio ( 0,2% a 5% ) são adicionados ao molibdénio para


diminuir a sua dureza e sensibilidade a variações de temperaturas.

O metal é pirifórico, por isso é usado em ligas (25% a 45%) para a produção de pedras de
isqueiros.

Ligas de lantânio como esponjas de hidrogénio. Estas ligas são capazes de absorver até 400
vezes o seu volume de hidrogénio gasoso, e é um processo reversível.

Como catalisador no craqueamento do petróleo ( transformação do óleo cru nos seus


derivados ).

Na forma de compostos é usado para polir vidros e em lapidação.

O La-bário em datações de rochas e minérios.

O nitrato de lantânio é aplicado principalmente em vidros especiais, tratamento da água e


como catalisador.

3.4 LANTANÍDEOS

3.4.1 HISTORIAL
Os Lantanídeos, conhecidos também como terras-raras são os 14 f-elementos que seguem
após o lantânio na T.P, cujos números atómicos vão de 58 a 71.

Os lantanídeos foram chamados de terras- raras devido ao aspecto terroso dos seus óxidos e
porque as quantidades conhecidas eram muito reduzidas. As suas propriedadea assemelham-
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 51

se ao lantânio (Z=57) pertecente ao grupo 3b, que imediatamente os precede na ordem dos
números atómicos.

O facto de suas propriedades físicas e quimicas serem semelhantes às do lantânio, justifica o


nome lantanídeos com que são designados.
Integram esta família: Cério (Ce),Praseodímio (Pr), Neodímio (Nd),Promécio (Pm), Samário
(Sm), Európio (Eu), Gadolínio(Gd), Térbio ( Tb), Disprósio (Dy), Hólmio (Ho), Érbio (Er),
Túlio (Tm), Itérbio (Yb) e Lutécio (Lu).

As primeiras terras- raras foram descobertas graças a pesquisas feitas em 1794 por Johan
Gadolin, quando investigava o minério iterbita, encontrado em Ytterby, na Suécia em 1788.
Mais tarde Berzelius, fazendo experiências com o minério Sueco Cerita supôs ter descoberto
um elemento que seria a terra de Cerita. Entre 1839 e 1843, Mosander, separou as terras de
Ítria e de Cerrita extraindo destas os óxidos de Cério, Lantânio, Érbio, Térbio e do próprio
Ítrio. Em 1879 o químico francês Poul-Émile, separou por precipitação o Samário do
Didímio. Em 1880, o químico Sueco Per Teodor Cleve separou o óxido de Érbio nos óxidos
de Túlio, Hólmio e de Érbio propiamente dito. Em 1885, o químico austríaco Karl Auer
separou também do Didímio, baseando-se em métodos de diferença de solubilidade e
basicidade, os óxidos de Preseodímio e Neodímio.

Trabalhos posteriores levaram outros pesquisadores à descoberta das terras-raras restantes.

3.4.2 OCORRÊNCIA
Os Lantanídeos ocorrem nas areias monazíticas em forma de seus fosfatos onde predominam
os de Cério, prevalecendo os elementos de número atómico 57 a 61 e entre estes os pares:
58 60 62 64
Ce, Nd, Sm, e Gd. As areias monazíticas são encontradas nas costas brasileiras, em
muitas areias dos rios do sul; na Noruega, em Travance; na Índia, no Ceilão e na Carolina,
nos E.U.A. Outros minérios ricos em lantanídeos são a allanita no oeste Americano, a
bastnaesita, na Califôrnia-E.U.A, a gadolinite-Y2FeBe2Si2O10 na península Escandinava, a
Samarskita na U.R.S.S. e a fergusonita australiana na Austrália.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 52

Dos elementos lantanídeos ocorrem como elementos simples, o Praseodímio, Térbio, Túlio e
144 159 169 165
o Hólmio respectivamente na forma dos isótopos: Pr, Tb, Tm e Ho. Os demais
lantanídeos ocorrem como mistura de vários isótopos.

Três dos elementos lantanídeos: Neodímio, Samário e Lutécio apresentam isótopos naturais
radioactivos a saber: Nd (emissor de partículas β)
150 147
Sm (emissor de partículas ) e 176
Lu
(emissor de partículas β). Alguns isótopos de Promécio: 145
Pm e 147
Pm foram obtidos por
meio de reações nucleares ou como produtos da fissão do Urânio-235 mas nao são estáveis
por isso o promécio não é encontrado na natureza.

Elementos desta família encontram-se junto com La e Y na maioria dos casos em forma de
fosfatos, fluoretos, carbonatos e silicatos.

3.4.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS


Os lantanídeos apresentam propriedades intermediárias entre as do lantânio e as do Escândio,
e comportamento semelhante ao dos metais alcalino-terrosos, isto é, são fortes agentes
redutores. Estes são um desdobramento do grupo IIIB colocados abaixo da tabela, numa
posição especial.
Caracterizam-se pelo facto de que seus electrões apresentam uma orbital 4f. Essa disposição
electrónica explica a maioria das propriedades fisicas e químicas destes elementos.

Todos eles têm dois electrões na camada mais externa numa configuração 6s2.
Quanto à distribuição electrónica, os lantanídeos consecutivos diferem por um electrão 4f e
geralmente um electrão 5d. Os electrões preenchem primeiro o subnível 4f e não o 5d, mas
devido ao facto de a diferença entre as energias dos estados 4f e 5d ser muito pequena, um
dos electrões 4f excita-se facilmente, passando para o subnível 5d e torna-se o electrão
valente.

As semelhanças nas propriedades dos lantanídeos devem-se à repetição da configuração


64
electrónica externa com apenas leves diferenças nos níveis internos com excepção do Gd,
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 53

que tem 4f7 como o 63


Eu, o 71
Lu que tem 4f14 como o 70
Yt e as pequenas diferenças nas
propriedades correspondem a variação das cargas nucleares. A estruturação dos átomos
destes elementos com o progressivo preenchimento das orbitais inferiores 4f sem alteração da
configuração electrónica mais externa confere-lhes certas características a saber:
_ Constância nos estados de Valência;
_ Efeito da contração lantanídea sobre as propriedades;
_ Paramagnetismo;
_ Coloração.

3.4.3.1 Estados de valência dos lantanídeos


Os elementos apresentam todos o número de oxidação +3, tendo o Cério, Praseodímio,
Térbio também o nox +4 e Samário, Európio, Itérbio +2.A trivalência comúm a todos os
elementos lantanídeos está em conformidade com a condição de membros do grupo IIIB. Se
a configuração electrónica for 4fn5s25p65d16s2, a trivalência é perfeitamente coerente em
todos os casos, mas a trivalência não é necessariamente esperada em termos da configuração
4fm5s25p66s2 (m = n + 1), considerada como a mais provável para a maior parte dos
elementos lantanídeos.
A capacidade que possuem certos lantanídeos de funcionar com os números de oxidação +4 e
+2 está relacionada com a sua posição na sequência dos elementos dentro da serie e podem
ser considerados como resultado da tendência para a adoção das três configurações
particularmente estáveis: La3+ (4f05s25p6) Gd3+ (4f75s25p6) e Lu3+ (4f145s25p6), em que as
orbitais 4f se encontram, respectivamente, vazias, ocupadas pela metade e complemente
cheias, através da perda de mais ou menos do que três electrões. Ex: O Cério (Z=58) adquire
a configuração do ião La3+ para quatro electrões formando-se o ião Ce4+. Os iões Eu2+ e Tb4+
possuem configuração electrónica do ião Gd3+ e ião Yb2+ tem a estrutura do ião Lu3+.

3.4.3.2 Efeito de contração lantanídea sobre as propriedades


Contração lantanídia é a diminuição dos raios atómicos e iónicos devido à atração exercida
pelo núcleo com relação aos electrões externos à medida que aumeta a carga + do núcleo.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 54

Há uma contração gradual nos raios atómicos e iónicos dos elementos desta série, o que se
deve ao preenchimento das orbitais 4f e simultâneo aumento da carga nuclear, atraindo mais
os eletrões.Sendo os números de oxidação iguais, suas propriedades químicas são
semelhantes.

A basicidade dos hidróxidos e dos óxidos diminui no sentido Ce-Lu, na ordem crescente do
número atómico e da densidade, e, decrescente dos raios atómico e iónico com excepção do
Eu e Yb que têm raios bem grandes.

3.4.3.3 Paramagnetismo
Paramagnetismo é a propriedade que têm certos elementos de soferem um fraco alinhamento
electrónico nas orbitais, quando sob acçao de um campo magnético.Nos metais de transiçao,
quando o nível mais externo não está completo e o número de electrões e ímpar, ocorre uma
difícil compensação entre os spin e o movimento orbital.Os iões lantanídeos são
paramagnéticos, excepto o Lu e Ce que são diamagnéticos.

3.4.3.4 Coloração:
Há uma dependência entre a coloração dos iões e o paramagnetismo. A cor apresentada é
função da absorção da luz de comprimento de onda caracteristica de algumas transições
electrónicas , os responsáveis pela absorção são os electrões de orbital f. Todos os elementos
colorados são trivalentes: Pr verde-amarelado, Tm-verde claro, Er-róseo, Sm, Dy e Ho-
amarelados, Eu, Tb e Yb quase incolores, La, Ce, Gd e Lu são incolores, Nd- cor violeta,
Pm- vermelho.

Em dependência do carácter de preenchimento do 4f subnível os elementos da família de La


subdivide-se em subfamílias.

Os primeiros 7 elementos de (Ce ao Gd) que de acordo com a regra de Hund enchem 4f
orbital por 1ºs electrões, juntam-se em subfamília de Ce.

Os 7 elementos restantes juntam-se em família de térbio (Tb-Lu)

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 55

Família de Cério Praseodímio Neodímio Prometio Samário Európio Gadalínio


Cério Ce Pr
Configuração 4f2 4f3 4f4 4f5 4f6 4f7 4f7 + 5d1
electrónica
Família de Térbio Disprósio Hólmio Érbio Túrio Itérbio Lutécio
Térbio
Configuração 4f7+2 4f7+3 4f7+4 4f7+5 4f7+6 4f7+7 4f7+5d1
electrónica

3.4.4 OBTENÇÃO
Podem ser extraidos a partir de seus fosfatos nas areias monazíticas. Praticamente todos os
lananídeod foram preparados em estado metálico.

A separação desses elementos tem sido muito dificil, devido a semelhança das propriedades
fisicas e químicas. As primeiras separações foram feitas por operações sucessivas, a começar
por juntar o H2SO4(c) , desprezando-se os silicatos insolúveis. Nos sulfatos formados, juntava-
se H2S, eliminando CuS e Bi2S3. Trarava-se com acido oxálico a solução sulfúrica restante.
Actualmente usam-se os seguintes métodos de separação:

3.4.4.1 Método das resinas trocadoras de iões


É o mais eficiente por ser o mais barato, o mais rápido e o mais selectivo, produzindo
lantanídeos em alto grau de pureza e em quantidades consideráveis. Este método consiste no
controle do tamanho dos iões e consequente formação de hidratos.
3.4.4.2 Método da formação de complexos
A complexação com o ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) baseia-se em dois equilíbrios
competitivos: o de acidez e o da formação de complexos. O grau de complexação difere
muito de um elemento para o seguinte da série, e a acidez do meio ajuda no controle desse
deslocameto e na consequente separação como complexo.

3.4.4.3 Método da migração em contracorrente


É baseado na diferença de potencial de oxidação e de redução.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 56

3.4.4.4 Método da extração por solvente


Utilizam-se as relações de partição entre solventes. Apesar de estas não serem grandes entre
os compostos, obtém-se óptimas separações fazendo a extração por solvente em
contracorrente contínua.

3.4.4.5 Método da variação do nox


Devido à variação dos números de oxidação +2, +3 e +4 em certos lantanídeos, consegue-se
pela acção de oxidantes, obter compostos no mais alto grau de oxidação. Ex: o Ce, o Pr e o
Tb são assim separados. Como o Ce é mais estável em solução aquosa os outros dois são
separados.

3.4.4.6 Método da cristalização fraccinada


Baseia-se em pequenas diferenças de solubilidade e em cristalizações sucessivas de sais
simples, como sulfatos, nitratos, oxalatos e percloratos, e alguns sais duplos.

3.4.4.7 Método da precipitação de hidróxidos


Os metais de número atómico menor formam hidróxidos menos solúveis, que se precipitam
mais facilmente.

3.4.4.8 Método da reação térmica


Baseia-se nos nitratos de ponto de fusão baixo e na decomposição dos menos básicos que se
transformam em óxidos.

Todos os metais lantanídeos, excepto o samário, o európio e o itérbio, podem ser obtidos
mediante conversão de seus óxidos em cloretos ou fluoretos anidros e redução dos haletos
com cálcio a altas temperaturas.
LnX4 + 2Ca → Ln + 2CaX2 ou 2LnX3 + 3Ca → 2Ln + 3CaX2

O samário e o itérbio foram obtidos através da redução dos óxidos Ln2O3 com lantânio a
14500C.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 57

Ex: Sm2O3 + 2La → 2Sm + La2O3

O Sm também foi preparado mediante redução de Sm2O3 com cálcio a 10000C “no vácuo” ou
em atmosfera de orgônio.

3.4.5 PROPRIEDADES QUÍMICAS


Os elementos lantanídeos assemelham-se em suas propriedades químicas ao lantânio,
excepto na capacidade que alguns têm de funcionar com outros estados de valência além da
trivalência. São elementos muito activos, ocupam lugar depois dos com os metais alcalinos e
alcalino-terrosos. Combinam-se com os halogénios e a quente também com enxofre.
Reagem com água lentamente a frio e vigorosamente a quente libertando hidrogénio.

2Ce + 6H2O 2Ce(OH)3 + 3H2

Reagem energicamente com ácidos. Absorvem facilmente o hidrogénio formando hidretos.


No ar húmido perdem brilho metálico em consequência de formar-se um óxido e hidróxido
na sua superfície e reduzem a pó em poucos dias.

4Ce + 3O2 2Ce2O3

Sob temperatura de 200 a 400ºC ardem no ar com a formação de nitretos.

Ce tem propriedades de inflamar-se no ar em condições normais (quando em pó).

Nas condições normais reage com halogéneos.


2Ce + 3X2 2CeX3

Sob aquecimento reage com N2, P, Si, S, C e H2


2Sm + 3H2 2SmH3

Com a maioria dos metais forma ligas.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 58

Tem φ muito negativo, energicamente reage com água e com ácidos.

Em ácido fluorídrico e ácido fosfórico tornam-se inertes por causa da formação da película
protectora na superfície feita dos sais desses ácidos.

Ao mesmo tempo a actividade química tal como as propriedades básicas dos óxidos e
hidróxidos diminuem do Ce ao Lu, isto deve-se a diminuição do raio atómico em
consequência da contracção lantanídica.

Ex. Raio de Ce é 1,825Å e Lu é 1,707 Å

Os metais puros têm propriedades semi-condutoras.

Sob a diminuição de temperatura esses elementos tornam-se supercondutores (já não há


oscilação das moléculas que travam os electrões).

3.4.6 PROPRIEDADES FÍSICAS


Os lantanídeos quando puros são brilhantes e de coloração prateada, são metais com pontos
de fusão, de ebulição e densidades elevados.

Nome Nº Peso PF PE Densidade Configuração


atómico atómico (ºC) (ºC) (g/Cm3) electrónica
Cério 58 140.12 799 3426 6.672 (Xe)4f25s25p66s2
Praseodímio 59 140.407 931 3512 6.773 (Xe)4f35s25p66s2
Neodímio 60 144.24 1021 3068 7.007 (Xe)4f45s25p66s2
Promécio 61 145 1168 2700 7.264 (Xe)4f55s25p66s2
Samário 62 150.35 1077 1791 7.520 (Xe)4f65s25p66s2
Európio 63 151.96 822 1897 5.2434 (Xe)4f75s25p66s2
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 59

Gadolínio 64 157.25 1013 3266 7.9004 (Xe)4f75s25p65d16s2


Térbio 65 158.8254 1356 3123 8.2294 (Xe)4f95s25p66s2
Disprósio 66 162.5 1412 2262 8.5500 (Xe)4f105s25p66s2
Hólmio 67 164.93 1474 2695 8.7947 (Xe)4f115s25p66s2
Érbio 68 167.26 1529 2863 9.006 (Xe)4f125s25p66s2
Túlio 69 168.934 1545 1947 9.3208 (Xe)4f135s25p66s2
Itérbio 70 173.04 819 1194 6.9654 (Xe)4f145s25p66s2
Lutécio 71 174.97 1663 3395 9.8404 (Xe)4f145s25p65d16s2

3.4.7 APLICAÇÃO
Os lantanídeos e seus compostos são aplicados:
- Na produção de aço,gusa e ligas dos metais nao-ferrosos.
Ex: o mismetal-uma liga de lantanídeos com conteúdo predominante de cério e lantânio.

- Em pequenas quantidades para melhorar a qualidade dos aços inoxidaveis, rápidos,


termoresistentes e a da gusa.

-Para aumentar a resistência das ligas de alumínio e magnésio a altas temperaturas.


- A composição e a presença dos seus minerais no subsolo fornecem aos geofisicos uma
importante fonte de dados para a determinação dos processos geológicos.

- Na lua para o estudo da formação e evolução do satélite.


- O lantanídeo que apresenta aplicação mais difundida é o cério, utilizado na preparação de
ligas pilofóricas para isqueiros, dispositivos de iluminação a gás e na fabricação de vidros
especiais que absorvem as radiações térmicas e ultravioletas que provocam o embaciamento.

- Os óxidos dos lantanídeos são aplicados na coloração e descoloração de vidros e na


coloração de porcelanas e esmaltes.
Ex: o óxido de neodímio dá a cor vermelha viva e o de praseodímio dá a cor verde ao vidro.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 60

- Os óxidos neodímio e lantânio fazem parte dos vidros ópticos, os de gadolínio e de térbio
são usados como substâncias fluorescentes nos tubos de televisão a cores, o último dá a
fluorescância verde.

170
- O isótopo radioactivo de túlio Tm emprega-se na fabricação dos geradores portáteis dos
raios x de destinação medicinal.

3.4.8 COMPOSTOS DE LANTANÍDEOS


Os compostos dos lantanideos por possuírem três diferentes números de oxidação formam
três estados também diferentes.

3.4.8.1 Compostos de lantanídeos (II)


São conhecidos compostos bem definidos de samário(II), európio (II) e itérbio(II).
Óxidos: EuO
Sais: dihaletos- SmCl2, YbI2, EuF2; Sulfetos-EuS; Sulfatos-EuSO4,YbSO4, SmSO4;
selenetos- EuSe,YbSe; teluretos- EuTe,YbTe.

3.4.8.2 Compostos dos Lantanideos (III)


Os iões +3 dos lantanideos encontram-se combinados em compostos cristalinos com uma
grande variedade de aniões.
Exemplo: Ln 2 O 3 .

A trivalência é o mais importante estado de valência dos lantanídeos considerados em


conjunto. É o estado de valência geralmente estável em solução aquosa.

Óxidos (Ln2O3 ): Sm2O3, Nd2O3, Eu2O3, Gd2O3


Pm2O3, Lu2O3 , Ce2O3.

Hidróxidos Ln(OH)3: Sm(OH)3, Pm(OH)3, Eu(OH)3, Ce(OH)3.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 61

Sais: cloretos- TbCl3, GdCl3, CeCl3; iodetos- PrI3, NdI3, SmI3, EuI3, GdI3, TbI3, HoI3, ErI3,
TmI3, YbI3, LuI3; sulfatos- Ce2(SO4)3 cloretos hidratados-NdCl3.6H2O,SmCl3.6H2O,
GdCl3.6H2O; sulfatos hidratados- Pr2(SO4)3.8H2O,Pr2(SO4)3.5H2O, Sm2(SO4)3.8H2O;
brometos, bromatos, nitratos, percloratos, acetatos, fluoretos, carbonatos,oxalatos e fosfatos.
Metahidróxidos LnOOH: EuOOH, NdOOH, SmOOH.

Compostos complexos-K[Ce(SO4)].H2O, Na3[Yb(OH)6], Na[Lu(OH)6] os dois ultimos


podem perder agua dando NaYbO2 e NaLuO2.

3.4.8.3 Compostos de lantanídeos (IV)


Óxido branco (CeO 2 ), pode preparar-se aquecendo ao ar ou em óxido Ce(OH) 3 ou os

carbonatos, ou nitratos correspondentes.

O estado tetra valente ocorre em cério, praseodímio e térbio.


Óxidos:CeO2;Pr6O11;Na2PrO3;Tb2O3;TbO2;Na2TbO3; Tb4O7,Tb6O11.
Hidróxidos: Ce(OH)4, Pr(OH)4
Sais: haletos- CeF4, PrF4; nitratos-Ce(OH)(NO3).3H2O; sulfatos- CeSO4, oxalato-
(NH4).[Pr(C2O4)4].4H2O
Compostos complexos: MI2 [Ce(NO3)6] (MI = metais alcalinos) e MII [Ce(NO3)6.8H2O (MII
= Mg, Mn, Co, Ni e Zn). M3PrF7 e M2PrF6 (M = Na, K, Rb, Cs

3.4.9 Aplicações

Os lantanídeos usam-se na produção de aço e ligas com metais não ferrosos (Cu, Au e Ag).

Nestes casos usa-se mismetal, uma liga de lantanídeos com conteúdo predominante de Ce e
La.

Lantanídeos usam-se também na produção de vidro que se aplica na técnica cósmica.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 62

Os óxidos de lantâneo fazem parte de vidros ópticos. Óxidos de lantanídeos aplicam-se na


pintura de porcelanas.

3.5 O ACTÍNIO
3.5.1 Historial
O actínio foi descoberto por André Louis Debiernene em 1899,e independentemente pelo
quimico alemão Friedrich Oscar Giesel em 1920. O seu nome deriva do grego a Ktis akenos
pela radioactividade do elemento.

3.5.2 Caracteristicas gerais


-Este elemento encontra-se no IIIB,no 7º periodo,metal ductil,maleável,incolor,radioactivo;
-O carácter básico aumenta de cima para baixo,a electropositividadde também aumenta com
o aumento do no do átomo;
-Possui forte tendência para formação de compostos electrovalentes;
-Possui fraca tendência de formação de complexo;
-Forma bases menos complexos;
-Tem no de oxidação +3,mais básico que o La.

3.5.3 Ocorrência:
O actínio ocorre associado a minerais de urânio (carnotita ;pechblenda; autinita;davidita) e
em áreas monazíticas.

Na natureza ocorre em quantidades muito duminuidas como membro da série radioactiva


que leva o seu próprio nome monazita (Ca; La;Th;Cl;...).

Aparece na forma de isótopos 89Ac227; 89AC228; radioactivo. No estado livre representa metais
argênteos brancos.
É um raro e difícil de ser encontrado.

3.5.4 Obtenção
O actínio obtém-se mediante irradiação do rádio com neutrões:

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 63

226 1 227 + 1e0 227


88Ra + on 88X 89Ac

223 4(0n1) 227 + 2(1B0)


87Fr + 87Ac

A partir de haletos na reacção com metais, reduzindo o seu haleto com metal (obtenção
industrial que ocorre a 1100-13000c) :

AcF3 + 3Li Ac + 3LiF

2AcF3 +3Ca 2Ac + 3CaF2

AcCl3 + 3k Ac + 3KCl
3AcCl3 + 3Ca 3Ac + 3CaCl3

3.5.5 Propriedades fisicas


- O actínio possui uma boa condutibilidade eléctrica e térmica;
- Possui características metálicas muito acentuadas;
- Possui pontos de fusão e de ebulição aproximadamente iguais a 1040-10500c e 33000c;
- Tem densidade igual a 10,1g/cm3;
- Seu raio uiónico é igual a 0,111nm;
- Os seus sulfatos, cloreto e nitrato são solúveis no solvente universal mas, os seus
oxalatos,carbonatos e fosfatos são insoluveis.
- Possui brilho metálico;

3.5.6 Propriedades quimicas


1) Reage com hidrogénio, dependendo da temperatura, formando hidretos do tipoAcH
AcH2 ou AcH3

2Ac + 3H2 2AcH3

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 64

2) Os seus hidretos reagem com água formando bases e libertando H2.


AcH3 + 3H2O Ac(OH)3 + 3H2

3) os seus hidróxidos reagem com gás carbónico obtendo sais


2Ac (OH) 3 + 3CO2 Ac2(CO3)3 + 3H2O

4) Na decomposição de hidróxidos forma-se óxidos e água.


2Ac(OH)3 Ac2O3 + 3HO2

5) Reage com ácidos:


2Ac + 3H2SO4(dil) Ac2(SO4)3 +3H2↑

2Ac + 6HF 2AcF3 + 3H2

6) Sob aquecimento reage com O2,N2,X2 e S

4Ac + 3O2 2Ac2O3

2Ac + N2 2AcN

2Ac +3X2 2AcX3

2 Ac + 3S Ac2S3

8) Os seus óxidos reagem com trihalogenetos


Ac2O3 + 2AlX3 2AcX3 + Al2O3

9) O seu hidróxido reage com tetracloreto de carbono


Ac (OH) 3 + CCl4 AcCl3 + CO2 ↑+ H2O

Os compostos principais do actínio são:

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 65

Haletos; sais [ nitratos- Ac(NO3)3 ,sulfatos-Ac2(SO4)3 e carbonatos- Ac2(CO3)3]; óxidos;


bases e oxihaletos (AcOX).
Geralmente os compostos de actínio são isomorfos ao La.

Aplicações
E usado na obtenção de neutrões e particulas alfas.

3.6 ACTÍNIDEOS
3.6.1 Características gerais
Fazem parte desta família o Tório, Protactínio, Urânio, Neptúnio, Plutónio, Amerício, Cúrio,
Berquélio, Califórnio, Einstêinio, Férmio, Mendelévio, Nobélio e Lawrêncio.
A família dos actinídeos é composta pelos 14f – elementos que seguem o actínio no sistema
periódico.

A concepção dos elementos actínideos na forma de uma série de transição interna semelhante
aos lantanídeos, basea-se no preenchimento progressivo das orbitais f após o actínio (Z=89).

Até recentemente os elementos naturais mais pesados : Tório (Z=90); Protactínio (Z=91) e
Urânio (Z=92) eram colocados respectivamente abaixo do Háfnio, Tântalo e Tungsténio,
elementos de transição nos quais se cumpre o preenchimento das orbitais 5d, o que significa
admitir para o tório, protactínio e urânio o preenchimento das orbitais 6d, mas evidências
físicas e químicas acumularam-se indicando que os elementos transurânicos (elementos com
número atómico superior a do urânio) envolvem o preenchimento das orbitais 5f.

Admite-se um preenchimento sucessivo normal das orbitais 5f deveria começar do tório,


elemento que segue imediatamente o actínio, resultando na série actínidia. Mas opiniões de
diversos autores divergem quanto a este ponto, isto porque no caso de alguns elementos é
difícil distinguir entre 5f ou 5d devido a proximidade de energia e a energia necessária para a
transição de um subnível para outro pode se situar dentro da faixa da energia da ligação
química. E a configuração electrónica é capaz de diferir de um composto para o outro, até
mesmo com os estados físicos de um dado composto.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 66

A diferença entre os estados energéticos dos electrões que ocupam 5f e 6d é pequena e nos
1ºs membros da família de actinídeos os electrões de 5f passam facilmente para o subnível d
e podem participar na formação da ligação química.

Na medida que o 5f subnível preenche-se, ocorre estabilização da configuração electrónica


dos átomos passando de 5f electrões a 6d.
Por razões acima os elementos do subgrupo de Bk comportam-se como elementos f típicos e
revelam propriedades próximas dos lantanídeos.
De Th até ao Pu o nox mais característico dos elementos aumenta de +4 a +6. (f subnível está
instável).

Depois de Pu ocorre uma estabilização energética dos estados 5f e de Pu até Cm, o nox mais
característico diminui de +6 a +3 (estabilização de subnível)

Na subfamília de Bk o nox característico é +3 (começa a preencher-se por 2º electrão e já


estável)

Família do Tório Tório Protactínio Urânio Neptúnio Plutónio Pu Amerício Cúrio


Th Pa U Np Am Cm
Configuração 7S2 6d1 5f1 7S2 6d1 5f2 7S2 6d1 5f3 7S2 6d1 5f4 6d1 5f6 6d1 5f7
electrónica 7S2 6d2 7S2 6d3 7S2 6d4 7S2 6d5 5 f7
Raio atómico 1,80 1,62 1,53 1,50 1,62
Família de Berquélio Califórnio Einsténio Férmio Mendelevio Nobélio Laurêncio
Berquélio Bk Cf Es Fm Md No Lr
Configuração 7S2 5f9 7S2 5f10 7S2 5f11 7S2 5f12 7S2 5f13 7S2 5f14 7S2 5f14
electrónica 7S2 5f7 +2 7S2 5f7 +3 7S2 5f7 +4 7S2 5f7 +5 7S2 5f7 +6 7S2 5f7 +7 7S2 5f14 6d1

Na camada de valência da subfamília de Bk existem 7S2 6d1 nox +3.

3.6.1.1 Estados de valência


Os actinideos diferem dos lantanídeos pela multiplicidade dos estados de valência. Enquanto
que os lantanídeos nunca apresentam mais de 2 estados de valência, há actínideos que podem
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 67

assumir quarto ou mesmo cinco estados de valência. E isso explica-se pelo facto de a
separação 5f-6d ser consideravelmente menor que a separação 4f-5d.
Nos primeiros membros dos actinídeos os electrões 5f passam facilmente para o subnível 6d
e podem participar nas ligações químicas. Consequentemente do tório ao urânio o Nox
característico aumenta de +4 à +6. Na passagem pela série ocorre uma estabilização
energética do estado 5f, exigindo maior gasto de energia a excitação dos electrões 5f para o
subnivel 6d. Como consequência do urânio ao cúrio o Nox diminui de +6 à +3. O berquélio e
os elementos seguintes tem Nox característico +3.

3.6.1.2 Contracção actinídea


Com a inserção consecutiva de electrões nos níveis internos dos actinídeos, a medida que o
número atómico aumenta, há uma progressiva diminuição do raio iónico, porque a carga
nuclear aumenta mas e estrutura interna se conserva. E essa diminuição é chamada de
contracção actínidea.
3.6.1.3 Paramagnetismo
Os actínideos são susetiveis ao magnetismo, tendo sido omprovada a influênia
paramagnéticaem compostos de urânio, neptúnio, plutónio e amerício.

3.6.1.4 Coloração
Alguns compostos dos actínideos apresentam cores características, como por exemplo os
uranatos (UO22+) que são geralmente amartelos; U22+ é róseo. Outros actínideos apresentam
coloração variada.

3.6.2 Ocorrência
Todos os actínideos são radioactivos. O tório, protactínio e urânio encontram-se na natureza,
visto que apresentam isótopos com grande período de semidesintegração. O neptúnio e o
plutónio estão presentes na natureza em quantidades infímas.

Th, Ph e U encontram-se na natureza visto que eles têm os isótopos com grande período de
semidesintegração.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 68

3.6.3 Obtenção de alguns actínideos


O tório pode ser obtido por redução do seu óxido com calico:
ThO2 + 2Ca → Th + 2CaO

O protactínio é preparado pela conversão do seu óxido à iodeto seguido da sua


decomposição à alto no vácuo com aquecimento em filamento eléctrico:
2PaI3 → 2Pa + 3I2
O urânio pode ser obtido por bombardeio do tório com neutrões produzindoTh233, depois
protactinio e por emissão beta, o U233.
90Th
232
→ 90Th
233
→ 91Pa → 92U
233

O neptúnio pode ser obtido mediante o aquecimento de NpF3 com vapor de Bário a 1200c.
2NpF3 + 3Ba → 3BaF2 + 2Np

A partir de isótopos de 92235U pode se obter o neptúnio e plutónio, ou do 92238U

238 1 239 239


92 U + 0n 92 U 93 Np + e- 239
94 Pu + e- 1
0n
1
1 P 1
0
e-

Md pode se obter a partir de Es se bombardeado com os núcleos de 24He

242 4 256 1
99 Es + 2 He 101 Md + 0n

Através do bombardeamento de isótopos de Pu obtêm-se por bombardeamento do núcleo de


Ne
242 20 261 1
94 Pu + 10Ne 104 Ku + 0n

3.6.4 Propriedades Físicas


Como substâncias simples encontram-se Th, Pa, U, Np, Pu, Am e Cm, eles apresentam-se
como metais brancos prateados.

Eles têm altas densidades (11-20g/cm3) e tº fusão (700-2000ºC)

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 69

3.6.5 Propriedades químicas


Todos os actinídeos são radioactivos. Estudos químicos encontram dificuldades ligadas com
desintegração radioactivas.

As substâncias simples têm actividade química elevada.

Em meio de O2 eles ardem, formando óxidos com nox mais característicos:

Th + O2 ThO2
4Pa + 5O2 2Pa2O5
3U + 4O2 U3O8 (óxido misto UO2.2UO3)
Pu + O2 PuO2

Sob aquecimento reagem intensivamente com os não metais.

São capazes de absorver grandes quantidades de H2 formando os hidretos de composição


variada.
MeH3; até MeH4

3.6.5.1 Reagem com metais formando ligas.


Na série de tensão ocupam lugar antes de hidrogénio por isso oxidam-se pela água e pelas
soluções aquosas dos ácidos.

Com bases não reagem (excepto o Au), os hidróxidos têm carácter básico e seus sais são
parecidos com os dos lantanídeos.

Tório- Th encontra-se em forma de mineral molazita ThO2. é metal branco prateado de alta
temperatura de fusão.

O nox nos seus compostos na maioria dos casos é +4.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 70

Aplica-se na técnica nuclear para obtenção dos isótopos de U a partir de isótopo natural de
232
90Th.

232 0 233 233


90Th + 1n 91Th 91Pa + 1e- 233
92U + 0 -
1 ß

Tório emprega-se como componente nas várias ligas.

O Urânio encontra-se na natureza em forma de mineral uranite que apresenta em forma de


UO2

Encontra-se em forma de mineral carnatite K2(UO2)2(VO4)2- vanadato de potássio e uranilo


[UO2]+2 H3VO4; (VO4]3-
Urânio natural é composto de 3 isótopos radioactivos: 23492U; 235
92U;
236
92U

0.005% 0,695% 99,3%

Todos eles têm período de semidesintegração muito alto nos limites de 109– 105 anos.

O nox mais característico é +4 e +6

UO3 é um pó de cor de laranja. Tem carácter anfótero. Nos ácidos ele dissolve-se formando
sais.

UO2 + 2HCl UO2Cl2 + H2O

Os sais de uranilo são bem solúveis em água e têm coloração verde amarelo. Sob acção dos
álcalis sobre os sais de uranilo obtém-se sais de H2UO4 (ácido urânico) – uranatos.

Ex: Na2UO4 uranato de sódio e pode-se formar ácido diurânico e diuranatos. H2U2O7 e
Na2U2O7.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 71

3.6.6 Aplicações
O tório, seu principal uso é na fabricação de camisas incandescentes de welsbach. É um
importante ligante com magnésio, emprestando-lhe maior força e resistência a elevadas
temperaturas.
O urânio, seu maior emprego é na energética nuclear, na fabricação de bombas.
Os sais dos dois ácidos aplicam na produção dos vidros colorido.

4.0 ELEMENTOS DO IVB SUBGRUPO

No subgrupo de titânio entram os elementos.

Ti – Titânio 4S23d2
Zr- Zircónio 5S24d2
Hf- Háfnio 6S25d2
Ku- Kurtchatóvio 74S26d2

Elemento Ti Zr Hf
Raio atómico 1,46 1,60 1,59
Ei 6,80 6,84 7,0

O carácter de alteração de Ei e dos tamanhos dos átomos mostra que ocorre o processo de
consolidação das capas electrónicas dos átomos, em resultado da contracção por exemplo do
Zr ao Hf têm mesmo raio atómico e consequentemente têm propriedades muito próximas.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 72

Em distinção dos elementos do subgrupo de Ge, no subgrupo de titânio com o aumento do


número atómico o nox mais característico aumenta o seu valor.

Para titânio e seus análogos o nox mais característico é +4


Ti e Zr têm cada 5 isótopos e Hf tem 7. Ku não se encontra na natureza e foi obtido no
laboratório experimentalmente.
O titânio e seus análogos no estado livre são os metais típicos parecidos com o aço pelo seu
aspecto externo. Todos eles são de altos pontos de fusão e ebulição, estáveis em relação ao ar
e a água.

4.1 O TITÂNIO
4.1.1 Historial
O titânio foi descoberto em 1791 pelo clerico inglês William Gregor (1761-1817) quando
examinava uma terra negra de coruwall chamada iluenha ou mineral de ferro titanífero
(FeTiO3). Em 1794 Klaproth encontrou-o no rutilo, supondo tratar-se de uma terra nova e
chamou-o titânio. Foi isolado impuro em 1887, pelos químicos suecos Sven Otto Petterson
(1848-1941) e Lars Frederick (1840-1899). Somente em 1910 foi obtido puro com o teor de
99,9% por redução de cloreto te Titânio com sódio.

4.1.2 Ocorrência na Natureza


O seu teor é de cerca de 0,6 % (massa), isto é, mais alto que o de alguns metais muito
aplicáveis na técnica como o Cu, Pb, Zn, etc.
Os seus minérios mais abundantes e importantes são:
TiO2- Rutilo;
FeTiO3- Ilmenita;
FeTiO3.xFe2O3- Titanomagnetite;
CaTiO3 (CaO.TiO2)- Perovskita;

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 73

CaTiO5 (CaO.TiO2.SiO2)- titanita.

4.1.3 Obtenção
Laboratório
Baseia-se na decomposição de iodeto de Zr, Hf e Ti sob as temperaturas.

TiI4 Ti + 2I2

Industrial.
o minério é transformado em TiO2 que depois é submetido a um processo de cloragem,
porém, mesmo a 800-1000 a cloragem decorre com lentidão. A velocidade torna-se
insuficiente para fins práticos na presença do carbono que se liga com oxigénio,
principalmente o CO.
TiO2 + Cl2 + 2C TiCl4 + 2CO
Usam-se redutores como Na, Mg e C.
t=1000ºC
TiCl4 + 2C + Cl2 2CO + TiCl4
t=1000ºC
TiCl4 + 2Mg Ti + MgCl2

4.1.4 Propriedades Físicas.


É um metal branco, prateado, dúctil com densidade igual a 4,51g/cm3; seus pontos de fusão
e ebulição iguais a 16650c e 32600c, respectivamente..

É metal plástico, impureza de O2, N2, C pioram as propriedades mecânicas.

4.1.5 Propriedades Físicas.


Todos esses metais são brancos. O Zr tem brilho metálico, Ti e Hf são prateados, densos com
alto ponto de fusão e ebulição.

São metais plásticos, impurezas de O2, N2, C pioram as propriedades mecânicas.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 74

4.1.6 Propriedades Químicas.


A alta temperaturas ele tem actividade química muito alta.

4.1.6.1 Interacção com halogéneos.


Ti com flúor reage em condições normais.
Ti + 2F2 TiF4

4.1.6.2 Interacção com enxofre


Esta reacção ocorre a tº de 400ºC com formação de sulfuretos com composição variável.
Ti + S TiS

Ti + 2S TiS2

Com azoto, a reacção ocorre a 700-800ºC.


Formam-se nitretos de composição variável. (TiN)

Com carbono ocorre a reacção a 1000ºC e formam-se carbetos.

Com Si e B formam-se silicetos e boretos que são muito duros.


Titânio com água reage a 800ºC

Ti + 2H2O(V) TiO2 + 2H2

Reage também com substâncias compostas.

2Ti + CO2 TiO2 + TiC

Óxidos e Hidróxidos
TiO2, é uma substância dura que não se dissolvem em água, ácidos e bases.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 75

Os hidróxidos podem se obter através da reacção:


TiCl4 + 4NaOH Ti(OH)4 + 4NaCl

Ti (OH) 4 é substância branca, muito pouco solúvel em água e facilmente formam soluções
coloidais.

Ti (OH) 4 tem fracas propriedades anfóteras.

Ti(OH)4 H4TiO4 H2TiO3 ( ácido titânico)

K2TiO3 titanato de potássio.

4.1.6.3 Interacção com Ácidos


Tem valor negativo de φº e ao mesmo tempo a presença da película do óxido desloca o valor
do potencial electródico ao lado positivo.

Só Ti reage com ácidos clorídrico e sulfúrico diluído e concentrado, formando os sais onde
Ti revela nox +3.

6H2SO4(C) + 2Ti Ti2(SO4)3 + 2SO2 + 6H2O

3H2SO4(d) + 2Ti Ti2(SO4)3 + 3H2

Ti + 6HCl 2TiCl3 + 3H2

Com ácido nítrico quando concentrado faz com que o titânio seja inerte, formando TiO2 na
sua superfície.
Ti + 4HNO3(c) TiO2 + 4NO2 + H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 76

Dissolve-se em HF em mistura HCl e HNO3 e ainda na mistura HF e HNO3.


3Ti + 12HF + 4HNO3 3TiF4 + 4NO + 8H2O

Seus sais facilmente sofrem hidrólise. Tal como os outros elementos do grupo, o Titânio é
um bom absorvente de hidrogénio e oxigénio.

4.1.7 Alguns compostos (Óxidos e Hidróxidos)


TiO2, é uma substância dura que não se dissolvem em água, ácidos e bases.

Os hidróxidos podem se obter através da reacção:

TiCl4 + 4NaOH Ti(OH)4 + 4NaCl

Ti (OH) 4 é substância branca, muito pouco solúvel em água e facilmente formam soluções
coloidais.

Ti (OH) 4 tem fracas propriedades anfóteras.


Ti(OH)4 H4TiO4 H2TiO3 ( ácido titânico)

K2TiO3 titanato de potássio.

4.1.8 Aplicação
Ti puro (99,6% de pureza), devido a formação da película protectora densa na sua superfície
possui uma resistência muito alta contra a corrosão.

Ti é um material excelente para fabricar aparelho químico. Utiliza-se na produção de ligas


com alumínio e outros metais. Exemplo usa na construção de aviões.

Titânio usa-se também nos motores de combustão interna e na preparação de tinta branca.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 77

O dióxido de titânio é muito usado em projectos, cujas tintas são excelentes reflectores de
infravermelhos, usados interessamente nos observatórios de luz solar onde o calor causa
desagradáveis problemas aos olhos.

4.2 O ZIRCÓRNIO
4.2.1 Ocorrência
Zircónio encontra-se em:
ZrO2 – Badelita;
ZrSiO4- Zircona

4.2.2 Obtenção no laboratório


ZrI4 Zr + 2I2, e os outros 2 reagem de igual modo.

4.2.3 Propriedades Físicas.


É um metal branco. O Zr tem brilho metálico, denso com alto ponto de fusão e ebulição.
É metal plástico, impurezas de O2, N2, C pioram as propriedades mecânicas.

4.2.4 Propriedades Químicas.


O Zircónio tem quase mesmas que o Titânio. Aqui serão apresentadas as propriedades que
são diferentes das já apresentadas no Ti. Daí que se aconselha a rever as propriedades do Ti.

4.2.4.1 Interacção com halogéneos.


Diferentemente do titânio, com halogéneos a reacção ocorre a temperaturas elevadas.

300-400

Zr + 2X2 TiX4

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 78

4.2.4.2 Interacção com Ácidos


Diferentemente do Ti, o Zircónio não reage com ácido clorídrico e sulfúrico diluído e
concentrado.

Óxidos e Hidróxidos (ver Ti)


Zr (OH) 4 tem propriedades básicas.

4.2.4.3 Dissolve-se em HF em mistura HCl e HNO3 e ainda na mistura HF e HNO3.

3Zr + 12HF + 4HNO3 3ZrF4 + 4NO + 8H2O

Os sais do metal (Zr) facilmente sofrem hidrólise. É bom absorvente de hidrogénio e


oxigénio.

4.2.5 Aplicação
O Zr quase não capta os neutrões lentos. Esta propriedade com alta resistência a corrosão e
resistência mecânica a altas temperaturas permite utilizar o Zr na indústria atómica (reactores
nucleares).

A liga mais importante chama-se zircoloy que tem além de Zr pequenas quantidades de Sn,
Fe, Cr e Ni.

O óxido de zircónio usa-se na fabricação de diversos artigos refractários e na produção de


vidros.

O carbeto de zircónio tem dureza extremamente alta, utiliza-se como material abrasivo, e
pode substituir o diamante no corte de vidro.

O háfnio tem capacidade de captar os neutrões e aplica-se nos reguladores dos reactores
nucleares.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 79

O óxido de háfnio aplica-se na fabricação de vidros ópticos com alto índice de refracção.

5.0 ELEMENTOS DO VB SUBGRUPO


Características gerais
No subgrupo de vanádio entram os elementos.

V– Vanádio 4S23d3
Nb- Nióbio 5S24d3
Ta- Tântalo 6S25d3

Na camada de valência têm 2 electrões,ocorre enchimento de d subnível.


O nox superior é +5 usando 2 electrões e 3d electrões.

Elemento V Nb Ta
Raio atómico 1,34 1,46 1,46
Ei 6,71 6,88 7,88

A actividade química diminui por consolidação.

Em distância do subgrupo de arsénio, no subgrupo de vanádio a medida que o nº atómica


aumenta, observa-se consolidação da capa electrónica. (com o nº atómico o raio não aumenta
em consequência de contracção Nb e Ta pelas propriedades químicas entre si do que com
vanádio.
Nox máximo é +5, nº de coordenação 6 e 7 e podem atingir os valores 8 e 9.
Do grupo, o menos raro é o vanádio e é o que apresenta maior facilidade de mudar de estado
de oxidação.

5.1 O VANÁDIO
5.1.1 Historial
O Vanádio foi descoberto em 1801, pelo mineralogista espanhol Andrés Manuel Del Rio
(1765-1849), quando analisava um mineral mexicano de chumbo, chamou estrónio, devido à
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 80

cor vermelha dos seus sais. Por isso mesmo, em 1804, o químico francês Hyppolite V. C.
Des Cotil (1773-1854) declarou que o elemento supostamente descoberto era o óxido de
cromo impuro.

Em 1830, o elemento foi redescoberto pelo químico sueco Nils G. Sefstrom (1787-1854)
quem chamou de vanádio as muitas cores que o composto de vanádio apresentava e
derivando-o de Vanadis, nome de uma deusa da mitologia escandinava.

Em 1857, o químico inglês Sir Henry Enfild Roscoe (1833-1915) conseguiu isolá-lo quase
puro pela redução do cloreto de vanádio com hidrogénio. O vanádio com pureza de 99,8% só
foi isolado em 1927.

5.1.2 Abundância na Natureza


O V na crosta terrestre é mais propagado do que Cu, Zn e Pb ao mesmo tempo muito
dispersado. Ele não forma grandes jazigos. Encontra-se nos minérios com Fe, P, argila,
rochas vulcânicas, e em óleos crus de petróleo, formando complexos. Seus principais
minérios são: roscoelita, carnolita, patronita e vanadita.

O maior produtor mundial é o Peru, mas também é encontrado na Zâmbia e no Brasil, em


minérios de Bismuto, no rio grande do Norte, de chumbo em São Paulo, em minérios de
Ferro, no Paraná. As cinzas de petróleo deverão ser uma fonte comercial desse elemento.

5.1.3 Obtenção
Os minerais transformam-se em óxidos, depois pela redução com Al, C ou H2, obtém-se
metais em pó.

No estado compacto eles podem ser transformados utilizando os métodos de metalurgia em


pó.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 81

Pó de metais sofre pressão;


Calcinam-se a tº elevada em fornos eléctricos em atmosfera de H2.
Através da martelagem e laminagem obtém-se metais em estado compacto.

O vanádio obtém-se a partir do minério ou liga de vanádio com ferro ou vanádio em forma
de V2O5 ou ainda metal puro em forma de pó.
Metal puro em estado de pó obtém-se a partir de seus compostos:
V2O5 + 5Ca 5CaO + 2V

O metal é normalmente refinado por electrólise de uma mistura fundida de cloretos de


vanádio e de lítio.

Pela redução de VCl3 com Mg


2VCl3 + 3Mg 3MgCl2 + 2V

5.1 3.1 Decomposição de Iodeto de vanádio.


O metal puro pode preparar-se pelo processo de iodo-sublimação térmica do iodeto de
vanádio.

2VI3 2V + 3I2

Síntese do método (aluminotermia)

Mistura-se o óxido com alumínio em pó ou granulado em cadinhos e aquece-se um ponto de


mistura e a reacção se inicia com grande libertação de calor e consequentemente a
propagação dor toda as massa, produzindo o óxido de alumínio e o metal puro, em geral
fundido.
3V2O5 + 10Al 6 V + 5Al2O3 + Calor

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 82

5.1.4 Propriedades físicas


O metal é cinzento, maleável, de densidade 5,95g/cm3 e que se funde a temperatura de cerca
de 1900- 21900c de pontos de fusão e ebulição. É duro, dúctil semelhante ao aço.

5.1.5 Propriedades Químicas.


Substâncias simples.
Em condições normais V em particular Nb e Ta têm alta estabilidade química.
Sob t◦c elevadas o metal oxida-se pelo O2 até ao composto V2O5 e pelo fluor até VF5.

Sob altas temperaturas reage com cloro, nitrogénio e carbono dando cloretos, nitretos e
carbetos com diversos noxs.

5.1.5.1 Com H2 V forma soluções sólidas.


V com Nb e Ta entre si e com não metais próximos no quadro periódico subgrupo de Ti e Cr
forma soluções sólidas metálicas.

À medida que aumenta a diferença na estrutura electrónica dos metais em interacção diminui
a possibilidade de formação das soluções sólidas e aumenta a possibilidade de formação de
combinações metálicas.

5.1.5.2 Interage com Ácidos


O vanádio dissolve-se no ácido sulfúrico concentrado e nítrico tanto concentrado como
diluído.
Quando aquecido a temperatura acima de 660c na presença de ar oxida-se facilmente.
4V + 3O2 2V2O3

5.1.5.3 Reage com N, C e S, também a altas temperaturas


4V + 3C V4C3
V + N VN
2V + 3S V2S3

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 83

5.1.5.4 Reage com halogéneos:


Estas reacções dependem da polarizabilidade do ião halogeneto, assim:
2V + 5F2 2VF5
V + 2Cl2 VCl4

2V + 3Br2 2VBr3

5.1.6 Compostos de vanádio


Óxidos
Forma os seguintes óxidos: VO, V2O3, VO2 e V2O5 . O óxido superior possui um carácter
ácido claramente exprimido. O dióxido é anfótero e ambos os óxidos inferiores manifestam
somente as propriedades básicas. Os derivados do V2O5 são vanadatos e os mais simples são
do tipo M3VO4 e portanto, correspondem aos sais do ácido fosfórico.
O V2O3 pode ser obtido por meio do V2O5 com hidrogénio ou CO a altas temperaturas.

5.1.6.1 Compostos de vanádio V


São conhecidos só V2O5 e VF5.

Obtenção do V2O5
Obtém-se por meio de aquecimento de metanovanadato de amónio:
2NH4VO3 V2O5 + H2O + 2NH3

Mediante acção da água sobre oxitricloreto de vanádio.


2VOCl3 + 3H2O V2O5 + 6HCl
2NH4VO3 + H2SO4 V2O5 + (NH4)2SO4 + H2O

Propriedades físicas
É um pó alaranjado, funde a cerca de 620c a estrutura é um composto de poliedro de
oxigénio em torno do vanádio tem coordenação bipiramidal- trigonal distorcida que
partilham arestas formando dupla cadeia em ziguezague.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 84

Propriedades químicas
Com bases reagem só durante a fusão.

V2O5 + NaOH NaVO3 + H2O

Dissolve-se apenas fracamente em água mas forma com facilidade dispersões coloidais, e em
água oxigenada forma piroxovanadatos de cor vermelha.
É também solúvel em ácidos fortes, mas o carácter básico do composto é fracamente
desenvolvido em comparação com o carácter ácido. Dissolve-se em HCl com evolução de
cloro e redução do vanádio(IV):
V2O5 + 10HCl 2VCl4 + 5H2O + Cl2

Aplicação
Aplica-se na indústria química a título de catalisador no fabrico de H2SO4 e outras sínteses
orgânicas.

O pentahalogeneto ( VX5)
Os pentahalogenetos reagindo com HF forma.
VF5 + 2HF H2[VF7]

5.1.6.2 Compostos de vanádio IV


As propriedades ácidas para combinações de nox +4 revelam-se em maior grau e reagindo
com bases formam sais.
São conhecidos VO2 e VX4
O VO2 é obtido a partir de misturas de agentes redutores tal como iões de Fe2+, SO2 ou ácido
oxálico.

Propriedades físicas e químicas


É azul, anfontérico mas muito básico que ácido. Em meio ácido forma solução azul contendo
ião oxivanádio VO2+.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 85

4VO2 + 2KOH K2[V4O9] + H2O

Os Haletos
VCl4 facilmente sofre hidrólise formando:
VCl4 + HOH VOCl2 + 2HCl

5.1.6.3 Compostos de vanádio III


Para o V são conhecidos V2O3 e V(OH)3
Ambas substâncias revelam propriedades anfóteras com propriedades básicas mais
acentuadas.
O óxido de vanádio III
Pode ser obtido por redução de vanádio v com hidrogénio ou CO:
V2O5 + CO / H2 V2O3 + CO2 / H2O

Propriedades físicas e químicas


É um pó preto quase infundível.
Forma-se soluções sólidas e agregados cristalinos com V2O. é lentamente oxidado pelo ar a
frio por aquecimento no vácuo a 17500c forma VO.

Ex: V2O3 e V(OH)3 facilmente se dissolvem em ácidos.

Compostos de V III formam combinações complexas.


VCl3 + 3KCl K3[VCl6] hexaclorovanadato (III) de potássio.

Além desse composto se usarmos em vez de 1 mol 2 mole obtém-se:


2VCl3 + 3KCl K3[V2Cl9]

5.1.6.4 Compostos de vanádio II (VO)


É obtido a partir do aquecimento da mistura de V2O3 e V no vácuo a 17500c.

Propriedades físicas e químicas

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 86

É sólido cinzento duro.


Caracteriza-se em estrutura de NaCl.
Dissolve-se lentamente em HCl a quente dando uma solução violeta ou azul, dissolve-se mais
rapidamente em ácido fluorídrico e prontamente em ácido nítrico.

5.1.7 Ácido vanádico


A presença de ácidos de vanádio nas soluções de em água é testada pela reacção ácida de
soluções em relação ao tornesol. HUTTIG e GOING demonstraram por medidas de
pressões de vapor e de análise com raio-x a existência de dois hidratos definidos com as
composições V2O5.H2O ou HVO3 (ácido metavanádico) e 2V2O5.H2O ou H2V4O11 (ácido
tetravanádico).

Em estudo sobre ácido de vanádio destacou uma série de conclusões:


a) As soluções ácidas não são todas simplesmente coloidais. Em determinadas condições são
obtidas soluções verdadeiras.

b) O ácido vanádico apresenta propriedades fracamente básicas; em meio ácido concentrado


dá origem ao ião VO2+.

c) O ácido vanádico é um poliácido com a fórmula H6V10O28 consistindo de 4 ácidos fortes;


em solução existem apenas iões [HV10O28]-5, [H2V10O28 ]-4 e [V10O28 ]-6 .

d) Os dois primeiros iões são ácidos fracos com valores de K= 7,58.10-7 e de 2x10-5.

e) O tratamento com NaOH decompõe lentamente o terceiro ião.

5.1.8 SAIS DE VANÁDIO


Haletos
Além do VF5, existem os oxidrihaletos VOX3 .Sua estabilidade diminui ao longo do grupo. O
composto análogo de iodo não foi obtido.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 87

O fluoreto de vanádio pode ser obtido dos elementos a 30000c.

Propriedades físicas
O ponto de fusão é 19 +/- 0,90c e ponto de ebulição 47,90c.as medidas de densidade de vapor
indicam que a espécie que existe na fase de vapor é VF5.

O oxitrifluoreto é branco amarelo de pontos de fusão e ebulição 300 e 4800c, muito


higroscópio que se dissolve facilmente em água dando solução marrom.
O oxitricloreto é um líquido amarelo de pontos de fusão e ebulição iguais a -79,5 e 1270c,
respectivamente.

É hidrolizado pela água:


2VOCl3 + 3H2O V2O5 + HCl

O oxitribrometo é um líquido vermelho-escuro que ferve a 130-1360c. Decompõe-se


lentamente a temperatura ambiente e rápida e completamente a 1800c segundo:
2VOBr3 2VOX2 + Br2

5.1.9 VANADATOS
De acordo com a relação MI2O.V2O5 eles podem ser classificados da seguinte maneira:
Vanadatos (4:1) 4 MI2O.V2O5; Vanadatos (3:2) 3MI2O.2V2O5; Vanadatos (5:4) 5
MI2O.4V2O5; etc. os vanadatos de (3:1), (2:1) e (1:1) são denominados orvanadatos –
MI3VO4; divanadatos ou (piro…) MI4V2O7 e metavanadatos respectivamente.

Em solução, a mútua conversão das formas orto, di e meta é praticamente instantânea com
vanádio, ao contrário do que acontece com os fosfatos e arsenatos, onde ela é tão lenta.
Os iões simples VO4-3 existem somente em solução fortemente alcalina por concentração das
soluções separam-se ortovanadatos MI3VO4(aq) com a diminuição do ph, formam-se
sucessivamente por condensação, iões di-tetra- e pentavanadatos. Entre PH12 e 10,6 dá-se a
seguinte transformação:
2VO4-3 + 2H+ ↔ V2O7-3 + H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 88

[VO4]3- (PH= 12) → [VO3.OH]2- ( PH=10) → [V2O6.OH]3- (PH=6) → [V3O9]3-

(PH=7) → [V5O14]3- → V2O5(H2O)n (PH= 2) → [V10O28]6- (PH< 1) → [VO2]+.

colorido→ colorido →colorido →cor de laranja → vermelho → precipitado castanho →


amarelo pardo.

5.2 O NIÓBIO
5.2.1 Ocorrência
Nb encontra-se no columbita. [Fe(NbO3)2].
Ta e Nb encontram-se juntos e o tratamento é muito difícil tecnologicamente.

5.2.2 Obtenção (ver obtenção do vanádio)


O nióbio obtém-se de columbita.

5.2.3 Propriedades Físicas


Tem propriedades semelhantes às do vanádio
O metal é cinzento de alto ponto de fusão, duro, não frágil

5.2.4 Propriedades químicas

Substâncias simples.
Ver propriedades do vanádio

5.2.4.1 Interacção com Ácidos


O Nb dissolve-se na mistura de Hf e HNO3

3Nb + 21HF + 5HNO3 3H2[NbF7] + 5NO + 10H2O


NbF5. 2HF

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 89

5.2.5 Compostos de nióbio


5.2.5.1 Substâncias com nox +3 (ver substâncias de vanádio)
As combinações de Nb III, tal como os do vanádio e tántalo, são redutores fortes.

5.2.5.2 Combinações de nox +4.


As propriedades ácidas para combinações de nox +4 revelam-se em maior grau e reagindo
com bases formam sais.

4NbO2 + 2KOH K2[Nb4O9] + H2O

Os derivados de nióbio IV são menos estáveis que as do vanádio.

5.2.5.3 Combinações de Nb com nox +5


Na série das combinações de V , Nb, e Ta +5 a estabilidade aumenta.
Para Nb são também conhecidos mais além de Nb2O5 e, NbF5 e são conhecidos, NbBr5, ,
NbCl5, e NbOCl3.
Todas combinações têm carácter ácido.
Nb em água e ácidos não se dissolve e nem reage com ela.

Com bases reage só durante a fusão.


Nb2O5 + NaOH NaNbO3 + H2O // NaTaO3

Os pentahalogenetos reagindo com HF forma.


NbF5 + 2HF H2[NbF7]
NB: como se pode ver, não se fala tanto das propriedades do Nb visto que são as mesmas que
as do Vanádio. Assim, recomenda-se que reveja-se, sempre que necessário, as propriedades
do Vanádio.

5.2.6 Aplicação
O nióbio é um componente básico de ligas resistentes ao calor e corrosão.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 90

Estas ligas usam-se na produção de turbinas a gás, dos motores, fabricação de caldeiras de
alta pressão.

Estas ligas usam-se na produção de turbinas a gás, dos motores, fabricação de caldeiras de
alta pressão.

5.3 O TÂNTALO
5.3.1 Historial
Foi descoberto em 1802 pelo químico sueco Anders Gustav Ekeberg (1767-1813), quando
analisou alguns minerais filandeses semelhantes à columbita (minério de nióbio). A principio
supôs-se que o Ta e Nb fossem o mesmo elemento, até que em 1844, Rose e em 1866,
Marignae, pesquisando independentemente, mostraram que os ácidos nióbico e tantálico
eram distintos.

O tântalo puro fopi obtido em 1903.

5.3.2 Ocorrência
Na crosta terrestre o teor de tântalo é de 2x10-4 % (mass).

O Ta encontra-se em alguns minerais tais como


-Columbita-tantalita. [Fe(TaO3)2].
-Fergusonita YTaO4
-Itriotantalita Y4Ta2O4
-Microlita Ca(TaO3)2.NaF
-Samarskita- mistura de tantalatos e niobitos de terras raras com presença de urânio.

Ta e Nb encontram-se juntos e o tratamento é muito difícil tecnologicamente.

5.3.3 Obtenção
Atenção: ver obtenção do vanádio!

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 91

O Ta obtém-se a partir de tantalita.


Além do que já foi mencionado, o tântalo pode ser obtido pela cristalização fraccionada de
flioretos duplos de potássio ou pela electrólise destes. Pode também ser obtido + pela
redução com sódio de heptafluorotantalato de potássio à altas temperaturas.
K2TaF7 + 5Na Ta + 5NaF + 2KF

O metal resultante tem a forma de um pó preto contendo sempre algum óxido e podendo ser
purificado por aquecimento “no vácuo” em forno a arco eléctrico.
Tântalo muito puro é obtido seguindo o processo de Van Arked e Boer, com dissociação
térmica de TaCl5.

5.3.4 Propriedades Físicas


O metal é cinzento, pesado, muito duro e dúctil. Possui alto ponto de fusão, não é frágil.

5.3.5 Propriedades Químicas.


O tântalo é estável e praticamente inerte aos reagentes químicas abaixo de 1500c.
Sob temperaturas elevadas o metal oxida-se pelo O2 até ao Ta2O5 e pelo flúor até TaF5.

Sob altas temperaturas reage com cloro, nitrogénio e carbono dando cloretos, nitretos e
carbetos com diversos nox.

Praticamente não é atacado por ácidos nem pela água-régia devido à formação na sua
superfície da película de óxido fina em forma de óxido de tântalo (v) Ta2O5, que é muito
resistente quimicamente estável, mas é atacado pelo flúor, fluoreto de hidrogénio, ácido
fluorídrico e massas fundidas de alcalis porque estes são capazes de interactuar com este
óxido e de penetrar através dele.

É atacado por soluções ácidas contendo o ião fluoreto e por trióxido de enxofre livre. A
solução ácida que age melhor sobre ele é a dos ácidos fluorídrico e nítrico ( HF + HNO3)
concentrados na proporção de 1 para 1.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 92

Pode ser atacado pelo hidrogénio formando hidretos: Ta2H e TaH. É lentamente atacado por
hidróxidos alcalinos em fusão.

É estável ao ar à temperatura ordinária e quando moderadamente aquecido apenas escurece


superficialmente. Quando finamente dividido e aquecido, queima com vigorosa
incandescência e decompõe a água.

5.3.5.1 Com H2 V, Nb e Ta formam soluções sólidas.


V, Nb e Ta entre si e com não metais próximos no quadro periódico subgrupo de Ti e Cr
formam soluções sólidas metálicas.

A medida que aumenta a diferença na estrutura electrónica dos metais em interacção diminui
a possibilidade de formação das soluções sólidas e aumenta a possibilidade de formação de
combinações metálicas.

5.3.5.2 Interacção com Ácidos


O Ta dissolve na mistura de Hf e HNO3

3Ta + 21 HF + 5HNO3 3H2[TaF7] + 5NO + 10H2O


TaF5. 2HF

5.3.6 COMPOSTOS DE TÂNTALO


Existem compostos em que o tântalo aparece com os estados de valência +2, +3, +4, +5 e
eventualmente +1. Os mais estáveis são os compostos de tântalo +5.

Compostos de tântalo (I) : Óxido - Ta2O

Compostos de Tântalo (II) : Haletos anidridos (Ta6X12)

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 93

Compostos de Tântalo III


Ver vanádio
São conhecidos os haletos TaX3 (X= F, Cl e Br)
As combinações de Ta III são redutores fortes.

Compostos de Tântalo IV
São conhecidos :
Haletos : TaX4 , onde X = Cl, Br e I.
Oxidicloreto: TaOCl2
Óxido: TaO2
As propriedades ácidas para combinações de nox +4 revelam-se em maior grau e reagindo
com bases formam sais.

4TaO2 + 2KOH K2[Ta4O9] + H2O

Os derivados de Ta IV são menos estáveis que as do vanádio.

Combinações de Ta V
- Ver compostos de vanádio.

Na série das combinações de V , Nb, e Ta +5 a estabilidade aumenta.

Para Ta são também conhecidos mais além de Ta2O5, TaF5 são conhecidos, TaBr5, TaCl5
TaI5 e TaOCl3.
Oxihaletos: TaO2X e TaOX3.
Óxido de Tântalo: Ta2O5
Tantalatos: existem vários tipos (conforme vem escrito no vanádio).
Sulfatos: Ta2(SO4)5, TaO4SO4.3H2O.
Complexos peroxocompostos – os mais importantes são os fluorotantalatos e são do tipo
MI[TaF6], MI2[TaF7], … MI3[TaOF6].

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 94

Todas combinações têm carácter ácido.


Ta em água e ácidos não se dissolve e nem reage com ela.

Com bases reage só durante a fusão.

Ta2O5 + 2NaOH 2NaTaO3 + H2O

Os pentahalogenetos reagindo com HF forma.

TaF5 + 2HF H2[TaF7]

5.3.7 Aplicação
O Ta aplica-se na electrónica e para fabricar condensadores eléctricos e ânodos de lâmpadas
potentes. Ele aplica-se também na cirurgia para consolidar ossos em fracturas.

Os carbetos de Ta possuem uma dureza muito alta e aplicam-se na indústria de tratamento de


metais para fabricar ferramentas de corte.

O óxido de tântalo é aplicado no fabrico de lentes, dando-lhes alto índice de refracção.

Para a confecção de instrumentos cirúrgicos, aparelhos odontológicos e pontas de penas para


canetas automáticas devido à sua resistência química; Etc.

MANDLATE 2007-10-31

6.0 ELEMENTOS DO VIB SUBGRUPO


Características gerais
O crómio, o molibdénio e o tungsténio ou volfrâmio , constituem o grupo VIB da tabela
periódica dos elementos. Os três elementos ocorrem como mistura de diversos isótopos.

Cr– Crómio 3S54d1


Mo- Molibdénio 4S55d1
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 95

W- Volfrâmio 6S23d4
Na camada de valência têm 2 electrões, ocorre enchimento de d subnível.
O nox superior é +5 usando 2 electrões e 3d electrões.

Elemento Cr Mo W
Raio atómico 1,27 1,39 1,40
Ei 6,76 7,10 7,98

Como pode se ver dos dados acima, na série de Cr, Mo e W aumentam os valores de Ei, isto
é, ocorre a consolidação das capas electrónicas dos átomos, em particular na passagem de Mo
à W.
O último em consequência da contracção lantanídica têm raio atómico próximo com Mo, por
isso Mo e W são próximos em propriedades químicas.

Os números de coordenação mais característicos são 6 e 4.

Os nox mais característicos para Cr são +3 e +6 e Mo e W +6.


O estado mais estável é +6 para o molibdénio e tungsténio, caso de cromo é +3;

São conhecidos também para Cr nox +2; +4; e +5.


Na série Cr-Mo-W; no estado de valência inferior tendem a se formar menos estáveis ;

Tanto como outros elementos d, o Cr, Mo e W são anfóteros: combinações com nox inferior
são básicas e superiores ácidos.

Ex Cr(+2)- básico;
Cr(+3)- básico-ácido-anfótero;
Cr(+6)- ácido

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quim. Inorg. II 96

6.1 O CRÓMIO

1) Crómio: 50Cr 4.31% ; 52Cr 83.76% ; 53 Cr 9.55%; 54Cr 2.38 %

2) Molibdénio: 92Mo 15.84 % ; 94Mo 9.04% ; 95 Mo 15.72% ; 96 Mo 16.53% ;


97
Mo 9.46% ; 98Mo 23.78% ; 100Mo 9.635%

3) Tungsténio: 180W 0.16% ; 182 W 26.35% ;183 W 14.32% ; 184W 30.68% ; 185 W 28.49%

6.1.1 Breve historial do crómio


O cromo foi descoberto , em 1797 , por Vauquelin e klaproth ,e obtido como metal , logo
depois ,em 1798 ,pela redução de Cr2O3 ao roxo com carbono. Este metal foi obtido puro
apenas em 1859 por Friedrich Wo

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.1.2 Ocorrência na natureza


O cromo é encontrado nos seguintes minérios:
Cromita-FeO.Cr2O3 e Crocoita-PbCrO4
As maiores reservas de minérios de cromo são as da Rodésia ,Transval ,Cuba ,Grécia , Irã
,Albânia, Finlândia, Madagáscar , Turquia e Filipinas . O Brasil possui reservas limitadas,
da ordem de 300.000 toneladas, das quais 2/3 no Estado da Bahia . ocorre sob forma de
isótopos:
Crómio: 50Cr 4.31% ; 52Cr 83.76% ; 53 Cr 9.55% ; 54Cr 2.38 %

6.1.3 Obtenção
1.O Cr obtém-se de cromita pela redução com carvão em fornos eléctricos. Forma-se uma
liga de Cr e Fe chamada ferrocromio que se aplica na indústria metalúrgica.

Para obter o Cr puro inicialmente obte-se o Cr2O3 e depois reduz-se pelo Al usando o
método alumínio térmico.

Cr2O3 + 2Al Al2O3 + 2Cr + 130Kcal

2. A partir da redução directa de cromita com carbono


FeO.Cr2O3 + C 2Cr + Fe + 4CO

3. Por electrólise do anidrido crómio ( CrO3 ) em solução de ácido sulfúrico ,com


carbono a alta temperatura , o produto é chamado de ferro-cromio .

6.1.4 Propriedades Físicas


O crómio é um metal branco, ligeiramente azulado, brilhante mais duro do que o irídio e
o aço e quebradiço. Ele cristaliza-se com estrutura cúbica de corpo centrado, com ponto
de fusão 1875ºC e de ebulição 2665ºC.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.1.5 Propriedades Químicas


Substância Simples
O crómio é extraordinariamente resistente a temperatura elevada;
A temperatura ambiente não reage com o oxigénio, mesmo em presença de humidade,
mas quando aquecido oxida-se superficialmente.
A quente, o crómio se combina directamente com halogéneos, S, C, N, B, Si e alguns
metais,
Os compostos de Cr+2 são fortes agentes redutores e os de Cr+6 fortes oxidantes.
Substância Simples

Na série de Cr, Mo e W a actividade química diminui. Só o Cr tem φº negativo, Mo e W


têm φº positivo.

Cr φº « O e Mo,W φº »O

Nas condições normais não reage com água, mas fá-lo ao rubro.
2Cr + 3H2O Cr2O3 + 3H2

-O metal crómio é mais reactivo a temperaturas altas e bastante inerte a temperaturas


normais.
- O flúor ataca o metal a frio, mais os restantes halogéneos só o fazem por aquecimento
2Cr + 3F2 2CrF3

-Reage com oxigénio a 2300k


4Cr + 3O2 2Cr2O3

Com S, N2, Si, C e B forma combinações de composições variáveis.


4Cr + 3C Cr4C3
2Cr + 3S Cr2S3
4Cr + 3Si Cr4Si3
Cr + B CrB
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O ião crómico-Cr+3 é anfótero e pode originar sais solúveis tanto na presença de ácidos
assim como de bases.

Cr+3 + 6HNO3 Cr(NO3)3 + 3H2O + 3NO2

Cr+3 + 4OH- Cr(OH)3 + CrO-2 + 2H2O

6.1.5.1 Interacção com ácidos


O cromo dissolve-se em ácido clorídrico ou sulfúrico diluído formando sais cromosos:
H2SO4 + Cr CrSO4 + H2
2HCl + Cr CrCl2 + H2

Reage com ácido sulfúrico concentrado dando sulfato crómio


6 H2SO4 + 2Cr Cr2(SO4)3 + 6 H2O + 3 SO2

Porém, o ácido nítrico concentrado ou diluído , não têm acção sobre o crómio , levando-o
a uma peculiar condição de não reactividade .O tratamento com o ácido nítrico e outros
agentes oxidantes fortes determinam uma alteração do carácter químico do metal. A
passivação do crómio dá-se em extensão maior ou menor dependendo do agente
oxidante, um fraco grau de passivação é produzido pelo oxigénio do ar. Em estado
completamente activo, o crómio se situa, entre o zinco e o ferro na série electromotriz.

6.1.6 Ácido Crómio e dicrómico


O ácido crómico deriva do óxido de crómio (VI) por este ter um carácter ácido. A partir
deste pode-se obter o ácido dicrómico por condensação com eliminação de água. Os sais
correspondentes, são bastante estáveis.
CrO3 + H2O H2CrO4
O ácido crómico é apenas conhecido em forma de solução aquosa que apresenta a cor
vermelha. É ainda obtido a partir da dissolução do cloreto de cromilo- Cr2OCl2 em água
com libertação do calor:
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Cr2OCl2 + 3H2O 2H2CrO4 + 2HCl + Q


Este ácido é análogo ao ácido sulfúrico, pelo facto de ser oxidante em muitas das suas
reacções, para além de que Cr e S pertencerem ao mesmo subgrupo-VI.
MANDLATE 2007-10-17

6.1.6.1 Ácido dicrómico


É preparado por condensação do ácido crómico com óxido de crómio (VI), seguida de
eliminação da água. Este processo é análogo ao da obtenção de oleum (H2S2O7).
Ex: H2CrO4 + CrO3 H2Cr2O7 ( ácido dicrómico)
Com o processo de saturação dos ácidos com os anidros correspondentes, pode-se obter
outros ácidos policrómicos ( tri-, tetra-, etc).
H2Cr2O7 + CrO3 H2Cr3O10 ( ácido tricrómico)
H2Cr3O10 + CrO3 H2Cr4O13
Semelhantemente ao ácido crómico, o dicrómico também existe em forma de solução
aquosa e ao tentar separá-lo, decompõe:
H2CrO4(aq) CrO3(cr) + H2O(l)
H2Cr2O7(aq) 2CrO3(cr) + H2O(l)
Entretanto, os sais que correspondem a estes ácidos, os cromatos e dicromatos, são
bastante estáveis e ostentam a cor amarela.

6.1.6.2 Obtenção dos cromatos


Os cromatos são sais do tipo M12CrO4 (MI são metais alcalinos)
Apresentam uma coloração amarela, são todos eles solúveis em água, a solubilidade dos
cromatos “alcalino terrosos” diminui do sal do magnésio ao de bário.
Os sais de Chumbo, Bismuto, Prata, Mercúrio (I) e (II) são insolúveis.

Reacção de obtenção
H2CrO4 + 2NaOH Na2CrO4 + 2H2O

2FeOCr2O3 + 4Na2CO3 + 7/2 O2 4Na2CrO4 + Fe2O3 + 4CO2

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

No caso da segunda reacção: O cromato de sódio é produzido mediante aquecimento de


uma mistura de cromita, carbonato de sódio e cal viva (que serve para manter porosa a
massa e impedir a fusão conjunta da soda) a 1100-1300ºC, com livre excesso de ar. Este
sal forma pelo menos três hidratos:
10H2O 6H2O 4H2O Sal anidro

CaCrO4 + Na2CO3 Na2CrO4 + CaCO3


Ainda os cromatos podem ser obtidos através da oxidação dos compostos de crómio (III)
na presença de um alcali, sob acção de um halogéneo.
2K2[Cr(OH)6] + 4KOH + 3Br2 2K2CrO4 + 6KBr + 8H2O

OUTRAS REACÇÕES DE OBTENÇÃO DE CROMATOS

NaCrO2 + 3Br2 + 8NaOH Na2CrO4 + 6NaBr + 4H2O


Cr2O3 + KClO3 + KOH K2CrO4 + KCl + 2H2O

6.1.7 Dicromatos ou policromatos


São sais do ácido dicrómico, são geralmente obtidos pela acidificação de soluções
monocromatos com ácidos concentrados.

Os policromatos correspondem a fórmula geral MeCr2O7, também são solúveis em água


na sua maioria, principalmente os policrimatos dos metais alcalinos e os poucos solúveis
são os de Prata, chumbo e outros metais pesados.

Os policromatos mais importantes são os de metais alcalinos com destaque para os de


Sódio e de Potássio por serem oxidantes por excelência na síntese de substâncias
orgânicas, e também são oxidantes comuns na análise quantitativa.
As soluções aquosas de dicromatos são ácidas , em virtude do equilíbrio que se
estabelece entre iões dicromato Cr2O72- ião cromato CrO42- assim:
Cr2O72- +H2O 2CrO42- + H+
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.1.7.1 Reacção de Obtenção


2Na2CrO4 + H2SO4 (conc.) Na2Cr2O7 + Na2SO4 + H2O
(cromato de sódio) ( a quente) (dicromato de sódio)

Na2Cr2O7 + 2KCl K2Cr2O7 + 2NaCl


(dicromato de potássio)

O “dicromato de potássio” é sólido, vermelho muito solúvel em água quente, funde à


398ºC e decompõem a 540ºC;
A sua solubilidade é relativamente pequena a temperatura ambiente;
É estável ao ar somente perde o oxigénio quando fortemente aquecido;
Este sal é o mais usado tanto na indústria como no laboratório.

Os dicromatos são oxidantes fortes:


Em meio ácido eles formam sais correspondentes de Cr +3
Em meio neutro formam hidróxido de crómio III

Em meio ácido formam combinações complexas de Cr +3.

K2Cr2O7 + 6KI + 7H2SO4 Cr2(SO4)3 + 3I2 + 4K2SO4 + 7H2O

Em meio neutro
K2Cr2O7 + 3(NH4)2S + H2O Cr(OH)3 + 3S + 6NH4OH + 2KOH

Em meio básico
K2Cr2O7 + 3(NH4)2S + KOH + H2O 2K3[Cr(OH)6] + 3S + 6NH4OH

K2Cr2O7 + 3(NH4)2S + 7H2O 2K3[Cr(OH)6] + 3S + 6NH4OH + 2KOH

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.1.7.2 Halocromatos
São compostos do tipo MI [CrO3X] formados com todos os halogéneos.

Obtenção
Os halocromatos podem ser obtidos mediante ebulição de solução de dicromato com
excesso de acido hagenídrico:
K2Cr2O7 + 2HCl 2 K[CrO3Cl] + H2 O
(Clorocromato de potássio)
Este sal cristaliza-se em forma de crismas alaranjadas e todos os halocromatos são
facilmente hidrolisados pela água.

Transformação reversível de cromatos à dicromatos


Quando as soluções amareladas dos cromatos são aciduladas, aparece a coloração
vermelha própria do ião dicromato devido a acidez da solução este ião é o mais
predominante:
2CrO4-2 + 2 H+ <======> Cr2O7 -2 + H2O

6.1.8 COMPOSTOS DE CRÓMIO


O Crómio forma os óxidos que são: óxido de crómio(II) (CrO); óxido de crómio (III)
(Cr2O3) e óxido de crómio (VI) (CrO3).

6.1.8.1 Compostos de crómio I


Existem poucos compostos de crómio I. HEIN e HERZOG obtiveram o composto
[Cr(dipi)3](ClO4 ( dipi =α) reduzindo a [Cr(dipi)3(ClO4)2 com magnésio em presença de
NH4ClO4.
É um pó azul-escuro, solúvel em água mas, solúvel em metanol, etanol, dioxano, acetona
e piridina. Reoxida-se rapidamente ao ar. A presença de crómio I foi comprovada pela
composição da substância e seu momento magnético.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.1.8.2 Compostos de Crómio II


Ao dissolver crómio nos HX, H2SO4, HClO4, H2CO3, CH3COOH e (CO2H)2 em ausência
de oxigénio.
Na presença de HX obtém-se uma solução de cor azul.

Cr + 2HX(aq) CrX2(aq) + H2
Se adicionar um álcali a essa solução, precipita um seguimento amarelo- o hidróxido de
crómio II [Cr(OH)2].
CrCl2(aq) + 2NaOH [Cr(OH)2] + 2NaCl

Os compostos de crómio II são instáveis e oxidam-se pelo oxigénio do ar nos compostos


de crómio III.

Haletos de Crómio (II)


O fluoreto de crómio (II) é preparado pela acção de HF sobre crómio aquecido ao rubro
ou sobre CrCl2 a frio.
2HF + Cr2 CrF2(aq) + H2

2HF + CrCl2 CrF2(aq) + HCl


É um sólido verde e levemente solúvel.

O cloreto pode ser obtido mediante acção de HCl sobre crómio aquecido ao rubro claro
ou hidrogénio sobre CrCl3 ao rubro.
2HCl + Cr CrCl2(aq) + H2
2CrCl3 + H2 2CrCl2(aq) + 2HCl
É uma substância branca, facialmente fusível mas, apenas levemente volátil. A estrutura
de CrCl2 relaciona-se com PdCl2 e de CuCl2. é relativamente estável ao ar.

O Brometo em estado anidro é um sólido branco, facilmente solúvel. A dissolução de


crómio em ácido bromídrico seguida de evaporação da solução no vácuo origina cristais
azuis de CrBr2.6H2O, em que dissecados sobre KOH são convertidos em uma forma
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

verde.

O iodeto é obtido pela combinação directa de crómio iodo a 800◦c. É um sólido


vermelho-escuro ou verde- marrom.
Cl2 + Cr2 CrCl2

As combinações de Cr +2 são redutoras fortes e podem decompor água.

CrCl2 + H2O Cr(OH)Cl2 + H2


Redutor
Facilmente oxidam-se pelo O2 do ar.
2CrCl2 + ½ O2 + 2HCl 2CrCl3 + H2O

O óxido de crómio II, foi obtido por decomposição térmica de Cr(CO)6 A 250º C- 550º C
no vácuo . é insolúvel em ácido clorídrico e sulfúrico concentrado.
O hidróxido de crómio (II) pode ser obtido por adição de NaOH a uma solução de crómio
em ácido clorídrico à temperatura ambiente. Forma-se como precipitado marrom- escuro,
que se compõe lentamente em contacto com o alcali desprendendo o hidrogénio.

2NaOH + Cr + 2HCl 2NaCl + Cr(OH)2 + H2


Sulfato de Crómio(II) , deposita-se como pentaidrato de soluções de crómio em ácido
sulfúrico. Forma cristais azuis que são, em estado puro, bastante estáveis ao ar. É
isotópico com CuSO4.5H2O.

6.1.8.3 Compostos de Crómio III


Combinação do (Cr+3 e Cr+6 )
A difracção de raios-X e a análise química mostraram que a composição térmica do
trióxido acarreta a formação de três (3) óxidos intermediários entre CrO3 e Cr2O3 que são:
Cr3O8, Cr2O5 e CrO2 sendo este último estável à 500ºC.
O seu íon Cr+3 hidratado tem uma coloração violeta e o íon Cr+6 amarela, sendo os seus
compostos menos estáveis que do íons anterior e apresentam carácter ácido.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Quando combinados com outros compostos Cr+3 pode sofrer redução assim como a
oxidação. No caso do Cr+6 só poderá sofrer redução por apresentar nox máximo .

O crómio III representa o mais estável estado de valência do elemento. Ele se caracteriza
pela sua forte tendência para a formação de complexos.

O mais importante é Cr2O3.

Facilmente reage com água formando HCrO2


Cr2O3 + H2O 2HCrO2
Ácido metacrómoso

O hidróxido de crómio III deposita na forma dum precipitado cinzento azulado sob a
acção dos álcalis sobre os sais de crómio III, segundo a equação:

Cr+3 + 3OH- Cr(OH)3

O hidróxido de crómio III se dissolve nas bases com a formação das soluções de cromitos
da cor esmeralda verde, por exemplo:
Cr(OH)3 + 3NaOH Na3[Cr(OH)6]
ou
Cr(OH)3 + 3OH- [Cr(OH)6]3-

Os cromitos obtidos pela fundição de óxido de crómio III com óxidos de outros metais e
reconhecidos, principalmente para os metais bivalentes, têm a composição que,
corresponde à fórmula M(CrO2)2 representando os sais do ácido metacrómico HCrO2. A
eles pertencem a cromita natural Fe(CrO2)2.

Os alúmens K[Cr(SO4)2].12H2O - o sal duplo de crómio e potássio é o sal mais


abundante dentre todos os sais de crómio III. Os alumens de crómio e potássio aplicam-se
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

na indústria de curtume e na indústria têxtil a titulo do mordente durante o tingimento.

Ainda sobre as soluções dos sais de crómio III, o GLINKA diz, geralmente têm a cor azul
violeta, ao serem aquecido tornam-se verdes, voltando após o arrefecimento para a
coloração original. Esta variação explica-se pela formação dos hidratos isoméricos de sais
que formam os compostos complexos.
Assim, o cristalohidrato do cloreto de crómio III, CrCl3.6H2O é conhecido em três formas
isoméricas que são:

[Cr(H2O)6]Cl3 [Cr(H2O)5Cl]Cl2.H2O [Cr(H2O)4Cl2}Cl.2H2O


azul violeto verde escuro verde claro

Estes cristalohidratos sob a acção do nitrato de prata sobre a solução do hidrato azul
violeto todo o cloro precipita; sobre hidrato verde-escuro precipita apenas 2/3 do cloro e
sobre a solução do hidrato verde-claro só 1/3 do cloro precipita.

Deste modo, a isomeria dos hidratos do cloreto de crómio III é condicionada pela
distribuição diferente dos mesmos grupos (H2O e Cl-) entre as esferas de coordenação
interna e externa.

Haletos de crómio (III)


O fluoreto foi obtido pela acção de HF sobre CrCl3 A 1100º C. É um sólido verde com
elevado ponto de fusão.
CrCl3 + 3HF CrF3 + 3HCl

O cloreto pode ser preparado mediante aquecimento de Cr2O3 com S2Cl2, SOCl2, CCl4 ou
Cl. Sublima ao rubro em cloro, em ausência de cloro , quando aquecido sofre
decomposição parcial em CrCl e Cl2.
Aquecido ao ar origina Cr2O3 e Cl2.
2Cr2O3 + 6Cl2 + 3C 4CrCl3 + 3CO2

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O Brometo é muito semelhante ao cloreto. A estrutura cristalina é semente a de CrCl3,


com a dupla camada de átomos de bromo baseada em arranjo compacto hexagonal. Tal
como o cloreto, forma hidretos isómeros, por exemplo , [Cr(H2O)4Br2]Br.H2O, verde e
Cr(H2O)6Br3 , violeta.

O iodeto foi preparado mediante aquecimento de CrI2 a 500º c em iodo a 1 atm. Forma
cristais pretos brilhantes. É razoavelmente estável em presença de oxigénio libertando
iodo.

CrI2 + ½I2 CrI3

O óxido de crómio III pode ser obtido mediante o aquecimento de cromatos e dicromatos
com carvão de madeira ou enxofre:
K2Cr2O7 + S Cr2O3 + K2SO4
É um pó verde, insolúvel em água. Quando obtido a partir do hidróxido por meio de
aquecimento, o óxido incandesce bruscamente ao perder os últimos traços de água.

O Cr(OH)3 revela propriedades anfóteras.


Cr(OH)3 + 3HCl CrCl3 + 3H2O

Cr(OH)3 + NaOH NaCrO2 + 2H2O

6.1.8.3.1 Compostos complexos de nox +3


CrCl2 + 3KCl K3[CrCl6]
Hexacloro-cromato III de potássio
Cr(CN)3 + 3KCN K3[Cr(CN)6]
Hexaciano-cromato III de potássio
Cr2(SO4)3 + 3K2SO4 2K3[Cr(SO4)3]
Trissulfocromato III de K

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.1.8.4 Compostos de crómio VI


Os compostos mais importantes do crómio VI são o trióxido de crómio ou anidrido
crómico, CrO3 e os sais de ácidos que correspondem a ele-ácido crómico (H2CrO4) e o
dicrómico (H2Cr2O7). Os seus sais são relativamente estáveis. Os sais do ácido crómico
chamam-se cromatos, e os do dicromato - dicromatos.

Ao acidular a solução dum cromato por exemplo, do cromato de potássio (k2CrO4), a cor
amarela pura da solução muda para a alaranjada devido a passagem dos iões CrO42- aos
iões Cr2O72-. A reacção de transformação de cromato em dicromato exprime-se pela
equação:
2CrO42- + 2H+ CR2O72-

As soluções de cromato CO42- ,são de cor amarela, brilhantes e quanto acidificadas


convertem-se em soluções alaranjadas, de dicromato,Cr2O72- . Diz ele que essa mudança
ocorre em duas etapas:

1ª H+ + CrO42 -
HCrO4- K = 3,2.106

2ª 2HCrO4- Cr2O72- + H2O k = 3,4.106

Os cromatos dos metais alcalinos obtêm-se pela oxidação dos compostos de crómio III na
presença do álcali. Assim, sob a acção do bromo sobre a solução do cromito de potássio
forma-se o cromato de
potássio, segundo a equação:

2K3[Cr(OH)6] + 3Br2 + 4KOH 2K2CrO4 + 6KBr + 8H2O

A transformação da coloração verde esmeraldina da solução do cromito à amarela viva


testemunha a oxidação ocorrida.
Os cromatos podem ser obtidos também pela fundição do óxido de crómio III com álcali
na presença dum oxidante, por exemplo clorato de potássio:
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Cr2O3 + 4KOH + KClO3 2K2CrO4 + KCl + 2H2O

Nas soluções ácidas e alcalinas os compostos de crómio III e de crómio VI existem em


formas diferentes: no meio ácido, sob forma dos iões Cr3+ ou Cr2O72-, e no meio alcalino
sob a forma dos iões [Cr(OH)6]3- ou CrO42-.

No meio ácido estabelece-se o equilíbrio seguinte:


Cr2O72- + 14H+ + 6e- 2Cr3+ + 7H2O

E no meio alcalino é:
[Cr(OH)6]3- + 2OH- CrO42- + 4H2O +3e-

Na oxidação do crómio III conduz à diminuição de PH da solução enquanto que o


processo inverso, é a redução do crómio VI é acompanhado pelo aumento do PH.

Ainda sobre estes compostos Glinka, dá alguns exemplos das reacções redox que
ocorrem com a participação dos dicromatos:

1) Ao deixar passar o sulfureto de hidrogénio através da solução de dicromato acidulada


pelo ácido sulfúrico, a coloração laranjada da solução passa à verde e, simultaneamente, o
líquido torna-se turvo devido a libertação do enxofre:

K2Cr2O7 + 3H2S + 4H2SO4 Cr2(SO4)3 + 3S + K2SO4 + 7H2O

2) Sob a acção do ácido clorídrico concentrado sobre o dicromato de potássio, liberta-se o


cloro e obtém-se uma solução verde que contém o cloreto de crómio III
K2Cr2O7 + 14HCl(C) 2CrCl3 + 3Cl2 + 2KCl + 7H2O

3) Se deixar passar dióxido de enxofre através da solução concentrada do dicromato de


potássio que contém uma quantidade suficiente do ácido sulfúrico, formam-se
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

quantidades equimoleculares dos sulfatos de potássio e de crómio III:

K2Cr2O7(c) + 3SO2 + H2SO4 Cr(SO4)3 + K2SO4 + H2O

O trióxido de crómio ou anidrido crómico precipita sob acção do ácido sulfúrico


concentrado sobre a solução saturada do dicromato de potássio ou de sódio;
K2Cr2O7 + H2SO4(c) 2CrO3 + K2SO4 + H2O

1) Oxida-se a cromita [Fe(CrO2)2] ou Cr2O3.FeO à cromato usando-se carbonato de


sódio, entre 1100-12000c;
4Cr2O3.FeO + 7O2 2Fe2O3 + 8Na2CrO4 + 8CO2

2) O cromato de cálcio reage com a barilha (Na2CO3), fornecendo cromato de sódio e


carbonato de cálcio;
CaCrO4 + Na2CO3 Na2CrO4 + CaCO3

3) O cromato de sódio adiciona-se com ácido sulfúrico concentrado quente, formando-se


dicromato e sulfato de sódio;
2Na2CrO4 + H2SO4(c) Na2Cr2O7 + Na2SO4 + H2O

4) Ao dicromato de sódio obtido, adiciona-se cloreto de potássio, que o transforma em


dicromato de potássio;
Na2Cr2O7 + 2KCl K2Cr2O7 + 2NaCl

6.1.8.5 Aplicação
- O cromio metálico é usado na fabricação de aços especiais; como o aço inoxidável (Fé
86%, Cr 13%, Ni 1%) e aço ao cromo (1 a 1.5% de C; 2.5 a 4% de Cr e cerca de 95% de
Fe) esta é liga mais dura de ferro.
-É usado em instrumento de cortar, perfurar em grandes velocidades;
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

-Devido a sua óptima resistência a corrosão e ao poder protector das camadas é usado
como revestimento das peças metálicas;
-A cromita é usada em revestimento de formas como material refractado neutro;
-Seus sais são usados como agentes corantes, mordentes em tinturaria e na fabricação de
vidros.
Cr metálico aplica-se para cromagem (processo de introdução de Cr nos aços)

Cr faz parte dos aços inoxidáveis, ácidos e resistentes e termoresistentes.

6.2 O MOLIBDÉNIO (Mo)


6.2.1 Abundância na Natureza
O Molibdénio não ocorre no estado livre. Combinado aparece nas formas seguintes:
Molibdenita – MoS2
Vulfenita- PbMoO4
Bowelita - LaMoO4.CaWO4
Ferrimolibdita - Fe(MoO4)3.7H2O
Na crosta terrestre participa com 0,001% W/W. Ocorre nas minas Clímax , no Colorado,
no Questo Novo México. Os Estados Unidos são os maiores produtores seguidos por
Rússia e Chile. O Mo pode ser encontrado como produto secundário nas minas de Cobre
e Tungsténio.

6.2.2 Obtenção
O Mo obtém-se de molebdenita pela redução com H2, C e outros redutores. No início o
MoS2 sofre oxidação formando MoO3 e SO2

2MoS2 + 7O2 2MoO3 + 4SO2


MoO3 + 3H2 Mo + 3H2O
O Mo compacto é obtido a partir do Mo em pó através da compreensão em bastões e
aquecimento quase ao ponto de fusão com corrente alterada de baixa tensão em atmosfera
de hidrogénio.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.2.3 Propriedades físicas


Mo é um metal branco prateado, muito duro, com elevada resistência com brilho
metálico.
No estado puro é plástico.
Possui pontos de fusão e ebulição iguais a 2620º C e 5560º C, respectivamente, sendo que
sua densidade é de 10,2 (25º C)

6.2.4. Propriedades Químicas


Oxida-se a altas temperaturas
2Mo + 3 O2 2MoO3
Reage com Halogéneos, excepto o Iodo a altas temperaturas, carbono, monóxido de
carbono e Nitrogénio.
2Mo + 5X2 2MoX5 (X═ Cl e Br) ou MoF6
2Mo + C Mo2C
Mo + 6CO Mo(CO)6
Mo + N2 MoN2

Não é atacado por ácidos diluídos e pelo HCl(c).


O Mo reage com o H2SO4(c) e aquecido quase ao ponto de ebulição:
Mo + 2H2SO4(C) MoSO4 + SO2 + 2H2O

Reage energicamente com misturas de ácido nítrico concentrado com ácido fluorídrico ou
sulfúrico ou água-régia:
Mo + 2HNO3(C) + 8HF H2[MoF8] + 2NO + 4H2O

É atacado rapidamente por fusão de nitrato de potássio e hidróxido de potássio:


Mo + 3KNO3 + 2KOH K2MoO4 + 3KNO2 + H2O

6.2.5 Compostos de Molibdénio


6.2.5.1 Compostos de Molibdénio (VI)
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Hexahaletos
Hexafluoreto (MoF6)
É preparado mediante o tratamento de Mo a 315º C e com Flúor sob pressão de 350
g/cm2 .
Mo + 3F2 MoF6
É um sólido branco com pontos de fusão e ebulição iguais a 17º C E 35º c,
respectivamente.

Hexacloreto (MoCl6)
É obtido através do aquecimento de H2MoO4 sob refluxo com Cloreto de tionilo, em
condições absolutamente anidras durante 24 horas.

Oxihaleto de Mo(VI)
Oxitetrafluoreto (MoOF4)
É obtido pelo tratamento de MoOCl4 com Hf
MoOCl4 + 4HF MoOF4 + 4HCl

Dioxidicloreto de Mo (MoO2Cl2)
Obtém-se por passagem de cloro sobre MoO2 aquecido.
MoO2 + Cl2 MoO2Cl2

Trioxido de Mo (MoO3)
É o mais estável Cl2 de totdos os ópxidos de molibidénio.
2Mo + 3 O2 2MoO3
É um pó branco com pontos de fusão e ebulição iguais a 795 e 1155º C, respectivamente.
Torna-se amarelo quando aquecido e funde-se dando um liquido amarelo escuro.

Ele forma mono e dihidratos, MoO3 .H2O e MoO3 . 2H2O.


Dissolve-se em HF e H2SO4(C)
MoO3 + 6HF MoF6 + 3H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Dissolve-se em soluções aquosas, inclusive de amónio e carbonatos alcalinos, formando


molibdnatos MI2MoO4.
É reduzido pelo hidrogénio em MoO2 e acima de 500º C resulta o metal.
MoO3 + H2 MoO2 + H2O

Molibdatos
Existem numerosos tipos de molibdatos a saber: mono, tri, para, tetra, octa e
decamolibdatos. São sais do tipo MI2MoO4.

Complexos de Mo (VI)
Ex: K2MoF8, RbMoF7, RbMoO5 e CsMoF5. Forma obtidos por interacção do
hexafluoreto de Mo com Fluoreto alcalinos.

6.2.5.2 COMPOSTOS DE Molibdénio (V)


O Mo V apresenta-se como ião molibdilo MoO2+ ou MoO3+.
Pentahaletos de Molibdénio

Pentafluoreto (MoF5 )
É obtido mediante a reacção explosiva :
2 Mo(CO)6 + 5F2 2 MoF5 + 12CO

Pentacloreto (MoCl5)
Obtém-se mediante aquecimento de MoO3 com SOCl2.
- O MoCl5 reage violentamente com H2O
MoCl5 + H2O MoOCl3 + 2HCl

Pentóxido (Mo2O5)
É obtido como um pó de cor violeta-escura quando o hidróxido MoO(OH)3 é aquecido
em CO2 .

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Complexos de Molibdénio V
São conhecidos haletos, oxihaletos, cianetos e tiocianetos complexos.
Exemplo de oxifluoreto: K2MoOF5
O dióxido é instável tanto em soluções alcalinas como ácidas.

6MoO2 + 8OH- 4MoO42- + 2Mo + 4H2O


3MoO2 + 6H+ H2MoO4(aq) + 2Mo3+ + 2H2O

6.2.5.3 Compostos de Mo (IV)


Tetrahaletos
O tetracloreto de Mo foi obtido junto com MoF5 pela reacção de Mo(CO)6 com o Flúor.
O tetracloreto foi preparado por aquecimento da mistura de MoCl5 (reacção molar 1:2)
em tubo fechado sob Hélio ou Árgon a 250º C. Também pode ser obtido num processo
que consiste em reduzir o MoCl5 com benzeno a fluxo:
2MoCl5 + C6H6 2MoCl4 + C6H5Cl + HCl

Dióxido de Mo (MoO2)
É obtido mediante a oxidação do metal pela passagem sobre o Mo ao rubro, redução de
MoO3 com corrente de hidrogénio à 470º C ou redução de molibdatos com Zinco
Mo + O2 MoO3 + H2 MoO2 +H2O

Complexos de Mo IV
São conhecidos haletos cianetos e tiocianetos.
Ex: octacianomolibdatos: MI4[Mo(CN)8]

6.2.5.4 Compostos de Molibdénio III


Forma trihaletos , oxihaletos, óxidos, sulfetos e um certo número de complexos.

Compostos de Mo II
Forma dihaletos com composição MoX2.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.2.6 APLICAÇÕES
Cerca de 8º% de Mo obtido gasta-se no fabrico de aços especiais. Inoxidáveis e
termoresistentes.

A partir de Mo puro são feitas as peças de lâmpadas electrónicas e de incandescência.


É usado no fabrico de reactores nucleares, mísseis e ligas de níquel resistentes à
corrosão.
Seus sais são usados para tingir seda, lã e couro, e também, como pigmento em
cerâmica.

6.3 VOLFRÂMIO (TUNGSTÉNIO)


6.3.1 Historial
Sheele em 1781, achou um novo acido que poderia ser obtido do tungsten(nome que
designava o mineral em analise e que actualmente se designa Sheelita)
O nome Tugstenio provem do Espanhol – Tungsten, Inglês wolfram ( sinónimo de
origem alemã de tungsténio )que significa “Espuma de lobo, lobo espumante”.

O Volfrâmio foi descoberto em 1783 pelo s irmão João José e Fausto de Elhuar, pela
redução do ácido tungstênio com carvão a quente.

H2WO4 + 4C W + 4CO + H2

Tem configuarção eléctrica exterior 5 d4 6S2 e os seus estados de oxidação varvam de +2


à +6, sendo exteltinio o mais característico.

6.3.2 Ocorrência
O volfrânio ocupa cerca de 0.007% (mass) na crosta terrestre e geralmente encontra-se
sob forma de tunstatos em algumas maneiras tais como: O Wolfrâmito, (Fe, Mr)WO4,
scheelita (CaWO4), stalzita (PbWO4), ferberita luebnerita.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

As maiores reservas mundiais do tungstênio ocorre na Ásia Oriental e meridional, nso


EUA, Austrália, Béligica, Correia do Sul, URSS e em Portugal. Em Brasil existe
consideráveis reservas de schelita na paraiba e no Rio grande do Norte.

6.3.3 Obtenção
O volfrâmio é obtido mediante a função da volfrâmita com soda na presença do ar, onde
se forma o volframenta de sódio que é extraído da longa obtida por água. O ferro e
Manganês transformam-se um composto insolúveis na água (Fe2O3 e Mn3O4).

2FeWO4 + 2Na2CO3 + ½O2 2Na2WO4 + Fe2O3 + 2CO2

O tungstato de sódio é decomposto por ácido clorídico concentrado:


Na2WO2 + 2HCL H2WO4 + 2NaCL

Por calcinação do ácido volfrâmito resulta o trióvodo de volfrâmio:


H2WO4 WO3 + H2O

Finalmente o trióxido é reduzido com hidrogênio ou carbono, obtendo-se o pó do


volfrânio metálico:
WO3 + 3H2 W + 3H2O

Em seguida o pó é misturado com cerca de 2% de ThO2. e um aglomerante é reforçado


através de fino orifício sub pressão de modo a formar um fio fino, sendo após conduzido
através de uma espiral de tungstênio aquecido (2200 - 2400oC), obtendo-se assim cristais
únicos com vários metros de comprimento.

Também pode ser obtido comercialmente pela redução de óxido de Tungsténio com
Hidrogénio ou carbono.
WO3 + 3C W + 3CO

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O metal W forma-se no estado de pó e para transformar em estado metálico usa-se


método de metalurgia em pó.

6.3.4 Propriedades Físicas


O volfrânio é um metal branco pesado de densidade 19,3g/cm3. A sua temperatura de
fusão é cerca 3400oC e de ebolição é de 5700oC sendo o metal com mais alto ponto de
fusão e maior resistência a tensão. Ele pode ser soldado e estirado em fios finos,
cristaliza-se com uma estrutura cúbica de corpo centrado e tem uma condutância eléctrica
de 28,3% com relação a prata a mesma tempeartura (00C). Tem raio atómico 139.

6.3.5 Propriedades Química


Tendo a configuração electrónica 5d4 6s2, os seus estados de oxidação variam de +2 à +6.
O volfrâmio forma compostos que resultam quase todos do estado hexavalente.
- A temperatura ambiente o volfrâmio não é oxidada ao ar, mais sub aquecimento reage
formando trióxido.
2W + 3O2 2WO3

- Ao rubro oxidado pelo vapor à WO2


W + 2H2O WO2 + 2H2
- Em pó reage vigorosamente com fluór mesmo a temperatura ordinária.

W(pe) + 3F2 WF6

- Reage com cloro apenas ao rubro.


W+ 3CL2 WCl6

- Reage perciptavelmente com nitrogénio a 1500oC.

- O volfrâmio absorve quantidade diminutas de hidrogénio a qualquer temperatura até


1500oC.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

É rapidamente atocada por fusão com hidróxido de sódio e nitratos.

- Quando finamente dividido dissolve-se em peróxido de hidrogénio e é nitrato de


potássio fundido sendo este último uma dissolução explosiva.

O volfrâmio não é facilmente atacado por ácidos, mesmo com água régia, porém
dissolve-se na mistura do ácido nítrico e fluorídrico.

Quando electroliticamente depositado de uma solução de fosfatos alcalinos, fundidos


resulta a modificacão W- β que acima de 600o c passa à modificação ordinária.

6.3.6 COMPOSTOS DE VOLFRÂMIO


6.3.6.1 Volfrâmio (VI)
A hexovalência tal como o caso de molobdênio apresenta o estado de valência mais
estável do tungstênio.

Forma hexahaletos com flúor, cloro e bromo, nomeadamente:


Hexafluoreto de tungstênio (WF6)
Hexacloreto de tungstênio (WCL6)
Hexabrometo de tungstênio (Wbr6).

O hexafluoreto de tungstênio pode ser obtido pela acção do cloro sobre o tungstênio
aquecido ao rubro fraco em ausência de Oxigênio. É muito rectivo, fumega ao ar e ataca
praticamente todos os metais, salvo o ouro e platina.
O WCL6 é obtido pela acção de cloro sobre o tungsténio aquecido ao rubro fraco em
auséncia de Oxigénio.

W + 3CL2 WCL6
É levemente atacado pelo ar e pela água apenas acima de 600c.
Além dos já mencionados, o W forma compostos como: WOF4 , WO2F2 e WO3.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.3.6.2 Bronzes de tungsténio:


São compostos formados mediante o tratamento de tungstatos alcalinos ou alcalino-
terrosos com agentes redutores a altas temperaturas. Possuem brilho metálico boa
condutância e extrema resistência química. Analiticamente contém quantidades
equivalentes de óxidos alcalinos ou alcalinos – terrosos e o W2O5 com um excesso
variável, maior ou menor quantidade de WO3.

Os bronzes de tungsténio podem ser preparados mediante aquecimento de Na2WO4 , WO3


e W 800 -10000c em atmosfera inerte:
3xNa2WO4 + (6- 4x)WO3 + xW →6NaxWO3
Os bronzes correspondem a fórmula NaxWO3 em que “ x ” possui um valor entre zero e
um. A coloração de bronzes de W- Na varia de anarelo- dourado (x ≈ 1) passando pelo
vermelho (x≈ 0,6) a violeta- intenso (x ≈ 0,3). O W apresenta-se com nox +5 na
composição de NaWO3’

A intensificação de coloração de bronzes deve- se ao facto de que com a diminuição de


teor de iões Na+ a quentidade correspondente de iões é oxidada à iões de W+6.
Os bronzes de W são insoluveis em água e resistentes em ácidos apenas o HF os ataca
prontamente.São oxidados com facilidade a tungstatos mesmo pelo ar.
4NaWO3 + 4 NaOH + O2 4Na2WO4 + 2H2O

6.3.6.3 Trióxido de tungsténio:


O WO3 é um produto final da oxidação de Tungsténio ou seus compostos pelo ar:
2W + 3O2 2WO3
E um pó amarelo, funde a 1750 é insoluvel em água, mas dissolve- se em soluções
alcalinas comformação de tungstatos.É insolúvel em ácido sulfurico concentrado e
cloridrico diluido. É pouco atacado pelo ácido fluoridrico.É completamente volátil em
cloro a 5000c provavelmente convertendo – se em oxicloreto.
No estudo da redução de WO3 com Hidrogénio monstrou que a reacção ocorre da
seguinte forma:
WO3 (amarelo)→WO2,9(azul)→WO2,72(violeta)→WO2(cereja)→W(cinzento- escuro)
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

6.3.6.4 Ácido tungstíco (H2WO4)


Ocorre em duas formas amarela e branca. A sua composição é WO3H2O.
É muito volumoso precipita quando as soluções de tungstatos são tratados a frio com um
suficiente excesso de ácidos.
É soluvel em água tem reacção ácida, é instável em presença de ácidos concentrados e
apresenta tendências para formar dispersões coloidais.

6.3.7 Aplicações:
É constituinte de vários aços especiais particularmente os aços de alta velocidade, é usado
geralmente na forma de ferrotungsténio, uma liga de metal com ferro contendo cerca de
81 - 83٪ de tungsténio.
E usado para a confecção de filamentos de lâmpadas incandescentes. O ácido rápido para
ferramentas contém cerca de 20٪ de tungsténioe possui uma capacidade de autotêmpera,
não perde a sua dureza mesmo a temperaturas elevadas ao rubro e permite aumentar
consideravelmente a velocidade de corte de metais.
O aço Crómio – Tungsténio que contém 1 a 6 ٪ de tungsténio emprega- se na fabricação
de serrasa, fresas, estampas.
O tungsténio faz parte de ligas termoresistentes.
As ligas – Estélites ( ligas de W, Co, Cr ) possuem alta dureza,resistência ao desgaste e
ao calor.
O tungsténio é usado em filamentos de aparelhos eléctricos, nos distribuidores de
automóveis, em fornos eléctricos nas bobinas, nas mísseis( onde há intenso aquecimento).
As ligas são usadas para fabricar partes de ferramentas de corte e perfuração.
O carboneto de tungsténio é usado no revestimento de brocas para a perfuração de rochas
e para desbastar metais.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.0 ELEMENTOS DO VIIB SUBGRUPO


CARACTERÍSTICAS GERAIS
O VIIB subgrupo secundário é constituído pelos seguintes elementos.

Mn- Manganés – 4S2 3d5


Tc- Tecnécio - 5S2 4d5
Re- Rénio - 6S2 5d5

Todos são análogos electrónicos completos


Tanto como no VIB subgrupo o raio atómico de Mn a Tc altera de valor e Tc a Re
mantém-se. A energia de ionização aumenta de cima para baixo.

Elemento Mn Tc Re
Raio atómico 1,30 1,36 1,37
Ei 7,43 7,28 7,87

Tc é o primeiro elemento obtido experimentalmente.


Os nox mais característicos: Mn +3, +7; +2; +4; e +6
Tc e Re +7 que corresponde ao número do grupo.

Combinações com nox mínimo são de propriedades básicas.


Nox intermediário anfóteros;
Nox máximo ácidos.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.1 O MANGANÉS (Mn)


7.1.1 Historial
Foi descoberto em 1740 pelo químico alemão Johann Heinrich Pott (1692- 1777),
analisando a pirolusita (MnO2). Em 1774, o metal quase puro foi obtido pelo químico
sueco Johan Gottieb Galin (1745- 1818), fazendo a redução de pirolusita com carvão.

7.1.2 Abundância na Natureza


O Mn cujo teor faz cerca de 0,1% de massa na crosta terrestre, encontra-se em seguintes
minerais: MnO2- Piroluzita; Mn2O3- Braunite e M3O4- gausmanita.

7.1.3 Obtenção
O Manganés é obtido industrialmente pela electrólise dos seus minérios onde ele eleva o
seu grau de oxidação +2, por exemplo, MnSO4 ou pela redução com Silício ou carbono
dos óxidos( pirolusita).

MnO2 + C Mn + CO2

O Mn pode se obter através da electrólise das soluções de sulfatos ou cloretos de Mn.


MnSO4 Mn + O2 + SO42- + OH-

MnCl2 Mn + Cl2

Cátodo – (-) – redução


Ânodo – (+) – oxidação

Pela redução dos seus óxidos pelo silício em fornos eléctricos processo sílico térmico ou
pelo alumínio processo alumino térmico.

2Mn2O3 + 3Si 4Mn + 3SiO2


Mn2O3 + 3Al 2Mn + Al2O3

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.1.4 Propriedades Físicas


É um metal branco, brilhante, duro e frágil. Sua densidade é de 7,44 g/cm 2 e o seu ponto
de fusão é de 1245º C.
São conhecidos 4 formas alotrópicas. Cada uma sendo estável termodinamicamente num
certo intervalo de temperatura.
Abaixo de 700ºC estado α forma;
De 700ª 1000ºC estado β forma;
De 1000 a 1200ºC estado γ forma;
Acima de 1200ºC estado δ forma.
As modificações de γ e δ têm alta dureza.

Manganés é um metal branco frágil.

7.1.5 Propriedades químicas


O manganés ao ar cobre-se por uma película fina que lhe protege contra a oxidação
posterior mesmo ao aquecimento. Porém o manganés em pó oxida-se com facilidade
devido ao aumento da superfície de contacto.

O seu potencial standard é negativo e em pó reage com:


a). Água
Mn + 2H2O Mn(OH)2 + H2

b) Com ácido sulfúrico diluído e ácido clorídrico concentrado e diluído dando hidrogénio
e sais de manganés +2

Mn + H2SO4(d) MnSO4 + H2
Mn + 2HCl MnCl2 + H2

Os ácidos nítrico e sulfúrico a frio não reagem com manganês.

Sob aquecimento formam:


Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

2H2SO4(C) + Mn MnSO4 + SO2 + 2H2O

4HNO3(c) + Mn Mn(NO3)2 + 2 NO2 + 2H2O

Também reage com halogéneo sob aquecimento

Mn + Cl2 MnCl2
Mn + Br2 MnBr2

Pode ainda reagir com nitrogénio, fósforo e silício e no último caso dá soluções sólidas
de composição não fixa

3Mn + N2 Mn3N2
3Mn + 2P Mn3P2
Mn + Si (soluções sólidas de composição não fixa)

As substâncias que são formadas pelo manganés são duras e altos pontos de fusão.

7.1.6 COMPOSTOS DE MANGANÉS


7.1.6.1 Compostos de Manganés II
Óxidos de Manganés

MnO Mn2O3 MnO2 MnO3 e Mn2O7


instável
H2MnO4 HMnO4
Básico Anfótero Anfótero ácido mangânico ácido permangânico

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O óxido (MnO)
É obtido mediante redução dos óxidos superiores de manganés com o Hidrogénio ou
monóxido de Carbono:
MnO2 + H2 MnO + H2O
MnO2 + CO MnO + CO2
Aquecendo carboneto de Manganés em nitrogénio ou hidrogénio

MnCO3 + H2 MnO + H2O + CO


4MnCO3 + N2 4MnO + 2NO2 + 4CO

Propriedades físicas
É um pó com coloração cinza-esverdeado à verde-escuro, conforme o processo de
preparação. Possui estrutura cristalina de NaCl, é praticamente insolúvel em água.

Propriedades químicas
É facilmente oxidado, especialmente quando finamente dividido.
É convertido pelo ar, mesmo frio, em Mn3O4 e Mn2O3
5MnO + O2 Mn3O4 + Mn2O3

Reage com fluoreto de Hidrogénio


MnO + 2HF MnF2 + H2O

SAIS DE MANGANÉS II
Os sais de manganés II obtém-se durante a dissolução do manganés nos ácidos diluídos
ou sob acção de ácidos sobre os diferentes compostos naturais seus. São estáveis em
estado seco e em soluções ácidas.

As soluções de sais de manganés derivados de ácidos fortes não são ácidos ao tornesol,
isto mostra que a hidrólise é pouco pronunciada.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

As soluções neutras de manganés II precipitam lentamente o hidróxido de manganés II,


que se oxida imediatamente pela acção do ar.
os sais de Mn são, na sua maioria solúveis, especialmente o Cloreto, o Nitrato, o Sulfato,
o acetato e o tiocianato.

Os insolúveis são o sulfato, o fosfato e o carbonato.


O cloreto ( MnCl2) obtém-se pela oxidação do HCl(aq) concentrado com a evolução do
cloro:
MnO2 + 4HCl(c) MnCl2 + Cl2 + 2H2O ou
5FeCl2 + KMnO4 + 8HCl(dil) 5FeCl3 + MnCl2 + KCl + 4H2O

No estado sólido, os sais são de cor-de- rosa, enquanto as suas soluções são quase
incolores.

HIDRÓXIDO DE MANGANÉS(II)
Precipita quando soluções de sais do manganés(II) são tratados com hidróxidos alcalinos
(não por amónia em presença de sais de amónia) em forma de um pó branco que
rapidamente escurece ao ar.

Mn(OH)2 pode se obter a partir da reacção.

MnSO4 + 2NaOH Mn(OH)2 + Na2SO4

O hidróxido de manganés II não é estável ao ar e oxida-se pelo oxigénio do ar para


hidróxido de manganés IV.

6Mn(OH)2 + 3O2 2Mn(OH)4 + 2H2O + 4MnO2

Frente aos ácidos actua como uma base.


Mn (OH) 2 Mn2+ + 2OH-
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Em solução alcalina comporta-se como um acido dando o ião HMnO2-.

Mn(OH)2 H+ + HMnO2-
O hidróxido de manganés é facilmente oxidado pelo ar a Mn2O3 ou MnO2.

O SULFATO DE MANGANÉS (II) “MnSO4” é produzido tecnicamente aquecendo a


pirolusita com ácido sulfúrico concentrado :

MnO2 + H2SO4 MnSO4 + H2 + O2

É também obtido pela reacção de:


MnO2 + H2O2 + H2SO4 MnSO4 + 2H2O + O2

Forma hidratos com 1,4,5 e 7H2O.Os hidratos com 1,4 e 5H2O são estáveis em contacto
com a solução acima ou entre 9˚, 26˚,e 27˚C e o hidrato com 7H2O é estável abaixo de
9˚C

O NITRATO DE MANGANÉS (II) “Mn(NO3)2”, cristaliza em soluções de carbonato


de manganés (II) em ácido nítrico diluído e é muito solúvel em água.

O Carbonato de Manganés (II) “MnCO3”, ocorre na natureza, como esparto de


manganés .Não se decompõe pela água à temperatura ordinária por ser muito pouco
solúvel. A quente é hidrolisado. Começa a perder o dióxido de carbono abaixo de 100˚C

MnCO3 MnO + CO2

Acima de 330˚C uma parte de CO2 é reduzida a MnO. Quando aquecido ao ar , o MnCO3
se transforma em Mn3O4; em oxigénio, forma-se Mn2O3.

COMPLEXOS DE Mn (II)

Em virtude de sua carga menor e mais forte basicidade o Mn (II) apresenta tendência
muito mais acentuada para formação de complexos do que o Mn(III).
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Existem haletos complexos dos tipos MI[MnX3] ; M2I[MnX4] e M4I[MnX6] sendo

X = halogéneo e M = Na, K, Rb, Cs, etc.

Ex: NaMnF3 ; KMnF3 ; etc. E são decompostos pela água

Existem cianocomplexos do tipo M4[Mn(CN)6], que correspondem aos


hexacianoferratos(II).O precipitado formado por adição de iões cianeto a uma solução de
um sal de manganés (II) consiste de cianeto de manganés (II) “Mn(CN)2” que ,
entretanto, nunca é obtido puro, pois rapidamente se oxida pela acção do ar.

O cianetos complexos são: K4[Mn(CN)6].3H2O; Na4[Mn(CN)6].8H2O e Ca2[Mn(CN)6]. E


as suas soluções aquosas são quase incolores. Também se decompõe rapidamente em
solução.

O ácido livre H4[Mn(CN)6] é obtido pela acção de sulfureto de hidrogénio sobre o sal de
chumbo. Forma cristais incolores muito solúveis em água e que se decompõe em solução.

Os tiocianato complexos são do tipo M4[Mn(CN)6]

PROPRIEDADES QUÍMICAS
Os compostos de manganés +2 reagem com sais, bases e ácidos.
A reacção com bases e sais.
KBrO + MnCl2 + 2KOH KBr + MnO2 + 2KCl + H2O

A reacção com permanganato de potássio.


2KMnO4 + 3MnSO4 + 4H2O 5MnO2 + K2SO4 + 2H2SO4

Reacção com ácido clorídrico.


MnS + 2HCl MnCl2 + H2S

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.1.6.2 COMPOSTOS DE MANGANÉS (III)

Compreendem alguns compostos simples e um número maior de complexos aniônicos


com manganés como átomo central.

Os compostos de manganés (III) podem ser obtidos por oxidação de compostos de


manganés (II) ou redução de compostos de manganés em estados de valências superiores.
As soluções de compostos de manganés (III) são vermelhos conforme a
complexibilidade dos mesmos.

A estabilidade do manganés (III) é pequena, muito menos ainda no ião Mn3+ do que nos
complexos.

O óxido de manganés (MnO3)


Pode ser obtido pela oxidação do Mn(OH)2 em solução aquosa:
4Mn(OH)2 + O2 2Mn2O3 + 4H2O

HALETOS DE MANGANÉS (III)

São conhecidos os fluoreto e cloreto sendo o cloreto muito pouco estável.

O fluoreto de manganés (III) “MnF3” , pode ser obtido com base na reacção:

2MnI2 + 3F2 2MnF3 + 2I2

É uma substância cristalina, vermelha .

O fluoreto de manganés decompõe-se em flúor e fluoreto de manganés (II) a elevada


temperatura:

2MnF3 Δ F2 + 2MnF2

O cloreto de manganés (III) “MnCl3” é uma massa cristalina marrom, que se dissolve em
álcool originando soluções verdes. Foi obtido mediante tratamento de acetato de
manganés (III) com cloreto de hidrogénio a –100˚C.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O cloreto de manganés (III) se decompõe irreversivelmente em cloreto de manganés (II)


e cloro a qualquer temperatura acima de –40˚C:

2MnCl3 2MnCl2 + Cl2

SULFATO DE MANGANÉS (III)

O sulfato de manganés (III) “Mn2(SO4)3 se forma por dissolução de óxidos ou hidróxidos


de manganés em ácido sulfúrico concentrado.

O Mn2(SO4)3 é seco e estável até 300˚C. Forma duas séries de sais duplos com os sulfatos
alcalinos. A primeira série corresponde, quanto a composição à fórmula
M2ISO4Mn2(SO4)3 e podem ser considerados como derivados do ácido
dissulfatomangânico (III) e formulados por MI[Mn(SO4)2]

A segunda série é pela composição e pela forma cristalina, à classe dos alúmens. O
representante mais estável é o alúmen [CsMn(SO4)2.12H2O] que forma cristais
vermelhos.

COMPLEXOS DE MANGANÉS (III)

O manganés (III) manifesta acentuada tendência para a formação de complexos. Em seus


complexos acham se relativamente estabilizados e estes são bastante numerosos e de
vários tipos .

São conhecidos fluoro e clorocomplexos. Existem fluoromanganatos (III) dos tipos


MIMnF4, M2IMnF5 e M3IMnF6. Os sais KMnF4 e RbMnF4 formam-se pela redução dos
pentafluoromanganatos (IV) “KMnF5 e RbMnF5 respectivamente com hidrogénio a
250˚C e 275˚C.

2KMnF5 + H2 2KMnF4 + 2HF

2RbMnF5 + H2 2RbMnF4 + 2HF

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O composto K2MnF6 foi obtido mediante a reacção de K2MnF5.H2O com excesso de


KHF2 anidro a 400˚C. É um pó violeta azulado com estrutura tetragonal. É estável ao ar à
temperatura ordinária e decompõe-se pela acção de água quente a Mn2O3(aq).

Os cloromanganatos (III) do tipo M2I[MnCl5] ;os de potássio, rubídio e césio são anidros,
ao passo que o de amónia cristaliza com uma molécula de água.

O manganés(III), ao contrário do Crómio e do Cobalto trivalentes, não apresentam


tendência de coordenação com nitrogénio para a formação aminas, etc.

O acetato de manganés (III) se dissolve em ácido fosfórico muito concentrado (92%)


dando um ácido complexo violeta. Embora o cianeto simples Mn(CN)3, não exista, foram
preparados vários hexacianomanganatos, M3I[Mn(CN)6], isomorfos com os
hexacianoferratos (III).O processo de obtenção dos cianetos complexos revela que se
trata de compostos relativamente estáveis.

Os hexacianomanganatos são: K4[Mn(CN)6] - azul; K3[Mn(CN)6]. A estabilidade do


complexo de manganés (III) reduz-se grandemente o potencial do par Mn(II)- Mn(III)

7.1.6.3 Compostos de Manganés (IV).

Os compostos de manganés (IV) são limitados e incluem o fluoreto, dióxido, o óxido de


manganés (II,IV), os manganatos (IV) e, ainda alguns complexos. Os sais de manganés
(IV), por exemplo, o MnCl4 e o Mn(SO4)2 são muito instáveis. Os sais do tipo MnX4 (X=
halogéneos ) existem escassamente devido a facilidade de reacção com que estão sujeitos.

Os manganatos (IV) derivam também do ácido fraco “H2MnO3” e esses manganatos são
pelas mesmas razões instáveis, e, o ião MnO32- é facilmente reduzido.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O ÓXIDO DE MANGANÉS IV
O dióxido de manganés é combinação de manganés +4 mais estável e tem cor preta e não
se dissolve em água.

O Mn(OH)4 não se dissolve em água e tem propriedades anfóteros.


No meio ácido o MnO2 revela propriedades oxidantes muito enérgicas.
O MnO2 aplica-se na obtenção de Cl2 a partir de HCl e nas pilhas galvânicos secas.
MnO2 + 4HCl MnCl2 + Cl2 + 2H2O

Pode ser obtido através das seguintes reacções:


2KMnO4 + 3H2O2 2MnO2 + KOH + 3O2 + 2H2O .
2KMnO4 K2MnO4 + MnO2 + O2

HALETOS DE MANGANÉS (IV)

Apenas o fluoreto foi isolado. É provável que o cloreto se forme, momentaneamente em


solução.

O MnF4 foi preparado mediante o aquecimento de Li2MnF6 em uma corrente de flúor á


550˚C e inflama-se espontaneamente em petróleo, água e ar.
O MnCl4 é dado como um produto intermediário que se forma na dissolução de MnO2 em
ácido clorídrico concentrado, a solução escura resultante, não desprende cloro e em
seguida o tetracloreto de manganés não foi isolado da solução aquosa. A solução tende a
se decompor, com a evolução de cloro, a menos que contenha uma alta concentração de
ácido clorídrico (manganés principalmente na forma de anião complexo )

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.1.6.3.1 OS MANGANATOS (IV)


Os manganatos (IV), ou, simplesmente, manganitos são formalmente derivados do ácido
manganoso (H2MnO3) - muito fraco.

Os sais são, principalmente formas condensadas, por exemplo, o composto K2Mn2O5 =


K2O:2MnO2.

Os compostos mais bem definidos são os obtidos por fusão conjunta dos óxidos .

Feitknecht & Marti, descrevem a preparação de manganitos de cálcio, magnésio, zinco,


cobre, alumínio e ferro mediante aquecimento de uma solução de MnCl2 e um excesso do
correspondente sal metálico com permanganato.

7.1.6.3.2 COMPLEXOS DE MANGANÉS (IV)

Os compostos mais conhecidos são halocomplexos. Também há referência à


cianocomplexos.

Existem fluoro e clorocomplexos. Foram descritos fluorocomplexos dos tipos M IMnF5 e


M2IMnF6. O composto KMnF5, foi obtido pela acção de BF3 sobre permanganato de
potássio (KMnO4). Os compostos KMnF5, RbMnF5 e CsMnF5 foram preparados por
fluoração de KMnF3, etc; com lento aquecimento a 450, 500 e 550˚C respectivamente.
São insolúveis ao ar e hidrolisam-se prontamente por água e soluções ácidas ou alcalinas.

O K2[MnCl6] pode ser obtido pela acção de ácido clorídrico concentrado sobre
permanganato:

2KMnO4 + 16HCl K2[MnCl6] + MnCl2 + 8H2O + 4Cl2

forma cristais vermelhos.

Os cianocomplexos são do tipo M2I[Mn(CN)6].

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.1.6.4 COMPOSTOS DE MANGANÉS (V)

São conhecidos manganatos (V) e também foi registado o fluoromanganato (V).

Os manganatos (V) são compostos do tipo M3IMnO4.

De soluções concentradas de NaOH pode ser cristalizado o composto Na3MnO4.10H2O


em forma de prismas azuis, este composto obtém-se pelos seguintes métodos:

Redução de solução alcalina de KMnO4 com KI.

Oxidação de manganés (II) com KNO3 em fusão alcalina

Oxidação atmosférica de MnO2 em fusão alcalina

O manganato (V) de sódio azul formado na fusão é dado como sendo o composto
Na3MnO4.1/2NaOH.12H2O que em NaOH concentrado e a frio, dá Na3MnO4.7H2O azul-
intenso.

Quando uma mistura de NaOH e MnO2 na proporção de 3,07:1 é aquecida em oxigénio a


800˚C, forma-se Na3MnO4 verde-azulado.

Os compostos de manganés (V) referidos desproporcionam-se em MnO2, MnO4- ou


MnO42- em soluções básicas diluídas, bem como em soluções básicas concentradas a
quente.

7.1.6.5 COMPLEXOS DE MANGANÉS (V)

O hexafluoromanganato (V) de potássio (KMnF6), foi obtido pela acção de BF3 sobre
uma mistura equimolecular de KCl e KMnO4. É um sólido róseo, que se deixa hidrolisar
pela água com formação de MnO2.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.1.6.6 COMPOSTOS DE MANGANÉS (VI)

Acham-se limitados aos manganatos (M2IMnO4). O ião MnO42- somente é estável em


solução alcalina.

O K2MnO4 é o mais importante dos manganatos, e obtém-se ao fundir dióxido de


manganés com carbonato e nitrato de potássio:

MnO2 + K2CO3 + KNO3 K2MnO4 + KNO2 + CO2↑

O K2MnO4 é um sal do ácido mangânico (H2MnO4) muito instável inclusive na solução.

O K2MnO4 obtém-se também da reacção:

2MnO2 + 4KOH + O2 2K2MnO4 + 2H2O↑

Se deixar a solução de um manganato em repouso no ar, a sua coloração gradualmente


varia-se passando de verde a cor framboesa, com a formação do precipitado escuro pardo.
Isto explica-se por os manganatos na solução aquosa converterem-se espontaneamente
em sais do ácido permangânico (HMnO4) com formação simultânea do MnO2:

3MnO42- + 2H2O 2MnO4- + MnO2 + 4OH-

nesta reacção, um ião MnO42- oxida os dois outros iões idênticos nos iões MnO4-, e ele
próprio se reduz, formando o MnO2.

O processo de transformação do manganato em permanganato é reversível. Portanto, na


presença do excesso dos iões hidroxila, a solução verde do manganato pode se conservar
sem alteração durante muito tempo. Se adicionar um ácido que liga os iões hidroxila, a
coloração verde varia para a de framboesa.

Sob acção dos oxidantes fortes (ex.Cl2, etc) sobre a solução de manganato, o último
transforma-se completamente em permanganato:

2K2MnO4 + Cl2 2KMnO4 + 2KCl

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O KMnO4 é pouco solúvel na água mas, é no ácido sulfúrico concentrado formando, a


frio, sulfato de permanganato [(MnO3)2SO4)], de cor verde capaz de se decompor
exclusivamente segundo a equação:
2KMnO4 + 2H2SO4 (MnO3)2SO4 + K2SO4 + 2H2O

O sal sólido (K2MnO4) quando aquecido acima de 500˚C se decompõe dando manganito
e oxigénio:

K2MnO4(s) 500˚C K2MnO3 + 1/2O2

Os manganatos são os únicos compostos de Mn6+. São poderosos agentes oxidantes e se


aplicam em pequena proporção como desinfectantes .

7.1.6.7 Compostos de Mn VII


Mn2O7 é líquido com cor violeta escura quase preta, estável as temperatura abaixo de
Oº C.
É forte oxidante e anidrido de ácido mangânico.
O ácido mangânico existe só na solução. A concentração de ácido mangãnico na solução
pode atingir 20%.

É um ácido muito forte e dissocia-se por completo nas soluções.

Ex: o seu grau de dissociação na solução a [ ] de 0,1N atinge 93%

Como já foi dito em condições normais Mn2O7 é instável e decompõe-se.


Mn2O7 MnO2 + 3O2

O Mn2O7 pode ser obtido através da interacção de permanganato de potássio e ácido


sulfúrico concentrado.
2KMnO4 + H2SO4(c) K2SO4 + Mn2O7 + H2O

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O ião de Mn+7 ( ião permanganato) [MnO4]-1 tem comportamento diferente em diversos


meios.

Em meio ácido reduz-se até ao Mn +2;


Em meio neutro reduz-se até ao Mn +4
Em meio básico reduz-se até ao Mn +6
Exemplos:
2KMnO4 + 5K2SO3 + 3H2SO4(meio) 2MnSO4 + 6K2SO4 + 3H2O
2KMnO4 + K2SO3 + 2KOH(meio) K2SO4 + 2K2MnO4 + H2O
2KMnO4 + K2SO3 + H2O(meio) K2SO4 + 2MnO2 + KOH

Sob aquecimento forte forma:


2KMnO4 K2MnO4 + MnO2 + O2

7.1.7 Aplicações
O manganés aplica-se na produção de aços que possuem alta dureza e alta resistência
contra corrosão.

Ligas de cobre com manganés e níquel chama-se managanina e possuem baixo


coeficiente térmico e por isso usam-se nos aparelhos de medição.

MnO2 – a título de oxidante aplica-se na obtenção do cloro a partir do ácido clorídrico e é


usado nas pilhas gâlvanicas secas. É usado como catalizador para obtenção do oxigénio.
A partir da decomposição termo catalítica de KClO3 e catalítica de H2O2.

Graças às suas propriedades catalíticas, os seus compostos são usados em medicina


como estimulantes da nutrição.
A maioria dos seus compostos têm aplicação na vida prática:
- os permanganatos incluem sais violetas oxidantes com acção desinfectante;
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

- o sulfato de manganés é usado como fertelizante;


- o cloreto é usado para juntar o manganés nas ligas de magnésio;
- os compostos orgânicos como o naftenato e resinato são secantes (facilitam a absorção
de oxigénio) para tintas e vernizes.

7.2 O TECNÉCIO (Tc)


7.2.1 Ocorrência
Não foi encontrado na natureza até o presente. Algumas estrelas gigantes vermelhas
apresentam uma linha de emissão em seu espectro correspondente a presença do tecnécio.

7.2.2 Obtenção
O tecnécio pode ser obtido a partir da redução do petecnetato de amónio com hidrogénio.
2NH4TcO4 + 7H2 2Tc + 2NH3 + 8H2O
Pequenas quantidades podem ser obtidas mediante irradiação de molibdénio com
neutrões. Em virtude da elevada radioactividade dos produtos de fissão, a separação do
tecnécio é um processo difícil. O Tecnécio foi o 1º elemento a se obter
experimentalmente.

β- β-
98
Mo + 1n → 99
Mo → 99
Tc → 99Ru (estável)

Isótopos
O tecnécio não apresenta espécies nucleares estáveis, mas foi estabelecida a existência de
três isótopos de longa duração: 97Tc, 98Tc e 99Tc.

7.2.3 Propriedades físicas


À temperatura ambiente é um metal sólido prateado, radioactivo, de número atómico 43 e
peso atómico 98u, que se cristaliza com estrutura compacta hexagonal. As suas
temperaturas de fusão e ebulição são: 2430º C e 4538º C respectivamente.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

7.2.4 Propriedades químicas


O estado de oxidação mais estável é +7. A química do tecnécio é muito similar a do
rénio. O tecnécio se dissolve em água régia (HNO3 : 3HCl), ácido nítrico (HNO3) e ácido
sulfúrico (H2SO4) concentrados. Não se dissolve em ácido clorídrico (HCl).
Tecnécio tem propriedades químicas parecidas com rénio. Sob a temperatura altas reage
com O2 formando Te2O7, substância dura com cor amarela.

Tc2O7 + H2O 2HTcO4


Os sais deste ácido revelam propriedades oxidantes intermediárias.

Reage com enxofre em temperaturas elevadas, formando dissulfeto de tecnécio


Tc + 2S TcS2

7.2.5 Compostos de tecnécio


7.2.5.1 Compostos de tecnécio (VII)
São conhecidos o heptóxido (Tc2O7), o ácido pertecnético (HTcO4) seus sais (ex:
pertecnetato de amônio NH4TcO4).
O heptóxido forma-se pela queima do metal em oxigénio a 400º C - 600º C.
4Tc + 7O2 2Tc2O7

7.2.5.2 Compostos de tecnécio (VI)


São conhecidos poucos compostos, sendo os mais importantes os hexahaletos do tipo:
TcX6 (X = F, Cl, Br, I). Ex: Hexacloreto de tecnécio (TcCl6).
Também é conhecido o oxitetrafluoreto de tecnécio (TcOF4).

7.2.5.3 Compostos de tecnécio (V)


São conhecidos poucos compostos nos quais o tecnécio é pentavalente. O pentafluoreto
de tecnécio (TcF5), os sais NaTcF6 e KTcF6.

7.2.5.4 Compostos de tecnécio (IV)


Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Tetafluoreto de tecnécio (TcF4), o tetracloreto de tecnécio (TcCl4), o dióxido de tecnécio


(TcO2). Existem alguns compostos complexos de tecnécio (IV), tais como o
cianocomplexo Tl3Tc(OH)3(CN)4.

7.2.6 Aplicações do tecnécio


Em medicina nuclear são empregados compostos com isótopo 99Tc como radiofármacos.
O tecnécio e os seus sais , os pertecnatos têm propriedades anticorrosivas e, devido a esta
propriedade são aplicados em aços protegendo-os da corrosão mesmo em concentrações
diminutas. Por ser radioactivo só pode ser utilizado em ambiente fechado e devendo ser
manuseado com o máximo de precauções.

7.3 RÊNIO
7.3.1 Historial
Quando Mendelev compilou a sua tabela periódica, previu que faltavam dois elementos
no grupo de manganês que seriam similares a ele, deixando dois lugares vagos no grupo
de manganês. A preocupação dos grandes químicos da época, era de preencher os dois
lugares vagos deixados por Mendelev.

Em 1925, os alemães Noddack , Tacke e Berg ao examinarem o espectro de raios X de


certos minérios de platina, descobriram um elemento com propriedades semelhantes as
do manganês. A este novo elemento foi designado de rênio. Quatro anos após sua
descoberta, 1g de rênio foi isolado a partir de 660g de molibdenite.

7.3.2 Ocorrência
O rênio não forma minerais próprios. Encontra-se em quantidades ínfimas nos minérios
molbdénicos, em minérios de cobre tais como cuprita e em alguns minerais raros. O seu
teor total na crosta terrestre é de 0,1.10-6 % (mass).

7.3.3 Obtenção
O rênio metálico é obtido como um pó cinzento, mediante aquecimento de perrenato de
sódio em hidrogénio.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

2KReO4 + 7H2 2Re + 6H2O + 2KOH

Obtém-se pela redução em temperatura elevada de perrenato de amónio com hidrogénio.


2NH4ReO4 + 7H2 2Re + 2NH3 + 8H2O

7.3.4 Propriedades físicas


É um metal cinzento claro, relativamente mole e bastante dúctil quando puro. A sua
densidade é igual a 21g/cm3, que é ultrapassada apenas pelas densidades de ósmio, irídio
e platina. Os seus pontos de fusão e ebulição são: 3190º C e 5900º C respectivamente.
Cristaliza com estrutura compacta hexagonal.

7.3.5 Propriedades químicas


Comporta-se como um metal meio nobre. Permanece inalterado ao ar, é atacado pelo
oxigénio somente a 1000º C. Finamente dividido, volatiza-se lentamente como heptóxido,
quando moderamente aquecido em oxigénio.
4Re + 7O2 2Re2O7

É substância dura com cor amarela;


Ao ar húmido, oxida-se mesmo a temperatura ordinária com a formação de ácido
perrênico.
4Re + 7O2 +2H2O 4HReO4

Não se dissolve nos ácidos clorídrico (HCl) e fluorídrico (HF). Os ácidos nitrico (HNO3)
e sulfúrico (H2SO4) concentrados a quente dissolvem-no com formação do ácido
perrênico.
2Re + 7H2SO4(c) 2HReO4 +7SO2 + 6H2O

Reage com cloro abaixo de 100º C dando cloretos voláteis, o bromo reage menos
vivamente e com iodo não reage.
Combina-se com enxofre formando sulfeto de rênio. Não reage com hidrogénio, nem
com nitrogénio mesmo a 2000º C.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Re + 2S ReS2

Reage com Halogénios


2Re + 7X2 2ReX7

Não reage com N2, H2 por ter actividade baixa.

Tem potencial electródico positivo por isso não reage com água e não substitue H2 nas
soluções aquosas dos ácidos HCl(c,d); H2SO4(d)

Com 7HNO3(c) + Re HReO4 + 7NO2 + 3H2O


7.3.6 COMPOSTOS DE RÊNIO
7.3.6.1 Compostos de rênio (VII)
O rênio heptavalente é particularmente estável. O único haleto simples conhecido é o
heptafluoreto de rênio (VII) (ReF7). O ReF7 foi obtido pela absorção de flúor por ReF6

2ReF6 + F2 2ReF7

Os principais compostos de rênio (VII) são: heptóxio (Re2O7), ácido perrênico (H2ReO4)
e os sais do ácido perrênico. Fora destes, existem ainda: sulfeto (Re 2S7), seleneto
(Re2Se7) e os oxifluoretos.
Os sais do ácido perrênico são do tipo: MIReO4, (MI = metal univalente, divalente e
trivalente). Ex: perrenato de sódio: NaReO4, perrenato de cálcio: Ca(ReO4)2.
Também são conhecidos perrenatos do tipo: MI3ReO5. Ex: Na3ReO4 , Ca3(ReO4)2 .

7.3.6.2 Compostos de rênio (VI)


São menos estáveis. São conhecidos os seguintes compostos de rênio (VI): hexafluoreto
(ReF6), trióxido (ReO3) e sais do ácido rênico (H2ReO4).
O hexafluoreto é obtido pela acção do flúor sobre rênio em pó a 125º

Re + 3F2 ReF6
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O trióxido pode ser obtido por meio de aquecimento de Re com Re2O7 a 200ºC - 250ºC.
4Re + 3ReO7 7ReO3

O trióxido, por ebulição com álcali concentrado é convertido em uma mistura de dióxido
e heptóxido.
2ReO3 ReO2 + Re2O7

Complexos de rênio (VI): existem os fluorocomplexos dos tipos: MI2ReF8 e MIReF7 ,


onde MI é um metal alcalino. Ex: K2ReF8 , NaReF7.

7.3.6.3 Compostos de rênio (V)


São instáveis, eles se desproporcionam facilmente em compostos de rênio (VI) e (IV).
Destacam-se os seguintes compostos: pentafluoreto (ReF5), pentacloreto (ReCl5),
pentóxido (Re2O5) e os hiporrenatos.
Os hiporrenatos são compostos do tipo: MIReO3 (MI = metal alcalino) que resultam da
fusão de perrenatos com dióxido (ReO2) e hidróxidos alcalinos, na ausência do ar. Ex:
NaReO3.

Complexos de rênio (V): são conhecidos os hexafluorrenatos do tipo: MIReF6 , onde MI


= Na, K, Rb, Cs. Estes, são obtidos fazendo reagir os hexafluoretos de rênio (VI) com
iodetos dos metais alcalinos.
2ReF6 + 2NaI 2NaReF6 + I2

Também são conhecidos os oxicloretos complexos do tipo: MI2[ReOCl5]. Ex:


Na2[ReOCl5]

7.3.6.4 Compostos de rênio (IV)


O rênio (IV) apresenta o estado de valência mais estável. Destacam-se os seguintes
compostos: tetrahaletos, dióxido (ReO2), renitos (compostos do tipo: MI2ReO3 , ex:
Na2ReO3), disulfeto (ReS2) e diseleneto de rênio (IV) (ReSe2).
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O dióxido pode ser obtido no tratamento térmico do óxido hidratado.

ReO2.2H2O ReO2 + 2H2O

Complexos de rênio (IV): ácidos hexabromorrênico (IV) (H2[ReBr6] e hexaclorrênico


(IV) (H2[ReCl6], cianocomplexo: K4[ReO2(CN)4].

7.3.6.5 Compostos de rênio (III)


A estabilidade dos compostos de rênio (III) é muito limitada pela facilidade com que são
oxidados a estágios superiores de valência (VII) ou (IV).

Trióxido de dirrênio (Re2O3) é obtido em forma hidratada pela adição de hidróxido


alcalino a uma solução de tricloreto de rênio.
2ReCl3 + 6NaOH Re2O3.3H2O + 6NaCl

Trihaletos, por exemplo o tribrometo de rênio (ReBr3) pode ser obtido mediante o
aquecimento de hexabromorrenato (IV) de prata em alto vácuo.

2Ag2[ReBr6] 4AgBr + 2ReBr3 + Br2

Complexos de rênio (III): haletos do tipo MIReX4 (X = Cl, Br ; MI = metal alcalino).


Ex: KreCl4.

7.3.6.6 Compostos de rênio (II)


São conhecidos alguns haletos hidratados, tais como dicloreto de rênio tetrahidratado
(ReCl2.4H2O). O diiodeto de rênio foi obtido mediante aquecimento de tetraiodeto de
rênio em tubo fechado a 350ºC sob atmosfera de CO2
ReI4 ReI2 + I2

Complexos de rênio (II): cianocomplexos Na3[Re(CN)5H2O], K4[Re(CN)6]. Os


cianocomplexos hidratados obtém-se hidrosalizando os cianocomplexos simples
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

[[Re(CN)]-4 + H2O [Re(CN)5H2O]-3 + CN-

7.3.6.7 Compostos de rênio (I)


O monoiodeto de rênio (ReI) e alguns complexos como hexacianorrenato de potássio
(K3[Re(CN)6].

7.3.7 Aplicações
O rênio, é usado nos materiais de contactos eléctricos, em filamentos de espectrógrafos
de massa, em filamentos de lâmpadas para fotografia e como aditivo em ligas de base
molibdénica e de base tungstênica.
Rénio e suas ligas com o W e Mo aplica-se na produção de lâmpadas eléctricas e
aparelhos eléctricos. Tem grande prazo de serviço e são mais resistentes do que W puro.

O Re e seus compostos são catalizadores na oxidação de NH3 e CH4, no processo de


hidrogenação de etileno.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.0 ELEMENTOS DO VIIIB SUBGRUPO

Tem 9 elementos, eles são divididos em triadas.

Fe Co Ni
Ferro cobalto níquel

Ru Rh Pd
Ruténio ródio paládio

Os Ir Pt
Ósmio irídio platina

Na camada de valência eles têm 1 ou 2 electrões; todos são metais, ao mesmo tempo eles
têm penúltima camada não completa e electões que se situam nesta camada podem
participar em ligações químicas.

Para esses elementos são característicos os noxs +2, +3, +4.

Os nox mais elevados revelam-se raramente. Só Ru e Os revelam nox correspondente ao


número de grupo. (+8) em RuO4 e OsO4

Experiências mostram que Fe, Co e Ni têm propriedades químicas e físicas parecidas


entre si e diferem dos elementos de duas outras triadas.

Por essa razão eles são separados na série de ferro.

Os seis elementos restantes do VIIB subgrupo são unidos sob o nome geral de metais de
platina.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.1 O FERRO
8.1.1 Historial
Os antepassados pré- históricos já possuiam o Fe e que os artesãos já tinham adquirido
técnicas consideráveisna transformaçãom de Ferro em utensílios. Mas existiam poucos
utensílios de Ferro, porque era difícil de extrair, existindo assim vários utensílios de
bronze pois era fácil a sua extracção e trabalho do que o ferro. Com a escasséz do Cobre
e abundância do Ferro, levou o povo Hindú a desenvolver técnicas de trabalho com este
metal que mais tarde a produção do Ferro desenvolveu-.se em todo o mundo.

8.1.2 Ocorrência
É o metal mais abundante na terra após o Alumínio, com 4% de massa na crosta terrestre.

Os minérios mais importantes são:


Fe3O4 – Magnetite –(FeO. Fe2O3)
Fe2O3 – Hematite;
2Fe2O3 . 3H2O Limatite;
FeS2 pirite (FeS. S) e Siderite FeCO3

O Ferro aparece ainda como constituinte subsidiário em quase todas as rochas bem como
nos seres vivos.
Também são conhecidos alguns minerais tais como: Goetite [FeO(OH)], coperas
(FeSO4.H2O), Vivianite (Fe3P2O8. 8H2O) e outros cujas fórmulas são desconhecidas, tais
como Antlarite, Lepidocrocite, e especularita.
48 68
O Ferro apresenta-se em isótopos, possuindo cerca de 20, que partem de Fe até Fe
sendo os estáveis naturais 54Fe até 58Fe.

8.1.3 Obtenção
Ele é extraido dos seus minérios pela redução comcoque.
Essa operação é conduzida em fornos especiais conhecidos como alto-forno cujas suas
medidas variam mas, tem em média 30m de altura e 12m de diâmetro interno. É
construido com tijolos refratários e revestido extremamente com chapas de ferro. Na

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

parte superior tem-se a boca que se fecha pela canoura e uma conduta de saida de gases.
Na parte média a cuba, e a parte mais larga é o ventre e depois a zona de fusão. A parte
mais extreita – cadinho, com um orifício superior (agulhete) para entrada de ar quente
mais abaixo tem-se duas condutas de saida, à esquerda para Ferro- gusa e a direita para
escórias.
Inicialmente, o alto-forno é carregado pelo coque e depois consecutivamente pelo
aglomerado e coque.
A combustão e a temperatura necessária para fundir a gusa é mantida pela insuflação do
ar quente ou do oxigénio no cadinho. Aqui, o coque arde, formando o dióxido de carbono
que subindo e passando através da camada de coque incandescente, reage com ele
formando monóxido de carbono, que reduz uma parte maior do minério, transformando-
se em dióxido de carbono.

C + O2 CO2
CO2 + C 2CO
O coque no alto-forno exerce duas funções:
- o fornecimento de calor através da sua combustão, para o aquecimento do alto forno;
- A formação do CO para reduzir o minério.
A primeira etapa de redução do minério ocorre na região de 500º C e conduz à formação
do óxido misto:
3Fe2O3 + CO 2Fe3O4 + CO2 (450ºC)

Um pouco abaixo na região de 600º C, ocorre a redução do óxido misto :


Fe3O4 + CO 3FeO + CO2 (600ºC)

Um pouco mais abaixo, na região dos 700º C, completa-se a redução :


FeO + CO Fe + CO2

Para que a redução se complete, é preciso um excesso considerável de monóxido de


carbono.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O Ferro separa-se inicialmente em forma sólida e porosa. A ganga no minério é composta


principalmente pelo dióxido de silício (SiO2), e tem alto ponto de fusão para transformar
as impurezas infusíveis em compostos mais fusíveis, junta-se ao minério os fundentes.
Geralmente é aplicado o calcário (CaCO3) a título de fundente, que acima dos 800º C
decompõe-se em óxido de cálcio e dióxido de carbono e que posteriormente a
temperatura superior a 800º C e inferior a 1000º C reage com dióxido de silício,
transformando-se em sílica:

CaCO3 CaO + CO2

CaO + SiO2 CaSiO3

Gradualmente o Ferro obtido vai baixando à parte mais quente do forno “zona de fusão”
e dissolve-se em sí todo o carbono, em resultado forma-se gusa.
A última funde-se e escorre para a parte inferior do forno, as escórias líquidas flutuando
sobre o metal fundido, protege-no contra a oxidação.
A gusa e as escórias são evacuadas gradualmente através dos orifícios especiais.

Purificação
O Ferro “puro” é obtido pela decomposição térmica do pentacarbonilo de ferro:
Fe(CO)5 Fe + 5CO

E pela electrólise das soluções aquosas dos seus sais.

8.1.4 Propriedades físicas


É um metal duro, brilhante, argénteo plástico, facilmente fundível, de cor branca-
prateada, dúctil e fácil de trabalhar. Sua densidade é de 7,87g/cm3 e seu pontos de fusão e
ebulição são 1539º C e 2870º C, respectivamente.
Possui propriedades magnéticas ;
Apresenta quatro variações alotrópicas:
Fe α 768º C → Fe β 906º C → Fe γ 1401º C → Fe δ 1528º C → Líquido
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Forma duas modificações cristalinas: Ferro α e Ferro β .


O α apresenta estrutura cúbica de corpo centrado e o γpossui estrutura cúbica de face
centrada.
Abaixo de 768º C o Fe α é magnético, isto é, torna-se fortemente magnetizado quando
colocado num campo magnético.
Acima de 1401º C, tem-se o Fe δ, estruturalmente idêntico ao Fe α, mas não magnético.

8.1.5 Propriedades quimicas


No ar húmido enferruja-se , isto é, cobre-se por uma película parda de óxido hidratado de
ferro, que devido à friabilidade não o protege contra a oxidação posterior. ele coroe-se
intensivamente na água e com acesso do oxigénio forma-se as formas hidratadas de
óxidos de ferro (II):
Fe + O2 + n H2O Fe2O3. n H2O / Fe3O4. n H2O (com défice de oxigénio)

Dissolve-se no ácido clorídrico de qualquer concentração:


Fe + HCl FeCl2 / FeCl3 + H2

Dissolve-se no ácido sulfúrico:


Fe + H2SO4(d) FeSO4 + H2

2Fe + 6H2SO4(c) Fe2(SO4)3 + 3SO2 + 6H2O

Nas soluções diluidas e moderadamente concentradas do ácido nítrico, o Fe dissolve-se:


Fe + 4HNO3 Fe(NO3)3 + NO + 2H2O

Mas a altas concentrações tanto do H2SO4 tanto do HNO3, o Ferro torna-se passivo e a
reacção não ocorre.
Arde na presença de oxigénio lançando faíscas, partículas incandescentes de óxido misto,
e se aquecermos ao ar, a sua superfície oxida-se formando uma camada de óxido misto
que se pode separar a golpes de martelo.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

3Fe + 2O2 Fe3O4

Reduz metais colocados à sua direita na série de tensões das soluções aquosas dos seus
sais:
Fe + CuSO4 Cu + FeSO4
Reage com halogénios (F2 e Cl2) formando haletos de ferro III e com I2 e S oxidando-se a
Fe II.

O ião de Fe II reage com iões sulfato, sódio e hidroxilo formando Fe(OH)2 e sulfato de
sódio:
Fe2+ + SO42- + 2Na+ + 2OH- Fe(OH)2 + Na2SO4

Reage com ião cádmio, transformando-se emião de Ferro II e Cádmio elementar:


Fe + Cd2+ Cd + Fe2+

Presença de água cataliza o processo de oxidação.

Os nox mais característicos são +2, +3 e noxs +4 e +6 são raros.

Para Fe o nox mais característicos é +3 e para Co e Ni +2.

Oxidantes fracos oxidam o Fe a Fe +2 e fortes até Fe +3.

Nas condições normais (sem presença de humidade) não reage com ametais típicos.

8.1.6 Compostos de Ferro


8.1.6.1 Compostos de Ferro II
Óxido de Ferro II (FeO) –é uma substância preta com ponto de fusão 1360º c, que
cristaliza com estrutura de NaCl. Este forma-se a 575º c com pressão baixa de oxigénio,
não é estável, pois decompõe-se lentamente em Fe3O4 e Fe.
Pode ser obtido pela redução de óxido de ferro III e mistopor meio de CO.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Fe2O3/Fe3O4 + CO FeO + CO2


Fe3O4 (aquecido) FeO + Fe2O3
Esta substância, rerage com Carbono ou CO formando Ferro e CO2 E com Hidrogénio,
formando Fe e água,

Haletos de Ferro II
O FeF2 e o FeCl2 são obtidos pela acção de HF e HCl, respectivamente, a altas
temperaturas. Para o caso de FeCl2 é a temperaturas não acima do rubro.
O FeBr2 é obtido pela combustão de Fe em vapor do Br.
3Fe + O2 +2Br FeBr2 + 2FeO

Também pode-se obter os seguintes sais:


FeS- é um sólido cinza-escuro, quando bastante puro forma cristais incolores com ponto
de fusão de 1193º c e ocorre como pirotita que é comumrnte dificiente em ferro.
O dissulfeto (FeS2), é estável e ocorre em todas as temperaturas, possui coloração
amarela de latão e brilho metálico.

Os compostos ciánicos, obtém-se sob acção de cianetos solúveis, por exemplo, o cianeto
de Potássio sobre soluções de Ferro (II), obtém-se um precipitado branco do cianeto de
Ferro(II)
Fe+2 + 2CN- Fe(CN)2↓

Sais oxoácidos de Fe (II)


Para este grupo destacam-se o Nitrato, Sulfato e o Carbonato:
O nitrato é obtido pela dissolução do Ferro a frio em ácido nítrico diluido:
3Fe + 8HNO3 3Fe(NO3)2 + 2NO + 4H2O

O Sulfato (FeSO4) – é utilizado na luta contra os insectos nocivos, no fabrico de tintas e


pinturas minerais, tanto como no tingimento de tecidos.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O carbonato (FeCO3) – é obtido como precipitado branco quando soluções de sais de


Ferro II são tratadas com carbonatos alcalinos:
Na2CO3 + FeCl2 FeCO3↓ + 2NaCl
FeCO3 + H2CO3 Fe(HCO3)2

Os sais de Ferro II podem ser transformados facilmente em sais de Ferro III pela acção
dos oxidantes diferentes, nomeadamente ácido nítrico, permanganato de potássio, Cloro,
por exemplo:
6FeSO4 + 2HNO3 + H2SO4 3Fe2(SO4)3 + 2NO + 4H2O
1OFeSO4 + 2KMnO4 + 8H2SO4 5Fe2(SO4)3 + K2SO4 + 2MnSO4 + 8H2O

COMPLEXOS DE FERRO II
De uma maneira geral, são menos estáveis do que os de Ferro III. Mas existem os
Cianoferratos II que são muito estáveis, e resultam da acção de cianetos solúveis sobre as
soluções.
O precipitado dissolve-se no excesso do cianeto dando a formação do sal complexo –
Hexacianoferrato (II)
Fe(CN)2 + CN- [Fe(CN)6]-4

O Hexacianoferrato II de potássio serve dum reagente muito sensível para os iões de


Ferro (III), visto que os iões [Fe(CN)6]-4 reagindo com Fe3+ , formam um sal insolúvel na
água, Hexacianoferrato (II) de Ferro (III), de cor característica azul, este sal recebeu o
nome de azul de Prussia.
2Fe+3 + 3[Fe(CN)6]-4 Fe4[Fe(CN)6]3

Sob acção do Cloro ou Bromo sobre o Prussia o seu anião oxida-se transformando-se em
ião [Fe(CN)6]3-
2 [Fe(CN)6]4- + Cl2 2[Fe(CN)6]3- + 2Cl-

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Na maioria dos outros complexos de cianoferratos, o número de coordenação de Fe II e


Fe (III) é 6 ( seis).
O Fe(II) forma Halocomplexos com Fluor e Cloro.
Os fluor complexos são dos tipos : MI[FeF3] e MI2[FeF3].
Os cloreto complexos são do tipo: MI[FeCl3] , MI2[FeCl4] e MI4[FeCl6]
O Fe (II) forma tiocianatos complexos que resultam da dissolução de Fe(OH)2 em
solução de ácido tiociánico e adição de tiocianato alcalino, e não é muito estável. Ex:
MI4[Fe(SCN)6].
Também forma nitritos complexos do tipo: MI2MII[Fe(NO2)6], onde MI = K, NH4 eTi .
MII = Ca, Sr, Ba, Cd, Hg e Pb.
O Ferro (II) forma pentacianocomplexos do tipo M In[Fe(CN)5X], que são considerados
como derivados dos hexacianoferratos pela subistituição de um dos seis grupos CN por
outro grupo, um radical por ex: NO2,SO3, H2O e NH3.
-Os pentacianoaquoferratos (II) MI3[Fe(CN)5(H2O)]
-Os pentacianoaminoferratos (II) MI3[Fe(CN)5NH3]
-Os pentacianocarboniloferratos (II) MI3[Fe(CN)5CO]
-Os pentacianonitrozilferratos (II) MI3[Fe(CN)5NO]
-Os pentacianonitritoferratos (II) MI3[Fe(CN)5NO2]
-Os pentacianossulfitoferratos (II) MI3[Fe(CN)5SO3]

8.2.6.2 Compostos de Ferro III


O óxido de Ferro II (Fe2O3) – pode ser obtido pelo aquecimento do óxido misto do Ferro:
Fe3O4 (aquecido) FeO + Fe2O3
Também pode-se obter pela oxidação do Ferro na presença de água.
Este óxido pode ser reduzido por alguns redutores formando Fe e outras substâncias :
Fe2O3 + 3(C / CO / H2) 2Fe + 3(CO2 / H2O)

Ao fundir o Fe2O3 com os carbonatos de sódio ou de potássio formam-se os ferritos – sais


do ácido metaferroso (HFeO2), que não é obtido no estado livre, por exemplo: ferrito de
sódio:
Fe2O3 + Na2CO3 2NaFeO2 + CO2
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Se se aquecer limalha de aço ou óxido de ferro III com o Nitrato e hidróxido de potássio,
forma-se umaliga que contém o ferrato de potássio K2FeO4 e solução do ácido férrico
(H2FeO4):
Fe2O3 + 4KOH + 3KNO3 2K2FeO4 + 3KNO2 + 2H2O

Haletos de ferro III


O ferro III forma fluoreto, cloreto e brometo, não é possível isolar o iodeto.
O Fluoreto (FeF3) – é obtido pela acção do fluor sobre o ferro.

O Cloreto (FeCl3) – apresenta cristais escuros-pardos com laivos verdeados, sendo uma
substância higroscópica. É empregado como coagulador na purificação da água; também
é catalizador durante as sínteses dos compostos orgânicos e na indústyris téxtil.

O brometo (FeBr3) – é obtido pela reacção directa dos seus elementos.É solúvel em água
e é menos estável do que o cloreto, sua solução quando aquecida decompõem-se dando
brometo de ferro II e bromo.
2FeBr3 2FeBr2 + Br2

O FeI3 – somente pode existir em equilíbrio com grande excesso de iodeto de Ferro (II).

Sais oxoácidos de Ferro III

O Fe(NO3)3 - é obtido por dissolução de ferro em ácido nítrico a 20 - 30 % ;


Fe + 4HNO3 Fe(NO3)3 + NO + 2H2O

O FeSO4 - pode ser obtido pela dissolução Fe2O3 em H2SO4(c) .


Fe2O3 + 3H2SO4(c) Fe2(SO4)3 + 3H2O
Ou
6FeSO4 + 2HNO3 + 3H2SO4 3Fe2(SO4)3 + 2NO + 4H2O
Ao calciná-lo acima de 500º c , decompõem-se :

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Fe2(SO4)3 Fe2O3 + 3SO3

O sulfato de ferro III serve de coagulador na purificação da água, também para decapar
os metais. Estes sob forma de hidratos com 3 – 12 molécular s de água.
Para diferenciar os sais de Fe (II) dos de Fe (III), usa-se o método de rodonato de potássio
(KSCN) sobre os sais de ferro. Visto que a solução de rodonato contém os iões incolores
(SCN-) que se combinam com os iões de ferro II e III. Quando os iões (SCN-) se
combinam comos iões Ferro III, forma o rodonato de ferroIII, de cor vermelha de sangue.

SCN- + Fe2+ / Fe3+ Fe(SCN)2 / Fe(SCN)3

O FERRITO
Ao fundir o Fe2O3 com os carbonatos de Sódio ou de Potássio formam-se os ferritos –
sais de ácido metafosforoso HfeO2, que não é obtido no estado livre .
Fe2O3 + Na2CO3 2NaFeO2 + CO2↑

Na técnica denominam –se ferritos ou materiais ferritos os produtos de aglomeração dos


pós de Fe2O3 e dos óxidos de alguns metais bivalentes, por exemplo, de Ní, Zn, Mn. A
aglomeração realiza-se a 1000 – 1400º c. os ferritos possuem as propriedades magnéticas
valiosas a alta resistência eléctrica, o que condiciona um pequeno valor de perdas
eléctricas.

COMPLEXOS DE FERRO III


O ferro III manifesta maior tendência para a formação de complexos do que o Fe (II) e
na maioria são aniónicos.
Forma halocomplexos cuja estabilidade diminui com o aumento do número atómico do
halogénio, por exemplo:
Os fluoroferratos são do tipo: MIFeF4 MIIFeF5 e MI3FeF6.
Os cloroferratos (III) foram preparados do tipo : MIFeCl4 , MI4FeCl7; são os mais
comuns os do tipo : MI2FeCl5.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Os bromoferratos (III) são menos estáveis, não podem ser recristalizados sem
decomposição, sendo do tipo: MIFeBr4 e MIFeBr5.
os hexacianoferratos (III) MI3[Fe(CN)6] podem ser obtidos directamente pela acção de
um cianato sobre um sal de ferro (III) ou por oxidação de hexacianoferrato (II), sendo
mais familiar K3[Fe(CN)6] que forma prismas vermelhos. Mandlate 2007-10-12
Também são conhecidos os pentacianoferratos III dos tipos MI2[Fe(CN)5(H2O)] ;
MI2[Fe(CN)5(NH3)]; MI2[Fe(CN)5(NO2)] e MI2[Fe(CN)5(NO)].
Os tiocianatos são do tipo: MI3[Fe(SCN)5] são sais vermalhos muito solúveis em água.

8.1.6.3 Compostos de Ferro Com Estado de Valência Pouco Comum


São conhecidos compostos de Ferro (0) , Fe (I), Fe (IV) e Fe (VI).
Exemplo de composto no qual o Ferro tem Nóx. (0) é o Pentaquis trifluorofosfina Fe (0):
FeI2 + PF3 Fe(PF3)5 . Esta reacção ocorre a 500atm e 140º c.

É um composto amarelo, diamagnético, estável ao ar e solúvel na maioria dos solventes


orgânicos.

O Ferro (I) tem como exemplos os nitrozil derivados:


FeI2 + 2NO Fe(NO)2 + I2

FeBr2 + 2NO Fe(NO)2 + Br2

FeCl2 + 2NO Fe(NO)2 + Cl2

Também são compostos de Ferro (I) os chamados sais de ROUSSIN, que são de dois
tipos: MI[Fe(NO)2S] de cor vermelha e MI[Fe(NO)7S3] de cor preta. Formam-se pela
acção de NO sobre sais de Ferro (II).
Do Ferro (IV) são conhecidos os ortoferratos (IV) com a seguinte fórmula: M I4FeO4 e
metafosfatos MI2FeO3.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.1.6.4 Compostos de ferro (VI)


Se se aquecer as limalhas de aço ou óxido de Ferro III com itrato ou hidróxido de
potássio, forma-se uma liga que contém o ferrato de potássio K2FeO4 – sal do ácido
férrico (H2FeO4).
Fe2O3 + 4KOH + 3KNO3 2K2FeO4 + 3KNO2 + 2H2O

Todos os ferratos são oxidantes fortes (mais do que os permanganatos). O H2FeO4 ,


correspondente aos ferratos, e o seu anidro Fe2O3 não são obtidos no estado livre.

O carbonilo de ferro
O Ferro forma compostos voláteis com o óxido de carbono, denominados carbonilos de
ferro. O pentacarbonilo de Ferrro [Fe(CO)5] representa um líquido amarelo- pálido que
ferve a 105º c, é insolúvel na água, porém solúvel em muitos dissolventes orgânicos .
É obtido pela passagem do CO sobre o pó de Ferro 150-200º C e a pressão de 10Mpa.

Fe(pó) + 5CO Fe(CO)5


As impurezas, presentes no Ferro, não entram em reacção com o CO devido a que obtém-
se um produto muito puro. Sendo aquecido no vazio, o Fe(CO)5 decompõe-se em :

Fe(CO)5 Fe + 5CO↑

Do Ferro (VI) são conhecidos os ferratos (VI) do tipo geral MI2FeO4 . Ex: K2FeO4

8.1.7 Ligas de Ferro


Ligas de ferro com carbono são divididas em aços e gusas dependendo de quantidade de
carbono.

Aços subdividem-se em grupos segundo a sua composição química e conforme a


finalidade.

As gusa segundo o estado de carbono que se encontram nestas.


Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Os aços dividem-se em aços carbónicos e com ligas.

Os aços carbónicos são ligas de Fe com carbono com teor de carbono não superior a
2,14% de carbono.

8.1.7.1 Aços com liga.


Os elementos introduzidos no aço em concetrações determinadas para alterar as suas
propriedades chamam-se elementos ligas.

Ex. Como elementos ligas usam-se Cr, Ni, Mn, Si, V e Nb.

Aço que contém estes elementos é aço com liga. Conforme com o emprego dele so aços
dividem-se em aços de construção, para ferramenta e de propriedades especiais.

Aços de construção, usam-se no fabrico de peças para máquinas e obras de construção.


Os principais elementos ligas são Cr, 1%; Ni (1-4%) e >Mn 1%.

Aços para ferramentas empregam-se no fabrico de ferramentas cortantes de medição.

O conteúdo de carbono é 0,8 a 1,3%.

Os principais elementos ligas são Cr, W e V.

Aços de propriedades especiais- são inoxidáveis, termoresistentes refractários.

A gusa difere de aço segundo as propriedades.

Ela é capaz à deformação plástico no grau muito pequeno em grau muito pequeno mas
possue melhores propriedades de fundição.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Em dependência de condições de cristalização, a gusa pode ter o carbono em forma de


cementite Fe3C, grafite ou em forma de mistura.

Gusa branca- contém todo o carbono em forma de Fe3C (cementite) e funde-se para
para converter-se em aço.

Na gusa cinzeta – O C existe em forma de grafite.

Ela aplica-se na construção de máquinas e de mecanismos. Ex. Émbolos, cilindros etc.


Além de carbono ela contém Si e Mn.

Gusa de alta resistência. Tem além de ferro e carbono magnésio. Desta gusa são
fabricadas as peças dos cilindros de laminagem, bombas, válvulas etc.

8.1.8 Aplicação
O Ferro é usado:
- na construção de pontes, edifícios e outros,
- em forma de FeCl3 é utilizado como coagulador, na purificação da água, sendo este o
catalizador durante a síntese de compostos orgânicos;
- em forma de FeSO4.H2O, no fabrico de tintas de madeira;
- ele é muito importante na vida animal já que faz parte, além dos tecidos, na
Hemoglobina e é ele que fixa os átomos de oxigénio e de CO2 e os transporta no
organismo;
- o sulfato de ferro (III) na luta contra os insectos nocivos no fabrico de tintas e pinturas
minerais, no tingimento de tecidos; etc.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.2 O COBALTO
8.2.1 Historial
O seu uso vem desde os primórdios das civilizações orientais. Os vernizes e vidros azuis
no Egipto (1375) a. C. Da Babilónia e da Assíria de 1450 a. C., continha o Cobalto, e os
romanos já usavam.
O nome deriva de Kobald, termo alemão, que significa o ″o espírito mau″, nome este que
era aplicado aos minérios que não davam metais pelos tratamentos comuns. Só mais tarde
o nome se restringiu aos minérios usados na preparação de esmaltes.
O descobridor de cobalto, Brendt, o identificou em 1735 e isolou como metal em 1742.

8.2.2 Ocorrência
Constitui o,oo4% da crosta terrestere. É observado juntamente com o Níquel em uma
série de minérios dos quais os mais importantes são:
- Linalita ( Co. Ni. Fe)3S4
- Cobalto Schpeiss ou Esmaltina CoAs2
- Eritrita ou Flores de Cobalto Co2(As2O4)2.8H2O
- Cobaltina CoAsS
Também as vezes vem associado aos compostos de cobre, Chumbo e prata.
O Cobalto, assim como o Cobre, o Mn e o Zn fazem parte dos microelementos existentes
nas plantas e são necessários à vida animal. Os solos, para alimentação das plantas e
consequente transferência para os animais devem ter cerca de 0,13 a 0,30 ppm de
Cobalto. O Cobalto entra na composição da cerâmica metálica.
Os maiores produtores são: Marrocos, Canadá, Rodésia e EUA.

8.2.3 OBTENÇÃO
É geralmente obtido por aluminotermia, ou por electólise do sulfato de cobalto e amónio.

2Al + Co2O3 2Co + Al2O3 + Q

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Aluminotermia
A matéria prima são principalmente os régulos speisses resultantes da fusão de minérios
de níquel, cobre e chumbo arsenicais, nos quais o níquel e o cobalto se encontram
presentes como arsenatos.

8.2.4 Propriedades Físicas de Fe,Ni e Co.


São metais brancos, com brilho metálico com valor alto de densidade e altos pontos de
fusão e ebulição. Tf- 1400-1500ºC e te- 2500 a 3500ºC, tem propriedades magnéticas e
pode absorver H2

8.2.5 Propriedades quimicas


Os ácidos cloridrico e sulfúrico diluido atacam o Cobalto muito vagarosamente, e ele
dissolve-se rapidamente no ácido nítrico diluido e não o faz no concentrado.
Apresenta duas variedades alotrápicas, a Ђ (beta), que é forma compacta Hexagonal e
predomina abaixo de 400º C, convertendo-se a α , forma compacta cúbica que predomina
acima de 400º C. estas transformação dá-se vagarosamente e não ocorre a uma
temperatura bem definida. O Cobalto é ferromagnéticoe perde o ferromagnetismo acima
de 1000º C, forma cristais mistos em todas as proporções com o Fe, Ni, Cr e Mn.

O cobalto em forma compacta não é atacado por ar ou água a temperatura ordinária.


Quando finamente dividido é pirofórico, oxida-se ao ar, não reage com Nitrogénio.

Reage facilmente com os Halogénios


Co + X2 CoX2
- Combina-se com S, P, As e B quando aquecido;
- acima de 1300º C o carbono dissolve-se no Cobalto.

Os potenciais padrões de Cobalto são:


Co Co2+ + 2e- €═ 0,277 Volts
2OH- + Co Co(OH)2 + 2e- € ═ 0,73 Volts

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.2.6 COMPOSTOS DE COBALTO


Existem compostos de cobalto II e III.

8.2.6.1 Compostos de Cobalto II


Formam a maioria dos compostos de Cobalto. Os compostos simples incluem os
Haletos,óxidos, hidróxidos e numerosos sais com oxoácidos.
Os seus sais são estáveis e exibem fraca capacidade para formação de complexos.

Haletos:
São conhgecidos os quatro haletos: CoX2

Obtenção e algumas propriedades


Pela acção do HF gasoso sobre o CoCl2
HF + CoCl2 CoF2 +2HCl

O haleto obtido é moderadamente solúvel em água. Ao rubro reage com a água dando,
CoF2 + H2O CoO + 2HF

A partir do HCl e do hidróxido de cobalto III e liberta o cloro:


2Co(OH)3 + 6HCl 2CoCl2 + 6H2O + Cl2

O haleto opbtido é muito solúvel em água:


CoCl2 + H2O CoO + 2HCl

O CoBr2 é muito solúvel em água, álcoois e cetonas, e o CoI2 é obtido pela combinação
de elementos, e também é solúvel em água, álcoois e cetonas.

Óxido de Cobalto II, CoO:


É obtido pelo aquecimento de hidróxido ou carbonato em ausência de ar como um pó
verde-oliva. Este óxido começa a perder oxigénio a 2800º C. Também, obtem se através
de:
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

CoCl2 + H2O CoO + 2HCl

O hidróxido de cobalto, Co(OH)2


É obtido mais ou menos hidratad, pela adição de um alcalí à solução de um sal de
Cobalto II. É lentamente oxidado ao ar a Co2O3. H2O. Dissolve-se em soluções
concentradas de hidróxidos alcalinos sob ebulição, dando soluções com coloração azul-
violeta.
Na presença de oxidantes fortes, como por exemplo, NaOCl, ocorre a oxidação:
2Co(OH)2 NaOCl + H2O 2Co(OH)3 + NaCl

Sulfetos de Cobalto
O sistema Co – S apresenta as seguintes fases bem definidas: Co9S8, CoS, Co3S8 CoS2.
Sais oxoácidos, destacam-se o nitrato, sulfato e carbonato.

COMPLEXOS DE COBALTO II
Manifesta menor capacidade de formação de complexos, em comparação com o Co III. É
mais comum encontrar o número de coordenação 4, e as vezes 6 e outros valores.

Halocomplexos: formam-se os quatro halogénios e são do tipo MICoX3 até MICoX6 mas,
os mais comuns pertencem ao tipo MI2CoX4 e os mais numerosos são os clorocobaltatos
II.

Aminas: não apresentam grande estabilidade, geralmente são decompostos pela água. As
hexaminas devem ser compostos ionizados do tipo [Co(NH3)6]X2 . As tetraminas não têm
estruturas certas, e as diaminas são compostos ionizados que exibem a isomeria cis-trans.

Nitrocomplexos: a maioria são do tipo MI2[Co(NO2)4]. Ex. K2[Co(NO2)4].H2O.


Cianocomplexos: MI4[Co(CN)6].
Tiocianocobaltatos: MI2[Co(SCN)4]

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.2.6.2 Compostos de Cobalto III


Os compostos simples de Cobalto III incluem uma forma hidratada do óxido Co2O3,
hidróxido e uns poucos sais como fluoretos, sulfato e acetato. Em contrapartida, eles
exibem complexos estáveis e numerosos.

Haletos de cobalto III


O mais conhecido é apenas o fluoreto. O cloreto pode ser estável no estado gasoso a altas
temperaturas.
O CoF3, existe anidro e em estado hidratado (Co2F6.7H2O). É muito reactivo chegando a
reagir com Br2, I2 , S, P, As, C, Si, fluorando-os e reduzindo-se a CoF2.

O CoCl3 não foin isolado.

Óxidos de Cobalto III


É duvidosa a exitência de óxido de cobalto III embora se conheç a sua forma hidratada
Co2O3. H2O.

O hiróxido
É obtido na presença de oxidantes fortes:
2Co(OH)2 NaOCl + H2O 2Co(OH)3 + NaCl

A partir do ácido clorídrico, o Hidróxido liberta cloro:


2Co(OH)3 + 6HCl 2CoCl2 + 6H2O + Cl2↑

Sais de oxoácidos
Apenas foi isolado o sulfato, Co2(SO4).18H2O, que em contacto com a água é
decomposto com a evolução de oxigénio.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

COMPLEXOS DE COBALTO III


Manifesta uma grande capacidade de formação de complexos, e em seus complexos
aparece como o átomo central de catiões, moléculas neutras ou aniões. O seu número de
coordenação é 6 e não varia.
Incluem os hexacianocobaltatos, hexanitrocobaltatos, tricarbonatocobaltaminas e
cobaltaminas.

Os hexacianocobaltatos, MI3[Co(CN)6] são mais estáveis do que os compostos análogos


de Fe, Cr ou Mn trivalente.

Os hexanitrocobaltatos, MI3[Co(NO2)6] são formados por Co III embora não exista o


nitrito de cobalto III.

O tricarbonatocobaltato de sódio trihidratado, Na3[Co(Co3)3].3H2O , é obtido de


Co(NO3)2.6H2O, H2O2 a 30% e NaHCO3 em água.

Cobaltaminas: é muito grande a afinidade do Cobalto III pelo nitrogénio, até maior do
que com o oxigénio. A prova está na facilidade com que se forma aminocomplexos de Co
III ou cobaltaminas, e podem ser:
- Mononucleares, quando contém um átomo de cobalto III; e
- Polinucleares quando contém vários átomos de cobaltos de Co III ligados por pontes.

8.2.7 Aplicação
- Sais de Co são usados para dar a cor azul a cerámica, porcelana, azulejos e vidros;
- Emprega-se principalmente em ligas que se utilizam nos materiais refratários e
termoresistentes, no fabrico de ímanes permanentes e ferramenas de corte;
- Os seus compostos dão uma coloração escura azul ao vidro devido à formação de
silicatos de cobalto. Tal vidro pulverizado é conhecido como esmaltee usa-se como tinta
azul;

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

- As ligas duras estelites, que contém 40- 60% de Co, 20- 35% de Cr, 5 – 20% de W, 1-
2% C, emprega-se no fabrico de ferramenta de corte;
- É usado em aços especiais em turbinas de jatos e de gases geradores;
- É presentemente usado, em quantidades considaráveis na produção de aços de alta
velocidade e ligas de cobre;
60
- O isótopo radioativo Co tem o uso na medicina como uma fonte de radiação gama
(canhão cobáltico).

8.3 O NÍQUEL
8.3.1 Historial
Foi percebido em 1751, pelo químico sueco Alex Fredrik Cronstedt (1722 – 1751),
quando analisava o Kupfernickel. Só em 1784 o químico sueco Tobern Olof Bergman
(1735-1784), conseguiu demostrar as suas propriedades.
Foi usado como moeda pelo rei Eutidemo, de Batriana, na Ásia, em 235 a. C. numa liga
contendo 20,04% de níquel e 77,58% de cobre.

8.3.2 Ocorrência
Á semelhança do cobalto, o níquel encontra-se na natureza, de preferência sob forma dos
compostos com As,S, Pt, Cu, sempre junto com Co, Fe e S.
Os minérios mais importantes são: NiAs, NiAsS, millerita, pentlandita, garnierita
(silicatos), pirrotita.
Co forma também o seguinte minerais. CoAs – cobaltina.

8.3.3 Obtenção
O Níquel puro é obtido a partir do Níquel crúque finamente refinado por via electrolítica
ou pelo processo de tetracarbonilníquel que baseia-se na transformação do níquel pela
acção do monóxido de carno em tetracatrbonilníquel e posterior decomposição térmica
deste. Este processo permite obter níquel de alta pureza ( 99,9% - 99,99% Ni).

Ni + 4CO Ni(CO)4
Ni(CO)4 Ni(puro) + 4CO
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O processo electrolitico do níquel é utilizado com vantagem quando o material usado


contém platina que então pode ser facilmente recuperado dos barros anódicos.

É obtido também a partir da garnierita onde o minério é fundido com materiais contendo
enxofre de modo que o níquel converte-se em Ni3S2 e a maior parte das impurezas são
escorificadas pela formação de silicatos:
2Ni3S2 + 7O2 6NiO + 4SO2
NiO + C Ni + CO

Pode também ser obtido a partir da pirretita niquelífera, que é tratada semelhantemente ao
garnierita mas, sem a adição de enxofre. Pelo contrário o teor de enxofre do minério é
eliminado, em parte por ustulação. Em consequencia do teor elevado do cobre resulta a
“a mata de cobre e níquel”. A mata pode swer fundida com sulfureto de sódio (NaHSO4 +
C), o sulfeto de cobre forma, então, sulfetos duplos que se reúnem na parte superior do
forno, enquanto o sulfeto de níquel desce para o fundo. O processo permite obter um
produto contendo 70% de níquel com 2 - 3% apenas de cobre.

8.3.4 Propriedades fisicas


É um metal branco prateado de matriz amarelado, brilhante, pouco magnético , duro, tem
baixos pontos de fusão e ebulição em relação ao Ferro e Cobalto.
Muito dúctil e maleável que pode seer soldado; é bem polível e se atrai pelo íman;
É ferromagnético, mas não tanto como Ferro,;
Sua rede é ordinariamente cúbica de face centradamas, em determinadas condições
possui estrurura hexagonal não ferromagnético;
É bom condutor térmico e eléctrico que a 180º C a condutibilidade eléctrica é de 13,8% e
térmica é de 15% em relação a da prata.

8.3.5 Propriedades químicas


Quando finamente dividido absorve quantidades relativamente grandes de hidrogénio,
especialmente a altas temperaturas;
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

- Em estado de fusão dissolve grande quantidade de carbono:


2Ni + C Ni2C

- Possui alta resistência à corrosão, o que faz com que não seja oxidável a temperatura
ambiente mas, que se oxida quando aquecido no ar:
2Ni + O2 2NiO

Ao rubro decompõe-se ao vapor de água:


Ni + H2O NiO + H2

É pouco atacado pelos ácidos sulfúrico e clorídrico diluidos mas, dissolve-se activamente
no ácido nítrico diluido:
4Ni + 10HNO3(d) Ni(NO3)2 + N2O + 5H2O

Dissolve-se em ácidos diluidos mas, mais lentamente do que o ferro, porém, tal como o
Ferro torna-se passivo pela acção do ácido nítrico concentrado.
Possui um estabilidade química condicionada por sua tendência à passivação.

Inflama-se em Cloro e em Bromo:


Ni + X2 NiX2

Combina-se com P, As, Sb e N.

8.3.6 COMPOSTOS DE NÍQUEL


O Níquel interage com outros elementos na formação de compostos frequentemente com
nóx +2 via regra, +3 bastante incomum e +4 é raro.
Em solução aquosa, a química do níquel é praticamente a do ião Ni+2 e respectivos
compostos.

Óxidos do níquel
O níquel forma os seguintes óxidos: NiO Ni2O3
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O NiO é encontrado como bunsenita em forma de cristais verdes, opaco, pode ser obtido,
como um pó branco, por aquecimento de hidróxido, carbonato ou nitrato a 600º C em
ausência de ar.

Ni(OH)2 NiO + H2O


NiCO3 NiO + CO2
2Ni(NO3)2 2NiO + 4NO2 + O2

Reage com ácido cloridrico


NiO + 2HCl NiCl2 + H2O

Haletos de níquel
São conhecidos os quatro haletos de níquel (II) com a fórmula: NiX2
O fluoreto é obtido anidro por aquecimento de (NH4)2[NF4] .

Hidróxidos de níquel
O hidróxido de níquel (II), Ni(OH)2 precipita sob a forma do precipitado verde claro
conforme a acção dos alcalis sobre as soluções. Ao ser aquecido perde água e passa ao
óxido cinzento verde de níquel(II), NiO, não se oxida pelo oxigénio do ar diferentemente
do Fe(OH)2 e o de Cobalto Co(OH)2 .
Ni(OH)2 NiO + H2O

2NiOOH + 2H2O + Cd 2Ni(OH)2 + Cd(OH)2

2NiOOH + 2H2O + 2e- 2Ni(OH)2 + 2OH-

NiCl2 2NaOH Ni(OH)2 + 2NaCl

O Ni(OH)2 é quase insolúvel em água.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

O Ni(OH)3 tem uma cor negra parda e forma-se sob acção dos alcalis sobre asos sais de
níquel na presença dos oxidantes fortes.
Possui propriedades oxidantes mais fortes relacionando com o hidróxido de cobre (III)
embora possuem propriedades semrlhamtes.

Sais de níquel
Na sua maioria têm cor verde. São obtidos a partir de sulfato de níquel NiSO4.7H2O.

Hidroxiniquelatos
O tetrahidroxiniquelato (II) de sódio Na2Ni(OH)4 , foi obtido, em modificações de alta e
baixa temperatura, a partir de Ni(OH)2 e NaOH a 66 – 70% acima de 110º C. Os
hexahidroxoniquelatos (II) Ba2Ni(OH)6 e Sr2Ni(OH)6 foram preparados em forma
cristalina, mediante adição de Ni(ClO4)2 e Ba(ClO4)2 ou Sr(ClO4)2, respectivamente
a uma solução de NaOH a 43,5%, fervente.

Sulfetos de níquel
São conhecidos sulfetos - NiSe dissulfetos – NiS2

Outros compostos
Ni(NO3)2 , NiCO3 e NiSO4

COMPLEXOS DE NÍQUEL
O níquel forma complexos com nóxs 0, +1 , +2 , +3 e +4.

Complexos de níquel 0
O níquel aparece como zerovalente em poucos complexos, um dos compostos mais
conhecidos é o tetracianoniquelato (0) de potássio, K4[Ni(CN)4] obtido pela redução de ,
K2[Ni(CN)4] com potássion em amónia liquida.
Outros são: Na2Ni(SO4)2.4H2O, MI2[Ni(CO3)2] e K[Ni(CO)3(CN)].

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Complexos de níquel I
O tetracianoniquelato (I) de potássio, K3[Ni(CN)4] um composto vermelho,
paramagnético é prontamente oxidado pelo ar húmido a tricianoniquelato (I)
K2[Ni(CN)3].

Complexos de níquel II
Fluoroniquelatos (II) são quase todos do tipo MI2NiF4 .
Ex.: (NH4)2NiF4 .2H2O
Cloroniquelatos (II) , muitos são do tipo MINiCl3 .
MI2Ni(SO4).H2O , CsNiBr3, [Ni(NH3)6](NO3)2 ;
MI2[Ni(CN)4] ---» Na[Ni(CN)4].3H2O, K2[Ni(CN)4]
O níquel (II) forma um grande número de aminas em geral as hexaminas. [MII(NH3)6]X2
, [Ni(NH3)6]X2 e [Ni(NH3)6](NO3)2

Complexos do níquel III


O NYHOLM obteve o complexo [Ni((As(CH3)2)2C6H4)2Cl2]Cl. Outros são:
Ba[Ni(CN)4].4H2O, Ni2O3.XH2O, Sr[Ni(CN)4] .

Complexos de níquel IV
Os hexafluoretos (IV) MI2NiF6: K2NiF6 foi obtido mediante aquecimento de uma mistura
de KCl- NiCl2 em proporções estequiométricas adequadas em atmosfera de fluor a 100º
C- 400º C. é decomposto pela água com formação de um gás não identificado.
Os compostos Rb2NiF6 e Cs2NiF6 são vermelhos e cúbicos.
Segundo NYHOLM o [Ni((As(CH3)2)2C6H4)2Cl2]Cl2 diamagnético um composto de
níquel (III), é oxidado por cloro, Cério(IV) ou ácido nítrico concentrado com formação
do composto de níquel (IV). Quando se usa ácido nítrico (HNO3) e com adição de
HCLO4 , resulta o composto : [Ni((As(CH3)2)2C6H4)2Cl2](ClO4)2 , diamagnético .
admite-se ser o complexo octaédrico, com ligações d2SP3 .
Os complexos de níquel mais estáveis são os tetracianoniquelatos (II), MI2[Ni(CN)4] –
são obtidos mediante dissolução de Ni(CN)2 em solução de cianeto alcalino ou por adição
de excesso de cianeto alcalino a uma solução de um sal de níquel.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Ba[Ni(CN)4].4H2O, Na2[Ni(CN)4].3H2O e Sr[Ni(CN)4].5H2O

Os sais de Na, Ba e Sr são isomorfos com os correspondentes tetracianopaladatos (II) e


tetracianoplatinatos (II).

8.3.7 Aplicação
É usado na confecção de utensílios domésticos e equipamentos do laboratório;
É adicionado ao aço com vista a aumentar a sua ductibilidade;
É usado como catalizador de hidrogenação nos óleos vegetais;
O óxido niqueloso, NiO, tem maior aplicação prática, é usado em cerâmica e vidraria,
sendo responsável pela cor verde. É ainda usado no fabrico de acumuladores alcalinos de
cádmio e níquel .
O sultato (NiSO4) e nitrato (NiNO3)de níquel, são são importantes em laboratório.

8.4 URÂNEO
8.4.1 Historial
O urâneo foi reconhecido como elemento químico em 1789,por Klaproth,quando
analisava um mineral petehblenda uranita,que consta essencialmente de U2C3, Fe,Bi,Pb
e raramente de Th e Zn.
Somente em 1841 o químico francês Eugénio Melchior Péligot (1811-1890) conseguiu
separá-lo obtendo o cloro anidro ( UCl3 ) e,depois,reduzindo o mesmo por K,segundo a
equação:

UCl3 + 3K U + 3KCl

Inicialmente pensava-se que urâneo seria um elemento raro de encontrar na


natureza.Entretanto,sabe-se que as suas reservas atingem actualmente quantidades
superior as de prata.
A palavra urâneo (em português)origina-se da palavra francesa(uranium),termo criado em
1841 por Péligot em homenagem a descoberta do planeta urano,em 1781 por William

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Herschel. Mais tarde Péligot provou que Klaproth, apenas tinha conseguido isolar o
óxido e não o metal, em 1842 conseguiu isolar o urânio metálico.
O U foi o primeiro elemento onde se descobriu a propriedade de radioactividade, por
Bequerel.

8.4.2 Ocorrência na Natureza


Ocorre na crosta terrestre onde a concentração é de 4 ppm, e em minérios.
Os minérios mais ricos em urâneo são:

.carnotita ou uranilo vanadato de potássio - K2(UO2)2.(UO4)2.nH2O e torianita.


Este metal tambem ocorre em outros minérios como : na petchihblenda,autonita,
uranofania,davidita,uranimita e ainda nas areias monaziquicas.

➢ Na Europa as sua maiores reservas encontren-se em Portugal.


➢ Ásia- encontram-se no Câucaso.
2

➢ África-encontram-se na República do Zaire na região do Katanga.


➢ América-em Canadá no grande lago de Urso;e
-no Brasil- em Bahia,nas minas gerais,Paraiba e Espírito Santo.
Infelismente todas estas reservas possuem quantidades limitadas.

Isótopos de urâneo
São conhecidos os seguintes isótopos deste elemento:

U238 – 99,3% , U235 - 0,7% e U233 - 0,005%. Os períodos de semidesintegração


são : 4,5.109 anos , 7.108 anos e 2,5.105 anos, respectivamente.

Devido a sua principal propriedade, a desintegração libertando calor, em 1938 Otto


Hahn- físico e o químico alemão Fritz Strassmann chegaram a conclusão de existência
de fissão nuclear,com a libertação de enormes quantidades de energia.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

235 1 92 141 1
U + 0n Kr + Ba + 03n +175 Mev

Esta sua propriedade permitiu, em 1942, que durante a 2ª guerra mundial fosse usado no
projecto Manhattan para a produção das primeiras bombas atómicas que foram jogadas
sobre as cidades de Hiroxima e Nagasaki,em 1945,marcando assim o fim da 2ªguerra
mundial.

8.4.3 Obtenção de Urâneo


➢ Na indústria
-O urâneo pode ser obtido pela redução dos seus halogenetos com metais alcalinos.

ex .UF3 + 3Na U + 3NaF


UCl3 + 3K U + 3KCl
2Ubr3 + 3Ca U +3CaBr2

-pode ser obtido pela redução directa do seu óxido com Ca, Al ou C.

-Ex. U2O3 + 2Al 2U + Al2O3


2U2O3 + 3C 4U + 3CO2
U2O3 + 3Ca 2U + 3CaO

-Tambem pode ser obtido por bombardeio de tório com neutrões produzindo
Th233,depois protoacínio e por emissão de B

Ex.90Th232 + 0n
1
90Th
237 B
91Pa
233 B
92U
233

➢ No laboratório
O urâneo pode ser produzido por electrólise de seus haletos: KUF3 ou do UF4 .

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.3.4 Propriedades Físicas

➢ É um metal branco prateado maleável e dútil;


➢ Possui valências II,IV,VeVI;
➢ É paramagnético;
➢ Os seus pontos de fusão e ebulição são 1132ºC e é3813.
238
O isótopo U decai expontaneamente com a emissão de partículas alfa ou beta,através
206
de uma série de inermediários até ao isótopo de chumbo estável, Pb.Este decaimento
238 206
radiativo envolve a formação de 16 isótopos alem Do U e do Pb,incluindo os
234
isótopos de U ,234Th e 230
Th

8.3.5 Propriedades Químicas de Urâneo


A temperaturas muito elevadas é um metal muito resctivo. Reage com quase todos os
elementos ametálicos e seus compostos binários.
➢ Inflama-se no ar,produzindo o seu trióxido.
4U + 3O 2 2U2O3

Tambem combina com oxigénio formando óxido misto de U.


3U + 4O2 U3O8
combina com o H2 seus isótopos formando hidretos.
2U + 3H2 2UH3
2U + 3D2 2UD3
2U + 3T2 2UT3

➢ Combina com os halogéneos formando halogenetos.


180ºc
2U + 3Cl2 2UCl3
210ºc
2U + 3Br 2Ubr3
260ºC
2U + 3I2 2UI3

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

➢ Reacção com enxófre

U combina com S a temperaturasuperior de 260ºc formando sulfureto e


expontaneamente a 500º

t»260ºC
4U + 6S 2U2S3
➢ Reacção com N2
2U + N2 2 NU
U + N2 UN2
4 U + N2 2U2N3

➢ Reacção com os ácidos


O U dissolve-se em ácidos diluidos,libertando H2.
U + 4HNO3 (dil.) U(NO3)4 + NO + H2O
U + 2H2SO4 (dil.) U(SO4) 2 + 2H2

Interação com o carbono.


UF2 + 6C UC6 + F2
235 236
O U captura um neutrão para formar U, que se fragmenta em dois núcleos mais
pequenos:
235 92 141 1
U92 Kr36 + Ba 56 + 03n Energia = 6,8.10Kj/g de U

Pode ser convertido em plutónio quando bombardeado por neutrões:


238U
92 + 1n0 → 239U
92 ( 24 min) →
239Np
93 (2,3 dias)→
239Pu
94

8.3.6 Compostos de Urânio


8.3.6.1 Urânio (VI) – apresenta o estado de valência mais estável, inclui:
Haletos –hexafluoretos e o hexacloreto.
UF6 - prepara-se pela acção de excesso de fluor sobre urânio ou UF4, ou pela acção de
fluor sobre carbeto de urânio (UC2) ou UCl5.
U + 3F2 → UF6 ; UF4 + F2 → UF6 ; UC2 + 3F2 → UF6 + 2C
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

UF6 reage violentamente com a água,formando fluoreto de uranilo UO2F2.


UF6 + H2O UO2F2 + 4HF.

O UCl6 pode ser obtido por desproporcionamento de UCl5,no vácuo.


2UCl5 120-160ºc UCl4 + UCl6
O UCl6 é instável em presença de humidade, reage violentamente com água dando
UO2Cl2
UCl6 + 2H2O UO2Cl2 + 4HCl

Trióxido de urânio (UO3) – existe amorfo e em várias formas cristalinas.

Uranatos (VI) - compostos derivados de UO3 com óxidos básicos, como mono e
diuranatos, MI2UO4 e MI2U2O7. todos são insolúveis em água.
Os monouranatos podem ser preparados por fusão de U3O8 ou UO3 com um cloreto
metálico em prersença de ar. Rudorff e Leutner obtiveram compostos de tipo MI2UO4,
por aquecimento de UO2 e MI2CO3 a 800º C em oxigénio. São amarelados que dão
MI2U2O7 com água e dissolvem-se em ácidos.

Sais de uranilo (VI) – UO2X2 ( X é um radical monovalente). As soluções destes sais


são ácidos por hidrólise.
Haletos de uranilo (VI) – são sais definidos : fluoreto de urâneo UO2F2 , nitrato de
urâneo UO2(NO3)2 e sulfato de urâneo UO2SO4.
Peroxocompostos de urânio (VI)- UO4

8.3.6.2 Compostos de urânio (V)


Pentahaletos : UF5 , decompõe-se pela água :
2UF5 + 2H2O UO2F2 + UF4 + 4HF
UCl5 – decomposto pela água :
2UCl5 + 2H2O UO2Cl2 + UCl4 + 4HCl
UBr5 – decompõe-se de 95º C a 200º C em UBr4 .
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Óxidos de urânio (V )
Pentóxido de urânio UO5
Octóxido de triurânio U3O8
Uranatos (V) LiUO3 e NaUO3
Fluorouranatos (V) MIUF6 ( M = NH4,Li...), M2UF7 (excepto Li e Na) e M3UF8
(excepto Li).

8.3.6.3 Compostos de urânio (IV)


Tetrahaletos – UX4
Dióxido - UO2 , obtém-se aquecendo UO3 ou U3O8 em H2 .
Sais oxiácidos – U(SO4)2 e U(C2O4)2 – oxalato de urânio (IV).

8.3.6.4 Compostos de urânio (III)


Trihaletos de urânio – UX3

Complexos
Complexos de urânio (VI) – fluorouranatos e compostos de uranilo (VI).
Fluorouranatos (VI) – dos tipos MIUF7 e MI2UF6 ( M= Na, K)
Fluorocomplexos de uranilo (VI) - MI[UO2F3] , MI3[UO2F5] e MI4[UO2F6]
Clorocomplexos = bromocomplexos - MI2[UO2Cl4]
Nitratos complexos - MI[UO2(NO3)3]. 6H2O
Cianocomplexos K2[UO2(CN)4]
Sulfatos duplos - MI2[UO2(SO4)2(H2O)4] e K4[UO2(SO4)3] . 2H2O
Carbonatos complexos - MI2[UO2(CO3)3] (MI = NH+4, Na , K)
Complexos de Urânio IV
Haletos complexos : K3UF7(dimorfo) , K2UF6 (trimorfo), KUF5, KU2F9 , KU3F13 e
KU6F25

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.3.7 Aplicação de Urâneo


➢ É usado para produção de energia nuclar, há uma reacção de fissão auto-
sustentada, que ocorre em reactor imerso num tanque com uma substância
moderadora e refrigerante-água.;
➢ É usado como combustível nos reatores nucleares;
➢ É usado na produção de bombas atómicas,embora o uso destas seja bastante
perigoso para a umanidade.

8.3.8 Precauções
A sua inalação ou absorção pela pele, produz efeitos colaterais tais como:
- náuseas, dor de cabeça, vómitos diarreias e queimaduras.
Seu efeito no organismo é cumulativo ( por não ser reconhecido pelo ser vivo, não é
eliminado, sendo paulatinamente depositado, sobretudo nos ossos) e a radiação assim
exposta pode provocar o desenvolvimento de câncer.
O uso de urânio empobrecido é apontado como possível causa do sindroma da Guerra do
Golfo, causando uma série de doenças registadas em soldados americanos e britânicos
que lutaram contra a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1991.

8.4 A PLATINA
8.4.1 Historial
A platina foi descoberta em 1735 na América do Sul pelo navegador espanhol António de
Ullas (1716- 1795), e levada para aEuropa em 1741. era conhecida como Platina de pinto,
devido ao nome do rio onde foi descoberta. Os Índios pré- Colombianos usavam-na como
substituto de prata. Era usada nos séculos anteriores juntamente com o ouro devido á sua
semelhança de densidade, dizendo-se então do ouro que era falsificado.
Em 1824 foi encontrada nos montes urais, tornando-se essa zona a sua maior fonte
comercial.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.4.2 Ocorrência
Embora pouco abundante na litosfera, a Platina é encontrada em depósitos concentrados,
sob forma de gránulos, o que facilita a sua separação. Geralmente ocorre associado ao
Ruténio, Ródio, Paládio, Ósmio e Irídio. Muitas vezes é encontrado na argila dos rios,
por fragmentação sofrida pelas rochas por acção das águas. O metal se desprernde dessas
rochas e se deposita no leito dos rios.
Seu teor na crosta terrestre é valorizado em apenas 5.10-8 % (W/W). É encontrada na
Rússia, Canadá, Etiópia, Califórnia e nas minas de Brazil.

8.4.3 Obtenção
A obtenção da platina é realizada pelo processo de amalgamação e por via húmida.

8.4.4 Propriedades físicas


É um metal branco-acizentado, semelhante à prata, brilhante, não muito duro, bastante
dúctil, maleável. Tem a densidade de 21,45g/cm3 a 20º C ;
Seu volume atómico é de 9,11cm3;
Seus pontos de fusão e ebulição são 1774 e 3800º C, respectivamente. É bom condutor de
calor e electricidade.

8.4.5 Propriedades químicas


Na maioria dos seus compostos manifesta os Nóxs +2 e +4.
Possui notável capacidade de absorção com relação ao Hidrogénio.
O negro de Platina (obtido aquecendo uma solução de PtCl2 em KOH) absorve cerca de
160 volumes. A platina satura mais rapidamente com Hidroénio quando o gás é
electricamente gerado sobre sua superfície. É apreciavelmente permeável ao Hidrogénio
ao rubro.
Não se oxida ao ar, mesmo a temperaturas elevadas, comportando-se como metal nobre;
A Platina combina-se com Fluor e Cloro ao rubro e a 250º C, respectivamente formando
compostos do tipo, PtX4. Combina-se também com S.
Pt + 2X2 PtX4

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Pt + S PtS
É insolúvel nos ácidos nítrico e clorídrico concentrados e não é atacada por ácidos fortes;
Dissolve-se na mistura de acido clorídrico e nítrico a quente, dando o ácido
hexacloroplatino:
3Pt + 18HCl + 4HNO3 3H2PtCl6 + 8H2O + 4NO

É atacada a quente por peróxidos alcalinos e também por hidróxidos.

8.4.6 COMPOSTOS DE PLATINA


8.4.6.1 Compostos de Platina (I)
O monocloreto de Platina é o único composto de Platina monovalenteque chegou a ser
isolado mas, assim mesmo não em estado puro. Pode ser obtido por decomposição
térmica do tetracloreto.

8.4.6.2 Compostos de platina (II)


Estes incluem os dihaletos, óxidos, o hidróxido e o sulfeto.
Dihaletos: são conhecidos os demais dihaletos menos o difluoreto, que não foi possível
isolá-lo.
O dicloreto (PtCl2), pode ser obtido por aquecimentode Platina em Cloro a 500º C, ou
decomposição térmica de PtCl4:
Pt + Cl2 PtCl2

É estável sob Cloro à pressão de 1 atm e à temperatura de 435 a 581º C. é insolúvel em


água mas, dissolve-se em ácido Clorídrico dando H2[PtCl4], com certa decomposição a
platina e H2[PtCl6].
O dibrometo (PtBr2) foi obtido mediante aquecimento de H2[PtCl4] ou H2[PtCl6]. É um
sólido marrom, insolúvel em água..
O diiodeto (PtI2) é obtido por tratamento de PtCl2 com KI. É um pó preto, insolúvel em
água.
PtCl2 + 2KI PtI2 + 2KCl
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Óxido de Platina (II)


O PtO é obtido como um pó cinzas por aquecimento de Pt(OH)2, cuja água, entretanto
não pode ser completamente eliminado sem perda simultânea de algum oxuigénio.
É obtido pela acção de oxigénio a 8 atm sobre o metal a 420 – 450º C.

Hidróxido de Platina (II)


O Pt(OH)2, é obtido como um precipitado preto pela acção de hidróxido alcalino sobre
uma solução de K2PtCl4. A preparação deve ser conduzida em atmosfera inerte, pois o
Pt(OH)2 oxida-se facilmente. Decompõe-se principalmente, quando mais fortemente
aquecido dando PtO2 e platina.

Complexos de Platina (II)


O número de coordenação é quatro (4). Os complexos de platina (II) com número de
coordenação 4 compreendem toda a faixa de compostos desde aniónicos do tipo
MI2[PtX4] (X = Cl, Br, I, CN, NO2)até as tatraminas [Pt(NH3)4]X2, passando pelos
tipos intermédios, por exemplo, [Pt(NH3)4Cl2].
Dentre os halocomplexos do tipo (MI2PtX4), os mais conhecidos são os
tetracloroplatinatos (II), que podem ser obtidos dissolvendo PtCl2 em solução de cloreto
alcalino.

8.4.6.3 Compostos de platina (III)


Os compostos simples de platina (III) compreendem trihaletos e o óxido hidratado.
Trihaletos: são conhecidos três, menos o de Fuor.
O tricloreto (PtCl3) pode ser obtido aquecendo PtCl2 ou PtCl4 em Cloro a temperatura
dequada. É um pó verde- escuro quase preto. Dissolve-se lentamente em água fria e
rapidamente em água quente dando soluções marrons, que provavelmente contêm os
oxicloretos H2PtIICl2O e H2PtIVCl4O. É praticamente insolúvel em ácido clorídrico
concentrado a frio mas, dissolve-se a quente com a formação de H2[PtCl4] e H2[PtCl6].

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Óxido de platina (III)


É obtido em forma dihidratada, como um precipitado marron-escuro, mediante
tratamento de tricloreto de Platina com hidróxido alcalino. Por dissecação, o precipitado
toma a composição Pt2O3.XH2O. o óxido hidratado não pode ser desidratado sem perda
de oxigénio. Ele não é oxidado pelo ar. Dissolve-se lentamente em solução concentrada
de hidróxido de potássio.

Complexos de platina (III)


Os complexos de platina são aniónicos ( cloro, sulfato e cianocomplexos), catiónicos ou
neutros (aminocomplexos). Ex.: o pentacloroplatinato de Césio (Cs2PtCl5 ). Sulfato
complexo do tipo MI[(Pt(SO4)2].

8.4.6.4 Compostos de platina (IV)


O estado de valência +4 é o mais estável dos exibidos pela platina. Os principais
compostos simples são os tetrahaletos, o dióxido e os óxidos ternários. A platina IV
fotrma um grande número de complexos.

Tetrahaletos: existem todos os tetrahaletos com a fórmula PtX4.


Óxido de Platina (IV): são conhecidos o dióxido e, ainda, o óxido ternário.
O dióxido, PtO2 , é a espécie sob a qual a platina se volatiliza em oxigénio.
Os óxidos ternários formam-se por aquecimento de platina em carbonatos alcalinos-
terrosos ao ar a 1000-1500º C.

Complexos de Platina (IV)


A Platina IV forma um grande número de complexos, especialmente os halo- e amino
complexos. O número de coordenação é quase invariávelmente 6.
Os halocomplexos são do tipo M2I[PtX6].
Os aminocomplexos formam todos os tipos desde [Pt(Am)6]X4 até MI[Pt(Am)R5]. Ex.:
Hexaminas [Pt(NH3)6]Cl4, [Pt(NH3)6](OH)4 .

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

8.4.6.5 Compostos de Platina (V)


São conhecidos os pentafluoretos e hexafluoroplatinatos (V). Singulares são o
hexafluoroplatinato (V) de dioxigenilo e o hexafluoroplatinato (V) de Xenônio.

8.4.6.6 Compostos de platina (VI)


Até há pouco tempo, a existência de Platina hexavalente era dada como provável em um
certo número de compostos, a saber: trióxido, trisseleneto, o fosféto e diarseneto. Salvo
no caso do trióxido, em que parece certa a presença de platina (VI), os demais compostos
mencionados podem envolver estados de valência inferiores aos sugeridos pelas
fórmulas.

8.4.7 Aplicação
Devido à sua infusibilidade e alta estabilidade química, a partir dela são fabricados os
utensílios quimicos: cadinhos, cápsulas, barquinhos, etc.
Na indústria quimica amprega-se para fabricar as peças de aparelhagem resistents à
corrosão. Actualmente, os catalisadores de Platina utilizam-se no fabrico de ácidos
sulfúrico e nítrico, na sua purificação do Hidrogénio das impurezas do Hidrogénio.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

9.0 COMPOSTOS COMPLEXOS

Compostos complexos é uma classe e variada de substâncias inorgânicas e têm um papel


importante nos processos fisiológicos e bioquímicos; têm também uma aplicação na
Química Analítica.

As combinações simples (CoCl3; CuSO4; NH3; HCl) que se formam usando as regras de
valência, chamam-se combinações atómicas ou simples combinações de primeira ordem.
As moléculas neutras de muitas combinações simples podem ligar-se entre sí formando
as combinações moleculares ou combinações superiores / combinações complexas.

Ex.: Fe(CN)2 + 4KCN K4[Fe(CN)6] prussiato amarelo


Fe(CN)3 + 3KCN K3[Fe(CN)6] Prussiato vermelho

Algumas combinações cuja sua formação não se acompanha com transferência de


electrões e formação de pares electrónicos comuns são combinações complexas (ligações
dativas) existência de orbitais d- vazias.

A teoria principal que optimamente explica as propriedades e estrurura das combinações


é a teoria de coordenações proposta por Alfred Werner em 1893 – Químico sueco,
laureado pelo prémio Nóbel um dos criadores dos compostos complexos.

9.1 Teses principais da teoria de coordenação


1- Na molécula de qualquer composto complexo, um ião normalmente carregado
positivamente, ocupa o lugar central e chama-se ião central ou ião formador do
complexo;
2- Ao redor dele em proximidade imediata é situado ou coordenado um certo número
de iões de carga contrária ou mpléculas neutras/electronéutras, denominadas ligandos
ou adendos que formam a esfera de cordenação interna de um composto.
O número de ligandos que rodeiam o ião central chama-se número de coordenação.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

3- Os iões restantes não localizados na esfera interna ficam numa distância mais
afastada do ião central constituindo a esfera de coordenação externa.
4- A esfera interna de complexo conserva num grau a sua estabulidade durante a
dissolução; os seus limites indicam-se por colchetes.

9.2 Composição de compostos complexos


K4[Fe(CN)6], onde: K é esfera externa, Fe é ião central, CN é adendo ou ligando, 6 é
número de coordenação, [ ] – colchetes ou parênteses que dividem esfera interna da
externa, e [Fe(CN)6]- esfera interna.

9.3 Dissociação de compostos complexos


Existe diferença na estabilidade entre a esfera interna e a externa. Esfera externa sofre
dissociação primária e irreversível.
Dissociação primária ( irreversível):
K4[Fe(CN)6] 4K+ + [Fe(CN)6]4-

Dissociação secundária (reversível):


[Fe(CN)6]4- Fe+2 + 6CN-

A carga do ião complexo é igual a carga da esfera externa com sinal contrário.
A carga do ião complexo é igual à soma algébrica das cargas dos iões simples da esfera
interna.
[Fe(CN)6]4- (+2) + 6.(-1) = +2 - 6 = - 4

Sabendo a carga do ião complexo e a carga do ligando é possível determinar a carga do


ião formador do complexo:
K4[Fex(CN)6] x+ (-1).6 = -4 X - 6 = -4 X = +2
Como formador do complexo podem servir:
1) Ião do metal positivo;
2) Iões de não metais carregados positiva ou negativamente;
3) Átomos neutros.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Como ligandos podem servir:


1) ião com sinal contrário ao do formador do complexo;
2) átomo neutro dos elementos;
3) as moléculas polares e não polares com capacidade de polarização.
No ião complexo podemos ter ligandos iguais ou diferntes:
Ex.: [Pt(NH3)6]Cl4; [Pt(NH3)03Cl-1]+1Cl; [Pt(NH3)02Cl4]+1Cl

Factores dse que dependem os números de coordenação


O valor do número de coordenação depende:
1) De condições de formação, isto é, relação entre as quantidades das substâncias e da
temperatura.
Se as quantidades das substâncias forem suficientes formam-se compostos saturados
coordenadamente, caso congtrário, formam-se compostos insaturados.
[Pt(NH3)6]Cl4 – saturados coordenadamente
[Pt(NH3)4]Cl4 – insaturados coordenadamente ( falta NH3).
2) Da natureza do formador de complexos
Com base o método de ligação de valência (L.V.) a formação de complexos realiza-se na
maioria dos casos usando pares electrónicos não partilhados dos ligandos e orbitais livres
de formadores de complexos.
Ex.: usando Boro (B) como formador de complexo:

B 1S2 2S2 2P1

B*
B + 3F- BF3
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Depois da formação de 3 ligações covalentes com Fluor, o B tem uma orbital livre P que
pode ser usada para formação de ligação química dativa.

O B não pode ter número de coordenação 6 poprque não tem orbitais livres (não tem d
orbitais).
Usando o Al como formador de complexo temos:
Al 3S23P1

Al + 3F- AlF3

AlF3 + 3KF K3[AlF6]

A presença de subnível d faz com que o número de coordenação de Al seja maior que o
de B.
3- Da carga do ião formador do complexo.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Quanto maior for a carga do formador do complexo maior será o número de coordenação.
Ex: [Pt+2(NH3)4]Cl2 ; [Pt+4(NH3)6]Cl4 .

Com base a cálculos foi estabelecido que:


Carga do formador do complexo Número de coordenação Número de coordenação menos
característico característico
+1 2 3
+2 4 3
+3 4,6 5
+4 6 8
+5 7; 8 ---

4- Depende do raio iónico do formador do complexo.


Maior raio do formador do complexo, maior número de coordenação:
Ex: rIAl+3 = 0,58A0 rI = 0,21AO ri Al > ri B+3

5-Depende do raio iónico de ligandos.


Menor raio atómico do ligando, maior número de coordenação:
Ex: riónicoF- =1,33AO terá maior número de coordenação que mmmmm Na3[AlF6]
rII- = 2,18Ao Na[AI4].

Método de Estabelecimento das Fórmulas de Coordenação dos Compostos


Complexos

1- Com ajuda das reacções de dupla troca


Existem seguintes compopstos complexos de Platina (Pt) com fórmulas gerais:
PtCl4.6NH3 ; PtCl4.4NH3 ; PtCl4.2NH3 e PtCl4.2KCl
O reagente para os iões de Cloro é AgNO3 em solução aquosa forma um precipitado
branco.
4Cl- + 4AgNO3 4AgCl + NO3-

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Se durante a reacção entre AgNO3 e combinação 1 toda a quantidade de Cloro precipitar-


se significa que todos os átomos de Cloro na esfera externa e a esfera interna é composta
apenas pelas de NH3 e a f´órmula de coordenação desse composto serrá: [Pt(NH3)6]Cl4 .

Se na reacção de AgNO3 com combinação 2 precipitar-se, a metade de Cloro que existe


na combinação,significa que na esfera externa só existem 2 iões de Cloro e o resto de
Cloro ocupa lugar na esfera interna e a fórmula geral será: [Pt(NH3)Cl2]Cl2
2Cl- + 2AgNO3 2AgCl + 2NO3-

Se reagir AgNO3 com combinação 3 acontece que o precipitado nesse caso não se
forma, o que significa que todo Cloro ocupa lugar na esfera interna e a fórmula de
coordenação será: [Pt(NH3)2]Cl4 .
Se reagir AgNO3 com combinação IV não se observa a formação de ppd, o que significa
que todo o Cloro ocupa na esfera interna e por meio de reacções de dupla troca pode se
conformar que na solução existem iões de K na esfera externa, K2[PtCl6].

2- Método de raio x (método radiocristalográfico) paras substâncias sólidas.


Este baseia-se na difracção e interferência de raio x na superfície do cristal e permite
determinar a posição mútua entre os átomos e molécula no cristal.
É difícil usar este método por não existirerm cristais bem feitos e não deformados
(cristais grandes).
Existe ainda o método da condutibilidade eléctrica e outros – ao diluir uma solução, o
valor da condutibilidade eléctrica molar M do C.C. determina-se pela carga e o número
de iões de iões formados.

9.4 Tipos principais de Compostos Complexos


Os tipos principais de combinações complexas são:
9.4.1 Amoniacatos
Nestas combinações a título de ligandos usa-se a molécula de amoníaco
Ex: [Cu(NH3)4]SO4 – sulfato de tetramino cobre (II)
[Co(NH3)6]Cl3 – Cloreto de hexamino cobalto III
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

[Pt(NH3)6]Cl4 – cloreto de hexamino platina IV


São conhecidos compostos da qímica orgânica com a construção:
NH2-CH3 metilamina
NH2 – CH2-CH2-NH2 - Etilenodiamina

9.4.2 Aquocomplexos
A título de ligando usa-se a molécula da água.
Ex: [Co(H2O)4]Cl2 – cloreto de tetraquocobalto (II)
[Al(H2O)6]Br3 – brometo de hexaquo aluminio
[Cr(H2O)6]2(SO4)3 – Sulfato de hexaaquo crómio (III)
No estado cristalino algiuns aquocomplexos podem também ter água de cristalização.
[Cu(H2O)4]SO4.H2O ; [Fe(H2O)4]SO4.H2O
Essa água não entra na composição da esfera interna da lingua fracamente a água de
coordenação.

9.4.3 Ácidos complexos


Desempenham papel de ligandos aniões.
Sais duplos: são produtos de combinações de 2 sais.
K2[PtCl4] tetracloro platinato II de potássio
PtCl2 .2KCl // K3[Fe(CN)6] – Hexacianoferrato (III) de potássio = Fe(CN)3.3KCN
Prussiato vermelho
Ácidos complexos: H2[PtCl6] = 2HCl.PtCl4 – Hexacloroplatinato (IV) de hidrogénio ou
ácido hexacloroplatínico.
H2[SiF6] = 2HF.SiF4 –Hexafluorosilicato IV de hidrogénio

9.4.4 Hidroxocomplexos
2NaOH.Sn(OH)2 // Na2[Sn(OH)4] – tetrahidroxo estanato (II) de sódio
Na2[Sn(OH)6 // 2NaOH.Sn(OH)4 - HexahidroxoestanatoIV de sódio.
Entre estas classes existem séries de tyransição que incluem compostos com ligandos
diferentes.
Ex: [Pt +2(NH3)4]2+Cl2 ; [Pt(NH3)3Cl]1+Cl
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

[Pt+2(NH3)2Cl2]o ------------K[Pt(NH3)Cl3]1- K2[PtCl4]2-


Mistura mistura ácido complexo

Combinaçoes de metalorgânicas (quelatos)


Os ligandos são combinações orgânicas:
CH2---NH2
NH2-CH2-CH2-NH2 =
CH2—NH2

Me = metais (Co , Mg, Cu)


NH2---CH2 NH2----CH2
Me Cu
NH2----CH2 NH2-----CH2
Lig. dativa Etileno diamina cobre

Ex: Ácido aminoacético(Glicina)


NH2—CH2—COOH
Este forma quelatos com iões de Cu2+, Pt2+, etc.
Na2[Sn(OH)6] – Hexahidroxoestenoato (IV) de sódio, 2NaOH.Sn(OH)4.

H2------C -----NH2 NH2---------CH2


Cu
O=====C----------O O-----------C ===O

9.5 Nomenclatura dos compostos complexos


Os nomes de compostos complexos obedecem a vários métodos, inclusivé uma tradição
de baptizá-los pelos nomes de cientistas que os descobriram.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Segundo a International Union of Pure and Aplied Chemistrie (IUPAC) – União


internacional de Química Pura e Aplicada, os nomes de compostos complexos devem
obedecer a seguinte regra:

1º - Dar-se nomes aos aniões e depois aos catiões.

2º - Para os catiões complexos os nimes formam-se da seguinte maneira:


- indica-se o número através de prefixos gregos (di, tri, tetra, penta, hexa, hepta, etc) e o
nome dom ligando carregado negativamente tomando como terminação a letra O.
Cl- - Cloro; F- -Fluoro ; SO42- - Sulfato; SO32- - Sulfo; NO3- - Nitrato; NO2- - Nitro; OH-
- Hidroxo; ; CN- - Ciano.

Em seguida dá-se o número e a designação dos ligandos neutros.


H2O – Aquo; NH3 – Amino; NO – Nitrosilo; CO – carbonilo.
No fim dá-se o nome ao complexante, indicando o seu nóx dentro de parênteses e em
numeração romana após o nome do complexante.
Ex: Catiões
[Pt(NH3)4Cl2]Cl2 – Cloreto de diclorotetramino platina (IV).
[Pd(H2O)(NH3)Cl]Cl – Cloreto de cloroaminoaquo paládio (II)
[Cu(NH3)4](NO3)2 - Nitrato de tetramino cobre (II)
[Co(NH3)5SO4]NO3 – Nitrto de sulfato pentamino cobalto (III)
[Pd(NH3)3Cl]Cl – Cloreto de clorotiamino paládio (II)
Os nomes dos aniões complexos formam-de forma análoga e os catiões terminam com o
sufixo – ato.
Ex: K4[Fe(CN)6] – Hexaciano ferrato de potássio
(NH4)2[RhCl6] – hexaclorodato (IV) de amónio
Na2[PdI4] – Tetraiodo paladato (II) de sódio
K2[Cu(NH3)2(NO2)2] – Didinitro diamino cuprato (II) de potássio
K2[Pt(OH)5Cl] – Cloro pentahidroxoplatinato (IV) de potássio.
Complexos neutros são aqueles que não têm esfera externa. Por isso eles não se
dissociam em iões em soluções ou no estado líquido.
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Os nomes das partículas neutras formam-se da mesma maneira que dos catiões. No
entanto, no complexante não se indica o nóx devido a neutralidade deste.
Ex: [Cr+3((NH3)4PO4] – Fosfato tetramino crómio
[Co(H2O)4SO4] – Sulfato tetraquo cobalto
[Cr(H2O)3F3] – Trifluoro triaquo crómio

9.6 Equilíbrio nas Soluções de Compostos Complexos


Existe diferença entre estabilidade da esfera interna e externa.

Propriedades Ácidas e Básicas nos Compostos Complexos


Propriedades anfóteras
No campo de catiões as outras partículas polares ou facilmente polarizáveis capazes de
revelar as propriedades de doadores de protões; Ex: NH2 –OH ; H2O; aminas orgânicas,
actuando como ligandos são capazes de ceder protões nas soluções aquosas e
comportarem-se do ponto de vista da teoria electrónica de ácidos e bases como ácidos.
Ex: A interacção do ião hidratado de Cu com H2O pode ser escrita assim:
[Cu(H2O)4]2+ + H2O [Cu(H2O)3(OH)]1+ + H3O+
Ácido Base
Esta equação exprime o processo de hidrólise do ião Cu.
Se um composto tiver simultaneamente uma molécula de ligando que pode servir como
doador de protões .
Ex:H2O, NH3 e uma molécula do mesmo ligando que pode servir como aceitador de
protões. Em OH-, NH2 a esses compostos atribui-se o nome de anfóteros.
Assim o complexo [Pt(NH3)5NH2]3+ ião de amina pentamina platina (IV) na reacção com
uma base comporta-se como ácido e na reacção com ácido como base.

[Pt(NH3)5NH2-]3+ + OH- [Pt(NH3)4(NH2)2- + H2O


Ácido base

[Pt(NH3)5NH2]3+ + H2O [Pt(NH3)6]4+ + OH-


base ácido
Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira
UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Os compostos com iões deprotonatos (que já cederam protões) podem só desempenhar o


papel de bases (OH-; NH2- ;...)

Estrutura espacial e isomeria dos compostos complexos


Existe relação entre o número de coordenação e a configuração geométrica dos
compostos complexos.
Tipo de hibridização Estrutura espacial Exemplo
N◦ de coordenação
2 SP Linear ClO2-
-----------
4 SP3 Tetraedro SO42-
4 SP2d Quadrado planar [PtCl2(NO3)2]2-

6 SP3d OctaédroPg. 267 Glinka [SiF6]2-

9.7 Isomeria dos compostos Complexos


9.7.1 Isomeria Geométrica
Para número de coordenação = 2 não há isomeria
n.c. = 4 para este e com configuração tetraédrica todas as posições dos ligandos
relativamente ao átomo central são equivalentes.
Todos os lugares são equivalentes. Não há isomeria.

Pt(NH3)2Cl2

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Cis- isómero Trans- isómero

No n.c.= 4 for estrutura espacial quadrada há isómero Cis e Trans.


Para n.c. =6 existe isómeros geométricos cis-trans (veja pag. 269 Glinka) fig. 159.

9.7.2. Hidroisomeria
Tem lugar na transição da água da esfera interna para a externa.
Cloreto de hexaaquo crómio (III)

Hidroisómeros: [Cr(H2O)6]Cl3 ; [Cr(H2O)5Cl]Cl2.H2O ; [Cr(H2O)4Cl2]Cl.2H2O.

9.7.3 Isomeria de ionização

Baseia-se na distribuição diferente de iões entre a esfera interna e externa.

[Co+3(NH3)5SO4]Br- // [Co(NH3)5Br-]SO42-
[Pt(NH3)4Cl2]Br2 // [Pt(NH3)4Br2]Cl2
Brometo de dicloro Cloreto de dibromo
Tetraamino platina (IV) tetraamino platina (IV)

Equilíbrio nas Soluções de Compostos Complexos


Já disse-se que existe diferença entre a estabilidade da esfera interna e externa. A
dissociação da esfera externa dos sais complexos tem lugar nas soluções aquosas duma
forma quase completa devido à ligação electrostática que liga as duas esferas.

Ex: [Ag(NH3)2]Cl [Ag(NH3)2]+ + Cl-

Essa é dissociação primária e é irreversível.


A dissociação reversível da esfera interna dum composto complexo chama-se secundária.

[Ag(NH3)2]+ Ag+ + 2NH3

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Catião complexo ião central ligando

Na solução estabelece-se equilíbrio entre uma partícula complexa, ião central e ligando.
Esta dissociação como qualquer outra dissociação de electrólitos fracos pode caracterizar-
se pela constante de equilíbrio que se chama de constante de estabilidade:

Keq = Kinst = [Ag+][NH3]2/[Ag(NH3)+]

Kinst é medida de estabilidade do complexo: o ião é mais estável quando a constante


instabilidade for menor.

Por ex: Se comparar os valores de Kinst. de diferentes compostos: K1=10-21 ; K2 = 10-18 e


k3=10-13 . é evidente que o composto de K1 é mais estável e o K3 o menos estável.
Eses valores encontram-se na tabela do Glinka exercícios.

Nos tempos de hoje para caracterizar a estabilidade de compostos complexos utiliza-se


uma grandezainversa à Kinst. que se chama K de estabilidade:

Kest. =1/Kinst. = [[Ag(NH3)2]+] / [Ag+][NH3]2


A realidade mostra que há lugar de dissociação por escalas ou etapas.
Ex: Numa solução aquosa da combinação K2[PtCl4] ocorre uma dissociação assim:

[PtCl4]2- + H2O K4 [Pt(H2O)Cl3]1- + Cl- K


É mais simples arrancar pois é menos estável

[Pt(H2O)Cl3]- + H2O K3 [Pt(H2O)2Cl2]0 + Cl-

[Pt(H2O)2Cl2]0 + H2O K2 [Pt(H2O)3Cl]+ + Cl-

[Pt(H2O)2Cl]+ + H2O K1 [Pt(H2O)4]2+ + Cl-

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

K4 >K3 >K2 >K1

O valor de K de instabilidade total é igual ao produto de todas por etapas.


Com ajuda do valor de K de instabilidade é possível prever o decurso duma rescção.
Sob grande diferença das Kde estabilidade a reacção irá para o lado de formação do
complexo com uma K de instabilidade menor.

Ex: Determine em que sentido se desloca o equilíbrio na solução do ião de [Ag(NH3)2],


se acrescentar-se nele um ácido qualquer.

[Ag(NH3)2]+ + 2H+ Ag+ + 2NH4+


(1) (2)

Nos livros de referência encontramos os valores de Kinstb. de 1 = 9,3.10-8 e Kinstb (2).=


5,4.10-10 .
Analisando os valores de Kinstb dos iões (1 e 2) chega-se aà conclusão de que o NH4+ é
mais estável porque tem Kinst menor.
Significa que o equilíbrio da solução desloca-se no sentido do ião de NH4+ e no meio
ácido a reacção desloca-se à direita.
Portanto sob acção de ácido, amoniacatos de Ag destroem-se formando iões de Ag+ +
NH4+ .

Determinar em que sentido se desloca o equilíbriona solução aquosa de [Pt(NH3)4]2+ .

[Pt(NH3)4]2+ + 4H+ Pt+ + 4NH4+

Kinst =5.10-34 Kinst =5,4.10-10

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007
Texto de apoio de Quím. Inorg. II

Comparando os valores chega-se à conclusão de que o ião complexo é mais estável e o


equilíbrio desloca-se no sentido dele e não se destroe a temperatura ambiente no meio
ácido.

Elaborado por: dr. José Arão. Docente da cadeira


UP – Beira
2007

Você também pode gostar