Curso: Serviço Social Disciplina: Fundamentos técnicos e operativos do serviço Social
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Segundo Yolanda Guerra, a instrumentalidade é “não apenas o conjunto de
instrumentos e técnicas, mas uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no processo sócio histórico”. A instrumentalidade se constitui a partir da práxis juntamente com o trabalho. Neste âmbito, o processo de trabalho é compreendido como conjunto de atividades prático- reflexivas voltadas para o alcance das finalidades, as quais dependem da existência, da adequação e da criação dos meios e as condições objetivas e subjetivas. O processo de adequação e criação de instrumentos se configura, portanto, como uma capacidade teleológica. Yolanda guerra, diz que a instrumentalidade é uma forma de mediação, pois permite que no nosso processo de trabalho, nos ultrapassarmos essa questão meramente instrumental, e adquirimos uma capacidade crítica. A instrumentalidade vai muito mais além de técnicas e métodos, mas sim a capacidade e propriedade da profissão. A instrumentalidade como mediação se divide em três dimensões, teórico- metodológico, ético-política e técnico-operativa. A dimensão teórico-metodológico, tem relação com o arcabouço que utiliza o serviço social para análise da realidade. A profissão, é válido lembrar, não se configura como ciência, mas se utiliza das ciências sociais e humanas para o seu exercício profissional. “Nós não somos uma ciência, nos dialogamos com as ciências. Nós somos uma profissão”. O serviço social não tem teoria própria, nem metodologia própria. Como não há neutralidade, a profissão optou pela perspectiva da teoria social crítica marxista, ou seja, dialoga com toda tradição marxista, não só com o pensamento de Marx, para análise da realidade social. Já a ético-política, tem relação com a defesa do atual projeto ético político da profissão, e portanto como base central o nosso código de ética e seus 11 princípios, que defende a liberdade como valor ético-central. Esta dimensão nega o tradicionalismo e a neutralidade. Conforme Mioto e Lima, a dimensão técnica-operativa, é compreendida como espaço de trânsito entre o projeto profissional e a formulação de respostas inovadoras as demandas que impõem no cotidiano dos assistentes sociais. É está dimensão que dá visibilidade a profissão e que permite dar concretude aos objetivos profissionais. Estas dimensões não podem ser consideradas de forma isolada, até porque se trata de uma divisão dialética, o exercício portanto, no cotidiano, é a articulação dessas três dimensões. Se não há articulação das dimensões, pôde-se cair em extremismos profissional. A instrumentalidade e utilidade social da profissão vem da necessidade profissional. Essa necessidade surge através da contradição da sociedade capitalista. Onde estão vinculados ao capital e ou trabalho. Neste caso, a utilidade social da profissão está em responder às necessidades das classes sociais. Historicamente a profissão ocupa este espaços a partir da interferência do estado de forma sistêmica nas expressões da questão.