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POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS

CIÊNCIAS DO AMBIENTE

Alunos: Willian de Aguiar - 111421


Victor Ligório Benedito Ferreira - 111224
Professor:  Getúlio Ezequiel da Costa Filho

MAIO – 2015
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Elementos da Bacia Hidrográfica..............................................................................9
Figura 2 - Estrutura do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos................14
Figura 3 - Estação de Tratamento do Programa PRODES.......................................................15
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................2

SUMÁRIO3

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................4

2 USOS MÚLTIPLOS DA ÁGUA...................................................................5


2.1 USOS CONSUNTIVOS................................................................................5
2.2 USOS NÃO CONSUNTIVOS.......................................................................5

3 DISPONIBILIDADE.....................................................................................5

4 DEMANDA...................................................................................................6

5 OS RECURSOS HÍDRICOS NO CONTEXTO AMBIENTAL......................8

6 BACIA HIDROGRÁFICA.............................................................................9
6.1 IMPORTÂNCIA DA BACIA HIDROGRÁFICA NA GESTÃO AMBIENTAL10

7 PNRH – POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS...............10


7.1 OBJETIVOS E DIRETRIZES.....................................................................10
7.2 INSTRUMENTOS DA PNRH PARA O ALCANCE DA GESTÃO
AMBIENTAL................................................................................................................11

8 SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS


HÍDRICOS...................................................................................................................13

9 PROGRAMAS DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS.......................15


9.1 PRODES - PROGRAMA DESPOLUIÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
15
9.2 PNAQ - PROGRAMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS
ÁGUAS 16

10 PROGRAMA PRODUTOR DE ÁGUAS....................................................17

11 CONCLUSÕES..........................................................................................18

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................18
1 INTRODUÇÃO

No cenário mundial de eminente escassez dos recursos hídricos, a


disseminação dos fatores e condicionantes para uma gestão participativa e
integrada, de acordo com as evoluções conceituais, organizacionais, tecnológicas e
institucionais do gerenciamento de recursos hídricos, constitui quesito fundamental
para um desenvolvimento equilibrado e em consonância com a preservação do meio
ambiente. A aplicação dos princípios orientadores de gestão das águas deverá
ordenar seu uso múltiplo e possibilitar sua preservação para as futuras gerações,
minimizando ou mesmo evitando os problemas decorrentes da escassez e da
poluição dos cursos de água, os quais afetam e comprometem os diversos usos dos
recursos hídricos. (Introdução ao Gerenciamento de Recursos Hídricos,2001)
A gestão sustentável passa necessariamente por considerar um novo modelo
de desenvolvimento incorporando ao conceito de meio ambiente a idéia do homem
inserido no mesmo, além do próprio meio físico. È necessário entender que os
meios físicos e socioeconômicos são fontes de recursos que dão suporte as
atividades humanas e ao mesmo tempo são por elas impactados (Leal, 1998).
O crescente e exponencial aumento da população mundial, o
desenvolvimento urbano e a expansão industrial, resultado de uma sociedade que
está se modernizando, sem os devidos cuidados de proteção e preservação
ambiental, está associada a situações de carência de água e de poluição dos
recursos hídricos que cada vez mais vem se traduzindo na degradação da qualidade
de vida do planeta. Este problema ganha dimensões preocupantes, quando se sabe
que a água é um recurso natural essencial a subsistência do homem e às suas
atividades, em especial aquelas de natureza econômica e quando se sabe que este
recurso, que assume característica de bem estratégico e de valor econômico, ao
contrário do que ocorre com outros recursos, não pode ser substituído pela maior
parte das suas utilizações. Portanto a água, um bem finito e cada vez mais escasso,
não é somente um elemento imprescindível a vida, mas também fator condicionante
do desenvolvimento econômico e do bem-estar social. (Veiga da Cunha, 1982)

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2 USOS MÚLTIPLOS DA ÁGUA

Segundo Demetrius David da Silva - DEA/UFV, alguns usos implicam na


retirada de água das coleções hídricas enquanto outros estão associados a
atividades que se desenvolvem no próprio ambiente aquático. -Uso consuntivo:
quando a água é captada do manancial superficial ou subterrâneo e somente parte
dela retorna ao reservatório natural. -Uso não consuntivo: toda a água captada
retorna ao manancial de origem.

2.1 USOS CONSUNTIVOS

Usos nos quais há perdas entre o que é derivado e o que retorna ao


manancial. Devem ser considerados para a elaboração do balanço entre a
disponibilidade e demanda de recursos hídricos (UFV,2008):
○ Abastecimento populacional;

○ Abastecimento Industrial;

○ Irrigação.

2.2 USOS NÃO CONSUNTIVOS

O aproveitamento da energia elétrica é a principal forma de uso não


consuntivo da água; entretanto, apesar da geração de energia propriamente dita não
consumir água, a construção de barragens ocasiona alterações no regime de
variação de vazões do curso d’água, perdas por evaporação da água dos
reservatórios, perdas por infiltração, alterações no fluxo de sedimentos e na
qualidade das águas em função da inundação da vegetação, entre outras.
(UFV,2008)

3 DISPONIBILIDADE

A caracterização das disponibilidades hídricas superficiais e subterrâneas nas


bacias, e a determinação de suas relações com as demandas atuais e futuras são
fundamentais na definição de regras para a repartição dos recursos hídricos das
bacias entre os diversos tipos de usuários.(PEC-2939,Coppetec)

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A disponibilidade é caracterizada em duas fases: subterrânea e superficial.
Disponibilidade subterrânea é dada pela caracterização dos principais
sistemas aqüíferos do país e baseada no seu potencial hídrico, em termos de
reserva e produtividade, da sua extensão e importância no abastecimento regional.
(ANA-CRH,2005)
As reservas hídricas dos aqüíferos são divididas em reservas renováveis e
permanentes. As reservas permanentes ou seculares são aquelas que se situam
abaixo da variação anual do nível freático. As reservas reguladoras ou renováveis
correspondem ao volume de água armazenada no aqüífero acima do nível freático
mínimo. Elas correspondem, de forma geral, ao escoamento de base dos rios, ou
seja, à contribuição do aqüífero para os rios ao longo de um ano hidrológico. O valor
de escoamento básico de um rio pode ser considerado, portanto, como valor de
recarga dos aquíferos.(ANA-CRH,2005)
Disponibilidade superficial é obtida através da disponibilidade hídrica das
águas superficiais nas bacias baseiam-se nas análises históricas de vazões das
estações fluviométricas espalhadas nas diversas bacias do país. As disponibilidades
são obtidas a partir de estudos de regionalização hidrológica. O cálculo da
disponibilidade em qualquer local de uma determinada bacia pode ser efetuado
através das equações determinadas pela regionalização hidrológica.
Por fim, cabe destacar que as disponibilidades hídricas superficial e
subterrânea, para fins de análise, não podem ser somadas para fornecer um valor
de disponibilidade total. Na verdade, a disponibilidade hídrica superficial inclui, no
seu valor, a disponibilidade subterrânea, já que esta representa uma parte do
escoamento de base dos rios. A água subterrânea retirada em um determinado
ponto implica em redução da contribuição do aqüífero para o rio e,
conseqüentemente, a diminuição da água disponível no rio.

4 DEMANDA

A demanda de água corresponde à vazão de retirada, ou seja, a água


captada destinada a atender os diversos usos consuntivos. Além desta informação,
há o interesse em prever-se o volume de água efetivamente consumido durante seu

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uso. Para esta finalidade, duas outras classes de vazões são consideradas, a vazão
de retorno e a vazão de consumo. As vazões de retorno podem ser obtidas a partir
da vazão de retirada multiplicando-se pelo coeficiente de retorno determinado para
cada tipo de consumo. A vazão de consumo é calculada pela diferença entre a
vazão de retirada e a vazão de retorno.
Os diversos usos consuntivos das demandas são:
• Demanda urbana atendida;
• Demanda urbana não atendida;
• Demanda rural; Criação animal;
• Demanda industrial e
• Demanda de irrigação.
A demanda urbana foi subdividida em duas categorias: demanda urbana atendida
que corresponde à população urbana atendida por rede geral e a demanda urbana
não atendida, correspondente ao restante da população urbana.
A demanda urbana não-atendida (população não abastecida por rede geral
de água) é calculada pela diferença entre a população urbana e a população
atendida por rede geral multiplicada pelo per capita usado no cálculo da demanda
rural.
A demanda rural refere-se ao consumo de água das comunidades rurais não
incluindo atendimento relativo à criação de animais e à irrigação, ambos calculados
separadamente. A demanda rural varia de 70 a 120 L/hab/dia, de acordo com o
Estado.
Para a demanda animal é utilizado o parâmetro BEDA (unidade de
equivalente animal) que corresponde ao total da pecuária em bovino equivalente,
adotando-se o consumo igual a 50 L/BEDA/dia. É adicionado a este valor o consumo
correspondente à criação de aves, assumindo-se o coeficiente igual a 0,4 L/ave/dia.
Para a demanda industrial procura-se considerar as industrias ou setores
industriais que possuem sistemas próprios de abastecimento de água ou então
sistemas de abastecimento diferenciados do restante da comunidade.
A demanda industrial é a mais difícil de ser obtida pela falta de informações
adequadas que permitam relacionar parâmetros como tipologia da industria,

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produção industrial e consumo de água para cada localidade. O problema é
minimizado porque, em média, a demanda industrial não se constitui na parcela
mais significativa do consumo de água no País, a qual corresponde a 18% da
demanda total. A metodologia foi baseada no número de empregados na industria
de transformação (ANA,2003). Estes valores, em L/empregado/dia, foram
determinados em locais com informações sobre a demanda industrial e,
posteriormente, extrapolados para as demais regiões. A faixa resultante variou de
800 a 7.250 L/empregado/dia definida em função do Estado e da população urbana
do município.
A Demanda de irrigação baseia-se em parâmetros, tais como, área irrigada,
precipitação e evapotranspiração potencial.

5 OS RECURSOS HÍDRICOS NO CONTEXTO AMBIENTAL

Recursos hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para


qualquer tipo de uso de região ou bacia.
As águas subterrâneas são os principais reservatórios de água doce
disponíveis para os seres humanos (aproximadamente 60% da população mundial
tem como principal fonte de água os lençóis freáticos ou subterrâneos).
A água é um recurso natural renovável, de origem mineral, importante para a
vida no Planeta, por ser o principal constituinte dos organismos vivos e ambiente
natural para várias espécies, além de compor a cadeia de valor de todas atividades
desenvolvidas pelo homem. Dos 1.400 milhões de km3 somente 0,01% estão nos
rios e 22.4% são águas subterrâneas. Todavia somente 7% do total de água doce
existente no planeta constituem-se de reserva de água doce potencialmente
explorável. A limitação e distribuição não uniforme dos recursos hídricos, seja
espacial ou temporal, levam a ocorrências naturais de eventos extremos, como
secas e inundações, bem como déficit de recursos hídricos em várias regiões do
Planeta, elevando o nível de conflitos internacionais, pela posse da água.

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6 BACIA HIDROGRÁFICA

É a região no entorno de um curso d´água que drena em uma direção, onde


as águas precipitadas contribuem para o volume escoado em seu leito. Os
processos hidrológicos, nas suas fases terrestre e fluvial estão intimamente
relacionados com os componentes do meio ambiente, como cobertura vegetal,
declividade e características geológicas. Associa-se ainda a influência das ações
antrópicas sobre o meio físico para afetar o comportamento qualitativo e quantitativo
envolvendo o ciclo hidrológico. Uma característica fundamental da água é o seu
deslocamento espacial, bem como sua capacidade de transportar as substâncias
despejadas nos leitos dos rios. Estas características criam condições de
interdependência entre trechos a montante e a jusante dos cursos d´água. Portanto,
vale dizer que os “rios representam a síntese da saúde da bacia hidrográfica”.
(Leal,1998)
Os recursos hídricos têm uma grande interação com os demais componentes
do meio ambiente, principalmente, em relação a ocupação do uso do solo: uso
urbano, com lançamento de esgoto, deposição do lixo, captação para abastecimento
e impermeabilização do solo; o uso industrial, como lançamentos de poluentes e
captações; uso rural, como irrigação, carreamento de sedimentos, erosão de
encostas e assoreamento dos cursos d’água; os aproveitamentos minerais, dentre
outros (Leal, 1998). Devido estas relações as condições de águas podem ser vistas
como bons indicadores da situação da bacia.
 Alguns elementos componentes da bacia hidrográfica:

Figura 1 – Elementos da Bacia Hidrográfica

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6.1 IMPORTÂNCIA DA BACIA HIDROGRÁFICA NA GESTÃO AMBIENTAL

A utilização da bacia hidrográfica, como unidade de estudo, para a gestão das


distintas formas de atividade e uso das potencialidades ambientais, tem como
finalidade projetar, interceder, executar e manusear as melhores formas de
apropriação e exploração de seus recursos naturais. Com isso, pode proporcionar-
se o desenvolvimento econômico e social da respectiva população que usufrui do
recurso, bem como a sustentabilidade, mitigando o impacto negativo na qualidade
de vida. (Bordallo,1995)
O estudo da bacia hidrográfica permite observar em detalhes a variação dos
diferentes processos que ocorrem nela, e que, com base no registro das variáveis
hidrológicas envolvidas, é possível entender melhor os fenômenos e procurar
representá-los matematicamente. Isso porque a bacia hidrográfica possui
características essenciais, que permitem a integração multidisciplinar entre
diferentes sistemas de gerenciamento, estudo e atividade ambiental, especialmente
por ser um processo descentralizado de conservação e proteção do ambiente.
(Tucci ,1993)

7 PNRH – POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS

O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), estabelecido pela Lei nº


9.433/97, é um dos instrumentos que orienta a gestão das águas no Brasil. O
conjunto de diretrizes, metas e programas que constituem o PNRH foi construído em
amplo processo de mobilização e participação social. O documento final foi
aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) em 30 de janeiro
de 2006.

7.1 OBJETIVOS E DIRETRIZES

A PNRH tem por objetivo promover a utilização sustentável dos recursos


hídricos e a prevenção contra os eventos hidrológicos nocivos, assim dispondo:
Artigo 2º - São objetivos da PNRH:

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I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de
água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; II- a utilização
racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com
vistas ao desenvolvimento sustentável; III- a prevenção e a defesa contra eventos
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos
recursos naturais.
 SUSTENTABILIDADE HÍDRICA, a referida Lei, ao teor do artigo 2º,
incisos I e II, tornou imprescindível a obtenção de outorga. A outorga
somente será concedida pelo poder público aos usuários se a
utilização almejada for compatível com o plano da bacia hidrográfica.
Portanto, a outorga é um importante instrumento de planejamento,
monitoramento e fiscalização dos recursos hídricos.
Outro objetivo da PNRH é a prevenção e defesa contra os eventos
hidrológicos nocivo, tais como: inundações, enchentes e desmoronamentos. Grande
parte destes eventos são previsíveis e evitáveis, pois são decorrentes da ação
humana: ocupação desordenada do solo, poluição e devastação da mata ciliar.
A PNRH em seu artigo 3º, traça as diretrizes gerais de ação da gestão hídrica
que têm por finalidade integrar e articular a gestão dos recursos hídricos com a
gestão dos demais recurdos naturais e do meio ambiente.

7.2 INSTRUMENTOS DA PNRH PARA O ALCANCE DA GESTÃO AMBIENTAL

Em 1997 a Lei federal n.º 9.433, do dia 08 de janeiro, instituiu a Política


Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos com o intuito de assegurar à atual e às futuras gerações água em
qualidade e disponibilidade suficientes através da utilização racional e integrada, da
prevenção e da defesa dos recursos hídricos contra eventos hidrológicos críticos.
Tal qual a Política Nacional de Meio Ambiente, a Política Nacional de
Recursos Hídricos (PNRH) traz alguns instrumentos a serem empregados para o
alcance de seus objetivos. São eles:

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 Plano de recursos hídricos: são planos diretores, também chamados de
“Plano de Bacia”, que tratam do gerenciamento dos recursos hídricos.
Cada bacia hidrográfica deve ter seu plano diretor, elaborado pela
Agência de Águas e aprovado pelos Comitês de Bacia, que será
integrado ao plano diretor de recursos hídricos do Estado e, sem
seguida, ao plano nacional. Neste plano estarão estipulados os dados
a respeito da qualidade da água, usos prioritários, disponibilidade e
demanda, metas de racionalização, diretrizes para cobrança pelo uso
dos recursos hídricos, propostas para áreas de restrição de uso, etc.

 Enquadramento dos corpos d’água: cada corpo d’água recebe uma


classificação de acordo com a Resolução CONAMA 20/86 que estipula
os critérios para classificação dos corpos d’água em doces, salgadas,
salobras e salinas. Esta classificação é dada de acordo com as
características do corpo hídrico e seus usos preponderantes.
Os objetivos principais do enquadramento são: "assegurar a qualidade da
água compatível com os usos mais exigentes a que se destinam e diminuir os custos
do combate à poluição mediante adoção de ações preventivas permanentes", de
acordo como artigo 9º, da Lei 9.433/97.
 Outorga: a outorga é uma concessão para uso da água dada pelo
poder público ao outorgado de acordo com o estabelecido nos Planos
de Bacias. É também uma forma de controlar a quantidade e qualidade
da água que está sendo utilizada e por quem. Os critérios gerais para a
outorga foram estabelecidos pela Resolução n.º 7 de 21/07/00 pelo
CNRH (Conselho Nacional de Recursos Hídricos).
 Cobrança pelo uso da água: a cobrança pelo uso da água é algo que
existe desde 1934 quando foi aprovado o “Código de Águas” (Decreto
Lei n.º 24.643), assim como a redistribuição dos custos pelas obras de
interesse geral, além de inserir o hoje chamado “princípio do poluidor-
pagador” para a questão da utilização dos recursos hídricos e a ilicitude
da contaminação das águas com prejuízo de terceiros. A cobrança pelo

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uso da água da qual trata a PNRH visa incentivar a racionalização
deste recurso pelos seus usuários e dar-lhes a dimensão real do valor
do bem que está sendo consumido. Alguns inclusive, vêem esta
cobrança como uma forma de internalização dos custos ambientais que
qualquer consumo de recursos naturais acarreta.
 Sistema de informações: o Sistema Nacional de Informações sobre os
Recursos Hídricos (SNIRH) tem o propósito de fornecer subsídios para
a formulação dos Planos de Recursos Hídricos, além de reunir, divulgar
e atualizar permanentemente dados sobre qualidade, quantidade,
disponibilidade e demanda pelos recursos hídricos do país.

8 SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) é


constituído pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), órgão superior
deliberativo e normativo; a Agência Nacional de Águas (ANA), é uma autarquia sob
regime especial vinculada ao MMA (Ministério do Meio Ambiente) e com autonomia
administrativa e financeira para garantir a implementação da PNRH; os Conselhos
de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; os Comitês de Bacia
Hidrográfica, órgão colegiado formado por representantes da sociedade civil
organizada e do governo, onde são tomadas as decisões referentes à bacia
hidrográfica onde atua; os órgãos dos poderes públicos federal, estadual, do Distrito
Federal e municipal cujas competências se relacionam com a gestão dos recursos
hídricos (Exemplo: IGAM em Minas Gerais); e as Agências de Águas que, após a
formação do Comitê de Bacia pode ser criada para atuar como secretaria executiva
de um ou mais Comitê de Bacia.
Segundo Luiza Cristina (2005), o SINGREH inclui novos tipos de organização,
e é composto por:
 Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH): Órgão consultivo e
deliberativo, ao qual cabe, na esfera de sua competência, arbitrar, em
última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos, desempenhar a função de agente

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integrador e articulador das politicas públicas que apresentam
interfaces coa a gestão de recursos hídricos, particularmente à
harmonização do gerenciamento de águas de diferentes domínios.
 Conselho de Recursos Hídricos dos Estados e Distrito Federal (CNRH):
Órgão consultivo e deliberativo, aos quais cabem, na esfera de suas
competências, arbitrar, em última instância administrativa, os recursos
relativos às decisões dos comitês das bacias hidrográficas dos rios de
domínio de seu estado, bem como aprovar, formular e\ou acompanhar
os Planos Estaduais de Recursos Hídricos.
 Agências de Água: Atuam como secretarias executivas de seus
correspondentes comitês, e destinadas a gerir os recursos oriundos da
cobrança pelo uso da água, exercitando a administração do sistema.

Os órgão e entidades dos serviços públicos, federal, estadual e municipal


(exemplos: ANA, SERLA, IGAM, DAEE), que tem relevante atuação na gestão dos
recursos hídricos, devendo promover estreita parceria com os demais agentes
previstos na Lei das Águas.

Figura 2 - Estrutura do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

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9 PROGRAMAS DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

9.1 PRODES - PROGRAMA DESPOLUIÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

Criado pela Agência Nacional de Águas (ANA) em março de 2001, o


Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), também conhecidas como
“programa de compra de esgoto tratado”, é uma iniciativa inovadora, não financia
obras ou equipamentos, paga pelos resultados alcançados, ou seja, pelo esgoto
efetivamente tratado.
O Prodes consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma
de pagamento pelo esgoto tratado, a Prestadora de Serviço de Saneamento que
investirem na implantação, ampliação e operação de Estações de Tratamento de
Esgotos (ETEs), desde que cumpridas às condições previstas em contrato.
Menos de 20% do esgoto urbano recebe algum tipo de tratamento, o restante
é lançado nos corpos dágua “in natura", colocando em risco a saúde do ecossistema
e da população local. O incremento da carga orgânica poluidora nos corpos d’ água
leva à escassez de água com boa qualidade, fato já verificado em algumas regiões
do país.
No período de 2001 até 2011 foram contratadas 55 ETEs, envolvendo um
valor total dos contratos de R$ 200,18 milhões, mas que tiveram investimentos para
implantação por parte dos prestadores de serviços de 720 milhões.

Figura 3 - Estação de Tratamento do Programa PRODES

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9.2 PNAQ - PROGRAMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

PNQA é um programa lançado pela Agência Nacional de Águas que visa a


ampliar o conhecimento sobre a qualidade das águas superficiais no Brasil, de forma
a orientar a elaboração de políticas públicas para a recuperação da qualidade
ambiental em corpos d'agua interiores como rios e reservatórios, contribuindo assim
com a gestão sustentável dos recursos hídricos.
A Agência Nacional de Águas opera uma rede básica de qualidade de água
que conta com 1.340 pontos em todo o país, onde são feitas análises de 4
parâmetros básicos (pH, oxigênio dissolvido, condutividade e temperatura) durante
as campanhas de medição de vazão. Esses 4 parâmetros têm seus resultados
obtidos automaticamente por meio de sondas multiparamétricas que são postas em
contato com os corpos d’água, não necessitando de coleta, transporte e análise de
amostras em laboratórios.
Todavia, somente esses 4 parâmetros não permitem que se avalie
adequadamente a evolução da qualidade das águas brasileiras, sendo necessários
outros parâmetros que requerem coletas de amostras e análises laboratoriais.
Apesar do custo dessas análises nos laboratórios não ser elevado, os custos de
logística (coleta, armazenamento e transporte de amostras) muitas vezes são, tendo
em vista a grande distância entre os pontos de coleta e os laboratórios. Para reduzir
esses custos é necessário que se agregue os Estados ao Programa, para que eles
auxiliem no monitoramento e utilizem seus resultados.
O PNQA está estruturado em 4 componentes, organizados de acordo com o
atendimento aos objetivos do Programa. As principais ações estratégicas de cada
componente são apresentadas a seguir:
 Componente A: Rede Nacional de Monitoramento:
○ Implementar, ampliar e otimizar a distribuição geográfica da rede
de monitoramento da qualidade de água;
○ Tornar adequadas as frequências de monitoramento;

○ Garantir a sustentabilidade financeira do sistema de


monitoramento.

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 Componente B: Padronização
○ Acordar parâmetros mínimos de qualidade de água a serem
monitorados por todas as Unidades da Federação;
○ Padronizar, entre as Unidades da Federação, os procedimentos
de coleta, preservação e análise das amostras de qualidade de
água.

 Componente C: Laboratórios e Capacitação


○ Ampliar o controle de qualidade dos laboratórios envolvidos em
análises de qualidade de água;
○ Capacitar pessoas envolvidas como o monitoramento e análise de
qualidade de águas.

 Componente D: Avaliação da Qualidade da Água.


○ Criar e manter um banco de dados nacional e um portal na
internet para divulgação das informações de qualidade de água;
○ Avaliar sistematicamente a qualidade das águas superficiais
brasileiras.

10 PROGRAMA PRODUTOR DE ÁGUAS

O Programa Produtor de Água, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas


– ANA tem como foco a redução da erosão e do assoreamento de mananciais no
meio rural. O objetivo é propiciar a melhoria da qualidade da água e o aumento das
vazões médias dos rios em bacias hidrográficas de importância estratégica para o
País. É um programa de adesão voluntária de produtores rurais que se proponham a
adotar práticas e manejos conservacionistas em suas terras com vistas à
conservação de solo e água. Como os benefícios advindos dessas práticas
ultrapassam as fronteiras das propriedades rurais e chegam aos demais usuários da
bacia, o programa prevê a remuneração dos produtores participantes. Esse
programa prevê o apoio técnico e financeiro para execução de ações como:

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construção de terraços e bacias de infiltração, readequação de estradas vicinais,
recuperação e proteção de nascentes, reflorestamento das áreas de proteção
permanente e reserva legal e saneamento ambiental, entre outros. A remuneração
aos produtores rurais será sempre proporcional ao serviço ambiental prestado e
dependerá de prévia inspeção na propriedade. Além disso, todos os projetos com a
marca “Produtor de Água” possuem um sistema de monitoramento dos resultados,
que visa quantificar os benefícios obtidos com sua implantação.

11 CONCLUSÕES

Com a crise hídrica que o Brasil vive atualmente, surge a necessidade de


implementar de forma efetiva uma fiscalização que preserve esse bem, além de
orientar, mudando assim a cultura dos brasileiros dos usos indevidos da água.
Para o sucesso da Politica Nacional de Recursos Hídricos, é necessário a
articulação de todos os instrumentos da Política, dentro da diretriz de gestão
integrada de recursos hídricos, assim como os planos de Recursos Hídricos esteja
apoiada em programas de desenvolvimento, conservação e reversão da poluição,
promovendo o equilíbrio entre o desenvolvimento social e econômico do país.

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 http://meumundosustentavel.com/eco-glossario/recursos-hidricos/
 BORDALLO, C. L. A. A Bacia Hidrográfica como Unidade de
Planejamento dos Recursos Hídricos. Belém: NUMA/UFPA, 1995.
 TUCCI, C. E. M. Controle de Enchentes. In: TUCCI, C. E. M.
Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre, RS: ABRH-Edusp, 1993.
cap. 4.
 http://jus.com.br/artigos/3970/politica-nacional-de-recursos-hidricos-e-
sistema-nacional-de-gerenciamento-de-recursos-
hidricos/2#ixzz3WottwPvk
 LEAL, MÁRCIA SOUZA – Gestão Ambiental dos Recursos Hídricos –
Princípios e Aplicações – 1998

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 http://jus.com.br/artigos/3970/politica-nacional-de-recursos-hidricos-e-
sistema-nacional-de-gerenciamento-de-recursos-
hidricos/2#ixzz3WounjeDw
 http://www.cprm.gov.br/publique/media/evento_PAP003029.pdf
 www.agr.feis.unesp.br/.../winotec2008_demetrius_david_da_silva.pdf

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