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Supervisão Editorial
Vanessa Madaschi, Régis Nepomuceno
Diagramação e Editoração
Georgia Macedo
Revisão
Aline Perboni Zanotto; Stéphani de Pol
Capa
Georgia Macedo
Vários autores.
Outros organizadores: Régis Nepomuceno, Francine
Hartmann, Léia G. Gurgel, Stéphani de Pol
ISBN 978-65-86714-01-2
20-46664 CDD-618.9283
Índices para catálogo sistemático:
2
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
E INTERVENÇÃO PRECOCE
Fisioterapia | Fonoaudiologia | Terapia Ocupacional
VOLUME 01
3
Dedicamos esse livro a todos aos alunos participantes dos
Programas de Pós Graduação em Desenvolvimento Infantil e
Intervenção Precoce da Nossa Inclusão Eficiente, a todos
nossos colaboradores que de maneira direta e indireta
dedicaram tempo e energia na construção de sonhos de
outros profissionais.
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO_______________________________________________________________________________________ 7
PREFÁCIO______________________________________________________________________________________________ 9
CAPÍTULO 1___________________________________________________________________________________________11
INTERVENÇÃO PRECOCE LEGAL:
potencialidades e desafios para a implementação nas redes de cuidado
CAPÍTULO 2___________________________________________________________________________________________31
ESTÍMULOS AMBIENTAIS E SUAS INFLUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO MOTOR E COGNITIVO DO
BEBÊ PREMATURO: uma revisão de literatura
CAPÍTULO 3___________________________________________________________________________________________41
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA CRIANÇA DE 0 A 3 ANOS E A INTOXICAÇÃO ELETRÔNICA:
espaço de reflexão da intervenção precoce
CAPÍTULO 4___________________________________________________________________________________________56
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE 0 A 22 MESES NO ACOLHIMENTO
INSTITUCIONAL: uma revisão de literatura.
CAPÍTULO 5___________________________________________________________________________________________74
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
CAPÍTULO 6___________________________________________________________________________________________88
O PAPEL DA FAMÍLIA NAS PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO PRECOCE:
considerações sobre o contexto brasileiro
5
CAPÍTULO 11_______________________________________________________________________________________ 158
USO DA COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA NA INTERVENÇÃO PRECOCE:
contribuições do terapeuta ocupacional
6
APRESENTAÇÃO
Este livro é parte da nossa história, mas a tônica maior é poder fazer parte
da história de cada profissional que esteve com a gente nos cursos de Especiali-
zações Lato Sensu, em parceria com a Faculdade Santa Rita de Chapecó, e IPPEO
de Curitiba.
7
Doutora Léia Gurgel e fisioterapeutas Doutora Francine Hartman e Mestra Sté-
phani de Pol.
8
PREFÁCIO
9
o foco da atuação profissional esteja sempre na busca pela melhor conduta para
os bebês e as crianças que necessitam de acompanhamento. Desejo, assim, que
a leitura do presente livro, tão robusto e claro, possa trazer a você os aprofunda-
mentos que espera, despertando a curiosidade e o desejo de seguir buscando
conhecimentos na área do desenvolvimento infantil e da intervenção precoce.
10
CAPÍTULO 1
“Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma
como esta trata as suas crianças” (Nelson Mandela)
INTRODUÇÃO
11
dos conselhos de direito vinculados administrativamente à gestão municipal e
estadual, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL,
1990b). A sociedade civil organizada tem nos levando a refletir sobre a neces-
sidade de investimento na primeira infância e tem pautado o tema dos direitos
fundamentais das crianças.
12
INTERVENÇÃO PRECOCE
13
contextos onde ocorre o desenvolvimento infantil. Assim, esses modelos de Es-
timulação Precoce destacam-se exclusivamente aliados do setor da saúde, com
práticas voltadas para estimulação de habilidades, por meio de abordagens clíni-
cas, estruturadas em modelo reabilitativo centrado na criança (MARINI; LOUREN-
ÇO; BARBA, 2017).
» CONSTITUIÇÃO
14
» ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Art. 7o. A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, me-
diante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência (BRA-
SIL,1990b).
» DECRETO Nº 6.949
» Rede Cegonha
15
» Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
16
» MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA
17
» Núcleos Ampliados de Saúde da Família
18
PROGRAMAS
» PROGRAMAS FEDERAIS
» Triagem Neonatal
19
recém-nascidos transtornos e dificuldades em tempo oportuno para intervenção
adequada e para garantir seu acompanhamento nas Linhas de Cuidado, visan-
do melhorar sua qualidade de vida. São realizados testes de triagem, capazes
de detectar precocemente um grupo de alterações geralmente assintomáticas ao
nascimento, mas que podem causar dano ao desenvolvimento. Envolve triagem
neonatal biológica, auditiva e ocular (BRASIL, 2017d).
» PROGRAMAS ESTADUAIS
» Porto Alegre
O Censo de 2010 indicou que a capital do Rio Grande do Sul (RS) possui
1.409.351 habitantes, sendo o primeiro lugar do estado em relação ao Produto
Interno Bruto (PIB)/2015 (FEE, 2015). Porto Alegre (POA) conta com a cobertura
de 67,87% na Atenção Básica e 54,17% na Estratégia Saúde da Família (ESF), com
210 Equipes de Saúde da Família (eSF), 9 equipes de agentes comunitários e 10
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) (BRASIL, 2019; IBGE, 2010). Diante
da municipalização da saúde, é de responsabilidade também da Secretaria Muni-
cipal de Saúde de Porto Alegre, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde,
a regulação de atendimentos de alta complexidade realizados no município, que
recebem pacientes oriundos de todos os municípios do estado.
21
caminhados ao Centro de Atendimento e Desenvolvimento de Estudo e Pesquisa
(CADEP), vinculado à Fundação. Quando existe a disponibilidade do atendimento
o bebê é acolhido na EP do CADEP ou é encaminhado a outro serviço com a mes-
ma característica2.
» Gravataí
2 FADERS
22
de promoção da saúde, orientação, estimulação considerando desenvolvimento
neuropsicomotor e intervenção, envolvendo a família e seu contexto. O programa
Bebê Saúde atua em conjunto com o PIM e Rede Cegonha, englobando atividades
do Bolsa Família e da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil3.
» Novo Hamburgo
23
ção nas unidades de saúde da família e no hospital, assim serão encaminhadas
para programas e projetos de Intervenção Precoce que acolhem esta demanda na
cidade como: Amigos do Bebê, Associação dos Familiares e Amigos do Down 21
(AFAD 21), A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e PIM.
24
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a revisão da legislação brasileira, fica evidente que a garantia dos direi-
tos fundamentais da criança no Brasil, asseguradas na Constituição Federal (BRA-
SIL, 1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), são conquis-
tas da ampla mobilização e participação social.
Profissionais das eSF e eUB, por vezes, desconhecem fluxos para acesso aos
serviços que realizam atendimentos de Estimulação Precoce/Intervenção Precoce.
Os NASFs têm papel importante na divulgação de fluxos e serviços que qualifi-
quem a atenção à saúde das crianças e atendam às necessidades das famílias.
25
Visto que a operacionalização das políticas e programas são definidos, em
grande parte, pelos gestores locais, é fundamental a participação da sociedade
civil para a garantia de direitos e ampliação da oferta de serviços de Intervenção
Precoce qualificados. Para a efetivação da Intervenção Precoce, é fundamental
uma cobertura suficiente de atenção primária com apoio de núcleos ampliados e
diretrizes claras para o trabalho da equipe multiprofissional, objetivando que os
serviços unifiquem suas práticas, a partir de um conceito de intervenção centrado
na família e sua contextualização.
26
REFERÊNCIAS
BARBA. P.C. S.D. Intervenção Precoce no Brasil e as práticas dos terapeutas ocu-
pacionais. Revista Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio de Janeiro, 2018,v.2, n. 4, p.
848-861.
27
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Guia sobre a estimulação precoce na Atenção Básica: contri-
buições para abordagem do desenvolvimento neuropsicomotor pelas equipes de
Atenção Básica, Saúde da Família e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf),
no contexto da microcefalia. Brasília, 2016c.
BRASIL. Rede Nacional Primeira Infância. Guia para elaboração do plano muni-
cipal pela primeira infância. 2. ed. Rio de Janeiro: Centro de Criação de Imagem
Popular – CECIP, 2017b. 96 p.
28
BRASIL. Rede Nacional Primeira Infância. Quem faz Parte Rio Grande do Sul.
2018. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/quem-somos/. Acesso em 20
Set. 2019.
BRASIL, REDE NACIONAL PRIMEIRA INFÂNCIA. Quem faz Parte Rio Grande
do Sul. 2018. Disponível em: http://primeirainfancia.org.br/quem-somos/. Aces-
so em: 20 Set. 2019.
29
MACHADO, I. Apae agora tem sala de estimulação precoce com interdisciplina-
ridade. In: JORNAL NH. Disponível em: https://www.jornalnh.com.br/_conteu-
do/2018/05/noticias/regiao/2269460-apae-agora-tem-sala-de-estimulacao-pre-
coce-com-interdisciplinaridade.html. Acesso em: 20 Ago. 2019..
PRIMEIRA Infância Melhor Porto Infância Alegre – PIM PIA. In: PREFEITURA de
Porto Alegre, Secretaria Municipal de Saúde. Disponível em: http://www2.portoa-
legre.rs.gov.br/sms/default.php?p_secao=981. Acesso em: 15 ago. 2019.
30
CAPÍTULO 2
INTRODUÇÃO
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo analisar e discutir o que já
foi publicado sobre os estímulos ambientas e suas influências no desenvolvimento
31
motor e cognitivo do bebê prematuro. Para isso, foi realizada uma pesquisa explo-
ratória, que visa proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o
mais explícito e que auxilia na construção de hipóteses.
Para a coleta dos artigos, foi realizada uma busca em bases de dados, como
SCIELO e MEDLINE, e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Essas fontes foram pes-
quisadas na língua portuguesa, entre os anos de 2010 a 2019.
32
condutas utilizadas. Os fatores biológicos e ambientais acontecem devido a qua-
tro fatores: adaptação, maturação, crescimento e aprendizagem (BARBOSA et al.,
2017).
Barbosa et al. (2017), relatam que existem três principais condições de riscos
para acontecer o desenvolvimento motor atípico da criança, que são: as desor-
dens médicas definidas, risco biológico (acontecimento pré, peri e pós-natais) e o
convívio em um ambiente precário. Sendo assim, as transições e desenvolvimento
motor e cognitivo não estão somente direcionadas a maturação do Sistema Ner-
voso Central (SNC).
O banho deve ser em local sem correntes de ar, sabonete neutro, secar a
criança com toalha macia, evitar uso de óleos, talco e perfumes. A roupa neces-
sita ser adequada ao clima local, evitando excessos de roupa, e aquecimento em
demasia. Evitar locais fechados e com muita circulação de pessoas. O aleitamento
materno deve ser incentivado pela quantidade de nutrientes que ele possui (SAN-
TOS et al., 2019).
33
de resistir à força da gravidade e manter o alinhamento corpóreo na linha média,
que são fundamentais para o adequado desenvolvimento neurológico (SANTOS
et al., 2019).
Bell et al. (2017), conforme citado por Santos et al. (2019), aplicaram a Brazel-
ton, uma Escala Neonatal de Avaliação Comportamental, que possui uma matriz
para a compreensão das reações dos bebês. Foi utilizada com recém nascidos
em estágios 3 e 4, sendo possível observar que na posição de pronação ocorreu
diferenças na dinâmica cardiovascular entre os estados de sono e vigília, além de
proporcionar baixa luminosidade, melhora a mecânica respiratória, reforça o pa-
drão flexor e proporciona autorregulação e homeostase.
34
No primeiro ano de vida, as aquisições de habilidades motoras são de tama-
nha relevância, sendo a prematuridade considerada um fator de risco biológico
para o desenvolvimento dessas habilidades. Ao longo dos meses, as habilidades
aumentam de maneira progressiva, e assim ocorre a exploração da criança em
seu ambiente, fazendo com que elas interajam com o meio e desenvolvam novas
habilidades (BUENO; CASTRO; CHIQUETTI, 2014).
O ambiente domiciliar será uns dos primeiros contextos sociais que a criança
está inserida, por isso ele precisa ser estimulador, pois influencia diretamente no
desenvolvimento biológico, psicológico e social da criança enquanto indivíduo.
Os espaços existentes na casa podem favorecer a interação do bebê com o meio
externo sendo estimulador para seu desenvolvimento, como por exemplo, tipos
35
de revestimentos dos solos, escadas, desníveis, temperatura, iluminação, e a pre-
sença de brinquedos, pois o lúdico é uma via de acesso benéfica e estimuladora
(BUENO; CASTRO; CHIQUETTI, 2014).
36
profissionais. Entretanto, pode-se considerar que essa falta de ação, está relacio-
nada a insegurança que as mães demonstram no cuidado com o seu bebê, sendo
agravado quando essa criança é nascida pré-termo e quando as condições socio-
econômicas não são favoráveis (MOTA; SILVEIRA; PONTES, 2015).
37
familiar (PAULA et al., 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
38
REFERÊNCIAS
BOTELHO, M. S.; BOERY, R. N. S. O.; VILELA, A. B. A.; SANTOS, W. S. S.; PINTO, L. S.;
RIBEIRO, V. M.; MACHADO, J. C.; O cuidar materno diante do filho prematuro: um
estudo das representações sociais. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, SP, vol.46,
n.4, 2012.
39
de terapia intensiva neonatal. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, vol.31, n.3,
2019.
40
CAPÍTULO 3
INTRODUÇÃO
41
Sendo assim, as pesquisas voltadas para este campo, o começo da vida, pos-
suem grande relevância clínica, como também necessitam de investimento de po-
líticas públicas (MORAIS et al., 2016).
O começo da vida é uma fase essencial para a formação das bases funda-
mentais de constituição do desenvolvimento, reconhecendo-se a plasticidade ce-
rebral deste período, assim como sua condição de vulnerabilidade, que se torna
um campo vasto para a intervenção precoce, tanto nas ações preventivas como
nas reabilitadoras (FUNDAÇÃO MARIA CECÍLIA SOUTO VIDIGAL, 2013).
42
mento, mas qual é a posição atual dos bebês e das crianças pequenas em nossa
sociedade e como ocorrem suas relações com o meio, ação essencial para a cons-
tituição de vínculos e de promoção de desenvolvimento.
Para isto, a revisão de literatura ocorreu por meio de uma busca na base de
dados Scielo, considerando as palavras-chave: começo da vida, intervenção pre-
coce e intoxicação eletrônicas. Foram selecionados os textos e artigos que contri-
buíssem com a constituição teórica da temática apresentada. Ainda, foi realizada
uma busca geral a partir de autores e teorias clássicas do desenvolvimento, e
levantamento dos documentos oficiais a respeito do uso de eletrônicos e primeira
infância.
43
mento apresenta três tipos de estruturas: aquelas herdadas pela filogênese (total-
mente programadas), as estruturas parcialmente programadas (desenvolvimento
depende de construções sinápticas resultantes das interações com o meio) e as
estruturas em nada programadas (estruturas mentais específicas para o ato de
conhecer) (BALDWIN, 1973).
De acordo com PIAGET (1952, apud RELVAS, 2009, p.117), os estágios são
definidos como:
44
Sendo assim, esta teoria oferece subsídios para compreender o processo de
desenvolvimento da criança pequena, e como ocorre as interações que proporcio-
nam a aprendizagem, que podem ser afetadas pela intoxicação eletrônica.
É importante notar que nos bebês e nas crianças pequenas ocorrem rápidas
mudanças no desenvolvimento do sistema nervoso central. A densidade sináp-
tica aumenta de forma constante na região do córtex pré-frontal do nascimento
até o final da infância, e é seguida por eliminação ou podas sinápticas seletivas
(GLANTZ et al., 2007, p. 15, tradução nossa).
45
Nesse contexto, a modificação neuronal acontece por toda a vida, mais si-
napses são formadas, o que faz com que esse processo possibilite o aumento da
atividade funcional, o que acontece na primeira infância facilitando os potenciais
de transformação do cérebro infantil para adiante dos marcos fechados, dimi-
nuindo assim a possibilidade de ser excluído pela apoptose. As podas sinápticas
que ocorrem em torno de 3 e 4 anos, representam uma mudança nesta estrutura
de conexões neuronais, onde cerca de metade dos neurônios são reduzidos, em
comparação com o número de neurônios existentes no nascimento (PEISNER-
-FEINBERG et al., 2001).
46
todas sob a motivação para atingir o ponto final da sequência. Pode até, por fim
da infância, construir novas ações, nunca tentadas antes, para chegar a objetivos
de outra forma inatingíveis. Em certo sentido, pode experimentar outros novos
objetos, tentar um esquema depois outro, como se buscasse as potencialidades
comportamentais do objeto. Pode, espontânea e deliberadamente, variar suas
ações (BALDWUIN, 1973).
Apesar de todas essas aquisições, por volta de dois anos, a criança ainda
apresenta falta de esquemas conceituais que se correspondam a esses esquemas
comportamentais. Seu comportamento é muito concreto, apesar de sua adaptabi-
lidade, e essa concreticidade limita muito seriamente a amplitude do plano futuro
da sequência de ações.
47
A tecnologia associada ao mundo digital está modificando a forma que as
pessoas, sobretudo as crianças, experienciam o mundo, podendo, segundo a As-
sociação Brasileira de Pediatria (2016), gerar danos e prejuízos a saúde. Quando
os eletrônicos são utilizados precocemente e por um tempo prolongado, seja para
jogos, redes sociais, vídeos, aplicativos, entre outros, a criança pode apresentar
dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas (SOCIEDADE BRASI-
LEIRA DE PEDIATRIA, 2016).
1 Conjunto de técnicas utilizados por adultos nas redes sociais para atrair crianças ou adolescentes
2 Termo que designa troca de mensagens ou imagens com conotação sexual
48
subjetivamente tais experiências e as relações associadas a estas (JERUSALINSKI,
2017).
Paiva et al. (2015) afirmam que o uso sem controle dos eletrônicos afastam
a criança de suas ações cotidianas essenciais para desenvolver e se relacionar.
A tecnologia substitui gradualmente as atividades cotidianas, numa fase que a
experiência concreta e relacional é a principal ferramenta para a constituição do
sujeito. Essa intoxicação de informações gerados pela tecnologia pode gerar um
desequilíbrio dos estímulos necessários para o desenvolvimento, assim como ge-
rar outros desequilíbrios físicos, emocionais e psíquicos (PAIVA et al., 2015).
Reconhecendo, portanto, que os três primeiros anos de vida são críticos para
o desenvolvimento, e para que ocorra a aquisição das habilidades neuropsico-
motoras adequadas, assim como a formação das redes neurais, a criança precisa
passar pelas fases de modo a receber oportunidades de experienciar e integrar os
estímulos (PAIVA et al., 2015).
49
maturação neurológica, em conjunto com as vivências corpóreas, que a criança
pequena se forma como indivíduo e desenvolve seus múltiplos sistemas. Logo, a
experiência restrita a telas conectadas limita essa construção vivencial, havendo
prejuízos de constituição numa fase tão elementar para o desenvolvimento (PAIVA
et al., 2015; FERNANDES; EINSENSTEIN; SILVA, s/a).
» Falta de limites: quando a criança está em frente as telas não está quie-
50
ta por bom comportamento, mas sim distraída. A percepção de limites
inicia pela vivência corporal e é construída pelas relações afetivas que
estabelecem as relações de limites. Quando a criança é constantemente
“hipnotizada” pelos estímulos sensoriais, a mesma não está integrando
os componentes necessários para aprender os comportamentos sociais
esperados e integrar subjetivamente quais são os limites estabelecidos.
51
» Organização de rotina: levantar com a família como a rotina da criança
se estabelece e como a mesma realiza as atividades durante o dia. A
rotina é um importante elemento de incorporação da criança ao ritmo
da vida, possibilitar que a criança experiencie, com presença na ação e
com relação, qualificam o aprendizado e o desempenho da mesma nas
atividades. Ajudar a família a refletir a rotina e criar junto possibilidades
que a mesma se organize, sem a mediação dos eletrônicos, é funda-
mental para a diminuição do uso das telas como mediadora das ações
da criança.
52
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim a mediação desse estímulo se faz necessário, e para tanto é im-
portante o aprofundamento do tema a fim de popularizá-lo, sensibilizando assim
famílias e profissionais a intervir de forma adequada. Profissionais de intervenção
precoce, possuem papel fundamental para aproximar estas discussões às famílias
e promover ressignificação dos espaços vivenciais, favorecendo a melhor explora-
ção deste período e orientando quanto ao cuidado com uso excessivo de tecno-
logias, a partir das evidências do impacto negativo.
53
REFERÊNCIAS
JERUSALINSKI, J. Que rede nos sustenta no balanço da web? o sujeito na era das
relações virtuais. In: BAPTISTA, A., et al. (org.). Intoxicações eletrônicas: o sujeito
nas relações digitais. Salvador: Ágama, 2017.
54
KRAYBILL, J. H., & BELL, M.A. Infant predictiors of preschool and post-Kiindergar-
ten executive functions. Developmental Psychobiology, v. 55, n. 5, p. 530-538,
2013.
WILSON, A. D., GOLONKA, S. Embodied Cognition is Not What you Think it is.
Frontiers in Psychology, v.4, n.58, 2013.
55
CAPÍTULO 4
Milena Moschini
Lidiane Brunetto
Larissa de Souza Siqueira
Braz da Silva Ferraz Filho
INTRODUÇÃO
56
no país. Destas, 5.251 mil possuem até 2 anos de idade (CONSELHO NACIONAL
DE JUSTIÇA, 2017). Apesar das alterações propostas pelo ECA há quase 30 anos,
os abrigos ainda são apontados como ambientes mal preparados para garantir o
pleno desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) da população atendida. As ina-
dequações ressaltadas dizem respeito à precariedade de recursos humanos nos
estabelecimentos, à superlotação, ao espaço físico reduzido, ao ambiente pouco
estimulante e pobre em experiências para aquisição de autonomia e participação
social, à privação de contato íntimo com a família e à fragilidade de vínculos es-
tabelecidos com cuidadores, que são frequentemente substituídos (CHAVES et al.,
2013; LUVIZARO; GALHEIGO, 2011; SÁ; JURDI; PANCIERA, 2017).
Observando que uma parcela importante dos acolhidos no Brasil possui até
24 meses de idade, se faz necessário refletir a respeito do desenvolvimento na pri-
meira infância e suas potencialidades. O desenvolvimento infantil é um fenômeno
que se inicia no momento da concepção e perpetua-se de maneira intensa nos
primeiros anos de vida, compreendendo o crescimento físico, o amadurecimento
neurológico e a estruturação de habilidades cognitivas e emocionais (NASCIMEN-
TO; PIASSÃO, 2010). Depende não somente de fatores biológicos, mas principal-
mente, das relações estabelecidas com o meio ambiente, que se traduzem através
das experiências que o bebê desenvolve entre seu corpo e o espaço físico em que
está inserido e através das manifestações afetivas que estabelece em suas relações
sociais. Os fatores de risco para o desenvolvimento englobam, assim, questões
biológicas e também condições ambientais como: baixo nível socioeconômico,
violência, condições precárias de saúde e higiene e carência de afeto e estímulos
(MATOS; CAVALCANTE; COSTA, 2016; MORAES; CARVALHO; MAGALHÃES, 2017).
57
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
58
Título Ano de Autores Instrumento
publicação avaliativo
Avaliação de desenvolvimento de bebês em Peixe; Cunha; ASQ-3
acolhimento institucional com “ages and 2015 Gouveia
stages questionnaires”.
Análise do desenvolvimento motor em Dias; Pedroso; AIMS
crianças institucionalizadas na faixa etária de 2015 Santos
0 a 18 meses.
Efeitos de um programa de intervenção Danielli et al. AIMS
motora precoce no desenvolvimento de 2016
bebês em um abrigo residencial.
Análise do desenvolvimento motor e fatores Luiz; Bezerra AIMS
de risco para o atraso do desenvolvimento 2016
de crianças institucionalizadas de 0 a 18
meses de idade.
Nota. EBL: Escala Brunet-Lèzini; AIMS: Escala Motora Infantil de Alberta; EDCC: Escala de Observação
Interativa; ASQ-3: Ages and Stages Questionnaires Third Edition
Fonte: Autores, 2019.
60
» ESCALA DE DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA PRIMEIRA
INFÂNCIA BRUNET-LÈZINI - EBL
61
Quadro 2 – Caracterização psicossocial e resultados da avaliação da amostra com a EBL.
Criança Idade Sexo Tempo de Motivo de Classificação EBL
acolhimento acolhimento
Post OM Ling Social Global
Nota. M: meses; F: feminino; M: masculino; Post: Postural; OM: Coordenação Óculo-motriz; Ling:
Linguagem; NA: Normal Alto; NM: Normal Médio; NB: Normal Baixo (alerta para atraso); I: Inferior
(atraso); MI: Muito Inferior (atraso).
Fonte: NASCIMENTO; PIASSÃO, 2010.
62
faixas etárias - podem ser espontâneos ou estimulados. Os oito comportamentos
avaliados nesta amostra (axial espontâneo não comunicativo, axial espontâneo
comunicativo, axial estimulado não comunicativo, axial estimulado comunicativo,
apendicular espontâneo não comunicativo, apendicular espontâneo comunica-
tivo, apendicular estimulado não comunicativo e apendicular estimulado comu-
nicativo) são considerados quanto ao eixo (axial/tronco; apendicular/membros)
e quanto à interação comunicativa da criança com o seu meio (comunicativo ou
não comunicativo).
63
Quadro 3 – Caracterização psicossocial e resultados da aplicação da EDCC.
Criança Idade Tempo de Motivo de Mãe Doenças Classificação
acolhimento acolhimento usuária de prévias EDCC
drogas
C1 6M 6M Abandono Sim Sim AXEPC:
comportamento
de risco
C2 6M 2M Abandono Sim Sim AXETNC:
comportamento
de risco
C3 9M 2M Negligência Sim Sim APETC:
comportamento
em atraso
C4 6M 6M Abandono Sim Sim AXETC; APEPNC:
comportamento
de risco
Nota. M: meses; AXEPC: axial espontâneo comunicativo; AXETNC: axial estimulado não comunicativo;
AXETC: axial estimulado comunicativo; APEPNC: apendicular espontâneo não comunicativo; APETC:
apendicular estimulado comunicativo.
Fonte: LOPES; PEDROSO, 2013.
» ESCALA MOTORA INFANTIL DE ALBERTA - AIMS
64
AIMS em encontros com duração de 20 a 30 minutos, não sendo fornecidas infor-
mações a respeito de qual profissional aplicou a escala. Foram excluídas crianças
que estivessem doentes ou que já haviam passado por algum tipo de interven-
ção fisioterapêutica. Dados foram levantados dos prontuários dos acolhidos com
informações referentes à idade cronológica, idade gestacional, peso ao nascer,
Apgar no primeiro minuto e perímetro cefálico e torácico.
65
No que tange o diagnóstico social da amostra, os motivos de acolhimento
apontados foram “situação de risco” (6 lactentes), “negligência” (6 lactentes) e
“abandono” (5 lactentes). Os resultados da pesquisa com relação à escala indi-
caram desenvolvimento típico em 7 lactentes, suspeita de atraso em 2 lactentes
e atraso no desenvolvimento de 8 lactentes. A distribuição da classificação dos
percentis na AIMS por faixa etária está demonstrada no Gráfico 1.
66
Todos os bebês eram a termo, apenas um apresentou baixo peso ao nascer
e apenas uma genitora não fazia uso de substâncias psicoativas (SPA) durante a
gestação. A maior parte dos lactentes (80%) classificou-se abaixo do percentil 50,
permanecendo abaixo da média do grupo normativo. Da população avaliada,
40% das crianças estavam classificadas no percentil indicativo de atraso motor. De
acordo com as pontuações atingidas em cada posição avaliada, constatou-se que
as habilidades que apresentaram maiores déficits estavam associadas à postura
sentada e em pé.
67
serva aumento da prevalência de desordens psiquiátricas a médio e longo prazo,
sobretudo pela fragilidade dos laços afetivos e pela escassez de estímulos para a
ampliação das competências interativas destas crianças. Em sua revisão bibliográ-
fica, Moura e Amorim (2013) também salientaram a escassez de publicações que
se referem exclusivamente ao acolhimento de bebês (nenhum artigo foi encon-
trado na plataforma BVS-Psi), sendo necessário submeterem-se à busca em ferra-
mentas menos especializadas como o Google Acadêmico. Tal realidade também
foi verificada no presente estudo, que encontrou um grande número de pesquisas
abordando avaliação de crianças acima de 6 anos e de adolescentes em acolhi-
mento, mas apenas 7 publicações nacionais dentro da faixa etária estabelecida.
68
desempenho motor observado ter sido influenciado pelo prevalente histórico de
uso de drogas durante a gestação de sua amostra institucionalizada. Para Pajulo
et al. (2012), a exposição pré-natal às drogas pode atuar negativamente sobre o
cérebro dos lactentes, enquanto que para Reis et al. (2009) o baixo peso e extre-
mo baixo peso ao nascer possuem correlação com diagnósticos de suspeita ou
atrasos no DNPM.
69
CONSIDERAÇÕES FINAIS
70
REFERÊNCIAS
CRUZ, E. J. S.; DIAS, G. B.; PEDROSO, J. S. Estudo do “Ages and stages question-
naires” com cuidadores de crianças institucionalizadas. Psico-usf, v. 19, n. 3,
p.411-420, dez. 2014.
71
Pesquisa, v. 33, p.1-10, 2017.
OZKAN, M. et al. The socioeconomic and biological risck for developmental delay
in early childhood. European Journal of Pediatric, v. 171, n. 12, p. 1815-1821,
2012.
72
em crianças institucionalizadas na faixa etária de 0 a 18 meses. Fisioterapia Ser.,
v. 10, n. 2, p.64-67, 2015.
73
CAPÍTULO 5
INTRODUÇÃO
74
Os objetivos deste capítulo são apresentar avaliações padronizadas e o que cada
uma delas avalia e explanar sobre processos avaliativos mais completos através de
avaliações e entrevistas. Como há poucos estudos de revisão bibliográfica sobre
avaliações dos desenvolvimentos, entende-se a importância de expor e explorar
as mais diversas avaliações para compreender o desenvolvimento infantil.
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
75
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Para identificar quais são as avaliações mais utilizadas, foi realizada uma bus-
ca por artigos e capítulos de livros que tratassem de métodos e escalas de avalia-
ções, onde foram incluídos estudos que fossem revisões sistemáticas e comtem-
plassem avaliações. Certos artigos avaliavam somente escalas motoras e outros
contemplavam outras áreas do desenvolvimento. Foram aceitas avaliações citadas
na literatura após o ano de 2000, visto que existem poucos estudos falando acerca
deste assunto. Em alguns estudos eram discutidas as propriedades psicométricas,
normatização e validação para o Brasil, bem como a comparação entre elas.
» AVALIAÇÕES QUANTITATIVAS
76
o início da intervenção e das orientações aos responsáveis (RODRIGUES, 2012).
77
liação pode ser feita por observação direta ou questionamentos se possível ou
necessário, e leva de 10 a 20 minutos para ser aplicada (ARAÚJO; MAGALHÃES;
MOREIRA, 2018).
78
dor (Parte II – 20 atividades funcionais complexas podendo ser classificadas em
5 pontos entre independência até supervisão total); modificações no ambiente
doméstico (Parte III – 20 atividades funcionais complexas classificadas entre ne-
nhuma modificação até modificações extensivas). Autocuidado, mobilidade e fun-
ção social são os subitens de cada uma das partes. Para cada uma das partes há
um escore padronizado normativo e um escore padronizado contínuo (MANCINI,
2005). Há uma nova versão da PEDI-CAT na qual está passando pela fase de nor-
matização e validade para o Brasil (MANCINI et al., 2016).
Bayley Scales of Infant and Toddler Development, terceira edição - BAYLEY III
A Bayley Scales of Infant and Toddler Development (Bayley III) é composta por
5 domínios: cognição, comunicação (receptiva e expressiva), coordenação motora
(grossa e fina), social/emocional e comportamento adaptativo. Este método pode
ser utilizado na avaliação de crianças de 1 a 42 meses. O teste é feito a partir da
observação direta dos itens do teste. Ao final, de acordo com a pontuação obtida,
o desempenho da criança é classificado em extremamente baixo, limítrofe, médio
baixo, médio, superior ou muito superior para cara um dos domínios (MADASCHI
et al., 2016).
A Childhood Autism Rating Scale (CARS) pode ser utilizada para triagem e
diagnóstico de autismo e possui 15 itens os quais podem ser classificados do 1 ao
4 contando de 0,5, ou seja, em algum dos itens a nota pode ser 1,5 ou 2,5. Esses
itens englobam relações pessoais, imitação, uso do corpo e objetos, comunicação,
79
resposta emocional e a mudanças, respostas sensoriais, comunicação, nível de
atenção e resposta intelectual, além das impressões gerais. Os resultados podem
variar de 15-60 pontos onde 15-30 é considerado não autista, de 30-36 autista
leve-moderado e acima de 36 autista grave (PEREIRA; RIESGO; WAGNER, 2008).
O Test of Infance Motor Performace (TIMP) é uma avaliação motora que pode
ser realizada em crianças prematuras (nascidas a partir de 32 semanas) até os 4
meses de idade, tanto cronológica pra as crianças nascidas a termo e corrigida
para as que nasceram a pré-termo. A TIMP possui dois grupos de itens para ava-
liar controle postural e seletivo do movimento. Destes, 28 são para avaliar movi-
mentos espontâneos de cabeça, movimentos de membros e 31 de movimentos
elicitados que avaliam a reação espacial e a busca por sons e imagens (CAMPBELL
et al., 2002).
80
objetos; habilidade de agarrar coisas e integração visomotora. Os quatro primei-
ros compõem a avaliação de coordenação motora grossa e os dois últimos o de
coordenação motora fina. O resultado do quociente motor é dado pela soma das
escalas individuais e podem ser classificadas em: muito superior, superior, acima
da média, na média, abaixo da média, pobre e muito pobre (PROVOST et al., 2004).
Perfil Sensorial 2
81
Teste de Trilhas para pré-escolares - TT-PE
» AVALIAÇÃO QUALITATIVA
Essa abordagem é, por vezes, criticada, porém tais críticas se dão em torno
de sua aplicabilidade, pois por se tratar de um método mais subjetivo corre-se o
risco da realização de perguntas tendenciosas, variabilidade na interpretação dos
dados, além da falta de conhecimento sociológico e/ou contextual dos aplicado-
res. Também deve ser levado em conta um questionamento sobre a impossibilida-
de de generalização afetando sua reprodutibilidade (TAQUETTE; MINAYO, 2015).
82
CONSIDERAÇÕES FINAIS
83
REFERÊNCIAS
DUNN, W. Perfil Sensorial 2: manual do usuário (Ed. Trad.). São Paulo: Pearson
Clinical Brasil, 2017.
84
HAGE, S. R. V.; JOAQUIM, R. S. S.; CARVALHO, K. G.; PADOVANI, C. R.; GUERREIRO,
M. M. Diagnósticos de Crianças com Alteração Específicas de Linguagem por
Meio de Escalas de Desenvolvimento. Arq. Neuroposquiatr., v.66, n. 3a, p. 649-
653, 2004.
HALPERN, R.; GIUGLIANI, E. R. J.; VICTORA, C. G.; BARROS, F. C.; HORTA, B. L. Fato-
res de risco para suspeita de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor aos 12
meses de vida. Jornal da Pediatria, Rio de Janeiro, v. 76, n. 6, p. 421-428, nov./
dez. 2000.
MANCINI, M. C.; COSTER, W. J; AMARAL, M. F.; AVELAR, B. S.; FREITAS, R.; SAM-
PAIO, R. F... New version of the Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PE-
DI-CAT): translation, cultural adaptation to Brazil and analyses of psychometric
properties. Braz. J. Phys. Ther., São Carlos , v. 20, n. 6, p. 561-570, 2016.
85
AIMS, PEDI, GMFM e GMFCS. In: Fisioterapia em Neuropediatria, 1 ed., Curiti-
ba: Omnipax, 2011.
PEREIRA, A.; RIESGO, R. S.; WAGNER, M. B. Childhood autism: translation and va-
lidation of the Childhood Autism Rating Scale for use in Brazil. Jornal da Pedia-
tria, Rio de Janeiro, v. 84, n. 6, p. 487-494, nov./dez. 2008.
PROVOST, B.; HEIMERL, S.; MCCLAIN, C.; KIM, N.; LOPEZ, B. R.; KODITUWALLU, P.
Concurrent Validity of the Bayley Scales of Infant Developmental II Motor Scal
and the Peabody Developmental Motor Scales-2 in Children with Developmental
Delays. Pediatric Physical Therapy, v.16, n. 3, p. 149-156, 2004.
SILVA, N. D. S. H.; FILHO, F. L.; GAMA, M. E. A.; LAMY, Z. C.; PINHEIRO, A. L.; SILVA,
D. N. Instrumentos de Avaliação do Desenvolvimento Infantil de Recém-Nascidos
Prematuros. Rev. Bras. Cresc. e Desenv. Hum. v. 21, n. 1, p. 85-98, 2011.
86
TAQUETTE, S. R.; MINAYO, M. C. S.; RODRIGUES, A. O. Percepção de pesquisa-
dores médicos sobre metodologias qualitativas. Cad. Saúde Pública. Rio de
Janeiro, v. 31, n. 4, p. 1-11, abr., 2015.
87
CAPÍTULO 6
Claudia Bednarz
Luana Sarti Raab
Léia Gonçalves Gurgel
INTRODUÇÃO
88
Diante do exposto, o presente capítulo abordará a importância da interven-
ção precoce com enfoque na família e suas relações, responsabilidades e papéis.
Ainda, objetiva-se explorar, na literatura, o papel da família na intervenção pre-
coce e identificar a valorização e utilização das práticas centradas na família no
contexto brasileiro, gerando uma reflexão sobre as ações teórico práticas da IP em
contexto nacional.
Vale ressaltar que o termo “estimulação precoce” refletia a ideia de uma abor-
dagem eminentemente voltada para a criança, sendo uma atuação que acaba por
se limitar a estimulação de um determinado órgão, membro ou função deficitários
89
da criança, e não a sua totalidade. Desta forma, o conceito atual de Intervenção
Precoce reflete o novo paradigma ampliado de atuação (FERNANDES, 2016).
90
Alguns desafios, no entanto, são observados na prática atual da IP. A organi-
zação das ações em IP tende a fragmentar as ações, com dificuldade de garantir o
atendimento a todas as crianças que necessitam e dada sua variada direcionalida-
de de cuidado há a dificuldade em se executar serviços direcionados unicamente
a IP (MARINI; LOURENÇO; DELLA BARBA, 2018).
Ainda em 2016, foi lançado o projeto e Lei Nº5.767, que dispõe sobre o Esta-
tuto da Criança e do Adolescente, para garantir que crianças de zero a 3 anos seja
submetida a exames, a fim de diagnosticar agravos que comprometam seu desen-
volvimento neuropsicomotor, assegurando o direito a participar de programas de
estimulação precoce, sob os cuidados de uma equipe multidisciplinar, para aqui-
sição, desenvolvimento de habilidades e redução de sequelas (BRASIL, 2016b).
91
miofuncionais e como “trabalhar” com a criança no seu dia a dia; treino e mode-
lação de pais, com reforço de desempenhos; prescrição de intervenções clínicas
e descrição de procedimentos de exploração visual, motora e de deslocamento.
92
contexto familiar e a atuação em equipe aos poucos foram sendo incluídas no
processo de IP no decorrer das evoluções conceituais ao longo das décadas (FER-
NANDES, 2018).
Com o avanço dos estudos sobre a importância da IP, houve uma série de
transformações e as intervenções se tornaram mais amplas, multidisciplinares, e
a família e a comunidade passaram a ter papel importante. O processo passou a
levar em consideração os contextos naturais da criança para sua aprendizagem e
progresso (FERNANDES, 2018).
93
planos individualizados e implementar práticas que abordem as preocupações e
prioridades de cada uma. Simultaneamente, esta abordagem reforça a importân-
cia do funcionamento da família, de forma a promover o desenvolvimento das
suas competências, reconhecendo e aproveitando seus pontos fortes e capacida-
des (DEC, 2014).
94
promover o bem-estar da criança, pois quando a família recebe ajuda e participa
das decisões, consequentemente a parceria promove serviços mais satisfatórios.
95
encorajar e garantir apoio social. favorecendo o reconhecimento de sua participa-
ção no tratamento, através do sucesso das iniciativas e esforços diários, integrada
ao cotidiano leva a resultados mais efetivos. A falta de estimulação precoce em
determinados casos, ou o encaminhamento tardio, podem limitar o desenvolvi-
mento global da criança (BRASIL, 2016).
Meireles et al. (2017), por sua vez, realizou um estudo com 42 cuidadores de
crianças de 0 a 3 anos atendidas em um serviço de intervenção precoce no estado
da Paraíba e observou que as maiores dificuldades das famílias eram as condições
socioeconômicas e o acesso aos serviços de saúde que realizam os atendimentos.
Concluiu-se assim que as estratégias de intervenções necessitam serem adapta-
das as possibilidades das famílias e suas heterogeneidades.
96
estimulação precoce. Concluiu que o ambiente domiciliar é o primeiro em que
deve ocorrer a inclusão, destacando o apoio e acolhimento entre a criança e os
pais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
97
REFERÊNCIAS
99
FRANCO, V. Dimensões transdisciplinares do trabalho de equipe em intervenção
precoce. Interação em Psicologia, v. 11, n. 1, p. 113-121, 2007.
100
CAPÍTULO 7
INTRODUÇÃO
Este capítulo trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, visto que tal
método permite a inclusão da literatura teórica e empírica, estudos com diferentes
abordagens metodológicas, tanto quantitativa como qualitativa, favorecendo a
disponibilidade de fonte de conhecimento atualizada sobre o assunto podendo,
desta forma, ser transferido para a prática (POMPEO; ROSSI; GALVÃO, 2009).
102
ACRÔNIMO DE TORCHS
T – Toxoplasmose
R – Rubéola
C – Citomegalovírus (CMV)
S - Sífilis
As doenças que fazem parte deste complexo, são caracterizadas por serem
infecções com apresentação parecidas, e estarem associadas as infecções congê-
nitas. Ou seja, são infecções normalmente associadas a anormalidade já no de-
senvolvimento pré-natal. Algumas das sequelas relatas são: surdez, corioretinite,
hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, entre outros. Sendo assim, pode-se afir-
mar que quando não são diagnosticadas precocemente e devidamente tratadas
tais patologias enquadram-se como um problema de saúde pública (COSTA, 2019;
PAUMGARTTEN; DELGADO, 2016; CARDOSO et al., 2018; GONÇALVES et al., 2016).
103
» SÍFILIS
Ou seja, sífilis é uma doença curável causada pela bactéria Treponema Palli-
dum, que apresenta diferentes estágios, sendo eles: primária (ferida que pode ser
acompanhada de ínguas na região da virilha), secundária (pode ocorrer manchas
pelo corpo, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas), latente (é a fase assintomáti-
ca, com duração variável), e terciária (pode aparecer de dois a quarenta anos após
a infecção, com lesões cutâneas, ósseas, neurológicas, morte) (BRASIL, s/d).
Contudo, é possível a pessoa ter a doença e não saber, o que eleva a neces-
sidade em fazer o teste, e na extensão do tratamento às parcerias sexuais, com
vistas a romper a cadeia que alastra a infecção. O tratamento além de melhorar
a qualidade de vida dos infectados, pode impedir que as gestantes infectadas
transmitam a doença para o feto (transmissão vertical) reduzindo casos de Sífilis
Congênita (BRASIL, 2018; BRASIL, s/d).
104
» SÍFILIS CONGÊNITA
» CUIDADOS PERINATAIS
105
tando entre as principais causas de baixo peso, prematuridade, lesões cutâneas,
periostite ou osteíte ou osteocondrite (estudo radiológico com alterações), sofri-
mento respiratório, anemia, pseudoparalisia dos membros, convulsão, meningite,
mandíbula curta, arco palatino elevado, surdez neurológica, dificuldade de apren-
dizado, cegueira, entre outras (BRASIL, 2016a; SOUZA; BECK, 2019; AZEVEDO et
al., 2017).
INTERVENÇÃO PRECOCE
107
A sífilis congênita pode levar a complicações como a prematuridade, má-
-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e morte ao nascer (BRA-
SIL, 2016b). Essas podem levar a hospitalização que, de forma geral, acarretam
na vulnerabilidade da família e do bebê. A mãe e a família serão os mediadores
do desenvolvimento da criança, sendo de suma importância, a intervenção tera-
pêutica ocupacional visando oferecer espaços de cuidado para tal população. As
intervenções podem ser tanto em caráter individual, como em grupo (JOAQUIM;
SILVESTRINI; MARINI, 2014; PERUZZOLO; BARBOSA; SOUZA, 2018; SILVA; SILVA;
ROCHA, 2018).
» FONOAUDIOLOGIA - ATUAÇÃO
108
auricular e do CAE; hiperbilirrubinemia/exsangüíneo transfusão; história familiar
de perda auditiva; peso inferior a 1.500g; ventilação mecânica por mais de 5 dias;
síndromes associadas à perda auditiva condutiva ou neurossensorial; medicação
ototóxica, incluindo aminoglicosídeos usados por mais de 5 dias e diuréticos usa-
dos em combinação com os aminoglicosídeos (MAIA; SILVA; TAVARES, 2011).
109
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, ressalta-se que intervenção precoce, feita de maneira alinhada, vol-
tada para as famílias e paciente com profissionais capacitados nas áreas aponta-
das podem promover melhor desenvolvimento global.
110
REFERÊNCIAS
111
2017.
CARDOSO et al, Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de
2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil, Ciênc. saúde colet. V.23, n.2, fev. 2018.
CRUZ, T.A.R.; SILVA, F.C.; SANTOS, E.M.S. Perfil clínico, sociodemográfico e fun-
cional dos lactentes com microcefalia atendidos no setor de terapia ocupacional
de um centro especializado em reabilitação. 69 Reunião Anual da SBPC, UFMG.
Minas Gerais, 2017.
JOAQUIM RHVT, SILVESTRINI MS, MARINI BPR, Grupo de mães de bebês pre-
maturos hospitalizados: experiência de intervenção de Terapia Ocupacional no
contexto hospitalar. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 22, n. 1, p. 145-150,
2014.
112
MAIA, R. M., SILVA, M. A. M., TAVARES, P. M. B. Saúde auditiva dos recém-nasci-
dos: atuação da fonoaudiologia na estratégia saúde da família. Rev. CEFAC. São
Paulo, 2011.
113
CAPÍTULO 8
INTRODUÇÃO
114
conhecer ferramentas como o DSM-5 possibilita que terapeutas, pais e professo-
res estejam respaldados e possam se apropriar e questionar eventuais diagnósti-
cos incertos.
REFERENCIAL TEÓRICO
» METODOLOGIA APLICADA
Sendo assim, este capítulo foi criado baseado em uma revisão bibliográfica
realizada em seis passos. O fluxograma a seguir apresenta essas etapas seguindo
a ordem cronológica da realização da pesquisa (Figura 1).
115
Figura 1 - Etapas da pesquisa em ordem cronológica
116
A identificação do diagnóstico precoce torna-se fundamental, a fim de dar
início às intervenções em TEA. Quanto mais cedo inicia-se o tratamento, melhores
são as chances de desenvolvimento do indivíduo (VIEIRA; BALDIN, 2017). Além
disso, o diagnóstico é importante também para identificar taxas de prevalência,
planejar serviços de saúde, identificar grupos de pacientes para pesquisas básicas
e clínicas e documentar importantes informações sobre a saúde pública, como ta-
xas de morbidade e mortalidade. Dessa forma, o DSM-5 tem como objetivo servir
como um guia para o diagnóstico de diversos transtornos mentais, tornando o
processo diagnóstico mais confiável e padronizado (APA, 2014).
Zanon, Bakes e Bosa (2014) referem que apesar de o DSM-5 afirmar que as
primeiras manifestações do TEA podem ser identificadas a partir do 36º mês de
idade, dados empíricos demonstram que na maioria dos casos essas manifesta-
ções são notadas entre o 12º mês e 24º mês de idade. Afirma também que alguns
desvios e atrasos na aquisição de marcos de desenvolvimento podem ser identifi-
cados antes mesmo do primeiro ano de idade.
117
» SÍNTOMAS PRECOCES DE TEA RELACIONADOS AO DSM-5
O DSM-5 possui cinco critérios principais para diagnosticar uma pessoa com
transtorno do espectro do autismo. Os critérios são divididos por letras: A, B, C,
D e E, sendo que o critério A e o critério B são subdivididos por números, com
especificações e exemplos relacionados ao critério referente.
118
ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares.
B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades,
conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por
história prévia:
1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p.
ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia,
frases idiossincráticas).
2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões rituali-
zados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em
relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de
pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou
ingerir os mesmos alimentos diariamente).
3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco
(p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessi-
vamente circunscritos ou perseverativos).
4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por
aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura,
reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma
excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento).
C. Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvi-
mento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas
sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estraté-
gias aprendidas mais tarde na vida).
D. Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento so-
cial, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no pre-
sente.
E. Essas perturbações não são mais bem explicadas por deficiência intelectual
(transtorno do desenvolvimento intelectual) ou por atraso global do desenvol-
vimento. Deficiência intelectual ou transtorno do espectro autista costumam ser
comórbidos; para fazer o diagnóstico da comorbidade de transtorno do espectro
autista e deficiência intelectual, a comunicação social deve estar abaixo do espe-
rado para o nível geral do desenvolvimento (APA, 2014, p. 50).
119
Klin (2006) em 2006 (sete anos antes da publicação do DSM-5) já colocava que
pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo são marcadas por prejuízo na in-
teração social, alterações da comunicação e padrões limitados ou estereotipados
de comportamento e interesse, abordando todos os critérios diagnósticos.
Cabe destacar também que alguns artigos chamam atenção para caracte-
rísticas que se manifestam nos primeiros meses de vida e que muitas vezes não
são associadas ao TEA. Em um destes artigos intitulado como “Identificação dos
Primeiros Sintomas do Autismo pelos Pais”, as autoras vinculadas a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul afirmam a importância da observação de sinais,
como o atraso da aquisição de marcos do desenvolvimento motor. Para as auto-
ras, essa pode ser uma das primeiras manifestações do autismo, mas que muitas
vezes é entendida e identificada como um atraso de desenvolvimento psicomotor
(ZANON; BAKES; BOSA, 2014).
120
quadros de hipotonia observados em mais 50% da população estudada. Entre
outras coisas, a hipotonia pode levar a alterações da coluna vertebral, causando
escoliose na puberdade. Além disso, o artigo expõe estudos que chamam aten-
ção para a estruturação do esquema corporal, equilíbrio e lateralidade. Apresenta
também estudos que demonstram padrões de assimetria de movimento, reflexos
não inibidos na idade apropriada, ausência de reflexos apropriados para a idade,
atraso no desenvolvimento dos estágios de caminhar e posicionamento anormal
de marcha. A maioria destas características são manifestadas nos primeiros meses
de idade da criança.
Sendo assim, mesmo que o DSM-5 não aponte estas características como
critério diagnóstico, é imprescindível estar atento para o comportamento e desen-
volvimento motor de bebês, pois de acordo com a literatura encontrada, atrasos
nessa área podem caracterizar manifestações precoces do autismo.
121
CONSIDERAÇÕES FINAIS
122
REFERÊNCIAS
123
treinamento voltados à identificação de marcadores precoces do transtorno do
espectro do autismo (TEA). Trends Psychol., Ribeirão Preto, v.26, n. 3, julho /set.
2018.
124
CAPÍTULO 9
INTRODUÇÃO
125
um campo da ciência que cuida da comunicação humana e seu desenvolvimen-
to. Divide-se em algumas áreas de atuação, como por exemplo: voz, linguagem,
audição, motricidade oral, entre outros. Já por sua vez, a Terapia Ocupacional,
segundo o CREFITO 8 (2010), é uma área do conhecimento, voltada aos estudos,
à prevenção e ao tratamento de indivíduos que possuem alterações cognitivas,
afetivas, perceptivas e psicomotoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos,
traumáticos e/ou de doenças adquiridas, através da sistematização e utilização da
atividade humana como base de desenvolvimento de projetos terapêuticos espe-
cíficos, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade.
126
é que, ao menos na maioria das propostas de estimulação precoce, a criança é
quem gera, modifica, demanda e constrói suas experiencias de acordo com seus
interesses e necessidades.
REVISÃO INTEGRATIVA
127
Os artigos foram pesquisados partindo de seis descritores, “Terapia Ocu-
pacional e Fonoaudiologia”, “Estimulação precoce e Atividades de Vida Diária”,
“Atividade de Vida Diária”, “AVD”, “Terapia Ocupacional e AVD” e “Fonoaudiologia
e Atividades de Vida Diária”. Foram encontrados 36 artigos que se enquadraram
em nossos critérios de inclusão (LOPES, et al., 2016; MEDEIROS, et al., 2014; PE-
REIRA, et al., 2014; CORRÊA; SANTANA, 2014; COPPEDE et al., 2012; SILVEIRA;
TORKOMIAN; DA CRUZ, 2012; CAMARGOS et al., 2012; SEGAVA; CAVALCANTI,
2011; CRUZ et al., 2011; MARTINS; GONTIJO, 2011; PEREIRA et al., 2011; MURTA et
al., 2011; IKEHARA et al., 2010; BALTIERI et al., 2010; FORMIGA et al., 2010; MAZER;
DELLA BARBA, 2010; FREITAS; SÁ; MARTINS, 2010; TOLDRÁ; SOUTO, 2013; PELOSI;
SILVA; REIS, 2018; PERUZZOLO; BARBOSA; SOUZA, 2018; BARBOSA et al., 2018;
PAIXÃO et al., 2017; FERIGOLLO; KESSLER, 2017; PERUZZOLO et al., 2015; OLIVEIRA
et al., 2012; UTSUNOMIYA et al., 2012; PELOSI; NUNES, 2011; SOUZA et al., 2011;
MONTEIRO; MONTILHA, 2010; MARTINI et al., 2012; GIACONIM et al., 2018; OLI-
VEIRA et al., 2018; GEBRAEL; MARTINEZ, 2011; OLIVER, 2013; PEREIRA et al., 2011;
CRUZ; EMMEL, 2013).
128
Seguindo a tabulação desta pesquisa, foi possível elencar menções impor-
tantes para a validação da mesma.
129
Foi considerado importante, ainda, mensurar quantos, dos 36 artigos, iriam
mencionar o uso de dispositivos de adaptação para a prática das AVDs, sendo
eles dispositivos de tecnologia assistiva ou afins. Sendo encontrados apenas em
6 (16%) (LOPES et al., 2016; CORRÊA; SANTANA, 2014; SILVEIRA; TORKOMIAN; DA
CRUZ, 2012; PELOSI; NUNES, 2011; GEBRAEL; MARTINEZ, 2011; CRUZ; EMMEL,
2013).
Dentre esses, 3 citaram o uso de bengalas (LOPES et al., 2016; CRUZ; EMMEL,
2013; SILVEIRA; TORKOMIAN; DA CRUZ, 2012); 1 citou a disposição de móveis,
o fornecimento de pistas táteis, folheto com figuras sobre as técnicas (CORRÊA;
SANTANA, 2014); 1 trouxe a tecnologia assistiva, barras de apoio no banheiro, ca-
deira de banho e/ou bandeja, suporte de cabo alongado para bucha, copos recor-
tados e com alças, talheres engrossados ou flexíveis(CORRÊA; SANTANA, 2014).
Pode-se perceber que entre 2010 e 2012 foi realizada a maior indexação de
artigos a respeito do tema abordado neste trabalho, sendo o ano de 2011 o ano
com maior número de artigos: 9, 25% do total de artigos selecionado.
Quadro 3 – Delineamentos
Modalidade de produção científica Pesquisa de campo Relato de Revisão
experiência bibliográfica
Artigos encontrados 30 5 1
Fonte: autoras.
130
2012; SILVEIRA; TORKOMIAN; DA CRUZ, 2012; CAMARGOS et al., 2012; SEGAVA;
CAVALCANTI, 2011; CRUZ et al., 2011; MARTINS; GONTIJO, 2011; PEREIRA et al.,
2011; MURTA et al., 2011; IKEHARA et al., 2010; BALTIERI et al., 2010; FORMIGA,
et al., 2010; MAZER; DELLA BARBA, 2010; FREITAS; SÁ; MARTINS, 2010; PELOSI;
SILVA; REIS, 2018; BARBOSA et al., 2018; FERIGOLLO; KESSLER, 2017; OLIVEIRA et
al., 2012; PELOSI; NUNES, 2011; SOUZA et al., 2011; MONTEIRO; MONTILHA, 2010;
MARTINI et al., 2012; GIACONIM et al., 2018; GEBRAEL; MARTINEZ, 2011; OLIVER,
2013; PEREIRA et al., 2011; CRUZ; EMMEL, 2013; PAIXÃO et al., 2017), seguido de
relatos de experiência com 5 (13%) (TOLDRÁ; SOUTO, 2013; PERUZZOLO; BARBO-
SA; SOUZA, 2018; PERUZZOLO et al., 2015; UTSUNOMIYA et al., 2012; OLIVEIRA et
al., 2018), e apenas 1 artigo de revisão bibliográfica (3%) (OLIVER, 2013).
Fonte: autoras.
Partindo das 9 AVDs anteriormente citada neste texto, apenas uma, atividade
sexual, não foi citada em nenhum dos artigos selecionados. A AVD mais citada
foi higiene pessoal em 9 (25%) (SILVEIRA; TORKOMIAN; DA CRUZ, 2012; MAR-
TINS; GONTIJO, 2011; PEREIRA et al., 2011; FREITAS; SÁ; MARTINS, 2010; TOLDRÁ;
SOUTO, 2013; GIACONIM et al., 2018; GEBRAEL; MARTINEZ, 2011; OLIVER, 2013;
PEREIRA et al., 2011), seguido de vestir-se em 8 (22%) (CORRÊA; SANTANA, 2014;
PEREIRA et al., 2011; MAZER; DELLA BARBA, 2010; FREITAS; SÁ; MARTINS, 2010;
SILVEIRA; TORKOMIAN; DA CRUZ, 2012; GEBRAEL; MARTINEZ, 2011; OLIVER, 2013;
PEREIRA et al., 2011).
131
APRENDIZAGEM NA PRIMEIRA INFÂNCIA
132
à diferentes épocas e culturas, e estão intimamente relacionadas à sobrevivência e
automanutenção de pessoas e grupos: são as Atividades de Vida Diária (VASCON-
CELOS; CAVALCANTE, 2013). Para Rogers e Holm (1994), as AVDs são atividades
orientadas para o cuidado do indivíduo com seu próprio corpo, fundamentais
para viver no mundo social, permitem a sobrevivência básica e o bem-estar. São
também chamadas de ABVD - Atividades Básicas de Vida Diária - e APVD - Ativi-
dades Pessoais de Vida Diária.
Como descrito pela AOTA (2008), as AVDs podem ser compreendidas pelas
seguintes atividades: 1) banho e tomar banho no chuveiro - obter e usar utensílios,
ensaboar, enxaguar e secar as partes do corpo, manter-se na posição do banho,
transferência de e para posições do banho; 2) usar vaso sanitário e realizar higiene
íntima - obter e usar utensílios, cuidado com roupas, manutenção e transferência
no vaso; 3) vestir-se - selecionar roupas e acessórios de acordo com hora do dia,
clima e ocasião, retirar, vestir e despir, fazer ajustes e colocar e retirar dispositivos
pessoais; 4) comer/deglutir - manter e manipular alimentos e líquidos na boca, e
engolir; 5) alimentar-se - colocar, arranjar e trazer a comida ou líquido à boca; 6)
mobilidade funcional - mover-se de um lugar à outro, incluindo o transporte de
objetos; 7) cuidado com equipamentos pessoais - usar, limpar e manter objetos
de cuidado pessoal; 8) higiene pessoal - obter e usar utensílios de cuidado com
o corpo, pêlos, unhas, dentes; 9) atividade sexual - envolver-se em atividades que
proporcionam satisfação sexual.
133
práxis, coordenação motora fina, destreza, controle motor oral; b) integração cog-
nitiva e componentes cognitivos: que é a capacidade de usar funções cerebrais su-
periores, envolvendo as funções executivas, a aprendizado e operações espaciais;
c) habilidades psicossociais e componentes psicológicos: capacidade de interagir
em sociedade e de processar emoções, envolvendo valores, interesses, autocon-
ceito, conduta social, habilidade interpessoais e autoexpressão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
134
Mesmo com a escassez de material e pesquisa, sabe-se, que não somente as
duas áreas Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, mas sim uma equipe multidis-
ciplinar pode montar um programa de intervenção precoce, ou seja, atender um
individuo desde os seus primeiros meses de vida, até a idade adulta, de maneira
abrangente para a obtenção dos objetivos em sua própria vida cotidiana.
135
REFERÊNCIAS
136
CREFITO 8. Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8°
Região Paraná. 2010. Disponível em: https://www.crefito8.gov.br/pr/index.php/
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namento Psicomotor: estudo de caso único. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v.
26, n. 2, p. 409-421, 2018.
140
CAPÍTULO 10
Fernanda Zelinski
Lisandra Emy Taketa dos Santos Lima
Regis Nepomuceno Peixoto
INTRODUÇÃO
141
pessoal dos autores. Bem como objetiva elucidar as possibilidades de intervenção
do terapeuta ocupacional em disfunções da escrita e na estimulação de seus pré-
-requisitos desde a primeira infância.
142
Outras ideias apresentadas por Pollo, Treiman e Kessler (2015) dizem, dentro
de uma perspectiva estatística, que as crianças em sociedades letradas apresen-
tam muitos conhecimentos sobre a escrita, até antes mesmo de compreenderem a
representação das letras como fonemas. Desta forma, as propriedades estatísticas
das palavras, ou seja, a sua frequência, podem influenciar a escrita das crianças.
143
Segundo Ardengue et al. (2019), essas capacidades de estabilização, loco-
moção e manipulação, possibilitam o equilíbrio, a manutenção de posturas, a
capacidade de executar diferentes movimentos voluntários e de utilizar objetos,
como por exemplo lápis ou caneta. Além disso, a revisão realizada pelos auto-
res demonstra que as competências motoras, divididas em coordenação motora
grossa e fina, permitirão a execução precisa de tarefas que exigem grande aptidão
e destreza motora.
Em torno dos quatro meses de idade já existem ajustes mais aguçados dos
olhos e das mãos, ainda que os movimentos não sejam tão fluidos e envolvam
principalmente ombros e cotovelos (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013). Para
Meyerhof (1994) nessa etapa acontece o primeiro período da preensão, mais co-
nhecida como preensão de cúbito palmar, realizada pela primeira falange do dedo
mínimo e a eminência hipotenar, de maneira fraca e de curta duração e em distân-
cia fixa, pois, o cotovelo não é funcional para o alcance, mas possibilita a transfe-
rência do peso para o antebraço.
144
Segundo Melo (2006), ao dominar a postura sentada a criança coordena in-
formações sensório-motoras (visual e somatossensorial) e o domínio da cintura
pélvica revela-se determinante para o controle de qualquer postura, sustentando
cabeça, tronco e membros para se manter na vertical. No sétimo mês esse refina-
mento é perceptível, apresentando movimento da palma e dos dedos de maneira
coordenada para o terceiro período da preensão, a rádio palmar. O polegar entra
em ação efetiva pela primeira vez, aduzindo em direção ao indicador para realizar
o movimento de pinça inferior ou em chave (MEYERHOF, 1994; DEMATTEO et al.,
1992).
Tais hipóteses não se excluem entre si, e é sabido que crianças com dificul-
dades motoras têm maiores dificuldades de aprendizagem sugerindo que a oferta
de atividades psicomotoras pode favorecer a motricidade fina, o equilíbrio, o es-
quema corporal e a organização espacial (SMITS-ENGELSMAN et al., 2003). Nesse
sentido, Côrrea, Machado e Hage (2018) relatam a inegável importância do ato
145
motor com o ato gráfico, afirmando que a aquisição da escrita manual depende
da coordenação de habilidades visomotoras com planejamento motor global, a
cognição e a percepção sensorial.
Ainda assim, existe uma alta prevalência de pessoas que não utilizam preen-
sões maduras, o que pode resultar em problemas osteomusculares pelo desequi-
líbrio das musculaturas do membro superior (SIME et al., 2014).
146
INSTRUMENTOS – AVALIAÇÕES E TESTES
De acordo com León et al. (2016), a criança necessita dominar diversas ha-
bilidades para a escrita, que envolvem desde o reconhecimento da letra, até a
produção de seu traçado. Assim, o profissional que avalia a escrita deve dispor de
instrumentos para avaliação de componentes distintos envolvidos na atividade,
como ortografia, grafia e produção textual.
Knijnik et al. (2014) e Giacomoni et al. (2015) trazem em seus estudos o sub-
teste de Escrita, o qual faz parte do instrumento psicopedagógico Teste de De-
sempenho Escolar (TDE). Este avalia amplamente a aprendizagem, sendo validado
e normatizado para a população brasileira e afere, além da habilidade de escrita,
as habilidades de leitura e aritmética. O subteste avalia, através do ditado de pa-
lavras, os aspectos da escrita, tais como ortografia e conversão fonema-grafema,
possibilitando o reconhecimento de prováveis dificuldades de aprendizagem na
linguagem escrita.
147
Suehiro (2008), em seu estudo, buscou verificar o desempenho de instrumen-
to vinculado à análise do desenvolvimento percepto-motor, relatando, também,
que demais estudos mostram a possibilidade de contribuição dos problemas no
processamento percepto-visual e no desenvolvimento perceptual nas dificuldades
de escrita e leitura. Em seu estudo, menciona o Teste Gestáltico Visomotor de
Bender e a Escala de Avaliação de Escrita, sendo o primeiro envolvendo cópia de
figuras e o segundo a escrita através do ditado de palavras.
Como citado por León et al. (2016), a única avaliação encontrada que avalia
aspectos da grafia da escrita é a proposta por Lorenzini (1993), Escala para detec-
tar Disgrafia baseada na Escala Ajuriaguera. A disgrafia apresenta-se como altera-
ção da escrita em termos de legibilidade, analisando as características das escritas
disgráficas mediante a pontuação em diferentes componentes (LORENZINI, 1993).
148
INTERVENÇÕES DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM DISFUNÇÕES DA
ESCRITA
Case-Smith (2002) relata que quando a escrita é ineficiente, como por exem-
plo ilegível, existe uma tendência a atribuir o baixo desempenho à falta de esforço
do aluno, no entanto a criança com disfunção da escrita necessita se concentrar
ainda mais no formato das letras e na construção das frases, o que consequente-
mente diminui sua atenção nas orientações dos professores.
149
repetição, feedback, e reforços com diferentes técnicas (modelos, traçados, copias,
ditados, entre outros) (PETERSON; NELSON, 2003).
150
com esse tipo de deficiência, tornando o processo de alfabetização pela escrita
dificultado, se não houver a adaptação dos materiais para essa atividade.
Para uma criança que é capaz de segurar o lápis e escrever seu nome ou
outra palavra, mas com lentidão, o professor pode oferecer mais tempo para que
a criança realize as atividades, sem necessariamente introduzir recurso alternativo.
Já para a criança que não é capaz de copiar atividades do quadro ou responder
a provas no mesmo tempo que seus colegas, alguns recursos como gravadores
e uso de papel carbono para cópia de atividades feitas por um colega poderão
auxiliar (PELOSI, 2005; PELOSI; NUNES, 2011; DE PAULA; BALEOTTI, 2011).
151
CONSIDERAÇÕES FINAIS
152
REFERÊNCIAS
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157
CAPÍTULO 11
INTRODUÇÃO
A INTERVENÇÃO PRECOCE
158
mento, é fundamental intervir na primeira infância para amenizar ou sanar os atra-
sos e/ou promover o desenvolvimento de habilidades adaptativas (OMS, 2012;
FERNANDES et al., 2016).
159
dades do sujeito e seu entorno para definir qual recurso melhor corresponde à
sua condição e suas necessidades, já que os recursos são múltiplos e o objetivo
será promover o desenvolvimento, autonomia e participação social, em especial,
quando notadamente há impedimentos ou dificuldades no desenvolvimento de
fala e/ou sua compreensão.
160
A CAA atua como facilitadora do desenvolvimento cognitivo da criança, da
comunicação, da autonomia e favorece suas relações interpessoais e aprendiza-
gem (BONOTTO, 2016). Por isso, é importante destacar para pais, cuidadores e ou-
tros profissionais que atuam junto à criança que a introdução precoce de recursos
de CAA não diminuirá as possibilidades de ganhos na sua fala, mas sim apoiar
na sua organização nos ambientes familiares, sociais e escolares e também pode
auxiliar em ganhos na oralidade, e no entendimento da leitura e escrita (CESA;
MOTA, 2015) quando chegarem à idade escolar.
Terapia Ocupacional tem por definição ser uma arte e a ciência de ajudar
as pessoas desempenharem atividades cotidianas que sejam significativas para
sua saúde e bem-estar, através da participação em ocupações (CREPEAU; SCHELL;
COHN, 2011). É importante ressaltar que a atuação do terapeuta ocupacional con-
sidera o sujeito em sua totalidade, ou seja, é uma prática centrada no cliente e nas
ocupações que sejam significativas para ele.
161
» ASPECTOS PRÁTICOS PARA O USO DA CAA
162
referente à CAA que melhor se encaixe e proporcione maior autonomia e partici-
pação da criança com os seus pares e todos aqueles com quem cotidianamente
se relaciona. Infelizmente, até o momento, depara-se com a ausência de materiais
oficialmente definidos por agentes públicos em português que possam direcionar
de modo mais prático e detalhado a implementação de CAA.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
163
REFERÊNCIAS
164
vida. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade São Paulo, v.28, n. 1, p.
54-62, jan./abr. 2017.
165
recursos de Comunicação Alternativa no ambiente hospitalar. Cadernos de Tera-
pia Ocupacional UFSCar, São Carlos, v. 25, n. 1, p. 215-222, 2017.
166
CAPÍTULO 12
INTRODUÇÃO
167
Dessa maneira, é possível oferecer a criança oportunidades de experimen-
tação das etapas de um desenvolvimento motor adequado, a partir de técnicas
motoras e sensoriais específicas, realizando também orientações aos pais como
forma de manter os estímulos e reforçar o vínculo familiar (ALMEIDA, 2006; FOR-
MIGA et al., 2016).
168
PREMATURIDADE E DESENVOLVIMENTO MOTOR
Alguns autores afirmam que, quanto menor a idade gestacional, maiores são
as chances do pré-termo vir a apresentar riscos para atraso do desenvolvimen-
169
to neuropsicomotor. Esta predisposição se dá em função de os prematuros não
seguirem a mesma cronologia para aquisição dos marcos motores das crianças
a termo. Portanto, se faz necessária à correção da idade do prematuro à idade
cronológica, para assim se ter a sua correspondência na faixa de aquisição dos
marcos motores (FRANCO et al., 2012; FORMIGA et al., 2016). A idade cronológica
será aquela onde a idade gestacional será subtraída de 40, a representatividade de
uma gestação a termo, em semanas, segundo a fórmula (RUGOLO, 2005):
Legenda:
Idade Corrigida: IC
Idade Gestacional: IG
170
presentes durante os meses do desenvolvimento da criança. Eles são habilidades
que se apresentam como atitudes motoras, surgindo com a cronologia do desen-
volvimento a partir da maturação e mielinização do sistema nervoso. Existem mar-
cos específicos para os meses correspondentes ao primeiro ano de vida, tais como
sustentação cervical no terceiro mês, sentar sem apoio ao sexto mês, engatinhar
por volta do oitavo mês, bipedestação no décimo e deambulação independente
ao final do décimo segundo mês de vida. Tais marcos seguem uma cronologia que
uma criança prematura, por imaturidade de órgãos e sistemas, pode não acom-
panhar, e neste sentido intervir precocemente se faz necessário para diminuir as
chances de atraso neuromotor destas crianças (ALMEIDA, 2004; FORMIGA et al.,
2016; SEGURA et al., 2010).
171
Quadro 01: Indicativos do desenvolvimento motor por faixa etária:
- 1º mês: a criança apresenta hipertonia fisiológica com membros flexionados, ausência de equilíbrio
cervical, tronco hipotônico, sem alcance da linha média, além de reflexo de preensão palmar e reflexo
de Moro presente.
- 2º mês: apresenta postura assimétrica em resposta ao reflexo tônico cervical assimétrico, tem
movimentação espontânea de abertura e fechamento das mãos, e acompanha objetos e face humana
até a linha média.
- 3º mês: equilíbrio cervical instituído ao final do mês, posicionamento da cabeça em linha média
e rotação em acompanhamento de objetos a sua frente. Na posição prona já descarrega peso
em antebraços, elevando cabeça e tronco em linha média. Ao ser colocado em sedestação e na
permanência da mesma, ainda pode haver oscilação da cabeça.
- 4º mês: Alterna movimentos de flexão e extensão dos membros, e já une as mãos na linha média.
Contato visual mais ativo o que contribui para sua melhor orientação no espaço. Em posição supina,
alcança os joelhos e já rola para decúbito lateral. Em prono, mantém o apoio das mãos com o cotovelo
estendido, durante a extensão de troco. Início da reação de Landau.
- 5º mês: Em posição supina já é capaz de levar o pé à boca, elevar o quadril e se arrastar para trás.
Em pronação, desloca peso do corpo para um dos antebraços e alcança objetos com outro membro
superior, há início de rolar sem dissociação e sentar com apoio
- 6º mês: Ao final do mês já se espera domínio do rolar para ambos os lados, e quando em pronação
suporta peso em uma das mãos liberando a outra para alcance de objetos, e início do arrastar. Auxilia a
sedestação elevando efetivamente a cabeça do apoio e tracionando os membros superiores. Mantém
a postura sentada com apoio, ainda com cifose lombar por imaturidade muscular, e realiza apoio
anterior como reação de proteção, mas sem domínio de reações laterais.
- 7º mês: Otimização da postura sentada, com retificação do tronco, por melhor desenvolvimento
muscular de tronco e pelve, brinca em decúbito lateral e senta sem apoio.
- 8º mês: Já não tolera a posição supina por muito tempo, já rolando ou puxa-se para sedestação. Com
aquisição rotacional, facilmente transfere-se de posturas em sedestação (em anel, sentar de lado e
entre os calcanhares), para postura de quatro apoios e ajoelhado, com reações de equilíbrio (anterior
e laterais) presente.
- 9º mês: Apresenta postura de quatro apoios, com transferência de peso e balanceio para frente e trás,
favorecendo equilíbrio e força muscular para o engatinhar, inicialmente em bloco. Início do ajoelhado
e bipedestação com apoio.
- 10º mês: Ao concluir o 10º mês, a criança já é capaz de realizar várias mudanças de decúbito como
posição de quatro apoios, para ajoelhado, semi-ajoelhado e bipedestação. Início do deslocar em
“posição de urso”, e em sedestação adquire extensão protetora posterior e roda em círculos.
- 11º mês: Aquisição da bipedestação, primeiramente com marcha lateral e início da liberação de uma
das mãos em ortostatismo. Posteriormente tem aquisição de marcha para frente com apoio anterior
(cadeira ou banco), para depois marcha com auxílio da mão de um adulto.
- 12º mês: Transfere-se da posição de sedestação para ortostática, início da bipedestação sem apoio e
primeiros passos independentes. Sua marcha, de passos curtos, acelerados e com déficit de equilíbrio,
tem base alargada, abdução de membros superiores, e fixação do tronco superior.
172
Intervir precocemente é o ato que se baseia em uma tríade recíproca, cons-
tituída de paciente/criança, sua família, e equipe multiprofissional (Médico, Fisio-
terapeuta, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, Psicólogo, Nutricionista). Nos
pilares da intervenção precoce a criança irá ser assistida, por uma equipe mul-
tiprofissional, onde a família deve participar ativamente, sendo orientada a dar
continuidade ao tratamento em domicílio, em ambiente apropriado, pois muitas
vezes este é o local onde a criança passa a maior parte do seu tempo (DARRAH;
PIPER; WATT, 1998; SACCANI et al., 2010; LOVEJOY, 2019).
173
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO NEURODESENVOLVIMENTO
DE PREMATUTOS
174
seguem a mesma cronologia de crianças à termo. A abordagem com treino de ha-
bilidades, corrigindo erros e favorecendo acertos, correspondem à aprendizagem
motora. Já a utilização de variados recursos, com materiais de diferentes cores,
tamanhos, texturas, e sons, consistem na estimulação sensorial (FORMIGA et al.,
2016; LOVEJOY, 2019).
Tal atuação também é representada nos estudos de Almeida (2005) que in-
vestigou a influência de um programa de intervenção motora em crianças em seu
terceiro trimestre de vida. Nele demonstrou que a estimulação sensório-motora,
quando utilizada em um grupo interventivo obteve mudanças positivas no com-
portamento motor em relação ao seu grupo controle.
175
CONSIDERAÇÕES FINAIS
176
REFERÊNCIAS
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FRANCO, V. et al. Problemas no desenvolvimento infantil e intervenção precoce.
Educar em Revista, Curitiba, n.43, p.49-64, jan./mar. 2012.
178
CAPÍTULO 13
INTRODUÇÃO
179
A Intervenção Precoce (IP), é considerada uma medida de suporte de fun-
damental importância, potencializando o desenvolvimento neuropsicomotor de
crianças em risco ou com comorbidades já instaladas. As terapias que compõem a
IP oferecem novas experiências ao bebê e a família, e podem promover melhoras
significativas, além de proporcionar maior qualidade de vida aos envolvidos (VAS-
CONCELOS et al., 2019). Os programas de IP ocorrem durante os primeiros anos
de vida da criança, período de grande atividade de plasticidade cerebral, com
desenvolvimento acelerado das sinapses, criando a base de funções cognitivas,
motoras, emocionais e sociais, sendo indispensável a intervenção multidisciplinar
voltada as demandas da criança (SILVA, 2016; CUNHA; BENEVIDES, 2012; WILLRI-
CH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).
180
ESTUDOS PUBLICADOS SOBRE CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITO
181
Auditory steady Daniela Polo Relatar o caso clinico Conclui-se que os 3 exames
state response in C. Silva; Priscila de uma criança com auditivos aplicados no caso
hearing assessment Suman Lopez; Jair diagnóstico de CMV clinico são importantes e devem
in infants with Cortez congênito durante o ser realizados sequencialmente.
cytomegalovirus. Montovani, 2013. pré-natal e a avaliação Estes métodos de avaliação
auditiva utilizando 3 norteiam o risco potencial de
métodos. surdez e desordem motora que
algumas crianças prematuras
e diagnosticadas com CMV
congênito venham a apresentar,
e também ajudam a estabelecer
uma conduta terapêutica mais
assertiva.
Prevalencia de sífilis Fernando Saab; Demarcar a prevalência Constatou que o número de
en mujeres Carlos Tomaz, de infecção por sífilis e móvitos em gestantes foi alto
gestantes atendidas 2016. a ocorrência de móvitos na maioria dos municípios. O
por el Programa em gestante no estado predomínio de sífilis gestacional
de Protección a la de Sergipe, no Brasil, foi maior que o preconizado
Gestante (PPG) y por idade e distribuição pela Organização Mundial de
reporte de aborto espacial. Saúde (OMS). O programa de
en el Estado de PPG, continua afirmando que
Sergipe, Brasil a sífilis ainda é um grande
problema que afeta a saúde das
mulheres durante a gravidez
e estas mulheres apresentam
maior frequência de abortos.
The prevalence Clarissa Schreiner Apontar o predomínio A prevalência de infecção
of congenital Miura; Ernani de infecção congênita congênita por CMV, não
cytomegalovirus Miura; Alice Beatriz por CMV em recém- foi considerada alta, e sim
infection in newborn Mombach; Marisa nascidos internados semelhante a prevalência
infants at an Chesky, 2006. na unidade de terapia encontrada em outros estudos
intensive care unit in intensiva neonatal de efetivados. O estudo foi
a public hospital um hospital público em realizado com 145 recém-
Porto Alegre, no Brasil. nascidos do sexo masculino
e 105 femininos. Apenas 2
destes apresentaram resultados
positivos na PRC para CMV
na urina. Mesmo com
índices relativamente baixos
expressos pelo estudo, se
mostra relevante o diagnóstico
precoce e a orientação aos
familiares e a equipe de
profissionais, assegurando
um desenvolvimento mais
adequado a estas crianças.
182
Infección congénita Mário Moraes et Estudar o uso do Conclui-se que o tratamento
por citomegalovirus. al., 2013. Valganciclovir, um pro- farmacológico é indicado aos
Primer reporte fármaco do Ganciclovir, recém-nascidos sintomáticos,
nacional de por via oral, em dois principalmente nos seus
tratamiento con recém-nascidos. primeiros 30 dias de vida. O uso
valganciclovir vía apresentou uma diminuição do
oral en recién atraso de desenvolvimento de 6
nacidos a 12 meses de vida, diferente dos
bebês não tratados. O maior
benefício do medicamento é a
redução da deficiência auditiva.
Porém, mesmo com respostas
positivas diante o uso do
fármaco, deve-se ter cautela
com a prescrição e indicação,
visto que uns dos seus efeitos
adversos é a anemia.
Cardiomiopatía por Rommel Omar; Estudar o uso do Os sintomas cardíacos no
citomegalovirus en Lacunza Paredes; Valganciclovir, um pro- feto infectado por CMV,
el feto. Reporte de Isabel Zumalave fármaco do Ganciclovir, são transitórios, devido a
un caso Grados, 2019. por via oral, em dois capacidade dos tecidos afetados
recém-nascidos. se regenerarem. Estes sintomas
Relatar um caso clinico não são incomuns, mas há
com cardiomiopatia poucos estudos na literatura.
fetal causada pela Portanto a avaliação do feto
infecção CMV, e o uso com suspeita de infecção por
do Ultrassom (US) Fetal. CMV com US é importante.
Sendo que a cardiomiopatia
pode estar relacionada a outros
sinais e sintomas que venham
apresentar no bebê.
Infección congénita Carlos Eduardo Relatar sobre o Os recém-nascidos foram
por citomegalovirus: Fonseca-Becerra; diagnóstico e o medicados com fármacos e
presentación de tres Gina María Rivera- tratamento durante o orientados a terapia integral,
casos y revisión de Tovar, 2012. pré-natal de 3 recém- porém o artigo não especifica
la literatura nascidos com CMV, qual. Com isso conclui-se que
demonstrando que para um melhor prognóstico, a
esta é umas das causas triagem de CMV, deve ser feita
mais frequentes de em mulheres de alto risco, e em
infecção perinatal, com recém-nascidos fazer a cultura
sequela de surdez e viral, visto com padrão ouro
comprometimento para detecção.
no desenvolvimento
neuropsicomotor.
Diagnóstico de la Angélica L. Demonstrar a presença O estudo GSS permite que o
infección congénita Distéfano et al., do CMV congênito resultado seja rápido, sendo
por citomegalovirus 2008 em amostras de importante ao diagnosticar
en muestras de sangue e comparar casos de surdez. Esta nova
sangre seca de os resultados obtidos, técnica visa a possiblidade de
recién nacidos com as amostras de diferenciar a infecção congênita
en la tarjeta de urina coletadas dos da perinatal, em uma idade
Guthrie. Una técnica pacientes. em que, as outras análises não
promisoria apresentam resultados tão
bem-sucedidos.
Fonte: autoras.
183
Dos 11 estudos analisados 8 tratavam do CMV Congênito, abordando a pa-
tologia de forma geral e em diferentes aspectos, como rastreio e diagnóstico pre-
coce, soroprevalência, questões cardiovasculares, auditivas, medicações utilizadas
para o tratamento, além de alterações neurológicas comumente provocadas pela
infecção. Apesar de alguns artigos citarem o diagnóstico precoce e alterações a
nível neurológico geradas pelo CMV, nenhum deles trata sobre os atendimentos
da equipe de reabilitação, mesmo sendo imprescindível para garantia de um me-
lhor prognóstico e qualidade de vida aos sujeitos acometidos.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
185
INTERVENÇÃO PRECOCE NO CITOMEGALOVÍRUS CONGÊNITO:
Fisioterapia e Terapia Ocupacional
186
na criança, e por este motivo tem um papel importante na reabilitação (MONTEI-
RO et al., 2015). A Terapia Ocupacional possui olhar voltado para a funcionalidade
do indivíduo, possibilitando a participação e inserção em ocupações e atividades
significativas, nos diferentes contextos em que se relaciona ou possui interesse em
se relacionar (AOTA, 2015).
188
CONSIDERAÇÕES FINAIS
189
REFERÊNCIAS
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tamiento posneonatal prolongado con valganciclovir. Revista chilena de obste-
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194
SOBRE OS AUTORES
195
Fernanda Percegona Vargas Hornhardt - Terapeuta Ocupacional, aluna do curso
de Pós-graduação em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce
Lisandra Emy Taketa dos Santos Lima - Terapeuta Ocupacional, aluna do curso
de Pós-graduação em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce
197