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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Teoria Crítica do Direito

Resumo de TODO o conteúdo de 1º Semestre


DIREITO – Sansão da sociedade; Coerção; Heterônomo
MORAL – Sansão da sociedade; Não há coerção; Autônomo

COERÇÃO: é a possibilidade da utilização da força para quem não cumprir a lei (Estado).
COAÇÃO: é o uso direto da força que pode ser legitimado ou não.

-Recepção: Recepcionamos as leis de Portugal.


-Delegação: Porque a própria Constituição Federal diz que tem.

DELEGAÇÃO > (intervenção do) Poder Executivo > Leis delegadas; Medidas Provisórias > usadas como:
Relevância; Urgência
DELEGAÇÃO > Poder Legislativo > União; C.

DECRETO LEGISLATIVO – Tema a finalidade de aprovados tratados feitos internacionalmente feitos pelo
Presidente.

IMCOMPLETUDE > Objetiva


IMCOMPLETUDE > Subjetiva > Voluntária; Involuntária

ANTINOMIAS: Excesso de normas, o contrário de lacunas.

#Discussão do Julgamento
>Reconhecimento da união homoafetiva
Quando não há lei (Norma Jurídica (NJ)) “específica”: LACUNA > Usa-se então: Analogias (Semelhança);
Princípios gerais; Costumes (e mais: Precedentes jurisprudenciais)

Critério de ponderação, quando há excesso de princípios.

PRINCÍPIO X NORMA

Princípio – é mais “maleável”, não são tão formais, são mais generalizados, “bom senso”
Norma – possui um momento, uma hora que ela entra em vigor, diferente dos princípios

FATO JURÍDICO (É decidido pela Norma Jurídica)

Mundo Fático > Fato real; Suporte fático abstrato (SFA) (Fatos da natureza, eventos do animal,
probabilidades) > Norma Jurídica (Suporte fático concreto (SFC) – tem que ser suficiente) > Mundo Jurídico

SFA (Atos; Fatos ou Eventos; Probabilidades; Estimações; Dados Psíquicos; Fator Jurídico) > ≠ Valorativo >
Fato Real

NJ > SFA > SFC

Incidência – Inesgotável; Incondicionada; Norma Vigente; Autonomática

Consequências > Juridicizantes > Fato Jurídico

# Somente em atos humanos volitivos se verifica os elementos complementares

SFA – Vontade, coisa, preço (Preço < SFC > se concretizou de forma insuficiente para a incidência da
norma teórica de compra e venda)

A insuficiência gera a não existência, não se forma o fato jurídico (Não entra no Plano da Existência).

Deficiência: Agente > Capaz; Objeto > Lícito; Forma > Prevista em Lei; Vontade > Livre
PLANO DA VALIDADE > Ato válido
PLANO DA VALIDADE > Invalidade > Nulidade; Anulação

PLANO DA EXISTÊNCIA > FATO Jurídico (gênero)

PLANO DA VALIDADE > ATO jurídico Lato Sensu

NJ > SFA; Preceito (Efeito estabelecido pela lei)

“não há pena sem prévia condenação legal”

Efeitos do Fato Jurídico: Direito > Dever; Exigibilidade > Obrigação; Ação > Meios de defesa

FJ > FJSS
FJ > ATO FATO > Real; Indenizativo; Caducificante
FJ > ATO JURÍDICO LATO SENSU (Sentido Amplo) > Ato J. SS > Comunicativo; Compósito; Enunciativo;
Mandamental; Reclamativo
FJ > ATO JURÍDICO LATO SENSU (Sentido Amplo) > NEGÓCIO JURÍDICO (testamento, acordo,
sociedade) > Tem autonomia de vontade
FJ > ILÍCITOS (contrários ao Direito)

FJSS – Morte; Nascimento; Implemento de idade

ATO FATO – Real; Caducificante; Indenizativo

AJLS > ATO HUMANO VOLITIVO > tem que ter vontade humana exteriorizada, ou seja, livre ( sem erro,
dolo, coação, lesão ou estado de perigo); OBJETO; FORMA; AGENTE (Capaz; Incapaz – Relativos
(“Assistidos”); Absoluta (“Precisa representante”).
AJLS > AJSS
AJLS > Negócio Jurídico

AJSS ≠ (autonomia da vontade) NJ

AJSS > COMUNICATIVO – Dar ciência a alguém


AJSS > COMPÓSITO – Todos os elementos da vida de alguém devem ser levados em conta para saber o
domicílio (Domicílio - “Lugas definitivo” ≠ Residência - “Lugar esporádico”), por exemplo.
AJSS > ENUNCIATIVO – reconheço o direito de outro
AJSS > MANDAMENTAL – “É o mandar parar” aquela atividade que coloca em risco algo. Ex.: Obras e
construções.
AJSS > RECLAMATIVO – “O dia interpela pelo nome”, interpelar sobre a data, por exemplo.

COMODATO > É o empréstimo sem solenidade

ATO JURÍDICO LATO SENSU > Ato humano volitivo (Elemento nuclear do Ato Jurídico Lato Sensu) >
VONTADE (Aspectos semelhantes entre Negócio Jurídico e AJSS – A diferença existente é a autonomia da
vontade que existe no Negócio Jurídico); AGENTE; VONTADE LIVRE

NEGÓCIO JURÍDICO > UNILATERAL: é quando existe a oferta ou quando existe o comprador;
separadamente, sem o encontro de ambos. (A vontade emitida não pode ser retirada)
NEGÓCIO JURÍDICO > BILATERAL (“Coincidência de vontades opostas”): existe quando ocorre o
encontro da oferta e o comprador, um exemplo é o testamento, quando há a aceitação do recebido.
(Encontro de vontades – Acordo (Interesses paralelos e convergentes para um mesmo comum);
Contrato ( Existe o choque de vontades, interesses)
NEGÓCIO JURÍDICO > PLURILATERAL: Várias vontades, dirigidas a uma finalidade comum. Trabalhando
todos juntos no mesmo sentido, é canalizado. (Um escritório com vários doutores, por exemplo, ou um
advogado representando um grupo de pessoas)

Negócio Jurídico > MORTIS CAUSA: A eficácia depende da morte. Testamento, por exemplo.
Negócio Jurídico > INTER VIVOS: É segundo a natureza, não depende da morte.

Negócio Jurídico > SOLENE: Casamento, testamento.


Negócio Jurídico > NÃO-SOLENE: Comodato.
Negócio Jurídico > CONSENSUAL: Consenso entre os contratantes, mero encontro de vontades.
Negócio Jurídico > REAL: É necessária a entrega do bem na hora contratual. (Cerne: encontro de
vontades; Completante: entrega do bem)

ILÍCITOS > Absoluto; Relativo (≠ é a natureza dos direitos violados); Caducificante (é a perda dos direitos);
Nulificante

ILÍCITO ABSOLUTO – Quando violo direitos de culto, honra, liberdade, privacidade, intimidade; são direitos
absolutos, são direitos de todos, universais. (Morte – O assassinato, o espancamento, é absoluto – não faz
diferença se conhecia ou não o violado).

ILÍCITO RELATIVO – Direito violado de outro no âmbito “pessoal” e não universal; existe relação (há
relação jurídica).

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

FJ > LÍCITO/ILÍCITO
FJ> ATO/FATO

SFA (Ato humano volitivo) – AJLS > AJSS; NJ


SFC – Complementares > AGENTE (capaz; absolutamente incapaz; relativamente incapaz); FORMA;
LIVRE; OBJETO

PLANO DA VALIDADE

AGENTE > Pessoa*, personalidade jurídica (nascimento com vida) > capacidade de direito (que é ≠
capacidade de fato)

*até 16 anos incompletos (Representante legal (tutela) = pais) > absolutamente incapaz (Assistente
(Assistido) = pais e tutor) > e pratica um ato sozinho, é caso nulo.

AJLS (AJSS; NJ) > PLANO DA VALIDADE

PLANO DA VALIDADE > AGENTE > Pessoa > Plenamente Capaz – gera ato VÁLIDO; Relativamente
Incapaz – gera ato de ANULAÇÃO; Absolutamente Incapaz – gera ato NULO (em razão de idade – menor
de 16 anos; deficiência ou enfermidade; aquele que por causa transitória não pode expressar sua vontade.

AGENTE > Personalidade

CAPACIDADE DE FATO > Capazes

INCAPACIDADE > ABSOLUTA > Representação (Pais; Tutor; Curador) [Menores de 16 anos, enfermos e
doentes mentais (não discernir os atos), bêbados e drogados (não exprimir vontade)
INCAPACIDADE > RELATIVA > Assistência (Maiores de 16 e menores de 18 anos, pródigos, índios,
excepcionais, bêbados e drogados (discernimento reduzido)

PLANO DA VALIDADE – INVALIDADES > NULIDADE; ANULAÇÃO

TUTOR – Em relação à idade


CURADOR – Nomeado pelo juiz (por ter dependência química, por exemplo)

+16 e – de 18 > assistido (pais; tutor)

ÉBRIO/TOXICÔMANO – Curador
DEFICIÊNCIA/ENFERMIDADE – Curador (reduzido)
PRÓDIGO* - Curador

* “aquele que gasta com mulheres rápidas e cavalos lentos”. Gasta o dinheiro e não paga comida aos filhos,
gasta portanto desordenadamente, diante disto aplica-se a interdição, e não pode praticar atos de vendas
de bens da família (patrimônio), diante disto precisa-se de assinatura do curador.

Busca a interdição: Ministério público e qualquer parente.


O pródigo pode pedir o levantamento da interdição no caso de se achar que não há mais ninguém
dependente dele (o pródigo).

NULIDADE > Decretação do ofício.

Causas: (Quadro 1)

– Agente absolutamente incapaz


– Objeto ilícito, impossível (impossibilidade jurídica ou física), indeterminável
– Motivo de fraudar a lei
– Motivo Ilícito
– Omissão de solenidade essencial
– Forma prescrita em lei
– Quando taxativamente a lei determinar (Ex.: casamento de ascendente e descendente)
– Simulação (Fraude contra credores)

Causas da Nulidade: (Quadro 2 – Visto em aula)

– Ato praticado por absolutamente incapaz


– Objeto ilícito, impossível ou indeterminado
– Inobservância da forma legal
– Quando o objeto comum a ambos for ilícito
– Quando visar a fraudar lei imperativa
– Simulação

Havendo dúvida quanto a nulidade (ilicitude), tem-se então validade.

DOLO X SIMULAÇÃO

DOLO > 1 engano outro


SIMULAÇÃO > 2, 3 ou + se reúnem em comum acordo para enganar outro (que pode ser o Estado)

ANULAÇÃO X NULIDADE (Quadro 1)

ANULAÇÃO – Atos praticados por incapaz (há decadência de 4 anos)


NULIDADE – Requisitos mínimos e necessários (não há decadência)

ANULABILIDADE > quando o ato nulo somente pode ser atacado pela pessoa diretamente prejudicada.

NULIDADE > pela sua natureza de ordem pública, são alegáveis por qualquer interessado, inclusive
ministério público.

IMPORTANTE! Leia também:

NEGÓCIO JURÍDICO
NULABILIDADE
ANULABILIDADE

ANULAÇÃO X NULIDADE (Quadro 2 – Visto em aula)

NULIDADE – Sem prazo; Sem conserto (Só com novo ato); Qualquer um; Ex tunc
ANULAÇÃO – Prazo decadencial para destituir; Corrigir ato jurídico; prejudicado; Ex nunc

Questões de TCD (Plano da Existência)

1) Imaginando-se que duas pessoas tivessem casado no ano de 1980, tendo concretizado a regra
do artigo 194, do CC/16, que assim preceituava: Presentes ou contraentes, em pessoa ou por procurador
especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a
afirmação de persistirem com o propósito de casar por livre espontânea vontade, declarará efetuado o
casamento, nestes termo. De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos
receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.
Imaginando-se que o código Civil de 2002 tenha trazido regra diversa, pode-se afirmar que o fato jurídico do
casamento será desjuridicizado , apenas pela vigência da nova lei? Por quê?

2) Leandro e Carlos celebraram um contrato de compra e venda, em que o primeiro contratante


vendeu ao segundo um touro, raça Hereford. No ato de contratação não foi pactuada a data para o
pagamento, o que só é realizado dois meses após o encontro de vontades de Leandro e Carlos. Diante
disso, pode-se afirmar que o negócio jurídico aconteceu?

3) Marta castigou imoderadamente seu filho Lucas, de 7 anos de idade. Em razão disso, a criança
veio a falecer. Na esfera penal, sua conduta pode ser descrita como homicídio?

4) Camila atentou dolosamente contra a vida de Marcos, que só não morreu porque foi socorrido a
tempo. Na esfera pena, pode-se dizer que Camila concretizou a conduta descrita no artigo 121 do Código
Penal , já que “ matar alguém “ era sua intenção, tendo essa regra jurídica transportado sua conduta para o
mundo jurídico, como homicídio?

1) Não, porque o fato jurídico não deixa de existir até que exista, ocorra outro fato jurídico que o
desjuridicize, acontece aqui o Direito Adquirido.

2) Sim, pois para a compra e venda é necessário que haja: Encontro de vontades, preço e coisa.

3) Sim, houve homicídio culposo.

4) Não, porque Marcos não morreu.

1) Priscila F. C. ajuizou ação indenizatória contra a Editora Europa Ltda aduzindo que foi contratada
pela ré, através de agência de publicidade, para fazer fotografias, um nu artístico, em contexto mitológico e
um guia de poses, pelos quais foi devidamente paga. Entretanto, sem sua devida autorização, as referidas
fotos tiradas foram utilizadas em exemplares seguintes da revista, sendo abordadas num enfoque erótico,
bem como reproduzidas em um CD. Além dos danos morais, a autora pleiteou ressarcimento material, na
medida em que não recebeu nenhum pagamento pela utilização das fotos e também pela perda de
trabalhos, devido a conotação que sua figura passou a adquirir, e que seria incompatível com a carreira da
modelo.
Após a devida citação, a ré contestou alegando, quando ao mérito de ação, que a contratação
envolveu as publicações feitas, tendo ocorrido o devido pagamento. Negou a existência de apelo sexual na
segunda publicação e defendeu que, deferida alguma indenização, dever-se-ia limitar ao valor do contrato
firmado.
A ação foi julgada improcedente.
Não satisfeita a autora apelou pugnando pela reforma integral da decisão decorrida. A câmara
reformou a sentença acolhendo parcialmente a pretensão da apelante, por entender que a ré, ora apelada,
agiu com culpa.
Após breve relato desse caso ( Apelação Civil n° 70003800992, oriundo da Comarca de Porto
Alegre e julgado pela Nona Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em 15 de maio de
2002, realizar:
Explicar o processo de juridicização:
Identificar classificar qual fato jurídico (latu sensu) apresentando acima, comentando suas
características.

2) O ministério Público ajuizou ação de perde de poder familiar sobre a criança Ednéia M., com 11
anos de idade, contra Luiz M., uma vez que a criança vem sofrendo permanentes abusos sexuais por parte
do requerido, motivo que acarretou a prisão preventiva do demandado. A ação foi julgada procedente.
Luiz recorreu da decisão proferida pelo juízo monocrático aduzindo que apesar de já ter sido condenado na
esfera criminal, não é justo que seja mais uma vez prejudicado, com a perda do poder familiar.
A apelação foi desprovida, na medida em que não restam duvidas sobre o abuso sexual do apelante
sobre a filha, posto que já houve até mesmo sentença condenatória transitada em julgado na esfera
criminal.
Diante do caso em tela (apelação civil n° 70006590251, oriunda da Comarca de Cruz Alta e julgada
pela sétima Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul) responder as questões:
Existe algum tipo de ilícito, na esfera civil, no presente caso? Em caso afirmativo comente e
classifique-o.
Se ao invés de abusar sexualmente de sua filha o pai castigasse de forma imoderada, devido a
desobediência da criança, e após responder ao devido processo, perdesse o poder familiar da mesma, a
situação se modificaria? Em caso afirmativo comentar a questão.

1 – a) Ocorre no momento que incide na Norma Jurídica e a transforma em Fato Jurídico, enfim: A Norma
Jurídica incide no Suporte Fático tornando-se Fato Jurídico com Eficácia Jurídica.

1 – b) Ocorre o Negócio Jurídico, o qual é extrapolado na forma contratual, o NJ possui como característica:
A vontade é manifestada (declarada conscientemente) e compõem o suporte fático.

2 – a) Sim, ilícito absoluto (universal) pois há violação da intimidade. Privacidade da criança.

2 – b) Não, seria ainda ilícito absoluto

3) Adolescente M., Z.M., de 14 anos de idade, passa a realizar trabalho pessoal, subordinado,
assalariado e contínuo em empresa de propaganda, em que assume a função de atendente de telefone. Era
o primeiro emprego de jovem, de origem pobre e que necessitava muito trabalhar. Ocorre que após dois
anos de serviços prestados, o referido jovem é dispensado, se aviso prévio, sem que tenha contribuído
para o fato e sem receber todas as verbas que entende devidas. Assim, ajuíza ação para discutir a rescisão
contratual, postulando, também, o recebimento das verbas trabalhistas. O representante da empresa de
propaganda alega que o adolescente não era empregado, pois não fora celebrado contrato de trabalho.
Aliado a isso, admitindo-se que teria ocorrido contrato, o mesmo teria uma cauda invalidante.
a) É pertinente a alegação do representante do empregador? Houve fato jurídico?
b) Identificar e comentar os fatos jurídicos apresentados no problema.
c) O caso acima apresenta uma situação de desjuridicização. Identifique-a e explique como isso
ocorre.

3 – a) Sim, mas houve fato jurídico por ter o adolescente trabalhado 2 anos.

3 – b) Fatos jurídicos: Contrato, aviso prévio, rescisão contratual.

3 – c) Há uma desjuridicização no caso de nulidade porque umas das partes é absolutamente incapaz.

4) Carolina ao celebrar um contrato de compra e venda com Norberto, julgava estar adquirindo um
veículo ano de fabricação 1995, quando na verdade, adquiria um carro fabricado em 1990. Estabelecidas
aos clausulas contratuais, a que se referia ao preço apresentava uma discrepância bastante grande, haja
vista que o preço estabelecido era de um carro mais novo do que efetivamente foi negociado.
Próxima a data do pagamento, mesmo sabendo que adquiria um carro mais antigo do que aquele
que pensaria estar comprando, Carolina resolveu cumprir a obrigação. Realizou o pagamento e obteve a
quitação.
Partindo do caso, identificar e comentar as espécies de fato jurídico apresentados.

5) Amaro e Pedro Osório, maiores, capazes, professores universitários, celebraram, por escritura
publica, contrato de compra e venda de bem imóvel. O comprador (Amaro) não levou a escritura publica a
registro e, Pedro Osório, valendo-se disso e atuando com má-fé, vende novamente o imóvel , sendo Tatiana
sua compradora. Tatiana leva o imóvel a registro. Diante do fato, pode-se dizer que o primeiro contrato
existiu, foi válido e eficaz?
Analisar, no caso em tela, a presença dos elementos nucleares, complementares e ato integrativo,
explicando sua influência nos planos no mundo jurídico.

4) Houve um negócio jurídico bilateral de compra e venda. Pagamento: Ato-fato. Quitação: AJSS
Enunciativo.

5) O negócio existiu, tendo como elemento nuclear; CERNE, o acordo, e há elemento nuclear
COMPLETANTE, o bem e o valor acertado.
O negócio foi valido, tinha como elemento COMPLEMENTAR: Ao sujeito – maiores e capazes; Ao objeto –
Lícito e moral; À foma de manifestação da vontade – celebraram por escritura pública, contrato de compra e
venda.
O negócio foi parcialmente eficaz, pois não houve a eficácia real, a transmissão do bem, o ato integrativo.

AJSS e NJ – Vontade livre


VÍCIOS/DEFEITOS (Gera a anulação)

1) ERRO – Erro de fato: Realidade, me equivoco espontaneamente.

ERRO-FATO: visão equivocada da pessoa ou da natureza do ato ou do objeto. Ex.: Anulação do casamento
(impotência, internet)

ERRO-DIREITO (Positivado): me equivoco acerca da aplicação de determinadas ações ilegais, quando a


pessoa não sabia o que aquela aplicação iria trazer.

2) DOLO – Erro substancial, determinante, meu equivoco é provocado.

DOLO-PRINCIPAL: não teria comprado se soubesse que era falso (causa de anulação)

DOLO-ACIDENTAL: compraria mesmo que soubesse, mas com condições melhores, desconto por exemplo
(sem causa de anulação, mas sim perdas e danos)

DOLO-AÇÃO/OMISSÃO: trabalha com a ausência de informação, acham melhor optar pelo erro

DOLO-BOM/MAL: (Causa de anulação), se soubesse que era falso, não teria comprado. No dolo-bom eu
elogio e exalto tal produto, sendo inverdade, para vendê-lo. Aí entra o Código de Defesa do Consumidor.

ERRO E DOLO > Não se sabe do engano


COAÇÃO E LESÃO > Se sabe do engano

3) COAÇÃO – Ato praticado em razão de violência psíquica. Ameaça de dano > Sério; Grave (Agente,
pessoa da família, patrimônio > herança); Atual ou iminente; Injusto.

Agente fica entre a prática do ato que não deseja e a possibilidade de sofrer o dano.

4) LESÃO – Inexperiência do agente (critério subjetivo); Necessidades; Onerosidade excessiva (critério


objetivo); Redução do valor/Anulação. [Necessidade econômica, leviandade, inexperiência]

5) ESTADO DE PERIGO – Necessidade (critério subjetivo); RISCO DE VIDA; Onerosidade excessiva


(critério objetivo). Ex.: Cheque-calção deixado no hospital.

6) FRAUDE CONTRA CREDORES – Transmissão onerosa (“compra e venda”) > Insolvência

Requisitos:
> Credores existentes ao tempo do ato de transmissão. (Ação Pauliana ou Revocatória)
> Devedor insolvente ou em estado de insolvência.
> Transfere bens – Título oneroso (“Compra e venda”); Título gratuito (“Doação).

IMPORTANTE! Leia também:

NEGÓCIO JURÍDICO
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

RELAÇÃO PLANO DA VALIDADE > EFICÁCIA

AJLS Válido > Eficaz


AJLS Válido > Ineficaz – Testamento; Condição suspensiva
AJLS Inválido > Ineficaz – Ato nulo com sentença ex tunc
AJLS Inválido > Eficaz – não ajuizamento da ação
AJLS Inválido > Ineficaz – Sentença eficácia ex tunc

Quem pode postular a Invalidade (anulação)?


Só pode ser ajuizada a ação por: RELATIVAMENTE INCAPAZ

COAÇÃO – Há o período cadencial de 4 anos para pedi-la, a partir do momento que cessa a coação.
Questões de TCD

1) Maria de Lurdes Pacheco ajuizou ação de anulação de ato jurídico contra José Francisco e sua
filha Michely Francisco, requerendo o desfazimento do contrato particular de compromisso de compra e
venda celebrado com o réu e da subseqüente transferência efetiva, com o retorno do imóvel situado da Rua
Nilo Prazeres, n° 38. Jardim Europa, área de 70m quadrados e devidamente transcrita no Registro de
Imóveis. Disse que no ano de 2003, necessitando internar urgentemente o filho em hospital onde seria
submetido a cirurgia, tomou primeiro réu, por empréstimo, a importância de R$ 7.000,00, depositada em sua
conta corrente em duas parcelas, a primeira de R$ 5.000,00 em 11.01.03, e a segunda de R$ 2.000,00 em
24.01.03.
Qual a alegação que poderá ser utilizada por Maria de Lurdes para a invalidação do ato jurídico?
Discorrer sobre o assunto.

2) Ondino Alves ajuizou de anulação de ato jurídico, alegando que Vicente Vaz de Lima é devedor
do autor e que o mesmo transferiu imóvel capaz de garantir a divida, após tê-la assumido, ficando sem
nenhum bem sequer para garantir o pagamento da obrigação.
Sustenta que o vendedor, logo após ter contraído a dívida, transferiu o único imóvel que tinha
registrado em seu nome no Cartório de Registro Imobiliário, sendo a transferência realizada ao genitor de
sua esposa e, não bastasse isso, separou-se da esposa e, com a partilha de bens nada ficou em seu nome.
O presente caso apresenta situação de nulidade ou anulação? Identificar e comentar esse ponto do
conteúdo.

3) Euclides do Amaral, representado o interdito Carlos Amaral, ajuizou ação com vistas a invalidade
do ato jurídico praticado pelo interditado, ato esse praticado antes da sua interdição, ocasião em que Carlos
Amaral alienou terreno urbano, localizado na vila Hortência, em Sorocaba, tendo ajustado preço muito
menor inferior ao de mercado.
Segundo os fatos narrados na peça inicial, Carlos Amaral foi nascido de parte distóciço, no qual sua
mãe faleceu. Foi criado por uma tia, nomeada sua tutora, registrando inúmeras internações em hospitais
psiquiátricos, apresentando desvio de conduta e crises convulsivas, agravadas pelo uso imoderado de
álcool. Alega que esse fato era notório e que o adquirente tinha conhecimento da situação. Diante do caso,
procura seus serviços. Elabore parecer enfrentando esse ponto e melhor solução do problema.

4) Carla Machado realizou contrato de doação, doando parte de seus bens para Pedro dos Santos.
Um ano após a realização do contrato, ajuizou ação, buscando a invalidação do ato jurídico, legando que
tinha manifestado a vontade de doar, tendo agido mediante coação. Na condição de advogado de Carla,
oriente-a sobre qual procedimento a seguir, indicando as provas que ela tem que produzir para que consiga
a invalidação do ato jurídico praticado.

5) Comércio e medicamento Brair Ltda, ajuizou ação cautelar e anulatória de titulo de crédito contra
Adenilsom Rodrigues Carvalho, aduzindo que em função do ramo profissional em que atua, foi procurado
pelo réu, sedizente representante comercial da empresa Johnson & Johnson Cia Ltda, oferecendo-lhe a
venda preservativos da marca “Jontex” . Celebraram o negócio e, tempos depois, foram enviados ao
comprador em caixas fechadas 5.280 unidades de mercadoria, ocasião em que este ultimo, em pagamento,
emitiu ao vendedor nota promissória no valor de R$ 1.552,00 (um mil quinhentos e cinqüenta e dois reais).
Ocorre que, para surpresa do autor, as embalagens e proceder a conferencia da mercadoria, constatou que
se tratavam de produtos falsificados, “...que não apresentavam as características dos verdadeiros
preservativos JONTEX BOLSO” a partir do que comunicou as autoridades competentes teve apreendidos
os irregulares preservativos e tratou de propor as presentes ações, dizendo-se enganado pelo réu.
As ações referidas foram julgadas improcedentes, razão pelo qual o autor interpôs recurso cabível,
qual seja, apelação sustentando que foi procurado pelo apelado para tratar sobre a compra e venda de
preservativos. Realizado o negócio, recebida a mercadoria e emitido o titulo de credito, constatou o
recorrente que a carga era falsa. Constatou o fabricante que, por sua vez, comunicou a vigilância sanitária,
dando margem a apreensão dos produtos. Disse, assim, que não tinha conhecimento do que estava
adquirindo mercadoria falsificada, bem como não tinha porque desconfiar da idoneidade do recorrido, que
se dizia representante da empresa fornecedora. A tese alega pelo apelante foi acolhida, sendo dado
provimento do recurso interposto.

Diante do caso em tela (Apelação cível nº 700095911272 e nº 700095911108, oriunda da comarca


de Três Passos e julgada pela 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em 22 de
setembro de 2004) explique em que se baseou a tese aduzida pelo recorrente e acolhida pelo Tribunal
gaúcho.

6) Gezebel C. P. ajuizou ação visando a invalidação de casamento realizado com Marino P.,
alegando, em síntese, que não conhecia devidamente o demandado pois que durante o namoro o mesmo
demonstrava-se carinhoso e amigo e, após o casamento, passou a apresentar comportamento rude e
agressivo, cometendo todo tipo de agressão, tanto física como moral. Quer diante disso tronou-se
insuportável a vida em comum, motivo pelo que pretende a invalidação do casamento.
O demandado, devidamente citado, não se insurgiu contra a demanda e não se manifestou nos
autos.
Os elementos relevantes para a resolução da lide, que emergem do processo são as seguintes:
a) desde a petição inicial a autora sustenta que o marido mudou radicalmente após a celebração do
enlace, conforme se vê da seguinte passagem, transcrita literalmente das fl. 04 da peça inicial:
Exa., a autora foi totalmente enganada pelo Requerido, pois o mesmo quando ainda eram
namorados apresentava uma boa fama, demostrava ser pessoa equilibrada, amoroso, tranquilo, a outra, e
após a união legal, tornou-se totalmente inverso, agressivo, ameaçador, vezes a autora ter até medo de
dormir ao seu lado, vezes não dormir a noite toda porque o Requerido não deixava a mesma descansar (fl.
04).
b) A prova testemunhal corroborou a tese de que o marido mudou após o casamento. A testemunha
Carla da S. Afirmou que “conheceu o demandado quando namorava a autora, dizendo que ele era muito
bom, não tinha pessoa melhor. Depois que casou mudou muito...” (fl. 31).
Assim diante do caso em tela (Apelação Cível nº 70008593329, oriunda da Comarca de São
Jerônimo e julgada pela Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em 03 de junho
de 2004), é possível afirmar que há causa invalidante? Em caso afirmativo, identificá-la e comentá-la
(causas e consequências). Em caso negativo, apontar a melhor solução para o problema.

7) Roubimol Lopes, tradicional construtor, com vasta experiência na área em que promovia e
realizada a construção de prédios, par alienação total, ingressou em ciclo de turbulência econômico-
financeira, fenômeno que o incapacitaria de cumprir as obrigações por cujo implemento respondia, nos
prazos e nas condições ajustados. Fornecedores e clientes passaram a sofrer com a impontualidade de
Roubimol, ressoando no mercado a situação de comprometimento patrimonial do do devedor. Em meio a
tudo isso, Roubimol vende alguns de seus bens, a fim de levantar valores para gerir seu investimento. Olavo
de Trastrínio, realiza contrato com Olga, representante de Roubimol e que também atuava como sua
promotora de vendas, que informava a Olavo que o construtor desfrutava de sólida posição no mercado,
expediente que era do conhecimento de Roubimol. Dois meses após a contratação, Olga toma ciência da
situação da insolvência do devedor, fato contemporâneo à contratação. Analisar o caso, apresentado a
melhor solução para o mesmo.

1) “Faltou um parágrafo” - A resposta seria dolo.

2) Constituiu-se neste caso a fraude contra credor, pela insolvência do devedor (gerada pelo próprio),
preexistência de credor ao ato, redução do patrimônio do devedor e prejuízo ao credor, sendo o caso
passível de anulação.

3) No caso ocorre nulidade por Carlos de Amaral ser absolutamente incapaz devido que por enfermidade ou
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil.

4) Carla Machado sofrendo coação grave, deve provar que houve dano e que a ameaça foi a responsável
pelo ato, que houve o temor do mal como resultante de ameaça psíquica.

5) A tese baseou-se na falsidade do objeto, causa assim da nulidade (Ilícito).

6) Foi mantido o casamento. Ele era bom e mudou, é causa de separação. Se ele fosse mau antes e ela
desconhecesse a situação aí sim seria causa de anulação por erro de fato.

7) Olavo de Trastrínio pode ajuizar anulação do contrato por agir dolosamente contra ele, Olga; pois caso
Olavo não tivesse sido persuadido pela astúcia e malícia (subentenda-se ainda mentira, falando que
desfrutava de sólida posição no mercado) de Olga, não haveria fechado contrato com o construtor Roubimol
Lopes.

PLANO DA EFICÁCIA

PLANO DA EFICÁCIA – EFICÁCIA LEGAL (Eficácia Jurídica) > Fato Jurídico

FJ > RELAÇÃO JURÍDICA – Sujeito Ativo X Sujeito Passivo (esta vinculação só pode se dar entre pessoas)
Sujeito Ativo > Direito Subjetivo < > Dever Jurídico < Sujeito Passivo

Elementos: SUJEITO; VINCULAÇÃO; OBJETO (Mediato > Coisa; Imediato > prestação – comportamento
– fazer, dar, restituir (locação, comodato, depósito), não fazer.

RELAÇÃO JURÍDICA > Relativa; Absoluta

Classificação da Relação Jurídica:


– Direito Público – Tributário, Penal, Processual
– Direito Privado

RELAÇÃO JURÍDICA > Subordinada; Coordenada

NEGÓCIO JURÍDICO

S.A. < - > S. P. (Subordinação, Coordenação)


Direito Subjetivo < - > Dever Jurídico
Pretensão (exigibilidade - “recebeu o salário”) < - > Obrigação (“Obrigação do salário”)
Ação < - > Exceção

CLASSIFICAÇÃO

Direito Material e Direito Processual – Quanto ao Conteúdo

Direito Fundamental – Originária


Direito Consequencial – Advindas da originária

Direito Relativo
Direito Absoluto

Direito Real e Direito Pessoal – Quanto ao Objeto

Direito Privado
Direito Público

TERMO – Pretensão de futuro certo (O prazo na compra, “parcelas”)


CONDIÇÃO – Futuro incerto

IMPORTANTE! Leiam também:

RELAÇÃO JURÍDICA 1
RELAÇÃO JURÍDICA 2 (exceto a parte de Portugal)

CONCEITOS DO PLANO DA EXISTÊNCIA E DO PLANO DA VALIDADE

MODOS DE EFICÁCIA

Quanto à Amplitude > Total; Parcial (Condição Suspensiva; Termo (Apenas no NJ); Falta de Ato Integrativo
– Sociedade; Compra e venda de imóveis)

Quanto ao Exercício > Plena; Limitada (Direitos de personalidade; Usufruto (usa algo ainda, mesmo não
sendo mais seu); Cláusulas de Inalienabilidade; Clausulas de Impenhorabilidade)

Quanto a Definitividade > Definitiva; Resolúvel (Condição Resolutiva [Retrovenda – readquirir o bem];
Termo Final [Restituir o bem após a locação]); Interimística (Condição Suspensiva; Ato Anulável)

Quanto ao surgimento da Eficácia > Instantânea (C. V. Vista; Ato-Fato; FJSS; Ilícito; AJSS); Sucessiva
(oferta + aceitação); Protraída (Condição suspensiva; Natureza do próprio negócio)
INEFICÁCIA

SENTIDO LATO – Toda e qualquer situação em que o fato jurídico não produz, ou ainda não produziu
efeitos > Nulidade; Anulação (Validade); Resolução (Eficácia) (“Colocar fim ao contrato”)

SENTIDO ESTRITO – Eficácia própria e final ainda não se erradicou > Testamento antes da morte;
Condição suspensiva; Negócio jurídico deficiente de elemento integrativo.

MODOS DE INEFICÁCIA

TOTAL – Testamento antes da morte; Disposição de bens com cláusula de inalienabilidade.

PARCIAL – Ato anulável > Eficácia da sentença “ex nunc” > Não retroage

ABSOLUTA – Não produz efeitos

RELATIVA – Não produz efeitos para algumas pessoas > Promessa de fato de 3º

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