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AYLA YUMI HIGA

Produção Individual

Trabalho apresentado a
Professora Dra. Suzana
Schmidt Viganó da
disciplina Educação e
Contextos não Escolares da
turma EAD 1901 – Polo
Senac Campinas.

2019
Campinas
“A memória é a sobrevivência das imagens passadas.”
(OLIVEIRA, 2007, p.18)

Trago essa citação da pesquisadora Renata de Oliveira, pois acredito


falar muito sobre a memória e que abre caminhos a diversos diálogos sobre a
importância de se proteger e se preservar a memória. A criação dos museus se deu por
meio de muitas transformações em seus objetivos. Suas mudanças nos iluminam sobre
os valores e propósitos de cada época, mas que sempre tiveram de alguma forma ligados
a valorização do saber, ao conceito de conservação e poder daqueles que os projetavam.
Hoje os museus tem um papel muito importante na construção desse
saber e no oferecimento de oportunidades de vivenciar as experiências artísticas. A
educação é parte vital do funcionamento desses locais. Que além de trazerem os
conceitos de colecionar, armazenar, catalogar, classificar e expor. Também buscam
levar os visitantes a uma jornada dentro da experiência de se observar e ler obras
artísticas. Conceito que aliado com a educação formal tem muito a se beneficiar.
Ajudando assim na formação do público que passa a conseguir por si só fazer esse
caminhar e interpretação usando não somente os conceitos apresentados pela curadoria
ou pelo educador antes da visita, mas a partir de suas próprias vivencias consegue fazer
essa leitura.
É possível fazermos a ligação da importância dos museus dentro do
processo de aprendizagem pela própria proposta triangular da pesquisadora Ana Mae
Barbosa (1998, p. 33) que acredita no ato da criação, leitura de arte e contextualização.
Onde podemos adquirir por meio da educação formal ou curadoria de uma exposição a
contextualização necessário; por meio do caminhar e experimentar dentro de um museu
conseguimos fazer as leituras de obras de arte e por meio de oficinas e ateliês ofertados
nesses espaços o ato de criação e melhor entendimento dos processos criativos que
envolvem a construção de uma obra.
Retomo então a citação com que abri este ensaio, se a memória é a
sobrevivência das imagens passadas, pouca saberíamos e pouco teríamos para construir
nossa história individual e coletiva sem locais como os museus. Sua importância vai
além da ideia inicial de um lugar de armazenamento e detenção de poder. Hoje sua
importância se valida na possibilidade de levar a população a oportunidade de se
construir, vivenciar e produzir os conteúdos que estão construindo nossa história no
momento em que a estamos vivendo. Se cada memória individual é um ponto de vista
que agrega e cria parte da memória coletiva, o uso desses espaços ligados a educação
formal nos permite ir além das barreiras do ensino tradicional.
Renata Oliveira (2007, p. 66) nos ilumina ao dizer que “a memória
constrói a identidade na medida em que a pessoa busca em seu passado traços para
confirmar sua individualidade, já que sem lembranças e raízes não existem sujeitos.”
Nos mostrando que além do benefício de enriquecer seu conhecimento dentro da relação
com esses espaços, o individuo também ganha ao poder de certa forma construir e
moldar sua própria identidade.
Referências
Ardila, Solange Nascimento. Educação em museus e contextos não escolares – São
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2017. (Série Universitária)

BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2010.


___________. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/ Arte, 1998.

Bergson, Henri, Matéria e memória : ensaio sobre a relação do corpo com o espírito
/ Henri Bergson ; tradução Paulo Neves. - 2- ed. - São Paulo : Martins Fontes, 1999.

Oliveira, Renata Cruz. Fotografia, memória e identidade: os álbuns da família


Lima. Dissertação de mestrado em Comunicação. Niterói: Programa de Pós-graduação
em Comunicação, Instituto de Artes e Comunicação Social, Universidade Federal, 2007.

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