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Sistema Respiratório

Fernanda Gontijo
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
É o estreitamento (bloqueio ou obstrução) persistente das vias aéreas, que
ocorre com enfisema, bronquite obstrutiva crônica ou ambos os distúrbios.
ENFISEMA
ENFISEMA
BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)

Existem várias causas da DPOC:

• Tabagismo (e, menos frequentemente, outras exposições inalatórios)

• Fatores genéticos (deficiência de alfa-1 antitripsina)


DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Sinais e sintomas

A DPOC leva anos para se desenvolver e progredir. A maioria dos pacientes


fumou ≥ 20 cigarros/dia durante mais de 20 anos.

• Fadiga
• Intolerância ao exercício
• Tosse
• Produção de escarro
• Dificuldade respiratória
• Estágios tardios: infecções recorrentes e insuficiência respiratória
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Sinais e sintomas
Enfisema Pulmonar
Soprador Rosado

• Inexistência de cianose
• Respiração com os lábios semicerrados
• Hiperinsuflação
• Aumento das dimensões
anteroposteriores do tórax (tórax em
barril)
• Pouco escarro
• Crises pouco frequentes
Sinais e sintomas
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Sinais e sintomas

Bronquite Crônica
Tossidor Cianótico

• Cianose
• Retenção de líquido associadas à
insuficiência cardíaca
• Histórico de tosse e catarro de longo
tempo
• Crises frequentes
• Hipertensão pulmonar
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Diagnóstico

• História clínica e exame físico


• Radiografia de tórax
• Testes de função pulmonar
• Exames complementares
• TC do tórax
• Avaliar os níveis de alfa1-antitripsina
• Ecocardiografia
• Hemoglobina e o hematócrito
• Gasometria
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Diagnóstico
Radiografia de tórax

Radiografia de tórax de um paciente com


doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Os pulmões estão hiperinsuflados, a trama


vascular aumentada e o tamanho do coração
discretamente aumentado
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Diagnóstico
Testes de função pulmonar

• Espirometria
• Oximetria de pulso
• Medição dos volumes pulmonares
• Complacência pulmonar, da caixa torácica e do sistema respiratório (que
exige medição da pressão esofágica)
• Teste de esforço cardiopulmonar completo
DOENÇA OBSTRUTIVA PULMONAR CRÔNICA (DPOC)
Tratamento Objetivos do tratamento
• Aliviar os sintomas
• Melhorar a qualidade de vida
• Prevenir progressão da doença
• Melhorar a tolerância a exercícios
• Cessação do tabagismo • Prevenir e tratar exacerbações
• Reduzir a mortalidade

• Broncodilatadores inalatórios, corticoides, ou ambos (beta-adrenérgicos


de ação rápida, corticoides inalatórios, beta-adrenérgicos de ação
prolongada e anticolinérgicos de ação prolongada)

• Tratamento de suporte (p. ex. suplementação de oxigênio, reabilitação


pulmonar)
Volume expiratório forçado (VEF)
Capacidade vital forçada (CVF)
Broncodilatadores

• Aliviam a dispneia
• Reduzem a hiperinsuflação
• Melhoram a capacidade de exercício
• Diminuem as exacerbações
• Melhoram a qualidade de vida dos pacientes com DPOC
• Melhoram o fluxo aéreo e podem normalizar os valores espirométricos
nos pacientes com asma
Broncodilatadores

Curta duração:
• Agonistas β2-adrenérgicos: fenoterol, salbutamol, terbutalino
• Anticolinérgico: brometo de ipratrópio

Longa duração:
• Agonistas β2-adrenérgicos: formoterol, salmeterol
• Anticolinérgico: brometo de tiotrópio
Agonistas β2-adrenérgicos
• Ações:
• Dilatação dos brônquios
• Inibição liberação de mediadores dos mastócitos
• Aumenta eliminação de muco por ação sobre os cílios
• Mais comum  Aerossol, pó ou solução nebulizada
• Alguns utilizados via oral ou injetáveis

• Utilização clínica: asma, DPOC

• Efeitos adversos: tremor, taquicardia


Agonistas β2-adrenérgicos
Mecanismo de ação
Agonistas β2-adrenérgicos
Ação
intermediária
• Ação curta:
• Fenoterol, Salbutamol, Terbutalina
• Efeito máximo em 30 minutos
• Duração de 4 a 6 horas
• Usados “quando necessário” Ultra longa
duração
• Ação longa: 24h
• Salmeterol, Formoterol, Indacaterol, etc.
• Duração de 12 horas
• Usados de modo regular  crônico
• Terapia adjuvante aos glicocorticóides
Agonistas β2-adrenérgicos

• Devem ser usados com cautela em pacientes com insuficiência cardíaca ,


arritmia cardíaca, hipertensos, diabéticos, pacientes convulsivos ou com
glaucoma

• Pode ocorrer hipocalemia potencialmente fatal (redução do potássio)

• Idosos mais susceptíveis aos efeitos adversos – dose reduzida

• Pode ocorrer tolerância


Anticolinérgico
Também chamados de antimuscarínicos, que são drogas que antagonizam nos receptores
muscarínicos, e antinicotínicos por antagonizar a ação da acetilcolina nos receptores nicotínicos.

• Ipratrópio, Tiotrópio, Glicopirrônio

• Não atua na fase tardia da inflamação


• Ação mais eficaz contra estímulos
irritantes do que alergênicos
• Tratamento adjuvante (glicocorticoides)
• Inibe aumento da secreção e contração
musculatura lisa dos brônquios
• Atuam somente sobre receptores M1 e M3
Anticolinérgico

Reações adversa

• Rash cutâneo
• Edema de língua
• Urticária
• Reações anafiláticas
• Aumento da frequência cardíaca,
palpitações e taquicardia
ASMA
• Afeta 5 a 10% da população em países industrializados

• Últimos anos  aumento na prevalência e gravidade


• Características:
• Hiperreatividade brônquica
• Substâncias químicas, ar frio, alérgenos, etc  broncoconstrição
• Inflamação das vias aéreas (crônica)
A asma envolve:
• Obstrução Broncoconstrição
• Remodelamento das vias respiratórias Edema e inflamação das vias respiratórias
Hiperreatividade das vias respiratórias
Remodelamento das vias respiratórias
ASMA
Fator de risco

• Predisposição genética para resposta a


alérgenos comuns mediada por IgE
• Exposição a cigarros
• Exposição a poluição Desencadeadores da asma
• Alérgenos
• Infecções
• Substâncias irritantes
• Exercício (chamado asma induzida por exercício)
• Estresse e ansiedade
• Aspirina
ASMA

1- Musculatura em volta dos brônquios


se contrai
2- A parede bronquial fica inflamada,
diminuindo a passagem de ar
3- Secreções acumuladas bloqueiam a
via aérea
ASMA
ASMA
Causas

• Contração de músculos lisos


• Aumento da secreção mucosa
• Mobilização de certos glóbulos brancos para a área
ASMA
Classificação

VEF1 (volume
expiratório forçado no
primeiro segundo)

PFE
(Pico do fluxo
expiratório)
ASMA
Sinais e Sintomas

A tosse pode ser o


único sintoma da
asma.
INDUTORES: alérgenos,
sensibilizantes químicos,
poluição do ar, infecções virais

INFLAMAÇÃO

Hiperrensponsividade Limitação ao fluxo


das vias aéreas aéreo

GATILHOS:
alérgenos, SINTOMAS:
exercícios, ar frio, Tosse, chiado,
CO2, particulados aperto no
peito, dispneia
Fisiopatologia
da Asma
1fisiopatologia da Asma
ASMA

Diagnóstico

• Avaliação clínica
• Testes de função pulmonar (Espirometria)
• Outros testes
• Teste de capacidade de difusão do monóxido
de carbono (DLCO)
• Radiografia de tórax
• Teste de alergia
ASMA
Espirometria com Prova Farmacodinâmica

Volume expiratório forçado


tempo 1
ASMA
Tratamento
Objetivos do tratamento
• Controlar os sintomas
• Medicamentos anti-inflamatórios: • Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo
corticosteroides (que podem ser • Permitir atividades normais (trabalho,
inalados ou tomados por via oral ou escola e lazer)
• Manter a melhor função pulmonar
intravenosa), modificadores dos possível
leucotrienos e estabilizadores de • Evitar crises, idas a serviços de
mastócitos. emergências e hospitalizações
• Reduzir a necessidade do uso de
• Broncodilatadores: beta-adrenérgicos broncodilatador para alívio
(tanto para alívio rápido dos sintomas • Minimizar efeitos adversos dos
como para controle em longo prazo), medicamentos
• Melhorar a qualidade de vida
anticolinérgicos e metilxantinas. • Reduzir o risco de morte
• Imunomoduladores
ASMA
Tratamento

*CI: corticosteroide inalatório. CO: corticosteroide oral. LABA: beta-2 agonista de longa duração.
ASMA
Tratamento da asma em etapas.
Glicocorticoides
• Tratamento da asma crônica
• Não são broncodilatadores
• Reduzem a reatividade brônquica
• Potencializam efeitos dos agonistas b
• Beclometasona, budesonida, fluticasona
• Uso em aerosol   efeitos adversos sistêmicos
Glicocorticoides
• Diminuição da formação de citocinas Th2

Inibição da ativação eosinófilos e da produção IgE

• Inibição da COX-2

Inibição da vasodilatação por prostaglandinas


Glicocorticoides
• Indução de lipocortina

Inibição da produção de espasmógenos e diminuição síntese de


quimiotaxinas leucocitárias

• Redução síntese IL-3

Redução de mastócitos → longo prazo → reduz resposta inicial a alérgenos


Glicocorticoides

Efeitos adversos

• Incomuns com preparações em aerosol


• Candidíase orofaríngea (“sapinho”)
• Problemas vocais
• Supressão suprarrenal → administração
regular de grandes doses
Metilxantinas

• Teofilina, aminofilina
• Ações:
• Antiasmática  broncodilatação
•  frequência cardíaca e força de contração
• Estimulação do SNC  tremor, nervosismo,
estado de alerta (insônia)
• Diurese leve
Metilxantinas

• Ações
• Inibição inflamação
• Broncodilatação
• Mecanismo:
• Provável inibição de
fosfodiesterases com  cAMP →
relaxamento do músculo liso
Metilxantinas
• Janela terapêutica pequena

Efeito 110
terapêutico Efeitos
ótimo adversos Dose (mmol/l)
30 100

• Efeitos adversos e toxicidade:


• Anorexia, náuseas e vômitos
• Nervosismo, tremor
• Arritmias potencialmente fatais
• Convulsões → podem ser fatais devido a comprometimento
respiratório
Metilxantinas

• Características da administração:
• Oral  liberação prolongada
• IV (aminofilina)  asma aguda grave

• USOS CLÍNICOS:
• Asma  fármaco de 2ª linha  pacientes que não respondem aos
agonistas-b
• DPOC  redução dos sintomas
Caso clínico
Paciente, sexo feminino, 7 anos, natural e procedente de cidade de grande porte,
compareceu a unidade de pronto atendimento com queixa de tosse e dispneia há 10
horas.
Genitora relata que às 22 horas do dia anterior a paciente iniciou um quadro de tosse
seca que evoluiu com dispneia e chiado no peito. Foi feita nebulização em casa com
soro fisiológico, sem melhora dos sintomas.
Não é a primeira vez que a paciente tem esses sintomas, desde os 2 anos de idade
apresenta sibilância recorrente, não faz acompanhamento regular com pediatra e a
mãe refere que sempre que a filha apresenta esse quadro a leva na emergência. Nega
febre e contato com pessoas doentes.

(a) Qual o provável diagnóstico?


(b) Qual o tratamento indicado?
Obrigada!

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