Você está na página 1de 298

José Francisco de Assis DIAS

DIREITOS
HUMANOS

Introdução à História dos


Direitos Humanos
Humanitas Vivens Ltda
Uma Instituição a serviço da Vida!
2
DIREITOS HUMANOS
Introdução à História dos
Direitos Humanos

3
4
José Francisco de Assis DIAS

DIREITOS HUMANOS
Introdução à História dos Direitos Humanos

Humanitas Vivens Ltda

Uma Instituição a serviço da Vida!

Sarandi (PR) 2009

5
Copyright 2009 by Humanitas Vivens Ltda
EDITORES:
Daniela Valentini
André Luis Sena dos SANTOS
CONSELHO EDITORIAL:
Antonio LORENZONI NETO, Elmer da Silva MARQUES
Kassiane Menchon Moura ENDLICH
REVISÃO GERAL:
Anna Ligia CORDEIRO BOTTOS, Paulo Cezar FERREIRA
CAPA, DIAGRAMAÇÃO E DESIGN:
Agnaldo Jorge MARTINS
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Dias, José Francisco de Assis


D541d Direitos humanos : introdução à história
dos direitos humanos / José Francisco de Assis
Dias. -– Sarandi : Humanitas Vivens, 2009.
297p.

ISBN: 978-85-61837-19-8
Modo de acesso: www.humanitasvivens.com.br

1. Direitos humanos. 2. Direitos humanos –


História.

CDD 21.ed. 341.12191

Bibliotecária: Ivani Baptista CRB-9/331


O conteúdo da obra, bem como os argumentos expostos, é de
responsabilidade exclusiva de seus autores, não representando o ponto de
vista da Editora, seus representantes e editores.
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por
qualquer forma e/ou quaisquer meios ou arquivada em qualquer sistema ou
banco de dados sem permissão escrita do Autor e da
Editora Humanitas Vivens Ltda.
Praça Ipiranga, 255 B, CEP: 87111-005, Sarandi - PR
www.humanitasvivens.com.br – contato@humanitasvivens.com.br
Fone: (44) 3042-2233

6
Ao Giovanni,
na sua condição de ‘humanitas vivens’,
dotado de ímpar dignidade humana;
na sua condição de ‘imago Dei’ redimida,
elevado à dignidade de ‘filho de Deus’.

7
8
Sumário

15
Siglas e Abreviações ............................................................

19
Introdução ...........................................................................

CAPÍTULO I:
O PENSAMENTO ANTIGO E MEDIEVAL ................... 35
1. Premissa:
Pessoa, Liberdade e Igualdade ......................................... 35
2. O Pensamento Antigo .................................................. 37
2.1. Os Sofistas ........................................................... 38
2.2. Aristóteles (384-322 a.C.) ......................................... 40
2.3. Os Estóicos ........................................................... 42
2.3.1. Marcus Tullius Cicero(103-43 a.C.) ............ 43
2.3.2. Lucius Annaeus Seneca (4-65 d.C.) ............. 44
2.3.3. Epictetus (50-125/30 d.C.) ............................46
2.4. O Cristianismo – Jesus de Nazareth ........ 48
2.4.1. Lucius Caecilius Firmianus Lactantius
49
(apr.240-340) ....................................................
2.4.2. Ambrosius Mediolanensis(340-397) .......... 51
2.5. Aurelius Augustinus (354-430) ............................ 53
3. O Pensamento Medieval .............................................. 54
3.1. Tomás de Aquino (1225-1274) ............................ 54
3.2. Bartolo da Sassoferrato (1314-1357) ................... 56
3.3. Magna Charta Libertatum,
15 de Junho de 1215 ............................................ 58
3.4. Siete Partidas: León e Castillia(1256-1265) ....... 59
3.5. “Tübinger Vertrag” (1514) ................................... 60
3.6. Marsilius Patavinus (1284/87-1342/43) ................61
9
3.7. Guilherme de Ockham (1285-1347) .....................63
3.8. Nicolaus de Cusa (1401-1464) ............................. 63
3.9. Roberto Bellarmino (1542-1621) ......................... 65

CAPÍTULO II:
PENSAMENTO MODERNO ............................................. 69
1. Nicolau Pp. V (1447-1455) e
Alexander Pp. VI (1492-1503) ......................................... 69
2. Julius Pp. II (1503-1513) ................................................... 73
3. Martin Luther (1483-1545) e
João Calvino (1509-1564) ................................................ 74
4. Francisco de Vitoria (1483-1546) ...................................... 75
5. Bartolomé de Las Casas (1484-1566) ................................ 77
6. Juan Ginés de Sepúlveda (1490-1573) ............................... 79
7. Paulus Pp. III (1534-1549) ................................................. 83
8. Alguns Calvinistas .............................................................
87
8.1. Hugo Grotius (1583-1645) ……………….......……. 90
8.2. John Milton (1608-1674) …………………………... 95
8.3. John Locke (1632-1704) …………………………… 97
9. Thomas Hobbes (1588-1679) ............................................. 99
10. Charles-Louis de Secondat Montesquieu
(1689-1775) ......................................................................
101
11. Petition of Rights, 07 de Junho de 1628,
Habeas Corpus Act, 1679 e
Bill of Rights, 1689 ……………………………………... 103
12. Baruch Spinoza (1632-1677) .....................................105
13. Jus-naturalismo Alemão ................................................... 107

10
CAPÍTULO III:
O PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO ........................ 113
1. Premissa ............................................................................
113
2. Declaração de direitos do Bom Povo da Virgínia,
16 de Junho de 1776 ......................................................... 114
3. Revolução Francesa, 1789 ................................................. 119
3.1. Arouet Francois Marie Voltaire (1694-1778) ............ 119
3.2. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) ......................... 120
3.3. Déclaration des droits de l’homme et du citoyen,
26 de Agosto de 1789 ............................................... 122
4. Filósofos Idealistas Alemães .............................................. 125
4.1. Immanuel Kant (1724-1804) ...................................... 125
4.2. Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) .......................... 127
4.3. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) ........... 130
5. Staats-Lexikon (1834 e 1848) ............................................ 133
6. Georg Jellinek (1850-1911) ............................................... 134
7. A Revolução Industrial ...................................................... 137
8. Karl Marx (1818-1883) ..................................................... 140

CAPÍTULO IV:
OS DIREITOS HUMANOS APÓS 1945 ........................... 145
1. Premissa ............................................................................
145
2. Organização das Nações Unidas (1945) ............................ 148
3. Conferência sobre a Segurança e a
Cooperação na Europa, Helsinki, 152
1° de Agosto de 1975 ........................................................ 154
4. Principais documentos Internacionais ................................
4.1. A Declaração Universal dos Direitos do Homem, 154
10 de Dezembro de 1948 ...........................................
4.2. Convenzione Europea per la
Salvaguardia dei Diritti dell’Uomo e
delle Libertà Fondamentali, 157
Roma, 4 de Novembro de 1950 .................................

11
4.3. Protocolo de San Salvador,
17 de Novembro de 1998 ..........................................159
4.4. Pacto Internacional dos Direitos,
160
16 de Dezembro de 1966 ...........................................
4.5. Conferência Mundial das Nações Unidas
Sobre os Direitos Humanos,
Viena, 25 de Junho de 1993 ......................................162
4.6. Tratado de Amsterdam,
166
2 de Outubro de 1997 ................................................
4.7. Carta dos Direitos Fundamentais da
União Européia, Nice, França,
166
9 de Dezembro de 2000 .............................................

169
Considerações Finais ..........................................................

Fontes e Bibliografia ...........................................................


191

1. Fontes ................................................................................
191
1.1. Documentos do Magistério Eclesiástico ..................... 191
1°. Documentos Conciliares ....................................... 191
2º. Romanos Pontífices .............................................. 191
3º. Documentos da Sé Apostólica .............................. 196
1.2. Documentos Históricos .............................................. 197
1.3. Documentos da
Sociedade das Nações (1919 a 1945) .......................... 198
1.4. Declarações O.N.U. ................................................... 199
1.5. Convenções O.I.T. ..................................................... 204
1.6. Convenções e Pactos O.N.U. ..................................... 206
1.7. Protocolos e Resoluções O.N.U. ................................ 209
1.8. Documentos C.E. ....................................................... 211
1.9. Documentos O.E.A. .................................................212
1.10. Documentos Brasileiros ........................................... 214

12
1.11. Outras Declarações...................................................
215
1.12. Outros Documentos...................................................
216

2. Bibliografia ....................................................................
221
2.1. Autores Citados ..........................................................
221
1º. Antigos ................................................................
221
2º. Medievais ..............................................................
223
3º. Modernos ...............................................................
225
4º. Contemporâneos ................................................... 227
2.2. Obras Citadas .............................................................
232
2.3. Obras Indicadas ..........................................................
261

13
14
Siglas e Abreviações

a. Articulus
A.L.XIII Leonis XIII Pontificis Maximi Acta, Roma
1881-1905, 23 vv.
aa. Articuli
AAS Acta Apostolicae Sedis, Commentarium
Officiale, Typis Polyglottis Vaticanis, Romae
1909-
adh. ap. post. Adhortatio Apostolica Postsynodalis
adh. ap. Adhortatio Apostolica
alloc. Allocutio
apr. Aproximadamente
ASS Acta ex iis decerpta quae apud Sanctam Sedem,
in Compendium Opportune Redacta et
Illustrata, Typis Plyglottae Officinae S. C. De
Propaganda Fide, 1865-1908.
bul. Bulla
Bullarum A. TOMASETTI, - F. GAUDE, Bullarum,
diplomatum et privilegiorum Sanctorum
Romanorum Pontificum Taurinensis editio...
Augustae Taurinorum 1857-1872, 24vv.
c. Cânon
C.E. Conselho de Europa
C.E.V. II SACROSANCTUM OECUMENICUM
CONCILIUM VATICANUM SECUNDUM,
1962-1965.
C.I.E. Consiglio Islamico d'Europa
cap. Caput
cc. Cânones
CCEO “Codex Canonum Ecclesiae Orientalium,
Autorictate Ioannis Pauli Pp. II Promulgatus”, in
AAS 82 (1990) 1045-1363
Cfr. Conferir

15
CIC1917 “Codex Iuris Canonici Pii X Pontificis Maximi
Iussu Digestus Benedicti Papae XV Auctoritate
Promulgatus”, in AAS 9 (1917) 5-521
CIC1983 “Codex Iuris Canonici Autorictate Ioannis Pauli
Pp. II Promulgatus”, in AAS 75 (1983) 1-310.
col. Coluna
coll. Colunas
com. Comunicado
const. dogm. Constitutio dogmatica
const. Constitutio
decl. Declaratio
DS H. DENZINGER, Enchiridion Symbolorum,
definitionum et declarationum de rebus fidei et
morum, edição bilingüe a cura de P.
HÜMERMANN, Bologna 2000.
ed. Edição
ep. Epistula
ep. ap. Epistula apostolica
ep. enc. Epistula encyclica
Et al. Et alii
hom. Homilia
I.J.P.II Insegnamenti di Giovanni Paolo II, Città del
Vaticano 1978-2005.
I.P.VI Insegnamenti di Paolo VI, Città del Vaticano
1958-1978.
Instr. Instructio
L.E.A. Liga dos Estados Árabes
lit. ap. Litterae apostolicae
lit. enc. Litterae encyclicae
lit. Litterae
lit.ap.m.p. Litterae Apostolicae Motu Proprio Datae
n. Número
nn. números
nunt. rad. Nuntius radiophonicus
nunt. Nuntius
O.C.I. Organização da Conferência Islâmica
O.I.T. Organização Internacional do Trabalho
O.M.S. Organização Mundial da Saúde
O.N.U. Organização das Nações Unidas
16
O.U.A. Organização da Unidade Africana
OR L’Osservatore Romano
p. página
PG J.-P. MIGNE (a cura de), Patrologiae Cursus
Completus, ..., Patrologiae Graecae, 161 vv.
PL J.-P. MIGNE (a cura de), Patrologiae Cursus
Completus, ..., Patrologiae Latinae, 221 vv.
pp. Páginas
q. quaestio
qq. quaestiones
s. seguinte
s.d. sem data
s.l. sem lugar
S.N. Sociedade das Nações
SC H. de LUBAC, - J. DANIELOU, Sources
Chrétiennes, 1a ed., Paris 1950-
séc. século
ss. seguintes
trad. br. tradução brasileira
trad. esp. tradução espanhola
trad. fr. tradução francesa
trad. it. tradução italiana
UNESCO Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
v. volume
vers. versão
vv. volumes

17
18
INTRODUÇÃO

O presente trabalho nasceu do meu desejo de


contribuir para a solução do grande problema da
fundamentação filosófica dos direitos humanos. Aqui, meu
objetivo geral é apresentar a evolução da categoria filosófica
direitos humanos.

O objetivo específico que me proponho nesta


pesquisa é apresentar elementos históricos que nos ajudem a
delinear um fio condutor que perpasse toda a história do
pensamento ocidental, acompanhando a evolução da
categoria filosófica direitos humanos desde o pensamento
grego antigo até aos nossos dias.

Quando falamos de direitos humanos entendemos,


sobretudo as liberdades políticas fundamentais; entendemos
o direito à vida e à integridade da Pessoa humana, a
liberdade de opinião e de Religião, a liberdade de
movimento no interior do Estado e entre os Estados.

A partir da Segunda Guerra, 1939-1945, que produziu


graves violações aos direitos humanos; depois da realização
do direito de autodeterminação dos povos ex-coloniais os
direitos humanos entraram progressivamente no patrimônio
ideal da vida pública e entre os temas de discussão
quotidiana, seja sob forma de interesse às vicissitudes
internacionais mais cruéis e de reivindicação dos próprios
direitos.
19
Na última década do séc. XX, os direitos humanos
foram evocados também no contexto da bioética para dar
fundamento a propostas legislativas que assegurassem
liberdade e segurança no campo da pesquisa e da química
biomédica; e também no campo dos direitos do enfermo.1

Os direitos humanos constituem, portanto, dados


jurídicos objetivos, tendo sido codificados nas modernas
legislações internacionais. O problema mais urgente, hoje, é
conceber um sistema de tutela que torne eficaz a sua
proteção obstada pelas diversificadas identidades culturais e
religiosas e pela dificuldade dos Estados em aceitar
limitações à própria soberania interna.

Com a grande codificação acontecida no biênio 1946-


1948, no seio da Organização das Nações Unidas, um
sistema de normas quase universalmente compartilhado fez
irrupção no contexto internacional. Seria, hoje,
politicamente inoportuno e ilegítimo que um Estado
ignorasse os princípios por ela sancionados. Porém, as
macro-violações são um dado incontrovertível não obstante
as adesões teóricas à Declaração Universal dos Direitos do
Homem, 10 de Dezembro de 1948.

A complexidade do tema dos direitos humanos, que


aqui me proponho, começa já da locução “direitos
humanos”. É uma locução polissêmica e ambígua, como
disse Norberto Bobbio (1909-2004):

1
Cfr. F. COMPAGNONI, “Diritti dell’uomo”, in S. LEONE, - S.
PRIVITERA (editores), Nuovo Dizionario di Bioetica, Roma 2004,
319.
20
Abbiamo mai provato a definirli? E se abbiamo
provato, quale è stato il risultato? La maggior parte
delle definizioni sono tautologiche: ‘Diritti dell’uomo
sono quelli che spettano all’uomo in quanto uomo’.
Oppure ci dicono qualche cosa sullo status
desiderato o proposto di questi diritti non sul loro
contenuto: ‘Diritti dell’uomo sono quelli che
appartengono, o dovrebbero appartenere, a tutti gli
uomini, o di cui ogni uomo non può essere
spogliato’.2

Prescindindo desta controvérsia levantada por


Norberto Bobbio, assumo a definição de direitos humanos
apresentada por Francesco Compagnoni:

I diritti dell’uomo sono diritti pre – e sovra statuali:


sono innati nell’uomo ed irrinunciabili; la loro
validità viene sottratta al riconoscimento e
disconoscimento statale; derivano da una fonte di
diritto sovra positiva di diritto naturale, o divino,
oppure – rinunciando a tentativi di fondazione
metafisica – dal fatto stesso di essere uomini. La loro
accettazione nell’ordinamento costituzionale positivo

2
N. BOBBIO, L’età dei diritti, Torino 1997, 101:
“Nunca tentamos defini-los? E se tentamos, qual foi o resultado? A
maior parte das definições é tautológica: ‘Direitos do homem são
aqueles que competem ao Homem enquanto Homem’. Ou então nos
dizem alguma coisa sobre o status desejado ou proposto destes
direitos não sobre o seu conteúdo: ‘Direitos do Homem são aqueles
que pertencem, ou deveriam pertencer, a todos os Homens, ou dos
quais todo Homem não pode ser desprovido”. (Minha tradução)
21
dello Stato non ha perciò effetto costitutivo, ma solo
carattere dichiarativo.3

Mesmo que os direitos humanos não sejam aceitos


por um consensus omnium gentium, constituem um dado
jurídico compartilhado por grande parte das comunidades
humanas. Tal irresistível evidência, particularmente depois
do acordo prático conseguido pela Organização das Nações
Unidas em 1948, não pode não nos induzir a refletir sobre o
fato que eles vão, além de proclamados, também tutelados.

Parece-nos aceitável quanto escreveu A. Cassese:

Almeno intorno ad un nucleo essenziale di diritti si è


dunque formato un accordo di principio tra tutti gli
Stati del mondo, o quasi. È prevedibile che un po’
alla volta questo accordo di massima si amplii, in
modo da comprendere un numero sempre più ampio
di diritti.4

3
F. COMPAGNONI, “Diritti dell’uomo”, in Nuovo dizionario di
Teologia morale, Cinisello Balsamo 1990, 220: “Os direitos do
Homem são direitos pré e supra-estatais: são inatos no Homem e
irrenunciáveis; a sua validade vem subtraída ao reconhecimento e
desconhecimento estatal; derivam de uma fonte de direito supra-
positivo de direito natural, ou divino, ou então – renunciando a
tentativas de fundamentação metafísica – do fato mesmo de ser
Homens. A sua aceitação no ordenamento constitucional do Estado
não têm, portanto efeito constitutivo, mas somente caráter
declarativo.” (Minha tradução)
4
A. CASSESE, I diritti umani nel mondo contemporaneo, Bari 1988,
63: “Ao menos entorno a um núcleo essencial de direitos se é,
portanto formado um acordo de princípio entre todos os Estados do
mundo, ou quase. É previsível que um pouco de cada vez este acordo
22
É em andamento um processo irreversível de
especificação. Junto aos direitos de primeira geração –
liberdades, proclamados a partir dos princípios de 1789 –
encontramos direitos de segunda geração, ou seja, os
direitos econômicos, sociais e culturais; e também de
terceira geração, ou seja, solidariedade, desenvolvimento,
direito à paz internacional, a um ambiente salubre; e de
quarta geração ou novos direitos, relativos ao campo da
manipulação genética, da bioética e das novas tecnologias
de comunicação.

Norberto Bobbio escreveu:

Oltre ai processi di positivizzazione,


generalizzazione, internazionalizzazione, si è
manifestata in questi ultimi anni una nuova linea di
tendenza che si può chiamare di specificazione,
consistente nel passaggio graduale ma sempre più
accentuato verso un’ulteriore determinazione dei
soggetti titolari dei diritti [...]. Questa specificazione
è avvenuta sia rispetto al genere, sia rispetto alle
varie fasi della vita, sia tenendo conto della
differenza tra stato normale e stato eccezionale della
vita umana. Rispetto al genere, si sono venute sempre
più riconoscendo le differenze specifiche della donna
rispetto all’uomo. Riguardo alle varie fasi della vita,
si sono venuti via via differenziando i diritti
dell’infanzia e della vecchiaia da quelli dell’uomo
adulto. Riguardo agli stati normali o eccezionali, si è
fatta valere l’esigenza di riconoscere diritti speciali

de máxima se amplie, em modo a compreender um número sempre


mais amplo de direitos.” (Minha tradução)
23
ai malati, agli handicappati, ai malati di mente e così
via.5

E ainda:

Oggi siamo sempre più convinti che l’ideale della


pace perpetua non possa essere perseguito se non
attraverso una progressiva democratizzazione del
sistema internazionale, e che questa
democratizzazione non possa essere disgiunta dalla
graduale e sempre più effettiva protezione dei diritti
dell’uomo al di sopra dei singoli Stati. Diritti
dell’uomo, democrazia, pace sono tre momenti
necessari dello stesso sviluppo storico: senza diritti
dell’uomo riconosciuti ed effettivamente protetti non
c’è democrazia; senza democrazia non ci sono le
condizioni minime per la soluzione pacifica dei
conflitti che sorgono tra individui, tra gruppi e tra
quelle collettività tradizionalmente indocili e

5
N. BOBBIO, L’età dei diritti, Torino 1997, 62: “Além dos processos
de positivação, generalização, internacionalização, se manifestou
nestes últimos anos uma nova linha de tendência que se pode chamar
de especificação, consistente na passagem gradual, mas sempre mais
acentuada para uma ulterior determinação dos sujeitos titulares dos
direitos [...]. Esta especificação aconteceu seja em respeito ao
gênero, seja em respeito às várias fases da vida, seja tendo conta da
diferença entre estado normal e estado excepcional da vida humana.
Em relação ao gênero, se reconheceram sempre mais as diferenças
específicas da mulher em relação ao homem. Referente às várias fases
da vida se foi lentamente diferenciando os direitos da infância e da
velhice daqueles Homens adultos. Em relação aos estados normais ou
excepcionais, se fez valer a exigência de reconhecer direitos especiais
aos enfermos, aos deficientes, aos doentes mentais e assim por
diante.” (Minha tradução)
24
tendenzialmente autocratiche che sono gli Stati, e
anche se sono democratiche con i propri cittadini.6

Uma efetiva tutela dos direitos humanos não é


realizável enquanto estas coletividades indóceis e
autocráticas não concorrerem para uma concreta limitação
da própria soberania, por que

La libertà dello Stato è la stessa che avrebbe ogni


uomo, se non vi fossero leggi civili, né Stato del tutto.
E gli effetti sono anche gli stessi, poiché, come tra gli
uomini senza un padrone è una guerra perpetua [...],
così, negli Stati indipendenti tra loro, ogni Stato –
non ogni uomo – ha una libertà assoluta per fare ciò
che giudicherà al proprio vantaggio. Ed inoltre essi
vivono nella condizione di perpetua guerra e pronti
alla battaglia, con le frontiere armate e con i cannoni
puntati contro i proprii vicini intorno.7

6
Ibidem, 254: “Hoje, estamos sempre mais convencidos que o ideal
da paz perpétua não possa ser perseguido senão através de uma
progressiva democratização do sistema internacional; e que esta
democratização não possa ser desconectada da gradual e sempre
mais efetiva proteção dos direitos do Homem acima dos Estados
singulares. Direitos do Homem, democracia, paz são três momentos
necessários do mesmo desenvolvimento histórico: sem direitos do
Homem reconhecidos e efetivamente protegidos não existe
democracia; sem democracia não existem as condições mínimas para
a solução pacífica dos conflitos que surgem entre indivíduos, entre
grupos e entre aquelas coletividades tradicionalmente indóceis e
tendencialmente autocráticas que são os Estados, e mesmo se são
democráticas com os próprios cidadãos.” (Minha tradução)
7
T. HOBBES, Leviathan, New York 1950, XXI, 176: “A liberdade do
Estado é a mesma que teria cada Homem, se não existissem leis civis,
nem Estados. E os efeitos são também os mesmos, porque, como entre
25
Os direitos humanos são indicadores de um
movimento em constante expansão que marcha para uma
meta precisa que se define na tutela da dignidade humana do
Homem enquanto Pessoa. Ao longo dos séculos as forças
mais conscientes, através da explicação da própria
vitalidade, tornaram-se protagonistas da luta pela
emancipação do Indivíduo humano como Pessoa e como
Comunidade. Os resultados atingidos foram codificados, na
tradição ocidental, em textos que marcaram as suas etapas.8

Historicamente, os direitos humanos foram


subdivididos entre direitos civis e políticos e sociais entre os
quais

esiste un intimo nesso, uno stretto rapporto di


reciproca condizionalità e di solidarietà in quanto
tutti i vari diritti, tutte le varie libertà dell’uomo sono
ugualmente necessarie e concorrono egualmente alla
realizzazione della persona umana, della dignità di
ogni uomo, del suo diritto di essere posto in

os homens sem um chefe é uma guerra perpétua [...], assim, nos


Estados independentes entre eles, cada Estado – não cada homem –
tem uma liberdade absoluta para fazer aquilo que julgará segundo o
próprio interesse. E ainda eles vivem na condição de perpétua guerra
e prontos à batalha, com as fronteiras armadas e com os canhões
apontados contra os próprios vizinhos entorno.” (Minha tradução).
Cfr. ainda R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei Diritti
Umani, Acireale (CT) 2003, 7-11.
8
Pense-se à “Magna Charta” de 1215, ao “Bill of Rights”, de 1689, à
Declaração de Independência americana de 1776, e à Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, até chegar àquela
Declaração Universal dos Direitos do Homem, 10 de Dezembro de
1948.
26
condizioni di estrinsecare pienamente la propria
potenziale individualità.9

O conceito de dignidade humana vincula-se à in-


eliminável propensão de todo Indivíduo a buscar o próprio
espaço de vida entre as forças da Sociedade. O ser Pessoa
não significa determinar-se somente como um fim em si no
sentido de centro autônomo, mas afirmar-se como momento
poli-cêntrico de titularidade de direitos.

O sentido da dignidade se cumpre na plenitude da


esfera ética, jurídica, política, social e cultural. Os sentidos
evocados enchem com a sua extensão contínua o núcleo do
ser Homem. A esfera ética de um lado encontra o seu
fundamento na espiritualidade, de outro se configura como
leigo-racional. Por quanto concerne o primeiro aspecto, com
a Incarnatio Verbi, com a mensagem universal do
Evangelho, o Homem – todo Homem – e não mais só os
homens livres da tradição grega, elevam-se à dignidade
humana pessoal, no seu ser imagem redimida do Criador.

A todos os homens é reconhecida a mesma dignidade


absoluta, a mesma liberdade, o mesmo valor espiritual e
moral, em uma palavra, valor humano:

9
D. PASINI, I diritti dell’uomo – Saggi di filosofia politico-giuridica,
Napoli 1979, 33: “... existe um íntimo nexo, uma estreita relação de
recíproca condicionalidade e de solidariedade enquanto todos os
vários direitos, todas as várias liberdades do Homem são igualmente
necessárias e concorram igualmente à realização da pessoa humana,
da dignidade de cada homem, do seu direito de ser posto em
condições de explicitar plenamente a própria potencial
individualidade.” (Minha tradução)
27
Não existe mais judeu nem grego; não existe mais
escravo nem livre; não existe mais homem nem
mulher, porque todos vós sois um em Jesus Cristo
(Gal. 3, 28).

A concepção cristã do Homem como microcosmo


único, ao qual vai reconhecida a exigência de expandir-se e
realizar-se em toda a sua amplitude, encontra num princípio
igualitário o ponto unificante do gênero humano. Mas

l’uguaglianza degli uomini, agli occhi dei cristiani,


non sorgeva da una considerazione razionale del
mondo, ma dal rapporto dell’umanità con Cristo, suo
Redentore.10

É com Immanuel Kant (1724-1804) que a


constituição de uma ética racional e moderna se cumpre. Na
sua reflexão, sobre o plano da ética – na Fundação da
metafísica dos costumes, 1897 – o indivíduo vem
reconhecido na categoria de Pessoa-fim, quando diz que
devemos agir em modo a tratar a humanidade seja na nossa
Pessoa seja naquela de cada um, sempre como fim e nunca
simplesmente como meio11.

O gênero humano se torna uma Comunidade Moral.


Como escreve M. A. Cattaneo pode-se dizer que
10
J. M. KELLY, Storia del pensiero giuridico occidentale, Bologna
1996, 139: “… a igualdade dos homens, aos olhos dos cristãos, não
surgia de uma consideração racional do mundo, mas da relação da
humanidade com Cristo, seu Redentor.” (Minha tradução)
11
Cfr. I. KANT, Grundlegung zur Metaphysik der Sitten, Leipzig
1897, edição bilíngüe em italiano com texto original paralelo:
Fondazione della Metafisica dei costumi (Bompiani Testi a Fronte,
79), trad. it. a cura de V. MATHIEU, [Milano 2003], II, p. 141-143..
28
“con l’affermazione filosofica della dignità dell’uomo
come Kant dà una fondazione etica alla dottrina dei
diritti naturali dell’uomo”12.

O indivíduo sai de si, necessariamente. Uma


convivência humana sobre o plano da Ética não é suficiente.
Na dimensão histórico-social se conectam todos os
indivíduos através da generalidade jurídica. Sem o direito a
dignidade moral, mesmo na sua plenitude, é privada de
articulação enquanto além da ínsita condição valorativa, ela
é incapaz de re-encontrar a sua raiz ontológica e, ao mesmo
tempo, garantir a sua expansão no concreto.

Em tal sentido, já

la predicazione di Cristo se da un lato sancisce la


distinzione, dall’altro implica l’unità di etica e diritto
che sono le referenze a diverso titolo della condotta
umana. Il precetto di Cristo con una universalità
etica che si particolarizza nell’individuazione
giuridica della prima e originaria condizione umana:
la libertà di coscienza; che per l’uomo diventa un
diritto nei confronti di Cesare nell’atto che è
proclamato il dovere nei confronti di Dio.13

12
M. A. CATTANEO, Dignità umana e pena nella filosofia di Kant,
Milano 1981, 57: “... com a afirmação filosófica da dignidade do
Homem como Kant dá uma fundamentação ética à doutrina dos
direitos naturais do Homem”. (Minha tradução)
13
G. CAPOZZI, Forze, leggi e poteri, I sistemi dei diritti dell’uomo,
Napoli 1998, 392-393: “… a pregação de Cristo se, de um lado,
sanciona a distinção, de outro implica a unidade de ética e direito que
são as preferências da conduta humana. O preceito de Cristo com
uma universalidade ética que se particulariza na individuação
29
A esfera jurídica se mostra, pela dignidade humana
do indivíduo, fundadora para a finalidade da concretização
histórica dos valores. Isto fora compreendido pelos
jusnaturalistas, para os quais existem leis que não foram
postas pela vontade humana e, enquanto tais, precedentes à
formação de todo grupo social. Estas leis são reconhecíveis
através da pesquisa racional; delas derivam direitos e
deveres que são “naturais”14. Sobretudo para os
contratualistas que notavam o nexo entre a liberdade que
surgia da fonte dos direitos inatos e a exigência de
consolidá-la através do Direito positivo, como diz G. De
Ruggiero:

Libertà e diritto si reciprocano, nel senso che l’una


esprime l’immediata espansione di un contenuto di
vita, l’altro la forma di questo contenuto, cioè il suo
costituirsi come un’unità autonoma, che esige di non
essere turbata nella sua attuazione da altre unità,
costituite con lo stesso titolo nella propria sfera.15

jurídica da primeira e originária condição humana: a liberdade de


consciência; que para o Homem se torna um direito nos confrontos de
César no ato que é proclamado o dever nos confrontos de Deus”.
(Minha tradução)
14
Sobre estes temas se veja a apresentação histórica feita por N.
BOBBIO, “Liberalismo e democrazia”, in G. M. BRAVO, - S. ROTA
RIBAUDI (a cura de), Il pensiero politico contemporaneo, I, Milano
1985, 25.
15
G. DE RUGGIERO, Storia del liberalismo europeo, Roma - Bari
1995, 25: “Liberdade e direito são recíprocos, no sentido que uma
exprime a imediata expansão de um conteúdo de vida, o outro a forma
deste conteúdo, isto é, o seu constituir-se como uma unidade
autônoma, que exige de não ser turbada na sua atuação por outras
unidades, constituídas com o mesmo título na própria esfera.” (Minha
tradução)
30
O curso fadigoso e contraditório da afirmação da
dignidade jurídica marca a centralidade do problema da
garantia e proteção jurídicas para os direitos de liberdade:

Strettamente intrecciato a questi processi è lo


sviluppo del concetto politico di libertà; tale sviluppo
può essere inteso come un processo nel corso del
quale il concetto di libertà viene dotato tanto di
sostanza protettiva quanto anche di componenti
aggressivi a fronte dell’Autorità.16

Do ponto de vista da Igreja Católica e da reflexão


teológica os direitos humanos põem-se muitos problemas.
Mais problemas históricos que teóricos. Quem não aceita a
meta da reconquista de uma posição de privilégio como
escopo principal dos católicos em política, não precisa ser
contrário à expansão e à reafirmação na consciência dos
batizados dos valores cristãos, válidos também para uma
orientação na vida em Sociedade.

A presença missionário-pastoral da Igreja Católica na


Sociedade não é idêntica à reconquista de posições de
particulares privilégios no Estado. Poder-se-á buscar de
haver um posto especial para a Religião no ordenamento
estatal, mas isto também como efeito de um impulso

16
D. KLIPPEL, “Il concetto politico di libertà”, in Libertà, Venezia
1991, 78: “Estreitamente entrelaçado a estes processos é o
desenvolvimento do conceito político de liberdade; tal
desenvolvimento pode ser entendido como um processo ao longo do
qual o conceito de liberdade vem dotado tanto de substância
protetora quanto também de componentes agressivos diante da
Autoridade.” (Minha tradução) Cfr. também L. DI SANTO, Teoria e
pratica dei Diritti dell’Uomo, Napoli 2002, 11-14.
31
democrático de forças sociais e sempre unido ao princípio
da tolerância e do compromisso político.

Ficam excluídas, evidentemente, poucas posições


irrenunciáveis pelas quais, postas em minoria política, se
poderá sempre tentar a via das objeções de consciência e de
um modo ou de outro da resistência civil.17 Do ponto de
vista histórico, mas entendendo também e, sobretudo, a
evolução do patrimônio ideal comum do ocidente nos
últimos dois séculos, os direitos do Homem encontraram
durante a sua elaboração e formulação no Iluminismo do
séc. XVIII a oposição decidida pela suprema instância
eclesial; continuada depois por aproximadamente dois
séculos.

Somente com Pio Pp. XI (1922-1939) e Pio Pp. XII


(1939-1958), na substância; e com os Pontífices sucessivos,
na substância e na sua explícita citação e utilização,
aconteceu a mudança de atitude da Igreja em relação aos
direitos humanos. Sobretudo depois da Conferência de
Helsinki18, a Igreja Católica tornou-se um dos portadores
dos direitos humanos a nível internacional, o mais
desinteressado e, nos limites de um grupo de opinião,
portanto social não estatal, dos mais eficazes.

A Igreja Católica pede, hoje, a atuação da liberdade


religiosa e de opinião em todos os âmbitos, embasando-se
exatamente sobre o fundamento dos direitos humanos.

17
Cfr. F. COMPAGNONI, “Diritti dell’uomo”, in S. LEONE, - S.
PRIVITERA (editores), Nuovo Dizionario di Bioetica, Roma 2004,
323.
18
Cfr. U. E., Conferenza sulla Sicurezza e la Cooperazione in Europa,
Atto Finale, Helsinki, 1° de Agosto de 1975.
32
Acima de fáceis ironias, não precisamos esquecer que
já depois de 1793 os bispos franceses mudaram tática
política e pediram a liberdade para a Igreja em base à
liberdade de Religião. O mesmo aconteceu na Holanda
quando as tropas francesas da revolução subverteram o
regime político que, para com os católicos, fora
discriminatório.19

Fundamentarei minhas colocações com abundantes


citações. Além das Fontes e Bibliografia utilizadas durante
a pesquisa, citarei nas notas de rodapé também uma
bibliografia de apoio.

Oferecerei ainda um elenco de fontes, para um


eventual aprofundamento do argumento, a saber:
Codificações, Documentos Conciliares, Documentos
Históricos, Documentos da Sociedade das Nações (1919 a
1945), Declarações O.N.U., Convenções O.I.T., Convenções
e Pactos O.N.U., Protocolos e Resoluções O.N.U.,
Documentos C.E., Documentos O.E.A., Documentos
Brasileiros, Outras Declarações, Romanos Pontífices,
Documentos da Sé Apostólica, Outros Documentos.

O elenco de Bibliografia será dividido em três itens:


Autores Citados, Obras citadas e Obras Indicadas. No
elenco Autores Citados, apresento obras dos autores
Antigos, Medievais, Modernos e Contemporâneos citados ao
longo do trabalho. São aquelas obras utilizadas na pesquisa
e também aquelas não utilizadas, mas por mim indicadas

19
Cfr. F. COMPAGNONI, “Diritti dell’uomo”, in S. LEONE, - S.
PRIVITERA (editores), Nuovo Dizionario di Bioetica, Roma 2004,
323.
33
para um eventual aprofundamento do pensamento destes
autores.

No elenco de Obras Citadas, oferecerei aquelas obras


que se encontram citadas nas notas de rodapé. No elenco
Obras Indicadas oferecerei as principais obras publicadas
sobre o tema dos direitos humanos; são obras que não
utilizei em minha pesquisa, mas sinto que são importantes
para aprofundar o tema.

34
CAPÍTULO I:

O PENSAMENTO ANTIGO E
MEDIEVAL

1. Premissa: Pessoa, Liberdade e Igualdade.

Uma categoria filosófica não nasce do nada, mas é o


resultado do desenvolvimento e amadurecimento de outras
categorias igualmente filosóficas que rendem possível a sua
gênese e crescimento. A categoria direitos humanos tem
uma longa história e sua origem se encontra em um passado
distante.

A categoria direitos humanos pressupõe outras


categorias, tais como Pessoa, Liberdade e Igualdade. Estas
categorias renderam possível a atual categoria direitos
humanos, enquanto fundamentaram os pilares para a
construção, no âmbito do pensamento filosófico-jurídico,
destes direitos enquanto faculdades pessoais; com suas notas
ou atributos radicais da humanidade, da universalidade, da
igualdade, da imutabilidade, da objetividade, da
indispensabilidade e da inviolabilidade.

35
Dando um passo atrás, podemos dizer que as
categorias acima enumeradas tornaram possível a concepção
de direitos naturais do Homem, enquanto Pessoa dotada de
liberdade e igualdade naturais. Os direitos humanos
hodiernos pressupõem, portanto, na sua história e
desenvolvimento, os assim chamados direitos naturais.

Os direitos naturais do Homem que se desenvolveram


nos séculos XVII e XVIII, atualmente se converteram em
deveres legais ou então se transmutaram nos atuais direitos
humanos. Hoje, a categoria direito natural desapareceu.
Apesar disto não é somente útil, mas ainda necessário
revisitar, mesmo que em modo superficial, as suas origens
ao longo da história do pensamento filosófico.

Segundo Francesco Viola, os paradigmas mudam e se


transformam, mas as instâncias originárias em algum modo
permanecem estáveis. Isto pode ser aplicado em particular
modo e com particular veracidade aos direitos humanos
enquanto prática sócio-filosófica20.

Não podemos crer que os direitos humanos


originaram-se da necessidade premente de defesa do
indivíduo contra a invasiva ação do poder político.
Freqüentemente na história dos direitos, eles foram
sustentados e defendidos por muitos juristas desejosos de
reforçar e manter a autoridade e, às vezes, até mesmo por
absolutistas.21

20
Cfr. F. VIOLA, Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997, 276.
21
Cfr. Ibidem.
36
Na origem da atual categoria direitos humanos
encontraremos a percepção do valor supremo do Homem e
da sua original identidade; portanto também da exigência
natural de livre expressão da sua pessoalidade nas relações
individuais e com a sociedade.

Seguindo por esta direção podemos ver nas liberdades


fundamentais o núcleo originário e mais representativo dos
atuais direitos humanos, com a advertência, porém, que
estas liberdades não são aquelas da autonomia moral, mas
sim aquelas ligadas e subordinadas ao problema da
autenticidade pessoal e fidelidade a si mesmo. O
reconhecimento político, da parte do Estado – moral da
autenticidade pessoal – conduz o Homem a desenvolver sua
liberdade sempre mais na direção da sua
22
autodeterminação.

2. O Pensamento Antigo.

Podemos partir de um pressuposto já compartilhado


por vários autores: na antigüidade e no mundo greco-
romano não se encontram direitos fundamentais
reconhecidos a um Sujeito e imponíveis erga omnes. Isto
porque os direitos humanos, enquanto requisitos básicos
para a vida humana em Sociedade necessitam de uma noção
de igualdade substancial, o que não existia ainda no
pensamento greco-romano.

22
Cfr. Ibidem, 298.
37
Ora, o pensamento antigo não chegou ao
reconhecimento de uma dignidade intangível aferente aos
homens enquanto indivíduos, elaborando uma práxis
jurídica e social que a tutelasse. Paradigma disto é o
instituto jurídico da escravidão difundido e filosoficamente
fundamentado.23

2.1. Os Sofistas.

Apesar de quanto dito acima, encontramos já no séc.


V a.C., com os Sofistas, a presença de uma doutrina que
dava a preeminência ao direito natural24 sobre aquele
positivo.

23
Escreve G. Oestreich: “Chiediamoci se l’antichità pagana abbia
conosciuto o no ‘diritti dell’uomo’, la risposta non può che essere
negativa. Pur fra tutte le affermazioni circa la libertà e l’uguaglianza,
la dignità umana e il rispetto della persona, essa non generò mai
nulla di simile ad una richiesta di diritti fondamentali e inviolabili per
ogni essere umano”; cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e
delle libertà fondamentali, Bari 2001, 15; G. DRAGO, La giustizia e
le giustizie. Lettura del libro quinto dell’Etica a Nicomaco, Milano
1963.
24
“L’idea del diritto naturale era antichissima: proposta dai sofisti,
era stata ampiamente elaborata dagli stoici e dallo stoicismo
trapassata nelle opere di Cicerone e più tardi dei Padri della Chiesa,
i quali l’avevano spesso assimilata a quella della legge rivelata da
Dio nella Sacra Scrittura; era pervenuta quindi alla Scolastica,
talvolta confusa, oltre che con l’idea di legge divina, con quella di un
istinto di natura (secondo un’infelice definizione di Ulpiano accolta
dal Digesto [1,1,1,3]: ‘Il diritto naturale è quello che la natura ha
38
A natureza humana, assim, tornou-se a principal
referência para as idéias jurídicas. Desde então a reflexão
filosófico-jurídica sobre o direito natural gira entorno de
dois eixos principais: aquele do conhecimento da natura
hominis e aquele dos princípios guias da construção da
Sociedade. Destas concepções filosóficas surge uma grande
quantidade de concepções do direito natural25.

Já remonta ao sofista Alcidamantes a tese jus-


naturalista, pela qual Deus fez todos os homens livres.26 De
fato os sofistas operaram uma verdadeira e própria
revolução espiritual, movendo o eixo da reflexão filosófica
da physis e do kosmos ao Homem e àquilo que concerne à
vida do Homem enquanto membro de uma Sociedade
politicamente organizada. Portanto é exato afirmar que com
os Sofistas teve início o período humanista da história
antiga.27

insegnato a tutti gli esseri animati’); era stata infine accettata da San
Tommaso che, chiarendola, l’aveva intesa come l’idea di ciò che della
legge eterna ossia la ragione di Dio, è presente nella ragione
dell’uomo (‘Partecipazione della legge eterna nella creatura
razionale’, S. Th. I-II, q. 91, a 2)”; cfr. F. COMPAGNONI, “Diritti
dell’uomo”, in Dizionario di Bioetica, Acireale 1994, 262.
25
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 14-15.
26
Cfr. F. D’AGOSTINO, “Il pensiero giuridico nella sofistica”,
Rivista internazionale di filosofia del diritto 52 (1975) II, 193-216;
Ibidem, IV, 547-573.
27
G. REALE, - D. ANTISERI, Il pensiero occidentale dalle origini
ad oggi, I, Brescia 1983, 51.
39
2.2. Aristóteles (384-322 a.C.).

Vemos o desenvolvimento do princípio da liberdade


em Sócrates (470-399 a.C.), retomado por seu discípulo
Platão (428-347 a.C.). Consideravam que o Homem não
devesse viver dentro de um ordenamento político que o
humilhasse moralmente; afirmaram a racionalidade das leis
positivas.28

Aristóteles (384-322 a.C.) considerou o direito


secundum naturam como parte do direito válido para a
Sociedade política grega, junto às leis ou ao direito positivo.

Assim, o direito natural é originário, vem a nós pelos


usos e costumes. Este direito não depende das opiniões e
decisões ocasionais dos homens. O direito positivo é

28
Cfr. B. BRUNELLO, “Politica e diritto nel pensiero ellenico”, in
Grande antologia filosofica, II, Milano 1954, 677-686; U. GALLI,
Platone e il nomos, Torino 1937; M. GENTILE, La politica di
Platone, Padova 1940; L. STEFANINI, Platone, Padova 1949; T. A.
SINCLAIR, Il pensiero politico classico, Bari 1964, 190-277; G. DEL
VECCHIO, La giustizia, Roma 1959, 21-25; H. WELZEL, Diritto
naturale e giustizia materiale, Milano 1965, 31-40; G. FASSO’,
Storia della filosofia del diritto, I, Antichità e medioevo, Bologna
1966, 65-79; K. R. POPPER, La società aperta e i suoi nemici, I,
Platone totalitario, Roma 1977; R. M. PIZZORNI, Giustizia e Carità,
Roma 1980, 17-18; IDEM, Il diritto naturale dalle origini a S.
Tommaso d’Aquino, 2 ed., Roma 1985, 53-58; G. SISSA, Filosofie del
genere: Platone, Aristotele e la differenza dei sessi, in G. DUBY, - M.
PERROT, Storia delle donne in Occidente, I, L'Antichità, a cura de P.
SCHMITT PANTEL, Roma - Bari 1997; A. CAVARERO,
Nonostante Platone, Roma 1990; A. CHIAPPELLI, Del suicidio nei
dialoghi platonici, Roma 1885; M. ISNARDI PARENTE, Il pensiero
politico di Platone, Roma 1996.
40
estabelecido para aqueles casos ambíguos. O direito natural,
fundado na natureza do Homem, é o direito secundum
naturam.

Aristóteles afirmou a universalidade do direito


natural. Porém o Homem e os seus direitos naturais são
considerados somente na plena realidade ética das suas
instituições, da “polis” e da vida individual dos cidadãos.
Por isto, ele nunca separou nem contrapôs o direito natural
ao direito positivo.

Apesar disto, Aristóteles não conseguiu afirmar a


universal igualdade entre todos os homens, apesar de ter
afirmado sua natureza comum e ter dado universalidade ao
direito natural. Para ele, de fato, os homens são por natureza
em parte livres e em parte escravos. Ele se fundamentava
nas características espirituais e corpóreas dos homens.
Segundo Aristóteles os escravos são participantes da razão
somente na medida em que lhes basta para entender e
obedecer a ordens recebidas, mas não a possuem de fato.

Poderíamos, portanto, concluir que Aristóteles negou


a igual racionalidade de todos os homens, portanto negou a
base sobre a qual se apóia o edifício dos direitos naturais e,
hoje, dos direitos humanos. Para ele a escravidão não é
somente útil, mas até mesmo justa29.

Nos primórdios da “polis”, a imagem humana era


associada a uma idéia da dignidade que encontrava plena

29
Cfr. ARISTÓTELES, Politica, I, 5.
41
realização somente no membro a pleno título, ou seja, no
Cidadão30.

Para Aristóteles (384-322 a.C.) o fim da comunidade


política consistia em tutelar a vida e os bens dos cidadãos,
como também em promover o desenvolvimento de toda
inclinação natural. Mas se ele concebeu a Justiça como
virtude voltada aos semelhantes, com a finalidade de manter
a igualdade entre eles, é patente que o princípio de
igualdade entre todos os homens teve dos Estóicos a sua
primeira e completa formulação.

2.3. Os Estóicos.

Os Estóicos desenvolveram uma autêntica doutrina da


igualdade entre os homens na sua Antropologia e na sua
Ética. A idéia principal, posta como fundamento desta
igualdade, foi aquela da existência do reino da razão junto à
comunidade real.

Podemos dizer que, aqui, nasceu o primeiro dos três


eixos principais sobre os quais orbitaria os então chamados
direitos naturais; os atuais direitos humanos.

30
Cfr. M. POHLENZ, L’uomo greco, Firenze 1962; IDEM, La libertà
greca, Brescia 1963; IDEM, La Stoa, Storia di un movimento
spirituale, I-II, Firenze 1978.
42
O primeiro desses eixos é: todo Homem é equiparado
aos outros porque participante da razão universal – do
Logos – e porque dotado, como os outros, de Ratio.

Os homens são todos iguais, enquanto “igualados”


pela mesma finalidade ética. Este conceito, por causa do
forte influxo da Escola filosófica estóica, foi de fundamental
importância para o futuro do pensamento político e para a
gênese da categoria dos direitos humanos.

É importante observar que quando Alexandre Magno


(355-323 a.C.) edificou o seu império mundial, a reflexão
política se moveu da Polis ao inteiro Kosmos.

2.3.1. Marcus Tullius Cicero (103-43 a.C.)


Mais tarde, sob o Império Romano, os principais
conceitos estóicos conheceram uma re-elaboração e uma
concreta aplicação política pelos intérpretes da cultura
grega. Entre eles podemos citar Marcus Tullius Cicero (103-
43 a.C.) e os estóicos romanos Lucius Annaeus Seneca (4-
65 d.C.)31, Epictetus (50-125/30 d.C.) e Marcus Aurelius
(121-180 d.C.).32

Enquanto Aristóteles (384-322 a.C.), afirmando a


desigualdade entre os homens e os povos, havia justificado a
atitude dos gregos para com os bárbaros, Marcus Tullius
Cicero (103-43 a.C.) sustentou que o Homem, por natureza,

31
Cfr. C. SINI, I filosofi e le opere, Milano 1980, 216.
32
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 15-16; M. POHLENZ, La Stoa. Storia di un
movimento spirituale, I-II, Firenze 1978.
43
encontra-se numa relação de igualdade com a inteira espécie
humana33.

Todo Homem é unido aos outros também mediante o


Direito; deve, além disto, seguir a própria natureza humana.
Para Cícero o Homem pertence à Civitas Maxima, composta
pela Humanidade inteira, dotada de ratio. A Lex naturae,
enquanto verdadeira Lex, sempre existiu e sempre existirá:
antes ainda que surgisse o Direito positivo e fosse fundado o
Estado.

Esta Lex naturae é a Lex querida pela divindade e,


portanto, vincula homens e deuses, incondicionalmente:
Ratio naturae quae est lex divina et humana. Nenhum
legislador, nem o Senado e nem mesmo o Populus
Romanus, pode ab-rogar esta Lex naturae ou eximir alguém
de uma das obrigações que ela contemple.

2.3.2. Lucius Annaeus Seneca (4-65 d.C.)


Lucius Annaeus Seneca (4-65 d.C.), em De clementia
afirmou o limite do poder em vista do bem comum. Com
isto deu preeminência à lei natural sobre a lei positiva.

Disse que a grandeza e a verdadeira majestade não


residem num uso desenfreado do poder, mas na cura do bem
da comunidade. O poder é serviço ao Povo. Portanto, ao
Imperador, a quem tudo seria permitido, são proibidas
muitas coisas.

33
Cfr. M. POHLENZ, L’uomo greco, Firenze 1962; IDEM, La libertà
greca, Brescia 1963; IDEM, La Stoa. Storia di un movimento
spirituale, I-II, Firenze 1978.
44
Desta doutrina nasceu a convicção da íntima e
substancial afinidade de todos os homens: somos os
membros de um único corpo; a natureza nos fez nascer
parentes. Esta é uma solidariedade universal que está à base
de direitos em relação ao poder do Imperador.

Porque cada um é partícipe da razão cósmico-


universal, conseqüentemente, a todo Homem é devido um
sagrado e incondicionado respeito: homo res sacra homini.

Como cidadão do mundo Sêneca se sentiu mais


intimamente ligado ao Kosmos e às suas relativas
obrigações do que ao Império e aos deveres de civis
romanus. Todo Homem deve ser respeitado porque é
Homem, ou seja, Ser em relação com. Por isto, o Homem é
sagrado para os outros homens34.

Ao contrário dos antigos estóicos que pregavam a


auto-suficiência do Sábio, à qual se conecta o desprezo
pelos outros, Sêneca deu grande relevo à solidariedade
humana, enquanto o Homem é um animal social gerado
para o bem comum: sociale animal communi bono
genitum35.

A única coisa que se pede ao Homem é de ajudar aos


outros homens. Tornando-se útil aos outros homens, o
Homem promove o interesse de todos; promove o bem
comum36.

34
L. A. SENECA, Epistulae, XV, 3 (95).
35
IDEM, De Clementia, I, 3, 2.
36
Ibidem, I, 1, 3.
45
Conseqüentemente, fazer o bem, exercitar a virtude,
mesmo se na solidão, ajuda sempre a toda a Humanidade
porque formamos, todos nós, um só corpo unido e
compactado pela amizade: temos uma coisa que nos iguala
– a humanitas. Somos todos cidadãos do Mundo, somos
todos participantes da mesma natureza.

Sêneca disse: “Patria mea hic mundus est”37.

2.3.3. Epictetus (50-125/30 d.C.)


Em Epictetus (50-125/30 d.C.) a igualdade universal
vem fundada na comum filiação divina: todos os homens
são irmãos, porque todos têm em Deus o seu pai.

A perspectiva estóica colhe as diferenças entre os


homens somente em sentido físico, enquanto considera os
homens iguais sob o prisma moral. O que conta num
Homem é unicamente o seu valor ético.38

Porém, ainda não se trata da igualdade no sentido que


se entende hoje, quando falamos dos direitos humanos
fundamentais. Com seus traços individualistas e
cosmopolitas, imprimiu a si o pensamento ético-social, com
certeza não o ordenamento político e econômico.

37
IDEM, Epistolae, III, 7 (28).
38
Para aprofundar o pensamento de Epictetus, cfr. C. TERZI, Il
razionalismo morale di Epitteto, Udine 1938; F. D’AMBROSIO,
Epitteto e la morale del suo tempo, Roma 1940; A. ALIOTTA,
Platone-Aristotele-Lucrezio-Epitteto-Cicerone, Napoli 1926; R.
CABELLO R., El paso del mal al bien en la doctrina de Epicteto,
México 1967; V. D'AGOSTINO, Studi sul neostoicismo, Torino 1950.
46
É verdade que a concepção aristotélica da existência
de escravos por natureza foi superada por aquela para a qual
é o destino e as circunstâncias da vida a fazerem de um
Homem um escravo, não a sua natureza.

Esta teoria político-jurídica, visando somente ao bem


comum e privilegiando a utilidade geral da Humanidade,
nunca foi capaz de concorrer à determinação de direitos e de
liberdades fundamentais.

Segundo G. Oestreich, nem mesmo a importante


ligação que uniu a jurisprudência romana ao direito natural
estóico valeu para fundamentar qualquer direito humano.
Graças ao direito comum de todos os homens – communi
ommnium hominum jure39 – ele somente soube manter,
como obrigação moral, a relação que já tinha com a Ética
jusnaturalista.40

Prosseguindo em nossa caminhada histórica, seguindo


a trilha das categorias filosóficas que renderam possível a
gênese dos direitos humanos, enquanto categoria filosófico-
jurídica, nós encontramos o Cristianismo.

39
GAIUS, Institutiones, I, 1.
40
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 18; R. VINCIGUERRA, Introduzione allo
studio dei Diritti Umani, Acireale (CT) 2003, 13-17.
47
2.4. O Cristianismo – Jesus de Nazareth.

Foi um passo decisivo aquele trazido pela doutrina


bíblica da criação, como ordem querida por Deus e do
Homem feito à Sua imagem e semelhança: imago Dei.

Esta doutrina ecoava algumas das idéias religiosas


elaboradas pela escola estóica. Jesus de Nazareth proclamou
a igualdade ontológica de todos os seres humanos. Ele
ensinou que os homens são iguais porque filhos de um
mesmo Pai: Deus.

Este conceito conferiu um novo e mais profundo


sentido à liberdade e à igualdade entre os homens, porque
tanto a filiação divina quanto a pertença ao Seu povo
universal, que ultrapassa os limites das fronteiras territoriais
e culturais, deram ao Homem uma conotação inédita e
específica.

A dignidade humana encontrou na eleição divina o


fundamento estável que faltava até então. Desta doutrina foi
possível deduzir, sem limites, uma liberdade e uma
igualdade válidas em absoluto: universais.

Para G. Oestreich, aquilo que nem os padres da


Igreja, nem os teólogos medievais souberam realizar foi o
passo sucessivo: da igualdade diante de Deus conduzir à
igualdade como direito universal do Homem.

48
2.4.1. Lucius Caecilius Firmianus Lactantius
(apr. 240 - 340)
Apesar de Lucius Caecilius Firmianus Lactantius já
considerar a fé uma questão de liberdade, de modo que
ninguém seria induzido a professá-la contra a vontade, a
liberdade cristã como ideal aferiu somente ao âmbito
religioso. A liberdade, como a igualdade, nunca foi
considerada um direito inviolável do Homem pelos autores
cristãos da época.41

Lactantius identificou a Lex naturae com a Lex


Divina42. Afirmou que devemos adotar a Lei de Deus, que
nos dirige à meta. Aquela Lei Santa, celeste que Marcus
Tullius Cicero (103-43 a.C.) descreveu como voz quase
divina – paene divina voce – no terceiro livro do De
Republica. Logo depois traz o famoso passo sobre a lei
natural “vera lex, recta ratio”, que constitui o tipo eterno do
direito natural43.

Da pietas depende a humanitas que não é mais a


compaixão ou a solidariedade pagã, mas sim a caridade e a
fraternidade cristã, o amor operoso de cada um pelos
próprios irmãos.

41
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 19-20; M. POHLENZ, La Stoa. Storia di un
movimento spirituale, I-II, Firenze 1978.
42
Cfr. L. C. F. LACTANTIUS, De Divinis Institutionibus, liber VI,
De vero cultu, 8.
43
É este o famoso passo do De Republica, III, 22, 33, que
conhecemos só por esta citação de L. C. F. LACTANTIUS, De
Divinis Institutionibus, Liber VI, De vero cultu, 8.
49
Esta humanitas derivante da pietas é uma forma de
aequitas no sentido de aequalitas; isto é, igualdade dos
homens enquanto filhos de um único Deus e irmãos uns dos
outros, em Cristo. Pode-se notar que o conceito cristão filho
ou filiação divina do Homem, ganha a centralidade do
pensamento antropológico cristão.44

Lactantius concluiu que quem não segue a religião de


Deus ignora também a Justiça – ignorat utique Justitiam,
qui religionem Dei non tenet45. Só assim o Homem pode
atuar e completar a sua humanitas: quando atua esta Justiça
Natural. Agindo diversamente, trairia a si mesmo, abdicaria
da própria humanitas46.

44
Cfr. L. C. F. LACTANTIUS, De Divinis Institutionibus, Liber V,
De Justitia, 15: O outro fulcro da justiça é a equidade; digo a
equidade, não somente no julgar, que é mesmo coisa louvável no
homem justo, mas o modo de comportar-se e de igualar-se aos outros;
qualidade esta que Cícero chamava ‘aequabilitas’. Deus de fato que
criou e deu vida aos homens, quer todos iguais… Ninguém junto dele
é escravo. Ninguém é dominador; se Ele é o pai nosso comum, todos
nós somos igualmente livres por justo direito. Ninguém é pobre para o
Senhor, senão aquele que carece deste sentido de justiça; ninguém é
rico, senão quem é munido de virtude… Portanto nem os Romanos
nem os Gregos puderam ter este conceito de justiça, porque
consideraram os homens muito diferentes entre eles, em graus
diferentes; dos pobres aos ricos, dos humildes aos poderosos, da
quem vivia privadamente, modestamente, àqueles que cobriam os
atributos da potência e do domínio. Lá onde de fato nem todos são
iguais, não existe justiça; a mesma desigualdade exclui per se a
justiça, da qual toda a força está nisto, que sejam iguais aqueles que
com o mesmo destino tenham vindo a esta vida.
45
Ibidem.
46
Cfr. IDEM, De Divinis Institutionibus, Liber III, De falsa Sapientia
Philosophorum, 10; também o Liber VI, De vero cultu, 8; Liber VI,
De vero cultu, 11.
50
Existe, portanto, igualdade entre a lei da razão e a lei
da natureza do Homem: ratio e natura se equivalem47.

2.4.2. Ambrosius Mediolanensis (340-397)


Ambrosius Mediolanensis afirmou que para agir bem
devemos imitar a natureza, viver segundo ela porque
conformar-se à natureza constitui a via da honestidade e da
moralidade48.

Trata-se seja da natureza humana que da natureza das


coisas. Ela nos diz aquilo que devemos fazer; aquilo que é
bom e honesto49. Ela ainda fala de uma nascente mais
interior da lei natural: a ratio, que está em todos os Seres
Humanos. A Lex naturae é a expressão da nossa
interioridade. A lei verdadeira, não incisa sobre tábuas é
nossa interioridade; é o sermo rectus, isto é, a recta ratio50.

Segundo A. A. T. Ehrhardt, a existência de um


movimento cristão-revolucionário pode ser deduzida do
problema da escravidão, ou seja, da grande questão de
direito humano surgida na Antigüidade.

Nos primeiros dois séculos da era Cristã, sobre a


legislação em matéria de escravos, a Escola estóica havia

47
Cfr. IDEM, Liber VI, De vero cultu, 9.
48
Cfr. AMBROSIUS MEDIOLANENSIS, De officiis ministrorum,
Liber I, XIX, 84: “Naturam imitemur: eius effigies, formula
disciplinae, forma honestatis est”.
49
Cfr. Ibidem, Liber I, XLVI, 222: “Simul illud adverte quod decorum
est secundum naturam vivere, secundum naturam degere, et urpe est
quod sit contra naturam”.
50
Cfr. IDEM, Epistola, XXXVII, 32.
51
exercido uma influência crescente, mesmo sem provocar
mudanças substanciais nas leis de proteção à Pessoa.

A literatura patrística repeliu a escravidão, julgando-a


iníqua e incompatível com a ordem “do” Criado e com a
própria natureza humana. Este protesto radical contra a
escravidão coincidiu, fundamentalmente, com a visão típica
do cristianismo das origens: um estado primordial dirigido
pela liberdade, igualdade e comunhão dos bens.51

51
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 20-21; M. POHLENZ, La Stoa. Storia di un
movimento spirituale, I-II, Firenze 1978; G. QUADRI, “La filosofia
del diritto nel pensiero cristiano”, in Grande antologia filosofica, V,
Milano 1954, 961-963; A. PASSERIN D’ENTREVES, “La
concessione del diritto in S. Ambrogio”, in Sant’Ambrogio nel XVI
centenario della nascita, Milano 1940, 321-335; B. BIONDI,
“L’influsso di Sant’Ambrogio nella legislazione del suo tempo”, in
Sant’Ambrogio nel XVI centenario della nascita, Milano 1940, 337-
420; C. A. MASCHI, “Un problema generale del diritto in
Sant’Ambrogio e nelle fonti romano-classiche”, in Sant’Ambrogio nel
XVI centenario della nascita, Milano 1940, 421-430; G. FERRETTI,
L’influsso di S. Ambrogio in S. Agostino, Firenze 1951; C. MORINO,
Chiesa e Stato nella dottrina di S. Ambrogio, Roma 1963; G.
FASSO’, Storia della filosofia del diritto, I, Antichità e medioevo,
Bologna 1966, 190-192; M. POHLENZ, La Stoa. Storia di un
movimento spirituale, I, Firenze 1978, 358-365; S. CALAFATO, La
proprietà privata in S. Ambrogio, Roma 1958; R. M. PIZZORNI, Il
diritto naturale dalle origini a S. Tommaso d’Aquino, 2° ed., Roma
1985, 171-178.
52
2.5. Aurelius Augustinus (354-430)

A importância de Agostinho para compreendermos a


gênese e a evolução da categoria filosófica direitos humanos
reside tanto na doutrina do Direito, revestida de Estoicismo,
quanto nas suas tomadas de posição sobre problemas da
política e do Estado.

O conceito ciceroniano de Lex aeterna foi por


Agostinho contraposto rigorosamente àquele de Lex
naturalis, enquanto a Lei Eterna e imutável, porque fruto da
Ratio Divina vem posta além dos limites da ratio humana,
esta também nascida de Deus.52

Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança,


partícipe da sua Graça; por isto era lei a si mesmo e justo.
Mas, com o pecado do Homem, a imagem de Deus se
manchou e se contaminou. A Lex naturalis interior se
obscureceu. Daqui a necessidade então de uma lei escrita:
positiva.

Enumerando as propriedades fundamentais da Lex


naturalis, Agostinho (354-430) disse que são a naturalidade
e a indelebilidade. De fato esta Lex não é sobrenatural, mas

52
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 21; E. TROELTSCH, S. Agostino, il
cristianesimo antico e il medioevo, Napoli 1970.
52
Cfr. Ibidem; L. ALICI (a cura de), Agostino nella filosofia del
Novecento, Roma 2001; W. BEIERWALTES, Agostino e il
Neoplatonismo cristiano, Milano 1995; U. HONAN, Agostino.
Tommaso. Rosmini, Domodossola 1955.
53
está escrita em maneira natural e indelével no coração de
cada Homem, em outras palavras, na sua Ratio.

Uma expressão típica do jus-naturalismo agostiniano


pode ser a seguinte: na razão de todo Homem que já seja
livre de querer surge uma lei já impressa, por natureza, no
seu coração que o admoesta de não fazer aos outros aquilo
que não quer lhe seja feito53.

Esta Lex naturalis é impressa em cada um, seja


cristão, hebreu ou pagão: em todos os humanos. O estado
primordial se torna o paraíso, onde a natureza humana vivia
sem contaminação, antes do pecado original; onde reinavam
a igualdade fraterna e o amor de Deus.54

3. O Pensamento Medieval.

3.1. Tomás de Aquino (1225-1274).

No período mais florescente do feudalismo medieval,


Tomás de Aquino desenvolveu os conceitos da pedagogia
cristã estóica do príncipe, inserindo-os no próprio sistema

53
Cfr. AURELIUS AUGUSTINUS, De ordine, II, 8, 25; IDEM,
Epistola, CLVII, III, 15.
54
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 21.
54
compreensivo de teologia, política e direito.55 Ele evocou a
dignitas humana; fez próprios alguns temas fundamentais
do direito natural estóico-aristotélico, indicando no Homem
o ser dotado de razão e na lex naturalis o seu elemento de
participação à Lex Aeterna.

Tomás recorreu a Sêneca (4-65 d.C.), à sua idéia da


consciência e desenvolveu o conceito da Pessoa capaz de
autônoma decisão moral. Maturou o conceito de autonomia
pessoal como elemento fundamental da dignidade pessoal
de todo Homem.

Acrescentou ainda aos conceitos de igualdade e de


liberdade, já maturados na antiguidade, a dignitas humana,
elemento primordial para a categoria dos direitos humanos.

O Homem não deve agir contra a própria consciência,


como suprema instância ética, nem obedecer a nenhuma
outra ordem. Infelizmente, apesar disto, Tomás reconheceu

55
Cfr. R. BAGNULO, Il concetto di diritto naturale in San Tommaso
d'Aquino, Milano 1983; G. BORGONOVO, Sinderesi e coscienza nel
pensiero di San Tommaso d'Aquino, Fribourg (Suisse) 1996; G.
CROSIGNANI, La teoria del naturale e del soprannaturale secondo
s. Tommaso d'Aquino, Piacenza 1974; O. DE BERTOLIS, Il diritto in
san Tommaso d'Aquino, Torino 2000; L. J. ELDERS, Lex et libertas,
Roma 1987; J. A. LOMBO, La persona en Tomás de Aquino, Roma
2001; C. A. MESA POSADA, La ley natural en santo Tomás,
Pamplona 1997; R. M. PIZZORNI, Diritto naturale e diritto positivo
in San Tommaso d'Aquino, Bologna 1999; IDEM, Diritto-morale-
religione, Città del Vaticano 2001; A. VENDEMIATI, La legge
naturale nella Summa Theologiae di san Tommaso d'Aquino, Roma
1995.
55
a escravidão como legítima per naturam, o que foi fatal aos
negros e às populações indígenas das colônias americanas.56

Vimos acontecer na Idade Média uma mudança


decisiva: a liberdade deixou de ser argumento metafísico e
passou a ser faculdade pessoal do Homem, em sua dimensão
social. Os três direitos de liberdade então reconhecidos:
direito à propriedade, à pessoa e à vida; fundamento de todo
poder justo.

3.2. Bartolo da Sassoferrato (1314-1357).

Pela metade do séc. XIV, no seu Tractatus de


tyrannia, Bartolo da Sassoferrato ampliou o catálogo das
exigências, movendo críticas aos tiranos e reivindicando as
liberdades de consciência e de associação.57

No cenário político da Europa daquele tempo, as


pretensões crescentes do poder central desencadearam duras
lutas pela defesa da liberdade e direitos adquiridos. Tal
conflito, visando a limitação do poder soberano, levou ao
reconhecimento dos assim chamados jura et libertates, mais
tarde, uma das raízes históricas-políticas dos direitos
humanos atuais.
56
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 23-24.
57
Cfr. Ibidem, 24; IDEM, S. Agostino, il cristianesimo antico e il
medioevo, Napoli 1970; J. L. J. VAN DE KAMP, Bartolo da
Sassoferrato, Urbino 1935; C. BERNABEI, Bartolo da Sassoferrato e
la Scienza delle Leggi, Roma 1881.
56
Otto Hintze considera que os contratos do Estado por
castas tenham sido, em certo sentido, os precursores dos
direitos públicos dos súditos, fundados, habitualmente,
somente sobre o direito natural. Eles, de fato, atribuíam
direitos daquele tipo a castas singulares de subalternos.

O exemplo mais conhecido, a Magna Charta


Libertatum, 15 de Junho de 121558, permitiu que
continuamente na Inglaterra, a pretensão de liberdade fosse
afirmada em relação ao soberano.

É óbvio, que não se tratasse ainda de direitos


humanos com suas notas características como hoje se
entende esta categoria – universalidade, não-
disponibilidade, soberania e inalienabilidade – mas sim de
direitos corporativos.

58
Redigida em latim bárbaro, a “Magna Charta Libertatum seu
Concordiam inter regem Johannen at barones pro concessione
libertatum ecclesiae et regni angliae” - Carta magna das liberdades,
ou Concórdia entre o Rei João e os Barões para a outorga das
liberdades da Igreja e do rei inglês - foi a declaração solene que o rei
João da Inglaterra, dito João Sem-Terra, assinou, em 15 de Junho de
1215, perante o alto clero e os barões do reino. Outorgada por João
sem Terra e confirmada seis vezes por Henrique III, três vezes por
Eduardo I, catorze vezes por Eduardo III, seis vezes por Ricardo II,
seis vezes por Henrique IV, uma vez por Henrique V, e uma vez por
Henrique VI.
57
3.3. Magna Charta Libertatum, 15 de Junho
de 1215.

A Magna Charta Libertatum é um ato constitucional


com o qual o Monarca renunciou a direitos novos, por ele
pretendidos, para confirmar os antigos direitos dos barões;
assegurando, assim, um espaço de liberdade aos
representantes da comunidade britânica. Espaço que, mais
tarde, mesmo entre breves intervalos de absolutismo,
paulatinamente se estenderá.59

O célebre princípio pelo qual nenhum Homem livre


pode ser detido, aprisionado, privado dos bens, banido,
exilado ou prejudicado em algum modo, senão ad normam
juris territorial ou em seguida a uma sentença legal emitida
pelos iguais, demonstra como tais garantias foram
excludentes.

De fato valeram somente para um círculo de pessoas


contempladas pelo direito feudal. Esta limitação de classe
não é alterada pelas respectivas confirmações do texto da
Magna Charta Libertatum. Sua importância consistiu
também em dar às liberdades fundamentais uma segurança
formal sem precedentes.60

Segundo G. Oestreich seria redutivo, até mesmo


falso, considerar que semelhantes acordos de liberdades e
direitos tenham vindo à luz somente na Inglaterra.

59
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 25.
60
Cfr. Ibidem, 225-26.
58
Ignorando ou relegando, assim, em segundo plano os
análogos contratos estipulados no Continente europeu.61

Já antes da Magna Charta Libertatum, 1215, na


península ibérica, em 1188, as cortes de León, ou seja, a
dieta dos bispos, magnatas e cidadãos daquele reino
espanhol obtiveram do rei Alfonso IX a confirmação de
direitos de liberdade, tais como: o direito de todo habitante
à defesa dos costumes reconhecidos contra o difundir-se da
legislação régia; o direito do imputado a um regular
processo, mesmo diante do Rei; o direito das três classes à
convocação e ao conselho sobre todas as questões mais
importantes como a guerra, a paz e os contratos; a
intangibilidade da vida, da honra, da casa e da
propriedade.62

3.4. Siete Partidas: León e Castillia (1256-


1265).

A primeira norma do código régio, introduzido em


León e em Castillia entre 1256 e 1265; e conhecido como as
siete partidas de Alfonso o Sábio, afirmava expressamente
que os juízes devem agir a sustentação da liberdade.

Exatamente pelas obrigações estáveis e naturais que o


ligavam à Coroa, todo habitante em posse de direitos civis –
ou naturais – devia já considerar-se imune das ameaças que,
61
Cfr. Ibidem, 26-27.
62
Cfr. Ibidem, 27.
59
pelo Rei, fossem causadas à sua integridade física, à sua
honra, à sua propriedade e segurança jurídica.

No reino de Aragon, tais liberdades e direitos eram


protegidos por uma particular instância chamada justicia
mayor. Eleito pelas castas da metade do séc. XIV, como
supremo juiz in-amovível; para cumprir os próprios
compromissos, ele gozava de uma plenitude de poderes
quase ditatorial que punha em ato ao delinear-se de uma
ameaça ou ao subsistir de um processo ou de uma sentença
ilegais; mesmo diante do Monarca e das autoridades
régias.63

Entre as muitas tensões florescentes na passagem do


Estado feudal e pessoal – alta Idade Média – ao Estado
territorial por castas – Idade Média tardia – o
reconhecimento formal de liberdades corporativas foi
conseguido não só na Espanha e na Inglaterra, mas também
na Hungria, em Portugal, na Polônia, na Suécia e nos
territórios alemães. O direito de resistência ou de rejeição
de obediência foi freqüentemente proclamado.

3.5. “Tübinger Vertrag” (1514).

É relevante a convenção de Tübinger Vertrag, 1514,


na qual o duque Ulrich von Württemberg confirmou às
próprias castas as respectivas liberdades. Entre as
disposições aquela que com mais força incidiria sobre os
63
Cfr. Ibidem, 27.
60
acontecimentos futuros, estabelecia que, em casos extremos,
onde se tratasse da honra, da integridade física e da vida
ninguém poderia ser punido ou morto senão depois de uma
sentença legal. Todavia, o direito de expatriação valia
somente para os súditos da administração secular e não para
os súditos das senhorias eclesiásticas.64

Nem sempre os direitos de liberdade da idade das


castas tiveram aplicação na práxis. Mas a vontade de
conservar o Direito e as liberdades dadas se manteve. As
teorias sociais da Idade Média tardia agiram na mesma
direção.

Teólogos moralistas e juristas, aprofundando o estudo


do direito natural, desenvolveram um importante trabalho de
preparação do desenvolvimento da categoria direitos
humanos.

A retomada, por parte de Tomás de Aquino (1225-


1274), do antigo conceito de razão abriu ao Homem uma
possibilidade nova de conhecimento do Direito, com o
dictamen rectae rationis.65

3.6. Marsilius Patavinus (1284/87-1342/43).

Ao início do séc. XIV, o áspero conflito entre Império


e Papado deu origem a uma copiosa literatura política,

64
Cfr. Ibidem, 29.
65
Cfr. Ibidem.
61
compreendendo também o Defensor pacis de Marsílio de
Padova66.

A lei positiva deve proteger “todo” membro da


Sociedade. Embora na sua obra, bem como também nas
obras dos seus contemporâneos e sucessores, apareça a
máxima canonista quod omnes tangit ab omnibus approbari
debet; trata-se mais de um princípio geral inerente ao
consenso de Castas não bem definidas do que de uma
garantia de direitos universais.

Porém não existem dúvidas que a idéia democrática


pela qual todo poder deriva do Povo e dele continua a
depender, tenha conhecido com Marsílio de Padova uma
significativa retomada, alimentando sempre novas
teorizações.

Ele ainda rejeitou não somente a plenitudo potestatis


do Romano Pontífice, mas também rejeitou o poder
ilimitado de qualquer outro Príncipe.67

66
Cfr. MARSILIUS PATAVINUS, Defensor pacis, Leipzig 1914;
IDEM, Il difensore della pace, trad. it., Milano 2001.
67
Para aprofundar o pensamento de Marsilius Patavinus, cfr. F.
BATTAGLIA, Marsilio da Padova e la filosofia politica del
medioevo, Firenze 1928; A. CHECCHINI, Marsilio da Padova, studi
raccolti nel VI centenario della morte, Padova 1942; G. PIAIA,
Marsilio da Padova nella riforma e nella controriforma, Padova
1977; G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 30.
62
3.7. Guilherme de Ockham (1285-1347).

Também Guilherme de Ockham, em seus escritos de


teoria social, adotou as idéias de Marsílio de Padova
(1284/87-1342/43); as elaborou autonomamente e as inseriu
no seu sistema filosófico.

Para a limitação de todo poder soberano Ockham


evocou expressamente também o direito natural, tanto que
Georges de Lagarde chegou mesmo a designá-lo como o pai
da teoria dos direitos naturais.68

Propriedade e liberdade são direitos concedidos por


Deus e pela natureza e inseparavelmente ligados à Pessoa –
jura et libertates a Deo et a natura concessae mortalibus.

O Homem pode escolher de não exercitá-los, mas não


pode nunca renunciá-los para sempre – nemo licite
renunciare potest: aparece já aqui uma das notas
fundamentais dos direitos humanos, a sua in-alienabilidade.

3.8. Nicolaus de Cusa (1401-1464).

Entre os principais expoentes do séc. XV, que


retomaram e reelaboraram os elementos das teorias da

68
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 30.
63
liberdade, enfocando a limitação paralela do poder
eclesiástico e mundano, devemos recordar Nicolau de
Cusa69.

Nicolau pôs a conformidade com o direito natural e o


consenso de todos os submissos à base do poder e do
ordenamento eclesiástico e mundano: consensus omnium.
Em ambos os fatores residia, a seu juízo, o principal
fundamento do Direito e do Governo. O antigo direito
natural estóico conheceu assim uma nova etapa: Unde cum
natura omnes sint liberi, tunc omnis principatus est a sola
concordantia et consensu subjectivo70.

No proêmio ao III livro, a frase quod omnes tangit ab


omnibus approbari debet, introduz à seguinte dissertação:

Os direitos humanos vêm antes de toda humana


reflexão e todo ser obedece, por sua natureza, à lei
congênita. A escravidão não é fruto da natureza, mas
da loucura, porque quem é louco não sabe conduzir-
se por si.

Nicolau de Cusa reconheceu, portanto, a todos os


homens tanto a igualdade de nascimento quanto a posse de
iguais direitos naturais. As sociedades medievais e
renascentistas se limitaram a atribuir jura et libertates a
castas e corporações, definidas por alguns autores, em modo
apropriado, individualidade coletiva.

Os indivíduos eram sacrificáveis à pública utilidade,


não sendo a eles reconhecida uma dignidade humana

69
Cfr. NICOLAUS DE CUSA, La dotta ignoranza, Roma 1991.
70
IDEM, De concordatia Catholica, II, 14.
64
intangível imponível erga omnes. Portanto também o direito
à vida era depauperado da sua prerrogativa moderna de
inalienabilidade, sendo subordinado ao bem comum, numa
ordem institucional em que o todo prevalecia sobre as
partes.71

Esta concepção da Sociedade e do Mundo é definida


corporativa em oposição àquela individualista,
cronologicamente sucessiva, introduzida pelos princípios
revolucionários e assimilada pelas sociedades democráticas
contemporâneas.

A doutrina corporativa é presente na teologia


tomista72, nos escritos póstumos a Tomás de Aquino (1225-
1274) e permanece no contesto pré e pós-renascentista.

3.9. Roberto Bellarmino (1542-1621).

Exemplo paradigmático da doutrina corporativa é o


De controversiis christianae fidei adversus huius temporis
haereticos, 159673, obra do cardeal Roberto Bellarmino; na
qual são enunciadas as argumentações a sustentação da
legitimidade da pena de morte aplicada aos heréticos.
71
Cfr. R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei Diritti
Umani, Acireale (CT) 2003, 26.
72
Cfr. IDEM, “ ‘Iudicium sanguinis’, considerazioni etico-giuridiche
sulla pena capitale”, Bioetica e Cultura 19 (2001) 92-93.
73
Cfr. A. BONDOLFI, Pena e Pena di morte, Bologna 1985, 235:
“Considerato come l’arsenale più completo degli argomenti a favore
della pena di morte portato in campo dalla teologia”.
65
Nesta obra a prioridade do Estado é absoluta e a
subordinação dos indivíduos às finalidades do bem público
postulada em modo explícito.74

Na Idade Média nunca apareceram direitos


fundamentais e individuais iguais aos que, hoje, são
reconhecidos, fundamentados e defendidos. O fim último de
toda comunidade era dado pela manutenção do Direito e
pela paz.

O Direito dos máximos poderes terminava lá onde


começavam os direitos das pessoas pertencentes à
comunidade política. Tais direitos sancionados pelo uso,
pela tradição, pelo costume ou por particulares concessões,

74
Cfr. A. BONDOLFI, Pena e Pena di morte, Bologna 1985, 242, que
cita a obra de R. Bellarmino:
“[...] ci sono tre cause per le quali la ragione insegna che gli uomini
debbano essere uccisi [...]. La prima causa è perché i buoni non siano
danneggiati dai cattivi e gli innocenti non siano tormentati dai
colpevoli, e qui molto giustamente, a giudizio di tutti, vengono
giustiziati gli omicidi, gli adulteri, i rapinatori. La seconda è perché,
attraverso la punizione di pochi, molti si correggano e quelli che non
vollero giovare allo Stato vivendo, gli giovino morendo, e, in questo
caso ci sembra che, molto giustamente, a giudizio di tutti, vengano
puniti con la morte molti orribili crimini, perché non facciano danno
al prossimo, se non con l’esempio, come per la necromanzia perfida e
contro natura; costoro perciò saranno puniti molto severamente,
perché capiscano che i delitti sono enormi, e non osino macchiarsi di
simili misfatti. La terza è che a quegli stessi che sono giustiziati,
spesso è utile essere uccisi, perché diventerebbero peggiori, ed è
improbabile che potessero essere restituiti alla sanità mentale”.
66
não podiam ser ab-rogados por um novo direito, fixado
unilateralmente.75

Em suma, podemos dizer que germinaram a categoria


da Pessoa dotada de igualdade ontológica e liberdade;
Sujeito de direitos e deveres; detentora de uma inalienável
dignidade pessoal.

Em uma palavra, no Pensamento antigo e medieval


foram lançados os fundamentos dos atuais direitos humanos.
De fato, não seria possível reconhecer direitos com as notas
da humanidade, da universalidade, da igualdade, da
imutabilidade, da objetividade, da indispensabilidade e da
inviolabilidade, sem reconhecer e proclamar que estes
direitos têm um fundamento outro tanto humano, universal,
igual, imutável, objetivo, indispensável e inviolável: a
humanitas pessoal do Homem.

75
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 30-31.
67
68
CAPÍTULO II:
O PENSAMENTO MODERNO

1. Nicolau Pp. V (1447-1455) e Alexander


Pp. VI (1492-1503).

Com a bula Romanus Pontifex, 8 de Janeiro de 1455,


Nicolau Pp. V76 concedera a Portugal os territórios desde
Cabo Bojador a Nun, Guinea; e mais a possibilidade de
reduzir em escravidão as populações locais. Foi um dos
tantos exemplos de legitimação pontifícia da ocupação de
terras habitadas e da escravização das populações
autóctones.77

76
Cfr. NICOLAUS Pp. V, bul. Romanus Pontifex, 8 de Janeiro de
1454.
77
Cfr. Ibidem, onde o papa determina: doar, conceder e conferir em
propriedade ao Rei Alfonso de Portugal, ao Infante e aos seus
sucessores todas as províncias, ilhas, portos, lugares e mares. Cfr.
ainda A. SINAGRA, Controversie territoriali tra Stati e
decolonizzazione, Milano 1983; R. VINCIGUERRA, Introduzione
allo studio dei Diritti Umani, Acireale (CT) 2003, 30.
69
Mais tarde, Alexandre Pp. VI (1492-1503), com a
bula Inter caetera, 4 de Maio de 149378, conferiu aos
soberanos católicos Fernando II, de Portugal, e Isabel I, da
Espanha, plenos poderes e jurisdição sobre novas terras.

No ano seguinte, os mesmos soberanos assinaram o


Tratado de Tordesillas, 7 de Junho de 1494, dividindo o
oceano Atlântico em duas zonas de domínio, uma espanhola
e outra portuguesa.

Este tratado confirmava a soberania espanhola sobre


todas as terras a oeste de 370 léguas do Cabo Verde;
compreensiva, portanto, do arquipélago do Atlântico Sul.

Aqueles direitos que vimos aparecer já nos primeiros


documentos das castas e na Magna Charta Libertatum, 15
de Junho de 1215, foram principalmente afirmados e
defendidos contra a nova jurisdição, imposta a partir do
externo pelo senhor da cidade.79

Certamente não se tratava de direitos individuais de


liberdade. Os antigos direitos de liberdade foram
paulatinamente enfraquecidos a partir de dentro, pelas
autoridades cidadãs, durante o processo de consolidação de
o seu próprio poder.80

78
Cfr. ALEXANDER Pp. VI, bul. Inter caetera, 4 de Maio de 1493.
79
Os antigos direitos de garantia contra as detensões indevidas, contra
as ilícitas perquisições domiciliares, por uma equa sentença e pela
imunidade de juízos estranjeiros.
80
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 31; E. GILSON, La filosofia del Medioevo,
Firenze 1978, 16-21; IDEM, Lo spirito della filosofia medioevale, 3°
ed., Brescia 1969; IDEM, Introduzione allo studio di Sant'Agostino,
70
Voltando ao final do séc. XV, encontramos Alexandre
Pp. VI (1492-1503)81, ao tempo chamado Borgia,
requerendo que as populações conquistadas fossem
convertidas e conduzidas à Fé cristã.

A necessidade de catequizar os povos latino-


americanos parecia, portanto, surgir das bulas “borgianas”
de 1493. Em 1510 o teólogo escocês João Maior
argumentava aderindo a esta tese. Professor de teologia, na
Universidade de Paris, foi o primeiro a buscar justificar a
conquista do Novo Mundo, num escrito publicado em 1510.

O Rei cristão, dizia ele, havia o dever de difundir o


culto do verdadeiro Deus e podia fazê-lo mais agilmente se
ocupasse os países dos infiéis, depusesse os príncipes locais
e os substituísse por Autoridades cristãs. Para custear às
grandes despesas necessárias para a obra de “conversão”,
era justo e oportuno que os reis de Espanha se empossassem
dos territórios dos índios. Os chefes indígenas que se
convertessem ao Cristianismo poderiam permanecer no
cargo.82

As prerrogativas jurídicas sobre as quais as Coroas


haviam fundado a legitimidade das suas conquistas eram

Casale Monferrato (AL) 1983; IDEM, La città di Dio e i suoi


problemi, Milano 1958.
81
Cfr. G. MARTINA, La chiesa nell’età dell’assolutismo, Brescia
1986, 244, traz parcialmente o conteúdo do breve pontifício, de 1493,
onde o papa recomenda de inviar, naquelas terras, missionários
probos: “Vi imponiamo in virtù di Santa obbedienza di destinare nella
terra ferma e nelle isole predette uomini retti e timorati di Dio per
istruire nella fede cattolica quegli abitanti”.
82
Cfr. R. KONETZKE, America centrale e meridionale, Milano 1968,
33-34.
71
substancialmente inspiradas à idéia da reconquista,
entendida como restabelecimento do domínio cristão sobre
os territórios e os povos da península ibérica83.

No caso de terras desabitadas, tratar-se-ia de


ocupação de res nullius. Põem-se, porém, a pergunta: a qual
título os europeus detinham os territórios habitados? Ora, as
viagens de descoberta dos séc. XIV e XV se inspiravam na
idéia amplamente consolidada que fosse lícito apropriar-se
de terras que não pertencessem a príncipes cristãos.84

83
Cfr. Ibidem, 26-27: “Il cronista Gonzalo Fernandez de Oviedo
cercò di dimostrare che il paese scoperto da Colombo era il paese
delle Esperidi. Come esistono città e paesi che hanno preso il nome
dai loro sovrani, così quelle regioni dell’estremo Occidente, diceva
Oviedo, si chiamano Esperidi da Espero, dodicesimo re dell’antica
Spagna, il quale navigando verso ponente giunse dopo quaranta
giorni alle ‘Indie Esperidi’. Ciò er avvenuto, affermava Oviedo nel
1535, tremilacentonovantatré anni prima, e ora Dio restituiva alla
Spagna quell’antichissimo dominio. Il Consiglio delle Indie comunicò
che sarebbe stato ben lieto se Oviedo gliene avesse potuto fornire le
prove”.
84
Cfr. T. TODOROV, La conquista dell’America, Torino 1992, 12-
13: “Colombo ha a cuore l’espansione del cristianesimo infinitamente
più dell’oro; e su questo punto si è assai bene spiegato, soprattutto in
una lettera al papa. Il suo futuro viaggio sarà effettuato ‘a gloria
della Santissima Trinità e della santa religione cristiana’, e perciò
spera di ottenere ‘la vittoria dall’Eterno Dio, come l’ho avuta sempre
in passato’; ciò che egli fa è ‘grandioso ed esaltante per la gloria e
l’accrescimento della santa fede cristiana’. Il suo obiettivo, dunque, è
chiaro: tutto l’universo (Lettera al papa Alessandro VI, febbraio
1502)”.
72
2. Julius Pp. II (1503-1513)

Julius Pp. II, sucessor de Alexandre Pp. VI, com a


bula Ea quae, 24 de Janeiro de 1506, ratificou a validade do
Tratado de Tordesillas, 7 de Junho de 149485.

As fontes da legitimidade da conquista foram


consideradas a ocupação, a investidura pontifícia e o
Tratado de Tordesillas. Mas a investidura pontifícia, como
título legitimamente, não era considerada tal por todos.

Surgiram acesas disputas em mérito à licitude da


ocupação. O fértil centro do dissenso foi a Universidade de
Salamanca86, onde os teólogos e canonistas postulavam a
licitude do possesso da parte dos índios americanos sobre as

85
Cfr. JULIUS Pp. II, bul. “Ea quae”, 24 de Janeiro de 1506, in
America Pontificia, primi saeculi Evangelizationis 1493-1592,
Documenta Pontificia ex Registris et Minutis Praesertim in Archivo
Secreto Vaticano Existentibus, ed. J. Metzler, I, Città del Vaticano
1991, 100-102.
86
A Universidade de Salamanca foi fertilíssimo centro de reflexão
teológica no séc. XVI, aos teólogos dogmáticos católicos se deve a
retomada da dogmática, e principalmente a Francisco de Vitoria
(1483-1546), titular, desde 1526, da cátedra de dogmática na mesma
Universidade. Alí ensinou também Melchior Cano, autor do De locis
theologicis, morto em 1560 e aluno de Francisco de Vitoria. O
prestígio daquela sede universitária se revelou no Concílio de Trento,
quando os teólogos convidados naquela sessão foram sessenta e seis
doctores, entre estes o dominicano Pedro de Soto. Foi exaltada como
segunda escolástica ou época de ouro da escolástica, grande papel,
teve aquela Universidade durante o período da colonização hispano-
portuguesa. Cfr. C. ANDRESEN, - G. DENZLER, Dizionario storico
del cristianesimo, Cinisello Balsamo 1992.
73
suas terras. Em base à Teologia tomista afirmavam que a
propriedade era um instituto de direito natural e, portanto,
comum a todos os Povos.

3. Martin Luther (1483-1545) e João


Calvino (1509-1564).

Neste contesto devemos situar o movimento


intitulado Reforma, tendo Martinho Lutero, como seu
principal expoente. Ele nunca foi defensor das doutrinas
medievais que propugnavam os direitos naturais. Disse-se
abertamente avesso a fazer descender exigências singulares
de liberdade e igualdade civis dos três direitos fundamentais
– fraternidade, igualdade e liberdade – que ele mesmo
atribuía a todos os membros do Reino de Cristo.87

João Calvino fez próprias as idéias de M. Lutero88 e,


com mais ênfase, pôs em relevo a obrigação de contrastar
qualquer ação ilícita da parte do governo. Ainda concebeu a
relação entre autoridade e súditos em paralelo com a idéia
da aliança religiosa entre Deus e o seu povo. Assim, fixou

87
Cfr. M. LUTHER, Scritti politici, Torino 1978; C. BOYER, Lutero,
su doctrina, Barcelona 1973; E. BUONAIUTI, Lutero e la riforma in
Germania, Roma 1945; J. MARITAIN, Tre riformatori, Lutero,
Cartesio, Rousseau, Brescia 1964; A. E. McGRATH, Il pensiero della
Riforma, Lutero - Zwingli - Calvino - Bucero una introduzione,Torino
1993.
88
Cfr. J. CALVINO, Institutionem Christianae Religionis, libri
quattuor, Amstelodami 1667.
74
uma mútua obrigação, com direitos e deveres recíprocos
entre o vértice e os membros da comunidade política.

O Soberano, havendo a tarefa de promover o bem


comum do Povo, é obrigado a garantir os direitos de
liberdade. Os direitos à vida e à propriedade são naturais,
para defesa dos quais é admitido o direito de resistência.

4. Francisco de Vitoria (1483-1546)

Ainda no contesto da primeira metade do séc. XVI, a


Escolástica Espanhola representada especialmente pela
escola de Salamanca e pelo seu fundador Francisco de
Vitoria, em contraste com a política absolutista de Carlos V
e de Filipe II, desenvolveram as doutrinas jus-naturalistas da
soberania limitada e da fundação contratualista do Estado:
fez derivar todo poder político do Povo.

De igual importância foi, depois, a tomada de posição


dos “teólogos jurídicos” espanhóis, contra os métodos
usados por conquistadores e colonizadores no Continente
Americano. Francisco de Vitoria refutou a justificação da
escravidão nos termos empregados, até então, seja pelo
antigo jus gentium – escravo como efeito da prisão de
guerra –, seja pelo próprio Tomás de Aquino (1225-1274).

Os argumentos a que F. de Vitoria confiou-se na


defesa do princípio de igualdade entre indígenas e espanhóis
foram tirados da doutrina estóica e cristã da natural

75
paridade e igualdade de todos os homens e da unidade
essencial da espécie.

Seu método de colocar ambas as construções ideais –


estoicismo e cristianismo – como fundamento da própria
concepção do direito natural fora de grande importância
para o seu sucessivo desenvolvimento. Francisco de Vitoria,
nas suas célebres Relectiones, afirmou a universalidade do
direito natural:

a descrença não elimina nem o direito natural, nem o


direito humano; e vice-versa a propriedade pertence
ou a um ou ao outro. Portanto, ela não pode ser
perdida por causa da descrença.89

Ainda segundo F. de Vitoria a descoberta das terras


não autorizava a ocupação e a expropriação dos bens
materiais às populações autóctones.

89
Cfr. F. DE VITORIA, Relecciones teológicas, Madrid 1933; IDEM,
Relecciones del estado, de los indios, y del derecho de la guerra,
México 1974; IDEM, Relectio de Indis, Bari 1996; cfr. ainda G.
OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà fondamentali,
Bari 2001, 35-36.
76
5. Bartolomé de Las Casas (1484-1566)

A investidura pontifícia, considerada título principal,


foi por F. de Vitoria e também pelo dominicano Bartolomé
de Las Casas (1484-1566)90 deslegitimada91; ambos foram
contrários às teorias de Palacios92 e Rubios93.

90
Bartolomé de Las Casas (1484-1566), nasceu a Sevilla em 1484, e
chega no Novo Mundo em 1502, em 1513 é ordenado sacerdote.
Viveu a Haiti e a Cuba e inicialmente pertencia ao grupo de colonos
chegados naquelas terras com o intento de acumular riquezas. Em
1514 inicia a sua actividade de reação contra os abusos perpetrados
pelos espanhóis. Compõem a sua História de las Indias, na qual
descreve as atrocidades cometidas pelos colonizadores, e o De unico
modo omnium gentium ad veram religionem contra a guerra de
conversão. Proclama em 1542 a abolição das encomiendas forte das
doutrinas de Francisco de Vitoria (1483-1546) e da bul. Sublimis
Deus, 2 de Junho de 1537, de Paulus Pp. III (1534-1549). Torna-se
bispo de Chiapas. Compõem outras obras, como Trinta proposições
muito jurídicas, o Tratado comprovatório do império soberano, e o
Tratado sobre índios tornados escravos. Consumou a sua vida em
patrocinar a defesa dos índios americanos.
91
Francisco de Vitoria (1483-1546), jurista e teólogo junto a
Universidade de Salamanca, foi uma das personalidades de maior
relevo do humanismo espanhol do séc. XVI, escreve: “Papa nullam
potestatem temporalem habet in barbaros Indos neque in alios
infideles” com a conseqüência que “principes Christiani non possunt,
etiam auctoritate Papae, coercere barbaros a peccatis contro legem
naturae nec ratione illorum eos punire”; L. FERRAJOLI, La
sovranità nel mondo moderno, Bari 1997, 64. Cfr. ainda F. M.
CASTIELLA, Francisco de Vitoria en la O.E.A. (Organizacion de los
Estados Americanos), s.l. 1963; M. FAZIO, Due rivoluzionari,
Francisco de Vitoria e Jean-Jacques Rousseau, Roma 1998; F.
77
A vexata quaestio vertia sobre a igualdade-
desigualdade dos índios – considerados animais falantes –
em relação aos “brancos” europeus. Fora negada a eles a
plena humanitas, considerando que fossem privados de uma
alma imortal. Volta novamente o problema da igualdade
universal de todos os seres humanos: este foi o “nó” da
polêmica, se os índios eram ou não humanos.

Bartolomé de Las Casas pela tese igualitária e Juan


Ginés de Sepúlveda (1490-1573) – tradutor e comentador
dos escritos aristotélicos – patrocinador da desigualdade,
enfrentaram-se com argumentações antitéticas.

A aceitação do não igualitarismo teria comportado,


como lógica conseqüência, a licitude da expropriação e do

STEGMÜLLER, Francisco de Vitoria y la doctrina de la gracia en la


escuela salmantina, Barcelona 1934.
92
Cfr. T. TODOROV, La conquista dell’America, Torino 1992, 177-
179.
93
Cfr. L. FERRAJOLI, La sovranità nel mondo moderno, Bari 1997,
12. Para aprofundar o pensamento de Bartolomé de las Casas, cfr.
ainda R. CAMPA (a cura de), I trattatisti spagnoli del diritto delle
genti, Bartolomé de Las Casas, Francisco Suárez, Juan Roa Dávila,
Juan Luis Vives, Roma 1992; CONGRESO INTERNACIONAL
SOBRE LOS DOMINICOS Y EL NUEVO MUNDO (3/1990 :
Granada), Los Dominicos y el Nuevo Mundo, Madrid 1991; L.
GALMÉS MÁS, Bartolomé de Las Casas defensor de los derechos
humanos, Madrid 1982; M. GIMÉNEZ FERNÁNDEZ, Bartolomé de
Las Casas, Sevilla 1953; L. HANKE, Bartolomé de Las Casas
pensador político, historiador, antropólogo, La Habana 1949; IDEM,
Bartolomé de las Casas, 1474-1566, bibliografía crítica y cuerpo de
materiales para el estudio de su vida, escritos, actuación y polémicas
que suscitaron durante cuatro siglos, Santiago de Chile 1954; R.
SCHNEIDER, Bartolomé de las Casas frente a Carlos V, Madrid
1979.
78
extermínio dos índios, já que ninguém poderá negar que
usar a pólvora contra os pagãos não é como oferecer
incenso a nosso Senhor94, diria Sepúlveda.

6. Juan Ginés de Sepúlveda (1490-1573)

Juan Ginés de Sepúlveda fez sua a tese de Aristóteles,


na obra Politica, pela qual os homens são em parte livres e
em parte escravos por natureza95, como vimos acima.

Extrapolou o direito dos povos civis de colonizar e


catequizar aqueles “brutos”. Entre as fontes usadas para
sustentar a inferioridade dos nativos, está o De regimine96,
àquele tempo atribuído, erroneamente, a Tomás de Aquino
(1225-1274).

J. G. de Sepúlveda expõem as suas teorias no


Democrates alter97, escrito no qual exprime uma concepção
hierárquica do Mundo, do domínio da virtude sobre o vício,
da superioridade sobre a inferioridade, da força sobre a

94
Cfr. R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei Diritti
Umani, Acireale (CT) 2003, 33.
95
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 15.
96
Cfr. J. GINÉS DE SEPÚLVEDA, Tratados políticos de Juán Ginés
de Sepúlveda, exhortación a la guerra contra los Turcos. - Del reino y
deberes del rey. - De la compatibilidad entre la milicia y la religión,
Madrid 1963.
97
Cfr. IDEM, Democrates segundo, o, De las justas causas de la
guerra contra los Indios, Madrid 1951.
79
fraqueza98. A síntese à qual chegou é identificável nas
seguintes argumentações:

é lícito dominar com as armas homens cuja condição


é, por natureza, aquela de obediência; é dever
impedir a abominação do canibalismo e dos
sacrifícios humanos praticados pelos índios; é
legítimo empenhar-se afim que os pré-escolhidos ao
sacrifício sejam salvos; é lícito fazer guerra aos
pagãos já que contribui à propagação da verdadeira
fé.99

Bartolomé de Las Casas (1484-1566), ao contrário,


elaborou a sua doutrina igualitária motivando-se unicamente
nas Sagradas Escrituras. Muito célebre uma frase da sua

98
Cfr. T. TODOROV, La conquista dell’America, Torino 1992, 185,
onde o autor traz um trecho, tirado do Democrates alter, no qual Juan
Ginés de Sepúlveda (apr. 1490-1573) expõem a sua concepção
relativa aos índios: “In prudenza e in accortezza, in virtù e in umanità
questi barbari sono inferiori agli spagnoli come i bambini sono
inferiori agli adulti e le donne agli uomini; fra loro e gli spagnoli
corre la stessa differenza che vi può essere fra gente feroce e crudele
e gente di eccezionale clemenza, fra esseri straordinariamente
intemperanti ed esseri temperanti ed equilibrati, la stessa differenza –
oserei dire che intercorre fra le scimmie e gli uomini”.
99
Para aprofundar o pensamento de J. G. de Sepúlveda, cfr. A.
LINAGE CONDE, Las Cofradías de Sepúlveda, Segovia 1986; A.
LOSADA, Juan Gines de Sepulveda a traves de su "Epistolario" y
nuevos documentos, Madrid 1949; R. I. PEÑA, Vitoria y Sepúlveda y
el problema del Indio en la antigua Gobernación de Tucumán,
Córdoba 1951; E. SÁEZ (et alii), Los fueros de Sepulveda, Segovia
1953.
80
Apologia, na qual saúda Aristóteles considerando-o indigno
da salvação100.

Os direitos são comuns a todas as gentes e a qualquer


etnia, independentemente da pertença confessional ou
geográfica. Estas afirmações são evidentemente inovadoras,
considerado o contexto cultural no qual foram escritas101.

Bartolomé de Las Casas, contrapondo-se ao J. G. de


Sepúlveda (1490-1573) exalta a brandura, a obediência e a
docilidade dos índios. Em relação às práticas litúrgicas
indígenas – canibalismo e sacrifícios rituais – Bartolomé de
Las Casas as vê perfeitamente coerentes ao direito natural e
ao progresso gradual dos povos.

Disse que não temos nenhuma razão de maravilhar-


nos dos defeitos, dos costumes não civis e desregrados que
podemos encontrar junto às nações indígenas; nem temos
razão de desprezá-las por isto.

100
Cfr. B. DE LAS CASAS, Apologetica Historia Sumaria, III,
(Obras Completas, 8), a cura de V. A. CASTELLÓ (et alii), Madrid
1992: “Adeus Aristóteles! O Cristo que é verdade eterna, nos deixou
este mandamento: Amarás o próximo teu como a ti mesmo [...].
Apesar de ser um filósofo profundo, Aristóteles não era digno de ser
salvado e de chegar até Deus através do conhecimento da verdadeira
fé”. (Minha tradução)
101
Cfr. BARTOLOMÉ DE LAS CASAS, Lettera al principe Filippo,
20 aprile 1544, citado por R. VINCIGUERRA, Introduzione allo
studio dei Diritti Umani, Acireale (CT) 2003, 35: “As leis e as regras
naturais e os direitos dos homens são comuns a toda nação, seja ele
cristã ou gentil, qualquer sela a sua seita, estado, cor e condição, sem
diferença alguma”.
81
De fato, todas ou a maior parte das nações do mundo
foram muito mais pervertidas, irracionais e depravadas e
mostraram muito menor prudência e sagacidade no seu
modo de governar-se e de exercitar as virtudes morais. Nós
mesmos fomos muito piores ao tempo dos nossos ancestrais
e sobre toda a extensão do nosso território, seja pela
irracionalidade e a confusão dos costumes, seja pelos vícios
e os usos bestiais.102

As teses que embasavam a licitude da conquista no


maior grau de civilização dos espanhóis eram hostilizadas
por Francisco de Vitoria (1483-1546), Melchior Cano e
também por Diego de Covarrubias.

Francisco de Vitoria sustentou a plena humanitas dos


índios da América. Diego de Covarrubias em modo análogo
contestava a licitude da conquista; e Melchior Cano, depois
de haver afirmado que o maior grau de cultura não legitima
a ocupação, chegou a formular um direito de tutela
temporária sobre estas populações, mas não a conquista e a
sujeição.103

As oposições às pretensões de soberania de Carlos V


da parte dos teólogos assumiram tons muito ásperos. O
dominicano Bartolomé de Las Casas (1484-1566) pediu ao
Imperador a restituição das terras usurpadas às populações
locais.

A alguns destes dominicanos foi imposto o veto de


pregar. Em 1542 Bartolomé de Las Casas não teve medo de

102
Cfr. IDEM, Apologética Historia, III, 263.
103
Cfr. R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei Diritti
Umani, Acireale (CT) 2003, 35-36.
82
declarar na presença de Carlos V, diante de uma comissão
instituída pelo próprio Imperador, que as operações
militares espanholas no novo mundo eram invasões de
cruéis tiranos, condenadas pela lei divina e por todo o
direito humano.104

A Igreja local e a intellighenzia acadêmica eram


dilaceradas por facções opostas entre si. Uma sustentadora
das práticas escravistas – constituída pelos franciscanos,
tendo como principal expoente o J. G. de Sepúlveda; a outra
– constituída pelos dominicanos – afirmadora das
autonomias locais e da plena humanitas dos indígenas.

As condições de vexação a que eram submetidas as


populações locais requeria um solícito pronunciamento
pontifício sobre as questões éticas e jurídicas expostas.

7. Paulus Pp. III (1534-1549)

Juan Garces, bispo de Tlaxcala, endereçou a Paulo


Pp. III, a sua carta De habilitate et capacitate gentium sive
Indorum novi mundi noncupati ad fidem Christi
capessendam et quam libenter suscipiant, Romae 1537, com
quesitos específicos e pormenorizados que constituíram a
“causa” da bula Sublimis Deus, 2 de Junho de 1537105.

104
Cfr. R. KONETZKE, America centrale e meridionale, Milano
1968, 39.
105
Cfr. PAULUS Pp. III, bul. Sublimis Deus, 2 de Junho de 1537.
83
Nesta bula o Pontífice proclama a inalienabilidade
dos direitos das etnias indígenas independentemente do fato
de estar ou não na fé da Igreja, então considerado
pressuposto ou critério objetivo para o exercício de um
direito.

Esta bula é de uma desconcertante modernidade em


seu conciso conteúdo. As instâncias nela postuladas indicam
uma consciência própria do Magistério eclesiástico em
mérito à intangibilidade e inalienabilidade dos direitos das
etnias violadas. Indicam também um delicado momento de
transição da doutrina medieval dos direitos naturais à
concepção moderna dos direitos invioláveis da Pessoa.106

O bispo Juan Garces negava a inferioridade daquelas


etnias, reivindicando-lhe a plena humanidade. Afirmava que
os índios eram destinatários da revelação e dotados de uma
alma imortal. Solicitou a intervenção e a cura pastoral da Sé
Apostólica em relação a eles.

A questão da igualdade dominava o panorama coevo.


A convicção que aqueles povos fossem de natureza inferior
era sufragada pelos usos e por práticas religioso-cultuais,
tais como o canibalismo e os sacrifícios humanos107.

Os direitos tutelados na bula Sublimis Deus são


essencialmente a vida, a propriedade e a liberdade. Mesmo

106
Cfr. R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei Diritti
Umani, Acireale (CT) 2003, 38-39.
107
Cfr. T. TODOROV, La conquista dell’America, Torino 1992, 227-
228.
84
que, como afirmou Francesco Compagnoni108, o substantivo
vida não apareça no texto é de consenso a interpretação da
sua tutela implícita. O exercício dos direitos de propriedade
e liberdade pressupõe o fontal direito à vida física e a sua
tutela.

Paulo Pp. III (1534-1549) afirmou que os índios são


destinatários da revelação. Reconheceu assim a sua plena
humanidade, fundamento último dos seus direitos;
condenou toda doutrina que postulasse a sua inaptidão
natural de ter acesso à Salvação, considerando-a um
“pretexto”.

A perspectiva, naturalmente, é aquela da unicidade da


Igreja Católica como instrumento para entrar na vida e
felicidade eternas, mas a salvação é prerrogativa de
qualquer um que possua a natureza humana. À base destes
três direitos afirmados por Paulo Pp. III está a igualdade
ontológica entre todos os seres humanos: nativos e
europeus; a liberdade que garante a plena dignidade humana
daqueles seres chamados índios.

Com particular veemência é afirmada também a


legitimidade do domínio dos índios sobre as terras que a
natureza lhes deu – a liberdade de gozar dos bens – e a
ilicitude da sua redução a escravidão.

As abominações realizadas são obras dos sequazes de


Satanás, afirmou o Pontífice. Portanto, não só afirmou que é
fruto de uma doutrina errada considerar os índios animais

108
Cfr. F. COMPAGNONI, “Diritti dell’uomo”, in Nuovo dizionario
di Teologia morale, Cinisello Balsamo 1990, 22.
85
brutos, mas atestou a vacuidade da argumentação, funcional
somente ao propósito de roubar suas riquezas.109

Podemos dizer que é já presente nesta bula os


fundamentos das declarações atuais dos direitos humanos.
Entre as notas principais dos direitos humanos a doutrina
jurídica moderna contemplou a sua humanidade,
universalidade, igualdade, imutabilidade, objetividade,
indispensabilidade e inviolabilidade. Prerrogativas já
presentes e reconhecidas na bula Sublimis Deus aos direitos
violados dos índios americanos.

Um confronto sinótico desta bula com a Declaração


dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789, e com a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, 1948,
operada por Francesco Compagnoni, revelou
110
desconcertantes analogias .

Para o escopo desta pesquisa, o ponto crucial presente


na bula Sublimis Deus é o reconhecimento da humanidade
comum aos índios. Isto os colocou em pé de igualdade com
todos os outros seres humanos: esta afirmação solene da
parte do magistério deveria ter posto fim a toda futura
argumentação e justificação do estado de escravidão e
servidão; bem como de toda discriminação por causa da cor
ou raça.

Infelizmente, como as tristes páginas da história


latino-americana e africana narram, a voz do Pontífice foi
ignorada ou esquecida.

109
Cfr. T. TODOROV, La conquista dell’America, Torino 1992, 173.
110
Cfr. F. COMPAGNONI, I diritti dell’uomo. Genesi, storia e
impegno cristiano, Milano 1995, 27-37.
86
A mesma temática da bula Sublimis Deus, 2 de Junho
de 1537, foi afrontada por outros documentos sucessivos do
Magistério pontifício, tais como a bula Commissum nobis,
22 de Abril de 1639, de Urbano Pp. VIII (1623-1644)111; a
bula Immensa, 20 de Dezembro de 1741, de Bento Pp. XIV
(1740-1758)112; e a litt. enc. Lacrimabili statu, 7 de Junho
de 1912, de Pio Pp. X (1903-1914)113.

8. Alguns Calvinistas.

O moderno desenvolvimento de teorias jusnaturalistas


revolucionárias teve ainda a sustentação de alguns
calvinistas.

O alemão João Althusio, o holandês Hugo Grotius


(1583-1645)114, os ingleses John Milton (1608-1674)115 e
111
Cfr. URBANUS Pp. VIII, bul. Commissum nobis, 22 de Abril de
1639.
112
Cfr. BENEDICTUS Pp. XIV, bul. Immensa, 20 de Dezembro de
1741.
113
Cfr. PIUS Pp. X, lit. enc. Lacrimabili statu, 7 de Junho de 1912;
cfr. também T. TODOROV, La conquista dell’America, Torino 1992,
7-8.
114
Cfr. H. WELZEL, Diritto naturale e giustizia materiale, Milano
1965, 185-194. Para aprofundar o pensamento de H. Grotius, cfr. G.
AMBROSETTI, I presupposti teologici e speculativi delle concezioni
giuridiche di Grozio, Bologna 1955; A. CORSANO, Ugo Grozio,
l'umanista, il teologo , il giurista, Bari 1948; F. DE MICHELIS
PINTACUDA, Le origini storiche e culturali del pensiero di Ugo
Grozio, Firenze 1967; F. TODESCAN, Le radici teologiche del
giusnaturalismo laico, Milano 1983; E. DI CARLO (a cura de), Ugo
87
John Locke (1632-1704): todos estes cujas doutrinas
assinalaram as etapas do caminho jus-naturalista percorrido
pela idéia dos direitos humanos, no séc. XVI e XVII,
provinham exatamente de ambientes calvinistas.

Não por acaso, o primeiro ato de lei proclamando a


existência de direitos pré-estatais veio à luz na América do
Norte, ou seja, em terras já impregnadas pelos ideais
religiosos puritanos.116

Os fundamentos cristãos dos direitos naturais


desapareceram progressivamente. Sobre a trilha do geral
processo de des-teologização que feriu a cultura européia, o
direito natural foi se descristianizando.

A filosofia romano-estóica lhe forneceu sólidas bases


éticas e, por último, o Iluminismo francês lhe conferiu um
caráter anti-eclesiástico e profano. Como efeito destas
transformações, a doutrina do direito natural elegera sempre
mais como pressuposto a razão humana e a sua autonomia
moral.

Os direitos humanos foram, então, deduzidos da


razão e da natureza do Homem enquanto ser dotado de

Grozio: I prolegomeni al “De iure belli ac pacis”, Palermo 1963;


IDEM, Alcune precisazioni sulla dottrina di Grozio intorno al diritto
– Risposta al prof. Droetto, Rivista Internazionale di Filosofia del
Diritto, 40 (1963) 748-758.
115
Cfr. J. MILTON, Il paradiso perduto, Milano 1833.
116
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 37; N. BOBBIO, Locke e il diritto naturale,
Torino 1963; W. EUCHNER, La filosofia politica di Locke, Bari
1976; M. FIRPO, II problema della tolleranza religiosa nell'età
moderna dalla riforma protestante a Locke, Torino 1978.
88
razão. Mas o conceito de razão perdeu paulatinamente toda
ligação, seja com a Teologia, seja com a Ética.

Os teóricos do direito natural se concentraram, então,


sobre o bem do indivíduo isolado. A personalidade
individual, descoberta pelo Renascimento e reavaliada pela
Reforma e pelos espiritualistas, tornara-se absoluta.

Assinalaram-se como tarefas principais do Estado a


tutela e a promoção da felicidade dos indivíduos: o
desenvolvimento pleno de todas as suas capacidades e
inclinações. Os direitos políticos exigidos como garantia das
liberdades pessoais do imenso poder do Estado moderno
emergiram também em primeiro plano.

A atuação dos ideais democráticos e constitucionais


através de uma cooperação dos cidadãos à legislação, à
administração e ao governo tornou-se um requisito
indispensável à subsistência dos direitos fundamentais.117

Em suma, os grandes movimentos culturais da Idade


Moderna, o processo de secularização, o racionalismo do
séc. XVII e XVIII, o Individualismo moderno e o
Liberalismo político foram, paulatinamente, sedimentando-
se na “idéia” dos direitos humanos.

117
Cfr. Ibidem, 37-38. Para aprofundar o pensamento de J. Locke, cfr.
A. ALIOTTA, Spinoza, Locke, Leibniz, Berkeley, Hume, Napoli 1924;
A. E. BALDINI, Il pensiero giovanile di John Locke, Milano 1969; A.
CARLINI, La filosofia di G. Locke, Firenze 1928; M. FIRPO, II
problema della tolleranza religiosa nell'età moderna dalla riforma
protestante a Locke, Torino 1978; L. RICCI GAROTTI, Locke e i suoi
problemi, Urbino 1961; F. SEMERARI, Potenza come diritto, Bari
1992; M. SINA, Introduzione a Locke, Roma 2001; G. TAROZZI,
Locke, Milano 1927.
89
O moto da revolução francesa – liberdade, igualdade
e fraternidade – depois, porém, encontraram-se circundados
por uma auréola religiosa. A imagem do Homem de cristã
que fora, de fato assumira certa conotação neo-iluminista.

A idéia mais ou menos concreta do estado de


natureza fora, até aqui, fundamento filosófico e teórico-
político para toda reivindicação de direitos inatos,
originários e naturais.

A acentuação do caráter pré-estatal e pré-social os


havia subtraído e protegido de qualquer determinação
política. Ora, sempre a partir do estado de natureza foi
afirmada uma ligação direta entre a prescrição a defender os
direitos originários de liberdade e igualdade e um poder
originário por natureza, tocante a todo Homem.

Assim que aquela prescrição se torna in-elidível para


quem quer que seja; e o fascínio de uma idade áurea, de um
paraíso perdido mais do que na liberdade e na igualdade
naturais, começou a residir na idéia da natureza humana,
entendida como originariamente boa e harmoniosa.118

8.1. Hugo Grotius (1583-1645).

Para Hugo Grócio os direitos naturais são inalienáveis


porque indissoluvelmente unidos à essência ética do

118
Cfr. La filosofia della natura nel Medioevo, III Congresso
Inernazionale di Filosofia Medioevale, Milano 1965.
90
Homem e à sua natureza racional. Com o contrato social o
Homem cedeu grande parte da sua inata liberdade para
gozar do Direito – fixado pelas leis – e do bem estar geral,
tarefas do Estado. Assim, dos direitos naturais originaram-se
os direitos civis.

Devemos a H. Grócio haver, definitivamente, fixado


esta nova definição de jus – direito – nas primeiras páginas
da sua obra fundamental De jure belli ac pacis – Do Direito
de Guerra e de Paz.119

O Direito não vem mais entendido como uma relação


objetiva que liga o Homem às coisas e aos outros homens –
res justa – mas como uma qualidade que tange a uma
Pessoa. Inverte-se assim a relação entre Direito e Justiça.

Agora a Justiça não pressupõe mais o Direito, mas


constitui um seu critério de medida. Trata-se de uma
faculdade de fazer ou de haver alguma coisa. Ela pode
consistir num poder sobre si mesmo – potestas in se, isto é a
liberdade – ou num poder sobre outros – potestas in alio,
por exemplo, a patria potestas – ou num poder sobre as
coisas – potestas in res, por exemplo, a propriedade. Ma o

119
Cfr. H. GROTIUS, De iure belli ac pacis libri tres, in quibus ius
naturae et gentium, item iuris publici praecipua explicantur (1625), a
cura de P. C. Molhuysen, Sijthoff, Lugduni Batavorum, 1919, L. I,
cap. I, par. 4: “Jus est qualitas moralis personae competens ad aliquid
juste habendum vel agendum”. Esta obra de H. Grotius há para o
pensamento jurídico a mesma importância fundativa que o Discurso
sobre o método de Renè Descartes há para o pensamento filosófico.
91
importante é esta subjetivação do Direito sem a qual não
seria possível falar dos direitos.120

H. Grotius reserva ao cidadão uma liberdade limitada


em relação ao Estado. A propriedade é de fato defendida em
qualquer circunstância: deveria até mesmo protegê-la com
um contrato universal porque foi introduzida para a tutela
da igualdade, no sentido que cada um possa haver o seu121.

A consciência ética dos direitos de liberdade foi por


ele re-fundada graças à idéia do jus naturale et gentium –
direito natural e dos povos – ou seja, do direito atribuível à
Humanidade inteira e a todo indivíduo.122

A fórmula de Grócio foi repetida por todos os mais


importantes teóricos do jus-naturalismo moderno,
assumindo assim uma amplitude muito superior àquela que
lhe havia dado ele mesmo. A condução do Direito ao interno
do sujeito é acompanhada por uma concepção da esfera
interna do ego.

O sujeito possui bens internos que são a vida, o corpo


e a liberdade. Estes constituem o seu inviolável patrimônio
que H. Grócio chamou o suum. Ninguém sem cometer
injustiça pode violar o suum de outros que não lhe tenha
provocado injustiça.

120
Cfr. F. VIOLA, Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997, 277.
121
H. GROTIUS, De jure belli ac pacis, II, 10 § 2, n. 1.
122
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 40; H. WELZEL, Diritto naturale e giustizia
materiale, Milano 1965, 185-194.
92
A subjetividade jurídica é apropriação de si e,
portanto, fonte de poderes que se estendem tendencialmente
também às coisas exteriores, enquanto estas tenham relações
necessárias com a esfera interna do ego. O sujeito se
apresenta assim como identificado na sua tarefa de
dominus123 e o Direito se configura como o cúmulo das
situações de domínio.124

Na origem da história dos direitos humanos existe


exatamente esta equivalência entre liberdade e propriedade.
Ser livre significa haver a senhoria dos próprios atos e,
portanto, do próprio corpo125.

Deste modo a propriedade vem colocada ao interno


do sujeito e vem concebida como sua qualidade intrínseca e
característica. Conseqüentemente a apropriação das coisas –
dominium rerum – não é outra que a lógica expansão do
dominium sui, isto é, da liberdade.

123
No direito romano o termo evoca etimologicamente o estatuto do
pater familias “qui in domo dominium habet” (D. 50, 16, 195, 2) e
governa o patrimonio familiar como o timoneiro o navio.
124
Esta concepção fora já desenvolvida na Segunda Escolástica; cfr.
P. GROSSI, La proprietà nel sistema privatistico della Seconda
Scolastica, in IDEM, La Seconda Scolastica nella formazione del
diritto privato moderno, Milano 1973, 124 ss.
125
Todo tratado sobre a propriedade dos grandes mestres da Segunda
Escolástica têm sempre um capítulo inicial dedicado ao dominium sui;
cfr. P. GROSSI, La proprietà nel sistema privatistico della Seconda
Scolastica, in IDEM, La Seconda Scolastica nella formazione del
diritto privato moderno, Milano 1973, 135ss.
93
Não se trata tanto de afirmar que o sujeito há poderes
individuais, mas se prospecta uma concepção antropológica
do sujeito como poder126.

Estes são somente os primeiros passos do


individualismo ético e jurídico que assumirá, lentamente,
proporções gigantescas; marcando um profundo hiato entre
Sujeito e Natureza, separados na Metafísica por Renè
Descartes (1596-1650), e agora também na Moral e na
Política.

Pode parecer paradoxal, mas a teoria dos direitos


naturais põe a Natureza a serviço exclusivo de finalidades
humanas, negando que dela possa tirar-se algum critério de
medida dos atos humanos. Não são as coisas que
identificam o Sujeito, mas os seus poderes sobre as coisas e,
mais radicalmente, sobre si mesmo. O “ser” um centro de
poder coloca o sujeito numa esfera separada em relação
àquilo sobre o que o poder se exercita.

A subjetividade é poder e há poder, afirmou


Francesco Viola127. Identifica-se com o poder enquanto ele é
reflexivo ou auto-referencial. É poder sobre si mesmos; é
poder de poder. Mas simultaneamente, enquanto tal, este
“poder” é voltado também às coisas, pode ser transferido ou
perdido sem que a subjetividade mesma seja destruída.

Este é o ponto mais problemático desta concepção da


subjetividade e se evidencia em toda a sua complexidade

126
Cfr. F. VIOLA, Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997, 278.
127
Cfr. Ibidem.
94
quando se trata de coordenar os sujeitos, no âmbito da vida
social.128

8.2. John Milton (1608-1674).

Na segunda metade do séc. XVII, juntamente a J.


Locke (1632-1704), o poeta John Milton entra no rol dos
defensores dos direitos clássicos de liberdade.

Nele confluíram os esforços de pensadores de


vanguarda que, por uma época inteira, tentaram renovar a
Sociedade sobre a escolta de um sólido princípio da
liberdade religiosa.

Em numerosos escritos J. Milton lutou para que fosse


reconhecida a plena liberdade religiosa e de consciência,
reivindicada pelos protestantes e, por ele mesmo,
considerada a matriz de todo outro direito de liberdade.

Milton também reconduziu esta liberdade religiosa à


liberdade civil, fazendo eco assim a um moto já em voga
nas discussões políticas dos meados do séc. XVII. O vínculo
estreito e, freqüentemente, indissolúvel que une as
exigências de liberdade civil e de tolerância religiosa
emerge com clareza das suas obras.

Milton (1608-1674) proclamou o direito do Homem à


autodeterminação. Escopo do contrato limitador devia ser

128
Cfr. Ibidem.
95
tanto a tutela dos direitos do indivíduo singular, quanto o
bem da coletividade.

O Estado encontrava seu limite no Direito a ele


sobreposto. Milton enumerou, ainda, vários direitos de
liberdades civis e religiosas conexos organicamente um ao
outro. A tríade de vida, liberdade e propriedade de que,
desde tempos remotos, todo inglês livre já gozava em força
do contrato de fundação do Estado estipulado pelo Rei com
os súditos, fora integrada pelo pedido de uma liberdade
religiosa e de consciência que não valesse somente para os
católicos.

A luta pela liberdade de palavra, de imprensa e pela


abolição da censura marcou, profundamente, a vida de John
Milton (1608-1674). É sua a frase:

Quem mata um homem mata um ser racional, uma


imagem de Deus; mas quem destrói um bom livro,
mata a razão mesma.

Idéias cristãs e proto-racionalistas se fundiram no seu


pensamento. E a sustentação do ditado pelo qual todos os
homens nascem livres por natureza, ele acrescentou: porque
todos são criados à imagem e semelhança de Deus.129

129
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 42; J. M. DIÉZ ALEGRÍA, La libertad
religiosa, Barcelona 1965.
96
8.3. John Locke (1632-1704).

A passagem à visão individualista dos direitos,


enquanto pertencentes a cada um, foi atuada
sistematicamente por John Locke.

Ele fez próprios os elementos humanísticos e


puritanos do pensamento de John Milton (1608-1674)
mitigando-lhes os elementos mais radicais. Desse modo, a
tríade dos direitos do Homem foi por ele adscrita a todos os
cidadãos livres da Inglaterra, do Continente e até mesmo da
América.

Durante a segunda Revolução Inglesa, 1689, vieram à


luz os seus Dois tratados sobre o governo, 1688.
Exatamente no segundo tratado, John Locke deu à idéia dos
direitos fundamentais a motivação e a forma que se
tornariam clássicas.

A vida, a liberdade e a propriedade são direitos


inatos dos indivíduos que se encontram iguais e
independentes no estado de natureza. A lei natural ali em
vigor é vinculante para cada um enquanto a razão ensina à
Humanidade inteira a respeitar os direitos dos outros e a não
impor a eles limites: porque todos os homens são filhos de
um Criador onipotente e onisciente.

Porque o estado de natureza é inseguro e cheio de


medo e perigo – dada a ausência de leis conhecidas,
fundadas e sancionadas publicamente, de juiz imparcial,
reconhecido e provisionado de autoridade e de um poder
que dê curso à sentença – eis que os homens se uniram em
97
Sociedade, onde a vida, a liberdade e o patrimônio eram
reciprocamente tutelados.

A grande finalidade, o escopo único e decisivo da


Sociedade Humana e da criação do Estado reside na defesa
da propriedade.

O Homem tendo nascido com título à perfeita


liberdade e ao gozo ilimitado de todos os direitos e
privilégios da lei natural, igual a qualquer outro
Homem ao Mundo, ha por natureza o poder de
conservar a sua propriedade: a vida, a liberdade e o
patrimônio contra as injúrias e os atentados de
outros homens.130

O conceito de property – proprietas – no séc. XVII,


como também na Idade Média, era muito mais extenso do
que o é hoje. O seu campo incluía o conjunto dos direitos de
liberdade reconhecidos a uma Pessoa.

Liberty e property durante o séc. XVII eram termos


inseparáveis. E para o indivíduo singular a property
denotava também a livre faculdade de dispor da própria
força-trabalho e das próprias capacidades em vista da auto-
conservação. Trata-se, portanto do âmbito jurídico-pessoal,
incluído o direito de resistência.

130
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 44.
98
9. Thomas Hobbes (1588-1679).

Thomas Hobbes, contemporâneo de John Milton


(1608-1674), ficou a favor da manutenção da paz e da
segurança e, portanto, também do ordenamento jurídico e
econômico de derivação feudal.

A teoria jus-naturalista do contrato lhe serviu de


argumento para legitimar o Estado absoluto. Ele falou de
um único pacto subscrito por cada um, com cada outro, da
conseqüente obrigação de submissão ao Soberano e da
alienação de todo direito natural.

O direito à autodefesa, mesmo mantido em relação ao


poder, de fato, perdeu todo significado porque somente ao
Soberano competiria a determinação das leis. Para Hobbes o
princípio de conservar-se é lei suprema, seja no estado de
natureza, seja ao interno do Estado absoluto. É de grande
importância para a mudança do direito corporativo para
aquele individualista o fato de T. Hobbes haver dado, mais
do que seus predecessores, relevo ao indivíduo singular.

Hobbes renunciou a acentuar o papel da família e da


cidade e a conceber o Homem como rigidamente
enquadrado numa sociedade. Ele falou de direitos humanos
que cada um detém por natureza somente ao propósito do
status naturalis. Aqui, todo Homem possui direitos e

99
nenhum dever. Mas com a saída do Estado de natureza,
depois do pacto social, tais direitos cessaram de existir.131

O problema da coordenação dos sujeitos, isto é, das


suas ações na vida social é o problema mesmo da Lei. Como
é possível que ao poder de tal sujeito corresponda uma
obrigação da parte de um seu semelhante? Se todos
gozassem da originária liberdade não se poderia haver
direitos subjetivos porque ninguém seria obrigado pelo
poder alheio.

T. Hobbes é o filósofo que com maior agudez se


conscientizou desta necessária diferença entre poder natural
e poder moral ou jurídico. O primeiro não implica uma
obrigação e, portanto, conduz ao conflito. O segundo requer
a coordenação e, portanto, a Lei. Como é possível que uma
Pessoa seja sujeitada ao poder moral ou à facultas moralis
de um outro sujeito? Exatamente sobre este ponto se matura
outra ruptura muito relevante com o passado.132

131
Para aprofundar o pensamento de Thomas Hobbes, cfr. H.
WELZEL, Diritto naturale e giustizia materiale, Milano 1965, 171-
184; F. VIOLA, Behemoth o Leviathan? Diritto e obbligo nel pensiero
di Hobbes, Milano 1979; G. M. CHIODI, Legge naturale e legge
positiva nella filosofia politica di Tommaso Hobbes, Milano 1970; M.
L. LUKAC DE STIER, El fundamento antropológico de la filosofía
política y moral en Thomas Hobbes, Buenos Aires 1999; N. BOBBIO,
Thomas Hobbes, Torino 1989; M. L. LUKAC DE STIER, El
fundamento antropológico de la filosofía política y moral en Thomas
Hobbes, Buenos Aires 1999; P. PASQUALUCCI, Commento al
Leviathan, Ponte S. Giovanni (PG) 1994; G. OESTREICH, Storia dei
diritti umani e delle libertà fondamentali, Bari 2001, 42-43.
132
Cfr. F. VIOLA, Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997, 279.
100
10. Charles-Louis de Secondat Montesquieu
(1689-1775)

Como exemplo ulterior de teoria política francesa,


deve ser recordado Charles-Louis de Secondat Montesquieu.
Ele indagou le rapport de la liberté politique avec le citoyen
– a relação da liberdade política junto ao cidadão – fixou
princípios gerais para a aquisição e a manutenção da
liberdade política e contribuiu ao difundir-se de uma
atmosfera, na qual o tema dos direitos do Homem e do
cidadão assumiu uma relevância social.

Na sua obra principal, O Espírito das leis, 1748,


Montesquieu teorizou o governo moderado sobre base não
circunscrita unicamente à doutrina da separação dos
poderes. Ele definiu a liberdade política como o direito de
fazer tudo aquilo que as leis permitem133.

Montesquieu se opôs, ainda, à tese de Hugo Grotius


(1583-1645) e Samuel von Pufendorf (1632-1694), que
legitimava a escravidão por jus gentium e pensou de limitar
o direito de guerra vigente134. A tal propósito formulou a
célebre máxima, pela qual: Le citoyen peut périr, et
l’homme rester – O cidadão pode perecer, e o Homem
permanecer.

Quanto aos deveres humanos, o sumo preceito


afirmado por Montesquieu foi que em qualquer lugar e em

133
Cfr. C.-L. de S. MONTESQUIEU, Lo spirito delle leggi, trad. it.,
Venezia 1821, XI, 3s.
134
Cfr. Ibidem, X, 3.
101
qualquer circunstância o Homem deve ser tratado como
Homem:

todo dever particular sucumbe, quando, para


observá-lo, não seja possível cumprir os deveres que
nos concernem como homens. Pode-se pensar ao bem
da pátria quando é em jogo o bem da Humanidade?
Certamente não! O dever que cumprimos como
cidadãos se torna um crime quando nos faz esquecer
o nosso dever de homens.135

As idéias de Montesquieu, visando a assegurar a


liberdade no Estado, giraram entorno a uma parte essencial
dos futuros direitos fundamentais. A sua teoria da separação
e recíproca limitação dos poderes, aparecendo já na
Declaração de 1789, torna-se um elemento basilar da
constituição francesa.

A segurança dos direitos de liberdade poderia dar-se


somente na presença daquele limitado Estado moderno,
cujos conceitos cardeais teriam sido formulados em seguida
por Montesquieu136, com a doutrina da separação dos
poderes.

Os direitos de liberdade, ou seja, as liberties civis


foram tuteladas pelas disposições jurídicas e políticas
emanadas em 1689, no Bill of Rights. Na união de direito

135
Cfr. E. CARCASSONNE, Montesquieu et le problème de la
constitution française, s. l. 1927.
136
Cfr. C.-L. de S. MONTESQUIEU, Lo spirito delle leggi, trad. it.,
Venezia 1821.
102
natural e direito positivo reside uma das especificidades do
desenvolvimento anglo-saxônico.137

11. Petition of Rights, 07 de Junho de 1628,


Habeas Corpus Act, 1679 e
Bill of Rights, 1689.

Outro marco importante na trajetória dos direitos


humanos aconteceu na primeira metade do séc. XVII. A
Câmera dos Comuns apresentou a Petition of Rights, 07 de
Junho de 1628, uma lista de direitos relativos à Pessoa e à
propriedade.

Embora, ainda em 1621, o eminente jurista e leader


parlamentar de oposição sir Edward Coke defendesse o
direito do governo a prender pessoas sem motivos
declarados, agora também este direito vem contestado.138

Na figura de Edward Coke pode-se, hoje, indicar o


autêntico idealizador da tríade dos justos direitos e
liberdades: liberdade pessoal, de vida e de propriedade.

137
Para aprofundar o pensamento de C.-L. de S. Montesquieu, cfr. J.
A. SCARAMELLINI GUERRERO, El significado de la expresión
"La naturaleza de las cosas" en "De l'Esprit des lois" de Montesquieu,
Roma 1986 ; E. VIDAL, Saggio sul Montesquieu, con particolare
riguardo alla sua concezione dell'uomo, del diritto e della politica,
Milano 1950; G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 44.
138
Cfr. A Petição de Direitos, 07 de Junho de 1628, Inglaterra.
103
Tríade que ele concebeu como “birthright”, como
“inheritance” – “haereditas”. Ou seja, como bem herdado
de todo súdito britânico, tutelado pelo Common Law e
process of Law.

Sob o influxo determinante de Edward Coke, que se


remetia ao puro direito positivo, o parlamento consolidou e
estendeu os princípios da Magna Charta Libertatum, 15
Junho de 1215, assim adequando-os à nova situação política
e social.139

Em 1679, Carlos II teve de subscrever a lei


fundamental do Habeas Corpus Act140, segundo a qual
ninguém podia ser preso sem uma ordem escrita, enquanto o
período de encarceração, antes de aparecer diante do juiz
ordinário era fixado pela duração máxima de vinte dias.

Esta lei foi de basilar importância, mesmo não se


tratando, à prima vista, senão de uma mera recapitulação de
antigos direitos de liberdade. O Habeas Corpus Act foi
declarado válido também para os súditos britânicos
residentes nas colônias.141

Depois da queda do católico Tiago II com o Bill of


Rights, 1689, foram fixadas algumas regras fundamentais da
vida política e jurídica inglesa. A limitação do poder régio
139
Cfr. Magna Charta Libertatum, Inglaterra, 15 de Junho de 1215.
140
Harbeas Corpus já existia na Inglaterra bem antes da Magna Carta
Libertatum, como mandado judicial em caso de prisão arbitrária, mas
sem muita eficácia em virtude da falta de normas adequadas. A Lei de
1679, cuja denominação oficial foi uma lei para melhor garantir a
liberdade do súdito e para prevenção das pressões no além mar,
trouxe as garantias processuais que criam os direitos.
141
Cfr. A Lei de " Habeas Corpus Act ", Lei de 1679, Inglaterra.
104
por obra do parlamento pôs em segurança as antigas civil
liberties – liberdades civis. De particular relevo foi a
concessão da impunidade às petições apresentadas por todos
os súditos.142

O desenvolvimento que na Inglaterra e nos países


baixos foi sujeita a concepção dos direitos naturais, fez sim
que também a doutrina jus-naturalista alemã assumisse uma
importância decisiva para a teoria dos direitos individuais,
inatos e inalienáveis.

12. Baruch Spinoza (1632-1677).

Quase contemporaneamente aos livros de Samuel von


Pufendorf (1632-1694)143 apareceram na Holanda os
escritos de Baruch Spinoza144, cujo escopo principal
consistiu em assegurar as liberdades religiosas, de
consciência e de expressão dentro de um Estado forte e
potente.

142
Cfr. “Bill of Right”, A Carta dos Direitos que declara os direitos e
as liberdades da pessoa e regula a sucessão da coroa, Londres, 11 de
Abril de 1689.
143
Cfr. Samuel Pufendorf filosofo del diritto e della politica,
Convegno internazionale, 11-12 novembre 1994, Milano, Napoli
1996; S. VON PUFENDORF, Principi di diritto naturale, a cura de
N. BOBBIO, Torino 1943.
144
Cfr. S. ZAC, La morale de Spinoza, Paris 1972 ; B. SPINOSA,
Etica, Milano 1994; IDEM, Tractatus politicus (1677), a cura de P.
CRISTOFOLINI, Pisa 1999.
105
No seu Tratado teológico-político, de 1670, B.
Spinoza afirmou que era uma grande sorte viver num país,
onde cada um gozava da plena liberdade de juízo e da
faculdade de honrar Deus segundo o próprio critério.
Suprimir estes direitos teria sido o mesmo que suprimir, no
Estado, a paz e a religiosidade enquanto tais145.

Na estipulação do contrato, quando todo direito


natural é cedido à Sociedade, ninguém pode transferir a
outro o direito da liberdade de pensar, nem por livre
escolha, nem por força.

Aquilo que cada um deve aceitar por verdadeiro ou


rejeitar como falso, bem como as opiniões religiosas a
conformar-se, segundo Spinoza são coisas que pertencem ao
Direito individual que ninguém, mesmo se o quiser, pode
renunciar146.

A libertas philosophandi – liberdade de filosofar ou


pensar - é erigida como direito originário e irrenunciável
do Homem. Tarefa do governo é a tutela da liberdade de
pensamento e de ensinamento.

Partindo das doutrinas dos neo-humanistas holandeses


e de Thomas Hobbes (1588-1679), B. Spinoza delimitou
uma esfera individual da consciência sob a proteção da
ingerência estatal.147

145
Cfr. B. SPINOZA, Tractatus theologicus-politicus, 1670, trad. it. a
cura de A. DROETTO, - E. GIANCOTTI BOSCHERINI, Torino
1972, 4.
146
Cfr. Ibidem, 480.
147
Cfr. IDEM, Tractatus politicus (1677), a cura de P.
CRISTOFOLINI, Pisa 1999; IDEM, Tractatus theologicus-politicus,
106
13. Jus-naturalismo Alemão.

Os nomes a recordar do jus-naturalismo alemão são


três: Samuel von Pufendorf (1632-1694)148, Christian
Thomasius (1655-1728)149 e Christian Wolff (1679-1754).

A influência de Samuel von Pufendorf e Christian


Wolff se impulsionou além dos confins da Europa e chegou
até mesmo a refletir-se sobre a filosofia dos direitos
naturais, afirmada depois na América.150

Samuel von Pufendorf, ao invés, tentou conciliar os


entendimentos profundos de Hugo Grócio (1583-1645) e de
Thomas Hobbes (1588-1679), onde concordar um lugar às
aspirações civis dentro do Estado absoluto.

Com Christian Thomasius e Christian Wolff, Samuel


von Pufendorf sustentou a doutrina dos direitos naturais do
Homem. Na sua obra principal, o De jure naturae et
gentium, 1672, ele definiu o Homem como ser eticamente

1670, trad. it. a cura de A. DROETTO, - E. GIANCOTTI


BOSCHERINI, Torino 1972.
148
Cfr. H. WELZEL, Diritto naturale e giustizia materiale, Milano
1965, 195-215.
149
Cfr. M. A. CATTANEO, Delitto e pena nel pensiero di Christian
Thomasius, Milano 1976.
150
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 51.
107
livre e portador de uma dignidade que o iguala a todos os
outros homens.151

Todos os homens possuem, por nascimento, igual


liberdade que não pode ser diminuída sem seu
consentimento ou sua culpa tácita ou expressa152. Na
“libertas naturalis” reside, porém, também a dignidade da
natureza humana, ou seja, o elemento que as confere um
primado sobre todo outro ser vivente.

Esta dignitas humanae naturae – dignidade da


natureza humana – pressupõem, para Pufendorf, o respeito
de si e dos outros; portanto um complexo de direitos e
deveres. A natural igualdade – aequalitas naturalis – obriga
cada um a fazer ou a permitir aquilo que dos outros ele é
propenso a exigir e a esperar. A união dos homens no status
civilis que, como persona moralis composita – Pessoa
moral composta – reúne as vontades de todos, dá-se em base
contratual.153

Igualmente a Thomas Hobbes (1588-1679) e a Baruch


Spinoza (1632-1677), Samuel von Pufendorf é também
defensor da liberdade de consciência.154 Ao centro do seu
pensamento, o tema da dignidade humana fundada sobre a
liberdade moral procurou novo e mais sólido suporte à idéia
da liberdade e igualdade de todos os homens.

151
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 53.
152
Cfr. S. VON PUFENDORF, De jure naturae et gentium, 3, II, 6.
153
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 53-55.
154
Cfr. S. VON PUFENDORF, De jure naturae et gentium, 8, I, 2.
108
Segundo Gerhard Oestreich o influxo que este
Pufendorf exerceu sobre os antecedentes históricos das
proclamações americanas dos direitos humanos é
demonstrável com certeza.155

O desenvolvimento sucessivo da antropologia


jurídico-filosófica levou Christian Wolff (1679-1754) a
distinguir os direitos humanos inatos – jura connata –
daqueles adquiridos – jura acquisita. Os primeiros direitos
humanos têm origem na natureza humana imutável: são dela
inseparáveis e não lhe podem ser subtraídos156. Ao ato
prático, todo direito inato comporta também deveres
naturais, necessários e imutáveis, cuja observância não pode
ser impedida por ninguém.

Deve-se falar desses direitos inatos como jus


perfectum157 em relação aos quais todos os homens podem
constringir os outros ou serem constringido pelos demais.

Das reflexões de Christian Wolf resultaram


disposições jurídicas, um primeiro elenco completo de
direitos humanos. Trata-se de direitos inerentes, em sentido
estreito, a todo Indivíduo humano; conferidos ou concedidos
pela natureza e, por isto, mesmo imutáveis. 158

155
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 55.
156
Cfr. Ch. WOLFF, Institutiones juris naturae et gentium im quibus
ex ipsa hominis natura continuo nexu omnes obligationes et jura
omnia deducuntur, Venetiis 1769, § 74.
157
Cfr. Ibidem, § 81.
158
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 57-58.
109
O elenco dos direitos humanos é precedido pela
fórmula, segundo a qual: os homens são entre eles iguais –
“aequales” – por natureza. Isto significa que não existe
algum privilégio natural. Para evitar que a igualdade
desapareça cada um deve usar para com os seus semelhantes
o mesmo comportamento que espera receber deles.
Ninguém dispõe, por natureza, de um direito sobre as ações
alheias. Cada um, no próprio agir, é por natureza sujeito
somente à própria vontade. Por natureza, todos os homens
são livres e, portanto, não devem prestar contas a ninguém.

Todo Homem possui um direito à justiça. Se sujeito a


um tratamento iníquo, ele pode fazer apelo ao jus
securitatis, propriamente, o direito de ser preservado do
temor de violações e danos. Para se defender destes, o
indivíduo dispõe do jus defensionis, que lhe consente de
punir quem o ofenda – jus puniendi.159

Christian Wolf primeiro trata os deveres do Homem


para consigo mesmo, disto derivando seja os direitos mais
diversos à conservação e ao aperfeiçoamento da existência –
por exemplo, o direito de comer, de beber, de curar-se com
remédios, de vestir, de residir num lugar e, por último, o
direito à felicidade – felicitas; seja os deveres para com os
outros e para com Deus.

Só mais adiante Wolf se esforça em determinar o


direito de propriedade. No catálogo wolffiano figuram os
direitos à instrução e à formação pessoal, enquanto a
liberdade de ensino e de pesquisa é atribuída não às escolas
e às universidades, mas somente às academias científicas.

159
Cfr. Ibidem.
110
Enfim, igualmente a Christian Thomasius (1655-
1728), Christian Wolff se diz favorável à liberdade de
consciência e de pensamento, bem como à tolerância no
Estado.160

160
Cfr. Ibidem, 58.
111
112
CAPÍTULO III:
O PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO

1. Premissa.

A Idade Contemporânea é o período das grandes


declarações dos direitos do Homem. A primeira e de maior
relevância para o pensamento filosófico foi a Déclaration
des droits de l’homme et du citoyen, 26 de Agosto de 1789.

Se for verdade que esta Declaração teve um forte


efeito imediato, é também inegável que as declarações dos
Estados Americanos não foram menos importantes, como
modelos.

Sobre a história das origens dessas Declarações é em


andamento, há muito tempo, um aceso debate científico. G.
Jellinek fez remontar as disposições de lei e o conteúdo dos
direitos humanos proclamados na América, às
reivindicações de liberdade religiosa.161

Jellinek era convencido de poder explicar o conjunto


das normas proclamadas nessas Declarações, como fruto da

161
Cfr. G. JELLINEK, La Dichiarazione dei diritti dell’uomo e del
cittadino, a cura de G. DONGIOVANNI, Bari 2002, 39-51.
113
Reforma. Tratava-se, sobretudo, de esclarecer por quais vias
se chegara:

- à proclamação e codificação de direitos humanos;

- à elevação do direito natural a Lei Positiva e


imutável;

- à compilação de uma lista de direitos especiais que,


pela primeira vez, marcaram um valor prático à idéia dos
direitos universais do Homem.

Porém, as múltiplas buscas sobre os Bills of Rights


emitidos nos estados, singularmente demonstraram quanto
fosse indevido falar da sua derivação de uma quase
exigência de tolerância religiosa.

2. Declaração de direitos do Bom Povo da


Virgínia, 16 de Junho de 1776

A liberdade religiosa e de consciência apareceu pela


primeira vez, no primeiro Bill of Rights americano, emanado
na Virginia: Declaração de direitos do Bom Povo da
Virgínia, 16 de Junho de 1776, que no art. 16, diz:

Que a religião ou os deveres que temos para com o


nosso Criador e a maneira de cumpri-los somente
podem reger-se pela razão e pela convicção, não pela
força ou pela violência; conseqüentemente, todos os
homens têm igual direito ao livre exercício da
114
religião, de acordo com o que dita sua consciência e
que é dever recíproco de todos, praticarem a
paciência, o amor e a caridade cristã para com o
próximo.162

A partir de 1776 até 1784, seis colônias americanas


rebeladas (Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Vermon,
Massachusetts e New Hampshire) também resolveram
proclamar seus direitos. Encarregaram o talentoso Thomas
Jefferson de redigir uma “desaforada” Carta de
independência na qual, entre outras coisas, afirmava que o
governo de sua Majestade britânica deveria promover a
felicidade dos seus súditos e que, se não o fizesse, teriam
todo o direito de pegar em armas e libertarem-se.

Em 1789, os norte-americanos, iluminados pela


Revolução Francesa e a sua Declaração dos direitos,
renderam-se contas de que sua Constituição da união,
aprovada pela convenção em Filadélfia em 1787, não tinha
uma Declaração de Direitos.

Foi então que resolveram agregar a ela, em forma de


emendas constitucionais consagradas por eles como Bill of
Rights, dez artigos que garantissem ao homem comum
americano claramente e sem ajuda de sofismas, como
registrou Thomas Jefferson: a liberdade de religião, de

162
O texto original foi de autoria de George Naron. Os dois primeiros
parágrafos da Declaração da Virgínia expressam com clareza os
fundamentos do regime democrático: o reconhecimento de “direitos
inatos” de toda a Pessoa Humana e o princípio de que todo poder
emana do Povo. Firma também os princípios da igualdade de todos
perante a Lei (rejeitando os privilégios e a hereditariedade dos cargos
públicos) e da Liberdade.
115
imprensa, a proteção contra o exército permanente, o
habeas corpus e o julgamento pelo júri.163

É, portanto, o caso de afirmar que à origem das


Declarações norte-americanas existem entendimentos
profanos ao invés de religiosos. Essas Declarações foram
redigidas como instrumentos de luta, numa perspectiva
tático propagandista; concebidas a fim de justificar, em
sentido humanitário, a secessão armada da Inglaterra; bem
como de prescrever uma finalidade moral aos Estados de
nova constituição.

A revolta explodira por motivos econômicos e


políticos. No final da guerra dos Sete Anos, quando o
Parlamento britânico quis impedir o comércio privado entre
as colônias americanas e as Índias Ocidentais, registrou-se
um vultoso incremento do contrabando; a que os ingleses
responderam com perquisições domiciliares e com prisões.
Os colonos perceberam, neste gesto da Pátria mãe, uma
violação dos antigos direitos; em especial modo, do Habeas
Corpus Act, 1679.

O direito natural era geralmente recebido. Os direitos


e deveres naturais eram sentidos como direitos e deveres
reais, por dois motivos determinantes: primeiro, em solo
colonial nem o absolutismo, nem a sua práxis e o seu
pensamento políticos nunca se enraizaram; segundo, o
sentido da vida dos colonos norte-americanos não mudara

163
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 63-64; F. RUFFINI, La libertà religiosa
come diritto pubblico subiettivo, Bologna 1992; J. M. DIÉZ
ALEGRÍA, La libertad religiosa, Barcelona 1965.
116
por causa do absolutismo monárquico e do absolutismo
parlamentar inglês.164

A diversidade que se escava entre Madre-pátria e


Colônias quanto à valoração do direito natural torna mais
breve o passo dado pelos americanos além das velhas civil
liberties britânicas, em direção à elaboração revolucionária
dos human rights.

Nas colônias, como na política inglesa, continuou a


vigorar a concepção da supremacia do Direito, enquanto
Direito absoluto. Enquanto no Continente europeu o poder
soberano havia posto uma nítida distinção entre direito
positivo e direito absoluto, na Inglaterra e na América do
Norte mantém credibilidade a idéia do Direito justo,
racional, natural ou divino que não contradiz o direito
positivo.

Também esta ligação e, freqüentemente, mescla – de


direito antigo, herdado, histórico com o direito natural,
racional e divino – facilitou a passagem para os direitos
humanos absolutos.

Decisiva a respeito foi a assimilação dos direitos


positivos de liberdade e de direitos reivindicados sobre base
jus-naturalista ao Ethos de direitos eternos e inerentes a
todos os homens.

Com as declarações, também o fim do Estado – a


tutela dos direitos humanos – tornou-se imediatamente
explícito. A Declaração da Pennsylvania acusou o Rei da

164
Cfr. Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001,65-66.
117
Inglaterra de perder as tarefas do Estado pela inobservância
dos direitos naturais.165

Que o pensamento político norte-americano tenha


profundas raízes na filosofia política de John Locke (1632-
1704) é tese já adquirida, afirmou Gerhard Oestreich. A
Declaração da independência, 4 de Julho de 1776, atesta-o
com clareza. Pensem-se apenas nas palavras de Thomas
Jefferson, dizendo:

Nós consideramos que estas verdades sejam por si


evidentes, que todos os homens foram criados iguais
e que são dotados pelo seu Criador de certos
inalienáveis direitos, entre os quais, aqueles à Vida, à
liberdade e à busca da felicidade; que para
salvaguardá-los os homens se deram governos os
quais derivam os próprios justos poderes do consenso
dos governados.166

Existia uma tensão secreta entre liberdade e igualdade


que, desde o início, teria sido insinuada na Declaração dos
direitos. Nas colônias americanas, onde a Sociedade era
escassamente diferenciada e não existiam traços do Estado
absoluto, a liquidação de relações sociais velhas e do
ordenamento político precedente – nos termos fixados pelas
Declarações – criou problemas e dificuldades muito
menores que na Europa.167

165
Cfr. Ibidem, 66.
166
Cfr. Ibidem, 69.
167
Cfr. Ibidem, 70-71.
118
3. Revolução Francesa, 1789.

A Revolução Francesa não teve somente o mérito de


ancorar à consciência pública a idéia dos direitos
fundamentais. Com a codificação dos direitos do Homem e
do Cidadão ela proveu também a um modelo de Estado de
Direito a que se inspiraria na redação das futuras
constituições.

Pode-se sempre dizer que, sem o clima iluminista e


racionalista predominante na Europa e sem o espírito
político-revolucionário que se difundiu no séc. XVIII aquela
solene Declaração teria sido impensável, como também
teria sido impensável exprimir semelhantes ideais.

Onde o Iluminismo ceifava entusiásticos consensos


eram já muitas as doutrinas sociais idealizadas
propositalmente para aplainar a via ao reconhecimento dos
direitos humanos.

3.1. Arouet Francois Marie Voltaire (1694-1778).

À pergunta: Que significa ser livres? Voltaire deu


uma resposta indicativa, afirmando que significa conhecer
os direitos do Homem, porque conhecê-los equivale já a
defendê-los.

119
O seu ataque, visando a assegurar a liberdade de
pensamento e de ensinamento, era voltado não só contra a
monarquia absoluta, mas também contra a Igreja Católica
que havia estreitos vínculos com o poder absoluto e
profundas raízes na sociedade francesa do Ancien Régime.168

3.2. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).

Também o pensamento de Jean-Jacques Rousseau


endereçou-se sobre a liberté civile.169 O pathos da liberdade
como movente do querer revolucionário foi alimentado pela
máxima que ele pôs na abertura do Contrato social, 1762: O
homem nasceu livre e em todo lugar é em correntes.

Pouco mais adiante Rousseau acrescentou:

Renunciar à liberdade quer dizer renunciar à própria


qualidade de Homem, aos direitos da Humanidade,
por fim aos próprios deveres. Não existe recompensa
possível para quem renuncia a tudo. Tal renúncia é
incompatível com a natureza do Homem: tolher toda

168
Cfr. Ibidem, 72; A. BAVET, Histoire de la Déclaration des droits
de l’homme; Du 89 politique au 89 économique, Paris 1939; E.
BOUTMY, “La Déclaration des droits de l’homme et du citoyen et M.
Jellinek”, Annales des Sciences Politiques 17 (1902) 415-443; V.
MARCAGGI, Les origines de la déclaration des droits de l’homme de
1789, Paris 1904.
169
Cfr. R. DERATHE, Rousseau e la scienza politica del suo tempo,
Bologna 1995; I. FETSCHER, La filosofia politica di Rousseau,
Milano 1972.
120
liberdade à sua vontade significa tolher toda
moralidade às suas ações170.

O contrato social dá origem a um Estado, ao interno


do qual o Indivíduo humano pode pôr-se, pela primeira vez,
como entidade moral completa e realizar-se como defensor
do bem comum. A total renúncia – l’aliénation totale – dos
próprios direitos individuais em favor da Sociedade tem
para Jean-Jacques Rousseau um só significado: o homem
perde a liberdade natural e adquire em troca a liberdade
civil.

Escapa, assim, a Rousseau o verdadeiro problema dos


direitos humanos, que consiste no prover ao Homem uma
esfera individual reservada, contra um poder estatal a ele
estranho.171

O conceito de droits fondamentaux aparece na França


pela primeira vez, por volta de 1779. Deste momento,
Mirabeau começou a pôr em primeiro plano a exigência de
direitos humanos, derivando-a não só dos deveres, como era
típico da Ética política das doutrinas jus-naturalistas
precedente. Ele a vinculou às antigas leis fundamentais do
Estado, assim aproximando as próprias perspectivas ao
direito constitucional em vigor.

170
Cfr. J.-J. ROUSSEAU, Du contrat social ou principes du droit
politique, trad. it. de G. BARNI, Il contratto sociale, Milano 2001, I,
IV.
171
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 74.
121
3.3. Déclaration des droits de l’homme et du
citoyen, 26 de Agosto de 1789.

Em 26 de Agosto de 1789, a Déclaration des droits


de l’homme et du citoyen foi decretada à presença e sob os
auspícios do Ser Supremo. Esta fórmula fora escolhida
porque a maior parte da população consistia de ferventes
católicos, a outra era composta de deistas e, ainda, ocorria a
aprovação do clero.172

Esta Declaração francesa reproduziu, em muitas das


suas partes, os artigos das declarações norte-americanas.
Porém, algumas reivindicações nacionais foram mudadas
em pretensões universais da Humanidade inteira, enquanto
alguns direitos coletivos assumiram um caráter individual.

Os norte-americanos, na sua Declaração de


independência, voltaram os ataques mais veementes contra a
tirania do Monarca inglês. Na França, ao invés, a força
incisiva da Declaração consistiu na abstração dos ataques
voltados ao Estado, como se deduz da fórmula pela qual:

a ignorância, o esquecimento e o desprezo dos


direitos do Homem são as únicas causas da pública
infelicidade e da corrupção dos governos. A
Assembléia Nacional decidiu de expor, numa
declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e
sagrados do Homem, afim de que esta declaração
seja continuamente presente a todos os membros do
corpo social e incessantemente informe-os acerca dos
172
Cfr. Ibidem, 78-79.
122
seus direitos e deveres; afim de que os atos do poder
legislativo e aqueles do poder executivo, podendo ser
comparados, em todo momento, com o fim de todas
as instituições políticas, sejam, portanto, mais
respeitados; e afim de que as reclamações dos
cidadãos, fundadas de agora em diante sobre
princípios simples e incontestáveis, sejam sempre
voltadas à manutenção da constituição e da
felicidade de todos.

E ainda ao art. 2 disse que o

fim de toda a Associação Política está na


conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do
Homem. Estes direitos são a liberdade, a
propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

O art. 1, para o qual os homens nascem e permanecem


livres e iguais nos direitos, fixou um limite inicial a toda
idéia avançada de igualdade universal. Ele vem ainda
integrado pelo lema, que preserva as diferenças sociais,
desde que fundadas sobre a comum utilidade.

A liberdade, ao invés, como é dito em termos muito


amplos, consiste no poder fazer tudo aquilo que não é
nocivo aos outros. Os limites ao exercício dos direitos
naturais da parte de cada um podem ser determinados
somente pela lei; a cuja formação todos os cidadãos tem
direito a concorrer, pessoalmente ou através de
representantes; é expressão da “volonté générale” – vontade
geral.173

173
Cfr. Ibidem, 79-80.
123
A livre comunicação de idéias e opiniões foi feita
valer como um dos direitos humanos mais preciosos,
enquanto a liberdade de estampa vem garantida, salvo
responder dos abusos nos casos previstos pela Lei.

Ao problema da liberdade religiosa e de consciência


se respondeu somente em termos de tolerância:

ninguém deve ser molestado pelas suas opiniões, nem


mesmo por aquelas religiosas, como o único limite
pelo qual a sua manifestação não perturbe a ordem
pública estabelecida pela Lei.

Enquanto nas declarações norte-americanas a


exigência de igualdade tinha mais uma conotação político-
constitucional, a tese de igualdade proposta na França era,
ao invés, mais endereçada contra os privilégios que os
poderes locais de justiça e polícia, o prestígio social e as
vantagens econômicas haviam transformado num feixe de
direitos reservados a cargo da nobreza e sem
correspondentes ônus. Assim, o exercício dos direitos
naturais de todo Homem não tem limites, se não aqueles
que asseguram o gozo dos mesmos direitos aos outros
membros da Sociedade.

A esta visão do Homem, típica do Racionalismo e do


Individualismo do séc. XVIII, as declarações inseridas nas
futuras constituições não tiraram nem acrescentaram nada
de essencial.174

174
Cfr. Ibidem, 84; R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei
Diritti Umani, Acireale (CT) 2003, 49-81.
124
4. Filósofos Idealistas Alemães.

4.1. Immanuel Kant (1724-1804).

O trabalho intelectual que levou a aprofundar e a


acolher as idéias desta e das outras declarações francesas foi
fornecido, em primeiro lugar, pelos filósofos idealistas
alemães.

À sua guia se coloca Immanuel Kant (1724-1804).


Ele, filósofo moral clássico da idéia de Direito do séc.
XVIII exercitou uma forte influência sobre o pensamento
jurídico alemão.

Kant elaborou ulteriormente a doutrina liberal-


iluminista da razão. A liberdade do Homem, a igualdade do
súdito e a independência do cidadão foram por ele indicados
como princípios de toda legislação.175

Estas linhas jurídicas universais e a priori não são


leis que o Estado já constituído emane, mas leis segundo as
quais só é possível em geral uma constituição do Estado

175
Cfr. J. A. MERINO (a cura de), Kant e il problema etico, Roma
1989; G. MICHELI (a cura de), Kant a due secoli dalla "Critica",
Brescia 1984; J. ORTEGA Y GASSET, Kant. Hegel. Dilthey, Madrid
1958; E. M. UREÑA, La crítica kantiana de la sociedad y de la
religión, Madrid 1979; E. VON HARTMANN, Kant padre del
pessimismo, Roma 1949.
125
segundo os princípios da pura razão, que se referem ao
direito externo do Homem.

Para Kant a liberdade é o único originário direito que


compete a todo Homem em virtude da sua “humanitas”, a
premissa a qualquer desenvolvimento da justiça. E a
liberdade era assinalada pela lei moral e pelo cumprimento
do dever.176

Exatamente nisto residia a tarefa principal do Homem


e o valor que só os homens podem dar a si mesmos. A
correlação estreita entre direito e dever, proposta até então
pela doutrina jus-naturalista alemã, vem assim mantida.

O direito sem dever equivale ao arbítrio subjetivo. O


ideal político de Immanuel Kant não coincide nem com a
dura aparência do Estado absoluto iluminista, que dá regras
aos homens, nem com o eudaimonismo dos direitos liberais
do Homem, posto pelos sucessores de John Locke (1632-
1704).

A ética kantiana é inspirada ao conceito do respeito e


ao Ethos da dignidade humana. Os deveres supremos são
aqueles que cada um possui para consigo mesmo, destinado
a conservar a própria dignidade humana e a própria Pessoa;
o respeito de si mesmo previne a Humanidade dos ultrajes.
176
Cfr. J. ALEU BENITEZ, Filosofía y libertad en Kant, Barcelona
1987; R. ARAMAYO, - F. ONCINA, Etica y antropologìa: un dilema
kantiano, Granada 1999; N. BOBBIO, Diritto e Stato nel pensiero di
Emmanuel Kant, Torino 1957; M. A. CATTANEO, Dignità umana e
pena nella filosofia di Kant, Milano 1981; G. LUMIA, “Diritto e
morale in kant”, Rivista Internazionale di filosofia del diritto 35
(1958) 147-150; IDEM, La dottrina kantiana del diritto e dello Stato,
Milano 1960.
126
A consideração profunda do direito humano; o
reconhecimento dos direitos inatos, inalienáveis e
necessariamente pertencentes à Humanidade, dentre os
quais figuram a liberdade, a igualdade e a segurança de si
próprio, são unidos no conceito central de Pessoa.

A liberdade é então a faculdade de não obedecer a


outra lei, senão àquela á qual dei o meu consenso. E a
igualdade não é dos direitos, mas somente segundo o
Direito, ou seja, a validade de toda norma jurídica para
todos. De modo que o direito do Homem aparece
salvaguardado melhor no Estado de Direito.177

4.2. Johann Gottlieb Fichte (1762-1814).

Johann Gottlieb Fichte partiu do direito inalienável


do Homem à própria Pessoa e do dever da vontade para
elaborar o seu próprio pensamento. Daqui ele conseguiu as
condições úteis ao realizar-se da destinação ética a Ser um
Homem: primeiro, o direito à vida; depois, um conjunto de
direitos inerentes à liberdade de pensamento, como
pressuposto de toda liberdade.

177
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 87-88; D. ZOLO, “La filosofia della 'guerra
umanitaria' da Kant ad Habermas”, Iride 12 (1999) 27; J. ALEU
BENITEZ, Filosofía y libertad en Kant, Barcelona 1987; N.
BOBBIO, Diritto e Stato nel pensiero di Emmanuel Kant, Torino
1957.
127
Dentre estes direitos figura a liberdade de
investigação que reside na determinação do Homem,
enquanto Indivíduo racional: a liberdade de pesquisar e
prosseguir a pesquisa junto a outros, ou seja, a liberdade de
palavra e comunicação; a liberdade de imprensa, de
instrução e de ensino.178

Entre os direitos mais importantes que concernem à


Pessoa, Johann Gottlieb Fichte indicou ainda a liberdade de
culto. O direito à igualdade, como direito humano
inalienável, é duplamente fundado; seja na participação de
todos à razão, seja como premissa necessária à edificação
do Estado mediante o contrato civil.

O direito à propriedade, que também descende do


conceito de Pessoa e é entendido na acepção fisiocrata como
propriedade de trabalho, inclui diversas exigências. Dentre
tais exigências, por último, figura o direito ao trabalho, ao
mínimo de existência e à subvenção. Cada Indivíduo
humano, porém, tem também o dever de trabalhar. O
Homem, como ser moral, é obrigado a desenvolver-se.179

O sistema de direitos humanos que Fichte elaborou,


sob o influxo de Immanuel Kant (1724-1804) e da

178
Cfr. F. BUZZI, Libertà e sapere nella Grundlage (1794-1795) di J.
G. Fichte, Brixiae 1984; J. G. FICHTE, Fondamento del diritto di
natura, Lipsia 1796; IDEM, Dottrina morale secondo i principi della
dottrina della scienza, Milano 1918; IDEM, Sulla rivoluzione francese
sulla libertà di pensiero, Bari 1966.
179
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 88-89; H. MARCUSE, Ragione e
rivoluzione. Hegel e il sorgere della “teoria sociale”, Bologna 1966;
F. BUZZI, Libertà e sapere nella Grundlage (1794-1795) di J. G.
Fichte, Brixiae 1984.
128
Revolução Francesa, 1789, pondo-lhe como fundamento
uma idéia coerente de liberdade individual – como princípio
de contínuo aperfeiçoamento ético – sofreu modificações e
variações com o suceder-se dos eventos.

As imagens do Homem e do Estado ficaram em


estreita relação. Os modelos do Estado de Direito e do
Estado Potência vieram separando-se, afim que o tender ao
reino da razão se concretizasse com pureza máxima no
Estado de Educação e Cultura.

Os direitos originários não foram mais concebidos


como pré-estatais ou naturais, mas como direitos positivos
do Estado. É quanto se deduz da máxima pela qual:

não existe nenhuma condição de direitos originários,


nem existem direitos originários do Homem. Na
humana liberdade de elevar-se às leis da razão ele
viu o direito supremo e inalienável da Humanidade.

Deste modo, os direitos do Indivíduo humano se


transmutaram em direitos da espécie.180

180
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 89; J. G. FICHTE, Fondamento del diritto di
natura, Lipsia 1796; IDEM, Dottrina morale secondo i principi della
dottrina della scienza, Milano 1918; IDEM, Sulla rivoluzione francese
sulla libertà di pensiero, Bari 1966.
129
4.3. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-
1831).

Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) preparou a


estrada a Georg Wilhelm Friedrich Hegel. As liberdades da
posse, da Pessoa e da empresa foram por ele enumeradas
entre as leis da racionalidade, enquanto pertencentes ao
Direito em si.181

Destes direitos fundamentais G. W. F. Hegel falou


como de critérios normativos permanentes, para um sistema
de leis já existentes e para um governo e uma administração
já em função, bem como para toda legislação futura.182

As afirmações sobre os direitos fundamentais e sobre


a sua atuação por Lei foram sugeridas a Hegel, em 1817,
pela atualidade histórica. Elas depois se depositaram na sua
Filosofia, que é também uma teoria do tempo da Revolução
Francesa: em especial modo nos Lineamentos da Filosofia
do Direito, 1821, e no capítulo sobre o Estado da
Enciclopédia das ciências filosóficas em compêndio.

A liberdade e a igualdade formam aqui a


determinação fundamental e o escopo e resultado último da
Constituição, mas, como categorias, são também deficientes
porque meramente abstratas e totalmente superficiais.

181
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 91.
182
Cfr. Ibidem; D. COMPOSTA, Hegel e Marx e la filosofia del
diritto, Aquinas 13 (1970) III, 392-411; C. MANCINA, Differenze
nell'eticità. Amore, famiglia e società civile in Hegel, Napoli 1991.
130
A máxima segundo a qual todos os homens são iguais
por natureza, contém o equívoco de trocar o fato natural
pelo conceito. Porque em efeito os homens, por natureza,
são somente desiguais. Que os homens sejam concebidos
como iguais, isto é, que o Homem seja reconhecido e valha
juridicamente como Pessoa – e que isto não diz respeito
somente a alguns homens como na Grécia, em Roma, etc. –
deve-o somente à evolução do conceito de liberdade ao
longo da História.

Liberdade é a possibilidade concedida ao Homem de


realizar-se como tal. Isto significa que liberdade e
humanidade são unidas em modo incindível e
reciprocamente se pertencem.183

Nos estados modernos Hegel vê a máxima


desigualdade concreta dos indivíduos na realidade, mas
também uma liberdade tanto maior e melhor fundada
porque surgida da racionalidade mais profunda das leis e o
fortalecimento do estado jurídico.

Hegel reconheceu a liberdade de todos como direito e


foi favorável à tutela legal da esfera da liberdade conexa à
Pessoa, mas não em contraposição ao Estado, como
queriam os revolucionários franceses, mas sim como
fundamento do Estado de Direito pós-revolucionário.

É a constituição a determinar os direitos, as


liberdades, as formas organizativas úteis à realização de

183
Cfr. P. BECCHI, Contributo ad uno studio delle filosofie del diritto
di Hegel, Genova 1984; M. BORGHESI, L'età dello spirito in Hegel,
Roma 1995; C. MANCINA, Differenze nell'eticità. Amore, famiglia e
società civile in Hegel, Napoli 1991.
131
todos os princípios jurídicos que se desenvolveram juntos ao
sistema filosófico ao longo da História Universal. Entre
estes princípios, junto à livre Propriedade é ainda uma vez
mencionada a liberdade pessoal. Portanto não existe
nenhum direito natural. Todos os direitos existentes são
determinados e estabelecidos pelo Estado.184

A idéia dos direitos humanos torna-se assim idéia de


vida, da qual Heinrich Ludolf Ahrens (1809-1881) falou na
sua primeira Breve História dos direitos humanos, 1861:

Assim também a idéia de um direito inato a todos os


Homens, bem que usada como alavanca para
arrancar a sociedade inteira das suas raízes
históricas e de todo cardo da tradição, contribuiu,
com o movimento que deu o impulso à afirmação da
verdade para a qual existem direitos do homem; que
não dependem de nenhum reconhecimento positivo,
da parte do Estado; que tiram validade da natureza
humana, livre e racional; que tornam possível a
humana determinação e que devem fazer as funções
de norma prioritária para cada disposição jurídico-
positiva de ordem externa.185

184
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 91-92.
185
Cfr. Ibidem, 100.
132
5. Staats-Lexikon (1834 e 1848).

Atendo-se à definição de Rotteck, co-autor com


Welcker, do Staats-Lexikon (1834 e 1848): a máxima
liberdade possível, pertencente a todos em igual medida, é
aquilo que chamamos direito186.

Liberdade e igualdade são já dadas com o conceito de


direito. O primeiro princípio do direito racional é para
Rotteck a igualdade, porque entre seres semelhantes –
enquanto dotados de razão – deve vigorar uma regra
universal e a todos igualmente aplicável. O segundo
princípio é a máxima liberdade possível, a concordar com
quem quer que seja.

Rotteck considerou insensato falar de um direito à


liberdade, porque o Estado, como ente jurídico, deve
somente reconhecer e proteger a liberdade, como direito
competindo aos cidadãos pelo fato mesmo de serem
pessoas. Ele não a procura nem a concede.

Todas as liberdades particulares entram a fazer parte


da união estatal como direito inato. Rotteck ainda elenca
entre os direitos pertencentes à esfera humana, civil e
política a liberdade de imprensa e de comércio, a liberdade
dos estudos, o direito de voto, a publicidade e o sistema
público de instrução.187

186
Cfr. Ibidem, 100-101.
187
Cfr. Ibidem, 101.
133
Sob o influxo do Positivismo na Europa, a
compreensão dos direitos fundamentais vai mudando de
novo. O positivismo jurídico se libertou totalmente da idéia
extra ou pré-estatal dos direitos do Homem e do Cidadão.
Único ponto de referência para o direito e as liberdades
jurídicas, torna-se então a autoridade onipotente do Estado:
direitos fundamentais positivos.188

A corrente jus-publicista não pensou nunca de manter


aos direitos fundamentais o seu lugar privilegiado. A nova
fórmula dos direitos públicos subjetivos, mesmo contendo
algumas pretensões contra o Estado, não foi idealizada para
este escopo.

A ausência na constituição imperial de um catálogo


de direitos fundamentais se evidenciou como um defeito
grave também no campo da teoria. O valor e a eficácia dos
direitos fundamentais vieram de fato repostos
principalmente no setor da justiça administrativa.

6. Georg Jellinek (1850-1911).

Georg Jellinek foi o mais eminente defensor da


doutrina dos direitos públicos subjetivos. Ele foi contrário à
visão jus-naturalista e a conseqüente teoria dos direitos
adquiridos.

188
Cfr. C. F. GERBER, Sui diritti pubblici, p. 69, citado por G.
OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà fondamentali,
Bari 2001, 120.
134
Para ele todos os direitos são sempre adquiridos;
mesmo aqueles que derivam do nascimento e que, portanto,
não podem ser inatos. Ele tentou unificar as duas opostas
doutrinas que, na época, prevaleciam em matéria de direitos
fundamentais. Aquela que afirmava a afinidade de estrutura
entre direito privado e direito público subjetivo.

Os direitos públicos subjetivos são limitações do


Estado – e em particular da administração – postas a tutela
do cidadão. A outra doutrina negava a existência de direitos
públicos subjetivos que fossem inerentes ao indivíduo,
porque este conjunto assim denominado continha somente
reflexos de normas de direito público.

Com argumentos fundados, Georg Jellinek refutou as


duas doutrinas; ao seu lugar edificou um sistema, onde os
direitos fundamentais não eram mais considerados como
emanação da cidadania, mas deduzidos da qualificação jus-
publicista da personalidade.

A pertença ao Estado e as múltiplas relações que dela


derivam, qualifica variamente o Homem e o colocam numa
série de situações juridicamente relevantes. As pretensões
dali provenientes são regulamentadas pelos direitos
fundamentais, enquanto direitos públicos subjetivos. Em tal
modo as situações, as relações de status, vêm postas ao
centro da sistemática.

O status libertatis comporta a criação de uma esfera


individual autônoma do Estado e os direitos de liberdade,
feitos valer contra toda limitação feudal-absolutista, são
aqui negações da onipotência estatal.

135
No status civilis, o Indivíduo humano pode contar
com uma prestação positiva do Estado junto à tutela jurídica
e à satisfação dos interesses por meio da atividade
administrativa. O status de cidadania ativa garante ao
Indivíduo uma participação ao formar-se da vontade
política; por exemplo, através do direito de voto. Os direitos
inerentes ao status negativo, positivo e ativo são
assegurados pelos direitos públicos subjetivos que limitam,
juridicamente, o Estado e, por auto-obrigação, o
transformam em Estado de Direito.189

Ao início do séc. XX Friedrich Giese definiu os


direitos fundamentais como normas de direito público, que o
Estado cria a fim de reconhecer aos indivíduos uma esfera
de liberdade. O Estado se impõe limites e, se necessário, faz
valer estes direitos com a força. Estes direitos fundamentais,
totalmente integrados no direito estatal, são subdivididos em
direitos de garantia e direitos de liberdade.

Aos direitos de garantia é correlata a inviolabilidade –


da Pessoa, da casa, do segredo epistolar e da propriedade – e
a igualdade – diante da Lei e diante do juiz. Entre os direitos
de liberdade são, ao invés, contempladas a livre expressão
individual – como liberdade de circulação, empresa,
investigação científica, profissão de fé e expressão da
opinião – e a liberdade de agregação de mais indivíduos –
liberdade de matrimônio, reunião, associação e associação
religiosa.190

189
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 121-122.
190
Cfr. Ibidem, 122.
136
7. A Revolução Industrial.

A revolução industrial fez surgir os problemas de


uma nova classe: os trabalhadores. Eles cresceram e se
estimularam progressivamente. A burguesia, primeiramente,
não teve clara consciência disto e, não obstante acesas
discussões, tendeu a subestimar o seu significado.

A grande transformação que se deu em seguida da


revolução industrial invadiu todo setor da vida estatal, social
e econômica. E chegou a pôr em discussão a dignidade e a
liberdade da nova classe dos trabalhadores e operários
privados de posses.

Nas Constituições e nas leis emanadas durante o séc.


XIX, as opiniões do proletariado em matéria de direitos
fundamentais chegaram assim à expressão. O Homem,
confiado unicamente à sua força de trabalho, foi em busca
das formas de liberdade que o tornassem capazes de fruir
dos direitos clássicos liberais.191

Com o tramonto do mercantilismo europeu, de acordo


com a teoria de Adam Smith, se impôs rapidamente o livre
jogo das forças econômicas. Por seu efeito os
empreendedores proto-capitalistas dispuseram de um poder
ilimitado. No sinal da livre concorrência, a Revolução
Industrial se expandiu da Inglaterra ao Mundo, mudando a
sociedade predominantemente agrária em sociedade
industrializada.

191
Cfr. Ibidem, 123.
137
Os trabalhadores sem posses – proletários –
encontraram-se, assim, à mercê da onipotente economia
moderna, no mesmo instante em que o burguês se preparava
a pôr limites à autoridade do onipotente Estado Moderno.

A sociedade econômica burguesa, tornada


independente do Estado, usou a própria potência a prejuízo
da quarta classe: os proletários. O primeiro capitalismo
conduziu a uma nova luta pela liberdade e os direitos
humanos; esta luta teve como objetivo o reconhecimento de
direitos sociais e econômicos de tutela.192

Enquanto a batalha empreendida pela burguesia


liberal havia mirado à liberdade do Estado Moderno – e,
portanto, à criação de uma esfera individual autônoma dele
– agora foram postos em jogo direitos de proteção por uma
classe economicamente fraca: portanto, de uma tutela
estatal dos trabalhadores expostos às ameaças da economia
capitalista. A quarta classe não aspirou a obter, antes de
tudo, os direitos fundamentais que pretendia o liberalismo
clássico.

O séc. XIX conheceu as reivindicações econômicas e


morais, através das quais os trabalhadores se tornaram
conscientes da sua dignidade de seres dotados de
humanitas. Lá onde a revolução industrial se afirmou pela
primeira vez e onde o peso das necessidades econômicas
tornava evidente a falta de liberdade e a desigualdade, veio
à luz o primeiro grande movimento socialista pelos direitos
dos trabalhadores, ou seja, o Cartismo na Inglaterra.

192
Cfr. Ibidem, 123-124.
138
O seu programa vem exposto na Carta do Povo pela
Justiça e o Bem Estar Geral, 1838, com exigências políticas
aptas a permitir, também ao operário, uma participação
plena às eleições e uma representação própria no
parlamento. Em analogia com as civil liberties, foram assim
definidos os direitos políticos dos trabalhadores. Os
princípios jus-naturalistas encontraram aplicação na nova
realidade econômica e social.

John Locke (1632-1704) havia designado a


propriedade como direito natural proveniente do trabalho.
Os cartistas evocaram tal direito natural para denunciar
como iníquo o fato que os trabalhadores não recebessem por
inteiro os proventos do seu trabalho. Afirmaram a exigência
de um équo salário, nisto reconhecendo um direito natural.

Uma adesão ainda mais estreita à idéia dos direitos


humanos distinguiu o movimento proletário alemão, que
tomou forma no exílio – na França, Inglaterra e Suécia – no
amanhã da Revolução de julho de 1830.193

193
Cfr. Ibidem, 125.
139
8. Karl Marx (1818-1883).

Karl Marx desenvolveu uma particular análise da


Revolução Industrial. No ensaio sobre A questão hebraica,
1844, ele havia desmascarado e combatido os, assim
chamados, direitos do Homem enquanto típicos do
Indivíduo humano limitado a si mesmo pela Sociedade
burguesa. Nenhum destes direitos, de fato, vai além do
Homem egoísta.

Karl Marx “situou” o Homem que deve atingir a


própria emancipação, como membro da espécie, unido a
outros homens e necessitado deles. A liberdade deveria ser a
condição social na qual os homens se encontram como
homens e não como expoentes de classes ou titulares de
interesses e de relações de Propriedade. Mas o direito
humano e civil à liberdade não repousa sobre a união dos
homens, mas sim sobre a separação entre Homem e
Homem.

O Direito do Homem à propriedade privada


representa a prática utilização de tal direito à liberdade,
porque permite de gozar arbitrariamente do próprio
patrimônio sem referência aos outros homens e
independentemente da Sociedade; dispô-lo a seu bel prazer.

O Homem egoísta, para K. Marx, nada é além de


membro da Sociedade Civil do seu tempo; ou seja, um
Indivíduo voltado sobre si mesmo, sobre seu interesse
privado e sobre seu arbítrio privado e isolado pela
Comunidade. A protegê-lo nesta sua esfera individual estão

140
os direitos humanos. E no momento em que o Estado se
reduz a simples meio para a conservação destes últimos, eis
que também contra ele vai conduzida uma luta.194

O Manifesto Comunista, 1848, deu início ao ataque


geral contra o vigente ordenamento burguês da Sociedade e
do Estado. Somente através de uma revolução que dê
origem à sociedade sem classes, o proletário poderá evoluir
como Homem e como membro da espécie. Mas esta visão
do advento da sociedade sem classes terminou por tirar todo
significado aos direitos liberais do homem e do cidadão,
exatamente porque indicadores de uma determinada
condição da Sociedade Civil.

A imagem marxista do Homem enquanto membro da


espécie, ou seja, do Homem verdadeiro que tem necessidade
da Sociedade, dos outros homens e não busca a própria
realização no isolamento do Indivíduo está à base de todo o
pensamento socialista e dos direitos sociais fundamentais,
por ele concebidos.

Ao Estado de Direito liberal-burguês que se tornara


uma realidade e que nas declarações individualistas de

194
Para aprofundar o pensamento de Karl Marx, cfr. L. B. BOUDIN,
Il sistema teorico di Marx, Roma 1978; G. BUCARO, L'uomo libero
in Carlo Marx, Roma 1978; J.-Y. CALVEZ, Il pensiero di Carlo
Marx, Torino 1966; D. COCCOPALMERIO, La teoria politica di
Marx, Milano 1970; E. D. DUSSEL, La producción teórica de Marx,
México 1985; R. GUASTINI, Marx: dalla filosofia del diritto alla
scienza della società, il lessico giuridico marxiano (1842-1851),
Bologna 1974; G. GUIJARRO DÍAZ, La concepción del hombre en
Marx, Salamanca 1975; R. LOMBARDI, La dottrina marxista
(Questioni di attualità, 14), Roma 1956.
141
direitos humanos havia os próprios documentos de fundação
foi se contrapondo à idéia socialista.

Durante o séc. XIX transposta num contexto


democrático, a idéia socialista teria dado vida ao Estado
Social de Direito. Mas para as pessoas desprovidas de
posses a garantia e a segurança da propriedade, como
também da liberdade que dela provém não poderiam nunca
tornar-se os fins supremos do Estado.195

Com Karl Marx (1818-1883), também Ferdinand


Lassalle rejeitou os direitos humanos e fundamentais de
matriz liberal. Se Marx se debateu com mais vigor contra o
egoísmo e o individualismo inseridos na concepção
burguesa dos direitos fundamentais, Lassalle pôs, ao invés,
o acento sobre a vacuidade e abstração dos direitos
humanos, mesmo como apareciam aos olhos da classe
operária, desprovida de posses e não emancipada
politicamente. Ele também, como Marx, se formara à escola
de Hegel (1770-1831).

O fim do Estado residia segundo Lassalle, na


realização da Ética e na educação do gênero humano. O
Estado devia oferecer aos trabalhadores a possibilidade

de atingir um grau de existência que, como


indivíduos, nunca poderiam atingir, isto é, habilitá-
los a adquirir uma quantidade de instrução,
liberdade e poder que nunca poderiam adquirir
individualmente.

195
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 127-128; H. WELZEL, Diritto naturale e
giustizia materiale, Milano 1965, 289-303.
142
Se, de um lado, Lassalle rejeitava o Estado Liberal-
burguês enquanto estado guardião noturno; de outro lado,
via no Estado Operário o grau ético mais alto da
Comunidade. Isto o distinguia de Marx e Engels, os quais
combatendo o Estado esperavam a sua futura extinção na
Sociedade sem Classes.196

196
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 128.
143
144
CAPÍTULO IV:
OS DIREITOS HUMANOS APÓS 1945

1. Premissa.

A idéia dos direitos humanos e dos direitos


fundamentais não se exaure nos grandes movimentos de
liberdade das Idades Moderna e Contemporânea, acima
apresentados.

O conteúdo essencial de tais direitos não pode


conceber-se somente em termos de emancipação política ou
intelectual, nem de libertação social ou econômica. É
evidente, a partir de um ponto de vista histórico, que com as
codificações dos direitos fundamentais foi escrito e atuado
um capítulo, ainda que exíguo, das finalidades estatais numa
certa época.

A mudança destas não foi somente um portador dos


movimentos de liberdade, mas de complicados processos
histórico-universais, cujas desorientações nos setores
parciais da vida pública e privada teve por conseqüência
desvarios análogos nos pedidos e no reconhecimento de
cada direito fundamental.

145
Só a investigação sutil sobre a origem e o
desenvolvimento ideal e real de cada direito pode permitir-
nos de compreender plenamente a sua natureza e as suas
transformações. Em todo direito fundamental são contidas
seja a humana compreensão de si, sejam as finalidades
próprias do ordenamento político e social.197

A propriedade, a vida, a liberdade, a liberdade


religiosa, a igualdade, a personalidade, a segurança social
são alguns dos conteúdos principais, sobre os quais incidem
as várias concepções dos direitos humanos.

Ao longo da História eles fundiram-se com outras


solicitações deles deduzidas ou neles embasadas. Destes
conteúdos mutáveis não pode surgir algum sistema
histórico-filosófico. Mas aflora de um modo ou de outro
uma tendência social prevalente.

O conceito “social” deve recuperar plenamente o seu


antigo significado de societas humana. Parafraseando um
dito de Ludo Moritz Hartmann, Gerhard Oestreich afirmou
que tarefa dos direitos fundamentais é converter as
tendências sociais em formas jurídicas198.

Pois bem, hoje a dignidade humana parece exprimir


aquela tendência social prevalecente, isto é, aquele valor
que reúne todos os direitos fundamentais.

197
Cfr. Ibidem, 137-138.
198
Cfr. Ibidem, 138; F. RUFFINI, La libertà religiosa come diritto
pubblico subiettivo, Bologna 1992; J. M. DIÉZ ALEGRÍA, La
libertad religiosa, Barcelona 1965.
146
Nas décadas de trinta e quarenta do séc. XX, sob a
impressão dos crimes nazistas teve início uma nova era na
história da categoria filosófica direitos humanos: um novo
empenho pelas liberdades fundamentais, com o patrocínio e
a guia norte-americanos. Com a Europa oprimida e
prostrada pela Segunda Guerra, o sentido do resgate e da
libertação foi principalmente transmitido pelos direitos
humanos clássicos, atribuídos ao indivíduo pela tradição
liberal.

Com as mudanças profundas no cenário mundial que


se assistiu depois de 1945, o interesse pela natureza e o
conteúdo dos direitos humanos fundamentais maturou-se
sobre uma base muito ampla. Mas o acordo unânime que
existia ao início cedeu lugar às críticas e aos contrastes que
cresceram paulatinamente com o crescer do número das
nações envolvidas na problemática dos direitos humanos.

A constatação da global e recíproca dependência de


todos os povos; os contatos sempre mais freqüentes entre
nações ricas e nações pobres; a proximidade de fome e
abundância; as crescentes ameaças que a todos submetem
pelas técnicas de destruição de massa de todo tipo
incentivaram a cooperação internacional, fazendo emergir
três distintas tendências. São idéias políticas e individuais,
sociais e materiais acerca das liberdades fundamentais e os
direitos humanos, bem como o desejo de chegar a um
acordo juridicamente vinculante que consolide e assegure a
posição do indivíduo.

Enquanto no passado a atuação dos programas


centralizados sobre os direitos humanos era de pertinência
do Estado soberano – com o vínculo dos direitos civis e

147
fundamentais garantidos pela constituição, mas também
com a faculdade de assegurá-los e protegê-los reservada
unicamente aos governantes – hoje, o endereço prevalente
põe o Homem junto e acima do Estado soberano: e de titular
de direitos humanos o transforma em sujeito de direito
internacional.

A realidade de que somos partícipes é dominada por


discussões ético políticas muito intensas e por aspirações
jurídicas, cujo intento consiste em reduzir a um
denominador comum as três tendências dos direitos
clássicos, sociais e inter-estatais ou supra-estatais.

2. Organização das Nações Unidas (1945).

Uma jurisprudência e um pensamento jurídico


unitários, se já são escassos nas comunidades regionais de
Estados, faltam inteiramente àquela Sociedade Universal de
estados que é a Organização das Nações Unidas, 1945.

Dos 51 membros fundadores da O.N.U., 1945,


estendeu-se ao ponto de compreender aproximadamente
todos os Estados do Mundo, com situações sociais e
econômicas muito diversas e com graus muito diferentes de
consciência política e de tradição cultural, jurídica,
ideológica e religiosa.199

199
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 141.
148
Em 26 de Junho de 1945, ao término da sua primeira
Conferência sobre a Organização Internacional, as Nações
Unidas deram-se sua Carta que se tornou lei em 24 de
Outubro de 1945.200 Já no preâmbulo ela indicou como
escopo e razão principal do seu “consórcio” o reforço da fé
nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor
da pessoa, nos iguais direitos de homens e mulheres e de
nações grandes e pequenas:

Nós os povos das Nações Unidas determinamos


Salvar as gerações vindouras do flagelo da Guerra, a
qual pôr duas vezes em nossas vidas trouxe desgraças
para a humanidade; e reafirmar a fé nos direitos
humanos fundamentais, na dignidade e nos valores
humanos da pessoa, na igualdade entre os direitos
dos homens e mulheres e das nações grandes ou
pequenas; e estabelecer condições nas quais o
respeito e a justiça das obrigações aos tratados e
outros recursos que as leis internacionais possam
manter; e promover o progresso social e melhores
padrões de vida em plena liberdade, e para estes fins
praticar a tolerância e a convivência em comum na
paz uns com os outros como bons vizinhos; e
assegurar a aceitação dos princípios e da instituição
200
Durante a primeira reunião da Assembléia Geral que aconteceu na
capital do Reino Unido, Londres, em 1946, ficou decidido que a sede
permanente da Organização seria nos Estados Unidos. Em dezembro
de 1946, John D. Rockefeller Jr. ofereceu cerca de oito milhões de
dólares para a compra de parte dos terrenos na margem do East River,
na ilha de Manhattan em Nova York. A cidade de NY ofereceu o resto
dos terrenos para possibilitar a construção da sede da Organização.
Hoje em dia, a ONU possui, além da sede central em Nova York,
outra sede em Genebra, na Suíça e escritórios espalhados em grande
parte dos países do planeta.
149
de métodos, que a força armada não deverá ser
usada, salvo em interesse comum; e empregar os
instrumentos internacionais para a promoção dos
avanços econômicos e sociais distribuídos a todas as
pessoas; resolveram unir os esforços para atingir
estes objetivos concordam, nossos respectivos
Governos, através de seus representantes na cidade
de São Francisco, demonstrando seu poder no bem,
concordaram com a presente Carta das Nações
Unidas e estabeleceram uma organização
internacional a ser conhecida como Nações
Unidas.201

Os propósitos da futura cooperação internacional


deveriam ser: contribuir à realização dos direitos humanos
e das liberdades fundamentais de todo Homem, sem
preconceitos de raça, sexo, língua ou religião:

1. Manter a paz e a segurança internacional, e para


este fim: tornar efetivos as medidas coletivas para a
prevenção e dos tratados de paz, e para a supressão
de atos de agressão ou outras formas de interferência
à paz, e em conformidade aos princípios de justiça e
das leis internacionais, ajuste e estabelecimento nas
disputas internacionais ou em situações nas quais
haja necessidade de lutar pela paz.

2. Desenvolver as relações de amizade entre as


nações baseadas no respeito aos princípios de
igualdade de direitos e autodeterminação dos povos,
e tomar outras medidas apropriadas para fortalecer
a paz universal;
201
O.N.U., Carta das Nações Unidas, 26 de Junho de 1945, Proêmio.
150
3. Atingir a cooperação internacional na solução de
problemas internacionais de caráter econômico,
social, cultural e humanitário, e na promoção e
encorajamento ao respeito pêlos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais para todos sem
distinção de raça, sexo, língua ou religião; e

4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das


nações para atingir as metas estabelecidas.202

A Sociedade das Nações, surgida no final da Primeira


Guerra não havia desenvolvido nenhum programa de
direitos humanos203. Durante a Segunda Guerra, em 1941, o
presidente americano Franklin D. Roosevelt fez o seu
pronunciamento anual ao Congresso e ali anunciou a
doutrina das “quatro” liberdades fundamentais – liberdade
do medo, da necessidade, de expressão e de culto – como
bases de toda futura ordem internacional. Uniu princípios de
política interna e reivindicações morais.

A Carta Atlântica, 14 de Agosto de 1941204,


publicada no mesmo ano em ocasião do encontro entre
Franklin D. Roosevelt e Churchill, enunciou uma série de
objetivos de paz e liberdade para todos os homens e nações
– e entre eles – uma vida segura e livre do medo e da
necessidade. Tornado mais sólido o vínculo prático e ideal
entre a paz, a segurança internacional e a tutela dos direitos
humanos, tais objetivos enunciados encontraram, mais tarde,

202
O.N.U., Carta das Nações Unidas, 26 de Junho de 1945, Cap. I,
art. 1.
203
Cfr. S.N., Pacto da Sociedade das Nações, 1919.
204
Cfr. S.N., Carta do Atlântico, 14 de Agosto de 1941.
151
expressão na Declaração Universal dos direitos do Homem,
10 de Dezembro de 1948205.

3. Conferência sobre a Segurança e a


Cooperação na Europa, Helsinki, 1° de
Agosto de 1975

A meta parece ainda longe, mas a Conferência sobre


a Segurança e a Cooperação na Europa, Helsinki, 1° de
Agosto de 1975, e os protocolos I e II adicionais às
Convenções de Genebra de 12 de Agosto de 1949, relativo à
Proteção das Vítimas dos Conflitos Armados
Internacionais, Belgrado, 8 de Junho de 1977, são as
últimas etapas atingidas neste longo caminho.206

O Mundo, tanto a nível ideológico quanto a nível da


política de potência, estava dividido nas duas áreas do
Ocidente e do Oriente; cada uma com idéias muito diversas
sobre o reconhecimento, as finalidades e os conteúdos dos
direitos humanos e das liberdades fundamentais. Estas
idéias se contrapunham uma à outra sobre pontos essenciais.

205
Cfr. O.N.U, Declaração Universal dos Direitos do Homem, 10 de
Dezembro de 1948.
206
Cfr. J. KASLEV, Europa, cinque anni dopo la Conferenza di
Helsinki. Il punto di vista sovietico, Mosca 1980; A. CARRASCOSA
COSO, La Santa Sede y la conferencia sobre la seguridad y la
cooperación en Europa, Helsinki-Ginebra-Helsinki, Città del
Vaticano 1991; G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle
libertà fondamentali, Bari 2001, 139-140.
152
O movimento para a tutela dos direitos humanos, mesmo em
fase de crescimento não se pode, portanto, dizer que
dispunha de um fundamento unitário.

Além disso, as condições sócio-culturais – filosóficas


e religiosas – os pressupostos jurídicos políticos e os fatores
materiais diferem sensivelmente da Ásia à África, à Europa
e às Américas por efeito seja da realidade presente, seja de
tradições estendidas a qualquer setor.

Isto fez com que em cada um dos estados do Mundo


existam sensibilidades distantes umas das outras e imagens
antropológicas amplamente diferentes. A disparidade na
distribuição dos bens, como também as diferenças sociais e
econômicas entre os países mais industrializados e aqueles
em via de desenvolvimento, estão à origem de tensões entre
norte e sul. A idéia da soberania política, como sinal da
liberdade e da autodeterminação de um Estado interpõem-se
a uma integração supra-estatal mediante direitos de
liberdade.

Por fim, os novos Estados descolonizados da Ásia e


da África, com o seu nacionalismo jovem, mas enérgico
esforçam-se de reafirmar a atingida soberania a prejuízo de
toda intromissão externa; portanto, subtrair-se aos vínculos
do direito internacional.

Depois de mais de 60 anos de atividade


desempenhada pela O.N.U. pode-se, hoje, descobri-la numa

153
grande quantidade de documentos de grande abrangência e
de acordos juridicamente vinculantes207.

4. Principais Documentos Internacionais.

4.1. A Declaração Universal dos Direitos do


Homem, 10 de Dezembro de 1948.

O primeiro documento O.N.U. em ordem de


importância é a Declaração Universal dos Direitos do
Homem, 10 de Dezembro de 1948, uma nova Magna Charta
Libertatum mundial.

Esta Declaração acrescentou à categoria direitos


humanos uma nota fundamental: a Universalidade. De fato
esta declaração é a primeira com pretensão de
Universalidade, tanto em seu conteúdo quanto em sua
valência e força vinculante. Ela começa com o

reconhecimento da dignidade inalienável ínsita em


todos os membros da família humana e dos seus
direitos igualmente inalienáveis, que são o

207
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 141; cfr. o elenco de Fontes, particularmente
o ítem 1.5. Declarações O.N.U.
154
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
Mundo.208

Ela concilia os sistemas históricos e materiais dos


direitos civis, políticos e sociais. Nela se encontram as
tradições de pensamento, mas também o personalismo de
Emmanuel Mounier209, o humanismo integral de Jacques
Maritain (1882-1973), o pacifismo, o federalismo que
enriqueceram a esfera cultural do Homem na sua
dignidade.210

208
O.N.U., Declaração Universal dos Direitos do Homem, 10 de
Dezembro de 1948, preâmbulo.
209
Cfr. E. MOUNIER, Che cos’è il personalismo?, Torino 1975;
IDEM, Comunismo, anarchia e personalismo, Cassano - Bari 1976;
IDEM, I cristiani e la pace, Bari 1978; IDEM, Il personalismo, Roma
1966; IDEM, Rivoluzione personalistica e comunitaria, Milano 1949.
Também M. MONTANI, Persona e Società. Il messaggio di
Emmanuel Mounier, Torino 1978.
210
Para aprofundar o pensamento de Jacques Maritain, cfr. M. DI
GIOVANNI, L'uomo e la nuova società nella concezione politica di
Jacques Maritain, Napoli 1970; F. GABRIELLI, I fondamenti dei
diritti dell'uomo nel pensiero giuridico di Jacques Maritain, Roma
1998; A. MONTEMAYOR, Pensamiento político de Maritain, Lima
1975; A. RIOBÓ SERVÁN, Sobre la ley y el derecho en Jacques
Maritain, Pamplona 1999; G. RIZZI, L'uomo in Maritain, Roma
1990; E. ROSSI, Il pensiero politico di Jacques Maritain, Milano
1956; A. SCHILF, La libertà religiosa secondo la concezione di
Jacques Maritain, Roma 1977; A. SCOLA, L’alba della dignità
umana. La fondazione dei diritti umani nella dottrina di Jacques
Maritain, Milano 1982; IDEM, “La fondazione dei diritti dell’uomo in
Jacques Maritain”, in E. CORRECCO (a cura de), I diritti
fondamentali del cristiano nella Chiesa e nella società, Atti del IV
congresso internazionale di diritto canonico, Friburgo, 6-11 ottobre
1980, Milano 1981, 889-910; V. SIMONI, Libertà e liberazione
dell'uomo nel pensiero di J. Maritain, Roma 1975.
155
O caminho político-econômico-jurídico-social da
Humanidade tende a estender a todo Homem e a todos os
homens a participação plena e consciente às várias
dimensões da vida social. Tende também a ampliar tais
direitos, num processo circular que encontra a sua razão de
ser no mais amplo gozo das liberdades diante das
problemáticas do Mundo.

Entre os direitos humanos fundamentais existe um


íntimo nexo, uma estreita relação de recíproca
condicionalidade e de solidariedade. Todos os direitos, todas
as liberdades humanas são igualmente necessárias e
concorrem à realização da plena afirmação, promoção e
expansão da dignidade de todo Indivíduo humano; do seu
direito de ser posto em condições de exprimir plenamente a
própria individualidade potencial.211

A Declaração Universal dos Direitos do Homem,


1948, mesmo que entre tantas contradições, indicou um
princípio-guia para as constituições da maioria dos países no
âmbito do reconhecimento da titularidade dos direitos a
todos os Indivíduos humanos, além e acima das violações
concretas. Nela encontram-se artigos que propõem a tutela

211
Cfr. O.N.U., Declaração Universal dos Direitos do Homem, 10 de
Dezembro de 1948, art. 1-2. Analogamente o art. 3 da Constituição
Italiana afirma que “tutti i cittadini hanno pari dignità sociale e sono
eguali davanti alla legge, senza distinzione di sesso, razza, lingua,
religione, opinione politica, condizioni personali e sociali”. E o art. 5°
da Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de Outubro de
1988, diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...”
156
do direito à liberdade e à segurança ao interno de uma
ordem internacional que respeite os direitos humanos212.

A valência da especificação contida no art. 29,


parágrafo III, é imensa. Podemos dizer que a impostação
fornecida pela norma implica, sob o aspecto político-
internacional, uma sistemática que prepara o terreno à
fundação de uma ordem internacional que se constitui com
parâmetros normativos que terão grande influência sobre as
decisões tomadas pela O.N.U. sob o aspecto do uso da
força.

Os direitos humanos e o reconhecimento da dignidade


humana são os fundamentos da liberdade, da justiça e da
paz no Mundo. É este o ensinamento da Declaração
Universal dos Direitos do Homem, 1948, que, hoje, a maior
parte das Nações está empenhada a respeitar e a fazer
respeitar.

4.2. Convenzione Europea per la


Salvaguardia dei Diritti dell’Uomo e delle
Libertà Fondamentali, Roma, 4 de
Novembro de 1950.

Outro marco importante neste processo de positivação


dos direitos fundamentais se deu em 4 de Novembro de
1950, quando os delegados dos estados membros do
212
Cfr. O.N.U., Declaração Universal dos Direitos do Homem, 10 de
Dezembro de 1948, art. 2.
157
Conselho de Europa deram um passo decisivo em sede de
direito internacional assinando, a Roma, a Convenção
Européia para a Salvaguarda dos Direitos do Homem e das
Liberdades Fundamentais, que entrou em vigor em 1953.213

A salvaguarda dos direitos humanos e das liberdades


fundamentais, por obra de uma Comunidade Regional de
estados, torna-se parte integrante do ordenamento jurídico
internacional. O indivíduo foi transmutado em sujeito de
direito internacional e veio também instituído um eficaz
sistema de proteção jurídica. A Comissão Européia dos
Direitos do Homem e a Corte Européia dos Direitos do
Homem foram instituídas a Strasbourg como órgãos de
tutela e garantia das liberdades.214

Esta Convenção Européia determinou a estipulação


de outras convenções regionais, tais como a Convenção
Americana de Direitos Humanos, (Pacto de San José da
Costa Rica), 22 de Novembro de 1969, a San José de Costa
Rica. Entrou em vigor em 1978. O documento prevê o usual
catálogo de direitos e liberdades e institui uma Comissão e
uma Corte de Justiça com competências executivas. Da
Convenção fazem parte vinte e cinco Estados do Continente
Americano, menos os Estados Unidos da América.

213
Cfr. Convenzione Europea per la salvaguardia dei diritti dell'uomo
e delle libertà fondamentali, Roma, 4 de Novembro de 1950,
Preâmbulo.
214
Cfr. G. OESTREICH, Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001, 145; Cfr. R. VINCIGUERRA, Introduzione
allo studio dei Diritti Umani, Acireale (CT) 2003, 119-123.
158
4.3. Protocolo de San Salvador, 17 de
Novembro de 1998.

Sucessivamente foi anexado o Protocolo Adicional à


Convenção Interamericana Sobre direitos humanos em
Matéria de direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
"Protocolo de San Salvador", em San Salvador, El
Salvador, em 17 de Novembro de 1998215.

215
Cfr. B. CONFORTI, Diritto Internazionale, Napoli 1997, 176. Cfr.
ainda Protocolo Adicional à Convenção Interamericana Sobre
Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais, "Protocolo de San Salvador", San Salvador, El Salvador,
em 17 de novembro de 1998, Preâmbulo. A Organização dos Estados
Americanos, O.E.A., produziu outros documentos que merecem ser
citados: Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura,
Cartagena das Índias (Colômbia), 9 de dezembro de 1985; a
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência Contra a Mulher: "Convenção de Belém do Pará", 6 de
junho de 1994; Convenção Interamericana sobre a Concessão dos
Direitos Civis à Mulher, Bogotá, 30 de março a 2 de maio de 1948; a
Convenção Interamericana sobre a Concessão dos Direitos Políticos
da Mulher, Bogotá, 2 de maio de 1948; Convenção Interamericana
sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, Belém do Pará, em 9
de junho de 1994; a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem, Bogotá, abril de 1948; o Estatuto da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, La Paz, Bolívia, em outubro de
1979; o Estatuto da Corte Interamericana de Direitos Humanos, La
Paz, Bolívia, outubro de 1979; o Protocolo à Convenção Americana
Sobre Direitos Humanos Referente à Abolição da Pena de Morte,
Paraguai, em 8 de junho de 1990; o Protocolo Adicional à Convenção
Interamericana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, "Protocolo de San Salvador", San
Salvador, El Salvador, em 17 de novembro de 1998; o Regulamento
159
4.4. Pacto Internacional dos Direitos, 16 de
Dezembro de 1966.

Outra etapa importante neste hodierno processo de


positivação internacional dos direitos se deu com os dois
pactos internacionais aprovados em 16 de Dezembro de
1966: Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais216, e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos217.

A separação dos dois pactos ilumina os princípios


fundamentais que, depois, teriam sido objeto de ásperas
contendas, tanto na Conferenza sulla Sicurezza e la
Cooperazione in Europa, aberta em 3 de Julho de 1973, a
Helsinki, capital da Finlândia; e prosseguida a Genebra,
Suíça, de 18 de Setembro de 1973 ao 21 de Julho de 1975; e
concluída em Helsinki, em 1° de Agosto de 1975; quanto na

da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, 25 de abril de


1997; o Regulamento da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, 9 a 20 de setembro de 1996.
216
Cfr. O.N.U., Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais, 16 de Dezembro de 1966. Adotado pela Resolução n.º
2.200-A da Assembléia Geral das Nações Unidas, em 16 de Dezembro
de 1966. Aprovado pelo Decreto Legislativo n.º 226, de 12.12.1991.
Assinado pelo Brasil em 24 de Janeiro de 1992. Entrou em vigor no
Brasil em 24.2.1992. Promulgado pelo Decreto n.º 591, de 6.7.1992.
217
Cfr. O.N.U., Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, 16
de Dezembro de 1966. Adotado pela Resolução n.º 2.200-A da
Assembléia Geral das Nações Unidas, em 16 de Dezembro de 1966.
Aprovado pelo Decreto Legislativo n.º 226, de 12.12.1991. Ratificado
pelo Brasil em 24 de Janeiro de 1992. Em vigor no Brasil em
24.4.1992. Promulgado pelo Decreto n.º 592, de 6.7.1992.
160
Conferência de Belgrado, Sérvia, Europa, de 4 de Outubro
de 1977 a 9 de Março de 1978218.

Desde 1976, depois da ratificação de 35 Estados –


número mínimo previsto para os acordos – os dois pactos
entraram em vigor nos estados signatários e adquiriram
valor de Direito Internacional.

Em precedência, a O.N.U. havia já lançado outras


convenções de amplitude global. Recordem-se, entre elas, a
Convenção para a prevenção e a repressão do crime de
genocídio, Paris, 9 de Dezembro de 1948; a Convenção n.
135: sobre os direitos Políticos da Mulher, 31 de Março de
1953; a Convenção relativa à luta contra as discriminações
na esfera do ensino, 14 de Dezembro de 1960; sobre os
refugiados recordamos o Estatuto do Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados, 14 de Dezembro de
1950; a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 28
de Julho de 1951; o Protocolo sobre o Estatuto dos
Refugiados, 16 de Dezembro de 1966.

218
Cfr. C.E., Convenzione Europea per la salvaguardia dei diritti
dell'uomo e delle libertà fondamentali, Roma, 4 de Novembro de
1950.
161
4.5. Conferência Mundial das Nações Unidas
Sobre os Direitos Humanos, Viena, 25 de
Junho de 1993.

Na Conferência Mundial das Nações Unidas sobre os


direitos humanos, acontecida a Viena, capital da Áustria, em
25 de Junho de 1993, a comunidade internacional confirmou
a sua convicção de que todos os direitos humanos são
universais, indivisíveis, interdependentes e intimamente
conexos.219

Esta Conferência assumiu a necessidade de tomar


medidas de combate a todas as formas de discriminação e
violência contra a mulher. Reafirmou os direitos humanos
da mulher e da menina como inalienáveis, integrais,
universais e indivisíveis.

O objetivo prioritário dessa Conferência foi


identificado com a participação plena e igualitária das
mulheres na vida civil, econômica, social e cultural.
Violência de gênero e todas as formas de abuso sexual e
exploração, incluindo as resultantes de preconceitos e
tráfico de mulheres, foram definidas como incompatíveis
com a dignidade e valor da pessoa humana.220

219
Cfr. O.N.U., Declaração e Programa de Ação de Viena, Viena, 14
a 25 de Junho de 1993.
220
Cfr. “§ 1.1 A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos
reafirma o compromisso solene de todos os Estados de promover o
respeito universal e a observância e proteção de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais de todos, em conformidade com a
162
Carta das Nações Unidas, outros instrumentos relacionados aos
direitos humanos e o direito internacional. A natureza universal
desses direitos e liberdades não admite dúvidas. Nesse contexto, o
fortalecimento da cooperação internacional na área dos direitos
humanos é essencial para a plena realização dos propósitos das
Nações Unidas. Os direitos humanos e as liberdades fundamentais
são direitos originais de todos os seres humanos; sua proteção e
promoção são responsabilidades primordiais dos Governos.
§ 1.5 Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis,
interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional
deve tratar os direitos humanos globalmente de forma justa e
eqüitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase. As
particularidades nacionais e regionais devem ser levadas em
consideração, assim como os diversos contextos históricos, culturais e
religiosos, mas é dever dos Estados promover e proteger todos os
direitos humanos e liberdades fundamentais, independentemente de
seus sistemas políticos, econômicos e culturais.
§ 1.8 A democracia, o desenvolvimento e o respeito pelos direitos
humanos e liberdades fundamentais são conceitos interdependentes
que se reforçam mutuamente. A democracia se baseia na vontade
livremente expressa pelo povo de determinar seus próprios sistemas
políticos, econômicos, sociais e culturais e em sua plena participação
em todos os aspectos de sua vida . Nesse contexto, a promoção e
proteção dos direitos humanos e liberdades fundamentais, em níveis
nacional e internacional, devem ser universais e incondicionais. A
comunidade internacional deve apoiar o fortalecimento e a promoção
da democracia e o desenvolvimento e o respeito aos direitos humanos
e liberdades fundamentais no mundo inteiro.
§ 1.27 Cada Estado deve ter uma estrutura eficaz de recursos
jurídicos para reparar infrações ou violações de direitos humanos. A
administração de justiça, por meio dos órgãos encarregados de velar
pelo cumprimento da lei e de promotoria e, particularmente, de um
poder judiciário e uma advocacia independente, plenamente
harmonizados com as normas previstas nos instrumentos
internacionais dos direitos humanos, é essencial para a realização
plena e não-discriminatória dos direitos humanos e indispensável aos
processos da democracia e ao desenvolvimento sustentável. Nesse
contexto, as instituições responsáveis pela administração da justiça
163
A violência contra a mulher em situações de conflito
armado, particularmente assassinatos, estupros sistemáticos,
escravidão sexual e gravidez forçada, foram identificados
como violações aos princípios fundamentais dos direitos
humanos internacionais e da lei humanitária.221

devem ser adequadamente financiadas e a comunidade internacional


deve oferecer um nível mais elevado de assistência técnica e
financeira às mesmas.
§ 1.30 A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos expressa
também sua consternação e condenação diante da persistência, em
diferentes partes do mundo, de violações flagrantes e sistemáticas que
constituem sérios obstáculos ao pleno exercício de todos os direitos
humanos. Essas violações e obstáculos incluem, além da tortura e de
tratamentos ou punições desumanos e degradantes, execuções
sumárias e arbitrárias, desaparecimentos, detenções arbitrárias,
todas as formas de racismo, discriminação racial e apartheid,
ocupação estrangeira e dominação externa, xenofobia, pobreza, fome
e outras formas de negação de direitos econômicos, sociais e
culturais, intolerância religiosa, terrorismo, discriminação contra as
mulheres e a falta do estado de direito.”
221
Cfr. “§ 18. Os direitos humanos das mulheres e das meninas são
inalienáveis e constituem parte integral e indivisível dos direitos
humanos universais. A plena participação das mulheres, em
condições de igualdade, na vida política, civil, econômica, social e
cultural nos níveis nacional, regional e internacional e a erradicação
de todas as formas de discriminação sexual são objetivos prioritários
da comunidade internacional. A violência de gênero e todas as formas
de assédio e exploração sexual, inclusive as resultantes de
preconceito cultural e o tráfico de pessoas, são incompatíveis com a
dignidade e o valor da pessoa humana e devem ser eliminadas. Pode-
se conseguir isso por meio de medidas legislativas, ações nacionais e
cooperação internacional nas áreas do desenvolvimento econômico e
social, da educação, da maternidade segura e assistência de saúde e
do apoio social. Os direitos humanos das mulheres devem ser parte
integrante das actividades das Nações Unidas na área dos direitos
164
humanos, que devem incluir a promoção de todos os instrumentos de
direitos humanos relacionados à mulher.
§ 3.33 A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos insta todos os
Governos, instituições e organizações governamentais e não-
governamentais a intensificarem seus esforços em prol da proteção e
promoção dos direitos humanos da mulher e da menina.
§ 3. 36. A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos insta a que
as mulheres tenham pleno e igual acesso aos direitos humanos e a que
isso seja uma prioridade para os Governos e as Nações Unidas. A
Conferência Mundial sobre Direitos Humanos assinala também a
importância da integração e da plena participação das mulheres
como agentes e beneficiárias do processo de desenvolvimento, e
reitera os objetivos estabelecidos sobre medidas globais em favor das
mulheres para o desenvolvimento sustentável e eqüitativo previsto na
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e no cap.
24 da Agenda 21, adotada pela Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, Brasil, 3 a 14 de
Junho de 1992).
§ 3.38 A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos salienta
particularmente a importância de se trabalhar no sentido da
eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres na
vida pública e privada, da eliminação de todas as formas de assédio
sexual, exploração e tráfico de mulheres, da eliminação de
preconceitos sexuais na administração de justiça e da erradicação de
quaisquer conflitos que possam surgir entre os direitos da mulher e as
conseqüências nocivas de determinadas práticas tradicionais ou
costumeiras, do preconceito cultural e do extremismo religioso.
§ 3. 40 Os órgãos de monitoramento de tratados devem divulgar
informações necessárias para que as mulheres possam recorrer mais
eficazmente aos procedimentos de implementação disponíveis em seus
esforços para exercer seus direitos humanos plenamente, em
condições de igualdade e sem discriminação...”. Cfr. ainda L. DI
SANTO, Teoria e pratica dei Diritti dell’Uomo, Napoli 2002, 101-
104; R. VINCIGUERRA, Introduzione allo studio dei Diritti Umani,
Acireale (CT) 2003, 101-117.
165
4.6. Tratado de Amsterdam, 2 de Outubro de
1997.

A tutela dos direitos fundamentais com a introdução


do Tratado de Amsterdam, Holanda, 2 de Outubro de 1997,
encontrou um novo campo de ação no ordenamento da
União Européia.

Foram inseridas disposições através das quais existe a


possibilidade de cominar sanções aos Estados membros que
se tornarem culpados de violações dos direitos e das
liberdades fundamentais222.

4.7. Carta dos Direitos Fundamentais da


União Européia, Nice, França, 9 de
Dezembro de 2000.

Outro passo importante para a União Européia foi a


Carta dos Direitos Fundamentais da União Européia,
proclamada a Nice, França, em 9 de Dezembro de 2000.

M. Panebianco escreveu:

222
Para uma detalhada análise dos aspectos técnicos relativos às
sanções, cfr. G. M. RUOTOLO, Sulla tutela dei diritti fondamentali
nel nuovo assetto dell’unione europea: le sanzioni agli stati membri,
Filosofia dei Diritti Umani, I, 2 (Maio-Agosto de 1999) 84ss.
166
Dal punto di vista sostanziale il catalogo dei diritti
annovera i grandi valori di dignità umana cui si
connettono a quelli di libertà-eguaglianza-solidarietà
e si conclude con la tutela dei nuovi grandi valori
della cittadinanza europea e della giustizia.223

A articulação da Carta de Nice no retomar e reforçar


princípios e direitos tutelados pelos documentos sobre os
direitos humanos que caracterizaram a inteira vicissitude do
agir humano, sublinha a necessária evocação a uma teoria
dos deveres quando sanciona, no Preâmbulo, que

il godimento di questi diritti fa sorgere responsabilità


e doveri nei confronti degli altri come pure della
comunità umana e delle generazioni future.224

Isto comporta no plano efetivo que a consolidação e a


amplidão da enunciação se liguem a uma redefinição e, ao
mesmo tempo, de inter-relação:

La contestualità dei diritti in un corpus unitario, con


effetti di contagio in termini di universalità,
indivisibilità, sistematicità, determina una diversa e

223
M. PANEBIANCO, Repertorio della Carta dei diritti fondamentali
dell’Unione europea, Milano 2001, 4: “Do ponto de vista substancial
o catálogo dos direitos enumera os grandes valores de dignidade
humana que se conectam àqueles de liberdade-igualdade-
solidariedade e se conclui com a tutela dos novos grandes valores da
cidadania européia e da justiça.” (Minha tradução)
224
U.E., Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia,
Bruxelles, 28 de Setembro de 2000 / Nizza 7-9 de Dezembro de 2000,
Preâmbulo: “…o gozo destes direitos faz surgir responsabilidades e
deveres em relação dos outros como ainda da comunidade humana e
das gerações futuras”. (Minha tradução)
167
creativa ‘lettura’ dei diritti catalogati, quali ne siano
le fonti. (…) i diritti fondamentali non sono più
qualcosa che “sta fuori” dell’ordinamento giuridico
dell’Unione e che essa deve solo rispettare (art. 6
TUE). Essi sono ora qualcosa che “sta dentro”
l’ordinamento dell’Unione e questa deve ‘tutelare’
come suo compito, presupposto indispensabile della
sua stessa legittimità.225

225
A. MANZELLA, “Dal mercato ai diritti”, in Riscrivere i diritti in
Europa, Bologna 2001, 33: “A configuração dos direitos num corpus
unitário, com efeitos de contágio em termos de universalidade,
indivisibilidade, sistematicidade, determina uma diversa e criativa
leitura dos direitos catalogados, quais sejam as fontes suas. (...) os
direitos fundamentais não são mais alguma coisa que está fora do
ordenamento jurídico da União e que ela deve somente respeitar (art.
6 TUE). Eles são agora alguma coisa que está dentro do ordenamento
da União e esta deve tutelar como sua tarefa, pressuposto
indispensável da sua mesma legitimidade.” (Minha tradução)
168
Considerações Finais

Nós vimos que os direitos humanos tiveram como


pressuposto a gênese e o desenvolvimento de outras
categorias filosóficas, especificamente as da liberdade e da
igualdade de um Homem que é Pessoa, dotado de uma
dignidade pessoal, inata e inalienável.

Vimos também que estes direitos fundamentais que


devem ser humanos – no sentido de que devem realizar a
humanitas de seu titular – são marcados pelas notas da
humanidade, da universalidade, da igualdade, da
imutabilidade, da objetividade, da indispensabilidade e da
inviolabilidade.

Da problemática dos direitos humanos podemos


deduzir como o Homem moderno e contemporâneo pense a
si mesmo; qual valor considere prioritário e quais exigências
pretendam em relação à sociedade política. Todavia o
mundo dos direitos não é por si ordenado, nem governado
por uma concepção unitária.

Trata-se de uma produção da consciência histórica


que vai, ainda hoje, construindo-se em modo sempre mais
complexo e articulado. Seria vão buscar ao seu interno uma
antropologia bem definida ou bem identificável.

169
A práxis dos direitos cresce por acumulação e pode
receber uma ordem provisória somente na fase da
interpretação e da aplicação. Mas no seu estado de repouso,
segundo Francesco Viola, é um caos de valores, cada um
dos quais pretende a prioridade e ser absoluto. Exatamente
por isto, a prática dos direitos humanos é o reino de escolhas
trágicas e de conflitos tanto mais dolorosos quanto mais
estão em jogo instâncias radicadas todas no coração da
Pessoa humana.226

É importante, neste esforço de conclusão,


sintetizarmos as premissas acima apresentadas, como fio
histórico-lógico num caminho com tantos altos e baixos na
evolução da categoria direitos humanos. Do ponto de vista
da sua gênese direta, especialmente em terra americana, não
se pode negar a origem religiosa dos direitos humanos. Esta
é a conhecida tese do grande teórico do Direito, Georg
Jellinek227.

Trata-se do desenvolvimento do pensamento


reformado anglo-saxão no Novo Mundo por obra da
dissidência “congregacionista” guiada por Roger Williams.
Ela conduz à afirmação da radical separação entre a Igreja e
o Estado e da absoluta liberdade religiosa do Indivíduo
humano em relação à autoridade política.

Não é por acaso que a primeira emenda da


constituição americana tenha por objeto exatamente a
liberdade religiosa, que se configura ao mesmo tempo
como o seio natal de todas as formas de liberdade e como a

226
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, diritto naturale,
Torino 2000, 15.
227
Cfr. Ibidem, 16.
170
sua expressão mais compreensiva. Todavia, exatamente em
razão da sua complexidade, a liberdade religiosa alimentou
instâncias e exigências nem sempre compatíveis entre
elas.228

Se quisermos indicar ao menos as principais destas


exigências, devemos nos referir seja ao valor do juízo
interior de consciência, do qual se desenvolve a liberdade de
pensamento, seja à exigência de manifestá-lo ao externo e à
necessidade moral de viver em conformidade a ele.

Esta última instância, por sua vez, pode exigir


estruturas exteriores de culto e, portanto, a liberdade de
associar-se com outros, animando formas particulares de
vida comum que podem entrar em conflito com a liberdade
individual.

O fato é que estes valores contidos na liberdade


religiosa não se manifestam num todo unitário, mas se
desenvolvem com variedade de acentuações segundo as
circunstâncias históricas e culturais. Por isto não é de fato
paradoxal afirmar que a problemática da liberdade religiosa
pode referir-se contra a Religião como fato institucional e
cultura comum, forma de vida da qual também a mesma
liberdade religiosa havia tirado a sua justificação.229

Os históricos da cultura americana se encontraram a


dever explicar o fenômeno da veloz secularização de uma
sociedade que nascera sobre bases puritanas e comunitárias
e que via no Estado uma ameaça às formas de culto locais.

228
Cfr. Ibidem.
229
Cfr. Ibidem, 16-17.
171
A liberdade religiosa que os colonos americanos
exigiam não era aquela de crer em qualquer coisa se queira,
mas a liberdade de não serem impedidos a realizar a sua
vocação, que é percebida como um dever ao qual não
subtrair-se. Os colonos pedem a liberdade de expressão da
sua fé, aquela que Charles Taylor considerou como uma
antropologia expressiva do eu.230

Isto significa que aqui ainda os direitos fundamentais


não têm o primado, mas isto é próprio do dever religioso de
responder à chamada interior – um dever individual, um
apelo voltado ao indivíduo singular hic et nunc.

Os direitos humanos como não interferência do poder


político são os seus instrumentos necessários. Todavia,
assim como deste dever somos juízes nós mesmos e não
certamente a comunidade à qual pertencemos, então a
liberdade religiosa se estende logicamente à tutela deste
juízo privado sobre o bem e sobre o mal, sobre o verdadeiro
e sobre o falso.231 Desta liberdade religiosa se gera, assim, a
liberdade de pensamento. Todavia esta história não é ainda
completa.232

Na tradição católica a busca da verdade foi sempre


estreitamente conexa à vida comunitária. Basta aqui
somente recordar que a terceira das bem conhecidas

230
Cfr. Ibidem, 17.
231
Cfr. IDEM, Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997, 293-298.
232
Cfr. IDEM, Etica e metaetica dei diritti umani, diritto naturale,
Torino 2000, 17.
172
inclinações naturais indicadas por Tomás de Aquino (1225-
1274) é aquela da vida em sociedade.233

Esta tendência natural do Homem é justificada pela


exigência de buscar a verdade e, especificamente, a verdade
religiosa. Esta busca requer o diálogo e a vida comum, a
comunicação e a ajuda recíproca, bem como uma
organização social da Religião. Este modo de entender a
liberdade religiosa confirmado pela declaração conciliar
Dignitatis humanae, 7 de Dezembro de 1965, é atento
também às condições de formação do juízo de consciência e
não exclusivamente à tutela do juízo já formado. Mas isto
implica uma concepção bem diferente do eu, isto é, do
titular da liberdade mesma. Este sujeito é um ser racional
destacado e separado pelos contextos sociais ou então é um
sujeito ligado a outros sujeitos e marcado por uma história
pessoal e social?234

Em todo caso é evidente que, mesmo admitindo a


origem religiosa dos direitos humanos, não se pode
considerar que eles conservem um caráter religioso. De fato
eles estiveram, por longo tempo, perceptíveis – e às vezes
praticados – como uma ameaça para as religiões
constituídas, que só em tempos recentes começaram a tratar
construtivamente da sua problemática.235

Segundo a opinião mais difundida os direitos


humanos são o fruto maduro ou o lógico desenvolvimento
dos direitos naturais do séc. XVII e XVIII. Esta é a tese da

233
Cfr. TOMÁS DE AQUINO, Summa Theologiae, I-II, q. 94, a. 2.
234
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, diritto naturale,
Torino 2000, 18.
235
Cfr. Ibidem.
173
origem filosófica dos direitos humanos. As declarações do
século XVIII são sem dúvidas marcadas pela conjunção
entre o Jus-naturalismo moderno e o Iluminismo.

Pensadores como John Locke (1632-1704), Samuel


von Pufendorf (1632-1694), Charles-Louis de Secondat
Montesquieu (1689-1775) e Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778), nas suas tentativas de repensar a Sociedade não mais
como uma ordem de grupos sociais, mas como uma
coordenação de indivíduos, desenvolveram aqueles
pressupostos sem os quais os direitos humanos nunca teriam
nascidos. Em outras palavras trata-se da consideração do
Indivíduo humano como um sujeito,236 como dotado de
qualidades morais e, por isto mesmo, centro de imputação
de direitos e deveres e a radical igualdade entre todos os
sujeitos humanos.

Cada uma destas pressuposições tem uma derivação


bem mais antiga237, como pudemos constatar acima, mas
não é isto que conta quanto principalmente a sua específica
configuração na modernidade.238

Este sujeito dos direitos é heterogêneo em relação aos


outros entes. Esta diferença essencial reside
fundamentalmente na sua capacidade de vida moral. O
236
No direito romano subjectus quer dizer somente submisso, isto é,
não sui juris.
237
A problemática da subjetividade é um portado do influxo cultural
do cristianismo, aquela da moralidade do sujeito remonta à distinção
aristotélica entre bem, em sentido ontológico, e bem, em sentido
moral; aquela da igualdade é ainda uma vez uma secularização da
igualdade dos filhos de Deus.
238
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, Torino 2000,
18-19.
174
direito subjetivo foi, de fato, construído entorno da
convicção de que o sujeito tem qualidades morais. Ele
mesmo é – segundo Hugo Grotius (1583-1645) – uma
facultas moralis. Isto significa que o sujeito humano requer
respeito e suscita obrigações e deveres da parte de outros
Sujeitos. O sujeito é moral, seja no sentido que tem fins
morais, seja no sentido que tem obrigações morais. Ele é
centro de imputação de direitos e de deveres. Não existem
direitos e deveres sem sujeitos.239

Não é necessário precisar a estreita derivação entre


esta concepção da subjetividade e aquela da origem
religiosa dos direitos humanos. A sacralidade do juízo
individual de consciência e o respeito que ela impõe
transformam os direitos humanos de poderes físicos em
poderes morais.

Esta transfiguração das faculdades individuais foi


uma das mais importantes revoluções culturais do Ocidente
e marcou radicalmente o modo de pensar a sua juridicidade.
A subjetividade que está por trás do conceito de direitos
humanos não é mais exatamente a mesma daquela que no
jus-naturalismo moderno determinou o seu nascimento. A
coisa é mais evidente se analisarmos a problemática jurídica
da liberdade.240

Como ficou claro acima, o conceito de liberdade que


provém dos direitos naturais é estreitamente ligado àquele
de propriedade. Isto conduziu a sublinhar-lhe o aspecto
econômico, mas não é principalmente deste que se trata.
Trata-se, sobretudo, do pleno domínio de si mesmos. O
239
Cfr. Ibidem, 19.
240
Cfr. Ibidem.
175
domínio das coisas é necessário enquanto em função do
domínio de si e do próprio corpo, daquilo que Hugo Grotius
(1583-1645) chamava o suum.

Ele é ainda muito ligado ao pensamento jurídico


medieval e humanista, portanto, nele não se pode falar de
um direito natural de propriedade no sentido capitalista,
porque à origem as coisas são criadas para a utilidade
comum.

A propriedade como direito perfeito surge só em


seguida à tutela do poder estatal. Todavia, havendo
equiparado a liberdade à propriedade, Hugo Grotius foi
obrigado a concluir que também a liberdade seja alienável e
que, quando se aliena um bem, na realidade se aliena o
nosso poder sobre aquele bem, que é uma parte da nossa
liberdade.241

Para John Locke (1632-1704), invés, os direitos


naturais são inalienáveis e irrenunciáveis. Ele pode sustentar
esta tese, fugindo à lógica autodestrutiva da liberdade,
porque fundou os direitos naturais sobre a lei natural.

Pareceu a Francesco Viola que seja impossível


sustentar a in-alienabilidade dos direitos naturais sem
apoiá-los na lei natural. Sobre este ponto a concepção de J.
Locke é mais adequada do que aquela de Thomas Hobbes
(1588-1679). Ele, de fato, não fundava o direito à vida sobre
a lei natural, a qual era a conseqüência racional deste
direito. É difícil considerar o direito hobbesiano à vida

241
Cfr. Ibidem, 20.
176
como um verdadeiro e próprio direito; ele é mais uma
necessidade de natureza.242

Podemos afirmar, portanto, que a teoria dos direitos


naturais tem necessidade de uma concepção da lei natural e
a história sucessiva do Jus-naturalismo o demonstrará
amplamente. Um Homem sem a Lei não pode ser livre,
porque – como disse John Locke (1632-1704) – a lei na sua
noção mais autêntica não é tanto a restrição do próprio
interesse, mas é a guia de um agente livre e inteligente para
o conseguimento do próprio interesse. Só em virtude de
uma lei moral pré-existente os direitos naturais podem ser
defendidos das mesmas fraquezas e fragilidades do
indivíduo que os possui, bem como do arbítrio do poder
político.243

Portanto, a lei natural permite de subtrair a liberdade


Humana à lógica de autonegação. Todavia os direitos
humanos no sentido moderno e pós-moderno não se apóiam
mais sobre alguma lei natural, mas sobre a inviolabilidade
da consciência pessoal.

Nisto consiste uma diferença de grande relevância


entre os direitos naturais e os direitos humanos. Thomas
Paine (1737-1809), teórico dos direitos que se encontra ao
confim entre a tradição dos direitos naturais e aquela dos
direitos humanos, afirmou que não podemos ser vinculados
pelos atos dos nossos antepassados e que toda geração deve

242
Cfr. Ibidem, 20.
243
Cfr. Ibidem.
177
tomar as próprias decisões sobre as sortes da própria
liberdade.244

Como se pode constatar, o valor da liberdade e,


conseqüentemente, aquele da subjetividade, mesmo
permanecendo nominalmente o mesmo, mudou e mudará no
seu significado essencial e nos seus últimos fundamentos.
Existe, portanto, uma estrutural ambigüidade dos valores ao
interno dos direitos humanos. Estas idéias, recebidas pelos
revolucionários franceses, se transmitiram de algum modo
também aos independentistas americanos.

Todavia as declarações dos direitos fundamentais do


século XVIII não foram um mero tirar as conseqüências do
Jus-naturalismo moderno, porque continham alguma coisa
de novo e exatamente este quid novi enfraquece a tese da
origem filosófica dos direitos.245

É difícil pôr bem em luz este quid novi, porque é


escondido nas entrelinhas da consciência histórica. Em
síntese podemos dizer que se trata da afirmação do primado
dos direitos humanos sobre a lei. Francesco Viola observou
ser significativo que esta tese constitua uma das maiores
diferenças entre as Declarações Americanas dos Direitos e
aquela francesa, a qual se deu sob o influxo do primado da
lei defendido por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).246

O fundamento dos direitos humanos não repousa mais


sobre regras da razão, mas sobre a defesa da não
repetibilidade de uma subjetividade; não mais sobre poderes

244
Cfr. Ibidem, 21.
245
Cfr. Ibidem.
246
Cfr. Ibidem.
178
de um sujeito, mas sobre o seu Ser. Nisto os códigos de
direito natural, que os jus-naturalistas amavam formular
diferenciavam-se das declarações dos direitos humanos
fundamentais. E é por isto que os direitos naturais fundados
sobre as regras da Ratio iluminista são, por definição,
circunscritos e limitados; enquanto os direitos humanos
hodiernos se vão multiplicando vertiginosamente.247

Sobre este argumento da dinamicidade dos direitos é


significativo lembrar ainda que Alexander Hamilton
(1755/57-1804) opusera-se à inclusão na Constituição
americana de uma carta dos direitos – Bill of Rights – com o
argumento que em tal modo se restringiria a amplitude dos
direitos Individuais, porque cada explícita enumeração de
alguns direitos poderia ser interpretada como a implícita
exclusão de outros.248

Em substância isto quer dizer que o verdadeiro


objetivo dos direitos humanos não é aquele de tutelar
faculdades singulares ou bens do sujeito, mas a globalidade
do Homem enquanto tal. Os direitos humanos se estendem
até onde se estende tudo aquilo que o Homem é.

Os direitos humanos são orientados à tutela do valor


global da pessoa humana em modo unitário e compreensivo.
Enquanto a atenção do jus-naturalismo era dirigida ao
conteúdo e à gestão dos direitos fundamentais da parte do
titular, agora passa em primeiro plano o respeito do

247
Cfr. Ibidem.
248
A inclusão do nono emendamento na Constituição Americana é
uma resposta a esta objecção e é a melhor prova da irredutibilidade da
prática dos Direitos às suas formulações oficiais e positivas. Cfr. F. A.
HAYEK, La società libera, trad. it., Firenze 1969, 214-216.
179
Indivíduo humano enquanto tal. A conseqüência filosófica
disto é que os direitos humanos aspiram a não precisar da lei
natural. Devemos admitir que se trate de uma conseqüência
anti-jus-naturalista.249

Por isto é preferível falar de direitos humanos que de


direitos fundamentais: estes são direitos reconhecidos pela
Sociedade como fundamentais ao Cidadão, mas não é dito
que tudo aquilo que a Sociedade considera fundamental seja
de fato humano, no sentido de realizar em plenitude a
globalidade da Pessoa enquanto humana.

Os direitos humanos, mesmo se não reconhecidos


pela sociedade como fundamentais, são e serão sempre
humanos, ou seja, instrumentos em vista de uma realização
global da humanitas de cada Homem.

Os direitos humanos são leis a si mesmas. Mesmo se


o seu uso é confiado à discrição do Sujeito, todavia tal
liberdade não se estende até ao poder de despojar-se deles.

Os direitos humanos são in-alienáveis e in-


disponíveis. Este caráter se encontra já nos primeiros
documentos, como é evidente da Secção 1 da Declaração
dos Direitos da Virgínia, 1776:

Todos os homens são pela natureza igualmente livres


e independentes, e têm alguns direitos inatos, dos
quais, entrando no estado de sociedade, não podem
mediante convenção, privar ou despojar a sua
posteridade; isto é, o gozo da vida, da liberdade,

249
Cfr. Ibidem, 22.
180
mediante a aquisição e a posse da propriedade e o
perseguir e obter felicidade e segurança.250

À luz da in-alienabilidade os direitos humanos não se


apresentam mais como poderes, mas como fins. Agora o
sujeito se identifica pelos seus fins que obviamente não
podem ser alienados sem que se perda a própria
personalidade. Isto explica a lógica ligação entre a
problemática dos direitos e aquela da identidade pessoal.
Temos direitos para tutelar a unicidade do nosso ser e das
nossas escolhas de vida. Os direitos são o lugar do encontro
entre Ética e Direito.251

A terceira teoria da origem dos direitos humanos a


partir das premissas históricas acima apresentadas é aquela
da origem cultural ou política. Eles teriam sido produzidos
por uma causa histórica meramente contingente. Ao início
não seriam outro que os direitos históricos que os colonos
ingleses da América reivindicaram em relação à madre-
pátria. Não são os direitos dos homens, mas os direitos dos
americanos, isto é, direitos ligados a um determinado grupo
sócio-político e a uma determinada cultura.

Obviamente isto impede a sua universalidade. É


interessante notar que as críticas dirigidas por frentes
opostas aos direitos humanos e às suas pretensões

250
Utilizo a tradução que se encontra em F. BATTAGLIA (a cura de),
Le Carte dei diritti (dalla Magna Charta alla Carta di S. Francisco),
Firenze 1946, 45. Francesco Viola nota o aceno à posteridade que
poderia configurar as razões de um direito das gerações futuras; cfr. F.
VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, Torino 2000, 23.
251
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, Torino 2000,
23.
181
universalistas se apegaram a estas considerações. Edmund
Burke (1729-1797), filósofo e político anglo-irlandês,
chamou-os direitos metafísicos, ignorantes da complexidade
da História e da Política. Não existem direitos humanos,
mas somente direitos dos ingleses, dos franceses e assim por
diante.252

Em seu Sobre a questão hebraica, Karl Marx (1818-


1883) os tratava como direitos abstratos, ignorantes dos
vínculos sociais do indivíduo. Vale a pena ler a sua crítica
aos direitos humanos, em particular aos direitos de
igualdade, liberdade, segurança e propriedade.

De fato, Marx afirmou253 que os droits de l’homme, os


direitos do Homem, vêm enquanto tais distintos dos droits
du citoyen, dos direitos do cidadão. Perguntou ele, quem é o
homme distinto do citoyen? Nenhum outro que o membro da
sociedade civil. Porque o membro da sociedade civil vem
chamado Homem, simplesmente homem, porque os seus
direitos vêm chamados direitos do Homem? Como
explicamos este fato? A partir da relação do Estado político
com a sociedade civil, a partir da essência da emancipação
política.254

Continuou dizendo que antes de tudo constatamos o


fato que os, assim chamados, direitos do Homem, os droits
de l’homme, enquanto distintos dos droits du citoyen, não
são outros que os direitos do membro da sociedade civil,

252
Cfr. Ibidem, 24.
253
Aqui o cito a partir da tradução italiana, cfr. K. MARX, “Sulla
questione ebraica”, in B. BAUER, - K. MARX, La questione ebraica,
a cura di M. TOMBA, [Manifestolibri], [Roma 2004], 173-206.
254
Cfr. Ibidem, 192-193.
182
isto é, do Homem egoísta, do Homem separado do Homem
e da comunidade.255

Ainda comentando os direitos de igualdade,


liberdade, segurança e propriedade, enquanto direitos
naturais e imprescritíveis, Marx disse que a liberté é o
direito de fazer e exercer tudo aquilo que não é nocivo aos
outros. O confim, portanto, entre o qual cada um pode
mover-se sem prejudicar os outros é estabelecido pela lei,
como o confim entre dois campos é estabelecido por meio
de um marco. Trata-se da liberdade do Homem enquanto
mônada isolada e debruçada sobre si mesma.256

O direito à liberdade não se fundamenta sobre a


ligação dos homens entre si, mas sobre o isolamento do
Homem. É o direito a tal isolamento, o direito do Indivíduo
limitado, limitado em si mesmo. A utilização prática deste
direito é o direito do Homem à propriedade privada.257

Falando da propriedade privada, Marx disse que este


é um direito de gozar a bel prazer – à son gré – sem
considerar os outros homens, independentemente da
sociedade, do próprio patrimônio e de dispor dele, o direito
do egoísmo.

A liberdade individual bem como a sua utilização


constitui o fundamento da sociedade civil. Ela deixa que
todo homem encontre no outro homem não a própria
realização, mas sim o limite da sua liberdade. Ela proclama
antes de tudo o direito do homem de gozar e de dispor

255
Cfr. Ibidem, 193.
256
Cfr. Ibidem.
257
Cfr. Ibidem.
183
livremente dos seus bens, das suas rendas, do fruto do seu
trabalho e da sua operosidade.258

Falando ainda sobre a igualdade – égalité – Karl


Marx disse que ela, no significado não político, não é outra
coisa que a igualdade da liberté acima descrita, isto é, que
cada Homem vem igualmente considerado como tal mônada
que se apóia sobre si mesma.259

Sobre a segurança – sûreté – Marx disse que ela é o


mais alto conceito da sociedade civil, o conceito da polícia,
segundo o qual a inteira sociedade existe unicamente para
garantir a cada um dos seus membros a conservação da sua
Pessoa, dos seus direitos e da sua propriedade. Com o
conceito de segurança a sociedade civil não se eleva acima
do seu egoísmo. A segurança é, melhor dizendo, a garantia
do seu egoísmo.260

Karl Marx concluiu dizendo que nenhum dos assim


chamados direitos do Homem ultrapassa, portanto, o
Homem egoísta, o Homem enquanto membro da sociedade
civil, isto é, o indivíduo redobrado sobre si mesmo, sobre
seu interesse privado, sobre seu arbítrio privado e isolado da
comunidade.

Porque neles o Homem está bem longe de ser


entendido como ente genérico, a mesma vida de gênero, a
sociedade aparece como uma moldura externa aos
indivíduos, como a limitação da sua independência
originária. O único vínculo que os mantém juntos é a

258
Cfr. Ibidem, 194.
259
Cfr. Ibidem.
260
Cfr. Ibidem, 194-195.
184
necessidade natural, a necessidade e o interesse privado, a
conservação da sua propriedade e da sua pessoa egoística.261

Esta última teoria da origem dos direitos humanos,


que, à luz da sua atual difusão universalista, poderia
aparecer a mais fraca, põe um problema de primária
importância para a questão antropológica: O fundamento
dos direitos humanos repousa sobre a natureza humana ou
sobre a História? Eles são direitos naturais, no sentido do
jus-naturalismo racionalista moderno ou são direitos
históricos ligados à emancipação dos povos?

Segundo Francesco Viola esta é uma questão crucial


que, em substância, retoma o tema perene da natureza
humana e dos seus vínculos com a historicidade. A posição
clássica, na qual ainda hoje se debate, é aquela de uma
natureza humana sem História ou de uma historicidade do
Homem privado de natureza, isto é, privado de vínculos
ontológicos.

Esta posição ou “oposição” condiciona a teoria dos


direitos humanos; induz a pensar tais direitos ou como
abstratos direitos naturais ou como direitos positivos que
fluam de um consentimento contingente sempre mais
amplo.262

A atualidade do caráter cultural dos direitos humanos


depende do fato que o valor social, hoje particularmente
percebido, é aquele da identidade pessoal e coletiva. Temos
sob os olhos não só as exigências sempre mais prementes

261
Cfr. Ibidem, 195.
262
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, Torino 2000,
24.
185
das minorias étnicas, lingüísticas e culturais, mas também as
instâncias de reconhecimento político que os indivíduos
pretendem em relação à Sociedade: os direitos das crianças,
das mulheres, dos homossexuais e dos velhos.

Os direitos humanos não são mais definidos a


prescindir das diferenças de sexo, de religião, de língua, de
raça, mas como verdadeiros e próprios direitos das
diferenças. Tudo isto torna a interpretação libertária e
individualista dos direitos, claramente inadequada a nível
explicativo. A história dos direitos humanos vai correndo
para uma sua progressiva contextualização.263

De fato, a problemática dos direitos mostra a


passagem da consideração do Homem abstrato àquela do
Homem nas suas diversas fases da vida e nos seus diversos
estados.264

O Ser Humano é observado na especificidade das


suas diversas maneiras de ser: como criança, adulto, mulher,
velho, doente, deficiente, trabalhador, etc. Esta é a grande
novidade da evolução dos direitos humanos em relação ao
universalismo abstrato de um Homem desenraizado dos
contextos existenciais. Do ponto de vista fenomenológico a
vida humana atravessa estágios diversos que são
freqüentemente independentes da vontade e da liberdade.
Não é em nosso poder envelhecer ou menos.

Estes estados de vida são comuns não só no sentido


que igualam grupos de pessoas – as crianças, os jovens, os
anciãos, os deficientes, os enfermos –, ma mesmo no

263
Cfr. Ibidem.
264
Cfr. N. BOBBIO, L’età dei diritti, Torino 1990, 62-72.
186
sentido que cada um de nós sabe que poderia encontrar-se
na situação dos outros. Se for jovem hoje, sei que
provavelmente me tornarei velho amanhã. Se for saudável
hoje, sei que posso adoecer amanhã; e assim por diante.265

As exigências biológicas do Homem conexas à idade,


ao sexo, à saúde e à doença são agora tomadas em
consideração não já em referência aos modelos
antropológicos do Homem-proprietário ou do Homem-
produtor, mas como elas mesmas capazes de definir o
âmbito de tutela da dignidade da Pessoa, que se desdobra
historicamente nas várias fases da vida evolutiva.

Agora, no atual desenvolvimento dos direitos


humanos ainda mais distintamente se passa da tutela das
diversas situações de vida à proteção orgânica das formas e
estados de vida. Os direitos do menor, da mulher, do ancião,
são desenhados sobre a base de uma interpretação geral das
exigências do particular estado de vida e não mais somente
dos particulares problemas que os indivíduos encontram na
sua particular existência.266

A configuração interpretativa do estado de vida


delineia uma verdadeira e própria antropologia situacional,
que exatamente por isto não vale para todas as fases de vida
da Pessoa ou para a Pessoa enquanto tal. Verifica-se, assim,
uma multiplicação das antropologias pressupostas do
Direito.

265
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, Torino 2000,
25.
266
Cfr. Ibidem.
187
As velhas concepções antropológicas, como aquela do
individualismo possessivo e aquela do Homem-trabalhador
ou do homo economicus não desapareceram, mas a elas se
acrescentaram outras através de um processo de
estratificação e de fragmentação fenomenológica. A vida
humana é agora dividida em ontologias regionais e – como
disse Francesco Viola – em galhos axiológicos bem
distintos267.

Para os direitos da primeira geração – liberdades –


havia alguma justificação falar de uma antropologia do
indivíduo separado dos contextos sociais; mas para os
direitos da segunda geração – sociais –; para aqueles da
terceira geração – direitos de solidariedade, ao
desenvolvimento, à paz internacional, a um ambiente
protegido, à comunicação, etc. – e para aqueles da quarta
geração – direitos das gerações futuras, direito a um
patrimônio genético não manipulado – não se podem pensar
sem referência às relações que o Indivíduo há com os outros
indivíduos em contextos comunitários.268

Além disto, as últimas duas categorias que Francesco


Viola chama direitos sociais internacionais são claramente
produtos híbridos. Aqui elementos próprios dos direitos de
liberdade se somam àqueles próprios dos direitos Sociais.

O direito ao próprio patrimônio genético chegou


próximo ao direito à vida e à personalidade, bem como a um

267
Cfr. L. MENGONI, La tutela giuridica della vita materiale nelle
varie età dell’uomo, in IDEM, Diritto e valori, Bologna 1985, 123-
145.
268
Cfr. F. VIOLA, Etica e metaetica dei diritti umani, Torino 2000,
26.
188
direito social de proteção do fraco em relação ao poder
tecnológico. Em virtude desta mescla, de um lado a tutela
forte própria dos direitos de liberdade se comunica em certo
modo aos direitos sociais; de outro lado a atenção pelas
concretas condições de exercício, própria destes últimos, se
transmite também aos direitos de liberdade que têm o seu
ponto fraco exatamente na efetividade.269

Em geral pode-se afirmar que o discurso sobre os


direitos humanos obriga a considerar o Indivíduo não mais
como separado da comunidade e de determinados contextos
vitais. Reclamar os direitos significa sustentar que os outros
têm o dever de respeitá-los e que é um bem comum, isto é,
que os meus direitos fundamentais e aqueles dos outros são
um bem para toda a comunidade política.

É evidente que só em contextos comunitários o


Indivíduo pode tomar consciência da própria identidade e
dos próprios direitos fundamentais; só em contextos de
solidariedade pode exercitá-los e fazê-los valer.

Este é o sentido do reconhecimento. Mas isto implica


a renúncia a toda absolutez individualista no uso dos direitos
fundamentais e a assunção de uma Ética da solidariedade e
da responsabilidade. Tudo isto não pode deixar de haver
reflexos no modo de conceber a relação entre Pessoa
humana e comunidade; e faz da sociabilidade um aspecto
interno e essencial da visão antropológica.270

269
Cfr. Ibidem, 27.
270
Cfr. Ibidem.
189
190
Fontes e Bibliografia

1. Fontes.

1.1. Documentos do Magistério Eclesiástico.

1º. Documentos Conciliares.

DENZINGER, H., Enchiridion Symbolorum, definitionum


et declarationum de rebus fidei et morum, a cura de P.
HÜNERMAN, 3ª ed., Bologna 2000.
SACROSANCTUM OECUMENICUM CONCILIUM
VATICANUM SECUNDUM, const. dogm. “Dei
Verbum”, 18 de Novembro de 1965, in AAS 58 (1966)
728-739.
SACROSANCTUM OECUMENICUM CONCILIUM
VATICANUM SECUNDUM, const. past. “Gaudium et
Spes”, 7 de Dezembro de 1965, in AAS 58 (1966)
1025-1120.
SACROSANCTUM OECUMENICUM CONCILIUM
VATICANUM SECUNDUM, decl. “Dignitatis
Humanae”, 7 de Dezembro de 1965, in AAS 58 (1966)
929-946.

2º. Romanos Pontífices.

STEFANUS Pp. VI, ep. “Consuluisti de infantibus”, 887-


888, in DS 670.
NICOLAUS Pp. V, bul. “Romanus Pontifex”, 8 de Janeiro
de 1454, in Bullarum 5 (1860) 111-115.
ALEXANDER Pp. VI, bul. “Inter caetera”, 4 de Maio de
1493, in Bullarum V (1860) 361-364.

191
JULIUS Pp. II, bul. “Ea quae”, 24 de Janeiro de 1506, in
America Pontificia, primi saeculi Evangelizationis
1493-1592, Documenta Pontificia ex Registris et
Minutis Praesertim in Archivo Secreto Vaticano
Existentibus, ed. J. Metzler, I, Città del Vaticano 1991,
100-102.
PAULUS Pp. III, bul. “Sublimis Deus”, 2 de Junho de
1537, in America Pontificia, primi saeculi
evangelizationis 1493-1592, documenta pontificia ex
registris et minutis praesertim in archivo secreto
vaticano existentibus, collegit, edidit J. METZLER, III,
Città del Vaticano 1991, 364-366.
URBANUS Pp. VIII, bul. “Commissum nobis”, 22 de Abril
de 1639, in Bullarum 14 (1868) 712-714.
BENEDICTUS Pp. XIV, bul. “Immensa”, 20 de Dezembro
de 1741, P. GASPARRI (a cura de), Codicis Iuris
Canonici Fontis, I, Concilia Generalia – Romani
Pontifices, usque ad annum 1745, Roma 1926, 708-
710.
PIUS Pp. X, lit. enc. "Lacrimabili statu", 7 de Junho de
1912, in AAS 4 (1912) 521-525.
BENEDICTUS Pp. XV, lit. enc. “Pacem Dei munus”, 23 de
Maio de 1920, in AAS 12 (1920) 209-218.
PIUS Pp. XII, nunt. rad. "Con sempre nuova", 24 de
Dezembro de 1942, in AAS 35 (1943) 9-24.
PIUS Pp. XII, alloc. "Vous vous présentez", 11 de Setembro
de 1947, in AAS 39 (1947) 480-491.
PIUS Pp. XII, all. “Vegliare con sollecitudine”, 29 de
Outubro de 1951, in AAS 43 (1951) 835-854.
PIUS Pp. XII, all. "Arrivés au terme", 19 de Outubro de
1953, in AAS 45 (1953) 744-756.
PIUS Pp. XII, all. "Le XI Congrés", 24 de Fevereiro de
1957, in AAS 49 (1957) 129-147.

192
PIUS Pp. XII, all. “Le Dr Bruno Haid”, 24 de Novembro de
1957, in AAS 49 (1957) 1027-1033.
JOANNES Pp. XXIII, lit. enc. "Mater et magistra", 15 de
Maio de 1961, in AAS 53 (1961) 401-464.
JOANNES Pp. XXIII, alloc. "Siamo lieti di", 4 de Janeiro
de 1963, in AAS 55 (1963) 89-91.
JOANNES Pp. XXIII, lit. enc. "Pacem in terris", 11 de Abril
de 1963, in AAS 55 (1963) 257-304.
PAULUS Pp. VI, alloc. "Au moment", 4 de Outubro de
1965, in IPVI 3 (1965) 507-516.
PAULUS Pp. VI, lit. enc. "Populorum progressio", 26 de
Março 1967, in AAS 59 (1967) 257-299.
PAULUS Pp. VI, lit. enc. "Humanae Vitae", 25 de Julho
1968, in AAS 60 (1968) 481-503.
PAULUS Pp. VI, alloc. "Os confiamos", 23 de Agosto de
1968, in IPVI VI (1968) 376-381.
PAULUS Pp. VI, alloc. “Con grande sodisfazione”, 4 de
Novembro de 1968, in IPVI 6 (1968) 580-584.
PAULUS Pp. VI, ep. ap. “Octogesima adveniens”, 14 de
Maio de 1971, in AAS 63 (1971) 401-441.
PAULUS Pp. VI, Alloc. "We have", 22 de Maio de 1974, in
AAS 66 (1974) 342-346.
PAULUS Pp. VI, JOANNES PAULUS PP. II, Papi per la
pace. I messaggi per la Celebrazione della giornata
mondiale della pace (1968-1992), Città del Vaticano
1992.
JOANNES PAULUS Pp. II, nunt. "The signal occasion”, 2
de Dezembro de 1978, in IJPII I (1978) 258-261.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. enc. "Redemptor Hominis”,
4 de Março de 1979, in AAS 71 (1979) 257-324.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Desidero esprimere”, 2
de Outubro de 1979, in IJPII II/1 (1979) 522-540.

193
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. “Mi sia consentito”, 5 de
Outubro de 1979, in IJPII II/2 (1979) 629-643.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. “Saluto con deferenza”, 7
de Dezembro de 1979, in IJPII II/2 (1979) 1335-1338.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. enc. “Laborem Exercens”,
14 de Setembro de 1981, in AAS 73 (1981) 577-647.
JOANNES PAULUS Pp. II, adh. ap. post. "Familiaris
Consortio”, 22 de Novembro de 1981, in AAS 74
(1982) 81-191.
JOANNES PAULUS Pp. II, nunt. "La troisième journée",
12 de Outubro de 1983, in IJPII VI/2 (1983) 755-758.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Cristo Figlio di Dio”, 25
de Janeiro de 1984, in IJPII VII/1 (1984) 140-145.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. enc. "Dominum et
vivificantem”, 18 de Maio de 1986, in AAS 78 (1986)
809-900.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Ponownie witam”, 8 de
Junho de 1987, in IJPII X/2 (1987) 2029-2031.
JOANNES PAULUS Pp. II, nunt. "Le thème choisi", 16 de
Outubro de 1987, in IJPII X/3 (1987) 855-857.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. enc. "Sollicitudo rei
socialis”, 30 de Dezembro de 1987, in AAS 80 (1988)
513-586.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Je remercie vivement",
9 de Janeiro de 1988, in IJPII XI/1 (1998) 55-67.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. ap. "Mulieris Dignitatem”,
15 de Agosto de 1988, in AAS 80 (1988) 1653-1729.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Au cours du colloque",
15 de Novembro de 1988, in IJPII XI/4 (1988) 1553-
1558.
JOANNES PAULUS Pp. II, adh. ap. post. “Christifideles
Laici”, 30 de Dezembro de 1988, in AAS 81 (1989)
393-521.

194
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Votre doyen", 9 de
Janeiro de 1989, in IJPII XII/1 (1989) 60-71.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "It is not without”, 9 de
Junho de 1989, in IJPII XII/1 (1989) 1608-1615.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Je suis heoreux", 11 de
Janeiro de 1991, in IJPII XIV/1 (1991) 73-75.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. enc. "Veritatis splendor", 6
de Agosto de 1993, in AAS 85 (1993) 1133-1228.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "C’est pour moi", 25 de
Novembro de 1994, in IJPII XVII/2 (1978) 870-877.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "Sono particolarmente",
19 de Março de 1995, in IJPII XVIII/1 (1978) 537-539.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. enc. "Evangelium vitae", 25
de Março de 1995, in AAS 87 (1995) 401-522.
JOANNES PAULUS Pp. II, lit. "A ciascuna di voi", 29 de
Junho de 1995, in AAS 87 (1995) 803-812.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "È un onore", 5 de
Outubro de 1995, in IJPII XVIII/2 (1995) 730-744.
JOANNES PAULUS Pp. II, nunt. "La giustizia", 8 de
Dezembro de 1997, in IJPII XX/2 (1997) 949-959.
JOANNES PAULUS Pp. II, alloc. "À l’occasion", 23 de
Outubro de 1998, in IJPII XXI/2 (1998) 797-802.
JOANNES PAULUS Pp. II, nunt. "Nella prima Enciclica",
8 de Dezembro de 1998, in IJPII XXI/2 (1998) 1214-
1227.
JOANNES PAULUS Pp. II, nunt. "L’Annuale giornata", 16
de Outubro de 2001, in IJPII XXIV/2 (2001) 564-566.

195
3º. Documentos da Sé Apostólica.

Catechismus Catholicae Ecclesiae Autorictate Ioannis Pauli


Pp. II Promulgatus, Roma 1992.
SACRA CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI, decl.
“Quaestio de abortu”, 18 de Novembro de 1974, in AAS
66 (1974) 730-747.
SACRA CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI, decl.
“Persona Humana”, 29 de Dezembro 1975, in AAS 68
(1976) 77-96.
SACRA CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI, decl.
“Iura et bona”, 5 de Maio de 1980, in AAS 72 (1980)
542-552.
CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI, instr. “Donum
vitae”, 22 de Fevereiro de 1987, in AAS 80 (1988) 70-
102.
CONGREGATIO PRO DOCTRINA FIDEI, Lettera ai
vescovi della Chiesa Cattolica sulla collaborazione
dell’uomo e della donna nella Chiesa e nel mondo,
Città del Vaticano 2004.
PONTIFICIA ACADEMIA PRO VITA, decl. “La finalità”,
24 de Agosto de 2000, in L’Osservatore Romano (25
de Agosto de 2000) 6.
PONTIFICIA ACADEMIA PRO VITA, decl. “A partire”, 9
de Dezembro de 2000, in L’Osservatore Romano (11
de Dezembro de 2000) 6.
PONTIFICIA ACADEMIA PRO VITA, Identità e statuto
dell'embrione umano, Città del Vaticano 2000.
PONTIFICIUM CONSILIUM DE IUSTITIA ET PAX, La
Chiesa e i diritti dell’uomo, Città del Vaticano 1975.
PONTIFICIUM CONSILIUM PRO JUSTITIA ET PAX, I
Diritti dell’uomo nell’insegnamento della Chiesa, da

196
Giovanni XXIII a Giovanni Paolo II, a cura de G.
FILIBECK, Città del Vaticano 2001.
PONTIFICIUM CONSILIUM DE IUSTITIA ET PAX,
Compendio della Dottrina Sociale della Chiesa, Città
del Vaticano 2004.
PONTIFICIUM CONSILIUM PRO FAMILIA, “Carta dei
Diritti della Famiglia”, 24 de Outubro de 1983, in
L’Osservatore Romano (25 de Novembro de 1983)
inserto tabloid.
PONTIFICIUM CONSILIUM PRO FAMILIA, Diritti
dell'uomo: famiglia e politica, Città del Vaticano 1999.

1.2. Documentos Históricos.

Magna Charta Libertatum, Inglaterra, 15 de Junho de 1215,


http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
A Petição de Direitos, Inglaterra, 7 de Junho de 1628,
http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
A Lei de " Habeas Corpus Act ", Inglaterra, 1679,
http://www.direitoshumanos.usp.br
“Bill of Right”, La Carta dei Diritti che dichiara i dritti e le
libertà della persona e regola la successione della
corona, Londres, 11 de Abril de 1689, http:// www.
studiperlapace.it/documentazione/billofrights.html,
01/01/2003.
Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia, 16 de
Junho de 1776, http:// www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, França,
26 de Agosto de 1789, http://
www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

197
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, França,
Setembro de 1791, http://
www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
Doutrina Monroe, 2 de Dezembro de 1823,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
Convenção de Genebra para a Melhoria da Sorte dos
Militares Feridos nos Exércitos em Campanha, 22 de
Agosto de 1864, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado,
Rússia, 4 (17) de Janeiro de 1918,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

1.3. Documentos da Sociedade das Nações (1919 a


1945).

S.N., Pacto da Sociedade das Nações, 1919,


http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
S.N., Convenção para a supressão do tráfico de mulheres e
crianças, Genebra, 30 de Setembro de 1921,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
S.N., Mandato sobre a Palestina, 24 de Julho de 1922,
http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
S.N., Convenção para a supressão do tráfico de mulheres
maiores, Genebra, 11 de Outubro de 1933,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
S.N., Protocolo Especial relativo à apátrida, 12 de Abril de
1930, http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
S.N., Carta do Atlântico, 14 de Agosto de 1941,
http://www.direitoshumanos.usp.br
S.N., Declaração das Nações Unidas, 1° de Janeiro de
1942, http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

198
1.4. Declarações O.N.U.

O.N.U., Carta das Nações Unidas, 26 de Junho de 1945,


http://www. fd.uc.pt/ CI/CEE/pm/Tratados/carta-
onu.htm, 12/03/2005.
O.N.U., Declaração Universal dos Direitos do Homem, 10
de Dezembro de 1948,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/internacionais/declaracao_universal_dos_direitos_hu
manos.html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração dos Direitos da Criança, 20 de
Novembro de 1959,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/crianca/declaracao_dos_direitos_da_crianca.html,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre a promoção entre a juventude
dos ideais de paz, respeito mútuo e compreensão entre
os povos, 7 de Dezembro de 1965, http://www.
eselx.ipl.pt/ciencias-sociais/tratados/1965.htm,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre a concessão da independência
aos países e povos coloniais, 14 de Dezembro de 1960,
http://www. dhnet.org.br/direitos/ sip/ onu/ spovos/
dec60.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre a Eliminação da Discriminação
contra a Mulher, 7 de Novembro de 1967,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/
tratados/ mulher/declaracao1967.html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração de Direitos do Deficiente Mental, 20 de
Dezembro de 1971,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/deficientes/declaracao_direitos_deficiente_mental.ht
ml, 01/01/2003.

199
O.N.U., Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente
Humano, Estocolmo, de 5 a 16 de Junho de 1972,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/ cupula-onu/declaracao_de_estocolmo.html,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre a proteção da Mulher e da
Criança em Estados de Emergência e de Conflito
Armado, 14 de Dezembro de 1974, http://www.
direitoshumanos.usp.br/documentos/tratados/mulher/de
cl%20sobre%20protecao%20da%20mulher%20e%20d
a%20crianca.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre o uso do progresso científico e
tecnológico no interesse da Paz e em benefício da
Humanidade, 10 de Novembro de 1975, http://www.
direitoshumanos.usp.br/documentos/tratados/desenvolv
imento/decl_%20prog_cient_tec_%20paz_hum.html,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração de Direitos das Pessoas Deficientes, 9
de Dezembro de 1975,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/deficientes/declaracao_direitos_pessoas_deficientes.h
tml, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre a proteção de todas as pessoas
contra a tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis,
desumanos ou degradantes, 9 de Dezembro de 1975,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/prisioneiros/declsprotecaopessdesap.htm, 01/01/2003.
O.N.U., “Dichiarazione Universale dei Diritti dei Popoli”,
Algeri, 4 de Julho de 1976, in Il Regno (1° de Fevereiro
de 1977) 87-88.
UNESCO, Dichiarazione Universale dei Diritti
dell'Animale, Paris, 15 de Outubro de 1978,
http://www.mclink.it/assoc/lida/carta.htm, 01/01/2003.

200
O.N.U., Declaração sobre a raça e os preconceitos raciais,
Paris, 27 de Novembro de 1978,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/minorias/ decl_ sob_raca_precrac.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre os princípios fundamentais
relativos à contribuição dos meios de comunicação de
massa para o fortalecimento da Paz e da compreensão
internacional para a promoção dos Direitos Humanos
e a luta contra o racismo, o apartheid e o incitamento
à guerra, Paris, 28 de Novembro de 1978, http://www.
dhnet.org.br/direitos/sip/onu/paz/dec78.htm,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre a eliminação de todas as formas
de intolerância e discriminação fundadas na religião
ou nas convicções, 25 de Novembro de 1981,
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/paz/dec81.htm
, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre o Direito dos Povos à Paz, 12 de
Novembro de 1984,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/desenvolvimento2/decl_sob_dir_%20povos_%20paz.
html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre os direitos humanos dos
indivíduos que não são nacionais do país em que
vivem, 13 de Dezembro de 1985,
http://www.dhnet.org.br/
direitos/sip/onu/asilo/asilo85.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre os princípios sociais e jurídicos
relativos à proteção e ao bem- estar das crianças, com
particular referência à colocação em lares de guarda,
nos planos nacional e internacional, 3 de Dezembro de
1986,

201
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/c_a/dec86.htm
, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento, 4
de Dezembro de 1986,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/desenvolvimento/declaracao_sobre_o_direito_ao_des
envolvimento.html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração Mundial Sobre Educação Para Todos,
Plano de Ação Para Satisfazer as Necessidades
Básicas de Aprendizagem, Jomtien, Tailândia, 5 a 9 de
Março de 1990,
http://www.unicef.org/brazil/jomtien.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, Rio de Janeiro, 3 a 21 de 1992,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/ meioambiente/ rio92.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração e Programa de Ação de Viena, Viena,
14 a 25 de Junho de 1993,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/cupula-onu/cupula-onu. html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração Universal dos Direitos dos Povos
Indígenas, 1993, http://www.
dhnet.org.br/direitos/sip/onu/indios/decindio.htm,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração de Salamanca sobre Princípios,
Política e Prática em Educação Especial, Salamanca,
Espanha, 10 de Junho de 1994,
http://www.dhnet.org.br/
direitos/sip/onu/educar/salamanc.htm, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração e Programa de Ação da Cúpula
Mundial sobre Desenvolvimento Social, Copenhague,
Dinamarca, 06 à 12 de Março de 1995, http:// www.

202
direitoshumanos. usp. br/ documentos/ tratados/
cupula-onu/ copenhague. html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração de Pequim adotada pela Quarta
Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para
Igualdade, Desenvolvimento e Paz, 15 de Setembro de
1995,
http://www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratado
s/cupula-onu/ declaracao_ de_pequim.html,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração dos Princípios da Cooperação Cultural
Internacional, 4 de Novembro de 1996,
http://www.direitoshumanos.usp.br/
documentos/tratados/
cultura/declaracao_principios_cooperacao_cultural.htm
, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração de Roma Sobre a Segurança Alimentar
Mundial, Roma, 17 de Novembro de 1996,
http://www.fao.org/docrep/003/w3613p/w3613p00.htm
, 01/01/2003.
UNESCO, Declaração Universal sobre o Genoma Humano
e os Direitos do Homem, 29° sessão, 1997,
http://www.dhnet.org.br/direitos/ DireitosGlobais/
Paradigmas_ textos/ genomahum.html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração Mundial sobre Educação Superior no
Século XXI: Visão e Ação, Paris, 9 de Outubro de
1998, http://www.interlegis.gov.br/
processo_legislativo/
copy_of_20020319150524/20030620161930/20030623
111830/view, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração de Dakar: Texto adotado pela Cúpula
Mundial de Educação, Dakar, Senegal, de 26 a 28 de
Abril de 2000, http://www.direitoshumanos.usp.br/

203
documentos/tratados/educacao2/decldakar.htm,
01/01/2003.
O.N.U., Declaração do Milênio das Nações Unidas, 08 de
Setembro de 2000, http://
www.direitoshumanos.usp.br/documentos/tratados/cup
ula-onu/ mileninum.html, 01/01/2003.
O.N.U., Declaração do Panamá, "Unidos pela Infância e
Adolescência, Base da Justiça da Eqüidade no Novo
Milênio ", 18 de Novembro de 2000, http://www.
Direitos humanos.usp.br/documentos/tratados/cupula-
onu/panama.html, 01/01/2003.

1.5. Convenções O.I.T.

O.I.T., Convenção sobre Trabalhadores migrantes,


Genebra, 1 de Julho de 1949, (revista em 1949),
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre o Direito de Organização e de
Negociação Coletiva, 8 de Junho de 1949,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre Igualdade de Remuneração, 29 de
Junho de 1951, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.I.T., Convenção Relativa ao Amparo à Maternidade, 35.ª
Sessão da Conferência, em Genebra, 1952,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre Abolição do Trabalho Forçado, 25
de Junho de 1957, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre a Discriminação em Emprego e
Profissão, 25 de Junho de 1958,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

204
O.I.T., Convenção sobre Igualdade de tratamento dos
nacionais e não-nacionais em matéria de previdência
social, Genebra, 1962, http://www. direitoshumanos.
usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre a Política de Emprego, 09 de Julho
de 1964, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.I.T., Convenção Fixação de Salários Mínimos,
Especialmente nos Países em Desenvolvimento,
Genebra, 3 de Junho de 1970, http://www.
Direitoshumanos. usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre Representantes dos
Trabalhadores, Genebra, 23 de Junho de 1971,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre Idade Mínima para Admissão em
Emprego, Genebra, 6 de Junho de 1973,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção Relativa às Migrações em Condições
Abusivas e à Promoção da Igualdade de
Oportunidades e de Tratamento dos Trabalhadores
Migrantes, Genebra, 24 de Junho de 1975,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção Relativa à Igualdade de Oportunidades e
de Tratamento para os Trabalhadores dos dois Sexos:
Trabalhadores com Responsabilidades Familiares,
Genebra, 3 de Junho de 1981,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção sobre Reabilitação Profissional e
Emprego de Pessoas Deficientes, Genebra, 1º de Junho
de 1983, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.I.T., Convenção Nº 168: Promoção do Emprego e
Proteção Contra o Desemprego, Genebra, 1o de junho

205
de 1988, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.I.T., Convenção Relativa aos Povos Indígenas e Tribais
em Países Independentes, Genebra, 7 de Junho 1989,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.I.T., Convenção Relativa à Interdição das Piores Formas
de Trabalho das Crianças e à Ação Imediata com Vista
à sua Eliminação, Genebra, 1 de Junho de 1999,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

1.6. Convenções e Pactos O.N.U.

O.N.U., Convenção da Organização das Nações Unidas


para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), 16 de
Novembro de 1945, http://www. direitoshumanos.
usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção para a prevenção e a repressão do
crime de genocídio, Paris, 9 de Dezembro de 1948,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção de Genebra I: Convenção para
Melhorar a Situação dos Feridos e Doentes das Forças
Armadas em Campanha, 12 de Agosto de 1949,
http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção de Genebra II: Convenção para
melhorar a Situação dos Feridos, Doentes e Náufragos
Das Forças Armadas no Mar, 12 de Agosto de 1949,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção de Genebra III: Convenção de Genebra
Relativa ao Tratamento dos Prisioneiros de Guerra, 12
de Agosto de 1949, http://www. direitoshumanos.
usp.br, 01/01/2003.

206
O.N.U., Convenção de Genebra IV: Relativa à Proteção das
Pessoas Civis em Tempo de Guerra, 12 de Agosto de
1949, http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção sobre Repressão do Tráfico de Pessoas
e do Lenocínio, Nova Iorque, 21 de Março de 1950,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados, 28
de Julho de 1951, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.N.U., Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher,
31 de Março de 1953,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção Sobre a Escravatura Assinada em
Genebra, 25 de Setembro de 1926, e Emendada pelo
Protocolo Aberto à Assinatura ou à Aceitação na Sede
da Organização das Nações Unidas, Nova York, 7 de
Dezembro de 1953,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção para a Proteção dos Bens Culturais em
caso de Conflito Armado (Convenção da Haia), 14 de
Maio de 1954, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.N.U., Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, 28 de
Setembro de 1954, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.N.U., Convenção Suplementar Sobre Abolição da
Escravatura, do Tráfico de Escravos e das Instituições
e Práticas Análogas & agrave; Escravatura, Genebra,
7 de Setembro de 1956,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção sobre a nacionalidade da Mulher
casada, 29 de Janeiro de 1957,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

207
O.N.U., Convenção relativa à luta contra as discriminações
na esfera do ensino, 14 de Dezembro de 1960,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção sobre o consentimento para o
matrimônio, a idade mínima para casamento e
registros de casamentos, 7 de Novembro de 1962,
http://www. direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção Internacional sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Racial, 21 de
Dezembro de 1965, http://www. direitoshumanos.
usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos,
16 de Dezembro de 1966,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais, 16 de Dezembro de 1966,
http://www.direitoshumanos.usp.br
O.N.U., Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes
de Guerra e dos Crimes Contra a Humanidade, 26 de
Novembro de 1968, http://www. direitoshumanos.
usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Diritti dell'uomo, Dichiarazione Universale dei
Diritti dell'Uomo. Patti Internazionali sui Diritti
dell'Uomo, Roma 1978.
O.N.U., Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Contra as Mulheres, 18 de
Dezembro de 1979,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos
ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, 1984,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

208
O.N.U., Convenção sobre os Direitos da Criança, 20 de
Novembro de 1989,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento,
Produção, Armazenagem e Utilização de Armas
Químicas e sobre a sua Destruição, 13 de Janeiro de
1993, http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Convenção relativa à Projeção das Crianças e à
Cooperação em matéria de Adoção Internacional, 29
de Maio de 1993, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.N.U., Convenção Sobre a Proibição da Utilização,
Armazenagem, Produção e Transferência de Minas
Antipessoal e Sobre a sua Destruição, 18 de Setembro
de 1997, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.

1.7. Protocolos e Resoluções O.N.U.

O.N.U., Protocolo de Emenda da Convenção para a


Repressão do Tráfico de Mulheres e Crianças,
concluído em Genebra, a 30 de setembro de 1921, e da
Convenção para a Repressão de Tráfico de Mulheres
Maiores, concluída em Genebra , a 11 de outubro de
1933, Lake Sucess, em 12 de Dezembro de 1947,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Resolução da Assembléia Geral, de 14 de dezembro
de 1962, com o título de "Soberania permanente sobre
os recursos naturais", http://www.direitoshumanos.
usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados, 16 de
Dezembro de 1966,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

209
O.N.U., Protocolo Facultativo Referente ao Pacto
Internacional sobre os Direitos Civis e Politicos, 16 de
Dezembro de 1966,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Protocolo I Adicional às Convenções de Genebra
de 12 de Agosto de 1949 relativo à Proteção das
Vítimas dos Conflitos Armados Internacionais, 8 de
Junho de 1977, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.N.U., Protocolo II Adicional às Convenções de Genebra
de 12 de Agosto de 1949 relativo à Proteção das
Vítimas dos Conflitos Armados Não Internacionais, 8
de Junho de 1977, http://www.direitoshumanos.usp.br,
01/01/2003.
O.N.U., Quarto Protocolo Adicional à Convenção sobre a
Proibição ou Limitação do Uso de Certas Armas
Convencionais Que Podem Ser Consideradas como
Produzindo Efeitos Traumáticos Excessivos ou Ferindo
Indiscriminadamente, sobre Armas Laser que Causam
a Cegueira, 13 de Outubro de 1996,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
O.N.U., Protocolo de Quioto: Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Quioto,
Japão, 14 de Dezembro de 1997, http://www.
direitoshumanos. usp.br, 01/01/2003.

210
1.8. Documentos C.E.

C.E., Convenzione Europea per la salvaguardia dei diritti


dell'uomo e delle libertà fondamentali, Roma, 4 de
Novembro de 1950, http://www.studiperlapace.it/
documentazione/europconv.html, 01/01/2003.
C.E., IV Protocollo addizionale alla Convenzione europea
per la salvaguardia dei diritti dell'uomo e delle libertà
fondamentali, Strasburgo, 16 de Setembro de 1963,
http://www.studiperlapace.it/documentazione/europrot
4.html, 01/01/2003.
C.E., Conferenza sulla Sicurezza e la Cooperazione in
Europa, Atto Finale, Helsinki, 1° de Agosto de 1975,
http://www.regione.taa.it/biblioteca/normativa/ Org_
internazionali/Osce/Helsinki%201975.pdf, 01/01/2003.
C.E., Conferenza sulla Sicurezza e la Cooperazione in
Europa, 8 de Março de 1978,
http://www.osce.org/docs/italian/1973-
1990/follow_ups/belg78i.pdf, 01/01/2003.
C.E., VI Protocollo addizionale relativo all'abolizione della
pena di morte alla Convenzione europea per la
salvaguardia dei diritti dell'uomo e delle libertà
fondamentali, Strasburgo, 28 de Abril de 1983,
http://www.studiperlapace.it/
documentazione/europrot6.html, 01/01/2003.
C.E., VII Protocollo addizionale alla Convenzione europea
per la salvaguardia dei diritti dell'uomo e delle libertà
fondamentali, Strasburgo, 22 de Novembro de 1984,
http://www.studiperlapace.it/documentazione/europrot
7.html, 01/01/2003.
C.E., Dichiarazione del Consiglio Europeo sui diritti umani,
Luxembourg, 28-29 de Junho de 1991,

211
http://www.studiperlapace.it/ documentazione/
lussemburgo91. html, 01/01/2003.
C.E., Trattato Sull’Unione Europea, 7 de Fevereiro de
1992, Gazzetta ufficiale n. C 191 de 29 de Julho de
1992, http://europa.eu.int/eur-lex/it/treaties/dat/
EU_treaty.html#0001000001, 01/01/2003.
C.E., Dichiarazione di Vienna sui diritti umani, Vienna, 10
de Dezembro de 1998,
http://www.studiperlapace.it/documentazione/vienna98
.html, 01/01/2003.
C.E., Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia,
Bruxelles, 28 de Setembro de 2000 / Nizza 7-9 de
Dezembro de 2000, http:// www.cartadeidiritti.net/
cartadeidiritti/lacarta_pt.asp, 01/01/2003.

1.9. Documentos O.E.A.

O.E.A., Declaração Americana dos Direitos e Deveres do


Homem, Bogotá, Abril de 1948, http:// www.
direitoshumanos.usp.br/ counter/ Sistema_inter/ texto/
texto_2. html, 01/01/2003.
O.E.A., Convenção Interamericana sobre a Concessão dos
Direitos Civis à Mulher, Bogotá, 30 de março a 2 de
Maio de 1948, http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/texto/texto_4.html, 01/01/2003.
O.E.A., Convenção Interamericana sobre a Concessão dos
Direitos Políticos da Mulher, Bogotá, 2 de Maio de
1948, http://www.direitoshumanos.usp.br/ counter/
Sistema_inter/texto/texto_5.html, 01/01/2003.
O.E.A., Convenção Americana de Direitos Humanos,
(Pacto de San José da Costa Rica), San José da Costa
Rica, 22 de Novembro de 1969, http://www.

212
direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/texto/texto_3.html, 01/01/2003.
O.E.A., Estatuto da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, La Paz, Bolívia, Outubro de 1979,
http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/ texto/texto_8.html, 01/01/2003.
O.E.A., Estatuto da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, La Paz, Bolívia, Outubro de 1979,
http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/ texto/texto_13.html,
01/01/2003.
O.E.A., Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a
Tortura, Cartagena das Índias (Colômbia), 9 de
Dezembro de 1985,
http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/texto/texto_6.html, 01/01/2003.
O.E.A., Protocolo à Convenção Americana Sobre Direitos
Humanos Referente à Abolição da Pena de Morte,
Paraguai, 8 de Junho de 1990, http://www.
direitoshumanos.usp.br/ counter/
Sistema_inter/texto/texto_10.html, 01/01/2003.
O.E.A., Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência Contra a Mulher: "Convenção
de Belém do Pará", 6 de Junho de 1994,
http://www.direitoshumanos.usp.br/counter/Sistema_in
ter/texto/texto_7.html, 01/01/2003.
O.E.A., Convenção Interamericana sobre o
Desaparecimento Forçado de Pessoas, Belém do Pará,
9 de Junho de 1994,
http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/texto/texto_11.html, 01/01/2003.
O.E.A., Regulamento da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, 9 a 20 de Setembro de 1996,

213
http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/ texto/texto_14.html,
01/01/2003.
O.E.A., Regulamento da Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, 25 de Abril de 1997,
http://www.direitoshumanos.usp.br/
counter/Sistema_inter/texto/ texto_12.html,
01/01/2003.
O.E.A., A Organização dos Estados Americanos – OEA,
Washington, 1997, http:// www.
direitoshumanos.usp.br/ counter/Sistema_ inter/ texto/
texto_ 1. html, 01/01/2003.
O.E.A., Protocolo Adicional à Convenção Interamericana
Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, "Protocolo de San
Salvador", San Salvador, El Salvador, 17 de Novembro
de 1998, http://www.
direitoshumanos.usp.br/counter/Sistema_inter/texto/tex
to_9.html, 01/01/2003.

1.10. Documentos Brasileiros.

Lei de Extinção do Tráfico Negreiro no Brasil, Lei n. 581, 4


de Setembro de 1850,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
Lei do Ventre Livre, 28 de Setembro 1871,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
Lei dos Sexagenários, 28 de Setembro de 1885,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.
Lei Áurea, Lei n. 3.353, 13 de Maio de 1888,
http://www.direitoshumanos.usp.br, 01/01/2003.

214
Estatuto da Criança e Adolescente – ECA, http://www.
direitoshumanos.usp.br/
counter/Brasil/texto/texto_2.html, 01/01/2003.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, Constituição
da República Federativa do Brasil, 5 de Outubro de
1988, http://www.interlegis.gov.br, 01/01/2003.
Estatuto do Idoso, Brasília, 1o de Outubro de 2003,
http://www. direitoshumanos.usp.br/
counter/Brasil/texto/texto_5.html, 01/01/2003.
Estatuto do Desarmamento, Lei n. 10.826, 22 de Dezembro
de 2003, http://www.
direitoshumanos.usp.br/counter/Brasil/texto/texto_6.ht
ml, 01/01/2003.

1.11. Outras Declarações.

O.U.A., Carta Africana dos Direitos do Homem e dos


Povos, 26 de Junho de 1981,
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/africa/CartaAfrica
na.html, 01/01/2003.
C.I.E., Dichiarazione Universale dei Diritti dell’Uomo
nell’Islam, Paris, 19 de Setembro de 1981,
http://www.islamitalia.it/italia/diritti.html, 01/01/2003.
O.C.I., Dichiarazione del Cairo dei diritti dell’uomo
nell’Islam, 5 de Agosto de 1990,
http://dex1.tsd.unifi.it/jg/it/index.htm?surveys/islam/ ,
01/01/2003.
L.E.A., Carta Araba dei Diritti dell’uomo, 15 de Setembro
de 1994,
http://dex1.tsd.unifi.it/jg/it/index.htm?surveys/islam/,
01/01/2003.

215
1.12. Outros Documentos.

ALTO COMMISSARIATO DELLE NAZIONI UNITE


PER I RIFUGIATI, I rifugiati nel mondo 1993, Roma
1994.
AMNESTY INTERNATIONAL, (a cura de), Tortura,
Madrid 1984.
AMNESTY INTERNATINAL, Tortura anni ’80, Trieste
1985.
AMNESTY INTERNATIONAL, Tortura, Torino 1986.
AMNESTY INTERNATIONAL, (a cura de), Donne,
Rapporto sulle violazioni dei diritti umani delle donne,
Sonda 1991.
AMNESTY INTERNATIONAL, Itinerari didattici, s.l.
1992.
AMNESTY INTERNATINAL, Medici e tortura, Roma
1997.
AMNESTY INTERNATIONAL, Liberi di essere, Stori a
lieto fine di Amnesty International, Fiesole 1997.
AMNESTY INTERNATIONAL, Il tempo dei diritti,
Piccolo “ideario” per l’educazione ai diritti umani,
Fiesole 1998.
AMNESTY INTERNATIONAL, Rapporto Annuale 1998,
Firenze 1998.
AMNESTY INTERNATIONAL, Introduzione ai diritti
umani, A 50 anni dalla Dichiarazione universale,
Fiesole 1998.
ASSOCIAZIONE NESSUNO TOCCHI CAINO, La pena
di morte nel mondo, Venezia 2001.
CARITAS AMBROSIANA (a cura de), Obiettori di
coscienza, Milano 1989.
CARITAS ITALIANA, Obiezione alla violenza. Servizio all
uomo, Roma 1982.

216
CARITAS ITALIANA, Terra e pace, Roma 1985.
CARITAS ITALIANA (a cura de), Messaggi di pace, Paolo
VI e Giovanni Paolo II: i messaggi delle Giornate
Mondiali della Pace, Roma 1994.
CBUCSC, “Contro la cosiddetta ‘riduzione’ embrionale
(Documento n. 2/1996)”, in Anime e Corpi 188 (1996)
813-817.
CENTRO ITALIANO DI SESSUOLOGIA, Procreazione
responsabile, a cura de O. LA PIETRA, Torino 1968.
COMISIÓN DE DERECHOS HUMANOS DEL D.F., -
INSTITUTO NACIONAL INDIGENISTA, Código de
conducta para combartir el acoso sexual, Protección
de la dignidad de la mjuer y del hombre en el trabajo,
Instituto de la Mujer, Madrid 1992.
COMISIÓN DE DERECHOS HUMANOS DEL D.F.-
INSTITUTO NACIONAL INDIGENISTA, Derechos
Humanos, Cartilla de los indígenas, México 1996.
COMISIÓN DE LAS COMUNIDADES EUROPEAS,
Mujeres y desarrollo, Cooperación con los países de
América Latina, Asia y el Mediterráneo, Gestión del
ciclo de un proyecto y Resumen de procedimientos,
Bruselas 1993.
COMITATO GIUSTIZIA E PACE DEL GUATEMALA,
Militari e genocidio in Guatemala, Bologna 1985.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Bioetica
e formazione nel sistema sanitario, Roma 1991.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA,
Definizione e accertamento della morte nell'uomo,
Roma 1991.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA,
Documento sulla sicurezza delle biotecnologie, Roma
1991.

217
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Parere
del Comitato Nazionale per la Bioetica sulla proposta
di risoluzione sull'assistenza ai pazienti terminali,
Roma 1991.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Diagnosi
prenatali, Roma 1992.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Bioetica
con l'infanzia, Roma 1994.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Bioetica
e ambiente, Roma 1995.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Bioetiche
a confronto. Atti del Seminario di Studio, 20 de
Outubro de 1995.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Progetto
genoma umano, Roma 1995.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Questioni
bioetiche relative alla fine della vita umana, Roma
1995.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, “Identità
e statuto dell’embrione umano, 22 giugno 1995 –
Forum: Dalla bioetica alla biopolitica, il “caso
embrione umana””, in Rivista di Teologia Morale 4
(1996) 469-511.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, “Identità
e statuto dell’embrione umano”, in Presidenza del
Consiglio dei Ministri 27 de Junho de 1996, 18.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Il
neonato anencefalico e la donazione di organi, Roma
1996.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Bioetiche
a confronto, Roma 1997.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Identità e
statuto dell'embrione umano, Roma 1997.

218
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, Pareri
del Comitato Nazionale per la Bioetica su,
Convenzione per la protezione dei diritti dell'uomo e la
biomedicina" (Consiglio d'Europa) e\"Bozza
preliminare di dichiarazione universale sul genoma
umano e i diritti umani (Unesco), Roma 1997.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, La
clonazione, Roma 1998.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA,
Orientamenti bioetici per i test genetici, Roma 1999.
COMITATO NAZIONALE PER LA BIOETICA, 1999,
Roma, Orientamenti bioetici per i test genetici, Roma
2000.
COMITATO PRO LIFE DEI VESCOVI CATTOLICI
STATUNITENSI, “Nutrizione e idratazione:
considerazioni morali e pastorali”, in L’Osservatore
Romano (11 de Dezembro de 1992) 5.
COMMISSIONE INDIPENDENTE SUI DIRITTI UMANI
INTERNAZIONALI (a cura de), Fame, un disastro
creato dall’uomo, Milano 1985.
CONSEJO SUPERIOR DE INVESTIGACIONES
CIENTIFICAS, Introduccion: del genocidio a la
promocion del Indio, Madrid 1986.
FEDERAZIONE INTERNAZIONALE DELLE
ASSOCIAZIONE MEDICI CATTOLICI ITALIANI, Il
medico a servizio della vita, Roma 1982.
FONDAZIONE INTERNAZIONALE NOVA SPES, Per
una carta dei fondamentali valori umani, Roma 1993.
Il Corano, a cura de M. M. MORENO, Torino 1967.
INSTITUTO DE INVESTIGACIONES JURIDICAS, La
libertad religiosa, México 1996.
ISIS INTERNACIONAL, Transiciones, Mujeres en los
procesos democráticos, Santiago de Chile 1990.

219
ISIS INTERNACIONAL, El espaccio posible, Mujeres en
el poder local, Santiago de Chile 1993.
ISIS INTERNACIONAL, De Nairobi a Beijeng,
Diagnósticos y propuestas, Santiago de Chile 1995.
ISTITUTO ITALIANO DI RICERCHE SULLA PACE
(IPRI), I movimenti per la pace, Torino 1986.
ISTITUTO TEOLOGICO MARCHIGIANO, La libertà,
Fermo 2002.
MOVIMENTO PER LA VITA ITALIANO, (a cura de),
Manuale sull'aborto, Milano 1978.
REDE NACIONAL FEMINISTA DE SAÚDE E
DIREITOS REPRODUTIVOS, Dossiê Violência
Contra a Mulher - interesse de toda a sociedade, Brasil
1999.
REGIONE LAZIO – CENTRO D’INFORMAZIONE
DELL’ONU PER L’ITALIA E MALTA, Una
vocazione delle Nazioni Unite: la causa dei diritti
Dell'uomo, Roma1989.
UNESCO, I diritti dell’uomo, 1949, trad. it., Milano 1960.

220
2. Bibliografia de Apoio.

2.1. Autores Clássicos.

1º. Antigos.

AMBROSIUS MEDIOLANENSIS, “De officiis


ministrorum”, Liber I, in PL 16 (1880) coll. 25-110.
AMBROSIUS MEDIOLANENSIS, “Epistola XXXVII”, in
PL 16 (1880) coll. 1120-1142, 32.
ARISTÓTELES, Topicorum libri VII, ed. Bekker 1831.
ARISTÓTELES, Della filosofia, Roma 1963.
ARISTÓTELES, “Etica Eudemia”, in Classici della
Filosofia, Etiche di Aristotele (Classici UTET,
ARISTOTELE, 5), a cura de L. CAIANI, [Torino
1996], 65-186.
ARISTÓTELES, Discorsi sull'esistenza, Cinisello Balsamo
(MI) 1996.
ARISTÓTELES, Politica, Roma 1996.
ARISTÓTELES, Metafisica (Bompiani Testo a Fronte, 1), a
cura de G. REALE, Milano 2000.
ARISTÓTELES, Etica Nicomachea (Bompiani Testo a
Fronte, 4), a cura de C. MAZZARELLI, Milano 2001.
AUGUSTINUS, A., “Confessionum”, in PL 32 (1877) coll.
659-867.
AUGUSTINUS, A., “De Doctrina christiana”, in PL 34
(1887) coll. 15-122.
AUGUSTINUS, A., “De gratia et libero arbitrio”, in PL 44
(1865) coll. 881-912.
AUGUSTINUS, A., “De ordine”, in PL 32 (1877) coll. 977-
1020.
AUGUSTINUS, A., “Epistola CLVII”, in PL 33 (1902)
coll. 1129-1142.

221
CLEMENTE DE ALEXANDRIA, “Stromatum”, Liber I, in
PG VIII (1891) coll. 686-930.
CLEMENTE DE ALEXANDRIA, “Stromatum”, Liber II,
in PG VIII (1891) coll. 930-1098.
DEMOCRITO, “Framenti 165”, in M. ANDOLFO, Atomisti
Antichi, Testimonianze e Frammenti, secondo la
raccolta di H. Diels e W. Kranz, (Testimonianze e
Frammenti, 86), Santarcangelo di Romagna (RN) 1999,
259-425.
EPICTETUS Epicteti Dissertationes, Lipsiae 1916.
EPICTETUS, Manuale, trad. it., Bari 1961.
IRINEUS, “Adversus haereses”, liber IV, in SC 100, 2
(1965) 382-995.
LACTANTIUS, L. C. F., “De Divinis Institutionibus”,
Liber III, “De falsa Sapientia Philosophorum”, in PL 6
(1844) coll. 347-448.
LACTANTIUS, L. C. F., “De Divinis Institutionibus”,
Liber V, “De Justitia”, in PL 6 (1844) coll. 546-634.
LACTANTIUS, L. C. F., “De Divinis Institutionibus”,
Liber VI, “De vero cultu”, in PL 6 (1844) coll. 634-
732.
PLOTINUS, Enneadi, trad. it., Torino 1997.
SENECA, L. A., Philosophi Opera ad Optimas Editiones
Collata Prae Mittitur Notitia Literaria, Studis
Societatis Bipontinae, II, De Clementia, Biponti 1782,
3-42.
SENECA, L. A., Philosophi Opera ad Optimas Editiones
Collata Prae Mittitur Notitia Literaria, Studis
Societatis Bipontinae, III, Epistolae, 1782, 3-8.
SOFOCLES, Antigone, trad. it., Milano 1982.

222
2º. Medievais.

BOETHIUS, A. M. T. S., "Liber De persona et duabus


Nautris", in PL 64 (1891) coll. 1337-1354.
DE LAS CASAS, B., Apologetica Historia Sumaria (Obras
Completas, 8), III, trad. esp. a cura de V. A.
CASTELLÓ (et alii), Madrid 1992.
DE LAS CASAS, B., Obras Completas, trad. esp., a cura de
V. A. CASTELLÓ (et alii), Madrid 1992.
DE VITORIA, F., Relecciones teológicas, trad. esp., Madrid
1933.
DE VITORIA, F., Relecciones del estado, de los indios, y
del derecho de la guerra, trad. esp., México 1974.
DE VITORIA, F., Relectio de Indis, Bari 1996.
ERIUGENA, J. S., De divisione naturae libri quinque, diu
desiderati, Frankfurt 1964.
GINÉS DE SEPÚLVEDA, J., Democrates segundo, o, De
las justas causas de la guerra contra los Indios,
Madrid 1951.
GINÉS DE SEPÚLVEDA, J., Tratados políticos de Juán
Ginés de Sepúlveda, exhortación a la guerra contra los
Turcos. - Del reino y deberes del rey. - De la
compatibilidad entre la milicia y la religión, Madrid
1963.
LUTHER, M., Scritti politici, trad. it., Torino 1978.
MARSILIO FICINO, Opera omnia, Torino 1962.
MARSILIO FICINO, Theologia Platonica (Filosofi
Moderni, 7 e 8), a cura de M. SCHIAVONE, I-II,
Bologna 1965.
MARSILIUS PATAVINUS, Defensor pacis, Leipzig 1914;
trad. it. Il difensore della pace, Milano 2001.
NICOLAUS DE CUSA, De concordatia Catholica, 1433, a
cura de P. GAIA, Torino 1971.

223
NICOLAUS DE CUSA, De docta ignorantia, 1440, a cura
de P. ROTTA, Bari 1913; trad. it., La dotta ignoranza,
Roma 1991.
NICOLAUS DE CUSA, “De visione Dei”, 1453, in Opera
omnia, Hamburgi 2000.
PICO DELLA MIRANDOLA, G., De hominis dignitate,
trad. it., Discorso sulla dignità dell’uomo, Brescia
1987.
TOMÁS DE AQUINO, Metaphisicorum Aristoteles, a cura
de R. M. SPIAZZI, Romae 1950.
TOMÁS DE AQUINO, Summa Theologiae, Cinisello
Balsamo (MI) 1988.
TOMÁS DE AQUINO, Quaestiones Disputatae, De
Veritate, Quaestio Vigesima Secunda, De Appetitu
Boni, in Le questioni Disputate, III, La Verità, a cura
de P. R. COGGI, Bologna 1993, 72-193.
TOMÁS DE AQUINO, Somma contro i gentili (Classici
delle religioni, sezione quarta fondata da Piero
Rossano, La religione cattolica), trad. it. a cura de T. S.
CENTI, Torino 1997.
TOMÁS DE AQUINO, Commento all’Etica Nicomachea di
Aristotele (Opere di San Tommaso 9), I, trad. it. a cura
de L. PEROTTO, Bologna 1998.
TOMÁS DE AQUINO, Il male (Bompiani Testi a Fronte,
40), trad. it. a cura de F. FIORENTINO, Milano 2001.
TOMÁS DE AQUINO, De ente et essentia (Bompiani Testi
a Fronte, 49), trad. it. a cura de P. PORRO, Milano
2002.

224
3º. Modernos.

CALVINO, J., Institutionem Christianae Religionis, libri


quattuor, Amstelodami 1667.
DESCARTES, R., Méditations touchant la première
philosophie, 1641, trad. it. de A. TILGHER,
Meditazioni riguardanti la filosofia prima, 3° ed., Bari
1954.
GROTIUS, H., De iure belli ac pacis libri tres, in quibus ius
naturae et gentium, item iuris publici praecipua
explicantur (1625), a cura di P. C. Molhuysen, Sijthoff,
Lugduni Batavorum 1919.
HOBBES, T., De cive (1642), trad. it., Elementi filosofici
sul cittadino, Torino 1994.
HOBBES, T., Leviathan, New York 1950, trad. it.
Leviatano (Biblioteca Universale Laterza, 295), a cura
di A. Pacchi, Roma-Bari 2000.
HUME, D., “Treatise of Human Nature”, 1739, trad. it., in
Opere Filosofiche, I, Trattato sulla natura umana
(Biblioteca Universale Laterza, 191), trad. ital., a cura
de E. LECALDANO, Roma - Bari 2002.
LEIBNIZ, G. W., Nouveaux essais sur l’entendement
humain, 1703, trad. it. de E. CECCHI, Nuovi Saggi
sull'intelletto umano, I-II, Bari 1925.
LOCKE, J., An Essay concerning Human Understanding,
1690, trad. it. de C. PELLIZZI, Saggio sull'intelligenza
umana (Biblioteca Universale Laterza, 259), [Roma –
Bari 2001].
MONTESQUIEU, C.-L. de S., Lo spirito delle leggi, trad.
it., Venezia 1821.
SPINOSA, B., Tractatus theologicus-politicus, 1670, trad.
it. a cura de A. DROETTO, - E. GIANCOTTI
BOSCHERINI, Torino 1972.

225
SPINOSA, B., Ethica, trad. it., Milano 1994.
SPINOSA, B., Tractatus politicus (1677), trad. it. a cura de
P. CRISTOFOLINI, Pisa 1999.
PASCAL, B., Pensées, trad. it., Pensieri, a cura de Ph.
SELLIER, Roma 2003.
VON PUFENDORF, S., De jure naturae et gentium, libri
octo, cum integris commentariis virorum
clarissimorum, Jo. Nicolai Hertii, atque Joannis
Barbeyraci, accedit, eris scandica, recensuit &
anmadversionibus ilustravit G. Mascovius, I-III,
Frankfurt 1759.
VON PUFENDORF, S., Principi di diritto naturale, trad. it.
a cura de N. BOBBIO, Torino 1943.
WOLFF, Ch., Institutiones juris naturae et gentium im
quibus ex ipsa hominis natura continuo nexu omnes
obligationes et jura omnia deducuntur, Venetiis 1769.
WOLFF, Ch., Psychologia rationalis, Hildesheim 1972.

226
4º. Contemporâneos.

BENTHAM, J., Introduzione ai principi della morale e


della legislazione, trad. it., Torino 1998.
BERGSON, H., L'évolution créatrice, Paris 1911.
BERGSON, H., Le due fonti della morale e della religione,
trad. it., Milano 1950.
COMTE, A., Syztème de politique positive, ou Traté de
Sociologie, Instituant la Religion de l’Humanité, Paris 1851.
DEWEY, J., Logica, teoria dell'indagine, trad. it., Torino
1949.
DEWEY, J., Saggi pedagogici, trad. it., Firenze 1950.
DEWEY, J., Esperienza e natura, trad. it., Milano 1973.
DURKHEIM, H., Il Suicidio, trad. it., Torino 1969.
FEUERBACH, L., Wesen des Christentum, trad. it.,
L'Essenza del Cristianesimo, Milano 1971.
FICHTE, J. G., Fondamento del diritto di natura, trad. it.,
Lipsia 1796.
FICHTE, J. G., Dottrina morale secondo i principi della
dottrina della scienza, trad. it., Milano 1918.
FICHTE, J. G., Sulla rivoluzione francese sulla libertà di
pensiero, trad. it., Bari 1966.
FICHTE, J. G., Ueber den Begriff der Wissenschaftsehre
oder der sogenannten Philosophie, 1794, trad. it., Sul
concetto della Dottrina della scienza, Bari 1993.
FICHTE, J. G., Scritti sulla dottrina della scienza, 1794-
1804, trad. it., Torino 1999.
FREUD, S., Al di là del principio di piacere, trad. it.,
[Torino] 1980.
HEGEL, G. W. F., Vorlesungen über die Philosophie der
Geschichte, Leipzig 1924, trad. it., Lezioni sulla
filosofia della storia, Firenze 1963.

227
HEGEL, G. W. F., Grundlinien der Philosophie des Rechts,
1821, trad. it. a cura de G. MARINI, Lineamenti di
filosofia del diritto, Diritto naturale e scienza dello
stato in compendio (Biblioteca Universale Laterza,
209), Roma - Bari 2001.
HEIDEGGER, M., Sein und Zeiti, trad. it. a cura de P.
CHIODI, Essere e tempo, Milano 1953.
HUSSERL, E., “Fenomenologia”, trad. it., Milano 1992.
HUSSERL, E., Cartesianische Meditationen, 1950, trad. it.,
Meditazioni cartesiane e i discorsi parigini, Milano
1960.
HUSSERL, E., Die Krisis der europäischen und die
transzendentale Phänomenologie, 1954, trad. it., La
crisi delle scienze europee e la fenomenologia
trascendentale, Milano 1961.
HUSSERL, E., Ricerche logiche. Prolegomeni ad una
logica pura, trad. it., I, Milano 1968.
JELLINEK, G., La Dichiarazione dei diritti dell’uomo e del
cittadino, trad. it., a cura de G. DONGIOVANNI, Bari
2002.
KALINOWSKI, G., L’impossibile metafisica, trad. it.,
Genova 1991.
KANT, I., Anthropologie in pragmatischer Hinsicht, 1798,
Leipzig 1912.
KANT, I., Zur Geschichtsphilosophie, Berlin 1948, trad.
esp., Filosofia della Historia, Buenos Aires 1964.
KANT, I., Kritik der Urteilskraft, Berlin 1922, trad. it.
Critica del giudizio, (Classici UTET. Classici della
filosofia), Torino 1993.
KANT, I., Kritik der praktischen vernunft, 1788, trad. it.,
V. MATHIEU, Critica della ragion pratica (Bompiani
testi a fronte, 8), [Milano 2000].

228
KANT, I., Grundlegung zur Metaphysik der Sitten, Leipzig
1897, trad. it. a cura de V. MATHIEU, Fondazione
della Metafisica dei costumi (Bompiani Testi a Fronte,
79), [Milano 2003].
KELSEN, H., La dottrina pura del diritto, I, trad. ital.,
Torino 1952.
KELSEN, H., Teoria generale del diritto e dello Stato, trad.
ital., Milano 1952.
KELSEN, H., La dottrina pura del diritto, II, trad. ital.,
Torino 1966.
KELSEN, H., Teoria generale delle norme, trad. it., Torino
1985.
KIERKEGAARD, S., “Il concetto dell’angoscia”, in Opere,
trad. it., a cura di C. FABRO, Firenze 1972.
MARCUSE, H., Ragione e rivoluzione. Hegel e il sorgere
della “teoria sociale”, trad. it., Bologna 1966.
MARITAIN, J., Introduzione a Dei Diritti dell’uomo, testi
raccolti dall’UNESCO, Milano 1952.
MARITAIN, J., L’uomo e lo stato, trad. it., Milano 1963.
MARITAIN, J., Tre riformatori, Lutero, Cartesio,
Rousseau, trad. it., Brescia 1964.
MARITAIN, J., I diritti dell'uomo e la legge naturale, trad.
it., Milano 1977.
MARITAIN, J., Nove lezioni sulla legge naturale, trad. it., a
cura de F. VIOLA, trad. it., Milano 1984.
MARX, K., Das Kapital Kritik der politischen & Okonomie,
trad. br. O Capital: crítica da economia política, Livro
1, v. 1, 13, Bertrand do Brasil, Rio de Janeiro 1989.
MARX, K., “Sulla questione ebraica”, in BAUER, B., -
MARX, K., La questione ebraica, a cura di M.
TOMBA, [Roma 2004], 173-206.
MILL, J. S., - TAYLOR MILL, H., Ensayo sobre la
igualdad humana, trad. esp., Barcelona 1973.

229
MILL, J. S., Sulla libertà, trad. it. a cura de G. MOLLICA,
Milano 2000.
MOUNIER, E., Rivoluzione personalistica e comunitaria,
trad. it., Milano 1949.
MOUNIER, E., Il personalismo, trad. it., Roma 1966.
MOLTMANN, J., Il Dio crocefisso, trad. it., Brescia 1973.
MOUNIER, E., Che cos’è il personalismo?, trad. it., Torino
1975.
MOUNIER, E., Comunismo, anarchia e personalismo, trad.
it., Cassano - Bari 1976.
MOUNIER, E., I cristiani e la pace, trad. it., Bari 1978.
NIETZSCHE, F. W., Fenseits von Gut und Böse, Vorspiel
einer Philosophie der Zukunft, Leipzig 1886, trad. it. de
F. MASSINI, “Al di là del Bene e del Male, Preludio
di una filosofia dell’avvenire”, in Opere di Friedrich
Nietzsche, a cura de G. COLLI, - M. MONTINARI,
vol. VI, tomo II, 2° ed., Milano [1972], pp. 03-209.
NIETZSCHE, F. W., Zur Genealogie der Moral, Eine
Streitschrift, Leipzig 1887, trad. it. de F. MASSINI,
“Genealogia della morale”, in Opere di Friedrich
Nietzsche, a cura de G. COLLI, - M. MONTINARI,
vol. VI, tomo II, 2° ed., Milano [1972], pp. 214-367.
NIETZSCHE, F. W., Also sprach Zarathustra, trad. it. de S.
GIAMETTA, Così parlò Zarathustra, Milano 1997.
NIETZSCHE, F. W., Die fröhliche Wissenschaft, 1881, trad.
it. F. MASINI, La gaia scienza, 13° ed., Milano 2001.
NIETZSCHE, F. W., Ecce homo Wie man wind, was man
ist, trad. it. R. CALASSO, Ecce Homo Come si diventa
ciò che si è, 9° ed., [Milano 2004].
ORTEGA Y GASSET, J., “Historia como sistema”, in
Obras completas, vol. VI.
ORTEGA Y GASSET, J., “El hombre y la gente”, in Obras
completas, vol. VII.

230
ORTEGA Y GASSET, J., Kant. Hegel. Dilthey, Madrid
1958.
POHLENZ, M., L’uomo greco, trad. it., Firenze 1962.
POHLENZ, M., La libertà greca, trad. it., Brescia 1963.
POHLENZ, M., La Stoa, Storia di un movimento spirituale,
trad. it., I-II, Firenze 1978.
ROSMINI-SERBATI, A., Antropologia soprannaturale,
Casale Monferrato 1884.
ROSMINI-SERBATI, A., Nuovo saggio sull'origine delle
idee, Bari 1948.
ROSMINI-SERBATI, A., Filosofia del diritto, a cura de R.
ORECCHIA, I-II, Padova 1967.
ROSS, A., Diritto e giustizia, trad. ital., Torino 1990.
ROUSSEAU, J.-J., Émile, trad. it., Roma 1975.
ROUSSEAU, J.-J., Du contrat social ou principes du droit
politique, trad. it. de G. BARNI, Il contratto sociale,
Milano 2001.
SARTRE, J.-P., L'être et le néant, Paris 1966.
SARTRE, J.-P., L'existentialisme est un humanisme, Paris
1946, trad. it., L’esistenzialismo è un umanesimo,
Milano 1968.
SCHELER, M., Der Formalismus in der Ethik, 1913, 408,
trad. it., Il formalismo nell'etica e l'etica materiale dei
valori, Cinisello Balsamo (MI) 1996.
SINGER, P., Etica pratica, trad. it., Napoli 1989.
SINGER, P., Ripensare la vita. La vecchia morale non
serve più, trad. it., Milano 1996.
VILLEY, M., Le droit et les droits de l’homme, Paris 1983.
VILLEY, M., La formazione del pensiero giuridico
moderno, trad. it., Milano 1986.

231
2.2. Obras Utilizadas.

“Aborto ripetuto spontaneo: aspetti scientifici e morali”, in


Medicina e Morale 5 (1992) 889-890.
ABBAGNANO, N., Dizionario di Filosofia, Torino 1993.
AGAZZI, E., Il bene, il male e la scienza. Le dimensioni
etiche dell’impresa scientifico-tecnologica, s.l. 1992.
AGAZZI, E., L’essere umano come persona, in IDEM, (a
cura de), Bioetica e persona, Milano 1993, 150 ss.
AHRENS, H. L., Il mito del cannibale. Antropologia e
antropofagia, trad. it. , Torino 1980.
Al di là del “non uccidere”, Milano 1989.
ALEU BENITEZ, J., Filosofía y libertad en Kant,
Barcelona 1987.
ALICI, L., (a cura de), Agostino nella filosofia del
Novecento, Roma 2001.
ALIOTTA, A., Spinoza, Locke, Leibniz, Berkeley, Hume,
Napoli 1924.
ALIOTTA, A., Platone-Aristotele-Lucrezio-Epitteto-
Cicerone, Napoli 1926.
ALPA, P., “Salute (diritto alla)”, in Nuovissimo Digesto
Italiano, Apendice, Torino 1986.
ÁLVAREZ GÁLVEZ, I., La eutanasia voluntaria
autónoma, Madrid 2002.
AMBROSETTI, G., I presupposti teologici e speculativi
delle concezioni giuridiche di Grozio, Bologna 1955.
ANDRESEN, C., - DENZLER, G., Dizionario storico del
cristianesimo, Cinisello Balsamo 1992.
ANSTÖTZ, C., Gli umani con gravi disabilità mentali e i
grandi antropoidi: un confronto, in CAVALIERI, P., -
SINGER, P., (a cura de), Il Progetto Grande Scimmia.
Eguaglianza oltre i confini della specie umana, Roma
1994, 189-203.

232
ANTONICH, R., - MUNARRIZ, M., La dottrina sociale
della Chiesa, Assisi 1991.
ARAMAYO, R., - ONCINA, F., Etica y antropologìa: un
dilema kantiano, Granada 1999.
ARATA, F., La logica di J. Stuart Mill e la problematica
etico sociale, Milano 1964.
ARNAUD, A. J., Da Giuriconsulti a Tecnocrati, Napoli
1993.
ARTIGAS, M., Ciencia, Razón y Fe, Madrid 1985.
AUBERT, J.-M., Droits de l’homme et libération
évangélique, Paris 1987, que aqui cito a partir da trad.
it. de F. SAVOLDI, Diritti umani e liberazione
evangelica, Brescia 1989.
AUTIERO, A., “Etica della vita prenatale”, in Rivista di
Teologia Morale 68 (1985) 31-46.
AZZONE, G. F., “Le implicazioni morali della concezione
evoluzionistica e la natura dell’identità e della dignità
umana”, in Bioetica 1 (2001) 110-120.
BAGNULO, R., Il concetto di diritto naturale in San
Tommaso d'Aquino, Milano 1983.
BALDINI, A. E., Il pensiero giovanile di John Locke,
Milano 1969.
BALLESTEROS, J., Sobre la fundamentación
antropológica de la universalidad de los derechos
humanos, Valencia 1999.
BALESTRERO, E., Il diritto alla vita prenatale
nell’ordinamento internazionale. L’apporto della Santa
Sede, Bologna 2001.
BARCARO, R., Eutanasia. Un problema paradigmatico
della bioetica, Milano 1998.
BATTAGLIA, F., Marsilio da Padova e la filosofia politica
del medioevo, Firenze 1928.

233
BATTAGLIA, F., (a cura de), Le Carte dei diritti (dalla
Magna Charta alla Carta di S.Francisco), Firenze
1946.
BATTAGLIA, S., (a cura de), Il Boezio e l'Arrighetto nelle
versioni del Trecento, Torino 1929.
BAUSOLA, A., L'etica di John Dewey, Milano 1960.
BAVET, A., Histoire de la Déclaration des droits de
l’homme; Du 89 politique au 89 économique, Paris
1939.
BECCHI, P., Contributo ad uno studio delle filosofie del
diritto di Hegel, Genova 1984.
BEIERWALTES, W., Agostino e il Neoplatonismo
cristiano, Milano 1995.
BERLIN, I., Quattro saggi sulla libertà, trad. it., Milano
1989.
BERNABEI, C., Bartolo da Sassoferrato e la Scienza delle
Leggi, Roma 1881.
BERTI, E., “La razionalità pratica tra scienza e filosofia”, in
Il valore. La filosofia pratica tra metafisica, scienza e
politica, Padova 1984.
BERTI, E., “A proposito della ‘legge di Hume’, in
Fondazione e interpretazione della norma, Brescia
1986, 237-246.
BERTI, E., Le vie della ragione, Bologna 1987.
BERTI, E., (a cura de), Problemi di etica: fondazione,
norme, orientamenti, Padova 1990, 325-427.
BINI, R., - BERTI, E., (editores), Il comitato della dottrina
sociale della Chiesa, Roma 1989.
BIONDI, B., “L’influsso di Sant’Ambrogio nella
legislazione del suo tempo”, in Sant’Ambrogio nel XVI
centenario della nascita, Milano 1940, 337-420.
BIRAGHI, L., Boezio filosofo, teologo, martirea
Calvenzano Milanese, Milano 1865.

234
BOBBIO, N., Diritto e Stato nel pensiero di Emmanuel
Kant, Torino 1957.
BOBBIO, N., “Eguaglianza e dignità degli uomini”, in
Diritti dell’uomo e Nazioni Unite, Padova 1963, 29-42.
BOBBIO, N., Locke e il diritto naturale, Torino 1963.
BOBBIO, N., Giusnaturalismo e positivismo giuridico,
Milano 1965.
BOBBIO, N., Il problema della guerra e le vie della pace,
Bologna 1979.
BOBBIO, N., Thomas Hobbes, Torino 1989.
BOBBIO, N., L’età dei diritti, Torino 1990.
BOMPIANI, A., “L’Italia e la ‘Dichiarazione di
Amsterdam’ sui diritti dei pazienti”, in Medicina e
Morale 1 (1998) 47-90.
BOMPIANI, A., “Quale tutela dell’embrione umano nella
riflessione biogiuridica internazionale”, in Bioetica 1
(2001) 139-153.
BONANATE, L., I doveri degli Stati, Roma - Bari 1994.
BONANATE, L., “Internazionalizzare la democrazia dei
diritti umani”, in Teoria politica 2 (1998) 49 ss.
BONDOLFI, A., Pena e Pena di morte, Bologna 1985.
BORGHESI, M., L'età dello spirito in Hegel, Roma 1995.
BORGONOVO, G., Sinderesi e coscienza nel pensiero di
San Tommaso d'Aquino, Fribourg (Suisse) 1996.
BOUDIN, L. B., Il sistema teorico di Marx, Roma 1978.
BOUTMY, E., “La Déclaration des droits de l’homme et du
citoyen et M. Jellinek”, Annales des Sciences
Politiques 17 (1902) 415-443.
BOYER, C., Lutero, su doctrina, Barcelona 1973.
BRUNELLO, B., “Politica e diritto nel pensiero ellenico”,
in Grande antologia filosofica, II, Milano 1954, 677-
686.
BUCARO, G., L'uomo libero in Carlo Marx, Roma 1978.

235
BUONAIUTI, E., Lutero e la riforma in Germania, Roma
1945.
BUONUOMO, V., I diritti umani nelle relazioni
internazionali: la normativa e la prassi delle Nazioni
Unite, Mursia 1997.
BUZZI, F., Libertà e sapere nella Grundlage (1794-1795)
di J. G. Fichte, Brixiae 1984.
CABELLO, R., El paso del mal al bien en la doctrina de
Epicteto, México 1967.
CALAFATO, S., La proprietà privata in S. Ambrogio,
Roma 1958.
CALVEZ, J.-Y., Il pensiero di Carlo Marx, Torino 1966.
CAMPA, R., (a cura de), I trattatisti spagnoli del diritto
delle genti, Bartolomé de Las Casas, Francisco Suárez,
Juan Roa Dávila, Juan Luis Vives, Roma 1992.
CAMPANINI, G., “Eutanasia e società”, in Morire si, ma
quando?, s.l. s.d., 58-67.
CAPOTORTI, F., “Le Nazioni Unite per il progresso dei
diritti dell’uomo. Risultati e prospettive”, in La
Comunità Internazionale 22 (1967) 11-35.
CAPOZZI, G., La mediazione come divenire e come
relazione, Napoli 1961.
CAPOZZI, G., Diritti dell’Uomo. Filosofia, Dichiarazioni,
Giurisdizione, Napoli 2001.
CAPRILE, G., Non uccidere. Il magistero della chiesa
sull’aborto, Roma 1973.
CARBONE, G. M., “Alcune osservazioni sull’individualità
dell’embrione umano”, in Angelicum 4 (2001) 615-649.
CARCASSONNE, E., Montesquieu et le problème de la
constitution française, s. l. 1927.
CARCATERRA, G., Il problema della fallacia
naturalistica. La derivazione del dover essere
dall’essere, Milano 1969.

236
CARCATERRA, G., “Le ambiguità e le implicazioni
nichilistiche dell’opposizione valutare / conoscere”, in
La società criticata. Revisioni tra due culture, Napoli
1974, 209-210.
CARDONA, C., Metafisica de la opción intelectual, Madrid
1973.
CARLINI, A., La filosofia di G. Locke, Firenze 1928.
CARLINI, L., Qualità della vita e fame nel mondo, Torino
1985.
CARRASCOSA COSO, A., La Santa Sede y la conferencia
sobre la seguridad y la cooperación en Europa,
Helsinki-Ginebra-Helsinki, Città del Vaticano 1991.
CASINI, C., - CIERI, F., La nuova disciplina dell’aborto,
Padova 1978.
CASINI, C., “Difesa della vita e memoria dei bambini non
nati”, in Aggiornamenti sociali 2 (1992) 97-107.
CASINI, C., Diritto alla vita & ricomposizione civile,
Milano 2001.
CASSESE, A., I diritti umani nel mondo contemporaneo,
Bari 1994.
CASSIRER, E., El problema del conocimiento en la
filosofía y en la ciencia modernas, México 1948.
CASSIRER, E., An essay on man, New Haven 1966.
CASSIRER, E., Dall'Umanesimo all'Illuminismo, Firenze
1967.
CASSIRER, E., Filosofia delle forme simboliche, Firenze
1976.
CASTIELLA, F. M., Francisco de Vitoria en la O.E.A.
(Organizacion de los Estados Americanos), s.l. 1963.
CATTANEO, M. A., Delitto e pena nel pensiero di
Christian Thomasius, Milano 1976.
CATTANEO, M. A., Dignità umana e pena nella filosofia
di Kant, Milano 1981.

237
CATTANEO, M. A., Pena di morte e civiltà del diritto,
Milano 1997.
CATTORINI, P., (et alii), Bioetiche in dialogo. La dignità
della vita umana, l’autonomia degli individui, Milano
1999.
CAVARERO, A., Nonostante Platone, Roma 1990.
CECCARELLI, F., Il tabù dell’incesto. I fondamenti
biologici del linguaggio e della cultura, Torino 1978.
CECI, G., I Diritti Umani nell’era della globalizzazione,
Roma 2000.
CESARINI SFORZA, W., Filosofia del Diritto, 2° ed.,
Roma 1956.
CESARINI SFORZA, W., Idee e problemi di filosofia
giuridica, Milano 1965.
CHADWICK, H., Boezio, la consolazione della musica,
della logica, della teologia e della filosofia, Bologna
1986.
CHECCHINI, A., Marsilio da Padova, studi raccolti nel VI
centenario della morte, Padova 1942.
CHIAPPELLI, A., Del suicidio nei dialoghi platonici,
Roma 1885.
CHIAVACCI, E., “Osservazioni sul significato dei Diritti
dell’uomo e sulla loro giustificazione”, in Rivista
Teologica Morale (1979) 7-23.
CHIAVACCI, E., Teologia Morale, vol. I, Assisi 1983.
CHIAVACCI, E., Teologia Morale, vol. III/2, Assisi 1990.
CHIAVACCI, E., “Legge naturale”, in COMPAGNONI, F.,
- PIANA, G., - PRIVITERA, S., Nuovo Dizionario di
Teologia Morale, Cinisello Balsamo (MI) 1994.
CHIODI, G. M., Legge naturale e legge positiva nella
filosofia politica di Tommaso Hobbes, Milano 1970.
CHRETIEN, P., De iustitia, Metis 1947.
CICCONE, L., Non uccidere, Milano 1984.

238
CICCONE, L., Eutanasia, problema cattolico o problema di
tutti?, Roma 1991.
CIPRESSA, S., “Il diritto alla vita come fondamento del
bene comune”, in Anime e corpi 209/210 (2000) 241-
247.
COCCOPALMERIO, D., La teoria politica di Marx,
Milano 1970.
COMPAGNONI, F., “La pena di morte nella tradizione
della Chiesa cattolica romana”, in Concilium, 10 (1978)
65-84.
COMPAGNONI, F., “Comportamento umano: scienze
dell’uomo ed etica”, in Laurentianum 33 (1992) 439-
450.
COMPAGNONI, F., “Diritti dell’uomo”, in Dizionario di
Bioetica, Acireale 1994.
COMPAGNONI, F., “Diritti dell’uomo”, in F.
COMPAGNONI, - G. PIANA, - S. PRIVITERA,
Nuovo Dizionario di Teologia Morale, Cinisello
Balsamo (MI) 1994, 218-227.
COMPAGNONI, F., I diritti dell’uomo. Genesi, storia e
impegno cristiano, Cinisello Balsamo 1995.
COMPAGNONI, F., “Uomo come noi: l’embrione umano”,
in Anime e Corpi, 186 (1996) 539-568.
COMPAGNONI, F., “Diritto alla vita”, in LEONE, S., -
PRIVITERA, S., (editores), Nuovo Dizionario di
Bioetica, Roma 2004, 328-331.
COMPOSTA, D., “Hegel e Marx e la filosofia del diritto”,
in Aquinas 13 (1970) III, 392-411.
COMPOSTA, D., “Aborto e Diritto Naturale”, in
Cristianità 13 (1975).
CONCETTI, G., “I criteri per determinare i Diritti Umani”,
in IDEM, (a cura de), I Diritti Umani, Dottrina e
prassi, Roma 1982, 655-673.

239
CONCETTI, G., L’eutanasia, Aspetti giuridici, teologici,
morali, Roma 1987.
CONFORTI, B., Diritto Internazionale, Napoli 1997.
CONGRESO INTERNACIONAL SOBRE LOS
DOMINICOS Y EL NUEVO MUNDO (3/1990 :
Granada), Los Dominicos y el Nuevo Mundo, Madrid
1991.
CORDONE, C., “La teoria islamica dei diritti umani”, in
Rivista internazionale di ‘ (Outubro-Dezembro de
1984) 598.
CORRAL SALVADOR, C. M., (et alii), Nuovo dizionario
di diritto canonico, Cinisello Balsamo (MI) 1993, 392-
393.
CORSANO, A., Ugo Grozio, l'umanista, il teologo , il
giurista, Bari 1948.
COTTA, S., L’uomo tolemaico, Milano 1975.
COTTA, S., Prospettive di filosofia del diritto, 3° ed.,
Torino 1979.
COTTA, S., Giustificazione e obbligatorietà delle norme,
Milano 1981.
COTTA, S., “Il fondamento dei diritti umani”, in G.
CONCETTI (a cura de), I diritti umani. Dottrina e
prassi, Roma 1982, 645-654.
COTTA, S., “Per un riesame delle nozioni di
Giusnaturalismo e Diritto Naturale”, in Rivista
Internazionale di Filosofia del Diritto LXV, 4 (1988)
730 ss.
COTTA, S., “Per un riesame delle nozioni di
giusnaturalismo e diritto naturale”, in IDEM, Diritto,
persona, mondo umano, Torino 1989, 175.
COTTA, S., Soggetto umano, soggetto giuridico, Milano
1997.

240
COTTA, S., Il Diritto come sistema di valori, Cinisello
Balsamo (MI) 2004.
COZZOLI, M., “La legge naturale a difesa della vita. Le
ragioni e i limiti della difesa della vita”, in Orizzonte
medico 3 (2001) 5-13.
CRESCITELLI, C., “Considerazioni sui diritti dell’uomo in
Islam”, in Filosofia dei Diritti Umani II, 4-5 (Janeiro-
Setembro de 2000) 53.
CROSIGNANI, G., La teoria del naturale e del
soprannaturale secondo s. Tommaso d'Aquino,
Piacenza 1974.
CUYAS I MATAS, M., Eutanasia, L’etica, la libertà e la
vita, Casale Monferrato (AL) 1989.
D’AGOSTINO, F., “Il pensiero giuridico nella sofistica”,
Rivista internazionale di filosofia del diritto 52 (1975)
II, 193-216.
D’AGOSTINO, F., “Il pensiero giuridico nella sofistica”,
Rivista internazionale di filosofia del diritto 52 (1975)
IV, 547-573.
D’AGOSTINO, F., Diritto e secolarizzazione. Pagine di
filosofia giuridica e politica, Milano 1982, 157-169.
D’AGOSTINO, F., “Famiglia, norma, società. Questioni di
struttura e di antecedenza”, in Famiglia, diritto e diritto
di famiglia, Milano 1985, 61-86.
D’AGOSTINO, F., “I diritti dell’uomo tra filosofia e prassi:
1789-1989”, in Persona y Derecho 23 (1990) 13-24.
D’AGOSTINO, F., (a cura de), Pluralità delle culture e
universalità dei diritti, Torino 1996.
D’AGOSTINO, F., Una filosofia della famiglia, Milano
1999.
D’AGOSTINO, F., Diritto e giustizia, Per una introduzione
allo studio del diritto, Cinisello Balsamo (MI) 2000.
D’AGOSTINO, F., Filosofia del diritto, Torino 2000.

241
D’AMBROSIO, F., Epitteto e la morale del suo tempo,
Roma 1940.
D'AGOSTINO, V., Studi sul neostoicismo, Torino 1950.
DAUDIN, H., La liberté de la volonté, Paris 1950.
DAVANZO, G., Etica sanitaria, Milano 1991.
DAVID, V., “Diritti dell’embrione. Analisi delle proposte di
legge”, in Bioetica e Cultura 9 (1996) 95-110.
DAVID, V., La tutela giuridica dell’embrione umano.
Legislazione italiana ed europea, Acireale 1999.
DE BERTOLIS, O., Il diritto in san Tommaso d'Aquino,
Torino 2000.
DE BONALD, L. G. A., Euvres, Paris 1864.
DE MICHELIS PINTACUDA, F., Le origini storiche e
culturali del pensiero di Ugo Grozio, Firenze 1967.
DE PAOLIS, V., “Diritti umani e fondamento etico”, in
Quaderni SIMI 1 (2004) 26-28.
DEL NOCE, A., “Interpretazione filosofica del sur-
realismo”, in Rivista di estetica (1965) 22-54.
DEL VECCHIO, G., La giustizia, Roma 1959.
DELEUZE, G., Différence et répétition, Paris 1968.
DEMMER, K., “Eutanasia”, in LEONE, S., - PRIVITERA,
S., (editores), Nuovo Dizionario di Bioetica, Roma
2004, 455-459.
DERATHE, R., Rousseau e la scienza politica del suo
tempo, Bologna 1995.
DETIENNE, M., Dioniso e la pantera, trad. it. , Bari 1981.
DI CARLO, E., (a cura de), Ugo Grozio: I prolegomeni al
“De iure belli ac pacis”, Palermo 1963.
DI CARLO, E., “Alcune precisazioni sulla dottrina di
Grozio intorno al diritto – Risposta al prof. Droetto”, in
Rivista Internazionale di Filosofia del Diritto, 40
(1963) 748-758.
DI FRANCESCO, S., Il Diritto alla nascita, Roma 1952.

242
DI GIOVANNI, M., L'uomo e la nuova società nella
concezione politica di Jacques Maritain, Napoli 1970.
DI SANTO, L., Teoria e pratica dei Diritti dell’Uomo,
Napoli 2002.
DIÉZ ALEGRÍA, J. M., La libertad religiosa, Barcelona
1965.
Dottrina sociale della Chiesa, Roma 1990.
DRAGO, G., La giustizia e le giustizie. Lettura del libro
quinto dell’Etica a Nicomaco, Milano 1963.
DUSSEL, E. D., La producción teórica de Marx, México
1985.
DWORKIN, R., Il dominio della vita. Aborto, eutanasia, e
libertà individuale, Milano 1994.
ECCLES, J. C., Il mistero uomo, Milano 1991.
ELDERS, L. J., Lex et libertas, Roma 1987.
ELIZARI, F. G., “Eutanasia: lenguage y concepto”, in
Moralia 14 (1992) 145-175.
ENGELHARDT, H. T., Manuale di bioetica, trad. it. ,
Milano 1991.
ETOKAKPAN, A., “Lo statuto dell’embrione umano nel
dibattito contemporaneo”, in Bioetica e Cultura 15
(1999) 79-88.
EUCHNER, W., La filosofia politica di Locke, Bari 1976.
FAGONE, V., “Il problema dell’inizio della vita del
soggetto umano”, in Aborto, Milano 1975, 149-179.
FANTONI, G., - CRESPINA, M., Scuola ed ospedale: a
tutela dei diritti del bambino malato, Roma 1993.
FASSO’, G., Storia della filosofia del diritto, I, Antichità e
medioevo, Bologna 1966.
FAZIO, M., Due rivoluzionari, Francisco de Vitoria e Jean-
Jacques Rousseau, Roma 1998.
FEHER, F., “Multiculturalismo e diritti umani”, trad. it., in
Mondoperaio (Julho de 1992) 82ss.

243
FERRAJOLI, L., La sovranità nel mondo moderno, Bari
1997.
FERRAJOLI, L., Diritti fondamentali. Un dibattito teorico,
a cura de E. VITALE, Roma - Bari 2001.
FERRARI, M. A., A liberdade política em John Stuart Mill,
Roma 2001.
FERRETTI, G., L’influsso di S. Ambrogio in S. Agostino,
Firenze 1951.
FETSCHER, I., La filosofia politica di Rousseau, Milano
1972.
FINNIS, J., Legge naturale e diritti naturali, trad. it., Torino
1996.
FIORI, A., - SGRECCIA, E., Obiezione di coscienza e
aborto, Milano 1978.
FIRPO, M., II problema della tolleranza religiosa nell'età
moderna dalla riforma protestante a Locke, Torino
1978.
FOUCAULT, M., Folie et déraison: histoire de la folie à
l’âge classique, [Paris] 1961, 296.
FOUCAULT, M., La palabras y las cosas, trad. esp.,
México 1985.
FRATTOLILLO, P., La deontologia di Geremia Bentham e
la morale inglese contemporanea, Marcianise (Caserta)
1956.
FRIEDLANDER, H., Le origini del genocidio nazista:
dall'eutanasia alla soluzione finale, Roma 1997.
GABRIEL, L., Uomo e mondo in decisione, Torino 1972.
GABRIELLI, F., I fondamenti dei diritti dell'uomo nel
pensiero giuridico di Jacques Maritain, Roma 1998.
GALLI, U., Platone e il nomos, Torino 1937.
GALMÉS MÁS, L., Bartolomé de Las Casas defensor de
los derechos humanos, Madrid 1982.
GASTALDELLI, F., Boezio, Roma 1974.

244
GEMMA, G., “Vita (diritto alla)”, in Digesto delle
discipline pubblicistiche, XV, Torino 2000.
GENTILE, G., I fondamenti della filosofia del diritto, I, 3°
ed., Firenze 1937.
GENTILE, M., La politica di Platone, Padova 1940.
GEORGE, S., Come muor l’altra metà del mondo, Milano
1982.
GEWIRTH, A., Human rights, Chicago 1982.
GHEDDO, P., I popoli della fame, Bologna 1982.
GILSON, E., La città di Dio e i suoi problemi, Milano 1958.
GILSON, E., Lo spirito della filosofia medioevale, 3° ed.,
Brescia 1969.
GILSON, E., La filosofia del Medioevo, Firenze 1978.
GILSON, E., Introduzione allo studio di Sant'Agostino,
Casale Monferrato (AL) 1983.
GIMÉNEZ FERNÁNDEZ, M., Bartolomé de Las Casas,
Sevilla 1953.
GINTERS, R., Valori, norme e fede cristiana. Introduzione
all’etica filosofica e teologica, Torino 1982.
GORMALLY, L., “Diritti dell’embrione”, in LEONE, S., -
PRIVITERA, S., (editores), Nuovo Dizionario di
Bioetica, Roma 2004, 314-319.
GOUDNER, A., Per la sociologia, trad. it. , Napoli 1977,
289ss.
GOZZI, G., Islam e democrazia: il processo di
democratizzazione in un paese arabo e i problemi delle
democrazie occidentali a confronto, Bologna 1998.
GRACIA, D., Fondamenti di bioetica: sviluppo storico e
metodo, Cinisello Balsamo (MI) 1993.
GROSSI, P., La proprietà nel sistema privatistico della
Seconda Scolastica, in IDEM, La Seconda Scolastica
nella formazione del diritto privato moderno, Milano
1973, 124 ss.

245
GUASTINI, R., Marx: dalla filosofia del diritto alla scienza
della società, il lessico giuridico marxiano (1842-
1851), Bologna 1974.
GUIJARRO DÍAZ, G., La concepción del hombre en Marx,
Salamanca 1975.
HANKE, L., Bartolomé de Las Casas pensador político,
historiador, antropólogo, La Habana 1949.
HANKE, L., Bartolomé de las Casas, 1474-1566,
bibliografía crítica y cuerpo de materiales para el
estudio de su vida, escritos, actuación y polémicas que
suscitaron durante cuatro siglos, Santiago de Chile
1954.
HAYEK, F. A., La società libera, trad. it., Firenze 1969.
HERNÁNDEZ, H., “Sobre la naturaleza de los ‘derechos’”,
in Sapientia 175 (1990) 17-30.
HERR, Th., La dottrina sociale della Chiesa, Casale
Monferrato 1988.
HERRANZ, G., “Deontologia medica, eutanasia e medicina
palliativa, Codigos de Ethica y Deontologia medica de
Europa y America”, in Medicina e morale 1 (1998) 91-
117.
HERVADA, J., “Problemas que una nota esencial de los
derechos humanos plantea a la Filosofía del Derecho”,
in Persona y Derecho 9 (1982) 243-244.
HETTINE, B., Le teorie dello sviluppo e il Terzo Mondo,
Roma 1986.
HÖFFE, O., Estudios sobre teoría del derecho y la justicia,
trad. esp., Barcellona 1988.
HONAN, U., Agostino. Tommaso. Rosmini, Domodossola
1955.
HUMPHRY, D., Eutanasia, Uscita di sicurezza, Milano
1993.

246
HUNTINGTON, S., Lo scontro delle civiltà e il nuovo
ordine mondiale, Milano 1997.
Il magistero sociale della Chiesa, Milano 1989.
ISNARDI PARENTE, M., Il pensiero politico di Platone,
Roma 1996.
IZQUIERDO LABEAGA, J. A., “El hombre entre dos
hermeneúticas”, in Gregorianum 73 (1992) 523-539.
JAHIER, L., Per il diritto dei popoli a nutrirsi da sé, Torino
1987.
JAHIER, L., Dagli aiuti alla fame, Torino 1988.
KASLEV, J., Europa, cinque anni dopo la Conferenza di
Helsinki. Il punto di vista sovietico, Mosca 1980.
KAUFMANN, A., Analogía y naturaleza de la cosa, trad.
esp., Santiago de Chile 1976.
KELLERHALS, J., - PASINI, W., Perché l’aborto, Milano
1977.
KLUG, U., Problemas de la filosofia y de la pragmática del
derecho, Barcellona 1989.
KOLAKOWSKI, L., Si Dios no existe, trad. esp., Madrid
1985.
KONETZKE, R., America centrale e meridionale, Milano
1968.
KUITERT, H. M., “L’eutanasia in Olanda: una pratica e la
sua giustificazione”, in Bioetica 2 (1993) 317-325.
LA COSTE, Y., Geografia del sottosviluppo, Milano 1980.
La filosofia della natura nel Medioevo, III Congresso
Internazionale di Filosofia Medioevale, Milano 1965.
La pena di morte nel mondo, Torino 1983.
LAMBRUSCHINI, F., La giustizia, virtù non facile, Roma
1961.
LARENZ, K., Storia del metodo nella scienza giuridica,
trad. ital., Milano 1966.

247
LEA, H. C., L’ingiustizia della giustizia. Storia delle torture
e delle violenze legali in Europa, La Spezia 1989.
LENOIR, R., Il Terzo Mondo può nutrirsi da sé, Milano
1986.
LEONE, S., - PRIVITERA, S., (editores), Nuovo Dizionario
di Bioetica, Roma 2004.
LEONE, S., “Il diritto alla vita nella cultura mediterranea”,
in Bioetica e Cultura 1 (1992) 53-66.
LEONE, S., Salute, in CINA, G., (et alii), Dizionario di
Teologia Pastorale Sanitaria, Torino 1997.
LEVI-STRAUS, C., Le strutture elementari della parentela,
trad. it. , Milano 1972, 67.
LINAGE CONDE, A., Las Cofradías de Sepúlveda,
Segovia 1986.
LOBATO, A., La dignità della persona umana, Privilegio e
conquista, Bologna 2003.
LOMBARDI RICCI, M., Fabbricare bambini? La
questione dell’embrione tra nuova medicina e genetica,
Milano 1996.
LOMBARDI VALLAURI, L., Corso di filosofia del diritto,
Padova 1981.
LOMBARDI VALLAURI, L., Soggetività centrale e
soggettività marginale, in AGAZZI, E., (a cura de),
Bioetica e persona, Milano 1993, 61s.
LOMBARDI, R., La dottrina marxista (Questioni di
attualità, 14), Roma 1956.
LOMBO, J. A., La persona en Tomás de Aquino, Roma
2001.
LOSADA, A., Juan Gines de Sepulveda a traves de su
"Epistolario" y nuevos documentos, Madrid 1949.
LOTZE, H., Métaphysique, Paris 1883.
LOTZE, H., Mikrokosmus, Leipzig 1896.
LUCAS LUCAS, R., Hacerse hombre, Roma 1989.

248
LUCAS LUCAS, R., L’uomo spirito incarnato, Compendio
di filosofia dell’uomo, Cinisello Balsamo (MI) 1993.
LUHMANN, N., Sociologia del diritto, trad. it., Bari 1977.
LUHMANN, N., Sistema Jurídico y Dogmatica Jurídica,
trad. esp., Madrid 1983.
LUKAC DE STIER, M. L., El fundamento antropológico de
la filosofía política y moral en Thomas Hobbes, Buenos
Aires 1999.
LUMIA, G., “Diritto e morale in kant”, Rivista
Internazionale di filosofia del diritto 35 (1958) 147-150
LUMIA, G., La dottrina kantiana del diritto e dello Stato,
Milano 1960.
MANCINA, C., Differenze nell'eticità. Amore, famiglia e
società civile in Hegel, Napoli 1991.
MANZELLA, A., “Dal mercato ai diritti”, in Riscrivere i
diritti in Europa, Bologna 2001, 33.
MARCAGGI, V., Les origines de la déclaration des droits
de l’homme de 1789, Paris 1904.
MARTINA, G., La chiesa nell’età dell’assolutismo, Brescia
1986.
MASCHI, C. A., “Un problema generale del diritto in
Sant’Ambrogio e nelle fonti romano-classiche”, in
Sant’Ambrogio nel XVI centenario della nascita,
Milano 1940, 421-430.
MASCHIO, F., I diritti del malato, in CENDON, P.,
Trattato breve dei nuovi danni: il risarcimento del
danno esistenziale: aspetti civili, penali, medico legali,
processuali, Padova 2001, 873-897.
MASSINI-CORREAS, C. I., Los derechos humanos,
paradoja de nuestro tiempo, Santiago de Chile 1989.
MASSINI-CORREAS, C. I., “Filosofia y Antifilosofia de
los derechos humanos”, in ALVIRA, R., (a cura de),

249
Razón y Libertad, Homenaje a Antonio Millán-Puelles,
Madrid 1990, 378-400.
MASSINI-CORREAS, C. I., “Diritti umani ‘deboli’ e diritti
umani ‘assoluti’”, in Diritto naturale e diritti dell’uomo
all’alba del XXI secolo, Colloquio internazionale –
Roma, 10-13 gennaio 1991, a cura de UNIONE
GIURISTI CATTOLICI ITALIANI (Quaderni di
Justitia – 40), Roma 1993, 137-138.
MATHIEU, V., La speranza nella rivoluzione, Milano
1972.
MATTAI, G., “Cultura della vita, Pace, Mediterraneo”, in
Bioetica e Cultura 9 (1996) 89-94.
MAURIZIO, R., Sviluppo, sottosviluppo, cooperazione,
Roma 1985.
McGRATH, A. E., Il pensiero della Riforma, Lutero -
Zwingli - Calvino - Bucero una introduzione, Torino
1993.
MELCHIORRE, V., “Persona ed etica”, in IDEM, (a cura
de), L’idea di persona, Milano 1996, 149-162.
MENENDEZ-RIGADA, J. G., ‘De Vitoria’, in Dictionaire
de Théologie catholique, vol. 15, col. 3133.
MENGONI, L., La tutela giuridica della vita materiale
nelle varie età dell’uomo, in IDEM, Diritto e valori,
Bologna 1985, 123-145.
MERINO, J. A., (a cura de), Kant e il problema etico, Roma
1989.
MESA POSADA, C. A., La ley natural en santo Tomás,
Pamplona 1997.
MICHELI, G., (a cura de), Kant a due secoli dalla
"Critica", Brescia 1984.
MIGLIORINI, A., Tortura, inquisizione, pena di morte,
Siena 1997.
MILTON, J., Il paradiso perduto, Milano 1833.

250
MITSCHERLICH, A., L’idea di pace e l’aggressività
umana, Firenze 1972.
MOLINARI, E., Storia di Antigone, Bari 1977.
MONDIN, G.-B., Il valore uomo, Roma 1985.
MONDIN, G.-B., L’uomo: chi è? Elementi di antropologia
filosofica, Milano 2004.
MONTANI, M., Persona e Società. Il messaggio di
Emmanuel Mounier, Torino 1978.
MONTEMAYOR, A., Pensamiento político de Maritain,
Lima 1975.
MONTI, E., Alle fonti della solidarietà. La nozione di
solidarietà nella Dottrina Sociale della Chiesa, Milano
1999.
MORINO, C., Chiesa e Stato nella dottrina di S. Ambrogio,
Roma 1963.
MORTARI, C., Istituzioni di Diritto pubblico, Padova 1969.
NANNI, A., (editor), Terzo Mondo a scuola, Roma 1983.
NERI, D., “Legalizzare l’eutanasia disaccordi empirici o
morali?”, in Bioetica 2 (1993) 309-316.
NINO, C. S., The Ethics of Human Rights, Oxford 1991.
OBERTELLO, L., Boezio e dintorni, ricerche sulla cultura
altomedievale, Firenze 1989.
ODER, S., Il diritto alla nascita nel progetto della riforma
costituzionale polacca, Roma 1997.
OESTREICH, G., S. Agostino, il cristianesimo antico e il
medioevo, trad. it., Napoli 1970.
OESTREICH, G., Storia dei diritti umani e delle libertà
fondamentali, Bari 2001.
OLGIATI, F., La riduzione del concetto filosofico di diritto
al concetto di giustizia, Milano 1932.
OLIVECRONA, K., El derecho como hecho, trad. esp.,
Barcelona 1980.

251
OPPENHEIM, F. E., “La tesi del diritto naturale:
affermazione o negazione?”, in SCARPELLI, U. (a
cura de), Diritto e analisi del linguaggio, Milano 1976,
104-105.
ORESTANO, R., “Diritti soggettivi e diritti senza
soggetto”, in Jus, 11 (1960) 149-196.
ORTEGA LARREA, I., Eutanasia, Roma 1996.
PACE, E., “La Dichiarazione del Cairo sui diritti umani
nell’Islam”, in Pace, diritti dell’uomo, diritti dei popoli
2 (1992) 27 ss.
PACINI, A., ( a cura de), L’Islam e il dibattito sui diritti
dell’uomo, Torino 1998.
PAGNONI, F., “Uno come noi: l’embrione umano”, in
Anime e Corpi 186 (1996) 395-398.
PALAZZANI, L., Il concetto di persona tra bioetica e
diritto, Torino 1996.
PALAZZINI, P., Vita e virtù cristiane, Roma 1975.
PANEBIANCO, M., Repertorio della Carta dei diritti
fondamentali dell’Unione europea, Milano 2001.
PANNAIN, B., (et alii), L’omicidio del consenziente e la
questione “eutanasia”, Napoli 1988.
PANNENBERG, W., Che cos’è l’uomo, Brescia 1974.
PANNIKAR, R., “La notion des droits de l’homme est-elle
un concept occidental?”, in Interculture 82 (1984) 14.
PARIS, J. J., “Active Euthanasia”, in Theological Studies,
53 (1992) 113-126.
PASQUALUCCI, P., Commento al Leviathan, Ponte S.
Giovanni (PG) 1994.
PASSERIN D’ENTREVES, A., “La concessione del diritto
in S. Ambrogio”, in Sant’Ambrogio nel XVI centenario
della nascita, Milano 1940, 321-335.
PECES-BARBA, G., Teoria dei diritti fondamentali,
Milano 1993.

252
PELLICCIA, G., L'eutanasia ha una storia?, Biella 1977.
PEÑA, R. I., Vitoria y Sepúlveda y el problema del Indio en
la antigua Gobernación de Tucumán, Córdoba 1951.
PERELMAN, Ch., Logica giuridica. Nuova retorica, trad.
it., Milano 1979.
PERONCINI, G., “Terzo mondo. Il problema del condono
del debito estero”, in Studi cattolici 491 (2002) 70-73.
PIAIA, G., Marsilio da Padova nella riforma e nella
controriforma, Padova 1977.
PIEPER, I., Sulla giustizia, Brescia 1956.
PINTORE, A., “Giustizia”, in JORI, M., - PINTORE, A.,
Manuale di teoria generale del diritto, Torino 1988,
156-157.
PIZZORNI, R. M., Giustizia e Carità, Roma 1980.
PIZZORNI, R. M., Il diritto naturale dalle origini a S.
Tommaso d’Aquino, 2° ed., Roma 1985.
PIZZORNI, R. M., Diritto naturale e diritto positivo in San
Tommaso d'Aquino, Bologna 1999.
PIZZORNI, R. M., Diritto-morale-religione, Città del
Vaticano 2001.
PLACIDI, F., Lineamenti sui diritti del malato, Torino
1997.
PODINI, W. B., Fame e squilibri internazionali, Roma
1988.
PONTARA, G., Antigone o Creonte?, Roma 1990.
POPPER, K. R., La società aperta e i suoi nemici, I,
Platone totalitario, Roma 1977.
POZAIC, V., Eutanasia, Roma 1985.
PRINZI, D., Le radici della fame: colonizzazione e
liberazione, Roma 1985.
PRIVITERA, S., Il volto morale dell’uomo, Acireale 1999.

253
QUADRI, G., “La filosofia del diritto nel pensiero
cristiano”, in Grande antologia filosofica, V, Milano
1954, 961-963.
RABAGLIETTI, M. F., Diritto e legge nell’intramontabile
mito di Antigone e Creonte, Torino 2000.
RABBI-BALDI, R., La Filosofia Jurídica de Michel Villey,
Pamplona 1990.
RACHELS, J., La fine della vita. La moralità
dell’eutanasia, Torino 1990.
RASSAM, J., Michel Foucault: Las palabras y las cosas,
Madrid 1978.
REALE, G., - ANTISERI, D., Il pensiero occidentale dalle
origini ad oggi, I, Brescia 1983.
REINER, S., E la terra sara' pura: Eutanasia, genocidio,
sterilizzazione, infezioni artificiali: le atroci esperienze
operate dai medici nazisti, Milano 1974.
RENOUVIER, Ch. B., La nouvelle monadologie, Paris
1899.
RICCI GAROTTI, L., Locke e i suoi problemi, Urbino
1961.
RILEY, S. G., Storia della tortura, Milano 1999.
RIOBÓ SERVÁN, A., Sobre la ley y el derecho en Jacques
Maritain, Pamplona 1999.
RIZZI, G., L'uomo in Maritain, Roma 1990.
ROBINSON, J., Sviluppo e sottosviluppo, Bari-Roma 1981.
ROBLES, G., “Análisis crítico de los supuestos téoricos y
del valor político de los derechos humanos”, in Rivista
Internazionale di filosofia del diritto LVII/3, 479-495.
ROSSI, E., Il pensiero politico di Jacques Maritain, Milano
1956.
ROTT-LEUTHNER, H., Teoria del diritto e sociologia del
diritto, trad. it., Bologna 1983.

254
RUFFINI, F., La libertà religiosa come diritto pubblico
subiettivo, Bologna 1992.
RUOTOLO, G. M., “Sulla tutela dei diritti fondamentali nel
nuovo assetto dell’unione europea: le sanzioni agli stati
membri”, in Filosofia dei Diritti Umani, I, 2 (Maio-
Agosto de 1999) 84ss.
SÁEZ, E., (et alii), Los fueros de Sepulveda, Segovia 1953.
SALA, R., “La nozione di dignità della vita umana”, in
Rivista di Teologia Morale 1 (1998) 113-119.
Samuel Pufendorf filosofo del diritto e della politica,
Convegno internazionale, 11-12 novembre 1994,
Milano, Napoli 1996.
SANCHEZ VALER, V. M., El problema moral-religioso de
la eutanasia, Lima 1951.
SAVOLDI, V., Oltre l’eutanasia e l’accanimento. Politica,
scienza, morale, Bologna 1991.
SCARAMELLINI GUERRERO, J. A., El significado de la
expresión "La naturaleza de las cosas" en "De l'Esprit
des lois" de Montesquieu, Roma 1986.
SCARPELLI, U., Gli orizonti della giustificazione, in
Rivista di Fillosofia, 76 (1985) 37 ss.
SCHILF, A., La libertà religiosa secondo la concezione di
Jacques Maritain, Roma 1977.
SCHNEIDER, R., Bartolomé de las Casas frente a Carlos
V, Madrid 1979.
SCHÜLLER, B., La dimensione teologica dell’etica nella
dimensione etica dell’uomo, Acireale 1987.
SCHWEITZER, A., Rispetto per la vita, Torino 1994.
SCOLA, A., “La fondazione dei diritti dell’uomo in Jacques
Maritain”, in E. CORRECCO (a cura de), I diritti
fondamentali del cristiano nella Chiesa e nella società,
Atti del IV congresso internazionale di diritto

255
canonico, Friburgo, 6-11 ottobre 1980, Milano 1981,
889-910.
SCOLA, A., L’alba della dignità umana. La fondazione dei
diritti umani nella dottrina di Jacques Maritain,
Milano 1982.
SEMERARI, F., Potenza come diritto, Bari 1992
SIMON, R., Moral, trad. esp., Barcelona 1968.
SIMONI, V., Libertà e liberazione dell'uomo nel pensiero di
J. Maritain, Roma 1975.
SINA, M., Introduzione a Locke, Roma 2001.
SINAGRA, A., Controversie territoriali tra Stati e
decolonizzazione, Milano 1983.
SINCLAIR, T. A., Il pensiero politico classico, Bari 1964.
SINI, C., I filosofi e le opere, Milano 1980.
SIRONI, F., Persecutori e vittime, Milano 2001.
SISSA, G., Filosofie del genere: Platone, Aristotele e la
differenza dei sessi, in DUBY, G., - PERROT, M.,
Storia delle donne in Occidente, I, L'Antichità, a cura
de P. SCHMITT PANTEL, Roma - Bari 1997.
SORGE, B., Introduzione a “Il discorso sociale della
Chiesa. Da Leone XIII a Giovanni Paolo II”, Brescia
1988.
SPAEMANN, R., La actualidad del derecho natural, in
Críticas de las utopías políticas, Pamplona 1980, 315s.
SPAEMANN, R., “Natura”, in KRINGS, H., (et alii),
Concetti fondamentali di filosofia, II, Brescia 1982,
1326-1341.
SPAEMANN, R., Etica, Pamplona 1987.
SPAELMANN, R., “La ética como doctrina de la vida
lograda”, in Atlántida 3 (1990) 17-27.
SPAEMANN, R., Concetti morali fondamentali, Casale
Monferrato (AL) 1993.

256
SPAEMANN, R., Per la critica dell'utopia politica, Milano
1994.
SPAEMANN, R., “Sobre el concepto de dignidad humana”,
in MASSINI, C. I., - SERNA, P., (a cura de), El
derecho a la vida, Pamplona 1998, 90ss.
SPAEMANN, R., Felicità e benevolenza, Milano 1998.
SPAEMANN, R., Sobre el concepto de dignidad humana,
in MASSINI, C. I., - SERNA, P., (a cura de), El
derecho a la vida, Pamplona 1998, 90s.
SPERBER, D., Il sapere degli antropologi, trad. it., Milano
1984, 57ss.
STEFANINI, L., Platone, Padova 1949.
STEGMÜLLER, F., Francisco de Vitoria y la doctrina de
la gracia en la escuela salmantina, Barcelona 1934.
STUCKA, P. I., La funzione rivoluzionaria del diritto e
dello Stato, a cura de U. CERRONI, Torino 1967, 235.
SYLOS-LABINI, P., “La crescita economica, la pressione
demografica e la miseria nel mondo”, in Bioetica 1
(2001) 43-67.
SYLOS-LABINI, P., Il sottosviluppo e l’economia
contemporanea, Bari-Roma 1983.
TARANTINO, A., (editor), Culture giuridiche e diritti del
nascituro, Milano 1997.
TARANTINO, A., Il rispetto della vita. Aborto tutela del
minore ed eutanasia, Napoli 1998.
TAROZZI, G., Locke, Milano 1927.
TEN HAVE, H., “L’eutanasia in Olanda: critiche e riserve”,
in Bioetica 2 (1993) 326-337.
TERZI, C., Il razionalismo morale di Epitteto, Udine 1938.
TETTAMANZI, D., Eutanasia, L’illusione della buona
morte, Casale Monferrato 1985.

257
TETTAMANZI, D., “La dottrina cattolica sull’inizio della
vita umana”, in Panoramica della sanità 42 (2001) 18-
21.
THÉVÉNOT, X., La Bioeteca. Quando la vita comincia e
finisce, Brescia 1990.
TODESCAN, F., Le radici teologiche del giusnaturalismo
laico, Milano 1983.
TODOROV, T., La conquista dell’America, Torino 1992.
TOSO, M., Chiesa e Welfare State. L’apporto dei Pontefici
da Leone XIII a Giovanni Paolo II, Roma 1987.
TOSO, M., Verso quale società? La Dottrina sociale della
Chiesa per una nuova progettualità, Roma 2000.
TRICERRI, C., Il sistema filosofico-giuridico di John Stuart
Mill, Milano 1950.
TROELTSCH, E., S. Agostino, il cristianesimo antico e il
medioevo, Napoli 1970.
UREÑA, E. M., La crítica kantiana de la sociedad y de la
religión, Madrid 1979.
VAN DE KAMP, J. L. J., Bartolo da Sassoferrato, Urbino
1935.
VEGETTI, M., “Classificare gli uomini”, in VEGETTI, M.,
Il coltello e lo stile, Milano 1979, 135ss.
VENDEMIATI, A., La legge naturale nella Summa
Theologiae di san Tommaso d'Aquino, Roma 1995.
VENTURA, P., “Spontaneità, spontaneismo e
antigiuridismo”, in La società criticata, Napoli 1974,
115-173.
VERNENGO, R., “Los derechos humanos y sus
fundamentos éticos”, in PECES BARBA, G., (a cura
de), El fundamento de los derechos humanos, Madrid
1989, 327-343.
VERRI, P., Osservazioni sulla tortura, Roma 1994.

258
VERSPIEREN, P., Eutanasia? Dall’accanimento
terapeutico all’accompagnamento di morenti, Cinisello
Balsamo 1985.
VIDAL, E., Saggio sul Montesquieu, con particolare
riguardo alla sua concezione dell'uomo, del diritto e
della politica, Milano 1950.
VILLANI, A., Diritto e morale nella giurisprudenza
tedesca contemporanea, Napoli 1964.
VINCIGUERRA, R., “Iudicium sanguinis”, considerazioni
etico-giuridiche sulla pena capitale”, in Bioetica e
Cultura 19 (2001) 92-93.
VINCIGUERRA, R., Introduzione allo studio dei Diritti
Umani, Acireale (CT) 2003.
VIOLA, F., Behemoth o Leviathan? Diritto e obbligo nel
pensiero di Hobbes, Milano 1979.
VIOLA, F., Il diritto come pratica sociale, Milano 1990.
VIOLA, F., Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997.
VIOLA, F., Identità e comunità. Il senso morale della
poliitica, milano 1999.
VIOLA, F., Etica e metaetica dei diritti umani, diritto
naturale, Torino 2000.
VON HARTMANN, E., Kant padre del pessimismo, Roma
1949.
WALZER, M., Geografia della Morale, Democrazia,
Tradizioni e Universalismo, Bari 1999.
WELZEL, H., Diritto naturale e giustizia materiale, Milano
1965.
WOJTYLA, K., Persona e atto, trad. it., Città del Vaticano
1982.
ZAAMI, S., L’interruzione di gravidanza dell’Europa
occidentale, Roma 1996.
ZAC, S., La morale de Spinoza, Paris 1972.

259
ZANINELLI, S., (editor), Scienza, tecnica e rispetto
dell’uomo. Il caso delle cellule staminali, Milano 2001.
ZECCHINATO, P., Giustificare la morale, Trento 1990.
ZECCHINATO, P., Problemi di etica: fondazione, norme,
orientamenti, Padova 1990.
ZOLO, D., “La filosofia della 'guerra umanitaria' da Kant ad
Habermas”, in Iride 12 (1999) 27.

260
2.3. Obras Indicadas.

ABEL, F., - BONE’, E., - HARVEY, J. C., La vida


humana: origen y desarrollo, Madrid 1989.
ABOU, S., Diritti e culture dell’uomo, Torino 1995.
ABRAM, G., La collaborazione delle Chiese per la difesa
dei diritti dell'uomo, Roma 1975.
ACOSTA, G., Los derechos humanos de la mujeres en las
Conferencias Mundiales de las Naciones Unidas.
Diversidad en Beijing, Una experiencia de
participación: 89-131. Instituto Interamericano de
Derechos Humanos-Comunidad Europea, San José de
Costa Rica 1996.
AICARDI, A., - BERTI, E., Diritti umani e politica, Roma
1983.
ALAFA, Los derechos de la familia en los umbrales del
Tercer Milenio, Río de Janeiro 1993.
ALBANESE, S., Promoción y protección internacional de
los derechos humanos, Buenos Aires 1992.
ALBANI, G. M., Statuto dei diritti o potere dei lavoratori?
Chi sono i sovversivi, Milano 1970.
ALLEGRETTI, U., Diritti e Stato nella mondializzazione,
Troina 2002.
ALVES, J. A. L., A arquitetura internacional dos direitos
humanos, São Paulo 1997.
AQUILQNTI, G., La dignità della persona umana nel
magistero di Pio XII, Roma 1969.
ARCHIBUGI, D., - BEETHAM, D., Diritti umani e
democrazia cosmopolitica, Milano 1998.
ARCURI, C., - FUSAROLI, G., (a cura de), La trasparenza
invisibile. Nuovi diritti di libertà, Città di Castello (Pe)
1990.

261
ARREDONDO, R., Intervención humanitaria, el uso de
fuerza como mecanismo de protección a los derechos
humanos. Lineamientos para una posición argentina,
Buenos Aires 2001.
AUMENTA, S. F., La tutela dei diritti dei fedeli nel
processo contenzioso amministrativo canonico, Roma
1999.
BACCELLI, L., Il particolarismo dei diritti. Poteri
dell'individuo e paradossi dell'universalismo, Roma
1999.
BACCELLI, L., “Diritti senza fondamento”, in Teoria
politica 2 (2000) 21-33.
BADALONI, P., - BOZZETTO, B., Il libro dei diritti dei
bambini, Torino 1987.
BAGOLINI, L., “Il fondamento dei diritti umani”, in Rivista
Internazionale di Filosofia del Diritto 64 (1987) 3-16.
BAINTON, R.H., La lotta per la libertà religiosa, Bologna
1999.
BALDASSARRE, A., “Diritti inviolabili”, in Enciclopedia
giuridica Treccani, IX, Roma 1989, 1-43.
BALDASSARRE, A., “Alcuni problemi sulla
‘globalizzazione’ dei diritti dell'uomo e sulla loro
concezione nelle democrazie pluralistiche”, in
CAPRIOLI, S., - TREGGIARI, F., (a cura de), Diritti
umani e civiltà giuridica, Perugia, 1992, 93ss.
BALDASSARRE, A., Diritti della persona e valori
costituzionali, Torino 1997.
BALESTRERO, E., Il diritto alla vita prenatale
nell'ordinamento internazionale, indagine sulla
disciplina della vita prenatale e sull'apporto della
Santa Sede, Roma 1996.

262
BARBERINI, G., Riflessioni in tema di libertà religiosa,
libertà di coscienza e relazioni tra Stato e Chiese,
Perugia 1984.
BARBERINI, P., La libertà religiosa, Roma 1964.
BARBERINI, P., (a cura de), Chiese e diritti umani.
Documenti relativi ai diritti della persona e delle
comunità, Napoli 1991.
BARILE, P., Diritti dell’uomo e libertà fondamentali,
Bologna 1984.
BARTOLE, S., (et alii), Commentario alla Convenzione
europea per la tutela dei diritti dell'uomo e delle
libertà fondamentali, Padova 2001.
BASIC, F., Paragone tra l'ordinamento dell'ONU e la
costituzione della Repubblica Federativa Socialista
Jugoslava nella protezione dei diritti sociali della
persona umana, Roma 1976.
BASSO, O. P., - DOMINGO, M., Nacer y morir con
dignidad, Buenos Aires 1989.
BATES, M. S., La libertà religiosa, Torre Pellice (Torino)
1949.
BATTAGLIA, F., Libertà ed uguaglianza nelle
dichiarazioni francesi dei diritti dal 1789 al 1795,
Bologna 1946.
BATTAGLIA, F., “Dichiarazione dei diritti”, in
Enciclopedia del diritto, XII, Milano 1964, 309-323.
BATTAGLIA, F., Le carte dei diritti, con appendice di
aggiornamento, a cura de A. BARBERA, - N.
MATTEUCCI, Reggio Calabria 1998.
BAUSOLA, A., “Fondamenti filosofici dei diritti
dell’uomo”, in Diritti dell’uomo e società
internazionale, Milano 1983, 34-50.
BEA, A., Unità nella libertà, Brescia 1965.

263
BEA, A., Commento alla dichiarazione sulla libertà
religiosa "Dignitatis Humanae", Milano 1967.
BECCATI, G., Disciplina dei diritti umani in ambito
universale, regionale e nella missione della Chiesa,
Roma 2002.
BEGHE’ LORETO, A., (a cura de), La tutela internazionale
dei diritti del fanciullo, Padova 1995.
BELLIA, S., Diritti e doveri politici dei cattolici in regime
democratico nel pensiero di L. Sturzo, Catania 1964.
BELLINI, P., (et alii), Teoria e prassi delle libertà di
religione, Bologna 1975.
BERGOMI, E., (et alii), I diritti umani. Riflessioni teoriche
e indicazioni didattiche, Brescia 1989.
BERLINGÒ, S., Libertà di istruzione e fattore religioso ,
Milano 1987.
BERTOLINO, R., La tutela dei diritti nella Chiesa, Torino
1983.
BERTONE, T., - SEVERGNINI, A., La famiglia e i suoi
diritti nella comunità civile e religiosa, Roma 1987.
BESTARD COMAS, J., La globalización y el desarrollo
humano en los países pobres a la luz de la doctrina
social de iglesia, Roma 2002.
BIFFI, F., “I diritti umani da Leone XIII a Giovanni Paolo
II”, in CONCETTI, G., (a cura de), I diritti umani.
Dottrina e prassi, Roma 1982, 199-243.
BIFFI, F., (a cura de), I diritti fondamentali della persona
umana e la libertà religiosa: atti del 5. Colloquio
giuridico (8-10 marzo 1984), Città del vaticano 1985.
BIFULCO, R., (et alii), L’Europa dei diritti. Commento alla
Carta dei diritti fondamentali dell’Unione Europea,
Bologna 2001.

264
BLANC ALTEMIR, A., La violaciòn de los derechos
humanos fundamentales como crimen internacional,
Barcelona 1990.
BLAQUIERE, G., - BURGGRAFF, J., Dignità e vocazione
della donna, Città del Vaticano 1989.
BLAZQUEZ, N., Los derechos del hombre. Reflexión sobre
una crisis, Madrid 1980.
BOGGIANO, A., Derecho internacional, derecho de las
relaciones entre los ordenamientos jurídicos y
derechos humanos, Buenos Aires 2001.
BOHNEN, L., A dignidade da pessoa humana e sua
fundamentação filosófíco social no pensamento de
Gustav Gundlach, Roma 1983.
BOMPIANI, A., “Il principio dei diritti umani nella
normativa sanitaria italiana”, in Rivista di Teologia
Morale 4 (1999) 521-544.
BOMPIANI, A., (et alii), Bioetica e diritti dell’uomo nella
prospettiva del diritto internazionale e comunitario,
Torino 2001.
BONAZZI, T., - DUMME, M., (a cura de), Cittadinanza e
diritti nelle società multiculturali, Bologna 1994.
BOVERO, M., “Diritti fondamentali e democrazia nella
teoria di Ferrajoli. Un consenso complessivo e un
dissenso specifico”, in Teoria politica 3 (2000) 19-39.
BRESSAN, L., Libertà religiosa nel diritto internazionale,
Dichiarazioni e norme internazionali, Padova 1989.
BUNCH, C., - CARRILLO, R., Violencia de género, Un
problema de desarrollo y derechos humanos, NewYork
1994.
CANTERO NUNEZ, E., La concepcion de los derechos
humanos en Juan Pablo II, Madrid 1990.
CANTONI, G., Libertà religiosa, “sette” e “diritto di
persecuzione”, Piacenza 1996.

265
CAPOGRASSI, G., Introduzione a Dichiarazione
Universale dei diritti dell’uomo, Padova 1950.
CAPOGRASSI, G., La Dichiarazione universale dei diritti
dell'uomo e suo significato, Padova 1957.
CAPOZZI, G., Forze, leggi e poteri, I sistemi dei diritti
dell’uomo, Napoli 1998.
CAPRIOLI, S., - TREGGIARI, F., (a cura de), Diritti umani
e civiltà giuridica, Perugia 1992.
CARCATERRA, A., Il possesso dei diritti nel diritto
romano, Milano 1942.
CARDIA, C., Ateismo e libertà religiosa, Bari 1973.
CARDIA, C., Stato e confessioni religiose, Bologna 1988.
CARRIO’, G. R., Los Derechos Humanos y su protección.
Distintos tipos de problemas, Buenos Aires 1990.
CASAVOLA, F. P., I Diritti Umani, Padova 1997.
CASTELLANO, D., I diritti umani tra giustizia oggettiva e
positivismo negli ordinamenti giuridici europei, Napoli
1996.
CASTIGNONE, S., (a cura de), I diritti degli animali,
Bologna 1985.
CASTIGNONE, S., Nuovi diritti e nuovi soggetti. Appunti
di bioetica e biodiritto, Genova 1996.
CATALANO, G., Il diritto di libertà religiosa, Milano
1957.
CATANIA, A., Stato, cittadinanza, diritti, Torino 2000.
CATTAUI DE MENASCE, C. G., (et alii), Beccaria e i
diritti dell'uomo, Roma 1964.
CATTAUI DE MENASCE, C. G., “Requiem per i diritti
dell’uomo”, in Studium 69 (1973) IV-V, 278-305.
CECCANTI, S., Libertà religiosa e diritto comparato.
Soluzioni consolidate e tendenze odierne, Matera -
Roma 1999.

266
CECCANTI, S., Una libertà comparata. Libertà religiosa,
fondamentalismi e società multietniche, Bologna 2000.
CELADA BALLANTI, R., Fede filosofica e libertà
religiosa, Brescia 1998.
CENTRO DI STUDI FILOSOFICI DI GALLARATE,
L'universalità dei diritti umani e il pensiero cristiano
del '500, Torino 1995.
CENTRO PIGNATELLI, - BATALLA, J. L., Los derechos
humanos, camino hacia la paz, Zaragoza 1997.
CHOI YOUNG HEE, C., La libertà personale
nell'educazione secondo J. Maritain, Roma 1988.
CHOUKR, F. H., A Convenção Americana dos Direitos
Humanos e o direito interno brasileiro: bases para sua
compreensão, São Paulo 2001.
CIAPPI, L., (a cura de), Dichiarazione sulla libertà
religiosa, Roma 1966.
CIAURRIZ, M. J., La libertad religiosa en el derecho
español, Madrid 1984.
CIAURRO, L., - MARCHESI, A., Introduzione ai diritti
umani. A cinquant'anni dalla Dichiarazione
Universale, Fiesole 1998.
COCOZZA, F., Diritto comune delle libertà in Europa.
Profili costituzionali della Convenzione europea Cedu
dei diritti dell’uomo, Torino 1994.
CODEVILLA, G., “I diritti umani nelle costituzioni
dell’Europa orientale”, in CONCETTI, G., (a cura de),
I diritti umani. Dottrina e prassi, Roma 1982, 457-472.
CODEVILLA, G., La libertà religiosa nell’Unione
Sovietica, Milano 1985.
COLAIANNI, N., Tutela della personalità e diritti della
coscienza, Bari 2000.
COLELLA, P., La libertà religiosa nell'ordinamento
canonico, Napoli 1999.

267
COLLANGE, J.-F., Teologia dei diritti umani, Brescia
1991.
COMPAGNONI, F., “Natura umana ed ingegneria
geneticca umana”, in Angelicum 68 (1991) 95-108.
COMPAGNONI, F., I diritti dell’uomo. Genesi, storia e
impegno cristiano, Cinisello Balsamo 1995.
COMPARATO, F. K., A afirmação histórica dos direitos
humanos, 2ª ed., São Paulo 2001.
COMPOSTA, D., “La persona umana e i diritti soggettivi in
prospettiva metafisica”, in Iustitia 27 (1974) I-II, 42-
72.
COMPOSTA, D., “I diritti dell’uomo nel pensiero cristiano
fino alla scolastica”, in Diritti dell’uomo e società
internazionale, Milano 1983, 51-83.
CONCETTI, G., (a cura de), I diritti umani. Dottrina e
prassi, Roma 1982.
CONCETTI, G., “I diritti umani tra libertà e autorità”, in
IDEM, (a cura de), I diritti umani. Dottrina e prassi,
Roma 1982, 735-758.
CONDORELLI, M., I fondamenti giuridici della tolleranza
religiosa nell'elaborazione canonistica dei secoli XII-
XIV, Milano 1960.
CONGRESO INTERUNIVERSITARIO DE DERECHO
ECLESIÁSTICO PARA ESTUDIANTES (3/1994,
Córdoba), Sectas y derechos humanos, Córdoba 1997.
CONSO, G., - SACCUCCI, A., Codice dei diritti umani:
Nazioni Unite, Consiglio d’Europa, Padova 2001.
CONTRERAS NIETO, M. A., El derecho al desarrollo
como derecho humano, Toluca (México) 2000.
COPPOLA, R., Gli strumenti costituzionali per l’esercizio
della libertà religiosa, Milano 1982.
CORDOVANI, M., Per la dignità della persona umana,
Brescia 1943.

268
CORRADINI, L., (et alii), I diritti umani. Presente e futuro
dell’uomo, Cosenza 1985.
CORRAL SALVADOR, C. M., Código internacional de
derechos humanos, Madrid 1997.
CORRECCO, E., (a cura de), I diritti fondamentali del
cristiano nella Chiesa e nella società, Atti del IV
congresso internazionale di diritto canonico, Friburgo,
6-11 ottobre 1980, Milano 1981.
COTTA, S., Diritto naturale e diritti dell'uomo all'alba del
XXI secolo, Roma 1977.
COTTA, S., “I diritti dell’uomo: una rivoluzione culturale”,
in Persona y Derecho 22 (1990) 13-36.
CROCE, B., “I diritti dell’uomo e il momento storico
presente”, in I diritti dell’uomo. Testi raccolti
dall’Unesco, Milano 1960, 113-115.
CUNIBERTI, M., La cittadinanza, Libertà dell’uomo e
libertà del cittadino nella Costituzione italiana, Padova
1997.
D’ARCY, E., La conciencia y su derecho a la libertad,
Madrid 1963.
DA COSTA GOMES, M. S., O direito de associação na
vida religiosa, Roma 1989.
DA NUVOLA, P, - MONACO, F., (a cura de), I diritti
umani, Casale Monferrato 1995.
D'AGOSTINO, F., (a cura de), Pluralità delle culture e
universalità dei diritti, Torino 1996.
DALLA TORRE, G., “Diritti dell’uomo o diritti del
cristiano”, in CORECCO, E., (a cura de), I diritti
fondamentali del cristiano nella Chiesa e nella società,
Atti del IV congresso internazionale di diritto
canonico, Friburgo, 6-11 ottobre 1980, Milano 1981,
125-138.

269
DAMIATA, M., “Potere, legge e libertà del cittadino in G.
d’Ockam”, in MANNO, A. G., (a cura de), Lo Stato e i
cittadini, Napoli 1982, 175-198.
DAMMACCO, G., Diritti umani e fattore religioso nel
sistema multiculturale euromediterraneo Bari 2000.
DANUVOLA, P., (a cura de), I diritti umani. Riflessioni
teoriche e indicazioni didattiche, Brescia 1989.
DANUVOLA, P., - MONCACO, F., (a cura de), Diritti
umani, Casale Monferrato 1995.
DATTRINO, L., “La dignità dell’uomo in Giustino martire
e Ireneo di Lione”, in Lateranum 46 (1980) 209-249.
DAVID, V., “I cinquant’anni della Dichiarazione
Universale dei diritti dell’uomo”, in Bioetica e Cultura
15 (1999) 9-20.
DE CARIA, V., La libertà di stampa, Roma 1949.
DE FIORES, C., “I diritti inviolabili dell'uomo tra crisi della
sovranità ed uso della forza”, in Politica del diritto 2
(2000) 225-264.
DE GIACOMO, C., Identità e soggetti nella teoria dei
diritti, Napoli 1995.
DE GOUGES, O., Dichiarazione dei diritti della donna e
della cittadina, s.l. 1791.
DE GROOT, E. M., Doctrina de iure naturali et positivo
humano in Summa Bambergensi, Nimega 1970.
DE LUCA, P., Il diritto di libertà religiosa, nel pensiero
costituzionalistico ed ecclesiastico contemporaneo,
Padova 1969.
DE MAIO, R., Donna e Rinascimento, Milano 1987.
DE SALVIA, M., Lineamenti di diritto europeo dei diritti
dell’uomo, Padova 1994.
DE SALVIA, M., Compendium della CEDU. Le linee guida
della giurisprudenza relativa alla Convenzione
europea dei diritti dell'uomo, Napoli 2000.

270
DE SALVIA, M., La convenzione europea dei diritti
dell’uomo, Napoli 2001.
DE SANCTIS, R. E., Difesa dell'uomo, Roma 1945.
DE STEFANI, P., Il diritto internazionale dei diritti umani ,
Padova 1994.
DE STEFANI, P., - LEITA, F., La tutela giuridica
internazionale dei diritti umani. Casi e materiali,
Padova 1997.
DE STEFANI, P., Profili di diritto penale internazionale
nella prospettiva dei diritti umani, Padova 2000.
DE STEFANO, M., “La diretta applicabilità dei diritti
umani nell'ordinamento giuridico italiano”, in Il Fisco
12 (26 de Março de 2001) 4689-4694.
DE STEFANO, M., “La lunghezza della durata dei processi
in Italia condannata dalla Corte Europea dei Diritti
dell’Uomo”, in Impresa 12 (31 de Dezembro de 2001)
1900-1902.
DEFILIPPI, C., - BOSI, D., Codice dei diritti umani, s. l.
2001.
DEGANI, P., “Diritti umani e violenza contro le donne:
resentí sviluppi in materia di tutela internazionale”, in
Università di Padova, Cátedra UNESCO in Diritti
umani, democracia e pace, Quaderni 1 (2000).
DEGNI, F., Le persone fisiche e i diritti della personalità,
Torino 1939.
DEL VECCHIO, G., “La dichiarazione dei diritti dell’uomo
e del cittadino nella rivoluzione francese”, in IDEM,
Contributi alla storia del pensiero giuridico e
filosofico, Milano 1963, 139-216.
DELAMS-MARTY, M., Verso un’Europa dei diritti
dell’uomo: ragion di stato e diritti umani nel sistema
della Convenzione europea, Padova 1994.

271
DENNINGER, E., Diritti dell'uomo e legge fondamentale,
trad. it., 1998.
DI MARZIO, P., Contributo allo studio del diritto di libertà
religiosa, Napoli 2000.
DOIG KLINGE, G., Los derechos humanos y la enseñanza
social de la Iglesia, Lima (Perú) 1991.
DONNARUMMA, A. M., (a cura de), Commento alla
Dichiarazione Universale dei Diritti Umani dell’ONU,
Roma 1995.
DONNARUMMA, A. M., Guardando il mondo con occhi
di donna. Dalla Dichiarazione dei Diritti Umani 1948
alla IV Conferenza Mondiale delle Donne 1995. Una
ricostruzione storico-giuridica, Bologna 1998.
DRERUP, A., Educare ai diritti. Una cassetta degli attrezzi,
Bologna 1995.
DREWNIAK, S., La libertà religiosa nell'ambito
costituzionale polacco dal 1944 al 1982, Roma 1991.
DURANTE, F., - GENNARELLI, M. F., I diritti dell’uomo
in Italia. L’applicazione della dichiarazione
nell’ordinamento italiano, Milano 1998.
DWORKIN, R., I diritti presi sul serio, Bologna 1982.
ECHEVERRIA, D. M., A aplicação dos direitos humanos
fundamentais no ordenamento jurídico, Revista
jurídica da Universidade de Cuiabá, v. 2, n.1 (jul./dez.
2000) 103-115.
FABRO, C., I diritti dell’uomo nella tradizione ebraico-
cristiana, Studi cattolici, 10 (1966) 66, 3-12.
FACCHI, A., I diritti nell'Europa multiculturale, Roma -
Bari 2001.
FACCHIN, R., L'interpretazione giudiziaria della
Convenzione europea dei diritti dell'uomo, Padova
1990 .

272
FAGIANI, F., “Etica e teorie dei diritti”, in VIANO, C. A.,
(a cura de), Teorie etiche contemporanee, Torino 1990,
87-107.
FAMELI, M., Diritto alla vita e interruzione volontaria
della gravidanza, una bibliografia specialistica
analitica e ragionata, Napoli 1996.
FANCELLO, A., La tutela dei diritti della donna
nell'ordinamento internazionale con particolare
riferimento all'attività Cedaw, Roma 2002.
FASSO’, G., “La scienza e la filosofia del diritto”, in
FIRPO, L., (editor), Storia delle idee politiche,
economiche e sociali, VI, Il sec. XIX, Torino 1979,
787-842.
FEDELE, P., La libertà religiosa, Milano 1963.
FEDERICI, M., Emigrazione ieri e domani, Roma 1972.
FERLITO, S., Separazione fra stato e chiesa e libertà
religiosa nel pensiero di Roger Williams, Torino 1994.
FERRAJOLI, L., “Cittadinanza e diritti fondamentali”, in
Teoria politica 9 (1993) 3, 63-76.
FERRAJOLI, L., “Dai diritti del cittadino ai diritti della
persona”, in ZOLO, D., (a cura de), La cittadinanza:
appartenenza, identità, diritti, Bari 1994.
FERRAJOLI, L., “I diritti fondamentali nella teoria del
diritto”, in Teoria politica 1 (1999) 49-92.
FERRAJOLI, L., “I fondamenti dei diritti fondamentali”, in
Teoria politica 3 (2000) 41-113.
FERRARI BRAVO, L., (et alii), Carta dei Diritti
fondamentali dell’Unione Europea, commentata con la
giurisprudenza della Corte di Giustizia CE e della
Corte Europea dei Diritti dell’Uomo, Milano 2001.
FERRARI DA PASSANO, P., “I tribunali internazionali per
i diritti umani”, in Civiltà Cattolica III (1999) 403-414.

273
FERRARI, S., - SCOVAZZI, T., (a cura de), La tutela della
libertà di religione, Padova 1988.
FERRARI, S., (a cura de), Diritti dell'uomo e libertà dei
gruppi religiosi, Padova 1989.
FERRARI, S., La libertà religiosa nell’Europa
contemporanea, Bologna 1994.
FERRARI, V., Giustizia e diritti umani, Milano 1995.
FERRARI, V., (et alii), Diritto, cultura e libertà , Milano
1997.
FERRONE, V., La società giusta ed equa,
repubblicanesimo e diritti dell’uomo in Gaetano
Filangieri, Bari 2003.
FILIBECK, G., “I Diritti della Persona alla Luce del
Concilio Vaticano II”, in LAURIOLA, G., Diritti
Umani e Libertà in Duns Scoto, Alberobello (BA)
2000, 179-189.
FINNIS, J. M., Legge naturale e diritti naturali (Recta
Ratio, Testi e Studi di Filosofia del Diritto, Seconda
serie, 14), a cura de F. VIOLA, Torino 1996.
FIORAVANTI, M., Appunti di storia delle costituzioni
moderne. Le libertà fondamentali, Torino 1995.
FLORCZYK, M., La dignità dell'uomo e i diritti della
famiglia nell'insegnamento pastorale dell'Episcopato
polacco negli anni 1945-1987, Roma 1990.
FLORES-D’ARCAIS, G., (et alii), Diritti dell’uomo, diritti
dei popoli, Torino 1993.
FOCARELLI, C. Equo processo e convenzione europea dei
diritti dell’uomo, Padova 2001.
FORMENT, E., (et alii), Dignidad personal, comunidad
humana y orden jurídico, Barcelona 1994.
FRIESENHAHN, E., “La dichiarazione internazionale dei
diritti dell’uomo”, in Jus 2/II (1951) 55-75.

274
FRISOTTI, I., Libertà d’insegnamento e d’istituire scuole,
Bari 1996.
FROSINI, V., Teoria e tecnica dei diritti umani, Napoli
1993.
FUMAGALLI CARULLI, O., (a cura de), Il governo
universale della Chiesa e i diritti della persona, Milano
2003.
FUNES DE TORRES, L., Los derechos humanos en
Honduras, Tegucigalpa, Honduras 1984.
GABRIELI, F. P., Tutela delle libertà costituzionali,
Galatina 1951.
GAFO, J., El aborto y el comienzo de la vida humana,
Santander 1979.
GALLINA, E., La Chiesa cattolica con le organizzazioni
internazionali per i diritti umani, Roma 1968.
GALTUNG, J., I diritti umani, in un’altra chiave, Milano
1998.
GARCIA LOPEZ, J., Los derechos humanos en Santo
Tomàs de Equino, Pamplona 1979.
GARCIA MAGAN, F. C., Derechos de los pueblos y
naciones, Roma 1999.
GERIN, G., (editor), Modificazioni genetiche e diritti
dell’uomo, Padova 1987.
GHIA, F., La fondazione religiosa della libertà tra
uguaglianza e diritti umani. La presenza di Georg
Jellinek nell’etica sociale di Max Weber, s.l. s.d.
GIASANTI, A., - MAGGIONI, G., (a cura de), I diritti
nascosti, Milano 1995.
GIASANTI, M., I diritti difficili, Milano 1996.
GILIBERTI, G., Diritti umani. Un percorso storico,
Bologna 1993.
GILIBERTI, G., Strumenti internazionali sui diritti umani,
Bologna 1994.

275
GIULIMONDI, F., Il diritto alla vita nelle carte
costituzionali degli Stati membri dell'Unione Europea,
Roma 1994.
GIURISTI CATTOLICI ITALIANI, (a cura de), Diritto
Naturale e diritti dell’uomo all’alba del XXI secolo,
Colloquio internazionale, Roma 10-13 gennaio 1991
(Quaderni di iustitia, 40), Roma 1977.
GIUSTINELLI, F., Razzismo scuola società: le origini
dell’intolleranza e del pregiudizio, Italia 1992.
GONZALEZ DEL VALLE, J. M., Derechos fundamentales
y derechos públicos subjetivos en la Iglesia, Pamplona
1971.
GOZZI, G., (a cura de), Democrazia, diritti, costituzione. I
fondamenti costituzionali delle democrazie
contemporane, Bologna 1997.
GRECO, T., (a cura de), Diritti umani: violazioni e tutela,
Pisa 2000.
GRESHAKE, G., Libertà donata, Brescia 1984.
GROPPALI,A., “I diritti naturali nella Costituzione della
Repubblica italiana”, in Rivista Internazionale di
Filosofia del Diritto 28 (1951) 410-420.
GUERRA MEDICI, M. T., I diritti delle donne nella società
altomedievale, Napoli 1986.
GUZMÁN, L., - PACHECO, G., Estudios Básicos de
Derechos Humanos IV. Instituto Interamericano de
Derechos Humanos-Comisión de la Unión Europea,
San José de Costa Rica 1996.
HABERLE, P., Le libertà fondamentali nello Stato
costituzionale, Roma 1993.
HAMEL, E., “Fondamenti biblico-teologici dei diritti umani
nella Gaudium et spes”, in LATOURELLE, R., (a cura
de), Vaticano II. Bilancio e prospettive, II, Assisi 1987,
1001-1016.

276
HARE, R. M., Libertà e ragione, Milano 1990.
HARI, A., - VERDOODT, A., I diritti dell'uomo nella
Bibbia e oggi, Città del Vaticano 2001.
HARRISON, G., I fondamenti antropologici dei diritti
umani nei processi culturali, educativi e formativi
(Ricerche, 15), Roma 2001.
HENRÍQUEZ, N., ALFARO MORENO, R. M., Mujeres,
violencia y derechos humanos, Madrid 1991.
HERNÁNDEZ, R., Derechos humanos en Francisco de
Vitoriae, antología, Salamanca 1984.
HERRERA ACÉVES, J. de J., Los derechos humanos en la
historia de la salvación, concepto y fundamentación,
México 2002.
HERVADA XIBERTA, F. J., - ZUMAQUERO, J. M., (a
cura de), Juan Pablo II y los derechos humanos (1981-
1992), Pamplona 1993.
HETTER, J. A. W., A dignidade do homem na visão de
João Paulo II, s.l. 1982.
HOLMES, S., - SUNSTEIN, C. R., Il costo dei diritti,
Perché la libertà dipende dalle tasse, Bologna 2000.
IGNATIEFF, M., Una ragionevole apologia dei diritti
umani, Milano 2003.
JANIAK, K., I diritti sociali dell'uomo, Roma 1993.
JELLINEK, G., Sistema dei diritti pubblici soggettivi,
Milano 1912.
JIMÉNEZ CARVAJAL, J., Puebla y los derechos humanos,
Bogotá 1980.
JOBLIN, J., “I diritti umani nell'insegnamento della
Chiesa”, in Civiltà Cattolica I (2002) 259-262.
JOBLIN, J., “La pastorale dei diritti dell'uomo”, in Civiltà
Cattolica I (1999) 189-196.
JOBLIN, J., “Lo sviluppo storico del pensiero sui diritti
dell’uomo”, in Civiltà cattolica 131/II (1980) 417-432.

277
JORI, M., “Ferrajoli sui diritti”, in Teoria politica 1 (1999)
25-48.
KACZYN’SKI, G., La libertà religiosa nel pensiero dei
fratelli Polacchi, Torino1995.
KADA, L., Libertà di religione, di stampa e d'associazione,
esame storico-critico degli articoli XVIII, XIX e XX
della Dichiarazione Universale dei Diritti dell'Uomo,
Roma 1959.
KATHAMI, M., Religione, libertà e democrazia, Roma -
Bari 1999.
LA TERRA, P., La formalizzazione dei doveri-diritti
fondamentali dei fedeli nei progetti di Lex Ecclesiae
Fundamentalis fino al Codex Iuris Canonici del 1983,
Roma 1994.
LAJOLO, G., Libertà di religione e posizione della Chiesa
nel diritto dello Stato, Roma 1971.
LAPENNA, E., (a cura de), I diritti dell'uomo e il cittadino,
Milano 1980.
LARICCIA, S., Diritti civili e fattore religioso, Bologna
1978.
LASKI, H. J., La libertà nello Stato moderno, Bari 1931.
LATTANZI, F., Garanzie dei diritti dell'uomo nel diritto
internazionale generale, Milano 1983
LAURIOLA, G., (a cura de), Diritti umani e libertà in Duns
Scoto, VII Convegno Internazionale di Studi Scotistici,
(Quaderno, 15), Alberobello 2000.
LEÓN, M., Mujeres, género y desarrollo, Estudios básicos
de derechos humanos IV (1996) 187-218.
LEONI, B., La libertà e la legge, Macerata 1995.
LEOTTA, N., - MARGELLI, E., Immigrazione svantaggio
sociale e diritti umani, Novara 1991.
LEVINAS, E., “I diritti umani e i diritti altrui”, in IDEM,
Fuori dal soggetto, Genova 1992, 121ss.

278
LIBRERIA DELLE DONNE DI MILANO, Non credere di
avere dei diritti, Torino 1987.
LIMA, B., La libertà religiosa nel recente magistero della
Chiesa, Roma 1994.
LIPPOLIS, L., (a cura de), La Dichiarazione universale dei
diritti dell'uomo verso il Duemila, Napoli 2001.
LLOMPART, J., “La historicidad de los derechos
humanos”, in Anales de la Cattedra Francisco Suarez
12 (1972) 131-160.
LO CASTRO, G., Il soggetto e i suoi diritti
nell'ordinamento canonico, Milano 1985.
LODI, M., La scuola e i diritti del bambino, Torino 1983.
LOMBARDI, F., La libertà del volere e l'individuo, Milano
1941.
LOMBARDI, G., (et alii), Pace e diritti umani negli statuti
comunali: il caso della Regione Veneto, Padova 1997.
LOMBARDI, G., Persecuzioni, laicità, libertà religiosa,
Roma 1991.
LOPEZ JORDAN, R., (a cura de), Problematica della
libertà religiosa, Milano 1964.
LOPEZ MUNOZ, A., La recuperación de la dignidad
humana en Gabriel Marcel, Roma 1996.
LORENZO SALAS, G., Derechos humanos y cristianos en
la Iglesia, asignatura pendiente, Madrid 1992.
LUPORINI, C., Situazione e libertà nell'esistenza umana,
Firenze 1942.
MAFFIOLI, D., Diritti e doveri del cittadino colla
spiegazione dello Stato secondo le istruzioni ed i
programmi governativi per le scuole tecniche,
magistrali e popolari del Regno, Milano 1887.
MAGGIONI, B., “Il fondamento dei diritti dell’uomo nella
Rivelazione”, in Diritti dell’uomo e società
internazionale, Milano 1983, 18-33.

279
MANCINI, R., - MINETTI, S., (a cura de), La libertà
religiosa tra tradizione e moderni diritti dell'uomo,
Torino 2002.
MANES, A., La libertà religiosa nel Risorgimento italiano,
Bari 1914.
MANTI, F., (a cura de), La tolleranza e le sue ragioni,
Cesena 1999.
MARCHELLO, G., “Sociologia della libertà e filosofia del
diritto”, in Filosofia del diritto e discipline affini,
Milano 1958, 159-169.
MARCHESI, A., I diritti dell'uomo e le Nazioni Unite.
Controllo internazionale e attività statali di organi
internazionali, Milano 1996.
MARCHESI, G., “Difesa dei diritti umani per la pace nel
mondo”, in Civiltà Cattolica I (1999) 169-178.
MARCHISIO, S., - RASPADORI, F., L’Italia e i diritti
umani, Padova 1995.
MARCHISIO, S., Osservatorio Diritti Umani, Roma 1996.
MASSI, F., La legge ecclesiastica e la legge civile, ovvero i
diritti della Chiesa e dello Stato, Fano 1880.
MASSUÉ, J.-P., - GERIN,G., Diritti umani e bioetica,
Roma 2000.
MAURI, L., - NICHELI, G., - ANGELI, F., Diritti di
cittadinanza ed immigrazione straniera, Milano 1992.
MAXIA, A., Contratto sociale e politico nell'opera "De'
diritti dell'uomo" di Nicola Spedalieri, Torino 1948.
MAZZONI, G., La conquista della libertà sindacale, Roma
1947.
MESSINEO, A., “Diritti dell’uomo”, in Enciclopedia
cattolica, IV, Città del Vaticano 1950, coll. 1698-1702.
MEYNIER, E., Il cristianesimo e la libertà religiosa,
Firenze 1912.

280
MIUCCI, F., Liberalismo politico e diritti fondamentali.
Una ricostruzione del pensiero politico di John Rawls,
Democrazia e diritto, 2-3 (Abril-Setembro de 1996)
86ss.
MOCHI ONORY, S., Studi sulle origini storiche dei diritti
essenziali della persona, Bologna 1937.
MODUGNO, F., I “nuovi diritti” nella giurisprudenza
costituzionale, Torino 1995.
MOLINARO, A., Libertà e coscienza, Roma 1977.
MONNI, P., Il problema della discriminazione religiosa nel
quadro delle attività dell'O.N.U. per la promozione dei
diritti dell'uomo e delle libertà fondamentali, Roma
1975.
MONTAGNINI, F., “I diritti dell’uomo nel Nuovo
Testamento”, in CONCETTI, G., (a cura de), I diritti
umani. Dottrina e prassi, Roma 1982, 97-118.
MORIGI, A., (et alii), La libertà religiosa nei Paesi a
maggioranza islamica, Roma 1999.
MORIGI, A., (et alii), Rapporto 2000 sulla libertà religiosa
nel mondo, Roma 2000.
MORO, A., (a cura de), Attualità dei diritti umani, Torino
1996.
MURAT, J., I diritti soggettivi della buona fama e
dell'intimità codificati nel canone 220, Roma 1991.
MURTAS, G., La libertà religiosa nella "Pacem in Terris",
Cagliari 1970.
NASCIMBENE, B., (et alii), La Convenzione Europea dei
Diritti dell'Uomo, Profili ed effetti nell'ordinamento
italiano, Milano 2002.
NAVARRO DEL VALLE, H., El derecho a la vida y la
inconstitucionalidad de la fecundación in-vitro, San
José (Costa Rica) 2001.

281
NAVARRO, L., Diritto di associazione e associazioni di
fedeli, Milano 1991.
NAVARRO-VALLS, R., Le obiezioni di coscienza, Torino
1995.
NEGRI, G., Scuola di stato e libertà di scelta religiosa,
Milano 1978.
NICOLAIS, M. M., (a cura de), La dignità della donna,
Roma 1998.
NIKKEN, P., La protección internacional de los Derechos
Humanos: su desarrollo progresivo, Madrid 1999.
NOVOA MONREAL, E., Derecho a la vida privada y
liberdad de información, México 1979.
NUSSBAUM, M. C., Diventare persone, Donne e
universalità dei diritti, Bologna 2001.
OBIETA CHALBAUD, J. A., El derecho de
autodeterminación de los pueblos, un estudio
interdisciplinar de derechos humanos, Bilbao 1980.
OLIVETTI RASON, N., - STRUMENDO, L., (a cura de), Il
difensore civico. Tutela e promozione dei diritti umani
e di cittadinanza, Padova 1997.
OLLERO TASSARA, A., Derechos humanos y
metodologia juridica, Madrid 1989.
OLLERO TASSARA, A., Diritto "positivo" e diritti umani,
trad. it., Torino 1998.
PAINE, T., I diritti dell'uomo e altri scritti politici, Roma
1978.
PAJARO, F., - PILAR, M., ¿Inferioridad de la mujer frente
al hombre en el campo de los derechos?, Roma 1998.
PALAZZANI, L., “Tendenze culturali della bioetica e diritti
umani”, in Camillianum 20 (1999) 247-260.
PALAZZANI, L., Introduzione alla biogiuridica, Torino
2002.

282
PALOMBELLA, G., L'autorità dei diritti: i diritti
fondamentali tra istituzioni e norme, Roma - Bari 2002.
PALOMINO, R. P., Las objeciones de conciencia, Madrid
1994.
PALOMINO, R. P., Derecho a la intimidad y religión,
Granada 1999.
PANIKKAR, R., “E’ Universale il Concetto di Diritti
dell'Uomo?”, in Volontari e Terzo Mondo 12 (1990).
PAPISCA, A., “I diritti umani, Guida bibliografica
ragionata”, in Nuova secondaria 10 (15 de Abril de
1987) 47-50.
PAPISCA, A., “Diritti Umani”, in BERTI, E., -
CAMPANINI, G., (a cura de), Dizionario delle idee
politiche, Roma 1993.
PAPISCA, A., - MASCIA, M., Le relazioni internazionali
nell’era dell’interdipendenza e dei diritti umani,
Padova 1997.
PARLATO, V., I diritti dei fedeli nell'ordinamento
canonico, Torino 1998.
PASINI, D., I diritti dell’uomo – Saggi di filosofia politico-
giuridica, Napoli 1979.
PASSERIN D’ENTRÊVES, A., La libertà politica, Milano
1974.
PASSIGATO, R., Il regime di libertà religiosa e le relazioni
tra la comunità politica e la Chiesa cattolica nel
Vaticano II, Roma 1982.
PATRONO, M., I Diritti dell’Uomo nel Paese d’Europa,
Padova 2000.
PAVAN, P., Libertà religiosa e pubblici poteri, Milano
1965.
PAVAN, P., “Diritti dell’uomo e diritti naturali”, in
Apollinaris 39 (1966) IV, 355-381.

283
PAVAN, P., “Perché la Chiesa deve promuovere i diritti
dell’uomo”, in Clero e Missioni 50 (1969) 1, 25-47.
PAVAN, P., Liberazione dell'uomo, Roma 1969.
PAVAN, P., Dignità della persona, Napoli 1980.
PECCORINI LETONA, F., Los fundamentos últimos de los
derechos del hombre, San Salvador 1964.
PECES-BARBA MARTÍNEZ, G., (a cura de), Derecho
positivo de los derechos humanos, Madrid 1987.
PELÁEZ, J. H., Los derechos humanos en el Magisterio de
Pablo VI, Roma 1981.
PELLEGRINO, P., Gli impedimenti relativi alla dignità
dell'uomo nel matrimonio canonico, Torino 2000.
PENNA, A., “I diritti umani nel Vecchio Testamento”, in
CONCETTI, G., (a cura de), I diritti umani. Dottrina e
prassi, Roma 1982, 61-95.
PEÑA PARRA, E. R., Los derechos humanos en el sistema
interamericano a la luz del Magisterio Pontificio,
Nairobi 1995.
PÉREZ LUÑO, A. E., Derechos humanos, estado de
derecho y constitución, Madrid 1991.
PESCE, P. G., “Responsabilità morale e diritti umani”, in
CONCETTI, G., (a cura de), I diritti umani. Dottrina e
prassi, Roma 1982, 812-815.
PIATTELLI, V., (a cura de), Donne in prima linea: contro
le violazioni dei diritti umani, s.l. 1995.
PINTO, M., (a cura de), Temas de Derechos Humanos,
Buenos Aires 1997.
PINTORE, A., “Diritti insaziabili”, in Teoria Politica 2
(2000) 3-20.
PITTARO, P., La Convenzione europea dei diritti
dell'uomo, Milano 2000.

284
PIZZORNI, R. M., “I diritti umani nell’alto medioevo”, in
CONCETTI, G., (a cura de), I diritti umani. Dottrina e
prassi, Roma 1982, 153-163.
POGORZELSKI, A., La libertá religiosa secondo la
dichiarazione conciliare Dignitatis humanae
nell'insegnamento di Giovanni Paolo II (fino all'anno
1983), Roma 1984.
PRASKIEWICZ, S. T., I fondamenti dottrinali della dignità
e dei diritti della persona umana nel magistero
ecclesiale e nella teologia contemporanea, Roma 1989.
PUIG ABULI, M., (a cura de), Respeto a la vida naciente,
procreación artificial y experimentación fetal, Caracas
1989.
PUJIULA, J., Conferencias sobre la vida y su evolución
filogenética, Barcelona 1915.
PYSZKA, S., Professori di Viena in difesa dei diritti umani
dei contadini negli anni dal 1607 al 1657, Roma 1987.
QUACQUARELLI, A., “I diritti umani nella patristica
antenicena”, in CONCETTI, G., (a cura de), I diritti
umani. Dottrina e prassi, Roma 1982, 119-129.
RAO, V., O Direito e a Vida dos Direitos, São Paulo 1952.
RAWLS, J., I diritti umani, Milano, 1994.
RECCHIA, V., “I diritti umani nella patristica postnicena”,
in CONCETTI, G., (a cura de), I diritti umani. Dottrina
e prassi, Roma 1982, 131-151.
REGAN, T., “Pro e conto i diritti degli animali”, in
CASTIGNONE, S., (a cura de), I diritti degli animali,
Bologna 1985, 145-173.
REGAN, T., I diritti animali, Milano 1990.
REGANT, T., - SINGER, P., Diritti animali, obblighi
umani, Torino 1987.
RELLA CORNACCHIA, A. T., I diritti del bambino.
Dall’enunciazione all’attuazione, Genova 1992.

285
REMOTTI, R., Il diritto all'educazione cristiana (canone
217), Roma 1998.
RENZONI GOVERNATORI, L., “I diritti fondamentali
della persona umana nella riflessione scientifica di P.
Gismondi”, in ARRIETA, J. I., - MILANO, G. P., (a
cura de), Metodo, fonti e soggetti del diritto canonico,
Città del Vaticano, 348-355.
REVEDIN, A. M., (a cura de), Diritti dell'uomo e ideologie
contemporanee, Padova 1988.
REVEDIN, A. M., La negazione teoretica. I diritti
dell’uomo e la critica di Marx, Padova 1985.
RICCOBONO, F., (a cura de), Nuovi diritti dell’età
tecnologica, Milano 1991.
RICCOBONO, F., Soggetto Persona Diritti, Napoli 1999.
RIGAUX, F., La carta di Algeri. La dichiarazione
universale dei diritti dei popoli, Fiesole 1988.
RODOTÀ, S., Tecnologie e diritti, Bari 1995.
RODOTÀ, S., Libertà e diritti in Italia, Roma 1997.
RODOTÀ, S., (et alii), Riscrivere i diritti in Europa,
Bologna 2001.
ROMÁN FLECHA, J., (a cura de), 50º aniversario de la
declaración de los derechos humanos, inauguración de
la cátedra "Cardenal Ernesto Ruffini" (Salamanca, 10
de diciembre de 1998), Salamanca 1999.
ROMANO, G., (et alii), La nuova Corte Europea dei Diritti
dell'Uomo, s.l. 1999.
ROMBOLI, R., (a cura de), La tutela dei diritti
fondamentali davanti alle Corti costituzionali, Torino
1994.
RORTY, R., Diritti umani, razionalità e sentimento, in I
diritti umani, Milano 1994.
ROUCO VARELA, A. M., “Fundamentos eclesiologicos de
una teoria general de los derechos fundamentales del

286
cristiano”, in CORRECCO, E., (a cura de), I diritti
fondamentali del cristiano nella Chiesa e nella società,
Atti del IV congresso internazionale di diritto
canonico, Friburgo, 6-11 ottobre 1980, Milano 1981,
53-78.
ROUCO VARELA, A. M., Los Fundamentos de los
Derechos Humanos: una cuestiòn urgente, Madrid
2001.
ROY, M., La Chiesa e i diritti dell'uomo, Città del Vaticano
1976.
RUANELLI, E., (a cura de), Il diritto all'informazione in
Italia, Roma 1990.
RUIZ GIMENEZ, J., Derecho y vida humana. Algunas
reflexiones a la luz de Santo Tomas, 2ª. ed., Madrid
1957.
RUIS-GIMENEZ, J., El Concilio vaticano II y los derechos
del hombre, Madrid 1968.
RUSKIN, J., I diritti del lavoro, Bari 1946.
RUSSO, B., Religione di stato e libertà di religione nello
stato, Messina 1965.
RUSSO, C., - QUAINI, P. M., La Convenzione Europea dei
diritti dell'uomo e la la giurisprudenza della Corte di
Strasburgo, Milano 2000.
SACCUCCI, A., Profili di tutela dei diritti umani, tra
Nazioni Unite e Consiglio d'Europa, s.l. 2002.
SALVINI, G., “Diritti umani e sviluppo”, in Civiltà
Cattolica II (2001) 234-245.
SANCHEZ DE LA TORRE, F., La promoción de los
derechos humanos en la constitución y en la vida
política actual de los Estados Unidos Mexicanos a la
luz del magisterio eclesiástico, Roma 2000.

287
SANCINETTI, M., - FERRANTE, M., El derecho penal en
la protección de los derechos humanos, Buenos Aires
1999.
SARACENI, G., Libertà religiosa e rilevanza civile
dell'ordinamento canonico, Milano 1954.
SARACENI, G., Stato cattolico e tolleranza dei culti
acattolici nella dottrina della Chiesa, Milano 1957.
SASTOQUE POVEDA, L. F., La dignidad de la persona
humana en el Magisterio de Pablo VI, Roma 1991.
SASTRE SANTOS, E., Mundo, derechos humanos e
Iglesia, Madrid 1979.
SAULLE, M. R., (a cura de), Insegnamento e ricerche sui
diritti fondamentali in Italia, I, Napoli 1990.
SAULLE, M. R., (a cura de), Insegnamento e ricerche sui
diritti fondamentali in Italia, II, Napoli 1991.
SCALA, J., Género y derechos humanos, San José (Costa
Rica) 2001.
SCALA, J., Derechos humanos, 7 casos controversiales en
América Latina, San José (Costa Rica) 2002.
SCALABRINI SPADEA, M., Codice internazionale dei
diritti dell’uomo, Milano 1991.
SCARVAGLIERI, G., La libertà religiosa e la laicità dello
Stato in Luigi Sturzo, Roma 1973.
SCELLINI, G., I diritti della donna nelle attività delle
Nazioni Unite, Roma 1999.
SCHAFF, A., Marxismo e individuo humano, México 1967.
SCHOMMER, A. A., “A constituição federal de 1988 a
cidadania e os direitos humanos: um estudo
comparativo com outras constituições”, in Revista
jurídica da Universidade de Cuiabá 2, 1
(Jullho/Dezembro de 2000) 25-28.
SCHWIENTEK, A., Libertà e civiltà, Roma 1946.

288
SENESE, S., “L'insanabile contraddizione tra guerra e tutela
dei diritti umani”, in Questione giustizia 3 (1999).
SGRECCIA, E., - CASINI, M., “Diritti umani e bioetica”,
in Medicina e Morale 1 (1999) 17-47.
SHUTE, S., - HURLEY, S., - LAUZI, S., (a cura de), I
diritti umani, Milano 1994.
SILHAR, S., La filosofia della libertà nel pensiero di
Joseph de Finance, Roma 1977.
SIMONCIOLI, F., Il problema della libertà umana in
Pietro Di Giovanni Olivi e Pietro de Trabibus, Milano
1956.
SIMONE, M., “L’Islam e i diritti umani”, in Civiltà
Cattolica IV (2001) 396-404.
SINA, M., (a cura de), La tolleranza religiosa, Milano
1991.
SINOPOLI, C. F., I trapianti e la dignità della persona
umana, Roma 2002.
SOAVE, F., Trattato elementare dei doveri dell'uomo e
delle regole della civiltà, Bassano 1822.
SPEDALIERI, N., De’diritti dell'uomo libri VI, Assisi 1797.
SPERDUTI, G., “Diritti umani (protezione internazionale
dei)”, in Enciclopedia del diritto, XII, Milano 1964.
STABELLINI, M., - DE STEFANI, P., (a cura de), Tutela
dei diritti sociali. L'impegno degli obiettori per
costruire la pace, Padova 1994.
STEFANI, M., La libertà esistenziale in J. P. Sartre,
Milano 1949.
STRUMENDO, L., (a cura de), Costituzione, diritti umani,
garanzie. Forme non giurisdizionali di tutela e di
promozione, Padova 1998.
SURIANI, L., La libertà di scuola e di insegnamento nel
Magistero della Chiesa, nel diritto internazionale,
nella legislazione italiana, Roma 1990.

289
TARANTINO, A., “Diritti dell'umanità e giustizia
intergenerazionale”, in Rivista Internazionale di
Filosofia del Diritto LXXIX/1 (2002) 88-124.
TEIXEIRA, A. M., “A corrupção como elemento violador
dos direitos humanos no cenário internacional”, in
Revista Jurídica da Universidade de Cuiabá 2/1
(Julho/Dezembro de 2000) 9-24.
TESSARA, O., Derechos humanos y metodologia juridica,
Madrid 1989.
TETTAMANZI, D., “La chiesa di fronte ai mutamenti
storici circa l’“immagine” della donna”, in Dignità e
vocazione della donna, Città del Vaticano 1989, 177-
187.
TETTAMANZI, D., Alle sorgenti della vita umana,
Humanae Vitae, Attualità di un’enciclica, Casale
Monferrato 1993.
TETTAMANZI, D., Evangelium vitae, Valore e
inviolabilità della vita umana, Casale Monferrato 1995.
THIENE, (a cura de), La libertà religiosa nei Paesi a
maggioranza islamica, Roma 1999.
THIRY, A., Libertà religiosa e libertà cristiana, Torino
1968.
TIERNEY, B., L'idea dei diritti naturali. Diritti naturali,
legge naturale e diritto canonico 1150-1625, Bologna
2002.
TOSOLINI, A., Diritti dell’uomo - diritti dei popoli tra
libertà e solidarietà, Parma 1985.
TOZZI, V., (a cura de), Integrazione europea e società
multi-etnica, Nuove dimensioni della libertà religiosa,
Torino 2000.
TRAMAROLLO, G., I Diritti umani nella storia, in
Europa, nel mondo: guida didattica in 12 lezioni e 1
bibliografia, Cremona 1980.

290
TRUYOL Y SERRA, A., Los derechos humanos, Madrid
1982.
TYN, T. M., L'azione divina e la libertà umana nel
processo della giustificazione secondo la dottrina di S.
Tommaso d'Aquino, Bologna 1979.
UNGARI, P., - MODICA, M., Per una convergenza
mediterranea sui diritti dell'uomo, Roma 1997.
UNIVERSITA’ CATTOLICA DEL SACRO CUORE,
Centro di ricerche per lo studio della dottrina sociale
della Chiesa, La libertà religiosa negli insegnamenti di
Giovanni Paolo II (1978-1998), Milano 2000.
URABAYEN, M., Vida privada e información, Pamplona
1977.
VALASTRO, A., Libertà di comunicazione e nuove
tecnologie, Milano 2001.
VANNICELLI, L., Servizio sanitario e libertà religiosa
nell'ordinamento italiano, Milano 1985.
VARESI PIER, A., (a cura de), I diritti dei lavoratori,
Milano 1976.
VERGÉS RAMÍREZ, S., Derechos humanos,
fundamentación, Madrid 1997.
VERGNANO, I., I diritti umani: ONU, UNESCO, OIL,
OMS. Raccolta di documenti delle Organizzazioni
internazionali, Torino 1998.
VIGGIANO, G. M., Dei diritti e dei doveri degli uomini,
Napoli 1884.
VINCIGUERRA, R., “Per una storia dei diritti umani”, in
Bioetica e Cultura 22 (2002).
VIOLA, F., “La conoscenza della legge naturale nel
pensiero di J. Maritain”, in Jacques Maritai oggi,
Milano 1983, 560-582.

291
VIOLA, F., “Metafisica della legge naturale: Legittimità
dei poteri statali”, in Studi cattolici 27 (1983) 274, 755-
760.
VIOLA, F., Diritti dell’uomo. Diritto naturale. Etica
contemporanea, Torino 1989.
VIOLA, F., “Individuo, comunità, diritti. L’identità
dell’individuo alla luce dei diritti dell’uomo”, in Teoria
politica 8 (1992) 59-81.
VIOLA, F., “Ragion pratica e diritto naturale: una difesa
analitica del giusnaturalismo”, in Ragion pratica 1
(1993) 161-81.
VIOLA, F., “La volontà del malato e l’etica del medico: il
problema del conflitto”, in Ragion pratica 2/2 (1994)
215-226.
VIOLA, F., Stato e natura, Milano 1995.
VIOLA, F., “L’etica della qualità della vita: una
valutazione critica”, in Bioetica 1 (1996) 91-111.
VIOLA, F., “Identità personale e collettiva nella politica
della differenza”, in D’AGOSTINI, F., (a cura de),
Pluralità delle culture e universalità dei diritti, Torino
1996, 146-172.
VIOLA, F., Legge naturale e diritti naturali, Torino 1996.
VIOLA, F., Dalla natura ai diritti. I luoghi dell’etica
contemporanea, Roma - Bari 1997.
VIOLA, F., Etica e metaetica dei diritti umani, diritto
naturale, Torino 2000.
VITTA, E., - GREMENTERI, V., Codice degli Atti Interni
sui diritti dell’uomo, Milano 1981.
VITALE, E., “Teoria generale del diritto o fondazione
dell'ottima repubblica? Cinque dubbi sulla teoria dei
diritti fondamentali di Luigi Ferrajoli”, in Teoria
politica 2 (1998) 41-48.

292
VITALE, E., (a cura de), Diritti umani e diritti delle
minoranze, Torino 1999.
VITALE, E., “Sulla fondazione dei diritti fondamentali. Fra
giusnaturalismo e giuspositivismo”, in Teoria politica 2
(2000) 35-48.
VITALE, E., (a cura de), Diritti fondamentali. Un dibattito
teorico, Roma - Bari 2001.
WALZER, M., La politica della differenza: statualità e
tolleranza in un mondo multiculturale, Firenze 1994.
WALZER, M., Sulla tolleranza, Roma - Bari 1998.
WOLLSTONECRAFT, M., I diritti della donna, Roma
1977.
YÉPEZ A., F., (a cura de), Los derechos humanos, enfoque
cristiano, Quito 1986.
ZAGREBELSKY, G., Il diritto mite. Legge diritti giustizia,
Torino 1992.
ZANGHI, C., (a cura de), La protezione internazionale dei
diritti dell’uomo, Roma 1979.
ZANGHI, C., “Diritti dell'uomo (protezione internazionale
dei)”, in Enciclopedia giuridica Treccani, XI, Roma
1989.
ZANGHI, C., - VASAK, K., (a cura de), La Convenzione
Europea dei Diritti dell’Uomo: 50 anni d’esperienza.
Gli attori e i protagonisti della Convenzione: il
passato, l’avvenire, Torino 2002.
ZAPPALA’, C., La libertà religiosa in Italia nel XX secolo,
Sonnino (LT) 1997.
ZOLO, D., (a cura de), La cittadinanza, Appartenenza,
identità, diritti, Bari 1994 e 1999.
ZOLO, D., “Libertà, proprietà ed eguaglianza nella teoria
dei ‘diritti fondamentali’. A proposito di un saggio di
Luigi Ferrajoli”, in Teoria politica 1 (1999) 3-24.

293
ZUCCARO, C., La vita umana nella riflessione etica,
Brescia 2000.

294
O AUTOR:

Prof. Dr. José Francisco de


Assis DIAS, Brasileiro,
nasceu a 16 de Março de
1964, em Umuarama-Pr;
estudou Filosofia no
Instituto Filosófico N. S. da
Glória, Maringá-Pr (1983-
1985); e Teologia no
Instituto Teológico Paulo
VI, Londrina-Pr (1986-
1989); obteve a
Licenciatura Plena em
Filosofia na Universidade
de Passo Fundo-RS (1996).
É mestre em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade
Urbaniana, Cidade do Vaticano (1990-1992), com a
monografia "DE ACQUISITIONE BONORUM", Na
Legislação Particular da Diocese de Umuarama-Pr;
É mestre em Filosofia pela mesma Pontifícia Universidade
Urbaniana, Cidade do Vaticano (2004-2006), com a
monografia "CONSENSUS OMNIUM GENTIUM", O
Problema do Fundamento dos Direitos Humanos no
Pensamento de Norberto Bobbio (1909-2004);
É doutor em Direito Canônico também pela Pontifícia
Universidade Urbaniana, Cidade do Vaticano (2003-2005),
com a tese DIREITOS HUMANOS, Fundamentação Onto-
teleológica dos Direitos Humanos, com especialização em
Filosofia do Direito;
É doutor em Filosofia pela mesma Pontifícia Universidade
Urbaniana, Cidade do Vaticano, com a tese NÃO MATAR!

295
O Princípio Ético Não Matar como 'Imperativo Categórico'
no Pensamento de Norberto Bobbio (1909-2004).

Publicou também:

- DIREITOS HUMANOS, Fundamentação Onto-teleológica


dos Direitos Humanos, Unicorpore, Maringá-PR 2005,
ISBN: 978-85-98897-04-2, 461 p.
- CONSENSUS OMNIUM GENTIUM, O Problema do
Fundamento dos Direitos Humanos no Pensamento de
Norberto Bobbio (1909-2004), Humanitas Vivens, Sarandi-
PR 2008, 2ª Edição, ISBN: 978-85-61837-00-6, 206 p.
- NÃO MATAR! O Princípio Ético Não Matar! no
Pensamento de Norberto Bobbio (1909-2004), Humanitas
Vivens, Sarandi-PR 2008, ISBN: 978-85-61837-02-0, 378p.
- DÍZIMO: FÉ COMPROMETIDA, Análise Canônico-
Pastoral do Sistema do Dízimo, Humanitas Vivens, Sarandi-
PR 2009, ISBN: 978-85-61837-14-3, 248 p.
-- N NO ORRBBEERRTTO O BBO OBBBBIIO O Introdução ao Pensamento de
Norberto Bobbio (1909-2009), Humanitas vivens, Sarandi-
PR 2009, ISBN: 978-85-61837-21-1, 188 p.
-- GGUUEERRRRAA EE PPAAZZ O O PPrroobblleem maa ddaa G Guueerrrraa nnoo PPeennssaam
meennttoo
ddee NNoorrbbeerrttoo BBoobbbbiioo ((11990099--22000099)),, IISSB BNN 978-85-61837-17-
4, 117700 pp..
-- PPEEN NAA D DEE M MO ORRTTEE EE AABBO ORRTTO O PPRRO OC CUURRAAD DOO,, O O
PPrroobblleemmaa ddaa PPeennaa ddee M Moorrttee ee ddoo AAbboorrttoo PPrrooccuurraaddoo nnoo
PPeennssaam meennttoo ddee N Noorrbbeerrttoo BBoobbbbiioo ((11990099--22000099)),, H Huum maanniittaass
VViivveennss,, SSaarraannddii--PPRR 22000099,, IISSB BN N 978-85-61837-20-4, 117766 pp..
-- VVAALLO ORR PPRRIIM MO ORRD DIIAALL,, AA VViiddaa H Huum maannaa ccoom moo VVaalloorr
PPrriim
moorrddiiaall nnoo PPeennssaam meennttoo ddee N Noorrbbeerrttoo BBoobbbbiioo ((11990099--
22000044)),, H
Huum maanniittaass V Viivveennss,, SSaarraannddii--PPR
R 22000099,, IISSBBNN 978-85-
61837-18-1, 302 p. 3 0 2 p .

296
297
DIREITOS HUMANOS Introdução à História dos Direitos
Humanos nasceu do meu desejo de dar uma modesta
contribuição ao grande problema da fundamentação filosófica
dos direitos humanos. Aqui, meu objetivo geral é apresentar a
evolução da categoria filosófica direitos humanos.
O objetivo específico que me proponho é apresentar elementos
históricos que nos ajudem a delinear um fio condutor que
perpasse toda a história do pensamento ocidental,
acompanhando a evolução da categoria filosófica direitos
humanos desde o pensamento grego antigo até aos nossos dias.
Quando falamos de direitos humanos entendemos, sobretudo as
liberdades políticas fundamentais, o direito à vida e à
integridade da Pessoa humana, a liberdade de opinião e de
Religião, a liberdade de movimento no interior do Estado e entre
os Estados.
A partir da Segunda Guerra, 1939-1945, que produziu graves
violações aos direitos humanos; depois da realização do direito
de autodeterminação dos povos ex-coloniais os direitos humanos
entraram progressivamente no patrimônio ideal da vida pública
e entre os temas de discussão quotidiana, seja sob forma de
interesse às vicissitudes internacionais mais cruéis e de
reivindicação de próprios direitos.
Na última década do séc. XX foram evocados também no
contexto da bioética, essencialmente para dar fundamento a
propostas legislativas que assegurem liberdade e segurança no
campo da pesquisa e da química biomédica; e também no campo
dos direitos do enfermo.

298

Você também pode gostar