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JOÃO CARLOS DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado infra
assinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 197 da Lei de
Execuções Penais, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, em face da decisão delineada, que
reconheceu a falta disciplinar de natureza grave e determinou a regressão do sentenciado ao regime
fechado.
Requer seja recebido e processado o presente recurso para que, a partir das razões desde já
inclusas, possa Vossa Excelência exercer, caso assim entenda, juízo de retratação concedendo o
direito pleiteado.
Caso Vossa Excelência entenda por manter a decisão denegatória, após manifestação do
ilustre representante do Ministério Público, requer seja encaminhado o presente recurso ao Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - para julgamento.
I- DOS FATOS
O Agravante foi condenado pela prática do crime de homicídio simples, previsto no artigo
121, caput do Código Penal, a uma pena de 10 anos de reclusão em regime inicial fechado. O
mesmo iniciou o seu cumprimento da pena em 05 de janeiro de 2017, na penitenciária de Foz do
Iguaçu. No mês de junho de 2020, requereu a concessão de seu livramento condicional. De acordo
com as informações acostadas ao pedido, o condenado sempre ostentou bom comportamento
carcerário, não cometeu nenhuma falta grave, demonstrou bom desempenho no trabalho atribuído
durante o curso da execução. Realizada a audiência de concessão, o condenado foi
condicionalmente liberado.
Após aproximadamente um ano da concessão do benefício, o liberando deixou de comunicar
periodicamente o juízo da execução sua ocupação, bem como, passou a frequentar determinados
lugares aos quais estava proibido.
Após manifestação exclusiva do Ministério Público dando conta de que seria caso de
revogação obrigatória do livramento condicional, determinou o juízo da execução, de forma
fundamentada pelo reconhecimento da falta de natureza grave, bem como revogou o benefício; o
não cômputo do período de livramento na pena a ser cumprida; a expedição de mandado de prisão –
sem oportunizar defesa/justificativa, acerca da infração delineada, violando diretamente os
princípios da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal.
Máxima vênia Excelências, nenhuma excepcionalidade poderia afastar os princípios
norteadores do estado democrático de direito. Ainda mais, quando se refere aos princípios da ampla
defesa, do contraditório e do devido processo legal.
Por fim, insta salientar que em momento algum houve a oportunidade do Agravante
justificar a suposta infração. Razão pela qual, perfeitamente tempestivo o presente recurso.
III- REQUERIMENTOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) liminarmente seja conhecido e provido o presente recurso, para colocar imediatamente o
Agravante em liberdade, ante a manifesta ilegalidade no recrudescimento da forma de cumprimento
de pena;
b) seja conhecido e provido o presente recurso, para anular o édito condenatório delineado,
uma vez que reconheceu a falta de natureza grave e regrediu o Agravante para o regime fechado,
sem oportunizar a sua justificação (audiência justificatória/justificativa escrita), em manifesta
violação ao direito da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, além da
transgressão do art. 118 da LEP;
c) seja feita a retratação da decisão recorrida, caso assim entenda o Juízo “ad quo”.