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Direito Civil V

Direito de familia

PRINCÍPIOS DO DIREITO DAS FAMÍLIAS: maiores de 70 anos, por ferir a liberdade e a dignidade da
pessoa humana.
1. Princípio da Igualdade entre os filhos (art. 227, CF e
art. 1.596, CC): Não existe diferença entre os filhos, ATENÇÃO para a Súmula 377, STF.
sejam eles do casamento, adotados, fora do
casamento, filhos socioafetivos (decorre do afeto), Sumula 377, STF. No regime de separação legal
filho é filho. Todos têm direitos iguais sobre a herança de bens, comunicam-se os adquiridos na
dos pais. constância do casamento.

2. Princípio da Igualdade entre os cônjuges e os


Meação: seria a separação/divisão dos bens que foram
companheiros (art. 226, CF): Hoje não se fala mais
acumulados no decorrer do casamento esforço comum do
sobre pátrio poder, mas em poder familiar. O poder
casal.
que os pais têm sobre os filhos é igual. O reflexo é em
(FCC/JUIZ/TJ-MS/2020/ADAPTADA) É obrigatório o regime da
relação à guarda. separação de bens no casamento da pessoa maior de sessenta
anos.

No que diz respeito a igualdade:


• Formal: Lei 4. Princípio da dignidade da pessoa humana (1º CF):
É o princípio maior, o mais universal de todos os
• Material: oportunidade, levando em consideração a
questão de gênero, como no ambiente de trabalho. princípios. A dignidade da pessoa humana encontra na
Ex.: “Ser mãe na Argentina: da Praça de Maio ao direito à família o solo apropriado para florescer.
aposentadoria.” Esse princípio está ligado ao princípio do mínimo
existencial, precisa ter de educação, saúde, lazer, etc. Além
• Diferença: que significa o respeito devido às minorias,
de respeito, afeto.
sua identidade e suas diferenças, sejam elas quais
forem. Nada mais do que o respeito à diferença.
5. Princípio da solidariedade (3º CF)
Solidariedade contém o significado das expressões
3. Princípio da não intervenção ou da liberdade (art.
fraternidade e reciprocidade. Solidariedade é o que cada
1.513, CC):
um deve ao outro e a lei se assegura do comprometimento
Tal princípio abrange a livre de decisão do casal no afetivo que existe no âmbito das relações familiares para
planejamento familiar, intervindo o Estado apenas para gerar deveres recíprocos entre os integrantes do grupo
propiciar recursos educacionais e científicos ao exercício familiar. A lei civil consagra o princípio da reciprocidade ao
desse direito ; a livre aquisição e administração do impor a plena comunhão de vida ao casamento (CC 1.511).
patrimônio familiar e opção pelo regime de bens mais A obrigação alimentar dispõe de igual conteúdo (CC 1.694).
conveniente, a liberdade de escolha pelo modelo de Essa reciprocidade está ligada ao alimento, que é uma
formação educacional, cultural e religiosa ; e a livre obrigação a partir da
conduta, respeitando-se a integridade físico-psíquica e a. Necessidade de quem pede;
moral dos componentes da família. b. possibilidade de quem paga;
Assim, o Estado não pode intervir nos valores da família. O c. Proporcionalidade entre o que se pede e entre o
indivíduo tem a liberdade de dissolver o seu casamento e que se paga.
extinguir a união estável, bem como o direito de recompor
novas estruturas de convívio. OBRIGAÇÃO entre parentes de primeira linha reta:

EXCEÇÃO: Em relação ao regime de bens → O art. 1641, CC. Ascendentes e descentes.

1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no


casamento: Irmãos
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
Segundo Maria Betânia Diniz, é inconstitucional a
Cônjuges/companheiros
imposição coacta do regime de separação de bens aos
MENORES DE 18 ANOS: Possem o dever de paralela ou casamento ou a união estável você
alimentação, e os maiores de 18 anos tem a mantém uma relação extraconjugal.
obrigação de alimentação.
Tanto o STF quanto o STJ entendem que concubinato NÃO
6. Princípio do maior interesse da criança e do é família, em razão do disposto no art. 1.727 do CC.
adolescente (art. 227, CF e arts. 1.583- 1.584, Segundo o PRINCÍPIO DA MONOGAMIA encontra eco no
CC):muito relacionado a questões de guarda e de art. 1.521, inc. IV, do Código Civil, quando proíbe novo
alimentos. casamento de pessoa casada, sob pena de nulidade das
segundas núpcias (CC, art. 1.548, inc. II), enquanto não
7. Princípio da Afetividade: afeto, amor. A família deve desfeitas as primeiras núpcias.
afetar de forma positiva na relação família.
1. Puro: Hoje chamado de União estável.
Parentalidade Socioafetiva: Enunciados JDC (256, 339, 336,
341). 2. Impuro: Derivado de impedimentos - Pessoa casada e
não separada (concubinato adulterino), impedimento
A regra de ouro hoje quando se fala em Direito das Famílias
de parentesco, impedimento de crime
é A PLURALIDADE FAMILIAR.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a
CONFIGURAÇÕES FAMILIARES: mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.

 Matrimonial: constituída pelo casamento. Concubino não é herdeiro, não tem direito a pensão
 União Estável: regulada pelo art. 1.723, aquela união: alimentícia, não tem direito a regime de bens etc
a. Pública;
(IDCAP/PROCURADOR/CÂMARA DE BOA ESPERANÇA-ES/2019) As
b. Continua;
relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de
c. Duradora, e;
casar, constituem casamento presumido.
d. Constitui família.

(CONSULPLAN/OFICIAL/CARTÓRIO TJ-MG/2019/ADAPTADA) A
união estável configura-se na convivência pública, contínua e ADULTERINO OU INCESTUOSO
duradoura, com o ânimo dos companheiros de constituir família.

A doutrina denomina de concubinato impuro adulterino, a


relação na qual o homem casado mantém dois lares
Casamento x União Estável x Concubinato simultaneamente

Casamento É situação jurídica formal. b. União estável putativa: familiar constituída por
União estável É situação jurídica informal. duas famílias, em que ambas estão de boa-fé, e tem
Concubinato É uma “união estável desqualificada aparecia de válida.
juridicamente”
É o concubinato de boa-fé, ou seja, a amante não sabe que
é amante. Nesse caso, se devem garantir direitos à amante.
 Monoparental: pelo pai + filho ou mãe + filho. É É uma posição doutrinária não acolhida pela jurisprudência,
aquela constituída pelo pai e pela mãe e seus filhos que aplica a regra da exclusividade da família. Essa união
(viuvez, separação). estável putativa pode-se basear também na boa-fé
 Reconstruída/mosaico/tentacular: é aquela em que objetiva. Nesse caso, é possível falar em paralelismo
o casal já possui filhos antes do casamento. (“família paralela”), em concubinato como entidade família.
 Anaparental: Ana vem de ausência dos pais, pode
por exemplo, um irmão se torna responsável pelos Reconhecer a putatividade de uma união estável e a
outros. eventual simultaneidade de núcleos familiares, não é negar
 Homoafetiva: unidos pelo amor independentemente o princípio da monogamia – que é aquele reconhecido no
do sexo. direito brasileiro- e sim assegurar a proteção que a
 Multiespecies: Família constituída por putatividade ocasiona.
humanos e seres humanos.  Poliaefetiva: uma entidade família constituída de
varias pessoas, exemplo: trisal.
 Eudemonista: Seria um objetivo de família, o que  Família unipessoal: uma única pessoa.
define família é o afeto então a família busca a
felicidade individual par atingir a felicidade coletiva. Julgue como falso ou verdadeiro e justifique: O Supremo Tribunal
Hoje se fala de família eudemonista: pautada no Federal (STF) considerou legítima a existência paralela de duas
amor, no afeto, na busca pela felicidade. uniões estáveis, ou de um casamento e uma união estável,
inclusive para efeitos previdenciários.
 Paralela:
a. Concuquionato: É a família paralela ou simultânea
em que você é casado ou vive uma união estável, e
................................................................................................ infundável, como questão de cunho racial, religioso, ou
................................................................................................ ciúme despropositado ou em outra razão menos nobre.
................................................................................................ Consequência para casar com suprimento judicial: art.
................................................................................................ 1.641, o regime será regido por separação obrigatória de
................................................................................................ bens.
................................................................................................
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no
Casamento casamento:
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento
Conceito: É o contrato especial de direito de família, entre judicial.
duas pessoas, baseado na lei e no afeto.
Casando com autorização Comunhão parcial
Natureza jurídica: Casando com suprimento Regime de separação
judicial obrigatório de bens.
a. Contratual: casamento é um contrato, baseado na
autonomia de vontade.
Pacto antenupcial
b. Institucional:
Acordo
c. Mista:
Para regimes de bens diferentes da comunhão parcial
Capacidade quando à autorização dos representantes para o casamento
necessita-se de uma autorização especifica para a escolha
Raquel, 15 anos de idade, engravidou de Niltinho, mais de outro regime.
conhecido como Totonho, namorado do colégio, um jovem de 16
anos. O casal, apaixonado, pretende se casar o quanto antes. Os Por exemplo, se quiser trocar para o regime universal, será
pais de Raquel autorizam o casamento e até desejam que a filha feito uma autorização.
seja esposa de Totonho, pois nutrem um carinho enorme pelo
rapaz. Os pais de Totonho, por sua vez, não gostam muito de
Obs.: Se os representantes autorizarem o casamento, mas
Raquel e não gostariam que o filho se casasse com essa moça. nem o pacto nupcial, será regime parcial de bens.
Considerando as regras a serem aplicadas ao caso, marque a Relação DE PARENTESCO
alternativa correta:
A.O casamento poderá ser celebrado apenas se houver o As relações de parentesco correspondem ao vínculo que
consentimento dos genitores de ambos os nubentes, em virtude une pessoas em uma estrutura familiar, que pode se
da idade.
originar de forma natural ou civil.
B. Raquel poderá se casar em virtude da gravidez, mas Totonho,
ainda assim, precisa do consentimento de seus pais. Tem um resumo de parentesco pronto
C. Como os pais de Raquel já permitiram o casamento, Totonho
Reta Ascendente:
poderá ajuizar ação supletória de consentimento, podendo o
Magistrado nomear curador especial para assistir Totonho nessa • Pai/ mãe: 1º grau linha reta
demanda. • Avô/ avó: 2º grau linha reta Descendente:
D. Independentemente de consentimento dos pais de Raquel, este • Filho/ filha: 1º grau linha reta
matrimônio não poderá ser celebrado.
• Neto/neta: 2º grau linha reta
Colateral:
Capacidade para casamento
• Irmão/ irmã: 2º grau colateral
A idade núbil mínima para o casamento é de 16 anos. Em • Sobrinho: 3º grau colateral
nenhuma hipótese é cabível casamento por pessoa abaixo dessa • Tio/ tia: 3º grau colateral
idade por força do art. 1.520 do CC:
• Primo/ prima: 4º grau colateral
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento Afinidade:
de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art.
• 1º grau LR: sogro, sogra, enteado (a)
1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019).
• 2º grau LC: cunhado (a)
Antes, porém, de completar 18 anos, o casamento do Impedimentos
menor depende de autorização o seu representante legal,
a qual pode ser revogada imotivadamente até o momento Embora não sejam incapazes para o casamento e,
da celebração do casamento. portanto, possam contrair núpcias com outras pessoas, não
estão legitimados a casar com os parentes próximos.
Art. 1.517. [...] autorização de ambos os pais, ou de seus
Tem um resumo de impedimentos pronto, da professora.
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

O casal poderá casar com regime parcial de bens.


Se os pais dissentirem, será cabível suprimento judicial, o
qual deve ser dado pelo juiz sempre que não enxergar justa
causa na negativa dos pais (art. 1.517, parágrafo único, CC).
O suprimento judicial é necessário sempre que os
responsáveis não autorizarem o casamento por motivo

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