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PROFESSOR: FELIPE PINHO

DAVI BARROS TAVARES

EPISTEMOLOGIA

Exercício 05

FORTALEZA

2018
A Psicologia, segundo Figueiredo, apresenta uma problemática de
fundamentação como ciência do indivíduo.

A ciência psicológica, tende a constituir-se, vendo-se na obrigação de reconhecer


e desconhecer seu objeto: a subjetividade. Ao não reconhecê-lo (subjetividade), não se
legitima como ciência independente e pode ser anexada à outras modalidades de
conhecimento.

A psicologia é um problema enquanto ciência. É de característica da ciência ter


um objeto de estudo próprio e um método de investigação deste. Foi na tentativa de
configurar a psicologia como ciência, surge um problema dicotômico: a psicologia adotou
métodos das ciências naturais, como a Física e a Matemática, ciências exatas e que
formulam que o mundo e os acontecimentos são regidos por leis universais. Essa
característica positivista que foi adotada pela psicologia foi vista como problemática, pois
a medida que a psicologia tinha como objeto de estudo a subjetividade, ou seja, a
singularidade de cada ser humano, a tentativa de compreender o ser humano por meio de
leis universais se apresentava como uma visão reducionista do homem e desconsiderava
a sua subjetividade e etiologia. Essa psicologia está dentro de uma matriz nomotética e
quantificadora. Sobre esta matriz, Figueiredo (2008) afirma:

Esta é a matriz que define a natureza dos objetivos e procedimentos de uma


prática teórica como sendo realmente científicos, e suas marcas estão presentes
em todas as tentativas de fazer da psicologia uma ciência natural. A matriz
orienta o pesquisador para busca da ordem natural dos fenômenos psicológicos
e comportamentais na forma de classificações de leis gerais com caráter
preditivo (FIGUEIREDO, 2008, p. 27).

Além desta, houveram também outras matrizes cientificistas tais como a matriz
atomicísta e mecanicista; e a funcionalista e organicista. Segundo Figueiredo (2008), a
matriz atomicísta e mecanicista:

[...] orienta o pesquisador para a procura de relações deterministas ou


probabilísticas, segundo uma concepção linear e unidirecional de causalidade.
Como preliminar do estudo da causalidade cumpre efetuar a análise dos
fenômenos de forma a identificar os elementos mínimos que os constituem.

Este modelo psicológico era ainda mecanicista, ou seja, via o funcionamento do


indivíduo como semelhante ao de uma máquina, e era, portanto, preditivo. Aqui há um
problema apontado por Figueiredo (2008, p. 29): “ao reduzir a ação do sujeito à reação
inevitavelmente gerada por causas antecedentes (sejam ambientais, sejam orgânicas),
elimina-se a dimensão ética do comportamento e a responsabilidade individual. ”

Já a matriz Funcionalista e Organicista via os fenômenos vitais tentando encontrar


ou atribuir-lhe função. Em uma sociedade, por exemplo, cada um teria seu papel, sua
função que sem a qual o todo não funcionaria corretamente, como um organismo.

Caracteriza-se por uma noção de causalidade funcional que recupera - dando


credibilidade cientifica - a velha noção de causa final de Aristóteles. Os
fenômenos vitais precisam realmente ser explicados em termos de sua
funcionalidade, dos seus propósitos objetivos [...]. Encontramos então uma
causalidade circular em que um efeito também é causa de sua causa e uma causa
é também efeito de seu efeito (FIGUEIREDO, 2008, p.29).

Por outro lado, ao não desconhecer a subjetividade como objeto de estudo, a


psicologia – a psicanálise também - não se configura como ciência, já que não se submete
aos requisitos da metodológicos da ciência, e não se encerra em uma formulação de leis
gerais com caráter preditivo.

Estão dentro dessa seara a as filosofias existências e a fenomenologia, que são de


matrizes Românticas e pós-românticas da psicologia. Elas se pertencem as matrizes
ideográficas e qualificadoras. Fazem parte também as matrizes vitalistas e naturalistas.
Segundo Figueiredo, são caracterizadas pelo qualitativo, pelo indeterminado, criativo e
espiritual. Elas não generalizam o sujeito e não partem do externo e geral para o interno
e particular. Cada sujeito é compreendido como ser único em sua subjetividade e
historicidade.
REFERÊNCIAS

Figueiredo, Luís Claudio Mendonça, 1946 - Matrizes do pensamento psicológico / Luís


Claudio M. Figueiredo. 14. ed - Petrópolis, RJ : Vozes, 2008.

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