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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA VARA,, DO TRABALHO DE

BRASÍLIA – DF, TRT 10ª REGIÃO

Carlos Adryel Alves Guerra Rodrigues, já qualificado nos autos


da Reclamação Trabalhista proposta em face de FUNDAÇÃO DE AMPARO À
PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA vem, à presença de Vossa
Excelência, por sua advogada regularmente constituída, apresentar

RÉPLICA

à contestação apresentada, o que faz com os fundamentos a seguir expostos.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A reclamada impugna o pedido de concessão dos benefícios da justiça


gratuita, alegando que o reclamante teria condições de arcar com as custas do
processo, afirmando ainda que no Processo do Trabalho não basta a simples
declaração de hipossuficiência para se conceder tal benefício.

No entanto, insta salientar que basta sim a declaração de


hipossuficiência juntada pelo autor para a comprovação da hipossuficiência,
devendo a reclamada apresentar provas do contrário caso queira contestar tal
requerimento, o que não ocorreu devendo prevalecer a declaração assinada
pelo próprio autor.

Ademais, é de conhecimento da Reclamada inclusive que o Autor e os


demais demitidos em massa estão sobrevivendo com os valores recebidos a
título de seguro desemprego.
Ainda considerando o pedido da parte Reclamada o Reclamante anexa
a presente a cópia de sua habilitação ao seguro desemprego e sua CTPS.

DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE E DO


CORRETO ENQUADRAMENTO NA CCT

A reclamada impugna apenas genericamente o pedido do


reclamante de reconhecimento da CCT do Sindserviço do DF ao contrato de
trabalho do reclamante afirmando apenas que o reclamante foi contratado para
exercer a função de assistente administrativo no valor mensal de R$ 4.000,00,
para atuar em atividades vinculadas ao projeto nº 0109 da FAPEU.

No item III da peça de defesa, a Reclamada cola em sua


fundamentação cláusulas de contrato de trabalho, que sequer é possível definir
de qual empregado corresponde.

A Reclamada alega que o reclamante foi admitido para atuação


especifica no aludido projeto n. 0109 da FAPEU, que consiste em oferecer
apoio administrativo na execução do projeto de pesquisa intitulado “Estudos,
pesquisas, ferramentas e programas de capacitação para prover suporte à
gestão de competências da CGPERT vinculada às áreas de segurança viária,
infrações e operações rodoviárias”.

Aduz a Reclamada que o reclamante restou recrutado justamente


em virtude da experiência e dos conhecimentos específicos em trabalhos
desenvolvidos preteritamente nas áreas de gestão em processamento de
infrações de trânsito por excesso de velocidade, avanço de semáforo, parada
sobre a faixa de pedestre, assim como apoio à gestão de dados estatístico de
contagem volumétrica de tráfego.

Entretanto, a verdade é outra Excelência, o Reclamante exercia


as mesmas atividades no contrato de prestação de serviço firmado entre o
DNIT e a empresa WORKS, tendo sido realizado pela direção do DNIT nova
contratação de empresa para continuidade dos serviços do setor, passando
assim, toda a mão de obra para a empresa Reclamada, onde os empregados
foram contratados e as atividades da prestação dos serviços mantidas na
mesma forma anterior, não se referindo como tenta fazer crer a Reclamada que
se tratava apenas de um projeto contratado especifico.

A empresa utiliza da nomenclatura de fundação de apoio a


pesquisa, porém exercer de fato atividades terceirizáveis, inclusive consta no
rodapé do contrato que alega ter realizado com a faculdade, o objeto de
locação de recursos humanos, tratando, pois, de mão de obra que fornece de
forma terceirizada a diversos projetos.

O Reclamante realizava diversas funções e utilizava os sistemas


internos atendendo à Coordenação de Operação Rodoviária e a Procuradoria
Federal do DNIT. Dentre os sistemas utilizados estava o sistema Sapiens da
AGU, HOD, SIOR, SEI entre outros.

A Reclamada apresente contrato com a Faculdade Federal, para


fins de comprovar que auxilia esta em suas demandas, restando ainda mais
comprovado que a empresa Reclamada fornece mão de obra a diversos
contratos, o que se comprova que tratar-se de empresa com predominância de
serviços terceirizáveis e ou temporários.

Em sua própria defesa e narrativa, alega ter contratado o


Reclamante para prestação de serviços de projeto com prazo determinado, ou
seja, ainda que se consideramos a contratação que não existiu para realização
de projeto, há confissão de contratação para prestação se serviços
temporários, ou seja, serviços que se enquadram na CCT do Sindserviço do
DF.

Ademais, não há qualquer razão para enquadramento dos


reclamantes que não são auxiliares escolares em sindicato que sequer possuía
abrangência no território do DF.

Fato é que o reclamante foi contratado pela fundação para


desempenhar de forma terceirizada junto ao DNIT a função de assistente
administrativo durante todo o pacto laboral, tendo, no entanto, recebido durante
todo este período os valores previstos em CCT de abrangência especifica da
sede da Reclamada.
Desta forma, por qualquer ângulo que se analise a situação, a
CCT que deveria ter sido aplicada ao reclamante é sem dúvidas a celebrada
entre o Sindicato das empresas de serviços terceirizáveis do DF, como
comprovam os fatos narrados na exordial e até mesmo nas confissões da
Reclamada em sua peça de defesa.

Ademais, a reclamada sequer juntou ou defendeu a aplicação da


CCT que aplicou ao reclamante durante todo o pacto laboral, de certo por que
não a socorre diante das alegações do autor.

De igual modo, a Reclamada anexou apenas a primeira folha do


contrato que alega ter realizado com o Faculdade Federal de Santa Catarina,
documento este sem validade formal, e que ao rodapé informa a prestação de
serviço da reclamada de recursos humanos, o que resta impugnado ante a
inexistência do inteiro teor do suposto contrato existente e validade.

Assim, por todos os motivos já expostos na exordial, e pelos


acima explanados, reitera o reclamante o reconhecimento e aplicação da CCT
específica do Sindicato das empresas de serviços terceirizáveis do DF.

DO ENQUADRAMENTO SINDICAL

  Alega a Reclamada que “A parte Reclamante sempre teve


assegurada a representação sindical do Sindicato dos Auxiliares da
Administração Escolar da Grande Florianópolis (SAAE), com quem celebrou
Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs). Ora, o Reclamante jamais celebrou
acordo coletivo com o sindicado em outra sede, sequer participou ou foi
contatado pelo sindicato informado pela Reclamada.

Alega a Reclamada que é entidade fundacional de apoio a


projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, cientifico
e tecnológico e estimulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e
financeira necessária à execução desses projetos e que desempenha as
atividades prevista no seu estatuto capitulo II.
Ocorre que verificando os documentos anexado pela Reclamada,
e o teor da defesa apresentada, temos que a cláusula de abrangência do
acordo coletivo de trabalho que a Reclamada aplicou ao Reclamante não
possui abrangência no DF e ainda assim, na tentativa de ludibriar a justiça,
alega a Reclamada fatos notórios e eivados de irregularidades, além de
contraditórios, visto que é informado pela Reclamada que esta fornece
recursos humanos a diversos contratos.

O enquadramento sindical é determinado pela atividade


preponderante da empresa (arts. 570 e 581, § 2º da CLT), a não ser no caso
de categoria profissional diferenciada e dos empregados regidos por lei
especial (art. 511, § 3º da CLT). Mas, conforme consta da peça de ingresso,
deve-se levar em conta também a base territorial das categorias profissional e
econômica no local da prestação dos serviços, em atenção aos princípios da
territorialidade e da unicidade sindical (art. 8º, inc. II da Constituição da
República).

Como se vê Excelência, busca a Reclamada não só enganar os


empregados, mas também o judiciário, para assim se furtar de suas obrigações
e usurpar os direitos dos empregados.

É inconteste que a própria CCT e ACT do Sindicato SAEE possui


abrangência apenas na sede da empresa, não possuindo qualquer eficácia aos
prestadores de serviços contratados pela Reclamada no DF.

DA DEMISSÃO EM MASSA

A Reclamada alega que é descabida a demissão em massa,


argumentando que os contratos pactuados são realizados por prazo
determinado.

Ocorre que os documentos apresentados pela Reclamada não


comprovam suas alegações, inexistindo contrato pactuado com prazo
determinado, sendo todos os empregados contratados por prazo
indeterminado.
Ademais, como se esperava da Reclamada, visando omitir as
informações e as ilegalidades informadas nos autos, anexou ao processo
apenas a relação que relacionou com base na busca dos processos
eletrônicos, ou seja, apresentou em juízo apenas a listagem de empregados
que entende que possuem ações em andamento, sendo que a lista de
empregados demitidos do setor da dívida ativa é ainda mais extensa.

A reclamada demitiu todos do setor da divida ativa, não fazendo prova


para isso, porém anexou apresentação da RAIS, com data de recepção em
04/04/2019 que sequer comprova os empregados existentes no DF.

A Reclamada omite conteúdo dos documentos, não apresenta o CAGEG


ou documento legal para verificação precisa das irregularidades praticadas. É
evidente que além de esconder os dados e os atos praticados em afronta aos
direitos dos empregados, a Reclamada tenta utilizar de sua denominação para
alegar atividades de que fato não praticou.

DO CONTRATO DE TRABALHO – DAS VERBAS DEVIDAS – DO DANO


MORAL E MATERIAL

– Do intervalo intrajornada

A Reclamada anexou aos autos o controle de frequência sem


qualquer assinatura, e ainda folhas de ponto manuais.
Conforme já narrado, e não impugnado pela Reclamada, o serviço da
Reclamante era baseado em metas, que eram exigidas ao longo da atividade
laboral, sempre cada vez mais restritas e com pressão da supervisora, ao
ponto de diariamente o Reclamante bater o ponto para o almoço e retornar ao
serviço, gozando apenas de 30 minutos para se alimentar, quando era
possível.
As assinaturas no ponto eram realizadas a cada 3 meses, porém de
forma surpreendente a Reclamada anexa folhas do ponto eletrônico sem
assinatura do Reclamante.
Pela violação do texto legal e norma coletiva (art. 71, caput, CLT), A
Reclamante faz jus ao intervalo suprimido integral (de segunda a sexta-feira),
com adicional de 50%, ante o teor do art. 71, § 4º da CLT, combinado com o
entendimento jurisprudencial cristalizado na Súmula 437, com reflexos em
férias e abono de férias (art. 142, § 5º, CLT), 13º salário (Súm. 45, TST),
depósitos fundiários e multa de 40% (Súm. 63), domingos e feriados (Súm. 172
e art. 7º, Lei 605/49), e no aviso-prévio (art. 487, § 5º, CLT). As diferenças de
13º salário, de domingos e feriados e de aviso-prévio (Súm. 305) devem incidir
no FGTS + 40%.
–Da equiparação salarial

A Reclamada alega que ocorreu um erro na contratação da funcionária


paradigma, deixando de anexar os documentos da contratação da funcionaria.

A confissão da Reclamada corrobora os fatos narrados pelo Autor,


durante todo o pacto laboral o empregado do setor desenvolvia a mesma
função, sendo certo que além da lista apresentada há ainda outros
empregados que a Reclamada omitiu em sua relação, ambos afetados pela
demissão em massa e pela divergência nos pagamentos dos salários.

Registra-se ainda Excelência, que outros empregados na mesma função


do Reclamante, recebem valores ainda maiores, e certamente esta é a razão
para que a reclamada não apresente documento legal dos empregados que
contrata e as funções respectivas. Se assim não fosse, a Reclamada
apresentaria os documentos legais requeridos na inicial.

Diante da comprovação dos fatos, a reclamada deverá ser compelida


a retificar a CTPS para consignar o salário devido e pagar as diferenças
salariais devidas a tal título, bem como as diferenças (reflexos) das demais
parcelas trabalhistas, em especial do aviso prévio, das férias + terço, das
gratificações natalinas e do fundo de garantia, de todo o período laboral.

- Do dano moral

De forma rasa e desarrazoada a reclamada afirma a inexistência


de dano moral. Afirma ainda que o reclamante não teria demonstrado a
violação dos instrumentos normativos e legislação de política salarial aplicados
pela reclamada e os pagamentos realizados a paradigma.

É fato incontroverso que o Reclamante trabalhou para a


reclamada com obtenção de metas, e que durante as férias dos empregados
não havia qualquer substituição, o que culminou em supressão do intervalo dos
empregados.

Os empregados foram demitidos em massa do setor, é certo que


os depoimentos dos empregados afetados deverão prevalecer e serem
colhidos pela justiça, não há qualquer ilegalidade a busca dos direitos
usurpados pela Reclamada, que insistentemente busca a condição de vítima
em um processo onde demitiu mais de 30 empregados sem possibilitar a este
acesso a sindicato, alegando apenas que o sindicato da sede da empresa
esteve no DF pra assim providenciar os interesse da Reclamada e
homologação das rescisões.

É fato incontroverso ainda que a Reclamada exige dos


empregados procuração para representação junto ao sindicato, devidamente
comprovado nos autos pela procuração realizada pelo funcionário Lucas, que
sequer faz parte da lista de contratados da Reclamada, comprovando assim a
omissão de dados e todas as práticas realizadas em total prejuízo dos
reclamantes.

Ademais Excelência, basta verificar o aviso de demissão entregue


os empregados, onde solicita aos empregados a procuração para somente
assim receberem suas verbas rescisórias. Ou seja, a Reclamada não pode
alegar que não pratica assedio e ou que possui condutas leais, pois exigir
procuração para representação junto ao sindicato da sede da empresa, é no
mínimo ofensa a moral e a dignidade dos trabalhadores.

Vale lembrar que o Reclamante foi demitido no mês de abril,


sendo ludibriados pela Reclamada que informou que estava negociando com o
DNIT, e assim não estavam mais demitidos, tanto é que a coordenação do
órgão solicitou todos os currículos dos empregados pois o setor seria mantido.

Sem possibilitar aos empregados a busca por auxilio sindical, uma


vez que a reclamada não há qualquer sindicato no DF, os empregados foram
pressionados e mortificados na angústia de uma demissão ou de manutenção
do contrato de trabalho, sendo motivo de risadas de outros empregados que
sabiam que todos iriam para a rua.

A Reclamada confirma a presença do sindicato para realizar as


homologações, e mesmo ciente da pressão e coação realizada pela empresa e
pelo sindicato tenta mais uma vez aparentar uma entidade séria, praticando
contra os empregados atos de extremo terror, fazendo o mesmo no presente
feito, pois a Reclamada se faz de vítima e age como se os empregados fossem
um grupo organizado contra a Reclamada.

Ocorre que o Reclamante comprova nos autos o que sofreu e o


que foi praticado pela empresa, encontra-se desempregado, desempenhos as
mesmas funções de outra empregada e ainda assim recebeu valor a menor, foi
demitido junto com todos do setor da dívida ativa e ainda assim alega a
reclamada que não realizou demissão em massa do setor.

Ademais, para fins de tumultuar a lide processual anexou a


reclamada diversos documentos de outros empregados, tais como TRCT,
FICHA DE CONTRATAÇÃO, CONTRATO DE TRABALHO, RELAÇÃO DE
COLABORADORES.

Ocorre que como também narrado pela Reclamada, a


abrangência territorial para atuação do sindicato que esteve em Brasília é
restrita a cidade sede da empresa, o que não torna aplicável ao contrato do
Reclamante.

Ademais, disso, a forma com que todos os empregados foram


demitidos em reunião geral e em evidente assédio moral, tornou-se ícone de
verdadeiro terror, criando uma atmosfera de medo, descontrole e constante
ataque ao bem-estar alheio, e ainda a reclamada exigiu procuração para fins
de homologação dos direitos junto ao sindicato, sem possibilitar qualquer
amparo legal ou sindical devido, apenas imputando as opções de interesse e
benefício da Reclamada.
Desde abril de 2019 o órgão e a reclamada vinham realizando
reunião, e em certos momentos a reclamada participada de reunião requerida
pelo órgão público em que alimentava o terror psicológico afirmando que todos
iriam ser demitidos e eram dispensáveis.
Consequentemente, o modelo perverso de gestão da reclamada fez
com que todos os empregados e a Reclamante atuassem em um departamento
sensível e diariamente acometido do pavor de ser demitido. A reclamada
desdenhava da Reclamante, expondo-o a situação vexatória, bem como
ignorava intencionalmente e sem qualquer razão aparente.
Fica assente, assim, que apesar de estar garantido as
empresas os direitos constitucionais à propriedade privada e à livre
iniciativa, devem esses conviver com os direitos, também
constitucionais, ao trabalho digno, à função social da propriedade, à
valorização do trabalho humano e à dignidade da pessoa humana, sob
pena de abuso do poder diretivo do empregador e do poder potestativo
deste.
A Reclamada não se importou em realizar a demissão em
massa dos colaboradores, nem tão pouco permitiu de forma respeitosa
a manuntenção do trabalho na nova empresa, sendo interesse da
empresa apenas se livrar dos contratos dos trabalhadores, tratando os
empregados como total descaso e atos reiterados de humilhação,
privando A Reclamante do dieito e manter a função realizada dentro do
órgão, além de realizar ações prejudiciais que culmiram dentro da sede
do DNIT ao conhecimento geral dos empregados de outros setores, que
inclusive causou comoção geral a demissão na forma realizada.
Diante das informações e documentos em anexo, resta
comprovado o desrespeito a convecção coletiva que deveria ser
aplicada a Reclamante, no que se refere ao incentivo a continuidade
dos serviços ao Autores e diferenças não pagas, prevista nas cláusulas
da convenção coletiva do SINDSERVIÇOS DO DF, pois além das
ilegalidades praticadas, ainda apresenta sindicado alheio a
representação legal dos empregados para assim realizar de forma ilegal
a homologação das rescisões trabalhistas.
Soma-se a isso que anterior após a pratica e terror causado, a
reclamada semana antes de realizar a demissão em massa informou
que os postos de trabalho seriam mantidos e que estava negociando
com o orgão a prorrogação do contrato, que era de 36 meses para mais
36 meses, porém, de forma dolosa já ciente da demissão em massa,
ludibriu os empregados que como A Reclamante está sem emprego,
sem receber suas verbas rescisórias integrais.
Ademais, A Reclamante ao ser contratado entregou sua
CTPS a reclamada em 26/09/2017, porém somente foi devolvida pela
empresa em 23/11/2017, mesmo após reiteradas solicitações, em que era
comum a reclamada reter a CTPS.
A situação vivida pela Reclamante no ato da homologação junto ao
sindicato, em que a empresa imputava ações e realizava verdadeira inquirição
constrangeu e prejudicou A Reclamante , que se viu em situação de risco, sem
nada poder fazer, e ao que tudo indica o sindicato indicado para homologação,
mais amparava a empresa que os empregados lesados em seus direitos.
Dessa forma, vários direitos não foram oportunizados a
Reclamante , sendo negada a aplicação da norma coletiva especifica e
inlcusive a CLT, colocando A Reclamante em situação de extrema
fragilidade, coagido e obrigado a aceitar todos os atos impostos e
humilhantes ao longo do contrato até a efetiva homologação e registro
da ressalva.
Conforme consta nos autos, A Reclamante encontra-se
demitido, as ações da reclamada proibiram A Reclamante de manter o
contrato de trabalho, visto que foi enquadrado em convenção coletiva
indevida, prejudicando assim a continuidade dos serviço, colocando A
Reclamante em situação de desemprego, fragilizado e com pisicológico
abalado por todas as situações vividas e praticas pela reclamada.
Logo, as condutas ilícitas da reclamada configuram, de
maneira indelével, a violação de direitos da personalidade do
empregado, atingindo-o em sua dignidade e desafiando, por
consequência, a configuração de danos ao seu patrimônio imaterial.
Portanto, a Reclamada deve ser condenada ao pagamento de
indenização por danos morais, respeitando a necessidade de amenizar
os danos sofridos pela Reclamante, além de punir com firmeza a
praticante do ato lesivo, para que este evento não aconteça novamente,
o qual pugna indenização no importe não inferior a dez vezes o salário da
Reclamante registrado em CTPS.

- Do dano material
Os danos materiais como regra, envolvem os danos emergentes,
relacionados às despesas decorrentes do ato ilícito praticado pelo ofensor, bem
como o lucro cessantes, relacionado a valores passados e futuros que não
serão percebidos como consequência da ofensa.
Por ocasião da demissão em massa, diante do enquadramento
sindical inerente as atividades predominantes da reclamada, não foi possível
nenhum tipo de assistência sindical a Reclamante, fazendo com que A
Reclamante, mesmo com seus parcos recursos, tivesse que buscar amparo
jurídico a profissionais.
Vale lembrar que o enquadramento sindical realizado pela
reclamada durante todo o pacto laboral privou A Reclamante de ser contratado
na empresa sucessora, e ainda de manter o contrato de trabalho pelo período
de estabilidade de 90 dias.
Ademais disso, a reclamada não exerceu a faculdade de manter o
contrato dA Reclamante e conceder a estabilidade de 180 (cento e oitenta) dias
além de garantir as condições dignas de trabalho.
Em virtude do exposto, A Reclamante pretende receber os valores
de direito referente a estabilidade previsto na cláusula nona da CCT- 2019 do
Sindserviço do DF, acrescido dos respectivos reflexos legais, equivalente aos
salários de estabilidade de 180 dias, ou seja, 06 meses de salários, com base
no salário a ser reconhecido em decorrência da equiparação salarial, além dos
reflexos das diferenças salariais em aviso prévio, RSR, 13º salário,
adicional de insalubridade, férias + 1/3, FGTS+40%.
Sucessivamente, se Vossa Excelência entender pelo
pagamento da estabilidade de 90 dias, seja esta deferida com os
respectivos reflexos acima requeridos.

VI- DOS DIREITOS DECORRENTES DA APLICAÇÃO DA CCT ESPECÍFICA

VI.I - DAS DIFERENÇAS DEVIDA - AUXILIO ALIMENTAÇÃO

Uma vez enquadrado A Reclamante na CCT correta, percebe-se


que desde a contratação A Reclamante recebeu auxilio alimentação a menor
do que a previsão na norma coletiva de sua categoria.
Assim, uma vez reconhecida a aplicação da CCT específica para
a categoria do reclamante a consequência lógica é a condenação da
reclamada ao pagamento das diferenças salariais, bem como todos os reflexos
pleiteados na exordial.

VI.II - DOS DESCONTOS INDEVIDOS

Não bastasse o recebimento do auxílio alimentação a menor, A


Reclamante ainda sofreu indevidamente desconto de seus vencimentos, no
valor de R$ 1,00(hum real) mensal, em razão da aplicação da CCT dos
auxiliares escolares, função nunca exercida pela Reclamante, conforme
previsão da CCT utilizada pela reclamada e respectivo acordo coletivo na
cláusula CLÁUSULA NONA - DO AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO A FAPEU.

Assim, uma vez reconhecida a aplicação da CCT específica para


a categoria do reclamante a consequência lógica é a condenação da
reclamada ao pagamento das diferenças salariais, bem como todos os reflexos
pleiteados na exordial.

 VI.III - DA CLÁUSULA DE INCENTIVO A CONTINUIDADE DA CCT


SINDSERVIÇO

A Reclamada alegou que o motivo da demissão em massa de


todos os funcionários decorreu da nova contratação realizada pelo DNIT, em
que os serviços seriam mantidos pela empresa Consórcio Processamento e
Tecnologia – CPT logrou-se vencedora, tendo como o edital n. 212-17-
00.
Em virtude do não enquadramento da Reclamante na
convenção coletiva devida, a Reclamada não cumpriu o normativo
referente ao incentivo a continuidade estabelecido pelo Sindicato das
Empresas de Asseio, Conservação, Trabalhos Temporários e Serviços
Terceirizáveis do DF.

Assim, uma vez reconhecida a aplicação da CCT específica para


a categoria do reclamante a consequência lógica é a condenação da
reclamada ao pagamento das multas previstas em CCT, bem como todos os
reflexos pleiteados na exordial.

VI.IV - DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CCT

A reclamada afirma que não descumpriu nenhuma cláusula da


convenção que seria inaplicável ao caso concreto, razão pela qual não pode
ser compelida ao pagamento da multa. Porém, conforme restará demonstrado
a reclamada descumpriu diversas cláusulas, sendo assim devida a multa
convencional.

Assim, a reclamada deverá pagar as multas previstas nas CCTs


2017/2017 (Cláusula 79ª), 2084/2018 (Cláusula 79ª), e 2019/2019 (Cláusula
79ª), no importe de 50% do piso salarial da categoria de cada ano vigente por
descumprimento.

 Assim, uma vez reconhecida a aplicação da CCT específica para


a categoria do reclamante a consequência lógica é a condenação da
reclamada ao pagamento multa prevista na CCT, bem como todos os reflexos
pleiteados na exordial.

 
DO INTERVALO INTRAJORNADA

Alega a reclamada às folhas 15 de sua contestação que "o


reclamante sempre usufruiu de 01 hora de intervalo intrajornada". Logo
após invoca o ônus da prova para dizer que seria tal prova do autor e não
da reclamada, posto que as folhas de ponto foram devidamente
preenchidas pelo próprio reclamante.

Porém, esqueceu a reclamada que o intervalo anotado na


folha de ponto é de duas horas e não de 1 hora como afirma em sua
defesa. Assim, apenas o fato de estar a defesa da reclamada contraditória
quanto ao tempo de intervalo intrajornada do reclamante já leva à
aplicação dos efeitos da confissão ficta da reclamada pelo
desconhecimento dos fatos.

Porém, pelo princípio da ampla defesa reitera o reclamante que


em que pese ter sido obrigado a anotar a folha de ponto com horário de 8
horas diárias de labor e duas de intervalo intrajornada, trabalhava efetivamente
apenas 6 horas contínuas por dia sem qualquer intervalo.

As folhas de ponto juntadas pela reclamada demonstram, no


entanto, em sua maioria, horários uniformes, sem variação de minutos de início
e fim, sempre das 12h às 14h, havendo apenas algumas poucas folhas que
tem a variação de 12h às 14:15h, o que não deixa de ser uniforme, uma vez
que tirando os dois horários acima mencionados não há outras variações, o
que é praticamente impossível de ocorrer.

Assim, por qualquer ângulo que se analise a questão, o ônus da


prova é da reclamada, não havendo que se invocar aqui nesta justiça
especializada e, portanto, com regras próprias, a jurisprudência aplicada na
justiça comum como pretende a reclamada.

Insta salientar que os horários anotados nas folhas de ponto não


eram reais, restando desde já impugnadas as folhas de ponto juntadas. O
reclamante laborava 6h por dia sem qualquer intervalo, o que vai em
desencontro com a legislação trabalhista que prevê no mínimo 15 minutos para
descanso e refeição para os empregados que trabalham até 6 horas diárias.

Ademais, vale lembrar que com o reconhecimento e aplicação da


CCT específica pleiteada pela reclamante, sua jornada deveria ser de 6 horas
diárias, como era na realidade, com 15 minutos de intervalo intrajornada, que
não eram gozados. Assim, mesmo que o reclamante tenha sido contratado
para trabalhar 8 horas diárias, este contrato não era válido, posto a categoria
difrenciada do reclamante, tendo inclusive a reclamada reconhecido tal errro
quando o orientou a laborar apenas 6 horas por dia, conforme determina a lei
dos radialistas.

Assim, por todos estes motivos a reclamada deve ser condenada


ao pagamento pela supressão do intervalo intrajornada conforme pleiteado na
exordial.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Quanto aos honorários advocatícios, nos filiamos a ideia


Constitucional do artigo 133 que determina que o advogado é indispensável
para a administração da justiça, bem como ao artigo 20 do CPC, sobre os
honorários advocatícios sucumbenciais. A ideia do não cabimento de
honorários na justiça do trabalho advém do jus postulandi do artigo 791 da
CLT, ultrapassado e retrogrado, uma vez que atualmente é praticamente
impossível comparecer a essa justiça sem a assistência de um patrono, sendo
assim, merece a reclamada a condenação em tais honorários.

DA COMPENSAÇÃO

Requer a reclamada a aplicação de compensação de valores


pagos ao reclamante caso seja deferido algum pedido. No entanto, a
compensação pleiteada deve ser especificamente apontada, não tendo a
reclamada apontado nenhuma verba pleiteada já paga ao reclamante que
poderia de fato ser compensada.

Assim, por ser genérico tal pedido, não deve ser considerado por
este MM. Juízo.

DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Requer a reclamada a aplicação de multa por litigância de má-fé


caso os pedidos sejam julgados improcedentes. Porém, como restará
comprovado o direito do autor, requer o reclamante a improcedência de tal
pedido da reclamada e requer a inversão da aplicação da multa caso os
pedidos sejam julgados procedentes.

CONCLUSÃO

Desta feita, o Reclamante ratifica os termos da petição inicial e requer a


esse juízo a procedência dos pedidos elencados na Reclamação trabalhista, de
acordo com os fundamentos trazidos.

Nestes termos,

pede deferimento.

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