Você está na página 1de 35

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CRISTIAN BORGES DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR – DESENVOLIMENTI DE


PROCEDIMENTO DE ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE

PANAMBI/RS
2021
CRISTIAN BORGES DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR – DESENVOLIMENTI DE


PROCEDIMENTO DE ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE

Relatório de estágio curricular apresentado ao


Curso de Engenharia Elétrica da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Engenheiro
Eletricista.

Orientadora: Prof. Caroline Radüns

PANAMBI/RS
2021
CRISTIAN BORGES DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR – DESENVOLIMENTI DE


PROCEDIMENTO DE ESTUDO DE COORDENAÇÃO E SELETIVIDADE

Local do estágio: NBRtec - Industria de Equipamentos Elétricos Ltda.


Área de atuação: Projetos Elétricos
Carga horária: 284 horas.
Período: 29/03/2021 a 10/05/2021

Relatório de estágio curricular apresentado ao Curso


de Engenharia Elétrica da Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,
como requisito parcial para a obtenção do grau de
Engenheiro Eletricista.

Supervisor docente: Professora Caroline Radüns


Supervisor de campo: Patrícia Puhl

PANAMBI/RS
2021
RESUMO
Santos, Cristian Borges. Desenvolvimento de metodologia de estudo de coordenação e
seletividade, através elaboração de um procedimento Operacional Padrão (POP). Curso
de Engenharia Elétrica, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul – UNIJUÍ, Panambi, 2021.
O estudo de coordenação e seletividade é exigência das normas regulamentos do sistema
elétrico brasileiro e das normas relaciona a cada concessionária, desde que atendam
alguns critérios, em suas generalidades em sistemas média e alta tensão. Com objetivo
isolar uma parte sistema com falha elétrica mais rápido possível sem causar dano aos
equipamentos e sem que seja necessário desenergizar todo o sistema elétrico.
O presente relatório apresentará uma metodologia, aplicada através de procedimento
operacional padrão (POP), para realizar um estudo de coordenação. Esta aplicação será
levada em conta fatores de atuação a empresa NBRtec, já que maioria dos clientes da
mesma são voltadas na área de agroindústria.

Palavras-chave: Procedimento, curto circuito, impedâncias, coordenação e seletividade.


F
igura1
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -3 Curva Normalmente Inversa ...................................................................... 153


Figura 2 - Curva Muito Inversa .................................................................................... 153
Figura 3 - Curva Extremamente Inversa....................................................................... 154
Figura 4 – Fluxograma Aplicação da Metodologia ...................................................... 157
Figura 5 - Dados de Projeto/Concessionária ................................................................ 159
Figura 6 - Impedância da Concessionária..................................................................... 159
- Curva Normalmente Inversa .......................................................................... 15
Figura 10 - Diagrama de Impedâncias ............................................................................ 21
Figura 11 - ICC no ponto P01 ........................................................................................ 21
Figura 12 - Icc no ponto P03 .......................................................................................... 22
Figura 13 - Icc no ponto P04 .......................................................................................... 22
Figura 14 - Dados da Unidade Consumidora ................................................................. 26
Figura 15 - Resumo dos Parâmetros Definidos .............................................................. 27
Figura 16 - Tabela de Parâmetros do Relé ..................................................................... 28
Figura 17 - Planilha de Corrente x Tempo das Curvas de Seletividade ......................... 29
Figura 18 - Curva da Unidade de Fase .......................................................................... 30
Figura 19 - Curva da Unidade de Neutro ...................................................................... 31
ABREVIATURAS

TR Transformador

km Quilometro

R Resistência

X Reatância

Z Impedância

W Watts

VA Volt-Ampère

Z1 Impedância de Sequência Positiva

Z0 Impedância de Sequência Zero

In Corrente Nominal

IANSI Corrente ANSI de Fase

IANSIN Corrente ANSIN de Neutro

Imag Corrente de Magnetização

ICS Curto Circuito Trifásico Simétrico

ICB Curto Circuito Bifásico

ICFMAX Curto Circuito Fase-Terra Máximo

ICFMIN Curto Circuito Fase-Terra Mínimo

ICA Curto Circuito Trifásico Assimétrico

POP Procedimento Operacional Padrão

Icc Corrente de Curto Circuito

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8
1.1 Objetivo ............................................................................................................ 8
1.2 Descrição do trabalho ....................................................................................... 8
2 DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO ................................................................................ 9
2.1 Dados de identificação da empresa .................................................................. 9
2.2 Área de atuação da empresa ............................................................................. 9
2.3 Histórico da empresa ........................................................................................ 9
3 EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................ 11
3.1 Impedâncias do Sistema ................................................................................. 11
3.2 Curto Circuito ................................................................................................. 13
3.2.1 Trifásico Simétrico .................................................................................... 13
3.2.2 Bifásico ...................................................................................................... 13
3.2.3 Fase Terra .................................................................................................. 13
3.2.4 Trifásica Assimétrico ................................................................................. 14
3.3 Curvas ............................................................................................................. 14
4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO ............................................. 17
4.1 Metodologia .................................................................................................... 17
4.2 Dados de Projeto/Concessionária ................................................................... 18
4.3 Calculo de Impedâncias Concessionárias ....................................................... 19
4.4 Calculo de Impedâncias Rede Interna (Área/Subterrânea)............................. 20
4.5 Calculo de Impedâncias do Transformador .................................................... 20
4.6 Cálculos de Curto Circuito ............................................................................. 21
4.7 Parametrização................................................................................................ 23
4.7.1 Cálculos de ajuste do Relé ......................................................................... 24
4.7.2 Ajuste do Relé de Sobrecorrente ............................................................... 25
4.7.3 Parâmetros do Relé .................................................................................... 26
4.8 Curva de Atuação do Relé .............................................................................. 28
4.9 Documentação ................................................................................................ 32
5 CONCLUSÃO....................................................................................................... 34
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 35
1 INTRODUÇÃO
Este relatório tem por sua finalidade relatar as atividades realizadas no período do
estágio curricular obrigatório, voltado para o desenvolvimento profissional no curso de
engenharia elétrica que foi realizado na empresa NBRtec – Industria Equipamentos Elétricos.
As atividades desenvolvidas na empresa NBRtec, estão voltadas para atender as
demandas relacionadas a agroindústria. Entre as atividades realizadas pela NBRtec, está sobre
o encargo do estudo de coordenação e seletividade elétrica, realizado nas industrias na qual a
empresa está prestando serviços de elaboração de projetos e instalação elétrica. a obrigação do
estudo de coordenação e seletividade, é estabelecida pelas normativas do sistema elétrica.
A proposta desse relatório é desenvolver uma metodologia para estudo de coordenação
e seletividade padrão que possa aplicado ampla sempre for necessário desenvolver uma
atividade dessa natureza.

1.1 Objetivo
O objetivo deste documento é desenvolver e relatar atividade realizada no período do
estágio supervisionado e obrigatório na empresa NBRtec na área de projetos elétricos.
Os objetivos específicos abordados nesta experiência serão:
• Conhecer e analisar a metodologia de estudo e coordenação e seletividade atual;
• Elaborar uma nova metodologia para estudo de coordenação e seletividade;
• Desenvolver um procedimento operacional padrão para estudo de coordenação e
seletividade para aplicação desta atividade.

1.2 Descrição do trabalho


No presente relatório estará descrevendo de acordo com a ordem lógica necessária para a
atividade realizada no período do estágio na empresa NBRtec, sendo:
Capítulo 2: Descrição do Estágio
Capítulo 3: Embasamento Teórico
Capítulo 4: POP
Capítulo 5: Conclusão
9

2 DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO
O estágio foi realizado na empresa NBRtec, em Panambi, no setor de projetos elétricos.
Praticou atividade de desenvolver uma metodologia para o estudo de coordenação e seletividade
a partir do desenvolvimento de um procedimento operacional padrão.

2.1 Dados de identificação da empresa


NBRtec – Industria de Equipamento Elétricos ltda.
Rua Erica, n° 315, Cx postal 41,
Bairro Erica Panambi, Rio Grande do Sul. CEP 98280-000
Fone: (55) 3375 7773
Email: suporte@nbrtec.com.br
Site: http://nbrtec.com.br/

2.2 Área de atuação da empresa


A empresa NBRtec tem como seu principal foco a área agroindustrial, desenvolvendo
do projeto e execução de instalações elétricas agroindustriais de baixa e média tensão,
iluminação, aterramento e SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas),
sistemas de termometria, automação de secagem e painéis de comando diversos.

2.3 Histórico da empresa


A empresa foi fundada em 25 de fevereiro de 2005, pelo atual proprietário e diretor-
geral Ricardo Neutzling, no presente momento está situada na Rua Erica, Bairro Erica nº 315,
na cidade de Panambi, Rio Grande do Sul.
A empresa tem como sua missão oferecer ao mercado do Agronegócio soluções em
Termometria, Automação, Painéis Elétricos customizados, Instalações Elétricas e Assistência
Técnica especializada, solucionando as necessidades dos clientes, gerando resultados
satisfatórios.
A visão da empresa busca ser reconhecido como fornecedor com as melhores soluções
para os clientes, desenvolvendo relacionamentos duradouros e promovendo assim a
sustentabilidade da empresa.
Os valores da empresa se baseiam em 4 pilares, Respeito, foco do Cliente, Qualidade e
Inovação e Comprometimento.
10

Respeito, mantendo todos os relacionamentos fundamentados no respeito entre todas


partes, de forma atenciosa e educada, seja clientes, funcionários, fornecedores, comunidade
em geral.
Foco do cliente, tendo o olhar do cliente como balizador dos nossos processos.
Qualidade e inovação, oferecendo produtos e serviços de qualidade e alta tecnologia, inovando
sempre de modo a oportunizar ao cliente soluções que superem os obstáculos encontrados no
Agronegócio, de acordo com suas demandas.
Comprometimento, atuando com empatia e de forma comprometida, com atitude de
dono do negócio, buscando continuamente resultados positivos, que por consequência tragam
benefícios a todos os envolvidos.
11

3 EMBASAMENTO TEÓRICO
O estudo coordenação e seletividade elétrica tem como principal objetivo, garantir que
os sistemas de proteção atuem em caso de anomalias, sem danificar os equipamentos ligados
rede interna da unidade consumidora.
Segundo estabelecido pelo Módulo 3 do PRODIST, (Procedimentos de Distribuição de
Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional), na seção 4, todas conexões de unidade de Média
e Alta Tensão deveram desenvolver estudo de coordenação e seletividade. Como forma
garantir que os sistemas de proteção do acessante e da acessada, deveram atender requisitos de
sensibilidade, seletividade, rapidez e confiabilidade operacional, para que não aja danificações
no sistema elétricos decorrente de distúrbios no sistema.
Os sistemas de proteção devem ser dimensionados conforme correntes de curto circuito
no ponto de conexão atuais e previstas para horizonte de planejamento eliminando defeitos do
tempo estabelecido pela distribuidora.
A concessionária para permitir que esse sistema seja ligado na sua rede, faz-se cumprir
suas normas estabelecidas pela própria, em geral essas normas mantém um padrão básicos,
mas algumas particularidades de cada concessionária devem ser observadas para que para que
aja um estudo coordenação e seletividade eficiente e possa ser aprovado pela mesma.
Para realizar um estudo de coordenação e seletividade, se deve obter os dados de
projeto, grandezas de bases do sistema, dados da concessionária, dados relacionados entrada
e/ou rede da distribuidora. Desta forma se obtém as impedâncias do sistema e
consequentemente corrente de curto circuito. Assim tendo dados necessários para realizar a
parametrização adequada do sistema de proteção.

3.1 Impedâncias do Sistema


A impedância é a medida da capacidade de um circuito de resistir ao fluxo de uma
determinada corrente elétrica quando se aplica uma certa tensão elétrica em seus terminais.
No contexto do sistema elétrico define-se que impedâncias como trechos de
transmissão de energia, através de condutores elétricos, como cabos, barramentos e vergalhões.
Como principais fontes de impedância de um sistema são os transformadores, geradores e
motores.
Para um obter impedância dos trechos de conexão do sistema deverá considerar-se as
componentes simétricas deste, podem ser definidas como sequência positiva, negativa e zero.
12

A impedância de sequência positiva é a impedância dos componentes do sistema no


caso de carga simétrica. Nos catálogos dos fabricantes de condutores e cabos isolados o valor
das impedâncias é referenciado a uma temperatura de 20°C e para corrente contínua. Para os
condutores a impedância de sequência negativa é igual à impedância de sequência positiva,
pois estes não são influenciados com a inversão do sentido das fases.
Para a sequência zero, os valores de impedância podem diferir muito das impedâncias
de sequência positiva e negativa, devido aos dados geométricos das linhas, do trajeto de retorno
(neutro e/ou terra), da condutibilidade do solo, da classe de isolamento.
As resistências por metro de sequência, positiva, negativa e zero, são definidas por
catalogo de fabricantes de cabos, ou seja, os valores dessas impedâncias poderão ser definidos
após o dimensionamento dos tipos cabos e/ou barramento que será usado no sistema, para obter
estes valores utiliza-se as equações (1), (3), e seus respectivos valores em pu pelas equações
(2), (4).
𝑅 𝑅𝜇 ∗𝐿𝑐
(1)
1= (Ω/𝐾𝑚)
1000∗𝑁𝑐

𝑅 𝑆𝑏
(2)
1=𝑅1 ∗ (𝑝𝑢)
1000∗𝑉𝑏 2

Onde:
𝑅𝜇 – Resistência no cabo por metro
𝐿𝑐 – Comprimento do Cabo
𝑁𝑐 – Numero de Cabos
𝑆𝑏 – Potência de Base
𝑉𝑏 – Tensão de Base

𝑋 𝑋𝜇 ∗𝐿𝑐
(3)
1= (Ω/𝐾𝑚)
1000∗𝑁𝑐

𝑋 𝑆𝑏
(4)
1=𝑋1 ∗ (𝑝𝑢)
1000∗𝑉𝑏 2

Onde:
𝑋𝑡 – Reatância do Transformador
𝑆𝑏 – Potência de base
𝑆𝑡 – Potência do Transformador
𝑉𝑡 – Tensão do Transformador
𝑉𝑏 – Tensão de Base
13

3.2 Curto Circuito


De acordo com Mamede Filho (2007), os curtos circuitos são variações extremas da
corrente que circulam no sistema elétrico. A duração dos curtos circuitos não poderão
ultrapassar o tempo de 2 s, o tempo ideal destas falhas deveram ser aproximadamente de 50 a
1000 ms, decorrente destas características apresentadas, os dispositivos de proteção devem ser
extremamente velozes e os equipamentos de manobra devem ter capacidade adequada para
operar em condições extrema de corrente, os equipamentos de manobra devem possuir
características básicas de interrupção das correntes de curto circuito, como a capacidade de
interrupção e fechamento em curto circuito.
Para sistema elétrico deverá considerar alguns tipos curto circuito, como trifásico
simétrico, bifásico, fase-terra máximo e mínimo e trifásico assimétrico.

3.2.1 Trifásico Simétrico


A corrente de curto circuito trifásica é utilizada para determinar, os esforços térmicos
e dinâmicos que os equipamentos do sistema elétrico devem suportar na avaliação da
capacidade de abertura e fechamento de disjuntores e dispositivos que secionam o curto
circuito, na operação de relés, dimensionamento e análise de saturação de transformadores de
corrente, no cálculo dos efeitos do arco elétrico, na análise de oscilografias de relés digitais e
outro, que pode ser obtida pela equação (5).
𝑉𝑛
𝐼𝑐𝑠 = (5)
√3 ∗ 𝑍

3.2.2 Bifásico
Curtos circuitos nessa condição, ocorre quando um sistema possui duas fases, podendo
também ser chamado de bifásico sem a presença de terra, ou seja, ocorre quando há contato
entre as duas fases, pode se obter este valor através da equação (6).
√3 (6)
𝐼𝑐𝑠 = ∗ 𝐼𝑐𝑠
2

3.2.3 Fase Terra


A falta desta natureza tem como sua principal ocorrência nos sistemas de potência, no
qual poderá ocorrer contato dos condutores de fase e terra. Neste tipo de curto circuito é comum
dizer como fraco, quando não há resistência entre os dois condutores, e caso de haver uma
14

resistência entre fase e terra, indicará existi um ponto de defeito no sistema, este tipo terá um
valor máximo que pode ser obtido pela equação (7) e um valor mínimo que pode ser encontrado
pela equação (8).
3 ∗ 𝐼𝑏
𝐼𝑐𝑓𝑡𝑚𝑎𝑥 = (7)
2 ∗ 𝑍𝑡𝑜𝑡𝑝𝑢 + 𝑍𝑇𝑟0𝑝𝑢 + ∑𝑍𝑐𝑏0𝑝𝑢
3 ∗ 𝐼𝑏
𝐼𝑐𝑓𝑡𝑚𝑖𝑛 = (8)
2 ∗ 𝑍𝑡𝑜𝑡𝑝𝑢 + 𝑍𝑇𝑟0𝑝𝑢 + ∑𝑍𝑐𝑏0𝑝𝑢 + 3 ∗ (𝑅𝑐𝑡𝑝𝑢 + 𝑅𝑚𝑡𝑝𝑢 + 𝑅𝑟𝑎𝑝𝑢)

3.2.4 Trifásica Assimétrico


Os curtos circuitos trifásicos assimétricos são caracterizados contato entre as 3 fases,
com diferentes correntes entre as fases, havendo desta forma um desequilíbrio.
Neste tipo a corrente de falta a corrente de falta entre linhas e terra pode ou não conter
impedância, no caminho percorrido pela corrente. As faltas assimétricas podem ser resultadas
de rompimentos um ou mais condutores de fase, ou pela ação de fusíveis a outros dispositivos
que podem abrir todas fases simultaneamente.
Para realizar uma importante análise da corrente de curto-circuito é a assimetria que ela
pode apresentar no instante da ocorrência do curto-circuito. O pico máximo da corrente
assimétrica ocorrerá quando a tensão estiver passando por zero no momento do curto-circuito.
A componente contínua da corrente de curto-circuito, responsável por essa assimetria, decai
exponencialmente, sendo a sua constante de tempo função da relação no ponto de curto-circuito,
para obter estes valores utiliza-se as equações (9), (10) e (11).
𝑋
𝐶𝑡 = (9)
377 ∗ 𝑅
2∗𝑡
𝐹𝑎 = √2 ∗ 𝑒 − 𝐶𝑡 (10)
2∗𝑡
𝐹𝑎 = √2 ∗ 𝑒 − 𝐶𝑡 (11)

3.3 Curvas
As curvas são características dos relés de sobrecorrente, que são representadas pelo
tempo versus a corrente.
As curvas mais comuns de uso são as com termologia inversas, as mais recorrentes do
sistema elétrico brasileiro são as curvas “Normalmente Inversa’’, apresentada na figura 1,
“Muito Inversa”, apresentada na figura 2 e a “Extremamente Inversa”, apresentada na figura 3.
Estes tipos de curvas vêm sendo usada desde dos relé de disco de indução e nos relés. A
15

determinação qual tipo de curva será usada no sistema é definido pela concessionária, que leva
em consideração as características de cada sistema elétrico em particular. Para cada tipo de
curva possui sua expressão destinta para determinar o tempo, que é determinado pelas pela
equação (12) para Normalmente Inversa, equação (13) para Muito Inversa e equação (14) para
Extremamente Inversa.

Figura 1 - Curva Normalmente Inversa Figura 2 - Curva Muito Inversa

Fonte: Vamp210 Relé de Proteção de Fonte: Vamp210 Relé de Proteção de


Geradores – Instruções de Instalação Geradores – Instruções de Instalação
Configuração. Configuração.

0,14 13,5
𝑡= ∗ 𝐷𝑇 (12) 𝑡= ∗ 𝐷𝑇 (13)
𝐼 0,02
−1 𝐼 0,02
−1
16

Figura 3 - Curva Extremamente Inversa

Fonte: Vamp210 Relé de Proteção de


Geradores – Instruções de Instalação
Configuração.

80 ∗ 𝐷𝑇
𝑡= (14)
(I/Is)2 − 1
17

4 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


O procedimento operacional padrão para estudo de coordenação e seletividade elétrica
busca padronizar a atividade desta natureza, levando em consideração normativas brasileira e
particular de cada concessionária para cada estudo de caso de sistema elétricos que realizado
em diferentes clientes atendidos pela empresa NBRtec.

4.1 Metodologia
A metodologia consiste e quatro principais etapas, obtenção de dados, cálculos curto
circuito, parametrização e elaboração documentação legal, dentro destas etapas existe etapas
derivadas, como pode ser observado no fluxograma de aplicação da metodologia na figura 4.

Figura 4 – Fluxograma Aplicação da Metodologia

Dados de Projeto
Dados Concessionária

Cálculo de Curto Circuito


Definir Trechos de Impedâncias:
→ Calcular Impedâncias sequência:
→ Positiva e Zero

Definir Pontos Estudo de Curto Circuito


Calcular ICC: levar consideração as impedâncias:
→ ICC Trifásica
→ ICC Bifásica
→ ICC Fase-Terra Máximo
→ ICC Fase-Terra Mínimo
→ Trifásica Assimétrica

Parametrização

Aplicar Critérios de Parametrização


Ajuste de Parâmetros
Curva de Atuação de Relé

Documentação

Memorial Descritivo
Relatório de Parametrização do Relé
Diagrama Unifilar

Fonte: (Autoria Própria, 2021).


18

Procedimento operacional padrão foi desenvolvido levando em consideração os


conceitos teóricos abordados no item 3 deste relatório.
O POP foi desenvolvido para que estudo de caso seja utilizado com auxílio de planilhas,
desta forma buscando agilidade e padronização para realizar um estudo de coordenação e
seletividade elétrica.
Os valores demostrados neste relatório, são baseados em um estudo qual já tinha sido
realizado previamente, para fins demonstrativos de aplicação prática baseados em valores reais
de um sistema elétrico.

4.2 Dados de Projeto/Concessionária


A primeira etapa coleta de informações referente ao projeto e concessionária. Podendo
também ser chamados de dados da unidade consumidora são eles:
• Numero de transformadores;
• Potência de transformadores(s);
• Tipo de transformadores usados (óleo e/ou seco);
• Potência de demando;
• Tensão de fornecimento;
• Fator de Potência;
• Dados Concessionária das impedâncias entrada de energia;
• Seção, tipo e distância dos pontos conexão do sistema.
• Definir forma será feita passagem dos condutores(área/subterrânea).
19

Informando dados e realizando uma análise do diagrama unifilar da planta do sistema


elétrica no qual o estudo será executado, define-se número de trechos de impedâncias, tipo de
condutores e de que forma eles serão instalados e pontos do estudo corrente de curto circuito
do sistema. Primeiro passo é preencher os dados na planilha de cálculo de curto circuito como
demostrado na figura 5, onde identificar o cliente e localização da obra na qual o estudo será
desenvolvido.
Figura 5 – Dados de Projeto/ Concessionária

Calculo de Corrente de Curto Circuito

Industria Equipamentos Elétrico Ltd.

Cliente: Cliente
Local: Localização Geografica
Data: Data Realização do Estudo
Autor: Responsável do Estudo

CÁLCULO DE VALRES DE BASE DO SISTEMA 100MVA


Bases para o Cálculo:
Sb = 100 MVA E= 1,0000 @ 0,0000 pu
Ub = 11,4 kV 3Zf = 40,0 Ohms
Ib = 5,064476 kA Zf = Impedância de Falta à Terra
Zb = 1,2996 Ohms em 11.400 Volts Dados da Concessionária: Concenssionária
Zb = 0,001444 Ohms em 11.400 Volts r1 = 0,23300 x1 = 1,16270 1,1858 78,67
Zb = 0,001444 Ohms em 380 Volts r0 = 0,28030 x0 = 4,65287 4,6613 86,55

Fonte: (Autoria Própria, 2021).

4.3 Calculo de Impedâncias Concessionárias


Informados dos dados da concessionária necessários, conforme item 5.1.1, desta forma
obtém-se as impedâncias relacionados a entradas de energia.
Na figura 6 podemos observar os valores em pu obtidos nas impedâncias da entrada de
energia, conforme os dados fornecidos pela concessionária.

Figura 6 – Impedância da Concessionária


Impedâncias do Sistema da Concessionária:
3Zf = 40,0 Ohms
Z1 = 1,18582 @ 78,67 pu 0,23300 + j 1,16270 pu (Sequencia Positiva)
Z0 = 4,66131 @ 86,55 pu 0,28030 + j 4,65287 pu (Sequencia Zero)
Zf = 10,25957 @ 0,00 pu 10,25957 + j 0,00000 pu em 11,4 kV
Zf = 9233,610 @ 0,00 pu 9233,610 + j 0,00000 pu em 11,4 kV
Zf = 9233,61 @ 0,00 pu 9233,610 + j 0,00000 pu em 0,38 kV

Fonte: (Autoria Própria, 2021).


20

4.4 Calculo de Impedâncias Rede Interna (Área/Subterrânea)


Cálculos das impedâncias dos trechos do sistema, conforme o diagrama unifilar, devem
levar em consideração distância em Km, indicado por “Dist”, “quantidade de cabos”, “tipos de
cabos” e “seção de cabos”, como é indicado na figura 7.
Figura 7 – Impedância da Rede Interna Aérea
Impedâncias da Rede Interna Aérea
Dist = 0,055 Km Distância dos Cabos Quantidade de Cabos: 1
Z1pa = 0,55628 + j 0,49457 Ohms/Km Tipo de Cabos:
Z0pa = 0,73396 + j 2,00133 Ohms/Km Seção dos Cabos:
Z1pa = 0,02354 + j 0,02093 pu 0,03150 @ 41,64 pu
Z0pa = 0,03106 + j 0,08470 pu 0,09021 @ 69,86 pu Especificações
Valores da dos cabos
Impedâncias obtidas
Fonte: (Autoria Própria, 2021).

Procedimento obtenção impedâncias dos trechos de rede área e subterrânea interna,


seguem os mesmos métodos, como pode ser observado na figura 8.
Figura 8 – Impedância da Rede Interna Subterrânea
Impedâncias da Rede Interna Subterrânea
Dist = 0,015 Km Quantidade de Cabos: 1
Z1ps = 0,66921 + j 0,15559 Ohms/Km Tipo de Cabos:
Z0ps = 0,66921 + j 0,15559 Ohms/Km Seção dos Cabos:
Z1ps = 0,00772 + j 0,00180 pu 0,00793 @ 13,09 pu
Z0ps = 0,00772 + j 0,00180 pu 0,00793 @ 13,09 pu

Fonte: (Autoria Própria, 2021).

4.5 Calculo de Impedâncias do Transformador


Cálculo das impedâncias do transformador, são obtidas através dos dados placa
relacionados ao transformador, onde “z%” indica impedância do Trafo (em %), “Str” potência
nominal do transformador, “Up” e “Us” tensão no primário e no secundário respectivamente,
como pode ser observada na figura 15
Figura 9 – Impedância do Transformador
Impedância do Transformador
z% = 6 % Z= 12,00000 2,40000 + j 11,75755 pu
Str = 0,5 MVA Ztr = z%*Sb/(100*Sn) Z1 = Z2 = z% Dados do
Up = 11,4 kV R = 0,2*Z Z0 = 0,85*z% Transformador
Us = 0,38 kV X = Raiz(Z²-R²)
Z1tr = 12,00000 @ 78,46 pu 2,40000 + j 11,75755 pu
Z0tr = 10,20000 @ 78,46 pu 2,04000 + j 9,99392 pu

Impedância sequencia
obtidas
Fonte: (Autoria Própria, 2021).
21

4.6 Cálculos de Curto Circuito


As correntes de curto circuito são analisados por pontos, levando consideração as
impedâncias calculadas nos itens 5.1.3, estas impedâncias são somadas conforme pontos que
se analisa, conforme é indicado na figura 10.
Este padrão de cálculos é adotado para todos pontos de falta do sistema, no exemplo
indicado na figura 10 não é considerado no ponto P02, para realização dos cálculos curto
circuito.

Figura 10 – Diagrama de Impedâncias

DIAGRAMA

Sistema Rede Primária Rede Primária


Concess. Aérea Subterrânea Transformador

P01 P02 P03 P04


Z0,Z1,Z2 Z0pa,Z1pa,Z2pa Z0ps,Z1ps,Z2ps Z0tr,Z1tr,Z2tr

Considera-se Considera-se Considera-se


impedância até impedância até impedância até ponto
ponto P01 ponto P01+P03 P01+P03+P04
Fonte: (Autoria Própria, 2021).

Na figura 11 observar-se os cálculos de corrente de curto circuito referentes ao ponto


P01.

Figura 11 – ICC no ponto P01


Correntes de Curto Circuito no Ponto de Entrega (P01):
Trifásica: 0,233 + j 1,16270
Icc3f = E/Z1
Icc3f = 4,2709 kA 1,18582 @ 78,67 Impedâncias
Fase-Terra: 0,74630 + j 6,97827 relaciona a
Icc1ft = 3E/(2Z1+Z0) ponto P01
Icc1ft = 2,1649 kA 7,01806 @ 83,90
Fase-Terra Mínimo: 31,52500 + j 6,97827
para cada
Icc1ftm = 3E/(2Z1+Z0+3Zf) cálculo de
Iccftm = 0,4706 kA 32,28811 @ 12,48 corrente CC
Trifásica Assimétrica:
Is3f(a) = FA * Icc3f FA = Raiz[1+2*EXP(-2*PI*R/X)]
Is3f(a) = 5,3477 kA FA = 1,252121
Bifásica:
Icc2f = √3*Icc3f/2
Icc2f = 3,698688 kA
Fonte: (Autoria Própria, 2021).
22

Na figura 12 pode-se observar os cálculos de corrente de curto circuito referentes as


impedâncias até ponto P03, antes do Trafo, ou seja, Icc no primário.
Figura 12 – Icc no ponto P03
Correntes de Curto Circuito no Primário no ponto (P03):
Trifásica: 0,26427 + j 1,18543
Icc3f = E/(Z1+Zpa1+Zps1)
Icc3f = 4,1699 kA 1,214525553 @ 77,43
Impedâncias
Fase-Terra: 0,847618136 + j 7,110216 relaciona a
Icc1ft = 3*E/(2*Z1+2*Z1pa+2*Z1ps+Z0+Z0pa+Z0ps) ponto P02
Icc1ft = 2,1218 kA 7,160560887 @ 83,20 para cada
Fase-Terra Minimo: 31,62631928 + j 7,110216
Icc1ftm = 3*E/(2*Z1+2*Z1pa+2*Z1ps+Z0+Z0pa+Z0ps+3*Zf))
cálculo de
Iccftm = 0,4687 kA 32,4157253 @ 12,67 corrente CC
Trifásica Assimétrica:
Is3f(a) = FA * Icc3f FA = Raiz[1+2*EXP(-2*PI*R/X)]
Is3f(a) = 5,0949 kA FA = 1,221821
Bifásica:
Icc2f = √3*Icc3f/2
Icc2f = 3,6113 kA

Fonte: (Autoria Própria, 2021).

Na figura 13 pode-se observar os cálculos de corrente de curto circuito referentes as


impedâncias até ponto P04, depois do Trafo, ou seja, Icc do secundário.

Figura 13 – Icc no ponto P04


Corrente de Curto Circuito no secundário no ponto (P04):
Trifásica: 2,66427 + j 12,94298
Icc3f = E/(Z1+Z1ps+Z1tr)
Icc3f = 0,3833 kA Primário 13,21435 @ 78,37 Impedâncias
Icc3f = 11,4977 kA Secundário
relaciona a
Fase-Terra: 7,36853 + j 35,87987
Icc1ft = 3*E/(2*Z1+2*Z1ps+2*Z1tr+Z0tr) ponto P03
Icc1ft = 0,4148 kA Primário 36,62868 @ 78,39 para cada
Icc1ft = 12,4439 kA Secundário cálculo de
Fase-Terra Mínimo: 27708,1996 + j 35,87987
corrente CC
Icc1ftm = 3*E/(2*Z1+2*Z1ps+2*Z1tr+Z0tr+3*Zf)
Iccftm = 0,0005 kA Primário 27708,22279 @ 0,07
Iccftm = 0,0165 kA Secundário
Trifásica Assimétrica:
Is3f(a) = FA * Icc3f FA = Raiz[1+2*EXP(-2*PI*R/X)]
Is3f(a) = 0,4769 kA FA = 1,244463
Is3f(a) = 14,3084 kA
Bifásica:
Icc2f = √3*Icc3f/2
Icc2f = 0,3319 kA Primário
Icc2f = 9,9573 kA Secundário

Fonte: (Autoria Própria, 2021).


23

4.7 Parametrização
O termo parametrização está relacionado com ajustes dos relés, referente as faixas de
atuações das proteções do sistema. São exemplos de parametrização, os valores de
sensibilização das proteções (pick-up), tempos de atuação, seleção de curvas, seleção da
frequência fundamental do sistema para 50Hz ou 60Hz, quais os estágios de proteção serão
sinalizados em quais relés de saída e se estes permanecerão fechados após sua atuação,
definição da função de cada entrada binária, taxa de amostragem do arquivo de oscilografia,
inibição de determinados estágios da proteção, determinação do comportamento de
determinada proteções.
No estudo coordenação e seletividade padrão proposto foi levado em consideração os
parâmetros 50/50N ANSI, 51/51N ANSI, 59 ANSI e 27 ANSI.
Parâmetro ANSI 50/50N é responsável pela unidade corrente instantânea, as unidades
de sobre correntes instantâneas tem a função de isolar a instalação do consumidor da rede
elétrica de distribuição da concessionária, caso ocorra um curto circuito interno da instalação
do consumidor. Com esta ação minimiza os danos causados pelo curto circuito às instalações e
também evita que o alimentador que serve o ramal de distribuição ao qual o consumidor está
ligado seja desligado, desenergizando outros consumidores desnecessariamente. O relé possui
quatro unidades de sobre corrente instantâneas, três de fase e uma para neutro. Deve ser ajustado
abaixo da corrente de curto circuito do ponto de entrega, abaixo da corrente de instantâneo do
alimentador e abaixo da corrente o elo fusível, se houver.
Parâmetro ANSI 51/51N é responsável unidade de corrente temporizada, as unidades de
sobre corrente temporizada tem a função de isolar a instalação do consumidor da rede elétrica
de distribuição da concessionária, caso ocorra uma sobrecarga interna da instalação do
consumidor. Com esta ação minimiza os danos causados pela sobrecarga as instalações do
próprio consumidor e evita que o alimentador que serve o ramal de distribuição ao qual o
consumidor está ligado seja desligado, desenergizando outros consumidores
desnecessariamente. O relé possui oito unidades de sobre corrente temporizada, três a tempo
inverso para fase, três a tempo definido para fase, uma a tempo inverso para neutro e uma a
tempo definido para neutro. As unidades de sobre corrente a tempo inverso diminuem seu
24

tempo de atuação com o aumento da corrente. O início da região ativa desta unidade é a corrente
de partida.
Parâmetro ANSI 59 é responsável pela unidade de sobre tensão, o relé possui três
unidades de sobre tensão com operação a tempo definido. Estas unidades operam com o valor
de tensão de linha.
Um ajuste típico para esta função e de +10% a +20% de tensão nominal de linha e com
um tempo maior que o do primeiro religamento do alimentador que alimenta o circuito,
geralmente 1s.
Parâmetro ANSI 27-0 é responsável pela unidade sub tensão, o relé possui uma unidade
de sub tensão de tensão auxiliar, esta unidade supervisiona a tensão de alimentação do relé,
quando a tensão de alimentação do relé ficar abaixo de 72V (+10%, -10%) será gerado um sinal
de Trip após um intervalo de tempo que depende da condição de alimentação anterior a falha.

4.7.1 Cálculos de ajuste do Relé


A primeira etapa para definição dos parâmetros determinar corrente nominal (In) é
percorrida pelo(s) transformador(s), determinada pela equação (15):
𝑆
𝐼𝑛 = (15)
√3 ∗ 𝑉𝑛

Nesta etapa é definida a corrente de magnetização dos transformadores dos


transformadores, para determina-la é adotado pela empresa NBRtec o critério determinado pela
equação (16).
𝐼𝑚𝑎𝑔 = 8 ∗ 𝐼𝑛 ,
(16)
para 1 ou mais transformadores.

Obtido o valor corrente nominal (In) e de corrente de magnetização (Imag), pode-se


definir o ponto ANSI, que se trata do máximo valor de corrente que um transformador pode
aguentar sem se danificar por um período definido de tempo. Para falhas fase-terra em
transformadores triângulo-estrela com neutro aterrado, essas falhas podem ser definidas como
25

corrente ANSI de fase (IANSI), que é definida pela equação (17) e corrente ANSI de neutro
(IANSIN), definida pela equação (18).
100
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = ∗ 𝐼𝑛 (17)
𝑍%
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 = (18)
√3

Definindo a relação de transformação de corrente (RTC), dada pela equação (19).


𝐼𝑛(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙)
𝑅𝑇𝐶 = (19)
5

Definindo a relação de transformação de potência (RTP), dada pela equação (20).


𝐼𝑛(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙)
𝑅𝑇𝑃 = (20)
5

4.7.2 Ajuste do Relé de Sobrecorrente

4.7.2.1 Unidade Fase


O ajuste da proteção de sobrecorrente de tempo inverso de fase (ANSI 51), será feito
baseando-se na corrente nominal (In) do sistema, adotando o critério expresso pela equação
(21).
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≥ 𝐼𝑛 (21)

O ajuste da proteção de sobrecorrente instantânea (ANSI 50), deverá levar em


consideração a corrente de magnetização (Imag), adotando o critério expresso pela equação
(22).
𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 > 𝐼𝑚𝑎𝑔 (22)

4.7.2.2 Unidade Neutro


O ajuste da proteção de sobrecorrente de tempo inverso de neutro (ANSI 51N), deve ser
considerado uma corrente de desequilíbrio no neutro, expressada pela equação (22).
20% ∗ 𝐼𝑛 (22)
26

O ajuste da proteção de sobrecorrente instantânea de neutro (ANSI 50N), que para seu
ajuste foi deverá ser levado em consideração o critério de valor máximo indicado pela equação
(23).
20% ∗ 𝐼𝑚𝑎𝑔 (23)

4.7.2.3 Proteção Sobretensão


O ajuste da proteção de sobretensão (ANSI 59) será ajustado em seu critério de valor
máximo indicado na equação (24).
20% ∗ 𝑉𝑛 (24)

4.7.2.4 Proteção Sub Tensão na Alimentação Auxiliar


Alimentação auxiliar do relé tem variação de 72 a250 VCa/Vcc. A proteção subtenção
na alimentação auxiliar (ANSI 27-0) será ajustada adotado pelo critério, expresso pela equação
(25).
28% ∗ 𝑉𝑚𝑎𝑥(𝐴𝑁𝑆𝐼27 − 0) (25)

4.7.3 Parâmetros do Relé


Realizado todos cálculos e aplicação de critérios estabelecidos para ajuste de relé
podemos determinar os valores de que relé deverá ser parametrizado.
Para exemplificar parametrização foi adotado mesmo estudo caso como base que foi
utilizado para obter impedâncias e correntes de curto circuito deste mesmo relatório.
Na figura 14 exemplifica-se dados de uma unidade consumidora para usar como para
definição dos parâmetros do relé de sobretensão.
Figura 14 – Dados da Unidade Consumidora
Considerações para Parametrização do Relé
Fator de Potência: cosɵ=0,92(indutivo)
Tensão de Operação: U=11,14kV
Potência Instalada: S=500kVA (TR de 500kVA)
Corrente Nominal: In=25A
Corrente de Magnetização: Imag=8*In
Impedância do Transformador: zTR%=5%

Fonte: (Autoria Própria, 2021).


27

Desta forma levando em consideração os valores da unidade consumidor e os critérios


abordados nos itens 4.7.1 e 4.7.2, podemos determinar os parâmetros necessários para
parametrização do relé de sobretensão, na figura 15 pode-se observar um resumo dos
parâmetros determinados.
Figura 15 – Resumo dos Parâmetros Definidos
Parâmetro Descrição Ajuste Parâmetro Descrição Ajuste
01 RTC 15 12 TD Neutro 240
02 Iajuste> Fase 28 13 I>Neutro 39
03 Curva MI 14 RTP 52
04 DT 0,1 15 V 13680
05 Partida TD 2000 16 TD 3
06 TD Fase 240 17 V 9120
07 Imag> Fase 210 18 TD 3
08 In>Neutro 4,5 19 27-0 28%
09 Curva MI 20 Vel. Serial 1.2
10 DT 0,1 21 Endereço 10
11 Partida TD 1000

Fonte: (Autoria Própria, 2021).

Para facilitar visualização dos parâmetros ajustados, adotaremos como padrão uma
tabela para demonstração, onde levará em consideração a descrição do parâmetro, faixa de
atuação e o valor definido para seu ajuste, como pode ser observado na figura 16.
Tomando como referência estudo caso já aplicado, o ajuste foi realizado em relé de
sobretensão da marca PREXTON de modelo 7104T.
28

Figura 16 – Tabela de Parâmetros do Relé


AJUSTE NO RELE PEXTRON 7104T
Parâmetro Descrição Faixa permitida Ajuste (1F3)
50/51 RTC = 15 10......50000/1-5 75/5
Ip 0,20........13,0xRTC (1,9A) 28,5A
CURVA IEC - NI, VI, EI; NI
T Ip 0,10...............3 seg 3s
INSTANTÂNEA I> 0,20.....200,0xRTC (16A)240A
Ft 0,00...............1 seg 0,5s
50N/51N IEp 0,20......13,0xRTC (0,30A) 4,5A
CURVA IEC - NI, VI, EI; NI
T IEp 0,10...............3 seg 3s
INSTANTÂNEA IE> 0,20....200,0xRTC (2,6A) 39A
Nt 0,00...............1 seg 0,5s
59 (Seq. +) SOBRETENSÃO F 10,0.........250xRTP (263) 13680V
0,10................240s 20,0s
59 (Seq. 0) N SOBRETENSÃO N 10,0..........250xRTP (152) 7898V
0,10.................240s 20,0s
ANSI 27 SUBTENSÃO 10.............250*RTP (175) 9120V
TEMPO DEFINIDO 0,1...................240s 20,0s

Descrição dos Faixa de Operação do Valores de Ajustado do


Parâmetros do Relé Relé Relé
Fonte: (Autoria Própria, 2021).

4.8 Curva de Atuação do Relé


Para determinar curva de seletividade deve se considerar o tipo de curva, que será
determinada pela concessionária, e os parâmetros ajustados conforme o item 4.7.2, serão
determinadas duas curvas, uma para a unidade de fase e outra para unidade de neutro.
Para determinar estas curvas será usada uma planilha padrão, onde será necessário
dados, RTC, Tape de do relé, Iajuste, e dial tempo, como pode ser na figura 17, assim acontece
para ambas curvas.
29

Figura 17 – Planilha de Corrente x Tempo das Curvas de Seletividade


CURVAS TIPO TEMPO NORMALMENTE INVERSO
UNIDADES TEMPORIZADAS DE FASES UNIDADE TEMPORIZADA DE NEUTRO
RELAÇÃO DOS TC´s: RTC= 15 RELAÇÃO DOS TC´s: RTC= 15
TAPE DO RELÉ: TAP = 5,00 TAPE DO RELÉ: TAP = 5,00
CORRENTE AJUSTE: I(>) = 28,5 A CORRENTE AJUSTE: I(>) = 4,5 A
DIAL DE TEMPO: Dt = 0,50 s DIAL DE TEMPO: Dt = 0,20 s
MÚLTIPLO DA CORRENTE TEMPO MÚLTIPLO DA CORRENTE TEMPO
CORRENTE DE AJUSTE (I / Is) I(>) (A) (s) CORRENTE DE AJUSTE (I / Is) I(>) (A) (s)
1,0 28,5 1,0 4,5
1,00 28,5 50001,71 1,00 4,5 20000,69
1,1 31,4 36,69 1,1 5,0 14,67
1,15 32,8 25,01 1,15 5,2 10,00
1,2 34,2 19,16 1,2 5,4 7,66
1,35 38,5 11,63 1,35 6,1 4,65
1,5 42,8 8,60 1,5 6,8 3,44
2,0 57,0 5,01 2,0 9,0 2,01
2,5 71,3 3,78 2,5 11,3 1,51
3,0 85,5 3,15 3,0 13,5 1,26
3,5 99,8 2,76 3,5 15,8 1,10
4,0 114,0 2,49 4,0 18,0 1,00
4,5 128,3 2,29 4,5 20,3 0,92
5,0 142,5 2,14 5,0 22,5 0,86
6,0 171,0 1,92 6,0 27,0 0,77
7,0 199,5 1,76 7,0 31,5 0,71
8,0 228,0 1,65 8,0 36,0 0,66
9,0 256,5 1,56 9,0 40,5 0,62
10,0 285,0 1,49 10,0 45,0 0,59
11,3 320,6 1,41 11,3 50,6 0,56
20,0 570,0 1,13 20,0 90,0 0,45
30,0 855,0 0,99 30,0 135,0 0,40
40,0 1140,0 0,91 40,0 180,0 0,37
50,0 1425,0 0,86 50,0 225,0 0,34
100,0 2850,0 0,73 100,0 450,0 0,29
200,0 5700,0 0,63 200,0 900,0 0,25
300,0 8550,0 0,58 300,0 1350,0 0,23
400,0 11400,0 0,55 400,0 1800,0 0,22
500,0 14250,0 0,53 500,0 2250,0 0,21
1000,0 28500,0 0,47 1000,0 4500,0 0,19
2000,0 57000,0 0,43 2000,0 9000,0 0,17
UNIDADES INSTANTÂNEAS DE FASES UNIDADE INSTANTÂNEA DE NEUTRO
CORRENTE AJUSTE: I(>>) = 28,5 A CORRENTE AJUSTE: I(>>) = 4,5 A
CORRENTE TEMPO CORRENTE TEMPO
0,14  Dt I(>>) (A) (s) 0,14  Dt I(>>) (A) (s)
t= t=
( )
I / Is
0 , 02
−1 28,5 0,30 ( )
I / Is
0 , 02
−1 4,5 0,20
28,5 0,01 4,5 0,01

Fonte: (Autoria Própria, 2021).

Substituídos os valores conforme os ajustes definidos para o relé de sobretensão,


obtemos as curvas da unidade de fase e neutro, como pode ser observado nas figuras 18 e 19,
respectivamente.
Importante analisar as curvas obtidas encontram-se localizada abaixo do ponto IANSI
do transformador, e acima do ponto de magnetização do sistema, nas figuras 18 e 19, desta
forma podemos analisar se as curvas de fase e neutro traçadas estão atendendo os critérios para
que sistemas realize seletividade sem danificar equipamentos e rede distribuição.
30

Caso as curvas não atendem a seletividade desejada, deve se tentar alterar o dial tempo,
até um tempo que ele respeite este os critérios desejados.

Figura 18 – Curva da Unidade de Fase

Fonte: (Autoria Própria, 2021).

Fonte: (Autoria Própria, 2021).


31

Figura 19– Curva da Unidade de Neutro

Fonte: (Autoria Própria, 2021).


32

4.9 Documentação
Após realizado o estudo de coordenação e seletividade, é gerado alguns documentos
padrão para fins legais e parametrização do relé.

4.9.1.1 Memorial Descritivo


O memorial do estudo de coordenação e seletividade é onde devem constar as
características principais do projeto e outros dados necessários à sua compreensão. Dados como
características de todos os equipamentos pertencentes ao projeto.

4.9.1.1.1 Descrição de Projeto


Onde deverá constar características da obra e sua localização. Também deverá estar
descrito as características do sistema elétrico e alguns dos pontos da instalação como:
• Aterramento;
• Transformadores;
• Para Raios;
• Chave Seccionadora;
• Disjuntor de Média Tensão;
• Transformadores de Potencial Proteção;
• Muflas;
• Medição;
• Barramento;
• Entrada de Energia;
• Ventilação e Iluminação Natural;
• Grandes de Proteção;
• Extintor de Incêndio;
• Placas de Advertência;
• Equipamentos de Proteção e Manobra.

4.9.1.2 Relatório com dados de Parametrização do Relé


No relatório deverá conter fabricante, modelo e funções proteções existentes. Também
deverá ter aplicação dos critérios abordados no item 4.7 e assim como tabelas de parametrização
como demostradas nas figuras 33 e 34. Deverá constar também os cálculos de curtos circuitos
e impedância do sistema.
33

4.9.1.3 Diagramas Unifilares


Diagramas onde devem constar as características principais dos equipamentos previstos
no projeto, além do dimensionamento dos condutores e eletrodutos de cada um dos ramais
indicados.
34

5 CONCLUSÃO
O estudo de coordenação e seletividade possibilitou conhecer sua abrangência quanto a
importância sistema de proteção. Pois, no momento que procura estabelecer condições mínimas
garantir a integridade de equipamentos e rede distribuições conectadas em um sistema elétrico.
Para um desenvolvimento coordenação e seletividade de forma plena, deve-se levar em
consideração área de atuação empresa, padronizando processos e situações que são repetitivos,
para fazer isto forma eficiente foi desenvolvimento de um procedimento operacional padrão.
A metodologia de implantação do POP desenvolvida que abrange de uma forma geral
todas as normativas de sistema elétrico brasileiro que envolvem ANEEL e normas referentes
adequado a cada concessionárias.
Para elaboração do pop e sua aplicação foi planejamento uma ordem lógica de processo
desta forma que todas etapas e critérios pré-determinados sejam cumpridos de forma efetiva.
Sendo assim a metodologia desenvolvida durante período de estagio e descrita nesse
relatório, tem sua relevância técnica de aplicação na empresa fazendo que suas metas sejam
alcanças através desse procedimento.
35

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Mamede Filho, João; Instalação Elétricas Industriais. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

Mamede Filho, João e Mamede Ribeiro, Daniel; Proteção de Sistemas Elétricos de


Potência. [S.I.] Rio de Janeiro: LTC, 2012.

Madergan, Cláudio; Proteção e Seletividade. 1. ed. São Paulo: Atitude, 2012.

REMP. Manual de Operação REMP 100: Inteligência de Proteção, 2019.

Schneider. Vamp210 Relé de Proteção de Geradores – Instruções de Instalação


Configuração. 2007.

PEXTON. Manual de Operação URPE 7104T. Rev 03. São Paulo: Pextron, 2020.

ANEEL, Agência Nacional Energia Elétrica. PRODIST – Procedimentos de Distribuição de


Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional. Ver 10. ANEEL, 2018.

Você também pode gostar