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2º PRÊMIO BRASILIT DE ARQUITETURA: NOVA SOLUÇÃO PARA CASA
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POPULAR

Acervo • Especiais · 01/09/2020 · 3 minutos de leitura

2º Prêmio Brasilit de Arquitetura: Nova solução para casa popular


A equipe integrada pelos arquitetos Décio Tozzi, Hidely Codignoli e Anna Regina di Perna, de São Paulo, foi a
vencedora do Prêmio Brasilit de Arquitetura de 1981, com um projeto de casas populares de
construção modular, que privilegia os espaços comunitários do conjunto habitacional e a qualidade de vida
de seus ocupantes.

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A equipe recebeu o prêmio (uma placa de prata e 400 mil cruzeiros) em solenidade realizada
em 11 de novembro último no Museu de Arte de São Paulo – MASP. Além do prêmio, os três
arquitetos foram contratados pela Brasilit para orientarem a construção de uma unidade-piloto
do projeto, que será apresentado como alternativa para os organismos oficiais responsáveis
pela construção de casas populares.

O projeto vencedor (ver projeto) foi eleito entre nove trabalhos selecionados para a fase final
do concurso e a escolha foi feita por um júri designado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil –
IAB, integrado pelos arquitetos Acácio Gil Borsoi, Edgard Graeff e Ubyrajara Giglioli.

No total, 307 projetos concorreram ao prêmio, apresentados por cerca de 650 arquitetos de
todo o país.

O Prêmio Brasilit de Arquitetura, de caráter nacional, foi instituído em 1979, em convênio com
o IAB, visando buscar soluções para uma arquitetura preocupada com o homem, funcional e
criativa. O concurso deste ano teve como tema novas propostas para a habitação popular.
O projeto vencedor

O trabalho apresentado por Tozzi, Hidely e Anna Regina, a exemplo de todos os


outros concorrentes, foi projetado para unidades com área mínima construída de 50 m2,
seguindo os padrões internacionais estabelecidos pela ONU.

A proposta vencedora tem por objetivo principal o homem, como indivíduo e como ser
comunitário. Dentro desse espírito, o projeto reduz os lotes individuais – sem, contudo, oprimi-
los – para favorecer a área comum, o que faz crescer as possibilidades de maior nível de
qualidade de vida no conjunto habitacional.

Cada unidade tem proposta construtiva simples, porém criativa, oferecendo amplo e ordenado
leque de opções de crescimento. Uma casa desse projeto não se finita, mas traz o germe da
evolução.

O conjunto acomoda-se idealmente ao terreno para o qual foi projetado, aproveita


racionalmente seus desníveis naturais, reduzindo ao mínimo as intervenções no solo e,
conseqüentemente, os custos da obra.

Para a comissão julgadora do IAB, o projeto da equipe paulista foi o que melhor respondeu aos
critérios estabelecidos e representa uma valiosa contribuição para a habitação popular urbana,
na medida em que supera, de forma criativa, as limitações da legislação no que se refere ao
relacionamento da edificação com o lote.

Os arquitetos Borsoi, Graeff e Giglioli, que formaram a comissão julgadora, definiram como
critérios básicos para a escolha do projeto vencedor a qualidade e riqueza ambiental do espaço
urbano, lugares de encontro e convivência comunitária; a possibilidade de ampliação da área
edificada, sem tumultuar a ordenação espacial de conjunto ou prejudicar a privacidade
doméstica do entorno próximo e das áreas coletivas maiores; bem como a circulação no
conjunto, visando privilegiar sobretudo o pedestre.

O júri do IAB também levou em conta a organização dos espaços interiores e a possibilidade de
adaptação da unidade ao crescimento da família; a possibilidade de construção por etapas;
além da simplicidade construtiva da unidade, com ênfase para a reposição.

Ao indicar o projeto de Tozzi, Hidely e Anna Regina como vencedor do Prêmio Brasilit
de Arquitetura 1981, a comissão julgadora sugeriu que ele seja edificado em sua totalidade – e
não apenas uma unidade-piloto -, pois representa excelente solução habitacional para a
população de baixa renda.
Os finalistas

Décio Tozzi, que lidera a equipe vencedora, formou-se em arquitetura pela


Universidade Mackenzie e recebeu grau de mestrado em arquitetura na Universidade de São
Paulo.

Dirige seu escritório de arquitetura na capital paulista desde 1960 e é professor na Faculdade
de Arquitetura do Mackenzie. Detentor de diversos prêmios de arquitetura no Brasil, Tozzi tem
obras e trabalhos publicados na Argentina, Estados Unidos, Japão, Itália e França.

Hidely Codignoli é formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Mogi das Cruzes,
tendo feito cursos de extensão na PUC-SP e no IAB/SP. Trabalha na Companhia de Engenharia
de Tráfego da Prefeitura de São Paulo e já elaborou diversos projetos residenciais em São
Paulo, Guarujá, Itapetininga e Amparo.

Anna Regina di Perna também formou-se pela Universidade de Mogi das Cruzes e igualmente
fez cursos de extensão na PUC-SP e no IAB/SP. Faz projetos de construções em São Paulo
desde 1979, tendo realizado viagem de estudos à Inglaterra em 1976.

Em sua análise final, a comissão julgadora do Prêmio Brasilit de Arquitetura ressaltou o bom
nível geral dos trabalhos finalistas, dando especial destaque ao projeto das arquitetas gaúchas
Maria Alice Silva Torres e Themis da Cruz Fagundes, por sua intenção urbanística.

Chegaram ainda à final do concurso os arquitetos Walter Piacentini de Andrade e Takashi Saito,
formando uma equipe de São Paulo. Da Bahia, duas equipes foram finalistas: uma formada por
Fernando Vieira da Silva Jr., Paulo Roberto de Farias Cunha, Marcos Moreira Solter e Mário
Figueiredo Vieira Lima Filho, e outra por Victoria Braunstein, Daniel Colina e Beatriz Escudero.
Do Rio Grande do Norte, classificou-se a equipe composta por ícaro Cardoso, José Gaudêncio
Diogenes Torquato e René Norberto Álvares Cordeiro. De Brasília, também uma equipe:
Antonio Afonso de Toledo, Antonio Sérgio de Mattos e José Leme Galvão Jr. O Rio de Janeiro
teve como finalistas a equipe Robson Jorge Gonçalves da Silva e Jerônimo de Moraes Neto, e o
arquiteto Roberto Ponce Otto, que concorreu individualmente.

Publicada originalmente na revista PROJETO edição 35 – Novembro/Dezembro 1981

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