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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUTÔNOMO DO BRASIL-

UNIBRASIL
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA

MICOSES SUPERFICIAIS
Thalinee Hack

Trabalho apresentado à
disciplina de microbiologia
clínica, sob orientação da profª
Lais Guanaes.

CURITIBA
2021
1. PITIRÍASE VERSICOLOR
Tínea versicolor (pitiríase versicolor), uma infecção cutânea superficial
apenas de importância estética, é causada pelo fungo Malassezia furfur. A
pitiríase versicolor também é conhecida pelos nomes pano braco, micose de
praia ou tínea versicolor. O pano branco não é uma doença contagiosa, não
havendo, portanto, risco de transmissão do fungo de uma pessoa para outra.
Também não há relação com falta de higiene ou contato com locais de uso
público, tais como piscinas, banheiros ou vestiários.
As lesões são, em geral, observadas como áreas hipopigmentadas,
sobretudo na pele bronzeada no verão. A infecção pode ser levemente
escamosa ou com coceira, mas, em geral, é assintomática. Isso ocorre com mais
frequência em climas quentes e úmidos. A lesão contém células leveduriformes
em brotamento e hifas.
Imagem 1: pitiríase versicolor

O diagnóstico pode ser realizado pela observação dessa mistura em


preparações de KOH de raspagem de pele. A cultura geralmente não é realizada.
O tratamento de escolha envolve o uso tópico do miconazol, porém, as lesões
apresentam a tendência de recorrer. Fármacos antifúngicos orais, como o
fluconazol e o itraconazol, podem ser utilizados para tratar as lesões recorrentes.
(LEVINSON, 2016).
2. PIEDRA BRANCA
Piedra branca é infecção fúngica crônica da cutícula do pêlo, rara. Tem
como agente etiológico a levedura Trichosporon beigelii, A piedra branca tem
distribuição universal, com predileção por regiões temperadas e tropicais. No
Brasil é alta sua frequência na Região Norte. Afeta indivíduos de ambos os sexos
e pode comprometer qualquer faixa etária.
O Trichosporon beigelii habita solo, água e vegetais, como também já foi
encontrado em macacos, cavalos e fazendo parte da flora normal da pele e
mucosa oral, porém o meio de transmissão permanece desconhecido. Observa-
se que a piedra branca não está relacionada à falta de higiene ou a baixo padrão
socioeconômico e não tem transmissão sexual.
Caracteriza-se clinicamente pela presença de nódulos moles, de
coloração variando do branco ao castanho-claro, de diversas formas e
tamanhos, assintomáticos, comprometendo a haste dos pelos das áreas
genitais, das axilas, barba e bigode, menos freqüentemente do couro cabeludo,
podendo acometer cílios e sobrancelhas. O folículo piloso não sofre alteração,
mas a pele subjacente pode estar afetada com lesões eritêmato-escamosas,
sem bordas nítidas, úmidas e pruriginosas. Na região genital é observado
sinergismo entre o Trichosporon beigelii e a bactéria Coryneform, participante da
flora normal dessa região.
Imagem 2: piedra branca

Preconiza-se a diferenciação diagnóstica com piedra preta, que apresenta


nódulo mais duro e aderente ao fio do cabelo, pediculose, tricomicose nodular
axilar e anormalidades da haste do cabelo, como tricorrese nodosa e tricoptilose.
Quando presente na área genital e comprometendo a pele subjacente, faz
diagnóstico diferencial com dermatofitoses, candidíases e eritrasma.
O diagnóstico laboratorial é feito por meio da análise dos pelos afetados
ao microscópio óptico, utilizando-se hidróxido de potássio a 20% em solução
aquosa de dimetil-sulfóxido. Em meio de ágar Sabouraud sem actidiona à
temperatura ambiente, após semeadura dos pêlos afetados, observa-se o
crescimento moderado de colônia branco-amarelada, pregueada e com
aparência de cera, posteriormente adquirindo coloração acinzentada. A
micromorfologia da colônia mostra hifas hialinas, artroconídeos e
blastoconídeos. O gênero Trichosporon não fermenta carboidratos, mas assimila
glicose, galactose, sacarose, maltose, trealose (provavelmente) e lactose, além
de ser urease-positivo.
A terapêutica de escolha da piedra branca é cortar o pêlo da área afetada,
e, devido à recorrência freqüente, são indicados antifúngicos tópicos, como
imidazólicos, ciclopirox olamina, piritionato de zinco entre outros (DINIZ e FILHO
2015).

3. PIEDRA PRETA
A piedra preta é uma micose superficial causada por fungos demáceos
que apresentam a capacidade de infectar a porção extrafolicular dos fios de
cabelo, formando nódulos. Acomete tanto o gênero feminino quanto o masculino
em qualquer idade.
É uma micose considerada inócua, ou seja, não oferece grandes prejuízos
ao hospedeiro acometido, no entanto interfere nas questões estéticas e,
consequentemente, na autoestima. Descrita como rara, pouco se sabe acerca
das questões que envolvem a ecologia e epidemiologia desta micose. Sabe-se
que sua incidência é mais frequente em regiões que apresentam clima tropical
(quente e úmido), principalmente nos países da América do Sul, o qual pode
favorecer o aparecimento e desenvolvimento da piedra preta. Provavelmente,
falta de informações sobre características particulares desta micose, é devido à
escassez de referências bibliográficas, visto que as poucas informações que
existem, são obsoletas.
Piedraia hortae é o agente etiológico da piedra preta. É um fungo
filamentoso e melanizado, cuja característica primordial é a formação de nódulos
enrijecidos contendo as estruturas de reprodução sexuada, como ascos e
ascosporos. Essas estruturas por sua vez, caracteriza esse fungo como
pertencente ao filo Ascomycota. Assim, o diagnóstico laboratorial micológico da
piedra preta é realizado pela visualização dos nódulos na porção extrafolicular
dos cabelos parasitados, associado com o isolamento do agente etiológico no
meio de cultura.
Imagem 3: Piedra preta

O tratamento mais eficaz preconizado pela Academia Americana de


Dermatologia envolve a tricotomia total dos cabelos afetados. Todavia, esta
forma de tratamento não é aceito pelos acometidos, sobretudo pelas mulheres
por razões estéticas. Também são utilizadas aplicações tópicas a base de
antifúngicos, apesar de não apresentarem um resultado satisfatório por não
possibilitarem a cura total, mas apenas parcial (ROCHA, 2015).
4. TÍNEA NEGRA
A Tinea nigra é uma infecção fúngica superficial, crônica e assintomática
da camada córnea. Ela ocorre como uma mancha marrom, causada por um
pigmento similar à melanina presente nas hifas.
Trata-se de um fungo demáceo, isolado no solo, plantas, ambientes
úmidos e locais, com concentração salina elevada, como na areia das praias, o
Cladosporium werneckii.
Imagem 4: Tínea negra

O diagnóstico pode ser realizado pelo exame de microscopia direta e pelo


isolamento da cultura utilizando raspagens da pele. A infecção é tratada com um
agente queratolítico tópico (p. ex., ácido salicílico) (LEVINSON, 2016).
REFERÊNCIAS
LEVINSON, Warren. Microbiologia Médica e Imunologia.: Grupo A, 2016.
9788580555578. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555578/. Acesso em:
02 out. 2021.

TORTORA, Gerard. J.; FUNKE, Berdell. R.; CASE, Christine. L. Microbiologia.


[Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2017. 9788582713549. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582713549/. Acesso em:
02 out. 2021.

DINIZ L.M., FILHO J.B.S. Estudo de 15 casos de piedra branca observados na


Grande Vitória (Espírito Santo - Brasil) durante cinco anos. Disponível em
https://www.scielo.br/j/abd/a/yYB9MyvjQpMmSc4STVVSfFn/?lang=pt&format=p
df, acesso em 02 out. 2021.

ROCHA A. P. Piedra preta: características in vitro, aspectos ultraestruturais e


identificação de novos agentes etiológicos. Disponível em:
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/16596/1/Disserta%c3%a7%c3%
a3o%20Mestrado%2c%20Rocha%2cAPS.pdf Acesso em: 02 out. 2021.

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