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História dos Hebreus, Persas e

Fenícios 
A história dos hebreus , História dos Persas e História dos Fenícios,
Religião hebraica (judaísmo), 
religião e cultura dos persas e fenícios, Zoroastrismo, economia e política.

História do povo hebreu 

A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De


acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AC, Abraão
recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em
Canaã ( atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado
Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome
mudado para Israel.  

Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo
hebreu. Por volta de 1700 AC, o povo hebreu migra para o Egito, porém
são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A
libertação do povo hebreu ocorreu por volta de 1300 AC. A fuga do
Egito foi comandada por Moisés, que recebeu as tábuas dos Dez
Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficaram peregrinando
pelo deserto, até receberem um sinal de Deus para voltarem para a terra
prometida, Canaã.

Moisés recebendo as tábuas dos Dez Mandamentos

Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o


reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos :
Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a
crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e
restaurar o poder de Deus sobre o mundo. 
Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O
imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo
de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica.

No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de


Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém,
provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os
hebreus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em
1948, o povo hebreu retoma o caráter de unidade após a criação do
estado de Israel.

História dos Persas

Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a região


da Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao comércio, fazendo
desta atividade sua principal fonte econômica. A política era toda
dominada e feita pelo imperador, soberano absoluto que mandava em
tudo e em todos. O rei era considerado um deus, desta forma, o poder
era de direito divino.

Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas.


Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas conquistaram
vários territórios, quase sempre através de guerras. Em 539 a.C,
conquistou a Babilônia, levando o império de Helesponto até as
fronteiras da Índia.

Ciro, o grande: imperador Persa

A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou


Masdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o profeta
e líder espiritual criador da religião.

História dos Fenícios

A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual


Líbano. No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve muito
sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais com
vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que mais de
desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.

 relevo de um barco fenício

A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cada cidade


possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que através do sacrifício
de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira dos deuses. Por
isso, praticavam esses rituais com certa freqüência, principalmente antes
de momentos importantes.

Civilização Persa

Zoroastro, o maior profeta da religião persa.

Ocupando as terras do planalto iraniano, o povo persa se estabeleceu nessa região por
volta dos anos 2000 a.C.. No trajeto da civilização persa, observamos a formação de um
Estado militar de caráter eminentemente expansionista. Em 539 a.C., o rei Ciro I
empreendeu a conquistas dos babilônios. Logo depois dessa conquista, outras regiões
foram controladas por esse povo.

Após dominar toda a Mesopotâmia, os persas conseguiram alargar suas fronteiras do


Rio Nilo, no Egito, até o Rio Indo, na Ásia. Conhecido por sua capacidade de se aliar
politicamente às elites dominadas, Ciro conseguiu construir um grande império. Logo
após a sua morte, Cambises (filho de Ciro I) continuou a aumentar os domínios do povo
persa.

Mesmo não tendo a mesma habilidade política do pai, Cambises conquistou durante a
Batalha de Peleusa (525 a.C.) o rico vale do Rio Nilo, anteriormente dominado pelos
egípcios. Morrendo em 522 a.C. e sem deixar herdeiros diretos ao trono, Cambises foi
sucedido por Dario I. Em seu governo, que se estendeu até 484 a.C., observamos uma
interessante reforma política responsável pelo apogeu do Império Persa.

Durante sua administração, Dario percebeu que a grande extensão de seu império
inviabilizava a manutenção de um sistema político centralizado. Com isso, ele dividiu
os territórios persas em províncias chamadas de satrapias. Em cada uma delas havia um
sátrapa, que era responsável por cobrar e receber impostos. Além disso, um grupo de
inspetores do governo, considerados os “olhos e ouvidos do rei”, fiscalizavam a ação
dos sátrapas nas províncias.

Para dinamizar o comércio entre as cidades persas, Dario também promoveu um


processo de padronização monetária através da criação de uma moeda única chamada
dárico. Paralelamente, um conjunto de estradas que interligavam as principais cidades
do império persa – como Pasárgada, Susa e Persépolis – facilitava a circulação de
mercadorias e informações pelo território.

Após esse período de ascensão econômica e militar, os persas viveram o declínio de seu
império. Durante as Guerras Médicas (ou Greco-Pérsicas), travadas contra os gregos, os
persas iniciaram a ruína de sua civilização. Depois de se enfraquecerem com a derrota
nas Guerras Médicas, os persas acabaram sendo subjugados pela civilização
macedônica. Liderados por Alexandre, o Grande, os macedônios dominaram os persas a
partir de 330 a. C..

No âmbito cultural, a civilização persa destacou-se de diferentes maneiras. No campo


religioso, o dualismo entre as divindades Ormuz-Mazda e Arimã representava,
respectivamente, o duelo entre as forças do bem e do mal. Tendo como grande profeta
Zoroastro, a religião masdeista propagou essas estruturas antagônicas de pensamento na
cultura religiosa dos persas.

Até hoje, o Zoroastrimo é uma religião praticada no mundo oriental. Os parsis, na Índia,
e uma pequena minoria da população iraniana são adeptas ao Zoroastrismo. Sendo
influenciada pelos diversos povos que dominou, a civilização persa adotou práticas dos
egípcios, mesopotâmicos, babilônios e assírios.

Por Rainer Sousa


Mestre em História

Os persas
Os persas eram um povo que vivia na região onde hoje está o Irã.
Em 550 a.C., o rei persa Ciro conseguiu unir as diversas tribos,
formou um exército organizado e começou a invadir os territórios
vizinhos. Os persas dominaram toda a Mesopotâmia, a Fenícia, a
Palestina e vastas áreas que iam até a Índia. O rei Cambeses, filho
de Ciro, conquistou o Egito. Dario I sabia que o império era muito
grande para ser governado por um só homem e, então, dividiu-o
em 20 províncias chamadas satrapias[1]. Cada satrapia tinha um
governador com o título de sátrapa[2].

Apesar da boa organização, os persas não conseguiam controlar[3]


todo o gigantesco império. Para piorar a situação, os persas
tentaram invadir duas vezes a Grécia e foram derrotados.
Finalmente, em 331 a.C., os gregos e macedônios, comandados por
Alexandre Magno, invadiram e destruíram o império persa.

Mesmo derrotados, podemos afirmar que o império persa serviu


como um elo para uma união – tanto comercial quanto cultural –
da Ásia com a Europa. Outra contribuição persa é relativa ao ir e
vir. As estradas que auxiliavam comerciantes e beneficiavam o rei –
na figura dos coletores e mensageiros.

Na religião, os persas eram politeístas[4], contudo começaram a


mudar algumas de suas idéias religiosas por causas das palavras do
profeta Zaratustra[5]. Os seguidores do zoroastrismo[6]
acreditavam em vida após a morte. Achavam que só a alma era
importante e desprezavam tanto o corpo que não viam problema
em largar um cadáver para ser devorado pelos urubus.

Em relação à cultura, os persas eram tolerantes[7] com as


atividades culturais dos povos sob o controle imperialista –
permitiam que manifestasse os costumes, a religião e o idioma –
inclusive, em alguns casos, absorviam alguns aspectos da cultura
dos povos dominados.

[1] Se o povo de uma satrapa se rebelasse, as tropas seriam


enviadas para massacrar os desobedientes.
[2] Se algum sátrapa traísse o rei persa, era preso e torturado até a
morte.
[3] Os povos dominados viviam se revoltando, e as rebeliões foram
dividindo e enfraquecendo o império.
[4] Acreditavam em vários deuses.
[5] Zaratustra ensinava que só existiam dois deuses principais, o do
bem e o do mal, e os homens tinham liberdade para escolher um
deles.
[6] Tem algumas coisas parecidas com o cristianismo.
[7] Em contraposição temos os assírios, que procuravam esmagar
qualquer autonomia dos povos dominados.

Quem são os persas?


por Roberto Navarro

São os descendentes de tribos que ocupam uma região na Ásia Central há cerca de 3 mil
anos. Em sua maior expansão, o território persa estendeu-se por uma área hoje ocupada
por nações como Usbequistão, Turcomenistão, Afeganistão, Turquia, Paquistão, Iraque
e Irã. Os iranianos, aliás, são descendentes diretos dos persas. Tanto que o país se
chamou Pérsia até o século passado - o nome Irã, que na língua parse significa "terra
dos arianos" (uma referência à etnia de seus ancestrais), só foi adotado oficialmente em
1935. Ao longo de três milênios, o povo persa trilhou uma trajetória de conflitos com
quase todos os seus vizinhos. Atualmente, a briga mais explosiva não é com a galera da
região, mas com a "civilização ocidental" e com os Estados Unidos em particular. A raiz
da briga é, em grande medida, cultural. Durante boa parte do século 20, os governantes
do Irã tentaram modernizar o país apoiados na economia de mercado capitalista. Setores
mais religiosos não viam esse processo com bons olhos: em 1979, o aiatolá Khomeini
liderou um golpe que depôs o presidente e transformou o Irã em uma república islâmica,
com leis conservadoras baseadas no islamismo. Desde então, os americanos e o estilo de
vida capitalista têm sido o inimigo preferencial, tanto nos discursos quanto nas ações.
Você já deve ter ouvido falar que o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, tem
provocado calafrios em Bush e cia. com sua insistência em desenvolver um programa
nuclear - possivelmente, para construir armas... Nos mapas abaixo, você acompanha a
saga dos três milênios de conquistas e derrotas dos persas.

Regime forçado A Pérsia chegou a ter 5 milhões de km². O herdeiro Irã manteve um terço disso

1. A história do povo persa começa por volta do ano 1 000 a.C., quando um povo
nômade chamado parse migra da Ásia Central para uma região no sul do atual Irã - hoje
conhecida como Fars e considerada o berço da Pérsia

2. No século 6 a.C., o território persa cresce significativamente. Em 559 a.C., o rei Ciro
II unifica dois reinos locais em torno do reino persa. Conquistador, Ciro II expande seu
domínio pela Ásia Menor, Ásia Central e parte da África
3. O Império Persa atinge sua máxima extensão territorial durante o governo do rei
Dario I (c. 549 a.C. - c. 485 a.C.). Ele avança em direção ao Paquistão e depois à
Europa, mas é barrado pelos gregos e não consegue penetrar no continente

4. No século 4 a.C., a Pérsia cai sob o domínio do império de Alexandre, o Grande. Sua
vitória mais marcante contra os persas aconteceu em 339 a.C., quando suas tropas
derrotaram o exército do rei Dario III e tomaram o poder na região

5. Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., a Pérsia é dividida entre seus generais. O
fracionamento dura quase 600 anos, até 224, quando a família real dos sassânidas
consegue dominar toda a região da Pérsia, partes da Ásia e do Oriente Médio

6. Os sassânidas são considerados os últimos governantes do "grande império persa". A


partir do século 7, seu território começa a diminuir. A primeira derrota rola no ano 627,
quando tropas do Império Bizantino conquistam terras no atual Iraque

7. A dinastia sassânida cai de vez com a invasão islâmica pelos povos árabes do
território da Pérsia. A maior parte do território é conquistada pelos árabes entre os anos
de 643 e 650, deixando profundas marcas nos costumes religiosos

8. A conquista árabe altera a vida da Pérsia, influenciando a cultura, a sociedade e a


economia. Por quase 400 anos, o ambiente torna-se altamente turbulento. Até que, no
século 11, uma dinastia turca invade o Império Persa e o controla entre 1037 e 1219

9. O Império Persa continua sujeito a invasões de todos os lados, que vão pouco a pouco
abocanhando o imenso território alçancado na Antiguidade. Do século 12 em diante, a
maior ameaça eram os grupos vindos da Mongólia e do Azerbaijão

10. A perda territorial começa a ser contida no ano 1736, quando o conquistador Nadir
Shah assume o poder. Para garantir um mínimo de integridade territorial ao país, Shah
"arruma a casa" protegendo as fronteiras próximas e se retirando de áreas remotas

11. Nos séculos 18 e 19, a Pérsia volta a perder terras - desta vez no norte do país, em
guerras com a Rússia. No início do século 20, o país cai sob a influência da Grã-
Bretanha e tem o norte de seu território ocupado pelos britânicos, em 1919

12. Com um golpe de Estado, o xá Reza Pahlevi derrota a ocupação britânica em 1925.
Em 1935, ele muda o nome do país para Irã, mas acaba deposto em 1941: EUA e Grã-
Bretanha o forçam a abdicar, temendo que ele se alie aos nazistas

13. Quem assume o poder é o filho do xá, Mohammad. Com um governo modernizador
e ocidentalizante, ele desperta a ira dos setores mais conservadores e é deposto em
1979, em um golpe religioso liderado pelo aiatolá Khomeini

14. A última grande disputa territorial do Irã aconteceu em 1980, quando o Iraque de
Saddam Hussein invadiu o país. O saldo foi uma sangrenta guerra de nove anos, 1,5
milhão de mortos - e nenhuma mudança nas fronteiras dos dois países...
Os Persas

Mosaico representando os exércitos persas.

Durante a Antigüidade, a região da Mesopotâmia foi marcada por um grande número de


conflitos. Entre essas guerras destacamos a dominação dos persas sobre o Império
Babilônico, em 539 a.C.. Sob a liderança do rei Ciro, os exércitos persas empreenderam
a formação de um grande Estado centralizado que dominou toda a região
mesopotâmica. Depois de unificar a população, os persas inicialmente ampliaram as
fronteiras em direção à Lídia e às cidades gregas da Ásia menor.

A estabilidade das conquistas de Ciro foi possível mediante uma política de respeito aos
costumes das populações conquistadas. Cambises, filho e sucessor de Ciro, deu
continuidade ao processo de ampliação dos territórios persas. Em 525 a.C., conquistou o
Egito – na Batalha de Peleusa – e anexou os territórios da Líbia. A prematura morte de
Cambises, no ano de 522 a.C., deixou o trono persa sem nenhum herdeiro direto.

Depois de ser realizada uma reunião entre os principais chefes das grandes famílias
persas, Dario I foi eleito o novo imperador persa. Em seu governo foram observadas
diversas reformas políticas que fortaleceram a autoridade do imperador. Aproveitando
da forte cultura militarista do povo persa, Dario I ampliou ainda mais os limites de seu
reino ao conquistar as planícies do rio Indo e a Trácia. Essa seqüência de conquistas
militares só foi interrompida em 490 a.C., quando os gregos venceram a Batalha de
Maratona.

A grande extensão dos domínios persas era um grande entrave para a administração
imperial. Dessa forma, o rei Dario I promoveu um processo de descentralização
administrativa ao dividir os territórios em unidades menores chamadas de satrapias. Em
cada uma delas um sátrapa (uma espécie de governante local) era responsável pela
arrecadação de impostos e o desenvolvimento das atividades econômicas. Para fiscalizar
os sátrapas o rei contava com o apoio de funcionários públicos que serviam como
“olhos e ouvidos” do rei.
Além de contar com essas medidas de cunho político, o Império Persa garantiu sua
hegemonia por meio da construção de diversas estradas. Ao mesmo tempo em que a
rede de estradas garantia um melhor deslocamento aos exércitos, também servia de
apoio no desenvolvimento das atividades comerciais. As trocas comerciais, a partir do
governo de Dario I, passou por um breve período de monetarização com a criação de
uma nova moeda, o dárico.

A religião persa, no início, era caracterizada pelo seu caráter eminentemente politeísta.
No entanto, entre os séculos VII e VI a.C., o profeta Zoroastro empreendeu uma nova
concepção religiosa entre os persas. O pensamento religioso de Zoroastro negava as
percepções ritualísticas encontradas nas demais crenças dos povos mesopotâmicos. Ao
invés disso, acreditava que o posicionamento religioso do indivíduo consistia na escolha
entre o bem e o mal.

Esse caráter dualista do zoroastrismo pode ser melhor compreendido no Zend Vesta, o
livro sagrado dos seguidores de Zoroastro. Segunda essa obra, Ahura-Mazda era a
divindade representativa do bem e da sabedoria. Além dele, havia o deus Arimã,
representando o poder das trevas. Sem contar com um grande número de seguidores, o
zoroastrismo ainda sobrevive em algumas regiões do Irã e da Índia.

Veja mais:
Sumérios e acádios
Fenícios
Guerras Médicas

Por Rainer Sousa


Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Império Persa

A evolução histórica do império persa

O planalto localizado entre o mar Cáspio e o atual golfo Pérsico é conhecido como
planalto iraniano. Por volta de 2000 a.C., povos indo-europeus (arianos ou iranianos)
estabeleceram-se na região. O movimento desses povos atingiu várias outras regiões,
mas foi onde se localiza o atual Irã que os iranianos construíram um Estado muito forte.

Esse povo tinha duas grandes tribos, os medos e os persas, que formara dois reinos
independentes no planalto iraniano. O reino dos persas, governado por uma família com
o nome de Aquemênida, foi rapidamente dominado pelos medos, sob liderança do rei
Ciaxares (625 a 585 a.C.). Esse soberano organizou um poderosos exército de pesada
infantaria e ágil cavalaria, e derrotou os citas ( povos da região do mar negro), que
ameaçava suas fronteiras; em seguida, fez uma aliança com os neobabilônicos e
derrotou os assírios, em 612 a.C.

O sucessor de Ciaxares não tinha as mesmas qualidades de liderança do rei anterior.


Essa foi uma das razões para que Ciro ( da família dos Aquemênidas ) tomasse o poder
em 559 a.C.

A formação do império persa

Ciro inaugurou o chamado império persa. Com o aumento da população, houve a


necessidade de expansão geográfica, que se iniciou com a dominação da Lídia; as
colônias gregas que existiam na região passaram a fazer parte da área de influência do
império persa. O exército de Ciro começou, então, a marchar para a Índia, chegando às
margens do indo. Em 539 a.C., esse exército tomou a babilônia, e os povos que se
encontravam sob o domínio neobabilônico ficaram sob a hegemonia da Pérsia. Foi aí
que se deu o fim do lendário cativeiro babilônico dos judeus, pois Ciro permitiu que
voltassem a Jerusalém e ajudou-os na reconstrução do templo, em 538 a.C.

Ciro não proibia as crenças nativas dos povos conquistados. Concedia alguma
autonomia para as classes altas, que governavam as regiões dominadas pelos persas,
mas exigia, em troca, homens para seu exército, alimentos e metais preciosos. Ciro
morreu em 529 a.C.

Cambises, filho e sucessor de Ciro, iniciou uma difícil campanha militar contra o Egito,
em 525 a.C., finalmente vencida pelos persas na batalha de Pelusa. Nessa época o
império persa abrangia o mar Cáspio, o mar Negro, o Cáucaso, grande parte do
Mediterr6aneo oriental, os desertos da África e da Arábia, o golfo Pérsico e a Índia.
Cambises pretendia estender seus domínios até Cartago, mas não conseguiu levar esse
plano adiante por causa da violenta luta pelo poder.

A luta pelo poder prosseguiu após a morte de Cambises. Dario continuou a política
expansionista de seus antecessores. Sua obra mais notável foi organizar a administração
desse enorme território que se tornara o império persa. Dividiu o território em
províncias, chamadas satrapias, administradas pelos sátrapas (governadores). Os
sátrapas tinha poder absoluto sobre seus territórios, mas prestavam contas aos fiscais do
rei. Havia ainda uma espécie de primeiro-ministro que auxiliava o rei na administração.
Importante é ressaltar que as principais funções eram monopólio dos persas.

Os povos dominados gozavam de uma autonomia cultural bastante grande, mas era
obrigados a pagar pesados impostos; o Egito e a Mesopotâmia, por exemplo, forneciam
gado, trigo, ouro, prata etc.

Dario criou um sistema de estradas ligando as mais distantes satrapias ao centro do


império; essas estradas tinham postos de reabastecimento e tropa de cavalos. Introduziu
a moeda ( darico), facilitando o comércio. Toda essa organização contribuiu para a
centralização do poder, que era reforçada pela crença de que o imperador recebia o
direito de governar das mãos dos deuses.
A riqueza para sustentar esse enorme império era fornecida por camponeses livres, que
viviam em comunidades e pagavam impostos ao imperador. Havia também o trabalho
escravo, mas a maioria dos trabalhadores não pertencia a essa categoria.

A decadência do império

A tomada do estreito de Bósforo e Darnelos no mar Negro pelas forças persas


prejudicou o intenso comércio grego na região. O clima de tensão entra várias cidades
Gregas e o império persa transformou-se em longa guerra. Em 490 a.C., Dario tentou
invadir a Grécia, mas foi derrotado pelos gregos na batalha de maratona. Dario morrei e
o poder passou às mãos de seu filho Xerxes, que continuo a luta contra a Grécia, sendo
derrotado em 480 e 479 a.C., nas batalhas de Salamina e Platéia.

Após sucessivas derrotas, os persas foram obrigados a se retirar e reconhecer a


hegemonia grega no Mar Egeu e na Ásia menor ( Lídia). Com o enfraquecimento do
império, várias satrapias se revoltaram contra o domínio persa. Internamente a luta pelo
poder tornou-se mais violenta. Entretanto, durante a guerra do Peloponeso (entre Atenas
e Esparta) os persas tomaram novamente a Ásia Menor.

Com o assassinato de Dario III, um dos últimos sucessores do império, Alexandre


Magno dominou toda a Pérsia e suas satrapias e anexou-as ao império greco-
macedônico.

CULTURA E RELIGIÃO

Pelo fator de Ter dominado diferentes civilizações, os persas mais sofreram influências
dos dominados do que os influenciaram. Seus palácios e monumentos lembram, quase
sempre, as obras dos assírios e babilônicos. Sua escrita era derivada da cuneiforme
mesopotâmica. Executaram grandes obras da engenharia, como o canal que ligava o mar
vermelho ao Mediterrâneo (atual Suez).

Foi na religião, entretanto que os persas demonstraram certa originalidade.


Primitivamente adoravam o Sol, a Lua e a Terra; até que Zoroastro ( ou Zaratustra)
reorganizou a religião, sofisticando-a. O deus maior era Ormuz, deus do bem, que se
opunha a Arimã, deus do mal. A luta entre o bem e o mal era a essência da religião de
Zoroastro, que ficou conhecida como masdeísmo, fusão entre as crenças populares e os
ensinamentos de Zoroastro. Essa religião baseava-se na sinceridade entre as pessoas e
foi transcrita no livro sagrado Avesta. O imperador era quase um deus, pois, segundo a
crença, governava por ordem de deus.

Persas do Irã

O povo persa vive principalmente no Irã, com comunidades de expatriados que habitam
os países vizinhos e os estados árabes do golfo Pérsico. Um número significativo de
persas vive em comunidades de migrantes na América do Norte e da Europa. Os persas
se caracterizam tipicamente pelo seu uso do idioma persa e de uma cultura e história
própria.
A identidade persa – pelo menos em termos linguísticos – remonta aos arianos indo-
europeus, que teriam chegado a partes do Grande Irã por volta de 2000 – 1500 a.C.. Ao
redor de 550 a.C., a partir da província de Fars, no Irã, os antigos persas espalharam sua
língua e cultura a outras partes do planalto iraniano através da conquista, bem como
assimilaram os povos iranianos e não-iranianos locais ao longo do tempo. Este processo
de assimilação continuou diante das invasões dos gregos, árabes, mongóis e
turcomanos, e perdurou ao longo dos tempos islâmicos.

Diversos dialetos e identidades regionais emergiram com o


tempo, enquanto uma orientação distintamente persa se
manifestou integralmente no Irã e no Afeganistão no
século XX, espelhando desenvolvimentos paralelos que
haviam ocorrido na Turquia pós-otomana (Revolução dos
Jovens Turcos), no Mundo Árabe (nacionalismo árabe) e
na Europa. Com a desintegração dos últimos impérios
persas das dinastias Afshárida e Qajar, o Afeganistão,
juntamente com os territórios do Cáucaso (Azerbaijão),[16]
e da Ásia Central (Tajiquistão tornaram-se independentes
do Irã ou foram incorporados ao Império Russo.

Os povos persas formam um conjunto eclético de grupos


que tem a língua persa como principal legado em comum.
Diversas populações da Ásia Central, como os hazaras,
apresentam traços de ancestralidade mongol, enquanto os persas ao longo da fronteira
com o Iraque têm ligações com a cultura xiita árabe daquele país. Dialetos regionais
falados pelos tajiques no Afeganistão mostram afinidades antigas com os dialetos
falados no Corassão e no Tabaristão. Como o persa foi por muito tempo a lingua franca
do planalto iraniano (as terras altas entre o Iraque e os vales do rio Indo), ele passou a
ser usado por diversos grupos como um segundo idioma, incluindo pelos grupos
turcomanos e árabes que habitavam a região. Enquanto a maioria dos persas no Irã
aderem ao islamismo xiita, os persas que habitam o leste permanecem sunitas. Pequenos
grupos de persas continuam a seguir a fé pré-islâmica do zoroastrismo, no Irã, bem
como no Paquistão e na Índia (os parsis), onde o uso do idioma persa permanece sendo
utilizado para propósitos litúrgicos.

Enquanto a categorização de um grupo étnico ‘persa’ permanece utilizada entre


estudiosos ocidentais, os pontos de vista locais se inclinam para a descrição dos persas
como um grupo pan-nacional, frequentemente composto por povos regionais que
raramente se referem a si mesmos como ‘persas’, e utilizam-se ocasionalmente do termo
‘iraniano’. O uso quase sinônimo de iraniano e persa persistiu ao longo dos séculos,
apesar dos significados variados do primeiro termo, que inclui idiomas e grupos étnicos
diferentes, ainda que aparentados.
História dos Hebreus, Persas e Fenícios

História do Hebreus

A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo


com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AC, Abraão recebeu uma
sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã, atual
Palestina. Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta ,
num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel.

Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo
hebreu. Por volta de 1700 AC, o povo hebreu migra para o Egito, porém são
escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do
povo hebreu ocorreu por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada
por Moisés, que recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai.
Durante 40 anos ficaram peregrinando pelo deserto, até receberem um
sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.

Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o


reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos :
Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a
crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar
o poder de Deus sobre o mundo.

Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador


da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém
e deporta grande parte da população judaica.

No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de


Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém,
provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os hebreus
espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo
hebreu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

História dos Persas


Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a região da
Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao comércio, fazendo desta
atividade sua principal fonte econômica. A política era toda dominada e
feita pelo imperador, soberano absoluto que mandava em tudo e em todos.
O rei era considerado um deus, desta forma, o poder era de direito divino.

Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas.


Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas conquistaram vários
territórios, quase sempre através de guerras. Em 539 a.C, conquistou a
Babilônia, levando o império de Helesponto até as fronteiras da Índia.

A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou


Masdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o profeta e
líder espiritual criador da religião.

História dos Fenícios

A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano.


No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve muito sucesso no
comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais com vários povos da
região do Oriente. As cidades fenícias que mais de desenvolveram na
antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.

A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cada cidade


possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que através do sacrifício de
animais e de seres humanos podiam diminuir a ira dos deuses. Por isso,
praticavam esses rituais com certa freqüência, principalmente antes de
momentos importantes.
Como viviam o povo persa na antiga
Mesopotâmia???
Os judeus no Iraque

A história dos judeus do Iraque tem mais de 2.700 anos, constituindo uma das mais antigas
comunidades judaicas no mundo. Atualmente conhecida como Iraque, a região situada entre
os rios Tigre e Eufrates, no Crescente Fértil, era, como indica essa denominação, das mais
férteis da Antiguidade. Ela mudou várias vezes de nome – Mesopotâmia, Babilônia, entre
outros – à medida que se alternavam seus conquistadores através dos milênios.
Persas, gregos, árabes e turcos se sucederam no domínio da área e talvez essa seja a razão
pela qual os judeus locais se autodefinem, muitas vezes, como "judeus babilônicos". Nas
palavras da Torá, a própria história do povo judeu começou nessa região. Foi na cidade de Ur,
na Mesopotâmia, que nasceu o primeiro patriarca, Abraão, e Sara, sua mulher. E da mesma
região vieram as esposas de Isaque e Jacó.
Os judeus deportados para a Babilônia levaram consigo rolos da Torá e suas leis e tradições.

Na Antiguidade
Apesar de alguns historiadores acreditarem que a presença judaica na região teve início em
722 a.C. – quando o Reino de Israel foi derrotado pelos assírios e sua população, as Dez Tribos,
dispersa – há maior evidência de que tenha sido somente em 586 a.C., após a derrota do Reino
de Judá por Nabucodonosor II, que um grande contingente de judeus passou a morar na
região. O exército babilônico, por ele chefiado, conquistou Jerusalém, incendiando o Primeiro
Templo e destruindo a cidade. A maioria da população, cerca de 40 mil judeus, foi deportada
para a Babilônia. Os judeus levaram consigo rolos da Torá e suas leis e tradições. Iniciava-se a
"Diáspora Babilônica", o "Galut Bavel", tão decantado nas orações e na literatura judaica, que
historicamente durou até 538 a.C., quando Ciro, o Grande, o novo monarca persa governante
da Babilônia, permitiu aos exilados da Judéia voltarem à sua pátria.
Sabe-se que no Império Babilônico os judeus não eram escravizados nem tratados com
crueldade. Eles estabeleceram-se em comunidades compactas, onde refizeram sua vida,
mantendo sua crença e práticas religiosas. Foi nessa época que os judeus adotaram o aramaico
como língua do povo e instituíram vários dos costumes que perduram até hoje. Acredita-se
que, durante esse exílio, os judeus tenham atingido um alto grau de desenvolvimento.
Quando, por volta de 539 a.C., o rei persa Ciro, o Grande, conquistou a região e colocou um
fim ao Império Babilônico, ele deu aos exilados judeus permissão de voltar a Jerusalém e lá
reconstruir o Templo. O Livro de Esdras atesta que 42 mil judeus voltaram para a Judéia. Mas,
apesar de todos ansiarem pelo retorno, como o comprovam os versos litúrgicos: "Às margens
dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião" (Sl 137.1)
e "Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita" (v.5), muitos
judeus optaram por não voltar para a Terra de Israel e permaneceram na Babilônia, onde
fincaram sólidas raízes. A presença da comunidade judaica babilônica perduraria até a
emigração dos judeus iraquianos para Israel, no século XX.
A Era Comum
"Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de
Sião" (Sl 137.1). Na foto: o rio Eufrates.
Mais de quinhentos anos depois da volta dos exilados no tempo de Ciro, já no século I de
nossa era – tendo sobrevivido aos exércitos de Alexandre o Grande, ao domínio grego e ao
jugo do Império Romano – a Babilônia, na época sob o domínio dos partas, ressurgiu como o
grande centro intelectual judaico. Em 40 d.C., os partas – um dos povos que compunham a
Pérsia – conquistaram e passaram a dominar esse país e a Babilônia, enquanto a Judéia
continuou parte do Império Romano. A opressão dos judeus sob o jugo romano foi o grande
propulsor para o crescimento da comunidade judaica na Babilônia, que chegou a superar a da
Judéia no final do século I.
Desde essa época até o século II, a situação na Judéia continuou marcada por revoltas e
perseguições. A primeira revolta, no ano 70 d.C., provocou a destruição do Segundo Templo. A
segunda, liderada por Bar Kochba (135 d.C.), teve conseqüências ainda mais graves, com a
morte de milhares de judeus, sendo os remanescentes levados como escravos. Foi o início da
Diáspora (Dispersão). Entre várias outras sanções que lhes foram impostas, uma, muito grave,
foi o decreto do imperador romano Adriano colocando o judaísmo na ilegalidade. Muitos
judeus, entre eles vários sábios, perseguidos pelas tropas romanas, deixaram a Judéia e se
estabeleceram na Babilônia. Esta, com o declínio das instituições judaicas na terra de Israel,
firmou-se como o mais importante centro isolado de ensino judaico do mundo, assim
permanecendo até o início do século XI.

O Império Persa volta a dominar a Babilônia


Após terem vencido os partas em 226, os persas voltaram a assumir o governo da Babilônia.
No século III, os judeus gozavam de autonomia religiosa, sob a liderança do exilarca, o "Resh
Galuta" (Príncipe do Cativeiro). Líder oficial da comunidade judaica desde seus primórdios,
descendente da Casa de Davi, foi ele quem estimulou o estabelecimento de academias
rabínicas na Babilônia Central. Nessa época foram fundadas as academias de Sura, ao sul do
que é hoje Bagdá, e de Pumbedita. Em seu auge, essas "ieshivot" (escolas) centralizavam toda
a vida judaica. Os nomes de Sura e Pumbedita e seus eruditos são reverenciados até o
presente.
No século IV, continuaram a florescer os estudos rabínicos. Entre os maiores sábios estão
Abaie e Rava, este último também conhecido como Rav Aba. Foi no final desse século que se
iniciou, na academia de Sura, a compilação do material para o "Talmude Babilônico". Esse rico
cabedal de conhecimento foi praticamente completado por volta do ano 530 da nossa era,
passando a constituir orientação segura sobre o judaísmo para a Diáspora, irradiando e
influenciando, com seus ensinamentos, todas as futuras gerações judaicas.

O domínio do islã
Entre os anos de 630-640, progressivamente toda a Babilônia caiu sob o controle árabe, sendo
o islamismo proclamado religião oficial na região. Devido à escassez de fontes judaicas e à
limitada menção nos escritos muçulmanos, poucas são as informações sobre a história do
povo judeu nos dois primeiros séculos do Império Islâmico. Sabe-se, no entanto, que ao
conquistarem a Babilônia, em cerca de 638, os árabes mudaram o nome da região para Iraque.
Os judeus, sempre rápidos em se adaptar às contingências circunstanciais, aceitaram o
domínio árabe que, por sua vez, reconheceu a religião que praticavam e confirmou a
autoridade do exilarca, que os representava na corte do califa. O árabe passou a ser usado
pelos judeus, que deixaram de lado o aramaico em seus escritos.
Os muçulmanos, por considerarem os judeus e os cristãos "os povos do Livro", legalizaram a
presença dessas minorias em seus vastos domínios como "dhimmis" (cidadãos de segunda
classe).
Os muçulmanos, por considerarem os judeus e os cristãos "os povos do Livro", legalizaram a
presença dessas minorias em seus vastos domínios. No período do Califado (632-1057), foi
instituído um código de leis – o Estatuto dos Dhimmis, obrigando judeus e cristãos a pagar
certas taxas e impostos para que lhes fosse permitido viver em terras muçulmanas, sem
aceitar o Corão. Pelo Estatuto dos Dhimmis, tendo pago as devidas taxas, judeus e cristãos
poderiam lá residir e manter o exercício livre de suas habilidades profissionais, apesar de
serem considerados, por opção própria (isto é, não aceitando Alá e o Corão), "cidadãos de
segunda classe".

Bagdá
A cidade de Bagdá, próxima ao reino da antiga Babilônia, tornou-se o centro do Califado por
volta do ano 762, transformando-se rapidamente em uma cidade esplendorosa.
Acompanhando esse ritmo e valendo-se da tranqüilidade e do sistema de autogoverno que os
califas lhes proporcionavam, as comunidades judaicas também vivenciaram um período de
grande prosperidade e desenvolvimento. Sua afluente população incluía em seu seio
banqueiros, médicos, engenheiros, astrônomos, lingüistas tradutores, entre outros.
Essa prosperidade atingiu seu ponto culminante durante o reinado de Harun al-Rashid, no
início do século IX. Nesse período, Bagdá viu aumentar seu contingente de estudiosos e
senhores de grandes riquezas. Tornou-se um grande centro comercial, científico e artístico.
Também nesse período, para lá se transferiram os dois grandes centros educacionais judeus,
as "ieshivot" de Sura e Pumbedita, cada uma liderada por um "gaon" (eminência, em
hebraico). O título usado pelos diretores das academias da Babilônia do século VI ao século XI
denota a sua liderança espiritual como guardiões da tradição de autoridade emanada do
Talmude Babilônico. Eles respondiam perguntas formuladas por judeus de todo o mundo
sobre o significado dos textos talmúdicos, iniciando assim a célebre "Literatura das
Responsas". Eram esses "gaonim" que, ao lado do exilarca, governavam todos os aspectos da
vida comunitária.
Foi justamente a importância de Bagdá como centro de estudo judaico e de grande erudição
que fez com que a autoridade dos "gaonim" fosse aceita pelos judeus do mundo inteiro. Os
primeiros textos sobre leis e preceitos religiosos foram elaborados na cidade e de lá enviados
para outras comunidades em diferentes países. O primeiro livro de rezas foi preparado
especialmente para as comunidades da Espanha e do Cairo (Egito).
Essa autoridade suprema dos "gaonim" em questões religiosas continuou até os séculos X-XI,
quando surgiram novos centros de estudos judaicos na África do Norte, na Europa cristã e na
Espanha moura. Segundo os historiadores, talvez uma das maiores contribuições do período
gaônico tenha sido o desenvolvimento do método de ensino do Talmude, ainda utilizado nos
tempos contemporâneos.
A história continua e sucedem-se os conquistadores. Em 945, a cidade de Bagdá foi
conquistada por muçulmanos xiitas, para ser depois tomada pelos turcos, por volta de 1058.
Assim que Bagdá foi atacada por conquistadores estrangeiros, iniciou-se um período de
decadência e corrupção interna. A liderança judaica local também foi afetada e, apesar da
comunidade continuar a prosperar, houve um enfraquecimento da liderança espiritual.
Somente no século XII, o poder do exilarca voltou a crescer junto ao califado. Um texto desse
período revela a sua importância: "Cavaleiros, judeus e não-judeus, escoltavam-no toda
quinta-feira quando ele ia visitar o grande califa. Arautos seguiam à sua frente, proclamando:
‘Abram o caminho para o nosso senhor, o filho de Davi’. Ele está montado em um cavalo e
veste roupas de seda... o califa se levanta e o encaminha ao trono... e todos os príncipes
maometanos levantam-se diante dele".
Segundo um relato de Benjamim de Tudela, datado de 1170, cerca de quarenta mil judeus
viviam pacificamente em Bagdá. A comunidade possuía 28 sinagogas e dez colégios religiosos.
Outros relatos do mesmo período dão conta de que a comunidade judaica era composta por
médicos, perfumistas, lojistas e acadêmicos, entre outras profissões.
A era áurea de Bagdá encerrou-se definitivamente com a conquista da região por Hulagu, um
neto do Gengis Khan, em 1258. Os exércitos mongóis saquearam a cidade, massacrando, sem
piedade, sua população. Se, inicialmente, os conquistadores preservaram a população judaica,
até indicando um judeu para o cargo de governador supremo da Babilônia, a situação foi-se
alterando à medida que os mongóis se convertiam ao islamismo.
A dominação continuou se alternando entre persas e turcos. A população judaica a todos
sobreviveu, apesar de sua vida ter ora períodos de tranqüilidade, ora de perseguições.

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