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UNIDADE III

Fontes de Financiamento

Profa. Ma. Vanete Donegá


Identificação das fontes de financiamentos não próprios

 Fontes de financiamentos não próprios consistem na obtenção de recursos no sistema


financeiro por meio de capitais de terceiros.

 Iremos identificar as fontes de financiamento de curto e longo prazo para podermos


detalhá-las melhor adiante de forma mais prática.
Identificação das fontes de financiamentos não próprios

 As empresas têm à sua disposição apenas um montante limitado de financiamento em curto


prazo sem garantia.

 Para obter fundos adicionais é necessário que se dê algum tipo de garantia, ou seja, a
medida que uma empresa solicita montantes cada vez maiores de financiamento em curto
prazo sem garantia.

 Esse nível de financiamento está intimamente relacionado com o grau de risco do negócio e
o histórico financeiro da empresa, entre outros fatores.
Empréstimos com garantia em curto prazo

 Empréstimo em curto prazo com garantia é aquele em que o credor exige ativos como
colaterais, representados por duplicatas a receber.

 O credor adquire o direito de uso do colateral (gestão de garantias em relações bilaterais),


mediante a elaboração de um contrato de garantia, firmado entre a empresa e a empresa
tomadora do crédito.

 As duas técnicas mais utilizadas pelas empresas para obter financiamento em curto prazo
com garantias são: caução de duplicatas e factoring de duplicatas.
Caução de duplicatas a receber

 Caução de duplicatas é usada para garantir empréstimos em curto prazo, uma vez que as
duplicatas apresentam certa liquidez.
Factoring de duplicatas a receber

 Envolve a venda direta de duplicatas de uma empresa a um capitalista (factor) ou a outra


instituição financeira.

 O factoring de duplicatas não envolve realmente um empréstimo em curto prazo, porém é


semelhante ao empréstimo garantido por duplicatas, devido às questões de legislação do
novo Código Civil (ex.: Código Comercial).

 Nas instituições financeiras, essa modalidade de empréstimo não leva em conta a


questão jurídica.
Factoring de duplicatas a receber

 O contrato de Factoring é feito com notificação e os pagamentos são efetuados diretamente


ao factor.

 Esse concorda em aceitar todos os riscos de crédito e, sendo as duplicatas incobráveis, o


factor absorverá as perdas.

 De uma maneira mais segura, o factor não paga à empresa o total de uma só vez, mas sim
de forma parcelada, de acordo com o faturamento dela.
Estoque como colateral

 Nos ativos circulantes da empresa, o estoque é o colateral mais desejável após as


duplicatas, dada a sua fácil negociação no mercado analisado dentro de suas
propriedades físicas.

 Exemplo: armazém de produtos perecíveis.

 Ao avaliar estoques, como colateral para empréstimo, o credor se interessa por itens como
preços de mercado a serem liquidados facilmente e que não apresentem propriedades
físicas indesejáveis (obsolescência, fragilidade, dificuldade de armazenamento).
Empréstimos com alienação fiduciária

 O tomador recebe a mercadoria e o credor adianta algo em torno de 80% do valor de


seu preço.

 O credor obtém uma alienação sobre os itens financiados, que é registrada em uma
listagem, bem como sua descrição e número de série.

 O tomador ficará liberado para vender a mercadoria se enviar ao credor o montante tomado
em empréstimo, acrescido dos juros. Desta forma, o credor liberará a alienação do
bem respectivo.
Empréstimos com certificado de armazenagem

 É um contrato em que o credor assumirá o controle do colateral caucionado, que poderá ser
estocado ou armazenado por um agente designado pelo credor.

 O credor arrenda uma empresa armazenadora para tomar posse do estoque registrado
no contrato.

São possíveis dois tipos de contratos de armazenagem:


Empréstimos com certificado de armazenagem

 Armazém geral: o credor normalmente utiliza esse tipo de armazém quando o estoque for
facilmente transportado e puder ser entregue com pouco custo.

 Armazém de campo: o credor arrenda uma companhia de armazenagem para construir um


armazém na empresa do tomador ou arrendar parte do armazém dele, com o objetivo de
guardar o colateral caucionado.
Financiamento (longo prazo)

 O financiamento de longo prazo é caracterizado como uma dívida que tem maturidade
superior a um ano.

 É obtido junto a uma instituição financeira como um empréstimo a prazo ou por meio da
venda de títulos negociáveis.

 O processo de venda dos títulos, tal como de ações, é acompanhado por um banco
de investimento.

 O financiamento de longo prazo propicia alavancagem


financeira, sendo um componente desejável na estrutura de
capital de uma empresa.

 O financiamento de longo prazo de um negócio possui


vencimento em média entre cinco e vinte anos.
Cláusulas de um contrato de financiamento comum

 Exige-se que o tomador mantenha registros contábeis satisfatórios, de acordo com os


princípios contábeis geralmente aceitos.

 Exige-se que o tomador apresente periodicamente demonstrações financeiras auditadas, as


quais são usadas pelo credor para monitorar a empresa e forçar o cumprimento do contrato
de empréstimo.

 O tomador deve pagar os impostos e outras obrigações no vencimento.

 O credor exige que o tomador mantenha todas as suas


instalações em bom estado.
Cláusulas restritivas

 Exige-se do tomador a manutenção de um nível mínimo de capital circulante líquido.

 Os tomadores são proibidos de liquidar contas a receber para gerar caixa, pois esse tipo de
operação pode oferecer risco se essas entradas fossem usadas para quitar obrigações em
curto prazo.

 Os credores impõem restrições quanto ao ativo permanente da empresa relativas à


liquidação, à aquisição e à hipoteca.

 Os tomadores podem ser proibidos de efetuar certos contratos


do tipo de leasing para limitar obrigações adicionais com
pagamentos fixos.
Cláusulas restritivas

 O credor pode proibir fusão com outra empresa.

 Uma cláusula relativamente comum limita a distribuição de dividendos em dinheiro a um


máximo de 50% a 70% de seu lucro líquido.
Custo do financiamento em longo prazo

 O custo do financiamento em longo prazo é maior do que o custo do financiamento em curto


prazo devido ao vencimento, ao montante tomado, ao risco do tomador e ao custo básico
do dinheiro.

 No Brasil, como o financiamento em longo prazo é quase monopólio de governo, esse fato
não ocorre.

 Quanto maior o prazo do empréstimo, menos exatidão se obterá na previsão das taxas de
juros futuras, assim, maior o risco do credor perder.

 Além disso, quanto maior o prazo, maior o risco de cobrança ao


empréstimo. Para compensar todos esses fatores, o credor
costuma cobrar maiores taxas de juros.
Risco financeiro do tomador

 A alavancagem operacional do tomador determina o grau de risco operacional do negócio.

 A preocupação do credor é com a capacidade do tomador para reembolsar o financiamento.

 As avaliações de risco operacional e financeiro do tomador são usadas pelo credor para
determinar a taxa de juros do financiamento.
Custo básico do dinheiro

 O custo básico do dinheiro é a base para determinar a taxa de juros real a ser cobrada no
contrato de um financiamento.

 A taxa de juros de títulos do governo (Taxa Selic) é usada como o custo básico do dinheiro.

 Para determinar a taxa real de juros a ser cobrada, o credor adicionará comissões pelo
tamanho do negócio e risco do tomador ao custo básico do dinheiro para determinado
prazo de vencimento.
Interatividade

No financiamento, quanto maior o prazo, maior o risco de cobrança do principal. Para


compensar todos esses fatores, os credores costumam cobrar maiores taxas de juros. Isso no
Brasil não ocorre, pois o financiamento:

a) É monopólio exclusivo do governo.


b) É monopólio exclusivo dos bancos múltiplos.
c) É quase monopólio do governo.
d) É monopólio exclusivo do Banco do Brasil.
e) É monopólio exclusivo do BNDES.
Resposta

No financiamento, quanto maior o prazo, maior o risco de cobrança do principal. Para


compensar todos esses fatores, os credores costumam cobrar maiores taxas de juros. Isso no
Brasil não ocorre, pois o financiamento:

a) É monopólio exclusivo do governo.


b) É monopólio exclusivo dos bancos múltiplos.
c) É quase monopólio do governo.
d) É monopólio exclusivo do Banco do Brasil.
e) É monopólio exclusivo do BNDES.

No Brasil, como o financiamento em longo prazo é quase


monopólio de governo, esse fato não ocorre.
Fontes de financiamento, garantias, custos financeiros e métodos de
amortização
 Garantias do Sistema Financeiro Nacional.

 Garantia é uma forma em que o credor obterá seu crédito, mesmo que o devedor não queira
pagá-lo ou esteja impossibilitado.

 A garantia tanto poderá ser uma coisa ou um bem (material, real, palpável) como poderá ser
uma pessoa que assuma a obrigação moral de cumprir o débito.
Garantia real

 Vincula o patrimônio, as coisas patrimoniais do devedor, garantindo, assim, o cumprimento


da obrigação.

 Da ocorrência do não pagamento haverá um processo de execução, em que será requerido


ao juiz que providencie a venda do bem, apurando-se o dinheiro com que será pago o
credor, devolvendo-se o saldo ao devedor.
Garantia pessoal (fidúcia, confiança)

 Aval: garantia pessoal de cumprimento de uma obrigação.

 O avalista é um coprincipal devedor. Significa que o credor tanto poderá cobrar o título
diretamente do avalista, como também do avalizado, ou de ambos concomitantemente.

 O novo Código Civil, que procurou aumentar a proteção do patrimônio familiar, sendo agora
imprescindível a autorização do cônjuge para que o outro preste o aval (art. 9, 1647-III).

 O aval é sempre da totalidade do valor do título de crédito, englobando juros, correção etc.
Garantia pessoal (fidúcia, confiança) fidejussória

 Fiança: é uma garantia que se contrata subsidiariamente; o fiador só será obrigado ao


pagamento depois de cobrado o afiançado.

 A fiança tanto pode ser só do principal, como só do acessório (juros, correção, multa etc.),
como do principal mais acessório.

 A fiança é para todo e qualquer tipo de contrato. Se o fiador for pessoa casada, deverá
contar com a expressa autorização de seu cônjuge.
Garantias reais

 Penhor mercantil: é uma modalidade de garantia real, que se constitui pela tradição da coisa
móvel ao credor, para garantia do débito.

 Só o bem móvel pode ser objeto de penhor.

 O penhor poderá ser legal ou convencional.

 Legal – é a lei que impõe, independentemente da vontade, ou acordo ou convenção entre as


partes (bem sujeito à penhora).
 Convencional – quando resulta de um contrato ou acordo entre
credor e devedor.
Garantias reais

 Penhor de títulos de crédito: chamado pelo Código Civil de caução.

 Chama-se caução porque não existe transferência de posse, desde que se trate de coisa
incorpórea (que não se constitui pela matéria).

 Caução é uma espécie de depósito de valor (dinheiro, títulos de créditos, bem), para garantir
o ressarcimento por eventuais danos ou prejuízos.
Garantias reais

 Alienação fiduciária: o credor entrega a coisa vendida ao comprador, porém este não a
recebe como proprietário, mas sim como mero depositário, já que a propriedade ainda
pertence ao vendedor e só se transferirá ao comprador após o pagamento total.

 Quem vende a coisa se chama fiduciante e aquele que compra se chama fiduciário.
Garantias reais

 Hipoteca: é o direito real de garantia que recai sobre os bens imóveis, devendo especificar os
bens sobre os quais incidir; a ser registrado no registro de imóveis, para que valha contra
terceiro que pretenda adquirir o imóvel.

 A hipoteca pode ser convencional, quando é contratada, ou legal, quando resultar da


imposição da lei.

 Anticrese: é o direito que se confere ao credor de reter a coisa pertencente ao devedor e


auferir os frutos e os rendimentos dessa coisa, enquanto não for resgatada a dívida principal.

 Em nosso Direito, a anticrese só se aplica a bens imóveis.


Custos financeiros

 Custos financeiros são o preço de obtenção de capital para empréstimos e financiamentos.

 O custo de financiamento, também conhecido como o Custo das Finanças (CF), e o custo e
juros, e outros encargos envolvidos em um financiamento.

 Para descobrir esse percentual, basta verificar o preço de compra (C) e subtrair o pagamento
(P), em seguida, dividir esse resultado pelo valor da prestação da dívida assumida (D).

 CF = (C – P) / D
Custos financeiros – Exemplo

 Um exemplo disso seria se tivéssemos de comprar um imóvel por R$ 250.000,00 com um


pagamento inicial de R$ 10.000,00. Uma prestação nominal da dívida assumida seria pelo
sistema Price em torno de R$ 1.290,00.

Então, usando a fórmula:

 CF = (C – P) / D
 CF= (250.000,00 - 10.000,00) / 1.290,00 = 186,05

 Nossos custos de financiamento seriam 0,54%, isto é, um


pouco mais de meio por cento como custo do financiamento.
Métodos de amortização:
sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos
 Sistema de Amortização Constante (SAC): a amortização da dívida é constante e igual em
cada período e as prestações são decrescentes.

 Sistema Price ou Francês: os juros decrescem, as amortizações crescem e a prestação é


igual em cada período.

 Sistema de Amortização Americano (SAA): os juros são pagos periodicamente e a devolução


do capital emprestado é feita ao final do período contratado.
Sistemas de Amortização Constante (SAC)

 Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo


por prestações que incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total
do empréstimo.

 Nesse sistema, o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais e o valor


das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação.

 O valor da amortização é calculado dividindo-se o valor principal pelo número de períodos de


pagamento, ou seja, pelo número de parcelas.
Sistemas de Amortização Constante (SAC)

 Exemplo: a Empresa XW fez um empréstimo pelo sistema de amortização SAC. O valor do


empréstimo é de R$ 120.000,00 a ser pago em 12 meses a uma taxa de 10% ao ano.

 Amortização = valor do empréstimo/n° de parcelas.

 Amortização = 120.000,00 / 12 = 10.000,00.


Sistemas de Amortização Constante (SAC)

Núm. Parcelas Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 120.000 - - -
1 110.000 10.000 1.200 11.200
2 100.000 10.000 1.100 11.100
3 90.000 10.000 1.000 11.000
4 80.000 10.000 900 10.900
5 70.000 10.000 800 10.800
Fonte: adaptado de: livro-texto.
Sistema Price ou Tabela Price – Sistema de Amortização Francês (SAF)

 No sistema Price, os juros decrescem, as amortizações crescem e a prestação fica igual em


cada período.

 Demonstração de um financiamento pela tabela Price, de 60 meses, com taxa de juros de


1,81% ao mês, considerando uma aquisição de um veículo no valor de R$ 50.000,00 e
havendo uma entrada inicial de R$ 15.000,00.

Fonte: livro-texto.
Sistema Price ou Tabela Price – Sistema de Amortização Francês (SAF)

Em que:
 pmt: valor da parcela: 961,10;
 PV: valor presente: 35.000,00;
 i: taxa de juros: 1,81% = 0,0181
 n: número de prestações: 60.

60
961,10 = 35.000 X 0,0181/ 1 – 1/(1+ 0,0181) Fonte: livro-texto.
Sistema Price ou Tabela Price – Sistema de Amortização Francês (SAF)

 Um mês após o empréstimo, o saldo devedor cresce 1,81% para R$ 35.633,50


(35.000 X 1,0181).

 Com o pagamento de R$ 961,10, o saldo devedor será de R$ 34.672,40, sendo pago


R$ 633,50 de juros (35.633,50 – 35.000).

A diferença entre o valor da parcela número 1 e os juros pagos será a amortização do capital:

 R$ 961,10 – 633,50 = R$ 327,60.


Sistema Price ou Tabela Price – Sistema de Amortização Francês (SAF)

Mês Saldo Devedor Prestação Amortização Juros


0 R$ 35.000,00 - - -
1 R$ 34.672,40 R$ 961,10 R$ 327,60 R$ 633,50
2 R$ 34.338,87 R$ 961,10 R$ 333,53 R$ 627,57
Fonte: adaptado de: livro-texto.
Sistema de Amortização Americano (SAA)

 O valor do empréstimo ou financiamento é pago de uma só vez no final do prazo de


amortização e os juros são pagos no final de cada período de capitalização.

 Exemplo: empréstimo de R$ 100.000,00 em cinco períodos com juros de 10% por período.
Sistema de Amortização Americano (SAA)

Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação


0 100.000,00 - - -
1 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
2 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
3 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
4 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
5 100.000,00 100.000,00 10.000,00 110.000,00
Total 0,00 100.000,00 50.000,00 150.000,00
Fonte: adaptado de: livro-texto.
Interatividade

É um sistema de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros,


amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo. Estamos falando do sistema:

a) Price.
b) Francês.
c) Hamburguês.
d) SAC.
e) Americano.
Resposta

É um sistema de amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros,


amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo. Estamos falando do sistema:

a) Price.
b) Francês.
c) Hamburguês.
d) SAC.
e) Americano.

Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma


de amortização de um empréstimo por prestações que
incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor
total do empréstimo.
Fontes de financiamento no curto e no médio prazo: produtos bancários

 O financiamento de capital de giro é uma operação tradicional vinculada a um contrato


específico que estabelece taxa, prazo, valores e garantias.

 Geralmente é garantido por duplicatas numa relação que varia entre 120% a 150% do
principal financiado.

 Aval e Notas Promissórias (NPs) são as garantias exigidas. Os juros que variam de acordo
com cada tipo de financiamento.

 Os prazos se estendem até 180 dias e são denominados de


produtos bancários.
Produtos bancários

Os produtos bancários são diferenciados pelos seguintes fatores:

 prazos;
 taxas;
 tributação;
 garantias;
 critérios operacionais do banco;
 restrições impostas pelo Bacen;
 capacidade para obtenção de fundos.
Produtos bancários

São eles:

 Factoring.
 Vendor Finance.
 Compror Finance.
 Hot Money.
 Desconto de duplicatas.
 Conta garantida e outros tipos de financiamentos.
Operação de Factoring

 É a venda de um crédito de direito do sacador para um comprador (factor), sendo esse


último fornecedor de recursos ao sacador mediante deságio.

 Exemplo: duplicata ou cheque.

 A finalidade da empresa de Factoring é o fomento mercantil.

 Não pode adquirir recursos de terceiros, ou seja, tem de ter capital próprio.
Comparação entre as atividades de um banco e de uma empresa
de Factoring
BANCO FACTORING
Capta recursos e empresta Não capta recursos.
dinheiro (faz intermediação).
Presta serviços e compra créditos, que são
antecipados ou adiantados. Há direito de regresso
Empresta dinheiro.
pró-solvente (pagamento feito para amortizar uma
dívida ou aplicação).
Mediante preço certo e ajustado com o cliente
“fator”, compra à vista, crédito gerado pela venda
Cobra juros. pró-soluto (a título de prazo), liquidação (soluto) ou
pagamento feito para saldar, quitar ou extinguir
efetivamente uma dívida de serviços.
Fonte: adaptado de: livro-texto.
Spread, margem entre o custo de “Fator”, na formação do preço, são ponderados
captação e o preço do todos os itens de custeio da empresa de factoring.
financiamento.
Instituição financeira autorizada a Não é instituição financeira, mas atividade
funcionar pelo BC. comercial. É cliente do banco.
Desconta títulos e faz financiamentos. Não desconta. Compra títulos de créditos e direitos.
Cliente é seu devedor. Seu devedor é a empresa sacada.
ISS sobre a comissão cobrada pela prestação de
IOF e IR.
serviço e IR.
Vendor Finance

 É o financiamento de vendas baseado em cessão de crédito.

 A empresa vende seu produto a prazo e recebe à vista do banco.


 A empresa transfere o crédito para o banco e este cobra uma taxa de intermediação.
 Paga o vendedor e financia o comprador.
 É um contrato de abertura de crédito entre três partes.

 Questão: Quem assume o risco? Resposta: o vendedor.


Compror Finance

 É uma operação inversa ao vendor.

 Exemplo: pequenas indústrias vendem para grandes lojas.

 Nesse caso, o comprador é o fiador do contrato.

 O título é o lastro para o banco que financia o comprador cobrando juros e IOF.
Hot Money

 Pode ser considerado empréstimo e não financiamento, pois é operação de curtíssimo prazo
com finalidade de atender as necessidades imediatas do caixa das empresas.

 Os custos são: taxa CDI (títulos emitidos pelos bancos como forma de captação ou aplicação
de recursos excedentes) mais Spread, IOF, PIS e Cofins (contribuição para financiamento de
seguridade social).

 Garantia: NP.
Conta garantida

 É operação de curtíssimo prazo para atender as necessidades imediatas do caixa


da empresa.

 Denominada também de cheque especial empresarial.

 Encargos: taxa CDI, Spread, IOF, PIS e Cofins.

 Garantia: NP.
Desconto de duplicatas e NPs

 São adiantamentos de recursos a clientes, feitos pelo banco de duplicatas e NPs em


cobrança de forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente.

 Encargos: taxa de desconto sobre valor nominal, IOF e taxa administrativa.


Outros tipos de financiamentos

 Commercial Paper: NP emitida no exterior com objetivo de captar recursos em curto prazo.
Outros tipos de financiamentos

 Leasing ou arrendamento mercantil: é uma operação contratual na qual a empresa


arrendadora adquire ou fabrica um bem que cede para uso de arrendatário mediante
pagamento de contraprestações periódicas.

 No final do contrato, o arrendatário pode devolver o bem ou adquiri-lo,


pagando o valor residual.
Interatividade

Qual é o produto bancário em que o banco paga o vendedor e financia o comprador?

a) Compror Finance.
b) Vendor Finance.
c) Leasing.
d) Hot money.
e) Conta garantida.
Resposta

Qual é o produto bancário em que o banco paga o vendedor e financia o comprador?

a) Compror Finance.
b) Vendor Finance.
c) Leasing.
d) Hot money.
e) Conta garantida.

 É o financiamento de vendas baseado em cessão de crédito.


Financiamento:
crédito e cobrança, adimplência, manutenção e inadimplência
 Crédito e cobrança – estrutura.

 Cadastro.

Para a venda de produtos e serviços a prazo, uma empresa realiza um cadastro, que é
composto pelos seguintes processos:

 elaboração da ficha cadastral, verificação da documentação apresentada pelo cliente e a


atualização dos dados cadastrais se a empresa já for cliente.
Ficha cadastral

 É o instrumento que a empresa utiliza para levantar os dados cadastrais dos seus clientes.

 Nela são anotadas as informações necessárias para a avaliação do cliente, ou seja, para
formar um conceito a respeito da sua capacidade e condição de pagar as prestações
geradas pelo processo de financiamento.
Documentação

Todos os dados registrados na ficha cadastral são conferidos com base nos documentos
apresentados pelo cliente, que geralmente são:

 carteira de identidade/contrato social (CPF/CNPJ);


 comprovante de residência (IPTU);
 comprovante de renda;
 comprovante de entrega de IR dos últimos cinco anos;
 três últimos balanços patrimoniais fechados.
Atualização cadastral

 Em razão de mudanças que ocorrem ao longo do tempo na situação financeira e no


patrimônio das pessoas é necessário realizar atualizações periódicas para manter, aumentar
ou reduzir o risco de crédito do cliente.

 Assim, torna-se prudente a atualização cadastral a cada doze meses.

 A empresa deverá também utilizar-se dos serviços de centrais de informação e de proteção


ao crédito para realizar a pesquisa cadastral e, dessa forma, ter maior segurança na hora de
conceder crédito.
Serviços de proteção ao crédito

 As principais centrais de proteção ao crédito utilizadas pelas empresas são a Serasa e o


Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

 Essas entidades coletam denúncias das empresas associadas, de cartórios diversos


(protestos, ações etc.) e do sistema financeiro.

 As consultas a essas entidades são pagas e o seu uso é de cunho confidencial, conforme
determina o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
Crédito

 Crédito é definido como uma expectativa de uma quantia em dinheiro ou seu equivalente
retornar ao seu dono, dentro de um espaço de tempo preestabelecido.

 Para tanto, é necessário que a empresa tenha uma política de crédito, pois é ela quem
define as diretrizes, os critérios e os procedimentos a serem usados para concessão ou não
de crédito aos seus clientes.
Política de concessão de crédito – aspectos

 prazos e planos de financiamento (30/60/90 dias ou 1 + 2 parcelas etc.);


 taxa de juros a ser praticada;
 atribuição de limite de crédito para cada cliente e metodologia de cálculo;
 limite máximo de comprometimento da renda do cliente com as prestações;
 liberação de crédito para cliente novo;
 avaliação das restrições cadastrais;
 instrumentos de crédito a serem utilizados;
 garantias fornecidas pelo cliente.
Cobrança – procedimentos

 possuir um sistema de cadastro de clientes, bem como um controle das contas a receber;

 adotar como penalidade financeira juros de 10% ao mês, que correspondem a 0,3333% ao
dia, denominada de Comissão de Permanência;

 a empresa também deve possuir critérios e parâmetros para a renegociação de dívidas;

 realizar o registro do cliente inadimplente nos órgãos de proteção ao crédito.


Tipos de cobrança

 Simples: a empresa apresenta uma relação de duplicatas para que o banco administre e
efetue a cobrança.

 A responsabilidade desse tipo de operação é total do cliente do banco. É um serviço


prestado pelos bancos, que cobram taxa de serviço para tal operação.

 Caucionada: está vinculada a um contrato, podendo ser de capital de giro, Hot Money,
entre outros.

 O banco adianta o valor à empresa caucionada a um valor de


duplicatas, e caso o cliente não pague, o banco desconta o
valor da empresa.
Análise de crédito – subjetiva e objetiva

 Subjetiva: consiste em decisões individuais do analista de crédito com base em alguns


argumentos, todo o processo se baseia na experiência, nas informações e na sensibilidade
de cada um na concessão de crédito.

 Esse tipo de visão é muito importante para evitar golpes e fraudes.


Análise de crédito – subjetiva e objetiva

As informações para as análises subjetivas são tradicionalmente conhecidas como Cs do


crédito, a saber:

 caráter;
 capacidade;
 condições;
 colateral;
 conglomerado.
Análise de crédito objetiva

 Com a evolução da tecnologia nos últimos anos, foi possível a abordagem estatística
baseada na pontuação por meio de instrumento denominado de Credit Scoring, que se
tornou muito importante na tomada de decisão relativa à concessão de crédito, devido à sua
prática e agilidade.
Adimplência e manutenção do crédito

 O sistema de controle da adimplência, isto é, o controle dos mutuários (devedores) que estão
em dia com o pagamento, não é o dos mais difíceis na área de crédito.

Fazendo um acompanhamento ou manutenção das contas desses clientes adimplentes no dia


a dia:

 não ofertando mais créditos e controlando os cadastros de restrições dos órgãos de


informação de devedores inadimplentes,

 como também listagens de jornais e outros órgãos informativos


do mercado financeiro, não haverá grandes surpresas para as
empresas ou intermediárias financeiras.
Adimplência e manutenção do crédito

 O objetivo deste quadro baseado no modelo de análise SWOT (forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades) demonstra as quatro possibilidades entre risco e tentativa de cobrança.

 A missão maior do analista de crédito é classificar durante o período de manutenção uma


possibilidade entre as quatro para poder exercer o controle do crédito para que ele não se
torne inadimplido.
Manutenção – Controle de
crédito baseado no esquema
Alto
Alto risco de crédito. Alto risco de crédito.
Risco

Baixo esforço de cobrança. Alto esforço de cobrança.


Baixo risco de crédito. Baixo risco de crédito.
Baixo esforço de cobrança. Alto esforço de cobrança.
Baixo Esforço de cobrança Alto

Fonte: adaptado de: livro-texto.


Inadimplência financeira

 Inadimplência é a falta de cumprimento das cláusulas contratuais em determinado prazo.

 Além de permanecer em débito, a parte inadimplente fica sujeita ao pagamento de juros de


mora, multa contratual ou outros encargos.
Interatividade

Na análise de crédito, quando usamos os 5Cs do crédito, fazemos uma análise:

a) Semiobjetiva.
b) Objetiva.
c) Subjetiva.
d) Análise de curto prazo.
e) Análise de longo prazo.
Resposta

Na análise de crédito, quando usamos os 5Cs do crédito, fazemos uma análise:

a) Semiobjetiva.
b) Objetiva.
c) Subjetiva.
d) Análise de curto prazo.
e) Análise de longo prazo.

 Quando fazemos uma análise de crédito e usamos os 5Cs do


crédito, denominamos essa análise de análise subjetiva, pois
analisamos o caráter e o histórico da empresa.
ATÉ A PRÓXIMA!

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