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4. Equilibrio escriturístico.
As respectivas posições fundamentais, tanto do Calvinismo
como do Arminianismo, são ensinadas nas Escrituras.
Calvinismo exalta a graça de Deus como a única fonte de salvação
- e assim o faz a Biblia; o Arminianismo acentua a livre vontade
responsabilidade do homem- e assim o faz a Biblia. A solução
prática consiste em evitar os extremos antibíblicos de um e de
outro ponto de vista, e em evitar colocar uma idéia em aberto
antagonismo com a outra. Quando duas doutrinas bíblicas sãoo
colocadas em posição antagônica, uma contra a outra, o resultado
é uma reação que conduz ao erro. Por exemplo: a ênfase
demasiada à soberania e à graça de Deus na salvação pode
conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a
crer que conduta e atitude nada têm a ver com sua salvação, pode
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tornar-se negligente. Por outro lado, ênfase demasiada sobre a livre
vontade e responsabilidade do homem, como reação contra o
Calvinismo, pode trazer as pessoas sob o jugo do legalismo
despojá-las de toda a confiança de sua salvação. Os dois extremos
que devem ser evitados são: a ilegalidade e o legalismo.
Quando Carlos Finney ministrava em uma comunidade onde
a graça de Deus havia recebido excessiva ênfase, ele acentuava
muito a responsabilidade do homem. Quando dirigia trabalhos em
localidades onde a responsabilidade humana e as obras haviam
sido fortemente defendidas, ele acentuava a graça de Deus.
Quando deixamos os mistérios da predestinação e nos damos à
obra prática de salvar as almas, não temos dificuldades com o
assunto. João Wesley era arminiano e George Whitefield calvinista.
Entretanto, ambos conduziram milhares de almas a Cristo.
Pregadores piedosos calvinistas, do tipo de Carlos Spurgeon
Carlos Finney, têm pregado a perseverança dos santos de tal modo
a evitar a negligência. Eles tiveram muito cuidado de ensinar que
verdadeiro filho de Deus certamente perseveraria até ao fim, mas
acentuaram que se não perseverassem, poriam em dúvida o fato
do seu novo nascimento. Se a pessoa não procurasse andar na
santidade, dizia Calvino, bem faria em duvidar de sua eleição.
E inevitável defrontarmo-nos com mistérios quando nos
propomos tratar as poderosas verdades da presciência de Deus e.
livre vontade do homem; mas se guardamos as exortações práticas
das Escrituras, e nos dedicamos a cumprir os deveres específicos
que se nos ordenam, não erraremos. "As coisas encobertas são
para o Senhor Deus, porém as reveladas são para nós" (Deut.
29:29).
Para concluir, podemos sugerir que não êéprudente insistir
falando indevidamente dos perigos da vida crist . Maior ênfase
deve ser dada aos meios de segurança- o poder de Cristo como
Salvador; a fidelidade do Espirito Santo que habita em nós, a
certeza das divinas promessas, e a eficácia infalivel da oração. O
Novo Testamento ensina uma verdadeira "'segurança eterna",
assegurando-nos que, a despeito da debilidade, das imperfeições,
obstáculos ou dificuldades exteriores, o cristão pode estar seguro
ser vencedor em Cristo. Ele pode dizer com o apóstolo Paulo:
"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a
angustia, ou a perseguição ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou
a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à
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morte todo o dia; fomos reputados como ovelhas para o
matadouro. Mas emn todas estas coisas somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que,
nem a morte, nem a vida, nem Os anjos, nem os principados, nem
as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem.
profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom.
8:35-39).

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