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Curitiba
2020
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
FAEL
2. Engenharia e sociedade | 33
Gabarito | 247
Referências | 257
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Como acadêmico do curso de Engenharia de Produção, é
fundamental que essa profissão, seu histórico, desenvolvimento e
papel na sociedade atual sejam compreendidos. A Engenharia de
Produção, assim como a indústria e a tecnologia, avançou muito
desde o seu surgimento, tornando esse profissional cada vez mais
atuante no mercado de trabalho.
Introdução à Engenharia da Produção
– 6 –
1
História e evolução
da engenharia
– 8 –
História e evolução da engenharia
– 9 –
Introdução à Engenharia da Produção
Fonte: Shutterstock.com/Luis_Martinez
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
Outro fator que explica o surto industrial do fim do século XIX foi a
política do encilhamento, com a intensificação da emissão de papel-moeda
e a atribuição de mais autonomia e responsabilidades aos bancos privados.
Durante um período curto, o total de recursos financeiros em circulação
mais do que duplicou (DA SILVA; DA SILVA, 2016).
A revolução de 1930 marcou a terceira fase da industrialização bra-
sileira, que ocorreu bem mais tarde em relação aos países europeus, entre
1930 e 1956. Antes desse período, as indústrias nacionais eram responsá-
veis apenas pela montagem de peças produzidas e importadas, sendo sub-
sidiárias de matrizes estrangeiras. Foi Getúlio Vargas quem impulsionou a
indústria nacional, estabelecendo um plano de política interna e afastando
oligarquias tradicionais do poder do Estado, que representavam os interes-
ses agrário-comerciais (AZEVEDO, 2010).
O Governo Vargas se propôs a impulsionar o desenvolvimento
econômico, permitindo a incorporação da indústria pesada de bens de
capital e de insumos e fazendo o investimento de dinheiro público em
empreendimentos estratégicos, como petróleo, eletricidade e siderurgia,
fundamentais para o avanço do País. Getúlio também buscou uma aliança
com os Estados Unidos, com colaboração técnica e empréstimos públicos,
visando promover uma estruturação de coleta e utilização de dados da
industrialização (CAPUTO; MELO, 2009).
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Introdução à Engenharia da Produção
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História e evolução da engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
– 30 –
História e evolução da engenharia
Da teoria à prática
E a engenharia de produção? Como surgiu essa área específica?
As razões para se adotar o nome engenharia de produção, uma vez
que o mais lógico seria engenharia industrial, tal como a industrial engi-
neering norte-americana, deve-se ao fato de o Sistema Confea/Crea da
década de 1950 já ter definido engenheiro industrial como aquele que é
formado com um misto de engenheiro químico, mecânico e metalúrgico,
com maior especialização em um desses setores.
O que faz o engenheiro de produção?
Segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (MÁS-
CULO, c2014), “Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implan-
tação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados,
envolvendo homens, materiais e equipamentos, especificar, prever e ava-
liar os resultados obtidos destes sistemas, recorrendo a conhecimentos
especializados da matemática, física, ciências sociais, conjuntamente com
os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia”.
– 31 –
Introdução à Engenharia da Produção
Síntese
Vimos como a engenharia e o homem evoluíram juntos desde os
primórdios. A necessidade de resolver problemas do cotidiano foi funda-
mental para o desenvolvimento prático da engenharia, enquanto a busca
por respostas e explicações foi responsável pelo desenvolvimento da parte
científica. Assim, passamos por egípcios, romanos e ingleses, responsá-
veis por um dos maiores marcos da engenharia, a Revolução Industrial.
Grande aumento de produtividade e busca por novas invenções,
experimentos e tecnologias levaram à terceira fase da Revolução, com
softwares, internet, robótica e comunicação cada vez mais facilitada.
Enquanto o resto do mundo tinha essa explosão de desenvolvimento, no
Brasil tudo seguia a um passo mais lento. Mesmo que alguns cursos de
engenharia já estivessem em funcionamento, foi o Governo Vargas (1930)
que incentivou o desenvolvimento industrial e, consequentemente, o
desenvolvimento do ensino em engenharia. Na pluralidade de seus ensi-
nos está a engenharia de produção, formação com cada vez mais demanda
de emprego e que será de fundamental importância para a nova fase da
Revolução Industrial Mundial, a Indústria 4.0.
Atividades
1. Quais foram os fatos centrais das três primeiras fases da Revolu-
ção Industrial?
2. No desenvolvimento das escolas de engenharia, uma rixa surgiu
entre franceses e alemães. Qual foi o motivo? Discuta:
3. Descreva como foi o início da engenharia no Brasil:
4. A quem é atribuída a criação da primeira escola de engenharia
do Brasil? Quando e em que cidade foi criada?
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2
Engenharia e sociedade
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Engenharia e sociedade
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e sociedade
A)
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Introdução à Engenharia da Produção
B)
Fonte: Shutterstock.com/Leonardo Mercon/Christyam de Lima
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Engenharia e sociedade
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e sociedade
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e sociedade
sente, a população passou a ser mais crítica. Por quê? Porque hoje, com o
acesso cada vez mais rápido à informação, estamos ficando cada vez mais
conscientes e conseguimos perceber que as contribuições dos engenheiros
apresentam implicações políticas, sociais (ou socioambientais) e estéticas,
muito além dos resultados imediatos obtidos com base apenas em requisi-
tos técnicos (COCIAN, 2017).
Também é importante analisar a dualidade de algumas situações. Um
sistema de mísseis intercontinentais, por exemplo, pode fornecer segurança
a uma nação e às pessoas que ali habitam, enquanto representa ameaça a
outra. Uma represa construída para a geração de energia pode alagar uma
imensa área próxima ao rio, cujo papel é importante na vida das pessoas
que habitam as áreas próximas. O desenvolvimento de um motor de auto-
móvel de alta eficiência e baixo custo, que resolveria o problema da falta
de energia, pode, em contrapartida, jogar uma grande quantidade de par-
tículas poluidoras no ar, prejudicando o meio ambiente (COCIAN, 2017).
Outro aspecto da atuação do engenheiro na sociedade que merece
atenção é a necessidade de certa ousadia na profissão. O não conformismo
com o modo como as coisas são feitas é a força motriz para o engenheiro.
“Como eu posso fazer diferente?” – para que o trabalho do engenheiro
possa contribuir de forma significativa para o avanço da tecnologia e para
o bem-estar social, esse questionamento deve ser constante. A engenharia
permaneceria estagnada com o excesso de cautela. A utilização de apenas
materiais, processos e sistemas já consagrados nos levam a fazer apenas
o que outros já fizeram. Isso não significa menosprezar o significado e
a importância de realizações passadas. De certa forma, sempre devemos
olhar o passado como referência, como ponto de partida, mas devemos ter
em mente que os engenheiros buscam solucionar problemas, e que novos
problemas surgem a cada dia. Logo, é necessário que este profissional
assuma certos riscos, para que, assim, de novas experiências surjam novas
e revolucionárias soluções (BAZZO; PEREIRA, 2006).
Entretanto, qualquer que seja o papel do engenheiro na sociedade
– autônomo, empregado ou empresário – a aplicação do conhecimento
científico é, e sempre será, uma parte central da formação em engenharia e
da engenharia em si. Por esse motivo, algumas questões ainda são preocu-
pantes, principalmente com o comportamento de engenheiros individuais
– 43 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 44 –
Engenharia e sociedade
ambiente, para que possam fazer uma avaliação sólida dos prós e contras
deste novo desenvolvimento.
Entretanto, é importante destacarmos que a influência da engenharia
e da tecnologia na sociedade não é uma relação de mão única. O papel
da engenharia é oferecer uma gama de possibilidades tecnológicas, entre
as quais a sociedade deverá escolher. Essa escolha pode ser feita apenas
pela decisão do consumidor, como vimos recentemente na batalha entre
Blu-ray e HD DVD. Nesse caso do formato de vídeo, o que mais agradar a
maioria dos consumidores, vence – o que não significa a extinção do outro
formato, uma vez que este ainda é a escolha de algumas pessoas.
As questões econômicas também podem levar ao favorecimento de
uma tecnologia em detrimento de outra. Quando Henry Ford estava desen-
volvendo o automóvel Modelo T (Figura 2.3), ele primeiramente experi-
mentou carros movidos a etanol. Entretanto, o baixo preço do petróleo,
na época, era mais atrativo financeiramente, o que o levou a concentrar
sua atenção no desenvolvimento de carros que funcionariam com gaso-
lina. Porém, hoje o etanol é considerado um combustível muito melhor
em termos de níveis de poluição e emissões na atmosfera. Naquela época,
questões ambientais ainda não eram tão proeminentes nas decisões das
pessoas – isso tanto para empresários quanto para os consumidores. Hoje,
embora já seja perceptível uma mudança no mercado, favorecendo produ-
tos ambientalmente cor- Figura 2.3 – Modelo T – automóvel produzido pela
retos, a questão econô- fábrica norte-americana Ford, que popularizou e
mica, principalmente no revolucionou a indústria automobilística
terceiro mundo, ainda
favorece o produto mais
barato. Outro fator que
pode ter influência em
uma tecnologia é o cená-
rio político. Por exemplo:
governantes podem per-
mitir ou bloquear a absor-
ção de alimentos gene-
ticamente modificados
(LAWLOR, 2016). Fonte: Shutterstock.com/overcrew
– 45 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 46 –
Engenharia e sociedade
Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes os ani-
mais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O pro-
cesso preocupava muito a todos, porque se o sistema falhava, as
perdas ocasionadas eram muito grandes – milhões eram os que
se alimentavam de carne assada e também milhões os que se
ocupavam com a tarefa de assá-los. Portanto, o sistema simples-
mente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia
a escala do processo, mais este parecia falhar e tanto maiores
eram as perdas causadas. Em razão das inúmeras deficiências,
aumentaram o número de queixas. Já era um clamor geral a
necessidade de reformar profundamente o sistema. Congres-
sos, seminários, conferências passaram a ser realizadas anual-
mente para buscar uma solução, mas parece que não acertavam
o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte repe-
tiam-se os congressos, seminários, conferências.
– 47 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 48 –
Engenharia e sociedade
então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito
do calor – e não as chamas – assasse a carne. Tendo sido infor-
mado sobre as ideias do funcionário, o Diretor Geral de Assa-
mento mandou chamá-lo ao seu gabinete e depois de ouvi-lo
pacientemente, disse-lhe:
— Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não fun-
ciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os
anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar sua teoria? Onde
seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de
diversas especialidades?
— Não sei.
– 49 –
Introdução à Engenharia da Produção
— Não sei.
– 50 –
Engenharia e sociedade
Síntese
Vimos nesse capítulo o papel da engenharia na sociedade – como os
engenheiros são vistos pela sociedade? Pudemos perceber que as inven-
ções/desenvolvimentos tecnológicos têm um impacto profundo na vida
das pessoas e que, muitas vezes, pelo fato de os cidadãos terem aquela
visão apenas técnica deste profissional, a relação engenheiro-sociedade
ainda não é bem desenvolvida. Vimos também que este cenário está
mudando e que, inclusive a formação em engenharia está visando o lado
humano e a contribuição social deste profissional. Vimos ainda que mui-
tas vezes as ações destes profissionais podem ter impactos negativos na
sociedade e até no meio ambiente – e que esta é uma profissão de muita
responsabilidade. Entretanto, também é uma profissão que busca desafios
e novas formas de pensar e de fazer, que assume riscos – mas que esses
riscos devem ser muito bem pensados e analisados. A engenharia deve
olhar para o passado apenas como ponto de partida e como referência para
não cometer os mesmos erros no futuro.
Atividades
1. Quais os impactos sociais das tragédias de Mariana e Brumadinho?
2. Considere que você é um engenheiro que está desenvolvendo
um novo produto. O que você deve saber para que este novo
produto seja aceito pela sociedade, depois de pronto?
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Introdução à Engenharia da Produção
– 52 –
3
As relações entre
engenharia, meio
ambiente e qualidade
– 54 –
As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
– 56 –
As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
Abordagem Definição
Qualidade é sinônimo de excelência inata. É abso-
Transcendental luta e universalmente reconhecível.
Dificuldade: pouca orientação prática.
Qualidade é uma variável precisa e mensurável,
Baseada no oriunda dos atributos do produto.
Produto
Corolários: melhor qualidade só com maior custo.
Qualidade é uma variável subjetiva. Produtos de
melhor qualidade atendem melhor os desejos do
Baseada no consumidor.
Usuário
Dificuldade: agregar preferências e distinguir atribu-
tos que maximizam a satisfação.
Qualidade é uma variável precisa e mensurável,
oriunda do grau de conformidade do planejado com
Baseada na o executado. Esta abordagem dá ênfase a ferramen-
Produção tas estatísticas (controle do processo).
Ponto fraco: foco na eficiência, não na eficácia.
Abordagem de difícil aplicação, pois mistura dois
conceitos distintos: excelência e valor, destacando a
Baseada no Valor
relação qualidade x preço. Esta abordagem dá ênfase
à Engenharia/Análise de Valor.
Fonte: adaptado de Carvalho e Paladini (2006) e Batalha (2008).
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
Serviços Produtos
2 Tangíveis: aparência das 2 Desempenho: aspectos opera-
facilidades físicas, equipa- cionais básicos de um produto.
mentos, pessoal e comunica-
2 Características: são os “ade-
ção material.
reços” dos produtos, as carac-
2 Atendimento: nível de aten- terísticas secundárias que
ção dos funcionários de con- suplementam seu funciona-
tato dado aos clientes. mento básico.
2 Confiabilidade: habilidade de 2 Confiabilidade: reflete a proba-
realizar o serviço prometido bilidade de falha de um produto.
de forma confiável e acurada.
2 Conformidade: representa
2 Resposta: vontade de ajudar o grau em que o projeto e as
o cliente e fornecer serviços características operacionais de
rápidos. um produto estão de acordo
com padrões preestabelecidos.
2 Competência: possuir a neces-
sária habilidade e competên- 2 Durabilidade: a vida útil do
cia para realizar o serviço. produto, aspectos econômicos
(velocidade de obsolescên-
2 Cortesia: respeito, considera-
cia e gastos de manutenção) e
ção e afetividade no contato
técnicos (impossibilidade de
pessoal.
reparo). Portanto, durabilidade
2 Credibilidade: honestidade, e confiabilidade são dimensões
tradição, confiança no serviço. intimamente associadas.
2 Segurança: inexistência de 2 Atendimento: aspectos rela-
perigo, risco ou dúvida. tivos ao serviço associado ao
2 Acesso: proximidade e con- produto, como rapidez, corte-
tato fácil. sia e facilidade de reparo.
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Introdução à Engenharia da Produção
Serviços Produtos
2 Comunicação: manter o 2 Estética: Aparência do pro-
cliente informado em uma lin- duto, design.
guagem que ele entenda.
2 Qualidade percebida ou
2 Conveniência: proximidade observada: inferências feitas
e disponibilidade, a qualquer pelo consumidor com base em
tempo, dos benefícios entre- sua percepção, que é afetada
gues pelos serviços. pela marca e reputação.
2 Velocidade: rapidez para ini-
ciar e executar o atendimento/
serviço.
2 Flexibilidade: Capacidade de
alterar o serviço prestado ao
cliente.
2 Entender o cliente: fazer o
esforço de conhecer o cliente
e suas necessidades.
Fonte: Batalha (2008).
– 62 –
As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
PLANEJAR
FAZER
AGIR CHECAR
Fonte: Shutterstock.com/ananaline
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
Fonte: www.unicef.org/
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Introdução à Engenharia da Produção
Dica de leitura
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
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Introdução à Engenharia da Produção
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As relações entre engenharia, meio ambiente e qualidade
Pilares da sustentabilidade
Síntese
Vimos neste capítulo o papel da engenharia para a qualidade dos pro-
dutos/serviços e para a proteção do meio ambiente. Como profissionais
de engenharia, temos que estar sempre preocupados com o produto final
que chega até o consumidor, principalmente agora que as pessoas têm
cada vez mais acesso à informação e, por esse motivo, estão mais preocu-
padas com os produtos que elas inserem no seu dia a dia. As questões de
– 81 –
Introdução à Engenharia da Produção
Atividades
1. Como funciona a abordagem da qualidade baseada na produção?
2. Quais os princípios básicos do Controle da Qualidade Total?
3. O mundo está chegando num ponto cada vez mais crítico – o
aumento do consumo e a exploração incontrolável de produtos
e recursos naturais e minerais do planeta só agravam a vida na
terra, deixando em dúvida o futuro. Para reverter essa situação,
precisamos pensar na sustentabilidade ambiental, envolvendo
todos os setores da sociedade (PATRÍCIO, 2016).
Defina Desenvolvimento Sustentável.
4. Foram concluídas, em agosto de 2015, as negociações que cul-
minaram na adoção, em setembro, dos Objetivos de Desenvol-
vimento Sustentável (ODS), por ocasião da Cúpula das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Processo iniciado
em 2013, seguindo mandato emanado da Conferência Rio+20,
os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades
de cooperação internacional nos próximos quinze anos, suce-
dendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milê-
nio (ODM).
A questão do Desenvolvimento Sustentável ganha bastante
relevância no contexto empresarial atual. Em quais pilares ela
se baseia?
– 82 –
4
O processo de
formação do
engenheiro
– 84 –
O processo de formação do engenheiro
– 85 –
Introdução à Engenharia da Produção
tica japonesa, passam a exigir uma maior interlocução entre técnicos, ope-
rários e engenheiros. A diferença de saberes entre os técnicos, vindos da
área de fabricação, e os engenheiros, com formação universitária, resultou
em dificuldade de comunicação entre essas áreas, prejudicando o processo
de produção (CRIVELLARI, 2000).
A implantação e o crescimento dos cursos de graduação em enge-
nharia no território brasileiro também estão intimamente relacionados ao
desenvolvimento da tecnologia e da indústria, além das condições eco-
nômicas, políticas e sociais do país e de suas relações internacionais. Por
exemplo: na década de 1950 eram criados, em média, três cursos de enge-
nharia por ano, ao passo que, em 1960, no final do governo Juscelino
Kubitschek, estavam em funcionamento aproximadamente 90 cursos de
engenharia no país. É importante ressaltar que, nessa década, o governo
estava completamente focado no desenvolvimento da indústria nacional
(OLIVEIRA, 2010).
No que se refere à legislação que regulamenta a formação profissio-
nal em engenharia no Brasil, em 1976 entrou em vigor a Resolução n. 48
do Conselho Federal de Educação (CFE), que estabeleceu os currículos
mínimos dos cursos e definiu as grandes áreas da engenharia como Civil,
Elétrica, Mecânica, Química, Metalúrgica e de Minas. Enquanto alguns
pesquisadores consideravam que esta resolução congelava o currículo dos
cursos, por designar o mínimo necessário para o ensino básico e profissio-
nalizante, outros viam nela certa possibilidade de flexibilização, uma vez
que permitia a definição dos conteúdos específicos pelas instituições de
ensino. Esta resolução vigorou até a aprovação da nova Lei de Diretrizes
e Bases (LDB), em 1996. Em 1976, entrou também em vigor a Resolução
n. 50 do CFE, que reconheceu as ênfases ou habilitações nos cursos de
graduação (OLIVEIRA et al., 2012; CONFEA, 2010).
O início da década de 1990 foi conturbado devido à crise política
decorrente do impeachment do presidente Fernando Collor. Entretanto,
o país já mostrava indícios de superação da crise econômica ocorrida na
década de 1980. Essa retomada do crescimento efetivou-se com o Plano
Real, em 1994, e deve-se, principalmente, à globalização, que estimulou
a produtividade e a competitividade da produção, o que só foi possível
graças a uma boa qualificação dos recursos humanos, destacando-se a área
– 86 –
O processo de formação do engenheiro
– 87 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 88 –
O processo de formação do engenheiro
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Introdução à Engenharia da Produção
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O processo de formação do engenheiro
não sejam essenciais e, por isso, não façam parte do seu currículo (AGOS-
TINHO; AMORELLI; RAMALHO, 2015).
Figura 4.1 – Conteúdos gerais de um curso de engenharia
– 91 –
Introdução à Engenharia da Produção
dos técnicos que serão vistos mais adiante. Como o trabalho do engenheiro
consiste basicamente em buscar soluções para problemas, se ele souber
interpretar de maneira apropriada os fenômenos básicos que os compõem,
enquadrando-os em teorias explicativas consistentes e aplicando técnicas
de cálculo potentes, é bem provável que saberá solucioná-los de forma ade-
quada (AGOSTINHO; AMORELLI; RAMALHO, 2015).
As matérias de formação básica – comuns a todos os cursos graduação
de engenharia e que constituem a base de uma formação sólida – devem
contemplar os seguintes requisitos básicos em seu Projeto Pedagógico de
Curso: Administração e Economia; Algoritmos e Programação; Ciência
dos Materiais; Ciências do Ambiente; Eletricidade; Estatística; Expres-
são Gráfica; Fenômenos de Transporte; Física; Informática; Matemática;
Mecânica dos Sólidos; Metodologia Científica e Tecnológica; e Química
(BRASIL, 2019a). No Quadro 4.1 estão descritas algumas matérias, em
termos bem amplos, e registradas apenas as áreas características, para dar
uma ideia geral das temáticas abordadas em cada uma delas.
Quadro 4.1 – Conteúdos gerais das disciplinas básicas
– 92 –
O processo de formação do engenheiro
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Introdução à Engenharia da Produção
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O processo de formação do engenheiro
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Introdução à Engenharia da Produção
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O processo de formação do engenheiro
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Introdução à Engenharia da Produção
– 98 –
O processo de formação do engenheiro
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Introdução à Engenharia da Produção
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O processo de formação do engenheiro
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Introdução à Engenharia da Produção
– 102 –
O processo de formação do engenheiro
16,5%
83,5%
Homens Mulheres
84,7% 82,6%
82,1% 80,4%
77,6%
22,4%
17,9% 19,6% 17,4%
15,3%
Homens Mulheres
– 103 –
Introdução à Engenharia da Produção
Homens Mulheres
92% 91%
64%
58%
42%
36%
24% 22% 21%
8% 9%
– 104 –
O processo de formação do engenheiro
Síntese
Vimos neste capítulo aspectos relacionados à formação do engenheiro
e a evolução desta através do tempo – de ensinos altamente técnicos, pas-
sando por formações militares, até chegar ao cenário atual: do engenheiro
que, além de possuir conhecimentos técnicos, também consegue se relacio-
nar bem com pessoas (tanto funcionários, quanto superiores) e que também
está preocupado com o meio ambiente. Vimos também que a matriz curri-
cular dos cursos de engenharia é composta por requisitos básicos – comuns
a todas as engenharias – e requisitos específicos. Os requisitos específicos
dependem da modalidade de engenharia em estudo. São exemplos de disci-
plinas comuns: Cálculo, Física, Geometria Analítica e Fenômenos de Trans-
porte. Para a Engenharia de Produção, são exemplos de requisitos espe-
cíficos: Logística, Gestão de Processos, Segurança do Trabalho, Pesquisa
Operacional, entre outros. Por último, vimos que o curso de Engenharia de
Produção EAD da Fael atende aos requisitos necessários para a criação de
um curso de engenharia de acordo com a legislação vigente.
Atividades
1. Qual o diferencial da Resolução n. 2, de 24 de abril de 2019 para
as matrizes curriculares dos cursos de engenharia no Brasil?
2. Quais são as subáreas de conhecimento tipicamente associadas à
Engenharia de Produção?
– 105 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 106 –
5
A engenharia no Brasil
– 108 –
A engenharia no Brasil
– 109 –
Introdução à Engenharia da Produção
essa formação apenas por status, e não por afinidade com a profissão – e
isso é, muitas vezes, a principal causa de evasão desse tipo de curso.
Superada a etapa de escolha da formação, outro desafio se estabelece,
que é o da construção da carreira. É importante não desperdiçar oportunida-
des de aperfeiçoar e desenvolver competências importantes para o mundo
do trabalho. A capacidade de se comunicar eficientemente, a habilidade de
trabalhar em equipe, a atitude proativa e o espírito empreendedor, sempre
atento a oportunidades, são características muito importantes para qual-
quer profissional de sucesso e que nem sempre são desenvolvidas ao longo
da graduação, muito embora este cenário esteja mudando, conforme visto
no Capítulo 4. O futuro engenheiro deve não só evoluir tecnicamente,
com o aprendizado da profissão em si, como também deve amadurecer e
se preparar para se relacionar, colaborar e competir com outras pessoas
(NITZ, 2015).
– 110 –
A engenharia no Brasil
– 111 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 112 –
A engenharia no Brasil
lhadores. Tal fato deve-se, entre outros motivos, à concentração das atividades
produtivas nesses centros, em especial nos setores de serviços, como constru-
ção, serviços prestados às empresas e serviços industriais de utilidade pública.
Tabela 5.2 – Engenheiros por estados brasileiros
– 113 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 114 –
A engenharia no Brasil
– 115 –
Introdução à Engenharia da Produção
% dos
% das empresas
Quantidade de engenheiros engenheiros
empregadoras
empregados
Até 5 engenheiros 61,80 12,48
5 a 10 engenheiros 17,60 10,24
11 a 50 engenheiros 15,80 25,47
51 a 600 engenheiros 6,00 51,81
Fonte: Consultora Analítica (2020).
– 116 –
A engenharia no Brasil
– 117 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 118 –
A engenharia no Brasil
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Introdução à Engenharia da Produção
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A engenharia no Brasil
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Introdução à Engenharia da Produção
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A engenharia no Brasil
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Introdução à Engenharia da Produção
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A engenharia no Brasil
– 125 –
Introdução à Engenharia da Produção
Síntese
Vimos, neste capítulo, a situação atual do mercado de trabalho para
os engenheiros no país. Vimos que o cenário ainda é positivo, principal-
mente devido ao crescimento econômico, e que a formação em engenharia
deve ser capaz de suprir as necessidades do mercado. Dados da Rais e do
Caged corroboram esse crescimento do mercado e o aumento do número
de empregos no país em diversos setores, inclusive em setores-chave para
a engenharia. Vimos também que muitas vezes o engenheiro, devido à
multidiciplinaridade de sua formação, acaba sendo contratado em outras
funções – gestor, analista, entre outros – e não como engenheiro. Isso não
é totalmente negativo, e sim uma característica de mercado, o problema
– 126 –
A engenharia no Brasil
é que às vezes pode servir como pretexto para menores salários, já que o
profissional engenheiro deve receber o teto salarial, que varia de 8 a 10
mil reais. Outro ponto interessante foi as características desejadas para
que o engenheiro recém-formado possa entrar no mercado de trabalho e
permanecer nele. Experiência, conhecimentos anteriores e características
pessoais são alguns dos pontos importantes para a carreira em engenharia.
Atividades
1. Por que os grandes centros urbanos atraem mais engenheiros?
2. Como funciona o trabalho de um engenheiro profissional
autônomo?
3. Qual (ais) caminho (s) é/são mais comumente seguido(s) pelos
engenheiros para entrarem no mercado de trabalho?
4. Quais características são necessárias para o engenheiro entrar no
mercado de trabalho?
– 127 –
6
As engenharias
e a Engenharia
de Produção
– 130 –
As engenharias e a Engenharia de Produção
– 131 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 132 –
As engenharias e a Engenharia de Produção
– 133 –
Introdução à Engenharia da Produção
Grupo Engenharias
Engenharia Cartográfica, Engenharia Civil, Engenha-
ria de Agrimensura, Engenharia de Construção, Enge-
Grupo I
nharia de Recursos Hídricos, Engenharia Geológica e
Engenharia sanitária.
Engenharia da Computação, Engenharia de Comunica-
ções, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia
de Redes de Comunicação, Engenharia de Telecomu-
Grupo II
nicações, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica,
Engenharia Eletrotécnica, Engenharia Industrial Elé-
trica e Engenharia Mecatrônica.
Engenharia Aeroespacial, Engenharia Aeronáutica,
Grupo III Engenharia Automotiva, Engenharia Industrial Mecâ-
nica, Engenharia Mecânica e Engenharia Naval.
Engenharia Biomédica, Engenharia Bioquímica, Enge-
nharia de Alimentos, Engenharia de Biotecnologia,
Grupo IV
Engenharia Industrial Química, Engenharia Industrial
Têxtil, Engenharia Química e Engenharia Têxtil.
Engenharia de Materiais e suas ênfases e/ou habilita-
Grupo V ções, Engenharia Física, Engenharia Metalúrgica e
Engenharia de Fundição.
Grupo VI Engenharia de Produção e suas ênfases.
Engenharia Ambiental, Engenharia de Minas, Engenha-
Grupo VII
ria de Petróleo e Engenharia Industrial Madeireira.
Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal e Engenha-
Grupo VIII
ria de Pesca.
Fonte: adaptado de Brasil (2008).
– 134 –
As engenharias e a Engenharia de Produção
– 135 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 136 –
As engenharias e a Engenharia de Produção
– 137 –
Introdução à Engenharia da Produção
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As engenharias e a Engenharia de Produção
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Introdução à Engenharia da Produção
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As engenharias e a Engenharia de Produção
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Introdução à Engenharia da Produção
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As engenharias e a Engenharia de Produção
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Introdução à Engenharia da Produção
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As engenharias e a Engenharia de Produção
– 145 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 146 –
As engenharias e a Engenharia de Produção
Percebe-se que é uma definição bem densa e bem ampla. Por esse
motivo, a Engenharia de Produção possui diversas áreas de atuação.
Mesmo estando muitas vezes associada a outras engenharias, ela vem, aos
poucos, ganhando o seu espaço no mercado de trabalho devido a seu cará-
ter menos técnico e mais abrangente e genérico, possibilitando englobar
conhecimentos e habilidades.
Nas empresas, após a graduação, o profissional engenheiro de produ-
ção poderá atuar em diversas áreas, das quais se destacam:
2 área de operações – na execução da distribuição dos produtos,
controle de suprimentos, controle de estoque;
2 área de planejamento – o profissional pode ser inserido em
todos os processos de planejamento, seja ele estratégico, produ-
tivo ou financeiro;
2 área financeira – no controle financeiro, de custos e na análise
de investimentos;
2 área de logística – no planejamento da produção e da distribui-
ção dos produtos;
2 área de marketing – no planejamento do produto e na determi-
nação de mercados a serem atendidos.
– 147 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 148 –
As engenharias e a Engenharia de Produção
– 149 –
Introdução à Engenharia da Produção
Síntese
Vimos neste capítulo as diversas especialidades de engenharia exis-
tentes no Brasil e como faz sentido a existência destas frente à multidisci-
plinaridade da profissão. Além disso, é praticamente impossível um único
indivíduo conseguir agregar conhecimentos sobre todas as engenharias.
Portanto, faz todo sentido compartimentar o conhecimento de acordo com
as diferentes áreas – Civil, Química, Mecânica, de Produção etc. Vimos
também que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) classifica as engenharias em 8 grandes grupos, de
acordo com suas características.
Depois de explicados o nicho de mercado de trabalho e as atribui-
ções de cada engenharia, a Engenharia de Produção ganha destaque.
Passamos por sua história, desde seu surgimento como Engenharia
Industrial, nos Estados Unidos, pelas mãos de Henry Ford, passando
por vários períodos históricos, como a Segunda Guerra, até chegarmos
à Engenharia de Produção, no Brasil, onde merece destaque o professor
Ruy Aguiar da Silva Leme.
Atividades
1. O que é Engenharia de Produção?
2. Qual a diferença entre Engenharia de Produção e Administração
de Empresas?
3. O engenheiro Henry Ford foi o primeiro a adotar as ideias pro-
pagadas por Taylor. Qual foi o novo conceito criado em 1913
por Henry Ford e que revolucionou o processo de produção exis-
tente, em virtude do grande aumento de produtividade?
4. Qual sistema de produção é caracterizado por produzir peque-
nos lotes de uma grande variedade de produtos, demostrando
sua flexibilidade?
– 150 –
7
Engenharia e legislação
– 152 –
Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
– 156 –
Engenharia e legislação
É por esse motivo que, nessa mesma época, foram criados o Conse-
lho Federal de Comércio Exterior, o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o Departamento Administrativo do Serviço Público
(Dasp), o Código das Águas e o de Minas, o Conselho Nacional de Petró-
leo, e o de Águas e Energia Elétrica (CONFEA, 2013).
A instituição do Estado Novo, de 1937 a 1945, e a Segunda Guerra
Mundial, de 1939 a 1945, fortaleceram ainda mais as corporações, faci-
litando a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da Companhia
do Vale do Rio Doce (hoje, Vale). Isso levou a um intenso processo de
modernização, que acabou modificando os hábitos e o dia a dia da socie-
dade brasileira. O país, cuja massa trabalhadora consistia basicamente em
agricultores, passou a agregar a figura do operário, trazido pela indústria.
Por esse motivo, esse período é marcado por sérias dificuldades, boa parte
delas com reflexos no abastecimento, com escassez de alimentos, petróleo
e gasolina, por exemplo (CONFEA, 2013).
Diante da nova realidade econômica do país, o Confea se deparou
com a falta de profissionais capacitados e se viu diante do surgimento de
novos títulos profissionais, como o de Engenheiro Naval, Aeronáutico,
Químico, Metalúrgico e Urbanista. Além disso, teve ainda que lidar com a
– 157 –
Introdução à Engenharia da Produção
questão dos técnicos estrangeiros que vieram para o país durante a guerra,
com necessidade de atualização na legislação profissional, com a criação
de novas atribuições e com mudanças na escolha do presidente do Confea
– hoje escolhido pelo voto direto (CONFEA, 2013).
A Campanha lançada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1948, que
acabou tendo como slogan “O Petróleo é Nosso”, encontrou apoio no
Sistema Confea/Crea, principalmente devido à expansão das atividades
profissionais, como o surgimento da primeira emissora de televisão, a TV
Tupi, em 1951, e do então BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento),
de 1952 (CONFEA, 2013).
Os anos de bom desempenho econômico devido à criação da Petro-
bras, a alta produção de alimentos, novas siderurgias, a expansão da malha
rodoviária e a construção e inauguração de Brasília marcaram as décadas
de 1950 e 1960, levando o país a mudanças nos padrões de comporta-
mento, de consumo e a intensas transformações sociais. Na década de
1960, o país também atravessa um cenário político agitado. Destaca-se
a renúncia do presidente da República, Jânio Quadros, a posse de João
Goulart, o regime Parlamentarista, a criação da Eletrobras, da Embratel,
do Ministério do Planejamento e da Federação Nacional dos Engenhei-
ros, a regulamentação da profissão de Geólogo, o golpe militar, a cria-
ção da Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos (que até
aquele momento era denominada Sociedade de Agronomia), e a instalação
de novos Creas – tudo isso tem um impacto profundo no Confea e na
profissão de engenheiro. A própria legislação (Lei 5.194, de 1966) vem
para modernizar e acompanhar o desempenho do sistema Confea/Crea da
época (CONFEA, 2013).
No início da década de 1970, o grande desenvolvimento econômico
levou à construção da Rodovia Transamazônica, da ponte Rio-Niterói, da
Hidrelétrica de Itaipu, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) e da Embratel. No âmbito do Sistema Confea/Crea, destaca-se
a adoção do Código de Ética para os profissionais na engenharia. Entre-
tanto, o panorama econômico sofre alterações em meados dos anos 1970,
com a crise do petróleo. Profissionais da área de tecnologia (Engenharia
inclusa) sofrem com a desaceleração do crescimento, impulsionada pelo
alto endividamento externo do país e pela inflação. Enquanto isso, Creas
– 158 –
Engenharia e legislação
– 159 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 160 –
Engenharia e legislação
7.4 As responsabilidades do
profissional engenheiro
O vasto conjunto de atividades profissionais dos engenheiros engloba
atividades que são responsáveis pelo fornecimento de bens e serviços à
sociedade, abrangendo todo o processo produtivo, bem como pelas carac-
terísticas do produto final ou que atuam sobre o interesse e a propriedade
– pública ou privada – sobre o meio ambiente, sobre as relações interpes-
soais, causando impactos sociais, financeiros ou econômicos aos envolvi-
dos (AVILA, 2000).
No exercício diário da engenharia surgem responsabilidades que se
enquadram em modalidades distintas: técnica ou ético-profissional, civil,
– 161 –
Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
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Engenharia e legislação
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Introdução à Engenharia da Produção
Síntese
Vimos neste capítulo como o conhecimento a respeito da legislação
nacional é importante para o exercício profissional do engenheiro, não
importando a modalidade de engenharia em que ele atua. Vimos como o
sistema Confea/Crea auxiliou no processo de evolução jurídica da Enge-
nharia no país para superar todos os obstáculos econômicos e sociais que
se apresentaram ao longo da história, participando como agência de fisca-
lização da profissão.
Também vimos que o engenheiro possui várias responsabilidades em
relação a seus empreendimentos/suas obras/ sua atuação de trabalho, sejam
elas técnicas ou ético-profissionais, civis, penais ou criminais, ambientais,
administrativas e trabalhistas. É uma profissão que deve ser levada a sério,
pois qualquer erro pode prejudicar o ambiente, as pessoas e a sociedade
– e o engenheiro irá responder judicialmente por isso. Por quê? Por causa
da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento que protege
tanto o profissional quanto o cliente, funcionando como um contrato, que
garante a segurança do serviço e o pagamento justo pela realização deste.
Atividades
1. Por que o engenheiro possui uma responsabilidade ambiental?
– 172 –
Engenharia e legislação
– 173 –
8
Ética na Engenharia
– 176 –
Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
Para refletir...
Você, com certeza, já ouviu a expressão “a moral é relativa”.
Quando utilizada, tem a finalidade de exprimir o caráter mutável
dos valores morais em grupos sociais e em períodos de tempo
diferentes. Portanto, enquanto a característica fundamental dos
princípios éticos é de permanecerem inalterados e se universali-
zarem, os valores morais tendem a ser conservados pelos grupos
sociais apenas enquanto mantidos inseridos em sua cultura. Em
verdade, o que muda no espaço e no tempo são os paradigmas.
Fonte: Pusch (2010).
Para facilitar a diferenciação dos dois termos, podemos exemplificar
da seguinte forma: impor um certo comportamento sem grandes expli-
cações baseadas na razão, que às vezes só é assegurado por intimidação
e ameaças de dor ou com prêmios e grandes promessas de alegrias, está
inserido no campo da moralidade. Algo considerado como moral pode ter
sua origem em uma conduta baseada em superstições sem fundamento ou
no instinto ou, ainda, em crenças de fundo emocional. Entretanto, é neces-
sário ressaltar que um determinado comportamento ou orientação moral
pode integrar o campo da ética, desde que possua defesa do ponto de vista
racional (MILCENT, 2014).
Um outro conceito importante, pertencente ao ramo do universo
de conjecturas filosóficas, do qual deve-se ter algum conhecimento é o
da deontologia. Vimos que a ética tem procurado investigar a conduta,
estabelecendo princípios para as relações entre as pessoas, classificados
como bem e mal, certo e errado – tudo isso realizado com base na razão.
A moral, por outro lado, tem princípios independentes e liberais para os
valores que regem a direção e o governo da vida de cada um, não delimi-
tando e/ou classificando essas ações em padrões predefinidos. Separados,
ou conjuntamente tratados, esses dois conceitos limitam-se ao plano da
teoria (PUSCH, 2010).
Todos os códigos existentes (de direito penal, de direito civil, de
direito canônico, de trânsito, entre outros) e legislações prescrevem nor-
mas que ditam deveres e estabelecem regras que devem ser acatadas e
– 178 –
Ética na Engenharia
cumpridas. Eles têm em comum uma origem – lugar e data, além dos
autores – no fundamento ético. A sua concepção, na organização social e
política, tem um sentido próprio. Fundamentalmente, são utilizadas para
delimitar e configurar a vida em sociedade (NUNES, 2008).
Quando se trata do domínio da prática, surge um verdadeiro problema:
como essas teorias da ética e da moral podem estabelecer diretrizes con-
cretas de comportamento Figura 8.1 – Jeremy Bentham
para a sociedade? A solu-
ção do problema nos é
proposta num campo dife-
rente da norma ética, defi-
nido por Jeremy Bentham,
em seu tratado publicado
postumamente, em 1834,
intitulado Deontology or
the scíence of morality.
Surge, assim, a deontolo-
gia (PUSCH, 2010).
Analisando a eti-
mologia da palavra, é
possível detectarmos
a união de diferentes
radicais gregos utilizados
para criá-la: são eles déon
+ ontos + logos. O pri-
meiro radical incorpora a
Fonte: Shutterstock.com/Morphart Creation
ideia de dever, o segundo,
literalmente, é o ser, o homem, e o terceiro, dá-lhe a conotação de ciência,
conhecimento. Também do grego, temos o radical déiontos, que significa
necessidade (PUSCH, 2010).
Em uma explicação simples, podemos definir a deontologia como o
estudo ou ensaio sobre os deveres particulares de uma determinada situa-
ção social, no caso aqui representado, o da atuação profissional. De modo
compreensível, é necessário presumir uma teoria geral da ação humana,
que deve advir da ética geral, e uma teoria especial de acordo com a(s)
– 179 –
Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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Ética na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
Síntese
Vimos, nesse capítulo, a importância da ética na profissão do enge-
nheiro. Primeiramente, foram apresentadas definições para o termo ética,
diferenciando-a de moral. Também foram apresentadas a definição e a
aplicação da deontologia na engenharia. Foi possível perceber que ética
está presente em todos os aspectos da vida, seja no âmbito pessoal, seja na
– 196 –
Ética na Engenharia
Atividades
1. Analise a seguinte afirmativa do Código de Ética Profissional e
classifique-a como verdadeira ou falsa: Nas relações com os clien-
tes, com os empregadores e com os colaboradores, é permitido
formular proposta de salário inferior ao mínimo profissional legal.
2. Diferencie ética de moral.
3. Explique o que é deontologia.
4. Você trabalha com outro colega engenheiro na implementação
de procedimentos para o descarte apropriado de resíduos de uma
indústria. Ele é o responsável por resíduos líquidos, que são des-
pejados em rios locais, e você percebe que ele tem permitido
níveis de alguns produtos químicos ligeiramente superiores aos
permitidos pela lei. Você fala sobre isso, mas ele diz que, uma vez
que os níveis são apenas ligeiramente acima dos limites legais,
não existem questões éticas ou de segurança envolvidas, e que não
vale a pena o trabalho e o custo para corrigi-los. Você concorda
com o seu colega? Se não, você deve tentar levá-lo a corrigir o
problema, ou isso não é da sua conta, pois ele é o responsável?
Se ele se recusar a corrigir os problemas, você deve relatar isso
ao seu chefe? E se ninguém na sua empresa fizer nada a respeito,
você está preparado para relatar o problema diretamente à agên-
cia ambiental ou deve fazê-lo apenas em caso de haver um risco
muito mais grave para a saúde pública e segurança?
– 197 –
9
A importância
da comunicação
na Engenharia
– 200 –
A importância da comunicação na Engenharia
– 201 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 202 –
A importância da comunicação na Engenharia
– 203 –
Introdução à Engenharia da Produção
Alguns problemas podem também ser originados pelos ruídos que ocor-
rem durante a transmissão da mensagem (TELLES, 2009).
Para Chiavenato (2003) e Naquit (2017), dentro do processo de
comunicação, podem ocorrer três tipos de barreiras:
2 barreiras pessoais – aquelas provocadas por intervenções advin-
das das limitações, dos valores, das crenças e das percepções de
cada pessoa. Imagine a seguinte situação: um chefe comunica a
um empregado que ele deve tomar cuidado com a verificação
ortográfica antes de entregar um memorando. Um funcioná-
rio com um ponto de vista pessoal negativo pode interpretar o
comentário como negativo e ficar com raiva ou com medo de
perder o emprego. Um funcionário com um ponto de vista pes-
soal positivo pode ver isso como uma oportunidade de melho-
rar seus conhecimentos. Emoções, preocupações, classe social,
educação, etc. são exemplos de barreiras pessoais.
2 barreiras físicas – interferências que ocorrem no ambiente
em que acontece o processo comunicativo. É independente dos
indivíduos que se comunicam. Exemplos de barreiras físicas
para a comunicação incluem a construção de estradas, música
alta, troca de mensagens de texto durante a conversa, mesas
mal dispostas e lugares de reunião desconfortáveis. As bar-
reiras físicas também afetam a comunicação escrita, como no
caso de uma carta manchada ou desbotada.
2 barreiras semânticas – interferências ocasionadas por limita-
ções ou distorções decorrentes dos símbolos utilizados durante
a comunicação. São muitas vezes provocadas porque os indi-
víduos são de diferentes culturas, o que impede que as partes
envolvidas determinem um significado comum para as pala-
vras. O uso de jargões específicos de um campo profissional ou
de palavras e expressões coloquiais específicas de uma região
é um exemplo de barreira semântica. Um médico que explica
um diagnóstico a um paciente, por exemplo, irá transmitir a
mensagem de forma menos eficaz se usar exclusivamente a
terminologia médica.
– 204 –
A importância da comunicação na Engenharia
– 205 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 206 –
A importância da comunicação na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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A importância da comunicação na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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A importância da comunicação na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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A importância da comunicação na Engenharia
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Introdução à Engenharia da Produção
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A importância da comunicação na Engenharia
– 215 –
Introdução à Engenharia da Produção
– 216 –
A importância da comunicação na Engenharia
Muita atenção tem sido dada às formas como um líder pode ter influên-
cia no comportamento de seus liderados dentro das organizações. Um dos
principais pontos relacionados a esse poder de influência é a comunicação
(LIMA, 2010). Segundo Pinto (2007), estabelecer uma comunicação efi-
ciente é totalmente relevante para empresários e administradores, por se
tratar de um processo que está presente em diversas funções, como pla-
nejamento, organização, coordenação de atividades, liderança e controle.
Saber se comunicar é essencial para que se possa cumprir os propósitos
da organização.
Atualmente, grande parcela dos engenheiros encontra-se inserida no
mercado de trabalho no setor administrativo, como gerentes, por exemplo.
Nessa área, ter uma boa capacidade de se comunicar bem é indispensável,
pois haverá muitos funcionários subordinados a eles. Para garantir o bom
funcionamento da empresa, é necessário que a comunicação seja feita de
forma correta por todo o caminho: do dono da empresa até o de menor
grau de poder. A motivação de uma equipe ou os talentos de seus inte-
grantes não são suficientes se não existir comunicação – sem esse fator a
reunião de grandes mentes não potencializa a força humana da empresa
(CARNEIRO; SOUZA; PEROSA, 2017).
O engenheiro deve buscar estabelcer uma relação respeitosa e ami-
gável com seus subordinados, sabendo ser rígido, quando necessário, bem
como ser fonte de auxílio no que for preciso. Isso porque o sucesso de um
líder depende em grande parte dos bons resultados obtidos por seus subor-
dinados (CARNEIRO; SOUZA; PEROSA, 2017).
Um bom líder deve ser um comunicador talentoso, pois quando se
tem funcionários sob sua responsabilidade, uma de suas obrigações é moti-
vá-los e incentivá-los na realização de suas atividades, visando produzir
mais e melhor. Além disso, cargos de liderança vêm com a carga de diálo-
gos entre os funcionários e os chefes. Para isso acontecer de uma maneira
mais fácil, é importante que exista uma relação mútua de confiança entre
os envolvidos e que o clima da empresa seja o mais agradável possível.
Essas caracteríticas são fundamentais para um processo de comunicação
eficiente, aumentando as chances de sucesso e de bom funcionamento
da empresa. Um bom comunicador não é necessariamente um líder, mas
sem dúvida, um líder precisa ser um bom comunicador. Ao observarmos a
– 217 –
Introdução à Engenharia da Produção
visão atual do líder, notamos que o espaço antes preenchido por um estilo
autoritário passa a ser ocupado por pessoas que, independentemente dos
seus cargos ou hierarquias, tendem a exercer maior poder de influência
sobre outras pessoas (CARNEIRO; SOUZA; PEROSA, 2017).
Os funcionários têm o líder como referência. Geralmente, é nele que
eles buscam se espelhar. É para ele que esses trabalhadores relatam pro-
blemas, esclarecem dúvidas, reclamam de algo que está ocorrendo. Para
isso, um líder deve ser exímio em se comunicar de forma objetiva e trans-
parente, sempre buscando o melhor para o funcionário e para a empresa
(SCHMID, 2007).
O sucesso de uma organização é resultado direto de um bom processo
de comunicação. Para isso ser possível, os líderes devem se comunicar de
forma diária e constante, e não apenas quando ocorrem falhas ou novida-
des. Só assim é possível encontrar pessoas motivadas dentro da empresa
– quando elas sabem seu propósito ali dentro e entendem que o sucesso
será uma consequência disso. Logo, quando se deseja ser um líder e enge-
nheiro de destaque, é necessário, primeiramente, o bom desenvolvimento
da comunicação. Os profissionais que apresentam essa habilidade são os
mais estimados pelo mercado de trabalho por quase sempre conseguirem
influenciar e convencer os seus subordinados na realização de determinado
objetivo. Outra característica valiosa é saber ouvir críticas sobre determi-
nados assuntos, e aceitá-las (SCHMID, 2007; LOVIZZARO, 2003).
– 218 –
A importância da comunicação na Engenharia
– 219 –
Introdução à Engenharia da Produção
Síntese
Vimos nesse capítulo a importância da comunicação na profissão do
engenheiro. Seja ela oral ou escrita, está intrinsecamente ligada ao coti-
diano desse profissional. Comunicar é transmitir uma mensagem, o que
ocorre por meio de um processo de comunicação. Nesse processo estão
envolvidos, além da mensagem, uma fonte, um emissor, um receptor, um
canal e ruídos. Esse último é o que dificulta o processo de comunicação.
A comunicação pode ser feita de diversas formas, mas, na engenharia,
destacamos duas formas: a escrita, muito presente em relatórios, atas
e outros documentos, e a oral, que é frequente em reuniões, palestras
e outras apresentações. Embora esse assunto ainda encontre resistên-
cia por estudantes de graduação em engenharia, ele é muito importante
para o profissinal inserido no mercado – ninguém trabalha sozinho, é
preciso se comunicar e se comunicar bem. Falhas de comunicação são,
na maioria das vezes, traduzidas como prejuízos financeiros. Por esse
motivo, existem várias dicas que podem ajudar o engenheiro a desenvol-
ver a habilidade da comunicação: leitura, treinamentos, conhecimento
do assunto etc. Tudo isso para que o engenheiro possa ser um bom pro-
fissional e um bom líder dentro da empresa.
– 220 –
A importância da comunicação na Engenharia
Atividades
1. Quais elementos fazem parte do modelo de processo de comuni-
cação proposto por Claude E. Shannon e Warren Weaver?
2. Uma empresa do setor têxtil estava decidida a interromper o tra-
balho de uma de suas divisões produtivas devido a problemas
técnicos em um equipamento que exigiria altos investimentos
na reposição de peças. O problema foi colocado aos funcioná-
rios da companhia por meio do “jornalzinho interno”. O retorno
veio por artigo, publicado no jornal mural, no qual um gerente
da principal unidade fabril apresentou uma ideia inovadora que
favoreceu a resolução do problema de forma rápida, duradoura
e de baixo custo. Qual a forma de comunicação utilizada em
ambas as situações?
3. Quais fatores caracterizam uma boa redação técnica? Explique
cada um deles.
4. Quais os tipos de barreira que podem prejudicar a comunicação?
– 221 –
10
A engenharia de
produção e as
novas tecnologias
Figura 10.1 – Biga do Império Romano – espécie de carruagem que era movida a tração animal
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de locais, tipos, horários e hábitos dos animais caçados, bem como estra-
tégias de grupos, armas, entre outros. Ao longo do tempo, essa tecnolo-
gia foi evoluindo por meio da transmissão do conhecimento de geração a
geração, sofrendo aperfeiçoamentos, associações e combinações (SILVA,
2002; AMARAL, 2015).
O movimento mais significativo de transformação do pensamento
técnico, afastando-o do caráter descritivo para se comprometer com
experimentação, verificação e comprovação de dados e teorias, ocorreu
no princípio do século XVIII, pelo estreitamento dos laços entre o saber
técnico e o saber intelectual. O uso do termo “tecnologia” tem origem
na Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no final do século XVIII.
Depois dessa época, seu significado foi expandido para abranger outras
áreas do conhecimento, além dos setores das indústrias têxtil e mecânica
inicialmente desenvolvidos (ALVES, 2009; SILVA, 2002).
A humanidade passou por grandes guerras (que tiveram papéis fun-
damentais para a evolução tecnológica), pelas diversas fases da Revolu-
ção Industrial e chegou até o momento da robótica, da genética e da tec-
nologia da informação. É fato que no século XXI experimenta-se a era
da informação, na qual as tecnologias em conjunto com a comunicação
proporcionam um ritmo acelerado para o desenvolvimento da civilização
humana. Assim, neste momento, o foco do estudo da tecnologia passa a
ser o aprofundamento de conhecimentos para encontrar meios de atin-
gir um objetivo final, com base em princípios verdadeiros e experiências
seguras, tudo isso segundo uma ordem sistemática. É dessa maneira que
o termo tecnologia passa a ser tido como a utilização de saberers cientí-
ficos na resolução de problemas, sinônimo de ciência aplicada (ALVES,
2009; AMARAL, 2015). Embora nem sempre verdadeira, essa definição
encontra seu lugar no mundo atual, em que a tecnologia passa a ser cada
vez mais dependente de conhecimentos científicos.
Essa estreita ligação estabelecida entre a ciência e a tecnologia origi-
nou o termo Ciência e Tecnologia, designado pela sigla C&T. Essa união
ocorreu no momento em que o método científico passou a ser utilizado
para aperfeiçoar a inovação tecnológica. Porém, é importante destacarmos
que o domínio do conjunto de saberes específicos é o responsável por for-
mar a tecnologia. Isso permitirá a preparação das instruções necessárias
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Case de inovação
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Síntese
Neste capítulo, apresentamos a definição de tecnologia e de inovação
e os tipos de inovação que podem ocorrer nas organizações. Primeira-
mente, vimos que a tecnologia representa muito mais do que o objeto, a
máquina, o serviço – ela abrange todo o conhecimento por trás do desen-
volvimento de um produto. E é a inovação a responsável por esse processo.
Quando algo inovador é inventado, é necessária sua aceitação, absorção e
difusão no mercado consumidor. Inovações ocorrem de diversas formas:
no produto, no processo, nas organizações e até mesmo no marketing.
O profissional engenheiro, cuja formação possibilita uma ampla
atuação no mercado, pode focar seu trabalho na busca de melhorias sim-
ples ou inovações no processo ou no produto da empresa – ou seja, um
diferencial. Desse modo, ele é fundamental para tornar a empresa cada
vez mais competitiva.
Atividades
1. Diferencie invenção e inovação e explique como estas palavras
estão, de certa maneira, intimamente ligadas.
2. O que é inovação de produto? O que é inovação de processo?
3. O que é inovação organizacional?
4. Organizações inovadoras possuem certas características culturais
distintas das demais. Cite pelo menos cinco dessas características.
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Gabarito
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Gabarito
2. Engenharia e sociedade
1. O primeiro impacto é o medo. Todas as pessoas daquele lugar,
e do Brasil inteiro, passaram a temer barragens. Entretanto,
para aqueles mais próximos, temos pessoas que perderam o
sustento, tanto aquele tirado da terra como aquele tirado dos
rios, que foram completamente poluídos. A perda de entes
queridos, de provedores e da principal atividade econômica
do local contribuíram, inclusive, para diminuir o comércio e o
turismo da região.
2. Saber se o produto é poluente, é tóxico, se é produzido respeitando
o trabalhador e o meio ambiente e se não são realizados testes
em animais – são questões que devem ser levantadas durante o
desenvolvimento de um novo produto para que este possa ser
aceito pela sociedade.
3. Os conhecimentos técnicos não são mais suficientes para a
formação do engenheiro. Ele precisa saber se relacionar com
as pessoas e fazer parte da sociedade. O fator humano tem
sido inserido na formação do engenheiro – afinal, suas obras,
produtos, tecnologias são desenvolvidas para melhorar a vida
das pessoas.
4. Porque por muito tempo os objetivos dos capitalistas e dos
engenheiros se alinhavam. Hoje, com legislações trabalhistas e
ambientais, o engenheiro passa também a defender e ser a voz
dos trabalhadores. Ele pode, inclusive, funcionar como uma
ponte entre detentor de capital e funcionários de chão de fábrica.
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2. São os princípios:
a) Visão organizacional – a organização constitui-se de
vários processos;
b) Eliminação de barreiras, abandonando práticas geren-
ciais ultrapassadas;
c) Comunicação entre todos os setores da organização;
d) Avaliação contínua, para a manutenção do nível da qualidade;
e) Melhoria contínua ou kaizen;
f) Relacionamentos cliente/fornecedor devem ser duradouros,
no sentido de ambas as partes saírem ganhando;
g) Empoderamento do trabalhador;
h) Treinamento, para solução de problemas, utilização de ferra-
mentas estatísticas simples e ainda de autodesenvolvimento.
3. A conceitualização do termo desenvolvimento sustentável inclui
um fator-chave: processos produtivos que, ao mesmo tempo,
promovam a redução do uso de recursos naturais, na condição
de insumos, e potencializem a produção para o consumo da
sociedade, com baixos índices de poluição associados.
4. Economicamente viável, ambientalmente correto e social-
mente justo.
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Gabarito
5. A engenharia no Brasil
1. Os grandes centros urbanos são as regiões que mais atraem esses
trabalhadores. Tal fato deve-se, entre outros motivos, à concen-
tração das atividades produtivas nesses centros, em especial
nos setores de serviços como construção, serviços prestados às
empresas e serviços industriais de utilidade pública.
2. Nesse caso, ele tem maior independência de decisão sobre sua
profissão, estabelecendo seus honorários e condições de traba-
lho, atuando geralmente em escritório próprio. Assim, o enge-
nheiro acaba sendo contratado por uma empresa, atuando dire-
tamente para ela, prestando serviços técnicos permanentes ou
trabalhando por empreitada, desenvolvendo serviços específicos
e predeterminados em contrato.
3. O caminho mais comum para entrada dos engenheiros no mer-
cado de trabalho é pela participação em programas de estágio
realizados ao longo do curso de graduação ou após esse período,
quando são contratados como trainee.
4. Características: Conhecimentos objetivos, relações humanas,
experimentação, comunicação, trabalho em equipe, aperfeiçoa-
mento contínuo e ética profissional.
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7. Engenharia e legislação
1. A preocupação da sociedade com o meio ambiente e com os efei-
tos que as obras de engenharia nele causam tem sido crescente.
Obras de terraplenagem, rodovias, aterros hidráulicos, hidrelétri-
cas, linhas de transmissão, unidades fabris, entre outros, causam
um impacto ambiental tão grande que não é mais aceitável que
apenas biólogos ou engenheiros especializados na área ambien-
tal se preocupem com o assunto – passou a ser de importância
para todos os ramos de engenharia, o que exige conhecimentos a
respeito da legislação ambiental brasileira (AVILA, 2000).
2. É formado pelo conjunto de entidades que administram o
sistema socioeconômico do país e que controlam o processo
de desenvolvimento, por meio da exigência de normativas para
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Gabarito
8. Ética na Engenharia
1. Falsa. O engenheiro deve receber pagamento pelos serviços que
tenha efetivamente prestado, atentando ao seu justo valor.
2. A ética é intimamente ligada à moral, mas esses termos não
devem ser confundidos. A moral está relacionada a comporta-
mentos defendidos por argumentos não racionais, cujas orien-
tações são fortemente influenciadas pela cultura de um determi-
nado grupo, pelo espaço onde ele está inserido e pelo período
histórico analisado. As aplicações cotidianas não seguem regras
ou princípios – as orientações seguem os valores espirituais
manifestados pelo indivíduo em seu grupo. Enquanto isso, a
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Gabarito
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Introdução à Engenharia da Produção
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Referências
Introdução à Engenharia da Produção
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Referências
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Referências
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O profissional Engenheiro de Produção tem se tornado cada vez mais atraente
para o mercado de trabalho. Entender as origens e o papel desse profissional
no mercado é o objetivo dessa obra.
Da origem da profissão engenheiro, nos primórdios da humanidade, passando
pela Revolução Industrial e chegando ao momento atual, a busca por soluções
frente a problemas guia a evolução dessa profissão. Esse processo é respon-
sável por mudanças que atingem diversos setores, inclusive o de produção.
A relação da profissão com o meio ambiente, a qualidade, a ética, a comunica-
ção e a sociedade também é importante para o bom desempenho das ativida-
des no cotidiano desse profissional.
A tecnologia e a inovação também estão intimamente atreladas tanto à evolu-
ção quanto ao desempenho do profissional engenheiro. Hoje, é praticamente
impossível produzir e viver sem fazer o uso de tecnologias.
Todos esses temas são extremamente relevantes para a inserção de um bom
engenheiro no mercado de trabalho.