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A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente escrito, seja das
frases ou das ideias presentes. Já a interpretação de texto, está ligada às conclusões que
podemos chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. É o entendimento subjetivo
que o leitor teve sobre o texto. É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém, não
é possível interpretá-lo sem compreendê-lo.
1. Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou ideias que se
contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.
2. Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que consiste na
repetição de alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto coerente precisa
transmitir alguma informação, mas quando há repetição excessiva de palavras ou
termos, o texto corre o risco de não conseguir transmitir a informação. Caso ele
não construa uma informação ou mensagem completa, então ele será incoerente
3. Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que
não se relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas
partes contenham certa coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou
fatos não relacionados entre si, fere o princípio da relevância, e trazem incoerência ao
texto.
Outros dois conceitos importantes para a construção da coerência textual são a CONTINUIDADE
TEMÁTICA e a PROGRESSÃO SEMÂNTICA.
Há quebra de continuidade temática quando não se faz a correlação entre uma e outras partes
do texto (quebrando também a coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem
avisar ao leitor.
Já a quebra da progressão semântica acontece quando não há a introdução de novas
informações para dar sequência a um todo significativo (que é o texto). A sensação do
leitor é que o texto é demasiadamente prolixo, e que não chega ao ponto que interessa, ao
objetivo final da mensagem.
Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes do
texto, do parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que
um dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias,
fazendo com que umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo
significativo que é o texto.
Tipos de Intertextualidade
Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais
comuns são:
Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica irônica
de caráter humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos
“para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”.
Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto
original, entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego
(paraphrasis), significa a “repetição de uma sentença”.
Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, resenhas,
monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado
pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar
um artigo sobre Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.):
"A cultura é o melhor conforto para a velhice".
Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que dialoga
com ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de
outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem relacionar a
fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação” (citare) significa
convocar.
Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo
“alusão” (alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Polifonia
Na linguística, a polifonia textual é uma característica dos textos em que estão presentes
diversas vozes. O termo polifonia é formado pelos vocábulos “poli” (muitos) e “fonia” (relativo
ao som, voz). Em outras palavras, a polifonia aponta a presença de obras ou referências que
aparecem dentro de outra.
Esse termo é aplicado em outras áreas, sobretudo a musical. Nesse caso, a polifonia musical é
quando há presença de duas ou mais vozes na melodia ou ainda, um instrumento capaz de
produzir mais sons de maneira simultânea.
Tipos de Polifonia
Segundo a área de atuação, o conceito de polifonia é dividido em:
Polifonia Textual
Polifonia Discursiva
Polifonia Literária
Polifonia Discursiva
Polifonia Musical
Polifonia e Intertextualidade
O conceito de polifonia está intimamente relacionado com o de intertextualidade. Isso porque
a intertextualidade é um recurso linguístico utilizado entre os textos. Nela, é possível observar
o diálogo estabelecido entre os textos, ou seja, a referência entre eles.
Níveis de linguagem.
Os níveis da linguagem, também chamados de níveis da fala, são os diferentes registros em que
a linguagem pode ser utilizada pelos falantes, conforme o contexto comunicativo, o nível de
escolarização dos falantes, a interação com diferentes interlocutores, …
Existem dois níveis da linguagem principais: o culto e o coloquial.
O registro culto, chamado de norma culta, linguagem formal e registro formal, é usado na
linguagem escrita, na escola e no trabalho, na comunicação social, em situações que requerem
uma maior seriedade, quando não há familiaridade entre os interlocutores da comunicação.
O registro coloquial, também chamado de linguagem coloquial, linguagem informal e linguagem
popular, é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação e em conversas
descontraídas entre familiares, amigos, conhecidos, vizinhos, ...,
De maneira geral, os falantes utilizam a linguagem coloquial nas situações comunicativas
mais informais, isto é, nos diálogos entre amigos, familiares etc.
A linguagem regional está relacionada com as variações ocorridas, principalmente na fala, nas
mais variadas comunidades linguísticas. Essas variações são também chamadas de dialetos. O
Brasil, por exemplo, apresenta uma imensa variedade de regionalismos na fala dos usuários
nativos de cada uma de suas cinco regiões.
A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de expressão cotidiana.
Ela está relacionada ao cotidiano de certos grupos sociais e podem ser incorporadas ao léxico de
uma língua conforme sua intensidade e frequência de uso pelos falantes, mas, de maneira geral,
as palavras ou expressões provenientes das gírias são utilizadas durante um tempo por um certo
grupo de usuários e depois são substituídas por outras por outros usuários de outras gerações.
É o caso, por exemplo, de uma gíria bastante utilizada pelos falantes nas décadas de 80 e 90:
“chuchu, beleza”, mas que, atualmente, está quase obsoleta.
A linguagem vulgar é exatamente oposta à linguagem culta/padrão. As estruturas
gramaticais não seguem regras ou normas de funcionamento. O mais interessante é que,
mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes conseguem compreender a mensagem e
seus efeitos de sentido nas trocas de mensagens. Podemos considerar a linguagem vulgar como
sendo um vício de linguagem. Veja alguns exemplos bastante recorrentes em nossa língua: “Nóis
vai” “Pra mim ir” “Vamo ir”
Adequação vocabular
É adequar as palavras a situação de fala. Muitas palavras podem assumir significados diferentes
segundo o contexto. Dizemos que elas se encontram em sentido deslocado. É como dizia
Carlos Drummond de Andrade em Procura da poesia: “cada uma (a palavra) tem mil faces sob
a face neutra”. Isso quer dizer que por meio do contexto pode-se atribuir significados diferentes
a uma mesma palavra.
Entretanto, isso não acontece à revelia. Deve-se respeitar o raio de ação da palavra em questão
para que não se cometa um erro de adequação vocabular.
Ortoépia e prosódia
São duas áreas da gramática, relacionadas com a fonologia e a fonética, que tratam da correta
pronúncia e acentuação das palavras. Os desvios ocorridos nestas duas áreas normalmente se
refletem na escrita dado que as pessoas têm tendência para escrever as palavras tal como
dizem, dando origem a erros. Em relação à ortoépia, por exemplo, se uma pessoa normalmente
fala “bandeija”, quando for escrever a palavra terá a tendência para a escrever da forma errada,
mesmo que a forma correta seja “bandeja” ou ainda, em relação à prosódia, se alguém costuma
falar “récorde”, tende a escrever tal como fala embora a forma correta de escrita seja “recorde”.
A ortoépia se refere à correta articulação dos grupos vocálicos e dos fonemas consonantais,
determinando as normas que guiam a pronúncia correta das palavras. Os erros de ortoépia são
chamados de cacoépia.
Exemplos de erros de ortoépia:
absurdo (erradamente pronunciado abisurdo)
advogado (erradamente pronunciado adevogado)
beneficente (erradamente pronunciado beneficiente)
calvície (erradamente pronunciado calvice)
cérebro (erradamente pronunciado célebro)
companhia (erradamente pronunciado compania)
freada (erradamente pronunciado freiada)
iogurte (erradamente pronunciado iorgute)
lagartixa (erradamente pronunciado largatixa)
mendigo (erradamente pronunciado mendingo)
óbvio (erradamente pronunciado óbivio)
propriedade (erradamente pronunciado propiedade)
próprio (erradamente pronunciado própio)
reivindicar (erradamente pronunciado reinvindicar)
retrógrado (erradamente pronunciado retrógado)
sobrancelha (erradamente pronunciado sombrancelha)
umbigo (erradamente pronunciado imbigo)
A prosódia se refere à correta acentuação dos vocábulos, nomeadamente quanto à posição da
silaba tônica. É o estudo das propriedades acústicas associadas à fala que não são
reconhecíveis no registro ortográfico.
Exemplos de erros de prosódia:
avaro (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
filantropo (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
ínterim (palavra proparoxítona erradamente pronunciada como oxítona)
libido (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
nobel (palavra oxítona erradamente pronunciada como paroxítona)
pudico (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
recorde (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
rubrica (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
ruim (palavra oxítona erradamente pronunciada como paroxítona)
Casos especiais
- Algumas palavras apresentam dupla prosódia, ou seja, dupla pronúncia e grafia, mantendo o
mesmo significado.
Exemplos de dupla prosódia:
acrobata e acróbata
azálea e azaléia
boêmia ou boemia
hieróglifo e hieroglifo
homilia ou homília
logotipo e logótipo
Oceania e Oceânia
ortoépia e ortoepia
projétil e projetil
réptil e reptil
xerox e xérox
- Certas palavras têm significados diferentes conforme a acentuação que apresentam.
Exemplos:
cupido e cúpido
rupia e rúpia
sutil e sútil
valido e válido
vivido e vívido
Outras palavras mudam o timbre de uma vogal ao passarem para o plural: os chamados plurais
metafônicos.
Exemplos de plurais metafônicos:
caroço (ô) e caroços (ó)
corvo (ô) e corvos (ó)
grosso (ô) e grossos (ó)
imposto (ô) e impostos (ó)
morto (ô) e mortos (ó)
tijolo (ô) e tijolos (ó)
torto (ô) e tortos (ó)
A norma culta.
A norma culta é o conjunto de regras e padrões linguísticos usados por falantes com alto nível
de escolaridade. Considerada a variedade linguística de maior prestígio, é utilizada em
documentos oficiais, artigos científicos, trabalhos acadêmicos, documento jurídicos, ...
→ Hífen
Se a acentuação é o conteúdo que recebeu mais modificações, o hífen é a mudança do acordo
que rende mais polêmicas, visto que palavras que não tinham hífen passaram a ter, outras
perderam o sinal, além de palavras que perderam o hífen e ainda repetem as letras.
Relação grafema/fonema.
Grafema é letra, símbolo gráfico utilizado para constituir palavras. Fonema é a unidade sonora
utilizada para formar e distinguir palavras. O grafema é a representação gráfica do fonema. Na
palavra “casa”, temos 4 letras e 4 fonemas, mas em “guerra” temos 6 letras e 4 fonemas.
Grafemas são aquelas letras simples, onde cada letra representa um grafema como na palavra
“casa”, cada letra é um grafema, onde cada letra possui um “som” elementar. A palavra casa
corresponde sucessivamente aos sons “k”, “a”, “z” e “a”, portanto temos 4 letras e 4 grafemas.
Temos também os grafemas complexos, grupos de letras, que no português não são mais do
que duas, que pronunciamos como um “som” elementar. Por exemplo a palavra “chá” que tem
seu primeiro som inicial composto pelas letras “ch” que tem o mesmo som inicial da letra “x” e
depois “á” que tem o som de “a”, portanto 3 letras e 2 sons.
A Palavra CHÁ possui 3 letras e 2 Grafemas. A palavra CASA possui 4 letras e 4 Grafemas.
Grafemas são, portanto, mais exatamente, as letras ou grupos de letras que correspondem a
um fonema (MORAIS, 2013 pág. 21)
Já os Fonemas não são sons, fonema é uma abstração do som, é uma palavra técnica, tal como
átomo, gene aminoácido etc.
Cada letra ou um pequeno grupo de letras possui um som elementar, mas seu nome não é som,
seu nome consagrado na linguística é fonema. Ou seja, fonema é antes uma abstração do som.
Os fonemas representam movimentos articulatórios complexos, por exemplo:
O “b” representa o conjunto de movimentos articulatórios que são efetuados quando dizemos
/ba/, /be/, ao pronunciar esta silabas repare no que você fez com a boca. Se a tinha aberta,
fecharia, Onde Ficou os lábios?
Produz-se o /b/ fechando os lábios, por isso se diz que é uma oclusiva labial. Comece
pronunciando /ba/ mas tente não dizer o /a/ deve ter notado que não é possível pronunciar o
/b/ isoladamente, você deve ter tido a impressão de que empurrou a boca para frente com o ar
que vinha dos pulmões.
Pontuação.
Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa,
bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o
papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da
informação transmitida.
2. Pontos
2.1 - Ponto-final (.): É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.
2.2 - Ponto de Interrogação (?): O ponto de interrogação é usado para:
a) Formular perguntas diretas:
Você quer ir conosco ao cinema?
Desejam participar da festa de confraternização?
b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma
determinada situação:
O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)
Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?
(expectativa)
2. 3 –Ponto de Exclamação (!): Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa,
súplica, ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)
b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!
Observações dignas de nota:
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração,
o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!
* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há
problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.
6. Reticências (...): São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de
continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...
7. Parênteses ( ): São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer
simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio
de vírgulas).
Temas verbais:
estudar (estuda-r)
atender (atende-r)
É a junção do radical com assumir (assumi-r)
Tema
uma vogal temática. Temas nominais:
casas (casa-s)
carros (carro-s)
pares (pare-s)
-o = masculino
Indicam as flexões que uma
-a = feminino
palavra pode apresentar:
-s = plural
em número;
-va = pretérito imperfeito do
em gênero;
Desinências indicativo
em modo;
-sse = pretérito imperfeito do
em tempo;
subjuntivo
em número;
-mos = 1.ª pessoa do plural
em pessoa.
-m = 3.ª pessoa do plural
Prefixos:
São prefixos e sufixos que se
descontente (des- + contente)
juntam a uma palavra para
impossível (im- + possível)
Afixos formar uma nova palavra.
Sufixos:
Prefixos = antes do radical
cantar (canto + -ar)
Sufixos = depois do radical
somente (so + -mente)
Formação de palavras
Existem diversos processos que possibilitam a formação de novas palavras. Os dois processos
principais são a derivação e a composição.
Existem vários tipos de derivação e composição:
derivação prefixal;
derivação sufixal;
derivação parassintética;
derivação regressiva;
derivação imprópria;
composição por justaposição;
composição por aglutinação.
Processos de
Caracterização Exemplos
formação
envernizar
(en- + verniz + -izar)
Derivação Acrescenta-se um sufixo e um apodrecer
parassintética prefixo a uma palavra já existente. (a- + podre + -ecer)
engordar
(en- + gordo + -ar)
aguardente
Composição Há alteração das palavras (água + ardente)
por aglutinação formadoras, que se fundem. vinagre (vinho + acre)
dessarte (dessa + arte)
Classes de palavras.
As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome,
artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.
Essas categorias são divididas em:
Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero e número: substantivo, verbo,
adjetivo, pronome, artigo e numeral.
Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.
Substantivo: É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares,
qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza.
A Ana é super inteligente.
O Brasil é lindo.
A tua beleza me encanta.
Verbo: É a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais como: existir, sou,
chovendo.
Existe motivo para preocupação?
Sou seu vizinho do lado.
Chovendo, eu não vou.
Adjetivo: É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais como: feliz,
superinteressante, amável.
A criança ficou feliz.
O artigo ficou superinteressante.
Sempre foi amável comigo.
Pronome: É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das
pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.
Eu aposto como ele vem.
Contigo vou até a Lua.
Aquele tipo não me sai da cabeça.
Artigo: É a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.
O menino saiu.
As meninas saíram,
Uns constroem, outros destroem.
Uma chance é o que preciso.
Numeral: É a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um, primeiro,
dezenas.
Um pastel, por favor!
Primeiro as damas.
Dezenas de pessoas estiveram presentes.
Preposição: É a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para.
Entreguei a carta a ele.
As portas abrem após às 18h.
Isto é para você.
Conjunção: É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical, tais
como: mas, portanto, conforme.
Vou, mas não volto.
Portanto, não sei o que fazer.
Dançar conforme a dança.
Interjeição: É a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!, Viva! Psiu!.
Olá! Sou a Rita.
Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.
Psiu! Não faça barulho aqui.
Advérbio: É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo
circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: melhor, demais, ali.
O melhor resultado foi o do atleta estrangeiro.
Não acha que trouxe folhas demais?
O restaurante é ali.
Locução adjetiva: As locuções adjetivas são a junção entre uma preposição e um substantivo,
operando na frase como um adjetivo.
Exemplos:
Cachorro de rua
Quadro com cupim
Arroz de geladeira
Livro sem capa
“De rua”, “com cupim”, “de geladeira” e “sem capa” fazem o papel de adjetivos nesses casos.
Por isso, são locuções adjetivas.
Substantivação do Adjetivo: Outra possível confusão que pode ser feita é quando um adjetivo
é substantivado. Aqui o que importa analisar é a função que a palavra está exercendo, e não
necessariamente memorizar que uma palavra é ou não um adjetivo.
O fraco sempre sairá por último
Nesse caso, “fraco” não é adjetivo. A palavra não está qualificando nenhum substantivo. Ele é o
próprio substantivo. O adjetivo fraco foi substantivado!
Grau do Adjetivo: Quando falamos em graus estamos falando das relações entre as qualidades
de um ou mais seres. Os graus existentes são o positivo, o comparativo e o superlativo.
Grau Positivo: É o grau que simplesmente enuncia a qualidade de algo.
Exemplo: A mulher é linda.
Grau Comparativo: É o grau onde o adjetivo está empregado em uma comparação entre dois
ou mais seres. Veja quais são as possibilidades do Grau Comparativo, e alguns exemplos:
Grau Comparativo de Igualdade – “A mulher é tão linda quanto o homem”.
Grau Comparativo de Superioridade – “A mulher é mais linda que o homem”.
Grau Comparativo de Inferioridade – “A mulher é menos linda que o homem”.
Grau Superlativo: O Grau Superlativo é utilizado quando se pretende dar ênfase na adjetivação.
Existem duas possibilidades de emprego – o Grau Superlativo Absoluto (não faz comparações)
e o Grau Superlativo Relativo (faz comparações).
Grau Superlativo Relativo – “A mulher é a mais linda de sua sala”
Grau Superlativo Absoluto – “A mulher é lindíssima! ”
Importante dizer que no Grau Superlativo Absoluto existem duas possibilidades. A utilização de
expressões como “muito linda” ou a utilização do adjetivo modificado, como “lindíssima”. Daí
surgem mais duas classificações:
Grau Superlativo Absoluto Sintético – “A mulher é lindíssima! ”
Grau Superlativo Absoluto Analítico – “A mulher é muito linda! ”
Artigo: é o termo que vem antes do substantivo, esclarecendo três pontos importantíssimos
sobre ele:
Se o substantivo é definido ou indefinido
Se o substantivo é masculino ou feminino
Se o substantivo está no singular ou no plural
Exemplos de artigos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
Artigo Definido: O Artigo Definido é utilizado para apontar um ou mais seres especificamente.
Veja o exemplo de quatro frases onde o Artigo Definido é utilizado:
“A Holanda vendeu seu petróleo”
“As gatas comeram carne”
“O homem saiu pela porta”
“Os garotos compraram queijo”
Como você pode ver, nesses casos há uma delimitação do substantivo em relação a seres
específicos.
Artigo Indefinido: Ao contrário do Artigo Definido, o Artigo Indefinido deixa oculto a quais ou
qual ser se refere. Ele generaliza o substantivo.
Veja alguns exemplos de Artigos Indefinidos sendo aplicados:
“Um suspeito passou por aqui”.
“Uns homens chegaram no bar”.
“Uma barata apareceu na sala”.
“Umas meninas tocaram o sino”.
Quando um artigo feminino definido (a/as) está junto com uma proposição “a”, usa-se o sinal
da crase.
Pronome: nada mais é que uma palavra que substitui ou pode substituir um substantivo.
Isso pode acontecer de diversas formas, por isso existem seis tipos de pronome:
1. Pronome pessoal
2. Pronome possessivo
3. Pronome demonstrativo
4. Pronome indefinido
5. Pronome interrogativo
6. Pronome relativo
Pronome Pessoal: Pronome pessoal é aquele que substitui o nome de alguém em uma
construção gramatical. Além disso, ele relaciona o nome a uma das 3 pessoas gramaticais. Veja
quais são as três pessoas gramaticais:
Eu/nós (1ª pessoa) – a pessoa que fala.
Tu/vós (2ª pessoa) – a pessoa com quem falamos.
Ele/eles (3ª pessoa) – a pessoa de quem falamos.
O pronome pessoal pode ser de três tipos:
1. Reto
2. Oblíquo
3. De tratamento
Pronome Pessoal Reto: O Pronome Reto é aquele que representa o sujeito do verbo na oração.
São eles:
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Veja um exemplo dos pronomes pessoais retos acompanhados dos verbos:
Eu compro
Tu compras
Ele compra
Nós compramos
Vós comprais
Eles compram
Esses são os pronomes mais comuns na utilização cotidiana do Português.
Pronome Pessoal Oblíquo: O Pronome Oblíquo é aquele que tem como função a
complementação do verbo. Veja quais são os pronomes oblíquos:
1ª pessoa do singular – me, mim, migo
2ª pessoa do singular – te, ti, tigo
3ª pessoa do singular – o, a, lhe, se, si, sigo
1ª pessoa do plural – nos, nosco
2ª pessoa do plural – vos, vosco
3ª pessoa do plural – os, as, lhes, se, si, sigo
Agora, a aplicação de cada um desses pronomes oblíquos em orações:
Chamaram-me
Fez para mim
Comeu comigo
Amo-te
Levei a ti
Viajei contigo
Declaro-o inocente
Mando-a para casa
Faz-lhe esse favor
Diz-se que abriu o carro
Presenteia a si
Dormiu consigo
Compram-nos um chocolate
Jogam conosco
Dão-vos o pão
Saíram convosco
Intimam-os a vir
Retiram-as do recinto
Pedem-lhes a bola
Fazem-se de bobos
Maltratam a si mesmos
Meditam consigo
Pronome Pessoal de Tratamento: O Pronome de Tratamento é aquele que substitui a terceira
pessoa do singular ou do plural (ele/eles).
Alguns exemplos de pronome de tratamento:
Você
Vossa Senhoria
Vossa Excelência
Vossa Majestade
Fulano
Cicrano
Beltrano
Os pronomes de tratamento são utilizados principalmente em referência a cargos. Enquanto
“Sua Majestade” é utilizado para um rei, “Excelentíssimo” é utilizado para um Governador, por
exemplo.
Pronomes Possessivos: São aqueles que trazem a ideia de posse, em referência a alguém a quem
pertence algo.
Conheça os pronomes possessivos:
1ª Pessoa – Meu (s) / Minha (s)
2ª Pessoa – Teu (s) / Tua (s)
3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s)
1ª Pessoa – Nosso (s) / Nossa (s)
2ª Pessoa – Vosso (s) / Vossa (s)
3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s)
Pronome Indefinido: Basicamente, podemos dizer que o Pronome Indefinido é aquele que
determina o substantivo de maneira vaga. Conheça os pronomes indefinidos:
Algum
Bastante
Cada
Certo
Diferentes
Diversos
Mais
Menos
Muito
Nenhum
Outro
Pouco
Qualquer
Quanto
Quem quer
Tanto
Todo
Um
Vários
Pronome Interrogativo: Os pronomes interrogativos são os mais fáceis de compreender. São
aqueles que integram orações interrogativas.
São eles:
Que
Quem
Qual
Quanto
Pronome Relativo: O pronome relativo é aquele faz referência a um termo de outra oração, que
não aquela que ele fez parte.
Os pronomes relativos da Língua Portuguesa são os seguintes:
O qual
Que
Quem
Cujo
Exemplos de uso do Pronome Relativo:
A mulher, a qual falou comigo, chegou em casa
O cachorro, cuja pata foi curada, está andando
Numeral: Agora vamos aprender sobre os numerais, que são as palavras que tem função
quantificadora definida em uma oração.
Enquanto o artigo indefinido “um” fala genericamente de uma quantidade possível de seres, o
numeral “um” quantifica exatamente.
Veja um exemplo de aplicação do numeral “um”:
Eu só comprei uma cama
Uma dica para verificar se o “um” encontrado em uma oração é numeral ou outra classe de
palavra é substituí-lo por outro numeral e verificar se faz sentido. No nosso exemplo, faria
sentido:
Eu só comprei duas camas
Logo, trata-se de um numeral.
Numeral Ordinal: Os numerais ordinais são aqueles que expressam ideia de ordem numa série.
Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, quarto etc.
Numeral Cardinal: São aqueles que simplesmente expressam quantidade.
Exemplos: um, dois, três, mil, um milhão, três bilhões etc.
Numeral Multiplicativo: Nesse caso, estamos falando de numerais que determinam o número
de vezes de algo.
Exemplos: dobro, triplo, quadruplo etc.
Numeral Fracionário: Enquanto o Numeral Multiplicativo expressa multiplicação, o Numeral
Fracionário expressa divisão.
Exemplos: meio, terço, doze avos, décimo etc.
Verbo: O verbo é a palavra que expressa a realização de alguma ação, ou o resultado dessa ação.
É possível analisar e classificar os verbos em relação a diversos aspectos. Vamos nos dedicar a
cada um deles.
Predicação do Verbo: O verbo também é chamado de predicado, já que atribui uma ação a uma
coisa ou a uma pessoa. Essa predicação pode ser incompleta ou completa.
Verbo Intransitivo: O Verbo Intransitivo é aquele de predicação completa, portanto não precisa
de um complemento. O verbo “chover”, é um exemplo. Veja:
“Ontem choveu”
A oração é compreendida sem qualquer complemento ao verbo. Não é o caso do verbo
transitivo.
Verbo Transitivo: Aqui o verbo precisa de um complemento, por não ser de predicação
completa. Um exemplo é o verbo “ver”. Confira:
Saulo viu a morena
Na oração acima, dizer apenas que “Saulo viu” ficaria incompleto. Saulo viu o quê? É preciso um
complemento, nesse caso, a palavra “morena”.
É bom ressaltar que o complemento do verbo transitivo é chamado de objeto. E que os verbos
transitivos podem ser considerados transitivos diretos e transitivos indiretos. Entenda:
Verbo Transitivo Direito é aquele que a ação passa diretamente para a pessoa ou coisa
sobre que recai. Exemplo: ver, beber, derrubar.
Verbo Transitivo Indireto é aquele que a ação não passa diretamente para a pessoa ou
coisa sobre que recai. Exemplo: gostar, obedecer.
O complemento do verbo transitivo direto é o objeto direto. O complemento do verbo transitivo
indireto é o objeto indireto.
Voz do Verbo: Outro ponto importante no estudo dos verbos é analisar em que voz ele se
encontra. As vozes verbais são ativa, passiva, reflexiva e neutra.
Voz Ativa: É quando a ação verbal é praticada pelo sujeito. Ele é o agente da ação verbal.
Exemplo: O rato comeu o queijo.
Voz Passiva: Na voz passiva a pessoa ou coisa a quem se atribui a ação verbal recebe a ação, em
vez de praticá-la.
Exemplo: O carro foi lavado pelo menino.
Voz Reflexiva: A Voz Reflexiva pode ser entendida como a união entre a Voz Passiva e a Voz
Ativa. O sujeito pratica e, simultaneamente, sofre os efeitos da ação verbal.
Exemplo: Tereza cortou-se.
Voz Neutra: É o caso em que o sujeito nem pratica nem recebe a ação verbal.
Exemplo: Joaquina é linda.
Flexão do Verbo: Você já ouviu falar em conjugação verbal? A conjugação nada mais é que o
conjunto de flexões de um verbo. Primeiro, vamos aprender quais são os modos verbais.
Modo Indicativo: Nesse modo, a ação expressa pelo verbo é exercida de maneira real e definida,
seja numa afirmação, seja numa negação.
Exemplos: fazem, compro, mando, tenho, estais, veem.
Modo Subjuntivo: No Modo Subjuntivo o verbo precisa estar subordinado a um outro verbo
para ter sentido. Entenda melhor no exemplo a seguir.
Exemplo: “Quero que estude”.
O verbo “estude”, nesse caso, está no modo subjuntivo, pois seu sentido está dependendo do
verbo “quero”.
Modo Imperativo: É o modo verbal dos “mandões”, pois são utilizados para a passar a ideia de
ordem.
Exemplo: “Apareça agora em minha frente”.
“Apareça” está no modo imperativo.
Formas Nominais do Verbo: Sabia que os verbos podem se tornar substantivos ou adjetivos?
Eles exercem essas funções quando estão em suas formas nominais. São elas:
Gerúndio
Infinitivo
Particípio
Entenda cada uma dessas formas a seguir.
Gerúndio: É a forma nominal do verbo terminada em “ndo”, que indica uma ação continuada.
Exemplos: amando, vivendo, correndo, fluindo, participando.
Infinitivo: É o “nome” do verbo. Nessa forma, não há variação de modo, tempo, número ou
pessoa.
Exemplos: crescer, amar, correr, partir, repor, vender.
Particípio: Já o particípio, é a forma verbal terminada em “ado/ido”.
Exemplos: comprado, vendido, amado, corrompido, mesclado, vivido, construído.
Tempo do Verbal: Já que o verbo indica a realização de uma ação, ou o resultado dela, faz muito
sentido que exista variações de tempo dessas ações. Afinal, elas podem ser realizadas, ou ter
resultados, no passado (ou pretérito), no presente ou no futuro.
Por isso, existem os seguintes tempos verbais:
Presente
Pretérito imperfeito
Pretérito perfeito
Pretérito mais-que-perfeito
Futuro
Futuro do presente
Futuro do pretérito
Por enquanto, vale a pena você saber apenas quais são os tempos.
Verbo Auxiliar: São auxiliares os verbos que complementam o sentido de outros verbos
(chamados principais). São verbos auxiliares na Língua Portuguesa:
Ter
Haver
Ser
Estar
Exemplos: “Eu tenho visto muitos pássaros”.
“Tenho”, neste caso, cumpre a função de verbo auxiliar.
Verbos Regulares: Os verbos regulares são aqueles em que o radical permanece invariável
durante toda a sua conjugação. Um verbo regular não modifica sua estrutura quando é
modificado nas várias pessoas.
Exemplos: louvar, vender, partir.
Veja a conjugação do partir vender no presente do indicativo:
Eu parto
Tu partes
Ele parte
Nós partimos
Vós partis
Eles partem
Em todas as pessoas o radical “part” é mantido.
Verbo Irregular: Ao contrário do verbo regular, o verbo irregular sofre modificações em seu
radical quando é conjugado.
Exemplos: perder, fazer, ferir, caber.
Veja a conjugação do verbo ferir no presente do indicativo:
Eu firo
Tu feres
Ele fere
Nós ferimos
Vós feris
Eles ferem
Perceba a mudança no radical. De “fir” para “fer”.
Verbos Anômalos: Existem dois verbos anômalos:
Ser
Ir
Enquanto os verbos irregulares sofrem mudanças no radical, os verbos anômalos simplesmente
mudam de radical. Veja o verbo “ser” conjugado no presente do indicativo:
Eu sou
Tu és
Ele é
Nós somos
Vós sois
Eles são
Verbos Defectivos: Os verbos defectivos são aqueles que possuem deficiência na conjugação.
Eles não possuem todas as formas verbais.
Exemplos: reaver, precaver, falir.
Como conjugar o verbo falir na primeira pessoa? Não existe!
Verbos Abundantes: São os verbos que possuem dupla forma, geralmente no particípio. Veja
alguns exemplos:
Findado/findo
Limpado/limpo
Benzido/bento
Envolvido/envolto
Emergido/emerso
Frigido/frito
Advérbio: Os advérbios nada mais são que palavras que modificam os verbos, os adjetivos e até
mesmo outros advérbios.
Existem advérbios de 7 tipos:
1. Lugar – abaixo/acima, dentro/fora, adiante/atrás…
2. Tempo – ainda, antes, depois, cedo, tarde, logo…
3. Modo – ademais, depressa, só, também…
4. Negação – não, nada…
5. Afirmação – deveras, sim, certo, certamente…
6. Dúvida – porventura, acaso, talvez…
7. Intensidade – bastante, mais, menos, muito, pouco…
É bom ficar atento também às locuções adverbiais. Expressões com duas ou mais palavras que
cumprem a mesma função dos advérbios, em qualquer dos 7 tipos citados.
Preposição: As preposições são conectivos, palavras invariáveis (não têm variação de número,
gênero etc) que ligam o complemento à palavra completada.
O termo que vem antes de uma preposição é chamado antecedente. O termo que vem depois
é chamado consequente.
Preposições Essenciais: São aquelas que só desempenham essa função.
Exemplos: de, desde, a, até, para, por, trás, sob…
Preposições Acidentais: São palavras de outras classes que são empregadas como preposição
eventualmente.
Exemplos: durante, menos, mediante, salvo, conforme…
Conjunção: Tal qual as preposições, as conjunções são conectivos, mas em vez de ligar
palavras elas ligam orações.
Exemplos: porque, mas, nem, e, que…
Lembre que um período é um conjunto de uma ou mais orações que fazem sentido. Veja um
período onde a conjunção “e ” é aplicada:
Tereza viajou e Manoel ficou triste
“Tereza viajou” é uma oração. “Manoel ficou triste” é outra oração. A conjunção “e” faz a
conexão entre elas duas.
Próclise:
1. Em orações subordinadas:
O pai pediu que o filho se afastasse. (substantiva objetiva direta)
Seria penoso conciliar o sono no estado de nervos em que me achava. (adjetiva
restritiva)
Desci pelas escadas do sétimo andar, logo que o zelador do prédio me comunicou, pelo
telefone, o acontecimento. (adverbial temporal)
2. Com adjunto adverbial, sem pausa:
Naquela época se encontravam em seu cofre os brilhantes provindos de nossa atividade
em Goiânia.
Advérbios (hoje, aqui, sempre, talvez, muito...):
Ele sempre nos diz as mesmas palavras. Observação: Havendo pausa, o pronome vem
depois do verbo.
3. Oração iniciada por palavras interrogativa ou exclamativa:
Quem te contou isso?
Como você se engana!
4. Junto de palavra de sentido negativo (não, nada, nem, nunca...):
Nunca o vi tão triste.
Notei, num casaco esporte, a falta de um botão, de cuja perda não me lembrava.
5. Junto de pronomes (Relativos: que, quais, qual, onde.../ Indefinidos: alguém,
muitos, todos, poucos.../ Demonstrativos: este, esta, aquele, aquilo...):
Todos me deram apoio.
Este é o garoto de quem lhe falei.
Muitos se dizem capazes de vencer.
Essa notícia me pegou de surpresa.
6. Com o verbo no infinitivo precedido de preposição:
Até se darem conta do erro, passou muito tempo. (infinitivo)
7. Com o verbo no gerúndio precedido da preposição em:
Em se discutindo esse assunto, apresente seus argumentos. Observação: Se gerúndio
não for precedido de em, deve ocorrer ênclise (comparar com o item 3, a seguir).
8. Em orações que exprimem desejo:
Os anjos te acompanhem!
9. Conjunções (que, quando, embora, se, como...):
Espero que nos encontremos logo.
Ênclise
1. No início de oração:
"Disse-me o gerente: A polícia..."
Observação: Na linguagem informal falada ou escrita, contudo, é comum iniciar-se a oração
com pronome oblíquo átono.
Me diga aí qual foi o resultado do seu time.
Observação: A próclise ou a ênclise em início de oração dependerá do tipo de linguagem que a
situação e o contexto recomendam: formal ou informal, falada ou escrita.
2. Com o verbo no imperativo afirmativo:
Chama-me como quiseres.
"O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.
3. Com o verbo no gerúndio não precedido da preposição em:
"...sentia graves acontecimentos tramando-se em torno de mim".
Os fatos, enredando-se, formavam uma narrativa.
Mesóclise
Coloca-se o pronome no meio do verbo:
(a) quando o verbo estiver no futuro;
(b) quando iniciar a frase; e
(c) quando antes dele não houver palavra atrativa:
"Dir-lhe-ei tudo o que penso".
"Vê-la-ia hoje à noite”.
Cant o Cant ei
Cant a Cant ou
• Irregulares: são os verbos cujos radicais se alteram ou cujas terminações não seguem o
modelo da conjugação a que pertencem.
Exemplo: verbo ouvir.
Presente Perfeito
Radical Terminação Radical Terminação
Ouç o Ouv i
Ouv e Ouv iu
Presente do Presente do
indicativo indicativo
Eu # Eu #
Tu aboles Tu #
Ativa: Forma como o verbo se apresenta para indicar que a pessoa a que se refere é o agente
da oração, ou seja, aquele que pratica a ação. Observe os exemplos de voz ativa.
Eu trabalho todos os dias, exceto aos domingos e feriados.
Você fez um ótimo trabalho!
Estrutura da voz ativa: Sujeito Agente + Verbo + Complemento verbal.
Passiva: Forma como o verbo se apresenta para indicar que a pessoa a que se refere é o objeto
da ação verbal, ou seja, o sujeito é paciente, pois sofre uma ação. Pode ser dividida em:
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Voz Passiva Sintética: É representada pela estrutura verbo + se (pronome apassivador) + sujeito
(+ agente da passiva):
Cumpria-se todos os prazos para a entrega dos produtos.
Finalizaram-se as inscrições para o concurso.
Voz Passiva Analítica: É representada pela estrutura sujeito paciente + verbo ser (auxiliar) +
verbo no partícipio + preposição + agente da passiva:
Os prazos para a entrega dos produtos foi cumprido.
As inscrições para o concurso foram finalizadas.
Reflexiva: Forma verbal na qual o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, pratica
e sofre a ação, sozinho ou com outro indivíduo. Observe os exemplos da voz reflexiva:
Os dois namorados beijaram-se longamente.
A vítima machucou-se gravemente no acidente de carro.
Estrutura da Voz Reflexiva: Sujeito + verbo + se (complemento verbal).
Locução verbal é a junção de dois ou mais verbos que exercem a função morfológica de um
verbo. De maneira geral, as locuções verbais são constituídas por um verbo auxiliar e um verbo
principal. Vale lembrar que, como o próprio nome indica, os verbos auxiliares acompanham
outros verbos (os principais) e indicam as flexões de número (singular e plural), pessoa (1ª
eu/nós; 2ª tu/vós; 3ª ele(a)/eles(as)), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo e voz.
Os verbos principais, por sua vez, expressam a ideia central da ação praticada.
Observe o exemplo:
→ Ainda estou lendo aquele livro que você me emprestou.
Locução Verbal: estou lendo
Verbo auxiliar: estou
Verbo principal: lendo
Observe que os efeitos de sentido gerados pela locução verbal são possíveis se considerarmos
as duas ações praticadas (estar + ler) como sendo apenas uma. Não é possível pensarmos os
efeitos de sentido de cada um dos verbos separadamente: primeiro a ação de “estar” e, depois,
a ação de “ler”. As duas ações ocorrem ao mesmo tempo e, por isso, é necessário um verbo
auxiliar – que indica as flexões de pessoa (1ª pessoa do singular – eu) e tempo (presente do
indicativo) – e um verbo principal – que indica a ideia central da ação praticada/ocorrida e sua
forma nominal (gerúndio).
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Conjugação das locuções verbais
Nas locuções verbais, devem ser flexionados apenas os verbos auxiliares, e o verbo principal
sempre indica a forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Exemplo:
→ Eles devem ajudar no que puderem.
Verbo auxiliar: devem (3ª pessoa plural)
Verbo principal: ajudar (infinitvo, 1ª conjugação “ –ar”)
Tempo composto
São chamadas de tempos compostos as locuções verbais formadas pelos verbos “ter” e “haver”
acrescidos do particípio do verbo principal.
Exemplo:
→ Carmem já tinha voltado da cozinha quando saí do banho.
Verbo auxiliar: tinha (verbo “ter” no pretérito perfeito, primeira pessoa do singular)
Verbo principal: voltado (verbo “voltar” no particípio)
A seguir, veja exemplos de locuções verbais formadas pelos verbos auxiliares utilizados com
frequência em nossa Língua Portuguesa:
Ir: “Vou olhar”
Estar: “Queria estar dormindo”
Ser: “Fui ver”
Haver: “Deve haver”
Ter: “Tinha falado”
Fazer: “Fiz acordar”
Termos da oração.
Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno desses dois elementos
que as orações são estruturadas. O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na
estrutura da oração, o sujeito é o elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por sua
vez, o predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito.
Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujeito. Quando o sujeito
é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância semântica.
Exemplo:
O garoto logo percebeu a festa que o esperava.
Sujeito: O garoto
Núcleo do sujeito: garoto
Predicado: logo percebeu a festa que o esperava
O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo, numeral
substantivo ou qualquer palavra substantivada.
Exemplo de substantivo:
A casa foi fechada para reforma.
Sujeito: A casa
Núcleo do sujeito: casa
Predicado: foi fechada para reforma.
Exemplo de pronome substantivo:
Eles não gostam de carne vermelha.
Sujeito: Eles
Núcleo do sujeito: Eles
Predicado: não gostam de carne vermelha.
Exemplo de numeral substantivo:
Três excede.
Sujeito: Três
Núcleo do sujeito: Três
Predicado: excede.
Exemplo de palavra substantivada:
Um oi foi expresso rapidamente.
Sujeito: Um oi
Núcleo do sujeito: oi
Predicado: foi expresso rapidamente.
Tipos de sujeito: O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado
ou inexistente.
Sujeito simples: Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só
substantivo ou um só pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada.
Exemplo:
O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada.
Sujeito: O desenho em nanquim
Núcleo: desenho
Predicado: será sempre uma expressão admirada.
Sujeito composto: Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas
por mais de um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada
ou mais de uma oração substantivada.
Exemplo:
Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal.
Sujeito: Cristina, Marina e Bianca
Núcleo: Cristina, Marina, Bianca
Predicado: fazem balé no Teatro Municipal.
Sujeito oculto: Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode
ser identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo. Também é chamado de sujeito
elíptico, desinencial ou implícito.
Exemplo:
Estávamos à espera do ônibus.
Sujeito oculto: nós
Desinência verbal: estávamos
Sujeito indeterminado: O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento
identificado de maneira clara. É observado em três casos:
quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o
sujeito;
quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se);
quando o verbo está no infinitivo pessoal.
Sujeito inexistente: A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado
está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo.
Exemplo:
Choveu muito em Manaus.
Predicado: Choveu muito em Manaus
Predicado: O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal.
Predicado Verbal: O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo
predicado está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse
caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos.
Exemplo:
O entregador chegou.
Predicado verbal: chegou.
Predicado Nominal: O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do
sujeito.
Exemplo:
O entregador está atrasado.
Predicado nominal: está atrasado.
Predicado Verbo-nominal: O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo
transitivo ou intransitivo + o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.
Exemplo:
A menina chegou ofegante à ginástica.
Sujeito: A menina
Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica.
Adjetivos:
Necessário a
Acostumado a/com
Nocivo a
Agradável a
Equivalente a
Advérbios:
Longe de/ Perto de
Obs.: Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são
formados:
Paralela a; paralelamente a
Relativa a; relativamente a
Crase: A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada
com acento grave.
Quando não usar crase?
Não ocorre crase:
Antes de substantivos masculinos:
Gosto de andar a pé.
Este passeio será feito a cavalo.
Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.
Antes de verbos:
Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.
Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
O arquiteto está começando a renovar essa casa.
Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.
Antes da maior parte dos pronomes:
Desejamos a todos um bom fim de semana.
Você já pediu ajuda a alguém?
Dei todos os meus carrinhos a ele.
Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.
Nota: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.
Não entregamos o trabalho à mesma professora.
Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
Esta é a reportagem à qual me referi.
Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:
Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.
Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
Preciso conversar com você face a face.
Por favor, permaneçam lado a lado.
Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:
Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.
A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as,
ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.
A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.
Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):
O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.
O hotel fica a dois quilômetros daqui.
O motorista conduzia a 180 km/h.
Quando usar crase?
Ocorre crase:
Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem
a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo
se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…
Aquele aluno nunca está atento à aula.
Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.
Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à noite, à
direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira de, à
exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à proporção que,…
Ligo-te hoje à noite.
Ele está completamente à parte do grupo.
A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz
nada.
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra
feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira
de.
Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)
Antes da indicação exata e determinada de horas:
Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.
Chegaremos a Brasília às 22h.
A missa começará à meia-noite.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
Estou esperando você desde as seis horas.
Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.
Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão de
clareza na leitura:
Vou lavar a mão na pia.
Vou lavar à mão a roupa delicada.
Ele pôs a venda nos olhos.
Ele pôs à venda o carro.
Ela trancou a chave na gaveta.
Ela trancou à chave a porta.
Estudei a distância.
Estudei à distância.
Quando a crase é facultativa?
O uso do acento grave indicativo de crase é facultativo:
Antes de pronomes possessivos:
Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.
Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.
Antes de nomes próprios femininos:
Enviei cartas a Heloísa.
Enviei cartas à Heloísa.
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque
nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.
A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.
Depois da preposição até antecedendo substantivos femininos:
Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.
Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.
Casos específicos para o uso da crase
Em algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:
Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que
admitam a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de
verificar se há anteposição do artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.
Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na
Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração
com a preposição a, ficando à:
Vim da Bahia.
Estou na Bahia.
Vou à Bahia no próximo mês.
Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não
haverá contração com a preposição a, permanecendo a:
Vim de Brasília.
Estou em Brasília.
Vou a Brasília no próximo mês.
Nota: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.
Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.
Regressei à Curitiba de minha infância.
Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se
esta estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.
Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)
O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)
Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um
adjunto adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.
Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)
Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
O que é a crase?
A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição a
com o artigo definido feminino a (a + a = à).
Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)
Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com
os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.
Concordância verbal com verbos impessoais: Os verbos impessoais, como não apresentem
sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do singular:
Havia várias pessoas esperando. (verbo haver com sentido de existir)
Faz cinco anos que eu te conheci. (verbo fazer indicando tempo decorrido)
Aqui onde moro, chove todos os dias. (verbos que indicam fenômenos atmosféricos)
Concordância verbal com a partícula apassivadora se
Com a partícula apassivadora se, o objeto direto assume a função de sujeito paciente. Assim, o
verbo estabelece concordância em número com o objeto direto:
Vende-se casa.
Vendem-se casas.
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se
Quando a partícula se atua como indeterminadora do sujeito, o verbo fica sempre conjugado
na 3.ª pessoa do singular:
Precisa-se de empregado.
Precisa-se de empregados.
Concordância verbal com a maioria, a maior parte, a metade,...
Com essas expressões, o verbo fica conjugado, preferencialmente, na 3.ª pessoa do singular.
Contudo, já se considera aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural:
A maioria dos alunos vai…
A maior parte dos alunos vai…
A maioria dos alunos vão…
A maior parte dos alunos vão…
Concordância verbal com pronome relativo que
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo que:
Fui eu que pedi…
Foi ele que pediu…
Fomos nós que pedimos…
Concordância verbal com pronome relativo quem
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo quem ou fica conjugado na
3.ª pessoa do singular:
Fui eu quem pedi…
Fomos nós quem pedimos…
Fui eu quem pediu…
Fomos nós quem pediu…
Concordância verbal com o infinitivo pessoal
O infinitivo é flexionado, principalmente, quando se pretende definir o sujeito e quando o
sujeito da segunda oração é diferente do da primeira:
Isto é para nós fazermos.
Eu pedir para eles fazerem tudo.
Concordância verbal com o infinitivo impessoal
O infinitivo não é flexionado, principalmente, em locuções verbais e em verbos
preposicionados:
As pessoas conseguiram entender a verdade.
Foram incentivados a entender a verdade.
Foram impedidos de entender a verdade.
Concordância verbal com o verbo ser
Com o verbo ser, a concordância em número é estabelecida com o predicativo do sujeito:
Isto é brincadeira!
Isto são brincadeiras!
Concordância verbal com um dos que
Com a expressão um dos que, o verbo fica sempre na 3.ª pessoa do plural:
Um dos que foram…
Um dos que querem…
Um dos que podem…
Casos específicos de concordância nominal
Existem diversos casos específicos de concordância nominal. Os principais são:
Concordância nominal com pronomes pessoais
O pronome pessoal e o adjetivo estabelecem concordância em gênero e número:
Ele é falador.
Ela é faladora.
Eles são faladores.
Elas são faladoras.
Concordância nominal com vários substantivos
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo ou assume a forma
no masculino plural:
mochila e livro emprestado;
livro e mochila emprestada;
mochila e livro emprestados;
livro e mochila emprestados.
Concordância nominal com vários adjetivos
O substantivo fica no singular quando há vários adjetivos no singular que se encontram
determinados por artigos. Sem a presença de artigos, o substantivo fica no plural:
a professora simpática e a antipática;
o professor simpático e o antipático;
as professoras simpática e antipática;
os professores simpático e antipático.
Concordância nominal com bastante, muito, pouco, meio, caro, barato, longe
As palavras bastante, muito, pouco, meio, caro, barato e longe, enquanto adjetivos,
concordam em gênero e número com o substantivo:
muitas joias;
bastantes joias;
poucas joias;
joias caras;
joias baratas.
Nota: Essas palavras permanecem invariáveis apenas quando assumem a função de advérbios,
modificando um verbo.
Concordância nominal com é permitido e é proibido
Com estas expressões, o adjetivo varia em gênero e número quando houver a presença de um
artigo determinando o substantivo. Quando não houver artigo, o adjetivo permanece
invariável no masculino singular:
É permitida a entrada de animais.
É proibida a entrada de animais.
É permitido entrada de animais.
É proibido entrada de animais.
Nota: Essa mesma regra de concordância é também aplicada às expressões: é necessário, é
preciso, é bom.