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LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto

Qual a diferença entre compreensão e interpretação de texto?

A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente escrito, seja das
frases ou das ideias presentes. Já a interpretação de texto, está ligada às conclusões que
podemos chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. É o entendimento subjetivo
que o leitor teve sobre o texto. É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém, não
é possível interpretá-lo sem compreendê-lo.

Compreensão de texto Interpretação de texto


É a análise do que está escrito no texto, a É o que podemos concluir sobre o que está
compreensão das frases e ideias escrito no texto. É o modo como interpretamos o
O que é presentes. conteúdo.
A informação está fora do texto, mas tem
Informação A informação está presente no texto. conexão com ele.
Trabalha com a objetividade, com as
frases e palavras que estão escritas no Trabalha com a subjetividade, com o que você
Análise texto. entendeu sobre o texto.

O que é compreensão de texto?


A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o que foi dito. É a análise
objetiva e a assimilação das palavras e ideias presentes no texto. As expressões que geralmente
se relacionam com a compreensão são:
 Segundo o texto…
 De acordo com o autor…
 No texto…
 O texto informa que...
 O autor sugere…
O que é interpretação de texto?
A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre ele, após estabelecer conexões entre
o que está escrito e a realidade. São as conclusões que podemos tirar com base nas ideias do
autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo e está relacionada com a dedução do leitor.
Existe uma ciência que estuda a teoria da interpretação, chamada de hermenêutica. Trata-se de
um ramo da filosofia que explora a interpretação de textos em diversas áreas, como literatura,
religião e direito.
Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são:
 Diante do que foi exposto, podemos concluir…
 Infere-se do texto que…
 O texto nos permite deduzir que…
 Conclui-se do texto que...
 O texto possibilita o entendimento de...

Modos de organização textual: descrição, narração e dissertação/argumentação.


Podemos chamar de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura
bem definida e facilmente identificada por suas características predominantes. O
termo tipologia textual (outra nomenclatura possível) designa uma sequência definida pela
natureza linguística de sua composição, ou seja, está relacionado com questões estruturais da
língua, determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal.
Objetivamente, dizemos que o tipo textual é a forma como o texto apresenta-se.
Podem variar entre cinco e nove tipos, são a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e
a exposição. Veja as principais características de cada um deles:
→ Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada
em um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros
elementos. Os gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas,
romance, biografias etc.
→ Dissertação: Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de estratégias
argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do leitor aos argumentos
apresentados. Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta
argumentativa, dissertação, editorial etc.
→ Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou
situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia
de viagem etc. Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição
subjetiva.
→ Injunção: São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando
verbos no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito.
Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas
culinárias, bulas, regulamentos, editais, códigos, leis etc.
→ Exposição: O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou
fato específico, enumerando suas características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os
gêneros que se apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo
científico, seminário etc.

Coerência e coesão textual


Para que um texto tenha o seu sentido completo, ou seja, transmita a mensagem
pretendida, é necessário que esteja coerente e coeso. Para compreender um pouco melhor os
conceitos de Coerência textual e de Coesão textual, e também para distingui-los, vejamos:

O que é coesão textual?


Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos que
permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras,
frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos:

A. as referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um termo faz


referência a outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando
uma palavra é substituída por outra que possui com ela alguma relação semântica.
Alguns destes termos só podem ser compreendidos mediante estas relações com outros
termos do texto, como é o caso da anáfora e da catáfora.
B. as substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de
coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto,
estabelecendo com ele uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia,
ou mesmo quando há a repetição da mesma unidade lexical (mesma palavra).
C. os conectores (elementos que fazem a coesão interfrásica): Estes elementos coesivos
estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja,
são conjunções, preposições e advérbios conectivos.
D. a correlação dos verbos (coesão temporal e aspectual): consiste na correta utilização
dos tempos verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear,
que irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos.
São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas
diferentes partes, bem como a sequenciação das ideias.
O que é coerência textual?
Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto, e não mais
dos elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar perfeitamente coeso,
porém incoerente. É o caso do exemplo abaixo:
"As ruas estão molhadas porque não choveu"
Há elementos coesivos no texto acima, como a conjunção, a sequência lógica dos verbos, enfim,
do ponto de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema. Contudo, ao ler o que diz o
texto, percebemos facilmente que há uma incoerência, pois se as ruas
estão molhadas, é porque alguém molhou, ou a chuva, ou algum outro evento. Não ter chovido
não é o motivo de as ruas estarem molhadas. O texto está incoerente.
Podemos entender melhor a coerência compreendendo os seus três princípios básicos:

1. Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou ideias que se
contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.
2. Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que consiste na
repetição de alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto coerente precisa
transmitir alguma informação, mas quando há repetição excessiva de palavras ou
termos, o texto corre o risco de não conseguir transmitir a informação. Caso ele
não construa uma informação ou mensagem completa, então ele será incoerente
3. Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que
não se relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas
partes contenham certa coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou
fatos não relacionados entre si, fere o princípio da relevância, e trazem incoerência ao
texto.
Outros dois conceitos importantes para a construção da coerência textual são a CONTINUIDADE
TEMÁTICA e a PROGRESSÃO SEMÂNTICA.
Há quebra de continuidade temática quando não se faz a correlação entre uma e outras partes
do texto (quebrando também a coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem
avisar ao leitor.
Já a quebra da progressão semântica acontece quando não há a introdução de novas
informações para dar sequência a um todo significativo (que é o texto). A sensação do
leitor é que o texto é demasiadamente prolixo, e que não chega ao ponto que interessa, ao
objetivo final da mensagem.
Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes do
texto, do parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que
um dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias,
fazendo com que umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo
significativo que é o texto.

Intertextualidade: É um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência e relação que um


estabelece sobre o outro. Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro texto,
seja a nível de conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo.
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa relação pode ser
estabelecida entre as produções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva,
escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, cinema),
propagandas publicitárias, programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.

Tipos de Intertextualidade
Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais
comuns são:
 Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica irônica
de caráter humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos
“para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”.
Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
 Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto
original, entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego
(paraphrasis), significa a “repetição de uma sentença”.
 Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, resenhas,
monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado
pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar
um artigo sobre Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.):
"A cultura é o melhor conforto para a velhice".
 Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que dialoga
com ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de
outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem relacionar a
fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação” (citare) significa
convocar.
 Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo
“alusão” (alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).

Polifonia
Na linguística, a polifonia textual é uma característica dos textos em que estão presentes
diversas vozes. O termo polifonia é formado pelos vocábulos “poli” (muitos) e “fonia” (relativo
ao som, voz). Em outras palavras, a polifonia aponta a presença de obras ou referências que
aparecem dentro de outra.
Esse termo é aplicado em outras áreas, sobretudo a musical. Nesse caso, a polifonia musical é
quando há presença de duas ou mais vozes na melodia ou ainda, um instrumento capaz de
produzir mais sons de maneira simultânea.

A Polifonia e o Dialogismo em Bakhtin


Nos estudos linguísticos, o termo polifonia foi criado pelo filósofo russo Mikhail Bakhtin (1895-
1975). Esse conceito representa a pluralidade ou multiplicidade de vozes presentes nos textos,
que, por sua vez, estão fundamentados em outros. Nesse sentido, a polifonia está intimamente
relacionada com a intertextualidade. Nas palavras do linguista:
“Em toda parte é o cruzamento, a consonância ou a dissonância de réplicas do diálogo aberto
com as réplicas do diálogo interior dos heróis. Em toda parte um determinado conjunto de
ideias, pensamentos e palavras passa por várias vozes imiscíveis, soando em cada uma de modo
diferente.”
O linguista analisou diversos romances, sobretudo do escritor russo Fiódor Dostoiévski (Crime e
Castigo, O Idiota, etc.), e apresentou as diferenças entre a monofonia e a polifonia textual. Na
monofonia, o texto é produzido por somente uma voz, enquanto na polifonia diversas vozes se
entrecruzam. Nesse caso, os personagens do romance polifônico possuem seu próprio ponto de
vista, voz e comportamentos, mediados pelo contexto em que estão inseridos. No entanto,
quando o texto é monofônico, uma voz é predominante absorvendo os discursos de outros. Já
nos romances polifônicos, os personagens atuam livremente tendo todos certa autonomia.
Observe que no último caso (polifonia), as vozes presentes no discurso não se anulam e sim, se
complementam. Dessa maneira, elas formam uma grande teia de pensamentos, opiniões e
posturas. Segundo Bakhtin, o dialogismo representa o princípio da linguagem, ou seja, a
comunicação verbal que pode surgir nos textos monofônicos e polifônicos.

Tipos de Polifonia
Segundo a área de atuação, o conceito de polifonia é dividido em:
 Polifonia Textual
 Polifonia Discursiva
 Polifonia Literária
 Polifonia Discursiva
 Polifonia Musical

Polifonia e Intertextualidade
O conceito de polifonia está intimamente relacionado com o de intertextualidade. Isso porque
a intertextualidade é um recurso linguístico utilizado entre os textos. Nela, é possível observar
o diálogo estabelecido entre os textos, ou seja, a referência entre eles.

Níveis de linguagem.
Os níveis da linguagem, também chamados de níveis da fala, são os diferentes registros em que
a linguagem pode ser utilizada pelos falantes, conforme o contexto comunicativo, o nível de
escolarização dos falantes, a interação com diferentes interlocutores, …
Existem dois níveis da linguagem principais: o culto e o coloquial.
O registro culto, chamado de norma culta, linguagem formal e registro formal, é usado na
linguagem escrita, na escola e no trabalho, na comunicação social, em situações que requerem
uma maior seriedade, quando não há familiaridade entre os interlocutores da comunicação.
O registro coloquial, também chamado de linguagem coloquial, linguagem informal e linguagem
popular, é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação e em conversas
descontraídas entre familiares, amigos, conhecidos, vizinhos, ...,
De maneira geral, os falantes utilizam a linguagem coloquial nas situações comunicativas
mais informais, isto é, nos diálogos entre amigos, familiares etc.
A linguagem regional está relacionada com as variações ocorridas, principalmente na fala, nas
mais variadas comunidades linguísticas. Essas variações são também chamadas de dialetos. O
Brasil, por exemplo, apresenta uma imensa variedade de regionalismos na fala dos usuários
nativos de cada uma de suas cinco regiões.
A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de expressão cotidiana.
Ela está relacionada ao cotidiano de certos grupos sociais e podem ser incorporadas ao léxico de
uma língua conforme sua intensidade e frequência de uso pelos falantes, mas, de maneira geral,
as palavras ou expressões provenientes das gírias são utilizadas durante um tempo por um certo
grupo de usuários e depois são substituídas por outras por outros usuários de outras gerações.
É o caso, por exemplo, de uma gíria bastante utilizada pelos falantes nas décadas de 80 e 90:
“chuchu, beleza”, mas que, atualmente, está quase obsoleta.
A linguagem vulgar é exatamente oposta à linguagem culta/padrão. As estruturas
gramaticais não seguem regras ou normas de funcionamento. O mais interessante é que,
mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes conseguem compreender a mensagem e
seus efeitos de sentido nas trocas de mensagens. Podemos considerar a linguagem vulgar como
sendo um vício de linguagem. Veja alguns exemplos bastante recorrentes em nossa língua: “Nóis
vai” “Pra mim ir” “Vamo ir”

Uso e adequação da língua à situação de comunicação


A adequação linguística é a habilidade que os falantes possuem de adaptar a linguagem de
acordo com a necessidade do momento. Podemos optar por dois diferentes registros da língua
portuguesa: a variedade padrão ou a variedade popular, também conhecida como linguagem
coloquial. Cada uma dessas variedades deve ser empregada em situações específicas, e ambas,
sem distinção, funcionam bem, cumprindo papéis específicos na comunicação.
Durante muito tempo, buscou-se a uniformidade linguística, por isso, tudo o que fugia da
gramática normativa era considerado erro. O objetivo era fazer com que a fala fosse transcrição
fiel da escrita na norma padrão. Atualmente, o foco não está mais no conceito de certo e errado,
mas no de adequado e inadequado, porque se entende que a linguagem (processo de interação
comunicativa) não é homogênea, logo haverá níveis de linguagens e níveis de fala.
Os níveis de linguagem e de fala são determinados por alguns fatores, acompanhe-os a seguir:
O interlocutor: Os interlocutores (emissor e receptor) são parceiros na comunicação, por isso,
esse é um dos fatores determinantes para a adequação linguística. O objetivo de toda
comunicação é a busca pelo sentido, ou seja, precisa haver entendimento entre os
interlocutores, caso contrário, não é possível dizer que houve comunicação. Por isso, considerar
o interlocutor é fundamental. Por exemplo, um professor não pode usar a mesma linguagem
com um aluno na faculdade e na alfabetização, logo, escolher a linguagem pensando em quem
será o seu parceiro é um fator de adequação linguística.
Ambiente: A linguagem também é definida a partir do ambiente, por isso, é importante prestar
atenção para não cometer inadequações. É impossível usar o mesmo tipo de linguagem entre
amigos e em um ambiente corporativo (de trabalho); em um velório e em um campo de futebol;
ou, ainda, na igreja e em uma festa.
Assunto: Semelhante à escolha da linguagem, está a escolha do assunto. É preciso adequar a
linguagem ao que será dito, logo, não se convida para um chá de bebê da mesma maneira que
se convida para uma missa de 7º dia. Da mesma forma que não haverá igualdade entre um
comentário de um falecimento e de um time de futebol que foi rebaixado. É preciso ter bom
senso no momento da escolha da linguagem, que deve ser usada de acordo com o assunto.
Relação falante-ouvinte: A presença ou ausência de intimidade entre os interlocutores é outro
fator utilizado para a adequação linguística. Portanto, ao pedir uma informação a um estranho,
é adequado que se utilize uma linguagem mais formal, enquanto para parabenizar a um amigo,
a informalidade é o ideal.
Intencionalidade (efeito pretendido): Nenhum texto (oral ou escrito) é despretensioso, ou seja,
sem pretensão, sem objetivo, todos são carregados de intenções. E para cada intenção existe
uma forma de linguagem que será compatível, por isso, as declarações de amor são feitas
diferentes de uma solicitação de emprego. Há maneiras distintas para criticar, elogiar ou
ironizar. É importante fazer essas considerações.

Discurso direto e indireto


O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem
participação do narrador. O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do
narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das
personagens.
Exemplo de discurso direto:
A aluna afirmou:
- Preciso estudar muito para o teste.
Exemplo de discurso indireto:
A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
Passagem do discurso direto para discurso indireto
Mudança das pessoas do discurso:
 A 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª pessoa no discurso indireto.
 Os pronomes eu, me, mim, comigo no discurso direto passas para ele, ela, se, si, consigo,
o, a, lhe no discurso indireto.
 Os pronomes nós, nos, conosco no discurso direto passam para eles, elas, os, as, lhes no
discurso indireto.
 Os pronomes meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, nossa, nossas no discurso
direto passam para seu, seus, sua e suas no discurso indireto.
Mudança de tempos verbais:
 Presente do indicativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do indicativo
no discurso indireto.
 Pretérito perfeito do indicativo no discurso direto passa para pretérito mais-que-
perfeito do indicativo no discurso indireto.
 Futuro do presente do indicativo no discurso direto passa para futuro do pretérito do
indicativo no discurso indireto.
 Presente do subjuntivo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo
no discurso indireto.
 Futuro do subjuntivo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo
no discurso indireto.
 Imperativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo no discurso
indireto.
Mudança na pontuação das frases:
 Frases interrogativas, exclamativas e imperativas no discurso direto passam para frases
declarativas no discurso indireto.
Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais:
 Ontem no discurso direto passa para no dia anterior no discurso indireto.
 Hoje e agora no discurso direto passam para naquele dia e naquele momento no
discurso indireto.
 Amanhã no discurso direto passa para no dia seguinte no discurso indireto.
 Aqui, aí, cá no discurso direto passam para ali e lá no discurso indireto.
 Este, esta e isto no discurso direto passam para aquele, aquela, aquilo no discurso
indireto.
Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto
Discurso direto: - Eu comecei minha dieta ontem.
Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.
Discurso direto: - Vou ali agora e volto rápido.
Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava rápido.
Discurso direto: - Nós viajaremos amanhã.
Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.

Discurso Indireto Livre


No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há
intervenções do narrador bem como da fala dos personagens. Não existem marcas que mostrem
a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que
se passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas.
Características do Discurso Indireto Livre
 Liberdade sintática.
 Aderência do narrador ao personagem.
Exemplos de Discurso Indireto Livre
1. Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso.
Talvez não tenha sido suficientemente justo com as crianças…
2. O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!
3. Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão!

Adequação vocabular
É adequar as palavras a situação de fala. Muitas palavras podem assumir significados diferentes
segundo o contexto. Dizemos que elas se encontram em sentido deslocado. É como dizia
Carlos Drummond de Andrade em Procura da poesia: “cada uma (a palavra) tem mil faces sob
a face neutra”. Isso quer dizer que por meio do contexto pode-se atribuir significados diferentes
a uma mesma palavra.
Entretanto, isso não acontece à revelia. Deve-se respeitar o raio de ação da palavra em questão
para que não se cometa um erro de adequação vocabular.

Prosódia e semântica: denotação, conotação e ambiguidade


A prosódia ocupa-se da correta emissão de palavras quanto à posição da sílaba tônica, segundo
as normas da língua culta. Existe uma série de vocábulos que, ao serem proferidos, acabam
tendo o acento prosódico deslocado. Ao erro prosódico dá-se o nome de silabada.
A semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo,
de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se
analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns
fatores, tais como tempo e espaço geográfico.
O estudo do significado das palavras pode ser dividido em: sinonímia, antonímia, homonímia e
paronímia:
Sinonímia: é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados iguais ou
semelhantes, ou seja, os sinônimos: Ex.: cara/rosto, quarto/dormitório, casa/lar/morada.
Antonímia: é o estudo da relação de duas ou mais palavra que possuem significados diferentes,
ou seja, antônimos: Ex.: amor/ódio, dia/noite, calor/frio.
Homonímia: é o estudo da relação de duas ou mais palavras que possuem significados
diferentes, porém, possuem a mesma forma e som, ou seja, os homônimos.
Estas se dividem em: Homófonas: acento/assento, conserto/conserto; Homógrafas: pode/pode,
olho/olho; Perfeitas: rio/rio, são/são/são.
Polissemia: Caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra possui de apresentar
vários significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos (parte do corpo humano) – Ele abriu mão
dos seus direitos (desistir).
Hiperônimo: É uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico de outra, mas com o
sentido mais abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos de
flores, como rosa, violeta etc.
Hipônimo: O hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os
hiperônimos. Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.
Paronímia: é o estudo da particularidade de duas palavras que apresentam semelhança na grafia
e na pronúncia, mas têm significados diferentes: eminente/iminente, absolver/absorver.
A semântica estuda também a denotação e a conotação das palavras:
Conotação: Sentido mais geral que se pode atribuir a um termo abstrato, além da significação
própria. Sentido figurado, metafórico. Ex.: As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores. O
fogo da paixão.
Denotação: Significado de uma palavra ou expressão mais próximo do seu sentido literal.
Sentido real, denotativo. Ex.: As estrelas do céu. Vesti-me de vermelho. O fogo do isqueiro.

A ambiguidade, também chamada de anfibologia, é a duplicidade de sentidos numa mesma


sentença. Pelo fato de reunir mais do que uma interpretação possível, as ambiguidades podem
gerar um desentendimento no discurso, motivo pelo qual devem ser evitadas nos discursos
formais. Assim, quando surgem por descuido, as ambiguidades são consideradas vícios de
linguagem.
Exemplo: Por fim, levou o filho para o seu quarto.
Não está claro de quem é o quarto: o do filho ou o seu próprio? No entanto, esse é um recurso
muito utilizado nos textos poéticos, uma vez que oferece maior expressividade ao texto. Além
disso, também é usada nos textos publicitários para garantir o humor. Neste caso, quando seu
uso é intencional, a ambiguidade é considerada uma figura de linguagem.
Exemplo: Adoro meu vizinho, mas o cachorro não para de ladrar.
Há ironia nessa oração. Isso porque não está claro se eu gosto assim tanto do meu vizinho (ainda
que o seu cachorro viva latindo) ou se eu não gosto dele (tanto que o chamo de cachorro porque
ele incomoda com o seu barulho).

Ambiguidade Lexical e Estrutural


Uma expressão ou texto ambíguo pode se apresentar de duas formas: ambiguidade estrutural
e ambiguidade lexical.
A estrutural provoca ambiguidade por causa da posição das palavras em um enunciado,
gerando uma má compreensão do seu significado.
Exemplo: “O celular se tornou um grande aliado do homem, mas esse nem sempre realize todas
as suas tarefas”.
As palavras “esse” e “suas” podem se referir tanto ao celular, quanto ao homem, dificultando a
direta interpretação da frase e causando ambiguidade.
A ambiguidade lexical é quando uma determinada palavra assume dois ou mais significados,
como acontece com a polissemia, por exemplo.
Exemplo: “O rapaz pediu um prato ao garçom”.
No exemplo acima, a palavra “prato” pode se referir ao objeto onde se coloca a comida ou à um
tipo de refeição.
Ambiguidade ou anfibologia
Na gramática, ambiguidade ou anfibologia é todo duplo sentido causado pela má construção da
frase. A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma mensagem. É
uma figura de palavra e de construção. Embora funcione como recurso estilístico, a ambiguidade
também pode ser um vício de linguagem, que decorre da má colocação da palavra na frase.
Nesse caso, compromete o significado da frase. Exemplos:
"Maria comeu um doce e sua irmã também". (Maria comeu um doce, e sua irmã também).
"Mataram o porco do meu tio". (Mataram o porco que era do meu tio).
"O guarda deteve o suspeito em sua casa". (Na casa de quem: do guarda ou do suspeito?).
Ambiguidade e Polissemia
O fato de uma palavra ter muitas significações é também chamado de polissemia.
A palavra “vela”, por exemplo, pode fazer referência à vela de barco, vela de cera (que serve
para iluminar), ou pode ser a conjugação do verbo velar, que significa “estar vigilante”.
Onde pode acontecer ambiguidade?
Muito vista em campanhas publicitárias, a ambiguidade normalmente é encontrada também
nas poesias, poemas e músicas. Veja alguns exemplos:
Ambiguidade na publicidade: a marca de chocolates Garoto, fez a seguinte campanha para o dia
dos namorados:
“No dia dos namorados não fique sem seu garoto”.
A princípio, parece que o texto que quer dizer “não fique sem um namorado”, mas ela se refere
à marca Garoto.
Ambiguidade na música e Ambiguidade no poema.

Ortoépia e prosódia
São duas áreas da gramática, relacionadas com a fonologia e a fonética, que tratam da correta
pronúncia e acentuação das palavras. Os desvios ocorridos nestas duas áreas normalmente se
refletem na escrita dado que as pessoas têm tendência para escrever as palavras tal como
dizem, dando origem a erros. Em relação à ortoépia, por exemplo, se uma pessoa normalmente
fala “bandeija”, quando for escrever a palavra terá a tendência para a escrever da forma errada,
mesmo que a forma correta seja “bandeja” ou ainda, em relação à prosódia, se alguém costuma
falar “récorde”, tende a escrever tal como fala embora a forma correta de escrita seja “recorde”.
A ortoépia se refere à correta articulação dos grupos vocálicos e dos fonemas consonantais,
determinando as normas que guiam a pronúncia correta das palavras. Os erros de ortoépia são
chamados de cacoépia.
Exemplos de erros de ortoépia:
 absurdo (erradamente pronunciado abisurdo)
 advogado (erradamente pronunciado adevogado)
 beneficente (erradamente pronunciado beneficiente)
 calvície (erradamente pronunciado calvice)
 cérebro (erradamente pronunciado célebro)
 companhia (erradamente pronunciado compania)
 freada (erradamente pronunciado freiada)
 iogurte (erradamente pronunciado iorgute)
 lagartixa (erradamente pronunciado largatixa)
 mendigo (erradamente pronunciado mendingo)
 óbvio (erradamente pronunciado óbivio)
 propriedade (erradamente pronunciado propiedade)
 próprio (erradamente pronunciado própio)
 reivindicar (erradamente pronunciado reinvindicar)
 retrógrado (erradamente pronunciado retrógado)
 sobrancelha (erradamente pronunciado sombrancelha)
 umbigo (erradamente pronunciado imbigo)
A prosódia se refere à correta acentuação dos vocábulos, nomeadamente quanto à posição da
silaba tônica. É o estudo das propriedades acústicas associadas à fala que não são
reconhecíveis no registro ortográfico.
Exemplos de erros de prosódia:
 avaro (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
 filantropo (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
 ínterim (palavra proparoxítona erradamente pronunciada como oxítona)
 libido (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
 nobel (palavra oxítona erradamente pronunciada como paroxítona)
 pudico (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
 recorde (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
 rubrica (palavra paroxítona erradamente pronunciada como proparoxítona)
 ruim (palavra oxítona erradamente pronunciada como paroxítona)
Casos especiais
- Algumas palavras apresentam dupla prosódia, ou seja, dupla pronúncia e grafia, mantendo o
mesmo significado.
Exemplos de dupla prosódia:
 acrobata e acróbata
 azálea e azaléia
 boêmia ou boemia
 hieróglifo e hieroglifo
 homilia ou homília
 logotipo e logótipo
 Oceania e Oceânia
 ortoépia e ortoepia
 projétil e projetil
 réptil e reptil
 xerox e xérox
- Certas palavras têm significados diferentes conforme a acentuação que apresentam.
Exemplos:
 cupido e cúpido
 rupia e rúpia
 sutil e sútil
 valido e válido
 vivido e vívido
Outras palavras mudam o timbre de uma vogal ao passarem para o plural: os chamados plurais
metafônicos.
Exemplos de plurais metafônicos:
 caroço (ô) e caroços (ó)
 corvo (ô) e corvos (ó)
 grosso (ô) e grossos (ó)
 imposto (ô) e impostos (ó)
 morto (ô) e mortos (ó)
 tijolo (ô) e tijolos (ó)
 torto (ô) e tortos (ó)

A norma culta.
A norma culta é o conjunto de regras e padrões linguísticos usados por falantes com alto nível
de escolaridade. Considerada a variedade linguística de maior prestígio, é utilizada em
documentos oficiais, artigos científicos, trabalhos acadêmicos, documento jurídicos, ...

Sistema ortográfico vigente.


→ Acentuação
Esse conteúdo foi o foco das alterações. Vejam

→ Hífen
Se a acentuação é o conteúdo que recebeu mais modificações, o hífen é a mudança do acordo
que rende mais polêmicas, visto que palavras que não tinham hífen passaram a ter, outras
perderam o sinal, além de palavras que perderam o hífen e ainda repetem as letras.

Relação grafema/fonema.

Grafema é letra, símbolo gráfico utilizado para constituir palavras. Fonema é a unidade sonora
utilizada para formar e distinguir palavras. O grafema é a representação gráfica do fonema. Na
palavra “casa”, temos 4 letras e 4 fonemas, mas em “guerra” temos 6 letras e 4 fonemas.
Grafemas são aquelas letras simples, onde cada letra representa um grafema como na palavra
“casa”, cada letra é um grafema, onde cada letra possui um “som” elementar. A palavra casa
corresponde sucessivamente aos sons “k”, “a”, “z” e “a”, portanto temos 4 letras e 4 grafemas.
Temos também os grafemas complexos, grupos de letras, que no português não são mais do
que duas, que pronunciamos como um “som” elementar. Por exemplo a palavra “chá” que tem
seu primeiro som inicial composto pelas letras “ch” que tem o mesmo som inicial da letra “x” e
depois “á” que tem o som de “a”, portanto 3 letras e 2 sons.
A Palavra CHÁ possui 3 letras e 2 Grafemas. A palavra CASA possui 4 letras e 4 Grafemas.
Grafemas são, portanto, mais exatamente, as letras ou grupos de letras que correspondem a
um fonema (MORAIS, 2013 pág. 21)
Já os Fonemas não são sons, fonema é uma abstração do som, é uma palavra técnica, tal como
átomo, gene aminoácido etc.
Cada letra ou um pequeno grupo de letras possui um som elementar, mas seu nome não é som,
seu nome consagrado na linguística é fonema. Ou seja, fonema é antes uma abstração do som.
Os fonemas representam movimentos articulatórios complexos, por exemplo:
O “b” representa o conjunto de movimentos articulatórios que são efetuados quando dizemos
/ba/, /be/, ao pronunciar esta silabas repare no que você fez com a boca. Se a tinha aberta,
fecharia, Onde Ficou os lábios?
Produz-se o /b/ fechando os lábios, por isso se diz que é uma oclusiva labial. Comece
pronunciando /ba/ mas tente não dizer o /a/ deve ter notado que não é possível pronunciar o
/b/ isoladamente, você deve ter tido a impressão de que empurrou a boca para frente com o ar
que vinha dos pulmões.

Acentuação gráfica e sinais diacríticos.


A acentuação gráfica consiste na aplicação de certos sinais escritos sobre ou sob determinadas
letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das
palavras. Entre estes sinais estão os diversos acentos gráficos ou diacríticos, tais como:

SINAIS GRÁFICOS OU DIACRÍTICOS


 Acento grave ( ` ) – utilizado para indicar a crase. Ex.: Cláudia foi à biblioteca. a
(preposição) + a (artigo) = à;
 Acento agudo ( ´ ) - colocado sobre as letras a, i, u e sobre o e do grupo em, indica que
essas letras representam as vogais tónicas / tônicas da palavra: carcará, caí, armazém.
Sobre as letras e e o, indica, além de tonicidade, timbre aberto: lépido, céu, léxico;
 Acento circunflexo ( ^ ) - colocado sobre as letras a, e e o, indica, além de tonicidade,
timbre fechado: lâmpada, pêssego, supôs, Atlântico;
 Til ( ~ ) – usado sobre as letras A e O, para indicar nasalização dessas vogais. Ex.: pão,
põe, alemã, órgão, portão, expõe, corações, ímã;
 Cedilha ( ç ) – usada sob a letra c, antes de a, o e u na representação do som /se/. Ex.:
maçã, Açu etc.
 Trema ( ¨ ) - é aplicado em palavras estrangeiras. Exemplos: Müller, mülleriano (abolido
pelo Novo Acordo Ortográfico, exceto nas palavras estrangeiras);
 Apóstrofo ( ' ) – Indica a supressão de uma vogal. Pode existir em palavras compostas,
expressões e poesias. Exemplos: caixa-d'água, pau-d'água, etc. Usado para indicar a
supressão de um fonema (geralmente de uma vogal). Ex.: mãe-d’água. Pau-d’alho, pingo
d’ouro etc.;
 Hífen ( - ) "O hífen é um sinal de pontuação usado para ligar os elementos de palavras
compostas (couve‐flor; ex‐presidente) e para unir pronomes átonos a verbos
(ofereceram‐me; vê‐lo‐ei). Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto
é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca‐/-sa; compa‐/-nheiro)".
A acentuação gráfica é feita através de sinais diacríticos que, sobrepostos às vogais, indicam a
pronúncia correta das palavras no que respeita à sílaba tônica e no que respeita à modulação
aberta ou fechada das vogais.
Os sinais diacríticos, que englobam os acentos gráficos e os sinais gráficos auxiliares, permitem
a correta representação da linguagem falada na linguagem escrita, possibilitando também uma
mais fácil leitura e compreensão do conteúdo escrito.
Regras de acentuação das palavras oxítonas
As palavras são oxítonas quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica, como: jacaré, cipó,
cantar, anzol, …
São naturalmente oxítonas, não necessitando de acentuação gráfica, as palavras terminadas em:
-r: ligar, falar, beber, pior, amor,…
-l:azul, animal, hotel, abril, futebol,…
-z: feliz, raiz, feroz, xadrez, capaz,…
-x: pirex, xarox, durex, duplex, botox,…
-i: gibi, guarani, bisturi, bacuri, caqui,…
-u: maracatu, xampu, caju, bambu, tutu,…
-im: pudim, cetim, amendoim, jardim, enfim,…
-um: comum, jejum, bebum, algum, nenhum,…
-om: batom, edredom, bombom, cupom, marrom,...

Palavras oxítonas acentuadas graficamente


Oxítonas terminadas em vogais tônicas:
 sofá;
 dominó;
 purê;
 crochê;
 …
Oxítonas terminadas no ditongo nasal -em ou -ens:
 mantém;
 porém;
 também;
 harém;
 …
Oxítonas terminadas nos ditongos abertos -ói, -éu, -éi:
 chapéu;
 papéis;
 heróis;
 corrói;
 …

Regras de acentuação das palavras paroxítonas


As palavras são paroxítonas quando a penúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica, como:
adorável, órgão, perfume, mesa,…
As palavras paroxítonas não são geralmente acentuadas e representam a maioria das palavras
da língua portuguesa.
Palavras paroxítonas acentuadas graficamente
Paroxítonas terminadas em -r:
 ímpar;
 cadáver;
 caráter;
Paroxítonas terminadas em -l:
 fóssil;
 réptil;
 têxtil;
 …
Paroxítonas terminadas em -n:
 hífen;
 éden;
 dólmen;
 …
Paroxítonas terminadas em -x:
 córtex;
 tórax;
 fênix;
 …
Paroxítonas terminadas em -ps:
 bíceps;
 fórceps;
 …
Paroxítonas terminadas em -ã, -ãs, -ão, -ãos:
 órfã;
 órgão;
 sótão;
 …
Paroxítonas terminadas em -um, -uns, -om, -ons:
 álbum;
 fórum;
 prótons;
 …
Paroxítonas terminadas em -us:
 vírus;
 húmus;
 bônus;
 …
Paroxítonas terminadas em -i, -is:
 júri;
 íris;
 tênis;
 …
Paroxítonas terminadas em -ei, -eis:
 jóquei;
 hóquei;
 fizésseis;
 …
Acentuação das paroxítonas e o Novo Acordo Ortográfico
Com a entrada em vigor do atual acordo ortográfico, alguns acentos foram abolidos nas palavras
paroxítonas:
 Acento agudo nos ditongos abertos oi e ei;
 Acento agudo na vogal i e na vogal u quando precedidas de ditongos;
 Acento circunflexo nos ditongos oo e ee.
Escrita depois do acordo ortográfico
Palavras com oi:
 jiboia (antes: jibóia);
 boia (antes: bóia);
 paranoia (antes: paranóia);
 heroico (antes: heróico);
 joia (antes: jóia);
 …
Palavras com ei:
 ideia (antes: idéia);
 europeia (antes: européia);
 alcateia (antes: alcatéia);
 geleia (antes: geléia);
 plateia (antes: platéia);
 …
Palavras com i ou u:
 baiuca (antes: baiúca);
 feiura (antes: feiúra);
 …
Palavras com oo:
 abençoo (antes: abençôo);
 perdoo (antes: perdoo);
 voo (antes: vôo);
 magoo (antes: magôo);
 enjoo (antes: enjôo);
 ...
Palavras com ee:
 eles deem (antes: eles dêem);
 eles creem (antes: eles crêem);
 eles leem (antes: eles lêem);
 eles veem (antes: eles vêem);
 …
Regra de acentuação das palavras proparoxítonas
As palavras são proparoxítonas quando a antepenúltima sílaba da palavra é a sílaba tônica,
como: pássaro, cantássemos, gráfico, pêssego,…
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.
Acento diferencial
Com a entrada do Novo Acordo Ortográfico, alguns acentos diferenciais foram abolidos, outros
se mantiveram inalterados.
O acento foi abolido nas palavras pára, pólo, pêlo e pêra, ficando para, polo, pelo e pera.
Exemplos:
 Para onde ele foi?
 Para de fazer isso, por favor!
O acento mantém-se nas palavras pôr, pôde, têm e vêm, diferenciando as mesmas de por, pode,
tem e vem.
Exemplos:
 Você vai pôr a caixa aqui?
 Por onde ele foi?
Escrever sem acento
Sem acentuação gráfica, as palavras da língua portuguesa são naturalmente paroxítonas, ou
seja, acentuadas prosodicamente na penúltima sílaba, como: casa, felicidade, pobreza,…
Através da acentuação gráfica, é possível a identificação de palavras que não se encaixam nesse
padrão, sendo oxítonas ou proparoxítonas, bem como a distinção entre palavras com grafia
igual, mas sílabas tônicas diferentes e significados diferentes, como:
 análise e analise;
 privilégio e privilegio;
 negligência e negligencia;

Pontuação.
Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa,
bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o
papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da
informação transmitida.

1. Vírgula (,) : É usada para:


a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração: O menino berrou, chorou,
esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar o vocativo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
c) isolar o aposto: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à reunião.
d) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado!
(antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto
adverbial)
e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos: isto é, ou seja, por exemplo, além
disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.
f) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
g) isolar orações adjetivas explicativas: O filme, que você indicou para mim, é muito mais do que
esperava.

2. Pontos
2.1 - Ponto-final (.): É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:
a) Não quero dizer nada.
b) Eu amo minha família.
E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., vv., num., adj., obs.
2.2 - Ponto de Interrogação (?): O ponto de interrogação é usado para:
a) Formular perguntas diretas:
Você quer ir conosco ao cinema?
Desejam participar da festa de confraternização?
b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma
determinada situação:
O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)
Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)
Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?
(expectativa)
2. 3 –Ponto de Exclamação (!): Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa,
súplica, ordem, horror, espanto:
Iremos viajar! (entusiasmo)
Foi ele o vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
Seja rápido! (ordem)
b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!
Observações dignas de nota:
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração,
o uso dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora?!
* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há
problema algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.

3. Ponto e vírgula (;): É usado para:


a) separar itens enumerados:
A Matemática se divide em:
- geometria;
- álgebra;
- trigonometria;
- financeira.
b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada, apenas olhou
ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.

4. Dois-pontos (:): É usado quando:


a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:
Ele respondeu: não, muito obrigado!
b) se quer indicar uma enumeração:
Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com seus
colegas e não responda à professora.

5. Aspas (“”): São usadas para indicar:


a) citação de alguém: “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme.
Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Oportunity no
exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de “outdoor”.

6. Reticências (...): São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de
continuidade ao que se estava falando:
a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa? (...)
b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

7. Parênteses ( ): São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer
simples indicações.
Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o predomínio
de vírgulas).

8. Travessão (–): O travessão é indicado para:


a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:
- Quais ideias você tem para revelar?
- Não sei se serão bem-vindas.
- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste projeto.
b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parênteses:
Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.
Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.
c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:

Estrutura e formação das palavras.


As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores - os morfemas,
também chamados de elementos mórficos:
 radical e raiz;
 vogal temática;
 tema;
 desinências;
 afixos;
 vogais e consoantes de ligação.
Morfemas Caracterização Exemplos

Parte fundamental da vender (vend- er)


Radical e raiz palavra, que define o seu venda (vend- a)
significado principal. vendedor (vend- e dor)

Aparece entre o radical e


uma desinência.
-a: estudar (1.ª conjugação)
As vogais temáticas verbais
-e: atender (2.ª conjugação)
definem a conjugação
Vogal -i: assumir (3.ª conjugação)
verbal.
temática -a: casas (cas-a-s)
As vogais temáticas
-o: carros (carr-o-s)
nominais
-e: pares (par-e-s)
atuam também como
desinência de gênero.

Temas verbais:
estudar (estuda-r)
atender (atende-r)
É a junção do radical com assumir (assumi-r)
Tema
uma vogal temática. Temas nominais:
casas (casa-s)
carros (carro-s)
pares (pare-s)

-o = masculino
Indicam as flexões que uma
-a = feminino
palavra pode apresentar:
-s = plural
em número;
-va = pretérito imperfeito do
em gênero;
Desinências indicativo
em modo;
-sse = pretérito imperfeito do
em tempo;
subjuntivo
em número;
-mos = 1.ª pessoa do plural
em pessoa.
-m = 3.ª pessoa do plural

Prefixos:
São prefixos e sufixos que se
descontente (des- + contente)
juntam a uma palavra para
impossível (im- + possível)
Afixos formar uma nova palavra.
Sufixos:
Prefixos = antes do radical
cantar (canto + -ar)
Sufixos = depois do radical
somente (so + -mente)

Estabelecem uma ligação


entre dois morfemas.
Vogais e
Ocorrem por razões -i-: parisiense (Paris-i-ense)
consoantes
fonéticas, -l-: chaleira (chá-l-eira)
de ligação
não apresentando valor
significativo.
Análise de morfemas
Avissássemos
aviss-á-sse-mos
aviss (radical)
á (vogal temática)
sse (desinência indicativa do modo e tempo verbal)
mos (desinência indicativa da pessoa e número verbal)
Separação de morfemas
Força
força (forç-a)
forçar (forç-a-r)
forçado (forç-a-do)
forcinha (forc-inh-a)
esforçar (es-forç-a-r)
esforçadamente (es-forç-a-da-mente)

Formação de palavras
Existem diversos processos que possibilitam a formação de novas palavras. Os dois processos
principais são a derivação e a composição.
Existem vários tipos de derivação e composição:
 derivação prefixal;
 derivação sufixal;
 derivação parassintética;
 derivação regressiva;
 derivação imprópria;
 composição por justaposição;
 composição por aglutinação.

Processos de
Caracterização Exemplos
formação

infiel (in- + fiel)


Derivação Acrescenta-se um prefixo a
reaver (re- + haver)
prefixal uma palavra já existente.
antemão (ante- + mão)

gentileza (gentil + -eza)


Derivação Acrescenta-se um sufixo a
chatice (chato + -ice)
sufixal uma palavra já existente.
tapar (tapa + -ar)

envernizar
(en- + verniz + -izar)
Derivação Acrescenta-se um sufixo e um apodrecer
parassintética prefixo a uma palavra já existente. (a- + podre + -ecer)
engordar
(en- + gordo + -ar)

amparo (de amparar)


Derivação Ocorre a redução da palavra
sobra (de sobrar)
regressiva primitiva.
choro (de chorar)
Processos de
Caracterização Exemplos
formação

Não há alteração da palavra jovem (de adjetivo para


Derivação primitiva. Há mudança de substantivo)
imprópria significado e de saber (de verbo para
classe gramatical. substantivo)

aguardente
Composição Há alteração das palavras (água + ardente)
por aglutinação formadoras, que se fundem. vinagre (vinho + acre)
dessarte (dessa + arte)

Composição Não há alteração das palavras beija-flor


por formadoras, que apenas se segunda-feira
justaposição juntam. paraquedas

Outros processos de formação de palavras


Além da derivação e da composição, existem outros processos secundários de formação de
palavras:

 abreviação (vídeo, de videocassete)


 reduplicação (zum-zum)
 combinação (showmício, de show + comício)
 intensificação (culpabilizar, de culpar)
 hibridismo (monóculo, do grego mono + o latim oculus)

Classes de palavras.
As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome,
artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.
Essas categorias são divididas em:
 Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero e número: substantivo, verbo,
adjetivo, pronome, artigo e numeral.
 Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

Substantivo: É a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares,
qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza.
 A Ana é super inteligente.
 O Brasil é lindo.
 A tua beleza me encanta.
Verbo: É a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais como: existir, sou,
chovendo.
 Existe motivo para preocupação?
 Sou seu vizinho do lado.
 Chovendo, eu não vou.
Adjetivo: É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais como: feliz,
superinteressante, amável.
 A criança ficou feliz.
 O artigo ficou superinteressante.
 Sempre foi amável comigo.
Pronome: É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das
pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.
 Eu aposto como ele vem.
 Contigo vou até a Lua.
 Aquele tipo não me sai da cabeça.
Artigo: É a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.
 O menino saiu.
 As meninas saíram,
 Uns constroem, outros destroem.
 Uma chance é o que preciso.
Numeral: É a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um, primeiro,
dezenas.
 Um pastel, por favor!
 Primeiro as damas.
 Dezenas de pessoas estiveram presentes.
Preposição: É a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para.
 Entreguei a carta a ele.
 As portas abrem após às 18h.
 Isto é para você.
Conjunção: É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical, tais
como: mas, portanto, conforme.
 Vou, mas não volto.
 Portanto, não sei o que fazer.
 Dançar conforme a dança.
Interjeição: É a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!, Viva! Psiu!.
 Olá! Sou a Rita.
 Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.
 Psiu! Não faça barulho aqui.
Advérbio: É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo
circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: melhor, demais, ali.
 O melhor resultado foi o do atleta estrangeiro.
 Não acha que trouxe folhas demais?
 O restaurante é ali.

Emprego das classes gramaticais.


O que é o Emprego das Classes de Palavras?
É bom lembrar que a Língua Portuguesa é dividida da seguinte forma:
 Sintaxe, que estuda a relação entre as palavras dentro das frases.
 Fonologia, que estuda o som das palavras, suas sílabas e letras.
 Semântica, que estuda o significado das palavras.
 Morfologia, que estuda as classes de palavras, suas estruturas e origens.
A Morfologia estuda as palavras isoladamente, dividindo-as em classes de palavras, também
conhecidas como classes gramaticais. São elas:
1. Artigo
2. Advérbio
3. Adjetivo
4. Conjunção
5. Interjeição
6. Numeral
7. Pronome
8. Preposição
9. Substantivo
10. Verbo
Substantivo: é a classe gramatical que utilizamos para dar nome aos objetos e às coisas.
Exemplos: livro, bicicleta, homem, cachorro, prédio, nuvem, sonho.
Substantivos Concretos: São os substantivos que convencionalmente entendemos como
substantivos. Eles possuem existência independente.
Exemplos: mesa, cadeira, flor, balde.
Os substantivos concretos são aqueles que nomeiam objetos, coisas, lugares, animais e plantas.
Substantivos Abstratos: Já os substantivos abstratos se referem a fenômenos que têm
existência dependente. Ações, sentimentos, estados e qualidades são substantivos abstratos.
Exemplos: amor, prazer, ódio, beleza, beijo, amizade.
Substantivos Próprios: São aqueles que individualizam um ou mais seres. O substantivo próprio
identifica esses seres para diferenciá-los dos demais, por conta de suas características.
Assim, os nomes de pessoas e países, por exemplo, são nomes próprios.
Exemplo: João, Argentina, Bahia, Magazine Luiza.
Substantivos Comuns: Já o substantivo comum é aquele aplicado a vários objetos e coisas.
Exemplos: carro, motocicleta, gato, prato.
Substantivos Coletivos: Mesmo estando no singular, eles fazem referência a uma coleção de
objetos, seres ou coisas.
Exemplos: laranjal, rebanho, cardume, vinhedo, constelação.
 Laranjal – conjunto de pés de laranja
 Rebanho – conjunto de cabras ou ovelhas
 Cardume – conjunto de peixes
 Vinhedo – conjunto de videiras
 Constelação – conjunto de estrelas
Substantivos primitivos: Um substantivo primitivo é aquele que não é derivado de outra
palavra.
Exemplos: pedra, limão, água, flor.
Substantivos derivados: Os substantivos derivados, por óbvio, são aqueles que derivam dos
substantivos primitivos.
Exemplos: pedrada, limoeiro, aguada, floricultura.
Note que há uma diferença entre os substantivos derivados e os substantivos coletivos. Os
coletivos expressam a reunião de seres iguais. Os derivados apenas se utilizam da estrutura de
um substantivo primitivo.
Substantivos compostos: São aqueles que possuem mais de um radical em sua estrutura.
Exemplos: guarda-chuva, couve-flor, erva-doce, passatempo.
Perceba que não necessariamente o radical precisa estar separado por hífen (como é o caso de
“passatempo”).
Substantivos simples: Já os substantivos simples são aqueles que possuem apenas um radical
na sua estrutura.
Exemplos: computador, mesa, cadeira, garrafa.
 É bom frisar que os substantivos variam em número, grau e gênero. Ou seja: podem ser
encontrados no singular e no plural (número), no aumentativo e diminutivo (grau) e no
masculino e feminino (gênero).

Adjetivo: Ele tem a função de delimitar e qualificar o significado de um substantivo.


De maneira geral, podemos dizer que os adjetivos dizem quais são as qualidades de um
substantivo.
Exemplos: azul, belo, feio, romântico, bom, mau, arredondada.
Veja cada um desses adjetivos ao lado de um substantivo:
 Carro azul
 Homem belo
 Sapato feio
 Menino romântico
 Cachorro bom
 Gato mau
 Bola arredondada

Locução adjetiva: As locuções adjetivas são a junção entre uma preposição e um substantivo,
operando na frase como um adjetivo.
Exemplos:
 Cachorro de rua
 Quadro com cupim
 Arroz de geladeira
 Livro sem capa
“De rua”, “com cupim”, “de geladeira” e “sem capa” fazem o papel de adjetivos nesses casos.
Por isso, são locuções adjetivas.

Substantivação do Adjetivo: Outra possível confusão que pode ser feita é quando um adjetivo
é substantivado. Aqui o que importa analisar é a função que a palavra está exercendo, e não
necessariamente memorizar que uma palavra é ou não um adjetivo.
O fraco sempre sairá por último
Nesse caso, “fraco” não é adjetivo. A palavra não está qualificando nenhum substantivo. Ele é o
próprio substantivo. O adjetivo fraco foi substantivado!
Grau do Adjetivo: Quando falamos em graus estamos falando das relações entre as qualidades
de um ou mais seres. Os graus existentes são o positivo, o comparativo e o superlativo.
Grau Positivo: É o grau que simplesmente enuncia a qualidade de algo.
Exemplo: A mulher é linda.
Grau Comparativo: É o grau onde o adjetivo está empregado em uma comparação entre dois
ou mais seres. Veja quais são as possibilidades do Grau Comparativo, e alguns exemplos:
 Grau Comparativo de Igualdade – “A mulher é tão linda quanto o homem”.
 Grau Comparativo de Superioridade – “A mulher é mais linda que o homem”.
 Grau Comparativo de Inferioridade – “A mulher é menos linda que o homem”.
Grau Superlativo: O Grau Superlativo é utilizado quando se pretende dar ênfase na adjetivação.
Existem duas possibilidades de emprego – o Grau Superlativo Absoluto (não faz comparações)
e o Grau Superlativo Relativo (faz comparações).
 Grau Superlativo Relativo – “A mulher é a mais linda de sua sala”
 Grau Superlativo Absoluto – “A mulher é lindíssima! ”
Importante dizer que no Grau Superlativo Absoluto existem duas possibilidades. A utilização de
expressões como “muito linda” ou a utilização do adjetivo modificado, como “lindíssima”. Daí
surgem mais duas classificações:
 Grau Superlativo Absoluto Sintético – “A mulher é lindíssima! ”
 Grau Superlativo Absoluto Analítico – “A mulher é muito linda! ”

Artigo: é o termo que vem antes do substantivo, esclarecendo três pontos importantíssimos
sobre ele:
 Se o substantivo é definido ou indefinido
 Se o substantivo é masculino ou feminino
 Se o substantivo está no singular ou no plural
Exemplos de artigos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
Artigo Definido: O Artigo Definido é utilizado para apontar um ou mais seres especificamente.
Veja o exemplo de quatro frases onde o Artigo Definido é utilizado:
 “A Holanda vendeu seu petróleo”
 “As gatas comeram carne”
 “O homem saiu pela porta”
 “Os garotos compraram queijo”
Como você pode ver, nesses casos há uma delimitação do substantivo em relação a seres
específicos.
Artigo Indefinido: Ao contrário do Artigo Definido, o Artigo Indefinido deixa oculto a quais ou
qual ser se refere. Ele generaliza o substantivo.
Veja alguns exemplos de Artigos Indefinidos sendo aplicados:
 “Um suspeito passou por aqui”.
 “Uns homens chegaram no bar”.
 “Uma barata apareceu na sala”.
 “Umas meninas tocaram o sino”.
Quando um artigo feminino definido (a/as) está junto com uma proposição “a”, usa-se o sinal
da crase.

Pronome: nada mais é que uma palavra que substitui ou pode substituir um substantivo.
Isso pode acontecer de diversas formas, por isso existem seis tipos de pronome:
1. Pronome pessoal
2. Pronome possessivo
3. Pronome demonstrativo
4. Pronome indefinido
5. Pronome interrogativo
6. Pronome relativo
Pronome Pessoal: Pronome pessoal é aquele que substitui o nome de alguém em uma
construção gramatical. Além disso, ele relaciona o nome a uma das 3 pessoas gramaticais. Veja
quais são as três pessoas gramaticais:
 Eu/nós (1ª pessoa) – a pessoa que fala.
 Tu/vós (2ª pessoa) – a pessoa com quem falamos.
 Ele/eles (3ª pessoa) – a pessoa de quem falamos.
O pronome pessoal pode ser de três tipos:
1. Reto
2. Oblíquo
3. De tratamento
Pronome Pessoal Reto: O Pronome Reto é aquele que representa o sujeito do verbo na oração.
São eles:
 Eu
 Tu
 Ele
 Nós
 Vós
 Eles
Veja um exemplo dos pronomes pessoais retos acompanhados dos verbos:
 Eu compro
 Tu compras
 Ele compra
 Nós compramos
 Vós comprais
 Eles compram
Esses são os pronomes mais comuns na utilização cotidiana do Português.
Pronome Pessoal Oblíquo: O Pronome Oblíquo é aquele que tem como função a
complementação do verbo. Veja quais são os pronomes oblíquos:
 1ª pessoa do singular – me, mim, migo
 2ª pessoa do singular – te, ti, tigo
 3ª pessoa do singular – o, a, lhe, se, si, sigo
 1ª pessoa do plural – nos, nosco
 2ª pessoa do plural – vos, vosco
 3ª pessoa do plural – os, as, lhes, se, si, sigo
Agora, a aplicação de cada um desses pronomes oblíquos em orações:
 Chamaram-me
 Fez para mim
 Comeu comigo
 Amo-te
 Levei a ti
 Viajei contigo
 Declaro-o inocente
 Mando-a para casa
 Faz-lhe esse favor
 Diz-se que abriu o carro
 Presenteia a si
 Dormiu consigo
 Compram-nos um chocolate
 Jogam conosco
 Dão-vos o pão
 Saíram convosco
 Intimam-os a vir
 Retiram-as do recinto
 Pedem-lhes a bola
 Fazem-se de bobos
 Maltratam a si mesmos
 Meditam consigo
Pronome Pessoal de Tratamento: O Pronome de Tratamento é aquele que substitui a terceira
pessoa do singular ou do plural (ele/eles).
Alguns exemplos de pronome de tratamento:
 Você
 Vossa Senhoria
 Vossa Excelência
 Vossa Majestade
 Fulano
 Cicrano
 Beltrano
Os pronomes de tratamento são utilizados principalmente em referência a cargos. Enquanto
“Sua Majestade” é utilizado para um rei, “Excelentíssimo” é utilizado para um Governador, por
exemplo.
Pronomes Possessivos: São aqueles que trazem a ideia de posse, em referência a alguém a quem
pertence algo.
Conheça os pronomes possessivos:
 1ª Pessoa – Meu (s) / Minha (s)
 2ª Pessoa – Teu (s) / Tua (s)
 3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s)
 1ª Pessoa – Nosso (s) / Nossa (s)
 2ª Pessoa – Vosso (s) / Vossa (s)
 3ª Pessoa – Seu (s) / Sua (s)
Pronome Indefinido: Basicamente, podemos dizer que o Pronome Indefinido é aquele que
determina o substantivo de maneira vaga. Conheça os pronomes indefinidos:
 Algum
 Bastante
 Cada
 Certo
 Diferentes
 Diversos
 Mais
 Menos
 Muito
 Nenhum
 Outro
 Pouco
 Qualquer
 Quanto
 Quem quer
 Tanto
 Todo
 Um
 Vários
Pronome Interrogativo: Os pronomes interrogativos são os mais fáceis de compreender. São
aqueles que integram orações interrogativas.
São eles:
 Que
 Quem
 Qual
 Quanto
Pronome Relativo: O pronome relativo é aquele faz referência a um termo de outra oração, que
não aquela que ele fez parte.
Os pronomes relativos da Língua Portuguesa são os seguintes:
 O qual
 Que
 Quem
 Cujo
Exemplos de uso do Pronome Relativo:
 A mulher, a qual falou comigo, chegou em casa
 O cachorro, cuja pata foi curada, está andando

Numeral: Agora vamos aprender sobre os numerais, que são as palavras que tem função
quantificadora definida em uma oração.
Enquanto o artigo indefinido “um” fala genericamente de uma quantidade possível de seres, o
numeral “um” quantifica exatamente.
Veja um exemplo de aplicação do numeral “um”:
 Eu só comprei uma cama
Uma dica para verificar se o “um” encontrado em uma oração é numeral ou outra classe de
palavra é substituí-lo por outro numeral e verificar se faz sentido. No nosso exemplo, faria
sentido:
 Eu só comprei duas camas
Logo, trata-se de um numeral.
Numeral Ordinal: Os numerais ordinais são aqueles que expressam ideia de ordem numa série.
Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, quarto etc.
Numeral Cardinal: São aqueles que simplesmente expressam quantidade.
Exemplos: um, dois, três, mil, um milhão, três bilhões etc.
Numeral Multiplicativo: Nesse caso, estamos falando de numerais que determinam o número
de vezes de algo.
Exemplos: dobro, triplo, quadruplo etc.
Numeral Fracionário: Enquanto o Numeral Multiplicativo expressa multiplicação, o Numeral
Fracionário expressa divisão.
Exemplos: meio, terço, doze avos, décimo etc.

Verbo: O verbo é a palavra que expressa a realização de alguma ação, ou o resultado dessa ação.
É possível analisar e classificar os verbos em relação a diversos aspectos. Vamos nos dedicar a
cada um deles.
Predicação do Verbo: O verbo também é chamado de predicado, já que atribui uma ação a uma
coisa ou a uma pessoa. Essa predicação pode ser incompleta ou completa.
Verbo Intransitivo: O Verbo Intransitivo é aquele de predicação completa, portanto não precisa
de um complemento. O verbo “chover”, é um exemplo. Veja:
 “Ontem choveu”
A oração é compreendida sem qualquer complemento ao verbo. Não é o caso do verbo
transitivo.
Verbo Transitivo: Aqui o verbo precisa de um complemento, por não ser de predicação
completa. Um exemplo é o verbo “ver”. Confira:
 Saulo viu a morena
Na oração acima, dizer apenas que “Saulo viu” ficaria incompleto. Saulo viu o quê? É preciso um
complemento, nesse caso, a palavra “morena”.
É bom ressaltar que o complemento do verbo transitivo é chamado de objeto. E que os verbos
transitivos podem ser considerados transitivos diretos e transitivos indiretos. Entenda:
 Verbo Transitivo Direito é aquele que a ação passa diretamente para a pessoa ou coisa
sobre que recai. Exemplo: ver, beber, derrubar.
 Verbo Transitivo Indireto é aquele que a ação não passa diretamente para a pessoa ou
coisa sobre que recai. Exemplo: gostar, obedecer.
O complemento do verbo transitivo direto é o objeto direto. O complemento do verbo transitivo
indireto é o objeto indireto.
Voz do Verbo: Outro ponto importante no estudo dos verbos é analisar em que voz ele se
encontra. As vozes verbais são ativa, passiva, reflexiva e neutra.
Voz Ativa: É quando a ação verbal é praticada pelo sujeito. Ele é o agente da ação verbal.
Exemplo: O rato comeu o queijo.
Voz Passiva: Na voz passiva a pessoa ou coisa a quem se atribui a ação verbal recebe a ação, em
vez de praticá-la.
Exemplo: O carro foi lavado pelo menino.
Voz Reflexiva: A Voz Reflexiva pode ser entendida como a união entre a Voz Passiva e a Voz
Ativa. O sujeito pratica e, simultaneamente, sofre os efeitos da ação verbal.
Exemplo: Tereza cortou-se.
Voz Neutra: É o caso em que o sujeito nem pratica nem recebe a ação verbal.
Exemplo: Joaquina é linda.
Flexão do Verbo: Você já ouviu falar em conjugação verbal? A conjugação nada mais é que o
conjunto de flexões de um verbo. Primeiro, vamos aprender quais são os modos verbais.
Modo Indicativo: Nesse modo, a ação expressa pelo verbo é exercida de maneira real e definida,
seja numa afirmação, seja numa negação.
Exemplos: fazem, compro, mando, tenho, estais, veem.
Modo Subjuntivo: No Modo Subjuntivo o verbo precisa estar subordinado a um outro verbo
para ter sentido. Entenda melhor no exemplo a seguir.
Exemplo: “Quero que estude”.
O verbo “estude”, nesse caso, está no modo subjuntivo, pois seu sentido está dependendo do
verbo “quero”.
Modo Imperativo: É o modo verbal dos “mandões”, pois são utilizados para a passar a ideia de
ordem.
Exemplo: “Apareça agora em minha frente”.
“Apareça” está no modo imperativo.
Formas Nominais do Verbo: Sabia que os verbos podem se tornar substantivos ou adjetivos?
Eles exercem essas funções quando estão em suas formas nominais. São elas:
 Gerúndio
 Infinitivo
 Particípio
Entenda cada uma dessas formas a seguir.
Gerúndio: É a forma nominal do verbo terminada em “ndo”, que indica uma ação continuada.
Exemplos: amando, vivendo, correndo, fluindo, participando.
Infinitivo: É o “nome” do verbo. Nessa forma, não há variação de modo, tempo, número ou
pessoa.
Exemplos: crescer, amar, correr, partir, repor, vender.
Particípio: Já o particípio, é a forma verbal terminada em “ado/ido”.
Exemplos: comprado, vendido, amado, corrompido, mesclado, vivido, construído.
Tempo do Verbal: Já que o verbo indica a realização de uma ação, ou o resultado dela, faz muito
sentido que exista variações de tempo dessas ações. Afinal, elas podem ser realizadas, ou ter
resultados, no passado (ou pretérito), no presente ou no futuro.
Por isso, existem os seguintes tempos verbais:
 Presente
 Pretérito imperfeito
 Pretérito perfeito
 Pretérito mais-que-perfeito
 Futuro
 Futuro do presente
 Futuro do pretérito
Por enquanto, vale a pena você saber apenas quais são os tempos.
Verbo Auxiliar: São auxiliares os verbos que complementam o sentido de outros verbos
(chamados principais). São verbos auxiliares na Língua Portuguesa:
 Ter
 Haver
 Ser
 Estar
Exemplos: “Eu tenho visto muitos pássaros”.
“Tenho”, neste caso, cumpre a função de verbo auxiliar.
Verbos Regulares: Os verbos regulares são aqueles em que o radical permanece invariável
durante toda a sua conjugação. Um verbo regular não modifica sua estrutura quando é
modificado nas várias pessoas.
Exemplos: louvar, vender, partir.
Veja a conjugação do partir vender no presente do indicativo:
 Eu parto
 Tu partes
 Ele parte
 Nós partimos
 Vós partis
 Eles partem
Em todas as pessoas o radical “part” é mantido.
Verbo Irregular: Ao contrário do verbo regular, o verbo irregular sofre modificações em seu
radical quando é conjugado.
Exemplos: perder, fazer, ferir, caber.
Veja a conjugação do verbo ferir no presente do indicativo:
 Eu firo
 Tu feres
 Ele fere
 Nós ferimos
 Vós feris
 Eles ferem
Perceba a mudança no radical. De “fir” para “fer”.
Verbos Anômalos: Existem dois verbos anômalos:
 Ser
 Ir
Enquanto os verbos irregulares sofrem mudanças no radical, os verbos anômalos simplesmente
mudam de radical. Veja o verbo “ser” conjugado no presente do indicativo:
 Eu sou
 Tu és
 Ele é
 Nós somos
 Vós sois
 Eles são
Verbos Defectivos: Os verbos defectivos são aqueles que possuem deficiência na conjugação.
Eles não possuem todas as formas verbais.
Exemplos: reaver, precaver, falir.
Como conjugar o verbo falir na primeira pessoa? Não existe!
Verbos Abundantes: São os verbos que possuem dupla forma, geralmente no particípio. Veja
alguns exemplos:
 Findado/findo
 Limpado/limpo
 Benzido/bento
 Envolvido/envolto
 Emergido/emerso
 Frigido/frito

Advérbio: Os advérbios nada mais são que palavras que modificam os verbos, os adjetivos e até
mesmo outros advérbios.
Existem advérbios de 7 tipos:
1. Lugar – abaixo/acima, dentro/fora, adiante/atrás…
2. Tempo – ainda, antes, depois, cedo, tarde, logo…
3. Modo – ademais, depressa, só, também…
4. Negação – não, nada…
5. Afirmação – deveras, sim, certo, certamente…
6. Dúvida – porventura, acaso, talvez…
7. Intensidade – bastante, mais, menos, muito, pouco…
É bom ficar atento também às locuções adverbiais. Expressões com duas ou mais palavras que
cumprem a mesma função dos advérbios, em qualquer dos 7 tipos citados.

Preposição: As preposições são conectivos, palavras invariáveis (não têm variação de número,
gênero etc) que ligam o complemento à palavra completada.
O termo que vem antes de uma preposição é chamado antecedente. O termo que vem depois
é chamado consequente.
Preposições Essenciais: São aquelas que só desempenham essa função.
Exemplos: de, desde, a, até, para, por, trás, sob…
Preposições Acidentais: São palavras de outras classes que são empregadas como preposição
eventualmente.
Exemplos: durante, menos, mediante, salvo, conforme…

Conjunção: Tal qual as preposições, as conjunções são conectivos, mas em vez de ligar
palavras elas ligam orações.
Exemplos: porque, mas, nem, e, que…
Lembre que um período é um conjunto de uma ou mais orações que fazem sentido. Veja um
período onde a conjunção “e ” é aplicada:
 Tereza viajou e Manoel ficou triste
“Tereza viajou” é uma oração. “Manoel ficou triste” é outra oração. A conjunção “e” faz a
conexão entre elas duas.

Interjeição: Podemos definir a Interjeição como a expressão sucinta do pensamento e/ou


emoção.
Existem 10 tipos de Interjeição:
1. Dor (ai! ui!)
2. Alegria (ah! eh!)
3. Desejo (oxalá! tomara!)
4. Admiração (puxa! quê!)
5. Animação (eia! coragem!)
6. Aplauso (bravo! apoiado!)
7. Aversão (irra! chi!)
8. Apelo (olá! psit! alô! socorro!)
9. Silêncio (psiu! caluda!)
10. Interrogação/Espanto (hem!)

Colocação de pronomes átonos.


Pronomes oblíquos átonos
me/ te/ se/ o(s)/ a(s)/ lhe(s)/ nos/ vos
Há três colocações possíveis desses pronomes em relação ao verbo:
Próclise - o pronome vem antes do verbo. Ex.: Não me interessam seus motivos.
Ênclise - o pronome vem depois do verbo. Ex.: Interessam-me seus motivos.
Mesóclise - o pronome vem no meio do verbo: Ex.: Interessar-me-ão os seus motivos.
A colocação do pronome átono obedece a várias normas, dentre elas, por exemplo, o número
de verbos presentes na frase, se é formada de um só verbo ou mais de um (locução verbal) etc....

Próclise:
1. Em orações subordinadas:
 O pai pediu que o filho se afastasse. (substantiva objetiva direta)
 Seria penoso conciliar o sono no estado de nervos em que me achava. (adjetiva
restritiva)
 Desci pelas escadas do sétimo andar, logo que o zelador do prédio me comunicou, pelo
telefone, o acontecimento. (adverbial temporal)
2. Com adjunto adverbial, sem pausa:
 Naquela época se encontravam em seu cofre os brilhantes provindos de nossa atividade
em Goiânia.
Advérbios (hoje, aqui, sempre, talvez, muito...):
 Ele sempre nos diz as mesmas palavras. Observação: Havendo pausa, o pronome vem
depois do verbo.
3. Oração iniciada por palavras interrogativa ou exclamativa:
 Quem te contou isso?
 Como você se engana!
4. Junto de palavra de sentido negativo (não, nada, nem, nunca...):
 Nunca o vi tão triste.
 Notei, num casaco esporte, a falta de um botão, de cuja perda não me lembrava.
5. Junto de pronomes (Relativos: que, quais, qual, onde.../ Indefinidos: alguém,
muitos, todos, poucos.../ Demonstrativos: este, esta, aquele, aquilo...):
 Todos me deram apoio.
 Este é o garoto de quem lhe falei.
 Muitos se dizem capazes de vencer.
 Essa notícia me pegou de surpresa.
6. Com o verbo no infinitivo precedido de preposição:
 Até se darem conta do erro, passou muito tempo. (infinitivo)
7. Com o verbo no gerúndio precedido da preposição em:
 Em se discutindo esse assunto, apresente seus argumentos. Observação: Se gerúndio
não for precedido de em, deve ocorrer ênclise (comparar com o item 3, a seguir).
8. Em orações que exprimem desejo:
 Os anjos te acompanhem!
9. Conjunções (que, quando, embora, se, como...):
 Espero que nos encontremos logo.

Ênclise
1. No início de oração:
 "Disse-me o gerente: A polícia..."
Observação: Na linguagem informal falada ou escrita, contudo, é comum iniciar-se a oração
com pronome oblíquo átono.
 Me diga aí qual foi o resultado do seu time.
Observação: A próclise ou a ênclise em início de oração dependerá do tipo de linguagem que a
situação e o contexto recomendam: formal ou informal, falada ou escrita.
2. Com o verbo no imperativo afirmativo:
 Chama-me como quiseres.
 "O pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.
3. Com o verbo no gerúndio não precedido da preposição em:
 "...sentia graves acontecimentos tramando-se em torno de mim".
 Os fatos, enredando-se, formavam uma narrativa.

Mesóclise
Coloca-se o pronome no meio do verbo:
(a) quando o verbo estiver no futuro;
(b) quando iniciar a frase; e
(c) quando antes dele não houver palavra atrativa:
 "Dir-lhe-ei tudo o que penso".
 "Vê-la-ia hoje à noite”.

Flexão nominal e flexão verbal.


São morfemas (pedaço mínimo para expressar um significado) colocados no final das palavras
para indicar que elas podem flexionar tanto nos nomes como nos verbos.
O ato de flexionar é mudar de forma, ou seja, a flexão nominal varia a forma dos nomes e a
flexão verbal varia a forma dos verbos.
Verbos regulares, irregulares, defectivos e anômalos
Os verbos da língua portuguesa são classificados em: regulares, irregulares, anômalos,
defectivos e abundantes.
• Regulares: são aqueles em que o radical permanece o mesmo em toda a conjugação.
Exemplo: verbo cantar.
Presente Perfeito

Radical Terminação Radical Terminação

Cant o Cant ei

Cant as Cant aste

Cant a Cant ou

Cant amos Cant amos

Cant ais Cant astes

Cant am Cant aram

• Irregulares: são os verbos cujos radicais se alteram ou cujas terminações não seguem o
modelo da conjugação a que pertencem.
Exemplo: verbo ouvir.
Presente Perfeito
Radical Terminação Radical Terminação

Ouç o Ouv i

Ouv es Ouv iste

Ouv e Ouv iu

Ouv imos Ouv imos

Ouv is Ouv istes

Ouv em Ouv iram

• Anômalos: verbos que apresentam mais de um radical ao serem conjugados.


Exemplo: verbo ser e ir.
No verbo ser ocorrem radicais diferentes, note pela diferença entre: seja, era.
No verbo ir, da mesma forma: vou, fui, irei.

• Defectivos: não se apresentam em todas as flexões.


Exemplos:
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verbo abolir verbo reaver

Presente do Presente do
indicativo indicativo

Eu # Eu #

Tu aboles Tu #

Ele abole Ele #

Nós abolimos Nós reavemos

Vós abolis Vós reaveis

Eles abolem Eles #

• Abundantes: apresentam duas ou mais formas equivalentes.


Exemplo:
aceitar aceitado aceito

acender acendido aceso

corrigir corrigido correto

eleger elegido eleito

emergir emergido emerso

entregar entregado entregue

encher enchido cheio

expelir expelido expulso

extinguir extinguido extinto


fritar fritado frito

imergir imergido imerso

imprimir imprimido impresso

inserir inserido inserto

limpar limpado limpo

matar matado morto

Vozes verbais, locuções verbais e tempos compostos.

São três as vozes verbais: Ativa, passiva e reflexiva:

Voz ativa Sujeito é o agente da ação. Exemplo: Vi a professora.

Voz passiva Sujeito sofre a ação. Exemplo: A professora foi vista.

Voz reflexiva Sujeito pratica e sofre a ação. Exemplo: Vi-me ao espelho.

Ativa: Forma como o verbo se apresenta para indicar que a pessoa a que se refere é o agente
da oração, ou seja, aquele que pratica a ação. Observe os exemplos de voz ativa.
Eu trabalho todos os dias, exceto aos domingos e feriados.
Você fez um ótimo trabalho!
Estrutura da voz ativa: Sujeito Agente + Verbo + Complemento verbal.
Passiva: Forma como o verbo se apresenta para indicar que a pessoa a que se refere é o objeto
da ação verbal, ou seja, o sujeito é paciente, pois sofre uma ação. Pode ser dividida em:
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 Voz Passiva Sintética: É representada pela estrutura verbo + se (pronome apassivador) + sujeito
(+ agente da passiva):
Cumpria-se todos os prazos para a entrega dos produtos.
Finalizaram-se as inscrições para o concurso.
 Voz Passiva Analítica: É representada pela estrutura sujeito paciente + verbo ser (auxiliar) +
verbo no partícipio + preposição + agente da passiva:
Os prazos para a entrega dos produtos foi cumprido.
As inscrições para o concurso foram finalizadas.
Reflexiva: Forma verbal na qual o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, pratica
e sofre a ação, sozinho ou com outro indivíduo. Observe os exemplos da voz reflexiva:
Os dois namorados beijaram-se longamente.
A vítima machucou-se gravemente no acidente de carro.
Estrutura da Voz Reflexiva: Sujeito + verbo + se (complemento verbal).

Locução verbal é a junção de dois ou mais verbos que exercem a função morfológica de um
verbo. De maneira geral, as locuções verbais são constituídas por um verbo auxiliar e um verbo
principal. Vale lembrar que, como o próprio nome indica, os verbos auxiliares acompanham
outros verbos (os principais) e indicam as flexões de número (singular e plural), pessoa (1ª
eu/nós; 2ª tu/vós; 3ª ele(a)/eles(as)), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo e voz.
Os verbos principais, por sua vez, expressam a ideia central da ação praticada.
Observe o exemplo:
→ Ainda estou lendo aquele livro que você me emprestou.
Locução Verbal: estou lendo
Verbo auxiliar: estou
Verbo principal: lendo
Observe que os efeitos de sentido gerados pela locução verbal são possíveis se considerarmos
as duas ações praticadas (estar + ler) como sendo apenas uma. Não é possível pensarmos os
efeitos de sentido de cada um dos verbos separadamente: primeiro a ação de “estar” e, depois,
a ação de “ler”. As duas ações ocorrem ao mesmo tempo e, por isso, é necessário um verbo
auxiliar – que indica as flexões de pessoa (1ª pessoa do singular – eu) e tempo (presente do
indicativo) – e um verbo principal – que indica a ideia central da ação praticada/ocorrida e sua
forma nominal (gerúndio).
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Conjugação das locuções verbais
Nas locuções verbais, devem ser flexionados apenas os verbos auxiliares, e o verbo principal
sempre indica a forma nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Exemplo:
→ Eles devem ajudar no que puderem.
Verbo auxiliar: devem (3ª pessoa plural)
Verbo principal: ajudar (infinitvo, 1ª conjugação “ –ar”)
Tempo composto
São chamadas de tempos compostos as locuções verbais formadas pelos verbos “ter” e “haver”
acrescidos do particípio do verbo principal.
Exemplo:
→ Carmem já tinha voltado da cozinha quando saí do banho.
Verbo auxiliar: tinha (verbo “ter” no pretérito perfeito, primeira pessoa do singular)
Verbo principal: voltado (verbo “voltar” no particípio)
A seguir, veja exemplos de locuções verbais formadas pelos verbos auxiliares utilizados com
frequência em nossa Língua Portuguesa:
Ir: “Vou olhar”
Estar: “Queria estar dormindo”
Ser: “Fui ver”
Haver: “Deve haver”
Ter: “Tinha falado”
Fazer: “Fiz acordar”

Termos da oração.
Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno desses dois elementos
que as orações são estruturadas. O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na
estrutura da oração, o sujeito é o elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por sua
vez, o predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito.

Sujeito = o ser sobre o qual se declara alguma coisa.


Predicado = o que se declara sobre o sujeito.

Na oração, sujeito e predicado funcionam assim:


Exemplo 1:
As ruas são intransitáveis.
Sujeito: as ruas
Verbo: são
Predicado: são intransitáveis (este é um predicado nominal e abaixo você vai entender o
porquê!)
Exemplo 2:
Os alunos chegaram atrasados novamente.
Sujeito: os alunos
Verbo: chegaram
Predicado: chegaram atrasados novamente

Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujeito. Quando o sujeito
é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância semântica.
Exemplo:
O garoto logo percebeu a festa que o esperava.
Sujeito: O garoto
Núcleo do sujeito: garoto
Predicado: logo percebeu a festa que o esperava
O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo, numeral
substantivo ou qualquer palavra substantivada.
Exemplo de substantivo:
A casa foi fechada para reforma.
Sujeito: A casa
Núcleo do sujeito: casa
Predicado: foi fechada para reforma.
Exemplo de pronome substantivo:
Eles não gostam de carne vermelha.
Sujeito: Eles
Núcleo do sujeito: Eles
Predicado: não gostam de carne vermelha.
Exemplo de numeral substantivo:
Três excede.
Sujeito: Três
Núcleo do sujeito: Três
Predicado: excede.
Exemplo de palavra substantivada:
Um oi foi expresso rapidamente.
Sujeito: Um oi
Núcleo do sujeito: oi
Predicado: foi expresso rapidamente.

Tipos de sujeito: O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado
ou inexistente.
Sujeito simples: Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só
substantivo ou um só pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada.
Exemplo:
O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada.
Sujeito: O desenho em nanquim
Núcleo: desenho
Predicado: será sempre uma expressão admirada.
Sujeito composto: Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas
por mais de um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada
ou mais de uma oração substantivada.
Exemplo:
Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal.
Sujeito: Cristina, Marina e Bianca
Núcleo: Cristina, Marina, Bianca
Predicado: fazem balé no Teatro Municipal.
Sujeito oculto: Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode
ser identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo. Também é chamado de sujeito
elíptico, desinencial ou implícito.
Exemplo:
Estávamos à espera do ônibus.
Sujeito oculto: nós
Desinência verbal: estávamos
Sujeito indeterminado: O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento
identificado de maneira clara. É observado em três casos:
 quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o
sujeito;
 quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se);
 quando o verbo está no infinitivo pessoal.
Sujeito inexistente: A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado
está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo.
Exemplo:
Choveu muito em Manaus.
Predicado: Choveu muito em Manaus
Predicado: O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal.
Predicado Verbal: O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo
predicado está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse
caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos.
Exemplo:
O entregador chegou.
Predicado verbal: chegou.
Predicado Nominal: O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do
sujeito.
Exemplo:
O entregador está atrasado.
Predicado nominal: está atrasado.
Predicado Verbo-nominal: O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo
transitivo ou intransitivo + o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.
Exemplo:
A menina chegou ofegante à ginástica.
Sujeito: A menina
Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica.

Processos de coordenação e subordinação (valores sintáticos e semânticos).


A análise sintática "serve" para examinar o texto, as suas estruturas e os elementos que o
compõem. O texto é composto por orações e períodos. A oração é uma frase que possui verbo,
enquanto o período é o conjunto de orações. Exemplo:
 A menina caiu da bicicleta quando fez a curva.
Nesse exemplo há duas orações porque há dois verbos (“cair” e “fazer”). Entenda que, cada
termo da oração tem uma função específica e é isso que a análise sintática tem como objetivo,
determinar essa função. E esses termos podem ser classificados como essenciais, integrantes e
acessórios.
Essenciais: sujeito e predicado.
Integrantes: objeto direto e objeto indireto, complemento nominal e agente da passiva.
Acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.
Essenciais e integrantes
Observe a frase:
 A menina pegou a bola.
“A menina” é o sujeito e “pegou a bola” é o predicado. O verbo é o “pegar” que é classificado
como transitivo direto e “a bola” é o complemento do verbo, o objeto direto. Uma forma de
determinar a classificação dos objetos é perguntando ao verbo. Veja: quem pega, pega alguma
coisa. Quando a pergunta não necessita de uma preposição, o verbo é transitivo direto. Observe
a diferença nessa frase:
 Eu preciso de você.
O verbo precisar é transitivo indireto. Faça a pergunta: quem precisa, precisa “de” alguém. O
termo “de” é uma preposição, logo, a expressão “de você” é um objeto indireto.
O complemento nominal serve para complementar um termo que não seja verbo dentro da
oração. Diferentemente do objeto indireto, o complemento nominal completa um substantivo,
adjetivo e advérbio e não um verbo. Por exemplo: A menina teve orgulho do pai. A expressão
“do pai” complementa o sentido de “orgulho”.
O agente da passiva sempre está acompanhado de duas preposições, “por” e “de”. Se o verbo
estiver na voz passiva, o agente será aquele que praticará a ação do verbo. Veja: O pássaro foi
capturado pelos agentes. A expressão “pelos agentes” é o agente da passiva.
Acessórios: Já os termos que são acessórios na oração caracterizam algo. O adjunto adnominal,
por exemplo, especifica o substantivo. Não há uma regra específica, pode ser artigos, locuções,
pronomes, adjetivos e mais. Exemplo: Seu olhar singelo é lindo. O termo “singelo” é o adjunto
adnominal. Veja outro exemplo: O passeio de barco me cansou. A expressão “de barco” é um
adjunto adnominal.
Por outro lado, o adjunto adverbial funciona como advérbio dentro da oração. Logo, vamos
rever os tipos de advérbios: afirmação, negação, intensidade, dúvida, tempo, companhia, causa,
finalidade, lugar, meio e assunto. Exemplo: Isso está muito difícil! O termo “muito” é um adjunto
adverbial.
E o aposto explica um termo na oração. Exemplo: A Carol, menina sapeca, entrou na escola. A
expressão “menina sapeca” está explicando quem é a Carol. A expressão é o aposto da oração.

Oração: é todo enunciado que possua um verbo.


Orações coordenadas: são aquelas “independentes” sintaticamente entre si, ou seja, uma não
depende da outra para fazer sentido. Exemplo:
 Eu deitei e dormi profundamente.
(Veja que as orações “eu deitei” e “dormi profundamente” fariam sentido se ficassem
separadas.)
Classificação:
Orações coordenadas aditivas: indicam um acréscimo de alguma informação. Ex:
 Eu fechei os olhos e sonhei com você.
 Maria estuda à noite e trabalha durante o dia.
Orações coordenadas adversativas: traduzem uma idéia de oposição e contraste. Ex:
 Ele estudou bastante, porém não foi aprovado.
 Joana se preparou para a entrevista, mas acabou não sendo contratada.
Orações coordenadas alternativas: expressam um sentido de alternância. Ex:
 Ora falta ao trabalho, ora chega atrasado.
 Quer esteja com fome, quer não esteja, você precisa comer.
Orações coordenadas conclusivas: passam uma idéia de conclusão. Ex:
 Eu me esforcei muito para estar aqui, portanto não vou desistir.
 Eu não o conheço, por isso não posso julgá-lo.
Orações coordenadas explicativas: justificam e explicam o que é apresentado. Ex:
 Não saia à noite, porque é perigoso.
 Deixe a janela aberta, pois está fazendo calor.
Orações subordinadas: são sintaticamente dependentes da oração principal. Ex:
 É preciso que você estude.
(Veja que as orações “é preciso” e “que você estude” não fariam sentido se ficassem separadas.)
Classificação:
Orações subordinadas adjetivas: exercem função sintática de adjetivo. Podem ser:
Restritivas: limitam o significado do antecedente. Ex:
 O presente que ganhei era maravilhoso. (não são todos os presentes; só o que ganhei)
 Gostei muito do filme que assisti ontem. (não são todos os filmes; só o de ontem)
Explicativas: explicam algo do antecedente. Ex:
 Maurício, que já foi professor, sabe muito bem o que é isso.
 Natália, cuja mãe é médica, acabou optando pela medicina.
Orações subordinadas adverbiais: exercem função sintática de advérbio. Podem ser:
Causais: expressam causa. Ex:
 Não vou me pronunciar, uma vez que não sei nada a respeito.
Concessivas: indicam uma concessão ou permissão. Ex:
 Embora tenha dificuldades, você pode conseguir.
Condicionais: traduzem uma condição. Ex:
 Se eu for aprovado, vou ficar muito feliz.
Comparativas: expressam uma idéia de comparação. Ex:
 A filha é bonita como a mãe.
Consecutivas: passam uma relação de causa e efeito, de conseqüência. Ex:
 Choveu tanto, que alagou toda a região.
Finais: expressam uma finalidade. Ex:
 Ele estuda para ter uma melhor condição de vida.
Temporais: indicam tempo. Ex:
 Ela veio falar comigo assim que ficou sabendo do ocorrido.
Orações subordinadas substantivas: exercem função sintática de substantivo. Para identificá-
las, geralmente usamos o macete de substituir a oração por “isto”. Ex:
 A professora disse que não poderia reavaliar sua decisão. (A professora disse “isto”)
 Meu desejo é que você seja feliz. (Meu desejo é “isto”)
 É provável que ele chegue antes de mim. (O que é provável? “Isto”)

Valor semântico é o sentido atribuído às palavras mediante o seu contexto.


Muitas vezes, as mesmas palavras têm significados distintos. Vejamos os exemplos:
 Tinha uma vizinha que era uma cobra!
 O caseiro encontrou uma cobra no sítio.
A palavra cobra usada nos dois exemplos diferem no seu significado. No primeiro deles, a pessoa
não está contente com a vizinha, que segundo ela é uma pessoa má, cuja convivência é difícil.
No segundo, a palavra tem o sentido literal, ou seja, de um réptil.
No caso das preposições e das conjunções, a mesma palavra também pode assumir valores
diferentes. É por isso que, embora algumas delas sejam mais frequentes em determinado tipo,
o seu valor semântico somente pode ser verificado mediante a relação estabelecida em
determinado contexto.
Valor semântico das preposições
Assunto: O livro trata de culinária.
Causa: Com a barba feita, conseguiu emprego.
Companhia: Se for para ir com você eu vou.
Conformidade: Entreguei tudo como ele pediu.
Distância: A poucos metros você encontra a padaria.
Finalidade: Cheguem cedo para não perdermos o ônibus.
Instrumento: Com o que você se machucou?
Lugar: Mudou-se para a Alemanha.
Matéria: Fiz bolo de chocolate.
Meio: Falei com ela por telefone.
Modo: Faz tudo com disposição.
Oposição: Agiu contra a minha vontade.
Origem: De onde você é?
Posse: Este livro é da biblioteca?
Tempo: Vou me aposentar por tempo de contribuição.
Valor semântico das conjunções
Adição: Passeei e descansei.
Adversidade: Faço tudo e não vejo nada pronto.
Alternativa: Ora estudava, ora fingia que estudava.
Causa: Como estou doente, não vou à festa.
Comparação: Anda como a mãe.
Concessão: Vou à praia, e está chovendo.
Conclusão: Não dormiu em casa porque a cama está arrumada.
Condição: Se resolver ir, chame.
Conformidade: Faço tudo como ele quer.
Consequência: Você mexe-se, e eu atiro.
Explicação: Fica, pois ela vai precisar de ajuda.
Finalidade: Faço o bolo e levo na hora do Parabéns.
Proporção: Tanto mais faz, tanto menos é reconhecido.
Tempo: Quando o professor chegar, eu guardo o telefone.
Regência nominal e verbal.
Regência verbal
Chamamos de regência verbal a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). Os
verbos podem ser intransitivos e transitivos.
Os verbos intransitivos não exigem complemento. Isso acontece porque são verbos que fazem
sentido por si só, ou seja, possuem sentido completo. Em alguns casos, eles são acompanhados
por adjuntos adverbiais, elementos que não podem ser considerados como objetos. O adjunto
adverbial é um termo acessório da oração cuja função é modificar um verbo, um adjetivo ou um
advérbio, indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade etc.). Sendo um termo
acessório, pode ser retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática. Veja alguns exemplos:
Choveu muito ontem.
↓ ↓
verbo impessoal adjunto adverbial de intensidade e de tempo
(intransitivo)
Chegamos no voo das onze horas.
↓ ↓
verbo intransitivo adjunto adverbial de meio e de tempo
Verbos transitivos diretos
Chamamos de verbos transitivos aqueles que precisam de um complemento, uma vez que não
possuem sentido quando sozinhos. Eles podem ser transitivos diretos e indiretos. Os transitivos
diretos são acompanhados por objetos diretos e não exigem preposição para o correto
estabelecimento da relação de regência. Veja os exemplos:
Quero bolo!
↓ ↓
verbo transitivo direto objeto direto
Amo aquele rapaz.
↓ ↓
verbo transitivo direto objeto direto
Para facilitar o reconhecimento dos verbos transitivos diretos, você poderá fazer algumas
perguntas para eles (quero o quê/quero quem? Amo o quê/amo quem?). As respostas serão os
objetos diretos.
Verbos transitivos indiretos
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos, isto é, exigem uma
preposição para o estabelecimento da relação de regência. Veja:
preposição 'de' + artigo 'a' = da

Gostamos da prova.
↓ ↓
verbo transitivo indireto objeto indireto
Outro exemplo:
preposição + artigo = às

Respondi às questões.
↓ ↓
verbo transitivo indireto objeto indireto
Você também pode fazer perguntas para o verbo para assim identificar se ele é ou não transitivo
indireto (gostaram de quê/gostaram de quem? Respondeu a quê/respondeu a quem?). Note
que, ao fazer a pergunta com o uso de uma preposição, o objeto responderá também com uma
preposição (gostamos da prova/ respondi às questões).
Verbos transitivos diretos e indiretos
Antigamente, os verbos transitivos diretos e indiretos eram chamados de bitransitivos. Essa
nomenclatura, entretanto, não é mais utilizada. São verbos acompanhados de um objeto direto
e um objeto indireto. Observe:
a (preposição) + os = aos

Agradeço aos ouvintes a audiência.
↓ ↓ ↓
verbo transitivo direto e indireto Objeto indireto objeto direto ('a' é artigo)
Quem agradece, agradece a alguém algo.
Outro exemplo:
preposição + artigo = à

Entreguei a flor à professora.
↓ ↓ ↓
verbo transitivo direto e indireto Objeto direto objeto indireto
Regência nominal
Chamamos de regência nominal o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada
por uma preposição. Veja alguns exemplos (vale lembrar que existem muitos outros):
Substantivos:
Admiração a/por
Devoção a/ para/ com/ por
Medo de
Respeito a/ com/ para com/ por

Adjetivos:
Necessário a
Acostumado a/com
Nocivo a
Agradável a
Equivalente a

Advérbios:
Longe de/ Perto de

Obs.: Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são
formados:
Paralela a; paralelamente a
Relativa a; relativamente a

Crase: A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada
com acento grave.
Quando não usar crase?
Não ocorre crase:
Antes de substantivos masculinos:
 Gosto de andar a pé.
 Este passeio será feito a cavalo.
 Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
 Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.
Antes de verbos:
 Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.
 Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
 O arquiteto está começando a renovar essa casa.
 Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.
Antes da maior parte dos pronomes:
 Desejamos a todos um bom fim de semana.
 Você já pediu ajuda a alguém?
 Dei todos os meus carrinhos a ele.
 Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.
Nota: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.
 Não entregamos o trabalho à mesma professora.
 Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
 Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
 Esta é a reportagem à qual me referi.
Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:
 Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.
 Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
 Preciso conversar com você face a face.
 Por favor, permaneçam lado a lado.
Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:
 Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.
 A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
 As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.
Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as,
ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.
 Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.
 A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
 As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.
Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):
 O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.
 O hotel fica a dois quilômetros daqui.
 O motorista conduzia a 180 km/h.
Quando usar crase?
Ocorre crase:
Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem
a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo
se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…
 Aquele aluno nunca está atento à aula.
 Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
 Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
 É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
 As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.
Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à noite, à
direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira de, à
exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à proporção que,…
 Ligo-te hoje à noite.
 Ele está completamente à parte do grupo.
 A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
 Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz
nada.
Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra
feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira
de.
 Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
 Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)
 Antes da indicação exata e determinada de horas:
 Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.
 Chegaremos a Brasília às 22h.
 A missa começará à meia-noite.
Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
 Estou esperando você desde as seis horas.
 Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.
Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão de
clareza na leitura:
 Vou lavar a mão na pia.
 Vou lavar à mão a roupa delicada.
 Ele pôs a venda nos olhos.
 Ele pôs à venda o carro.
 Ela trancou a chave na gaveta.
 Ela trancou à chave a porta.
 Estudei a distância.
 Estudei à distância.
Quando a crase é facultativa?
O uso do acento grave indicativo de crase é facultativo:
Antes de pronomes possessivos:
 Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.
 Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.
Antes de nomes próprios femininos:
 Enviei cartas a Heloísa.
 Enviei cartas à Heloísa.
Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque
nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
 Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.
 A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.
Depois da preposição até antecedendo substantivos femininos:
 Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.
 Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.
Casos específicos para o uso da crase
Em algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:
Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que
admitam a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de
verificar se há anteposição do artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.
 Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
 Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
 Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na
Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração
com a preposição a, ficando à:
 Vim da Bahia.
 Estou na Bahia.
 Vou à Bahia no próximo mês.
Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não
haverá contração com a preposição a, permanecendo a:
 Vim de Brasília.
 Estou em Brasília.
 Vou a Brasília no próximo mês.
Nota: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.
 Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.
 Regressei à Curitiba de minha infância.
Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade, se
esta estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.
 Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)
 O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
 Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)
Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um
adjunto adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.
 Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)
 Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
O que é a crase?
A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da preposição a
com o artigo definido feminino a (a + a = à).
 Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
 Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)
Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com
os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
 a + aquele = àquele;
 a + aquela = àquela;
 a + aquilo = àquilo.

 Fui àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)


 Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
 Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)
Dica para o uso da crase: Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas
situações é substituir o substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se
haverá ou não a presença da preposição a contraindo com o artigo definido a.
 Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
 Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao
Dúvida no uso da crase: “Vou à praia” ou “Vou a praia”?
Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de praia por parque.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vou ao parque” ou “Vou o parque”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vou ao parque”, com a contração ao.
Assim, a forma correta também será “Vou à praia”, com a contração à.
Dúvida no uso da crase: “Vale à pena” ou “Vale a pena”?
Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de pena por sacrifício.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vale ao sacrifício” ou “Vale o
sacrifício”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vale o sacrifício”, sem a contração ao.
Assim, a forma correta também será “Vale a pena”, sem a contração à.
Atenção!
Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto uso da
crase depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma capacidade de análise
do enunciado frásico, sendo importante compreender que não ocorre crase se houver apenas
a preposição a, ou apenas o artigo definido a ou apenas o pronome demonstrativo a. Para que
haja crase, é preciso que haja uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem contração,
formando crase.

Concordância nominal e verbal: A concordância verbal ocorre quando o verbo de flexiona


para concordar com o sujeito gramatical. Essa flexão verbal é feita em número (singular ou
plural) e em pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa).
A concordância nominal ocorre quando há flexão de um termo (artigo, adjetivo, pronome, …)
para concordar com um substantivo. Essa flexão é feita em gênero (masculino ou feminino) e
em número (plural ou singular).
Exemplos de concordância verbal
 Eu aprendi;
 Ele aprendeu;
 Nós aprendemos;
 Eles aprenderam.
Exemplos de concordância nominal
 O amigo verdadeiro;
 A amiga verdadeira;
 Os amigos verdadeiros;
 As amigas verdadeiras.
Apesar dessas regras básicas, existem casos específicos de concordância verbal e de
concordância nominal.
Casos específicos de concordância verbal
Existem diversos casos específicos de concordância verbal. Os principais são:

Concordância verbal com verbos impessoais: Os verbos impessoais, como não apresentem
sujeito, são conjugados sempre na 3.ª pessoa do singular:
 Havia várias pessoas esperando. (verbo haver com sentido de existir)
 Faz cinco anos que eu te conheci. (verbo fazer indicando tempo decorrido)
 Aqui onde moro, chove todos os dias. (verbos que indicam fenômenos atmosféricos)
Concordância verbal com a partícula apassivadora se
Com a partícula apassivadora se, o objeto direto assume a função de sujeito paciente. Assim, o
verbo estabelece concordância em número com o objeto direto:
 Vende-se casa.
 Vendem-se casas.
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se
Quando a partícula se atua como indeterminadora do sujeito, o verbo fica sempre conjugado
na 3.ª pessoa do singular:
 Precisa-se de empregado.
 Precisa-se de empregados.
Concordância verbal com a maioria, a maior parte, a metade,...
Com essas expressões, o verbo fica conjugado, preferencialmente, na 3.ª pessoa do singular.
Contudo, já se considera aceitável o uso da 3.ª pessoa do plural:
 A maioria dos alunos vai…
 A maior parte dos alunos vai…
 A maioria dos alunos vão…
 A maior parte dos alunos vão…
Concordância verbal com pronome relativo que
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo que:
 Fui eu que pedi…
 Foi ele que pediu…
 Fomos nós que pedimos…
Concordância verbal com pronome relativo quem
O verbo concorda com o termo antecedente ao pronome relativo quem ou fica conjugado na
3.ª pessoa do singular:
 Fui eu quem pedi…
 Fomos nós quem pedimos…
 Fui eu quem pediu…
 Fomos nós quem pediu…
Concordância verbal com o infinitivo pessoal
O infinitivo é flexionado, principalmente, quando se pretende definir o sujeito e quando o
sujeito da segunda oração é diferente do da primeira:
 Isto é para nós fazermos.
 Eu pedir para eles fazerem tudo.
Concordância verbal com o infinitivo impessoal
O infinitivo não é flexionado, principalmente, em locuções verbais e em verbos
preposicionados:
 As pessoas conseguiram entender a verdade.
 Foram incentivados a entender a verdade.
 Foram impedidos de entender a verdade.
Concordância verbal com o verbo ser
Com o verbo ser, a concordância em número é estabelecida com o predicativo do sujeito:
 Isto é brincadeira!
 Isto são brincadeiras!
Concordância verbal com um dos que
Com a expressão um dos que, o verbo fica sempre na 3.ª pessoa do plural:
 Um dos que foram…
 Um dos que querem…
 Um dos que podem…
Casos específicos de concordância nominal
Existem diversos casos específicos de concordância nominal. Os principais são:
Concordância nominal com pronomes pessoais
O pronome pessoal e o adjetivo estabelecem concordância em gênero e número:
 Ele é falador.
 Ela é faladora.
 Eles são faladores.
 Elas são faladoras.
Concordância nominal com vários substantivos
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo ou assume a forma
no masculino plural:
 mochila e livro emprestado;
 livro e mochila emprestada;
 mochila e livro emprestados;
 livro e mochila emprestados.
Concordância nominal com vários adjetivos
O substantivo fica no singular quando há vários adjetivos no singular que se encontram
determinados por artigos. Sem a presença de artigos, o substantivo fica no plural:
 a professora simpática e a antipática;
 o professor simpático e o antipático;
 as professoras simpática e antipática;
 os professores simpático e antipático.
Concordância nominal com bastante, muito, pouco, meio, caro, barato, longe
As palavras bastante, muito, pouco, meio, caro, barato e longe, enquanto adjetivos,
concordam em gênero e número com o substantivo:
 muitas joias;
 bastantes joias;
 poucas joias;
 joias caras;
 joias baratas.
Nota: Essas palavras permanecem invariáveis apenas quando assumem a função de advérbios,
modificando um verbo.
Concordância nominal com é permitido e é proibido
Com estas expressões, o adjetivo varia em gênero e número quando houver a presença de um
artigo determinando o substantivo. Quando não houver artigo, o adjetivo permanece
invariável no masculino singular:
 É permitida a entrada de animais.
 É proibida a entrada de animais.
 É permitido entrada de animais.
 É proibido entrada de animais.
Nota: Essa mesma regra de concordância é também aplicada às expressões: é necessário, é
preciso, é bom.

Concordância nominal com mesmo e próprio


As palavras mesmo e próprio estabelecem concordância em gênero e número com o
substantivo quando atuam como adjetivo:
 na mesma função;
 no mesmo trabalho;
 nas mesmas funções;
 nos mesmos trabalhos;
 na própria casa;
 no próprio escritório;
 nas próprias casas;
 nos próprios escritórios.
Nota: Esta regra de concordância estende-se também às palavras obrigado, quite, anexo e
incluso.
Concordância nominal com menos
A palavra menos permanece sempre invariável:
 menos alegria;
 menos alegrias;
 menos problema;
 menos problemas.

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