LICENCIAMENTO

AMBIENTAL
NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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 O QUE VOCÊ
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NESTE EBOOK
ÍNDICE
Introdução 04
Qualidade de Vida e Qualidade Ambiental 05
Legislação - Política Nacional do Meio Ambiente 07
Quem faz o Licenciamento 10
Etapas do licenciamento 13
Atividades que exigem o EIA/Rima 16
Tipos de Licença Ambiental 19
Insegurança jurídica onera o investimento 23
Projeto para nova Lei de Licenciamento Ambiental 26
Recomendações para agilizar o licenciamento 34
Lista de atividades sujeitas ao licenciamento 36
O Sienge Platform 43
Referências 44

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 INTRODUÇÃO
Poucas questões causam tanta preocupação e discussão
quando falamos da construção civil, nos investimentos em
obras públicas e privadas quanto o licenciamento ambiental
no Brasil.
De um lado, está a urgência dos setores interessados na
realização dos investimentos, muitas vezes de grande
interesse social, além do interesse econômico, e, de outro,
a necessidade de se garantir a preservação dos recursos
naturais, que são finitos, a segurança e a qualidade de vida
da população.
Ao mesmo tempo, temos um mercado cada vez mais
exigente em relação à responsabilidade socioambiental das
empresas. Vivemos numa sociedade muito sensível a temas
como a mudança climática, o desmatamento, a poluição
do ar e da água e a ameaça de extinção de milhares de
espécies.
Além disso os órgãos oficiais de financiamento e de
incentivos governamentais, como o BNDES, condicionam
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a aprovação dos projetos à apresentação da Licença
Ambiental.
O fato é que o licenciamento ambiental tem sua importância
reconhecida por todos, como um mecanismo imprescindível
ao desenvolvimento sustentável, mas que necessita de
ajustes para ser menos burocrático e mais ágil.
Neste material, vamos apresentar da forma mais clara
e objetiva possível a legislação pertinente, os principais
questionamentos e, principalmente, os procedimentos
necessários para encaminhar o licenciamento, de modo
a facilitar o seu entendimento pelos empreendedores,
investidores, profissionais da área e demais interessados no
tema.
Queremos muito que seus empreendimentos se realizem
sem maiores dificuldades quanto ao licenciamento e tenham
pleno sucesso. Esperamos que nosso conteúdo seja útil
neste sentido.
Boa leitura!
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 4
 Créditos: Adobestock/Divulgação

Qualidade de Vida e Qualidade Ambiental

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 Qualidade de Vida e
Qualidade Ambiental
O Licenciamento Ambiental tem como objetivo fazer
o controle prévio e realizar o acompanhamento da
construção, instalação e funcionamento de atividades que
utilizem recursos naturais, que sejam poluidoras ou que
possam causar a degradação ambiental. Trata-se de um
processo administrativo que resulta, ou não, na emissão
de uma licença ambiental.
Com este instrumento, busca-se prevenir e controlar
problemas ambientais como a poluição das águas com
esgotos domésticos e industriais, a contaminação do ar
por descargas de automotores ou fábricas. Também visa
proteger as áreas de preservação permanente (APPs),
como encostas de morros e matas ciliares, bem como
sítios arqueológicos, locais históricos, áreas indígenas e
quilombolas, que também têm proteção legal.
Isto afeta empreendimentos e atividades das mais
diversas naturezas, desde a agropecuária, a mineração,
a construção de hidrelétricas, estradas, condomínios
habitacionais e complexos industriais, entre outros.
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Ao fim, tudo visa garantir a saúde, a qualidade de vida
e também a sobrevivência da população, que além das
doenças causadas pelo desequilíbrio ambiental pode ter
os seus meios de sobrevivência afetados.
É o que acontece, por exemplo, quando somem os
peixes de um rio por causa de algum fator poluente e os
pescadores ficam sem sua fonte de renda; ou quando a
biodiversidade diminui, somem os controles naturais e
proliferam as pragas que causam doenças.
Acidentes por obras ou atividades mal conduzidas
também abalam a vida das pessoas, causando vítimas
entre a população, como se viu no caso da Samarco, no
Espírito Santo.
Por isso, os órgãos ambientais e seus defensores
enfatizam sobremaneira a estreita relação entre a
qualidade ambiental e a qualidade de vida, bem como a
necessidade dos instrumentos de controle que garantam
estes preceitos.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 6
 Créditos: Adobestock/Divulgação

Legislação Política Nacional do Meio Ambiente

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 Legislação - Política
Nacional do Meio Ambiente

Créditos: Adobestock/Divulgação
Com esta preocupação, foi instituída a Política
Nacional do Meio Ambiente - Lei 6.938 / 1981, que
tem a finalidade de garantir a preservação, melhoria
e recuperação da qualidade ambiental.

Um dos seus instrumentos é o licenciamento

ambiental, expresso no artigo 10 dessa lei, onde está
dito, com toda a clareza, que:

“A construção, instalação, ampliação e instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e

funcionamento de estabelecimentos e atividades
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer
forma, de causar degradação ambiental dependerão
de prévio licenciamento ambiental.”
atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as
normas técnicas aplicáveis ao caso.”

A Resolução 237 do Conselho Nacional do Meio Já a Constituição Federal de 1988 assegurou a todos os
Ambiente (Conama), por sua vez, definiu o cidadãos brasileiros, no artigo 225, o “direito ao meio
licenciamento da seguinte maneira: ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
ambiental competente licencia a localização, preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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 Responsabilidades do Poder Público
Para garantir a efetividade desse direito, a CF também
determina como responsabilidades do Poder Público:
• Preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;
• Definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização
que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
• Promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação
do meio ambiente;
• Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
Além disso a Constituição determina o
seguinte:
• “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
IR PARA O ÍNDICE
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na
forma da lei.”
• “As condutas e atividades consideradas lesivas ao
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, as sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.”
• “A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra
do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são
patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da
lei, dentro de condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.”
Resoluções do Conama para o licenciamento
• Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de
1986: Estabelece quais empreendimentos devem
obrigatoriamente apresentar Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) bem como as diretrizes para sua elaboração, nos
processos de licenciamento ambiental.
• Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997:
Determina quais empreendimentos estão sujeitos ao
licenciamento ambiental e os procedimentos, etapas,
critérios do processo.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 9
 Créditos: Mobuss/Divulgação

Quem faz o Licenciamento

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 Quem faz o icenciamento

Conforme a Resolução 237 do Conama:

Créditos: Ibama/Divulgação
Ibama:

compete ao Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), como órgão da União, o licenciamento
ambiental de empreendimentos e atividades • destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar,
com significativo impacto ambiental de âmbito transportar, armazenar e dispor material
nacional ou regional, a saber: radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem
energia nuclear em qualquer de suas formas
• localizadas ou desenvolvidas conjuntamente e aplicações, mediante parecer da Comissão
no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
na plataforma continental; na zona econômica
exclusiva; em terras indígenas ou em unidades • bases ou empreendimentos militares, quando
de conservação do domínio da União. couber, observada a legislação específica.

• localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Observação: O Ibama, ressalvada sua competência

Estados; supletiva, poderá delegar aos Estados o
licenciamento de atividades com significativo
• cujos impactos ambientais diretos ultrapassem impacto ambiental de âmbito regional,
os limites territoriais do País ou de um ou mais uniformizando, quando possível, as exigências.
Estados;

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 Estado: Município:

Compete ao órgão ambiental estadual ou do Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os

Distrito Federal o licenciamento ambiental dos órgãos competentes da União, dos Estados e do Distrito
empreendimentos e atividades: Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de
empreendimentos e atividades de impacto ambiental
• localizados ou desenvolvidos em mais de um local e (também) daquelas que lhe forem delegadas
Município ou em unidades de conservação de pelo Estado por instrumento legal ou convênio.
domínio estadual ou do Distrito Federal;

• localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais

formas de vegetação natural de preservação
permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº
4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as
que assim forem consideradas por normas federais,
estaduais ou municipais;

• cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os

limites territoriais de um ou mais Municípios;

Créditos: Mobuss/Divulgação
• delegados pela União aos Estados ou ao Distrito
Federal, por instrumento legal ou convênio.

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 Créditos: Portal Resíduos Sólidos/Divulgação

Etapas do licenciamento

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 Etapas do licenciamento
O licenciamento ambiental passa por
uma sequência de procedimentos que
buscam a obtenção de três tipos de licença,
obrigatoriamente:
1. Licença Prévia
2. Licença de Instalação
3. Licença de Operação
As etapas do processo são as seguintes:
• Definição pelo órgão ambiental competente,
com a participação do empreendedor, dos
documentos, projetos e estudos ambientais,
necessários ao início do processo de
licenciamento correspondente à licença a ser
requerida.
• Requerimento da licença ambiental
pelo empreendedor, acompanhado dos
documentos, projetos e estudos ambientais
pertinentes, com a devida publicidade.
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• Análise pelo órgão ambiental competente,
integrante do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama) , dos documentos,
projetos e estudos ambientais apresentados
e a realização de vistorias técnicas, quando
necessárias.
• Solicitação de esclarecimentos e
complementações pelo órgão ambiental
competente, integrante do Sisnama, uma
única vez, em decorrência da análise dos
documentos, projetos e estudos ambientais
apresentados. Pode haver a reiteração da
mesma solicitação caso os esclarecimentos
e complementações não tenham sido
satisfatórios.
• Audiência pública, quando couber, de acordo
com a regulamentação pertinente.
• Solicitação de esclarecimentos e
complementações pelo órgão ambiental
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 14
 competente, decorrentes das audiências 2. No caso de empreendimentos e atividades
públicas, quando couber. Pode haver sujeitos ao Estudo de Impacto Ambiental
reiteração da solicitação quando os (EIA), se for verificada a necessidade de
esclarecimentos e complementações não nova complementação em decorrência
tenham sido satisfatórios. de esclarecimentos já prestados, o órgão
ambiental competente poderá formular novo
• Emissão de parecer técnico conclusivo e, pedido de complementação.
quando couber, parecer jurídico.

• Deferimento ou indeferimento do pedido

de licença, dando-se a devida publicidade.

Detalhes importantes:

1. No procedimento do licenciamento
ambiental deverá constar,
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura
Municipal, declarando que o local e o tipo

Créditos: Adobestock/Divulgação
de empreendimento ou atividade estão em
conformidade com a legislação aplicável ao
uso e ocupação do solo.

Quando for o caso, deverá constar também

a autorização para supressão de vegetação
e a outorga para o uso da água, emitidas
pelos órgãos competentes.

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 Créditos: Grupo ÁBACO/Divulgação

Atividades que exigem o EIA/Rima

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 Atividades que exigem o
EIA/Rima
Estudo de Impacto Ambiental - O que é?
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) consiste
num conjunto de estudos realizados por
especialistas de diversas áreas, como biólogos,
engenheiros e geólogos, com dados técnicos
detalhados. O acesso ao documento final é
restrito, e deve ser entregue ao órgão estadual
competente.
Relatório de Impacto Ambiental - O que é?
o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é o
resumo feito com uma linguagem simples,
clara e objetiva, dos dados apresentados
no EIA. É um documento de acesso público,
elaborado de modo que qualquer pessoa
possa entender as vantagens e desvantagens
do projeto, bem como todas as consequências
ambientais de sua implementação.
IR PARA O ÍNDICE
Conforme a Resolução 001 do Conama o
licenciamento depende da elaboração de EIA/
Rima em atividades modificadoras do meio
ambiente tais como:
• Estradas de rodagem com duas ou mais faixas
de rolamento.
• Ferrovias.
• Portos e terminais de minério, petróleo e
produtos químicos.
• Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1,
artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66.
• Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos
coletores e emissários de esgotos sanitários.
• Linhas de transmissão de energia elétrica,
acima de 230KV.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 17
 • Obras hidráulicas para exploração de recursos
hídricos, tais como: barragem para fins
hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento
ou de irrigação, abertura de canais para
navegação, drenagem e irrigação, retificação
de cursos d’água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques.
• Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto,
carvão).
• Extração de minério, inclusive os da classe II,
definidas no Código de Mineração.
• Aterros sanitários, processamento e destino
final de resíduos tóxicos ou perigosos.
• Usinas de geração de eletricidade, qualquer
que seja a fonte de energia primária, acima de
10MW.
• Complexo e unidades industriais e
agroindustriais (petroquímicos, siderúrgicos,
cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha,
extração e cultivo de recursos hídricos).
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• Distritos industriais e zonas estritamente
industriais (ZEI).
• Exploração econômica de madeira ou de
lenha, em áreas acima de 100 hectares ou
menores, quando atingir áreas significativas
em termos percentuais ou de importância do
ponto de vista ambiental.
• Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares
ou em áreas consideradas de relevante
interesse ambiental a critério da Secretaria
do Meio Ambiente e dos órgãos municipais e
estaduais competentes;
• Qualquer atividade que utilizar carvão
vegetal, derivados ou produtos similares, em
quantidade superior a dez toneladas por dia;
• Projetos Agropecuários que contemplem
áreas acima de 1.000 hectares ou menores,
neste caso, quando se tratar de áreas
significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental,
inclusive nas áreas de proteção ambiental.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 18
 Créditos: Freepik/Divulgação

Tipos de Licença Ambiental

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 Tipos de Licença
Ambiental
Caso todas as etapas do licenciamento sejam
rigorosamente cumpridas, iniciará então a fase
de emissão das licenças, que são as seguintes:
Licença Prévia (LP)
Deve ser obtida enquanto se projeta a atividade.
Esta licença certifica que o empreendimento
é viável ambientalmente, avaliando sua
localização e proposta. Quando se trata de
empreendimentos de maior impacto ambiental, é
necessária a realização e apresentação nesta fase
do estudo de impacto ambiental (EIA/Rima).
Licença de Instalação (LI)
Deve ser obtida antes da construção do
empreendimento, certificando que o projeto
finalizado está de acordo com a legislação
ambiental. Autoriza a construção do
empreendimento, estritamente de acordo com
o que consta no projeto aprovado, inclusive no
IR PARA O ÍNDICE
que diz respeito ao controle ambiental.
Licença de Operação (LO):
Certifica que o empreendimento foi construído de
acordo com o previsto no projeto, sob o ponto
de vista ambiental. Autoriza que a atividade se
inicie e também estabelece medidas de controle
ambiental que deverão imperar durante todo
o período de operação. A licença de operação
tem prazo de duração mínima de 4 (quatro)
anos e máxima de 10 (dez) anos, devidamente
renováveis.
Licença de Pesquisa Sísmica (LPS)
Autoriza pesquisas sísmicas marítimas e em zonas
de transição e estabelece condições, restrições
e medidas de controle ambiental que devem ser
seguidas pelo empreendedor para realizar essas
atividades.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 20
 Autorizações Ambientais cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em
função das peculiaridades da atividade ou
As autorizações ambientais são concedidas dentro empreendimento, bem como para a formulação
do processo de licenciamento, conforme o que é de exigências complementares, desde que
necessário à implementação do projeto. observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a
contar do ato de protocolar o requerimento até
• Autorização de Supressão da Vegetação (ASV) seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os
- Deve ser obtida quando é necessário derrubar casos em que houver EIA/Rima e/ou audiência
vegetação natural. pública, quando o prazo será de até 12 (doze)
meses”.
• Autorização de Coleta, Captura e Transporte
de Material Biológico (Abio) - Deve ser
obtida quando for necessário manusear animais
silvestres. São muitos os empreendimentos de
grande porte que necessitam dessa autorização,
pois é necessário efetuar um levantamento da
fauna local antes de sua implantação.

Prazo do licenciamento

O prazo legal do processo de licenciamento é

estabelecido no Art. 14º da Resolução Conama
Créditos: ONU Brasil/Divulgação

237/97:

“O órgão ambiental competente poderá

estabelecer prazos de análise diferenciados para

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 Suspensão do Licenciamento
Caso não seja cumprido pelo empreendedor o que
lhe foi exigido durante o processo de licenciamento,
o Poder público poderá suspender ou até mesmo
retirar a licença desse empreendedor, conforme a
Resolução 237/97 do Conama.
Art. 19 – O órgão ambiental competente,
mediante decisão motivada, poderá modificar
os condicionantes e as medidas de controle e
adequação, suspender ou cancelar uma licença
expedida, quando ocorrer:
• violação ou inadequação de quaisquer
condicionantes ou normas legais.
• omissão ou falsa descrição de informações
relevantes que subsidiaram a expedição da licença.
• superveniência de graves riscos ambientais e de
saúde.
Crime Ambiental
Além disso, construir e reformar sem licença
IR PARA O ÍNDICE
ambiental são crimes previstos na Lei
de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).
“Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou
fazer funcionar, em qualquer parte do território
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços
potencialmente poluidores, sem licença ou
autorização dos órgãos ambientais competentes,
ou contrariando as normas legais e regulamentares
pertinentes: Pena – detenção, de um a seis meses,
ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.”
Além das multas e sanções penais, as obras sem
licença ambiental estão sujeitas ao embargo,
apreensão de material, demolição e suspensão das
atividades.
Outra implicação de se iniciar uma obra sem
regularidade ambiental é a
impossibilidade de se conseguir financiamento e
incentivos governamentais
de órgãos públicos ou de instituições financeiras
privadas.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 22
 Créditos: Freepik/Divulgação

Insegurança jurídica onera o investimento

IR PARA O ÍNDICE EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 23

 Insegurança jurídica
onera o investimento
Mesmo que essa legislação já tenha um bom
tempo decorrido, que deveria ser suficiente para
a sua consolidação, há muitos questionamentos
dos empreendedores quanto à insegurança
jurídica e à morosidade do licenciamento
ambiental.
Isso é apontado por empresários como
um fator que onera muito o investimento,
encarecendo o produto final e dificultando a sua
comercialização. Em Porto Alegre, por exemplo,
o ciclo entre a compra do terreno e a entrega do
habite-se pode chegar a cinco anos.
A liberação de um projeto na prefeitura chega a
levar dois anos, mais três anos para construção
e comercialização das unidades. Essa é uma
reclamação geral. Com menos burocracia no
processo e diminuição do tempo de aprovação
dos projetos, o preço final dos imóveis seria mais
baixo, dizem os empreendedores.
IR PARA O ÍNDICE
Além da papelada toda e a tramitação exigida, a
judicialização de muitas situações também surge
como um fator de insegurança para os investidores.
As disputas nos tribunais têm se concentrado,
principalmente, no que diz respeito às competências
dos entes federados em relação à legislação.
A Política Nacional do Meio Ambiente estabelece que
a competência das diferentes esferas governamentais
(federal, estadual e municipal) deve acontecer
de forma coordenada e comprometida com a
manutenção do equilíbrio ecológico.
Cabe à União editar as normas gerais e aos estados as
normas complementares onde há vazio na legislação
geral, ou seja, os estados podem editar normas gerais
de matéria ambiental onde a lei federal for omissa. Da
mesma forma, os municípios.
Mas tem acontecido de estados e municípios, no
intuito de agilizar o licenciamento, editarem suas
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 24
 próprias normas e logo serem questionados pelo
Ministério Público, colocando em suspenso projetos e
investimentos.
“Temos legislação municipal, estadual e federal,
jurisprudência dos três níveis, entendimento do
Ministério Público e de outros órgãos, além dos
conselhos que criam a legislação infralegal. O
resultado disso é um disparate de legislações
conflitantes e interpretações diversas sobre cada
decisão. Dessa forma, sempre é possível judicializar.
Isso só terminará quando tivermos uma legislação
clara e objetiva.” (José Carlos Martins - Presidente da
Câmara Brasileira da Indústria da Construção, CBIC)
A Lei Complementar 140/2011 trata do assunto, mas
parece não ter resolvido os impasses nessa área, pois
persistem as queixas e debates quanto à insegurança
jurídica.
Um novo elemento foi adicionado com a aprovação,
em 2018, da Lei 13.655, que altera a Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Especialistas
dizem que, dependendo da interpretação a ser
consolidada, ela poderá favorecer a celeridade
dos licenciamentos quando, por exemplo, trata da
responsabilização pessoal do agente público.
IR PARA O ÍNDICE
Este só poderá ser punido em caso de evidente
dolo ou erro grosseiro. Isso poderá ajudar pois, pelo
medo de punições em caso de erro, muitos travam
excessivamente o andamento dos processos. Agora,
somente em casos de dolo, negligência ou imperícia
graves o funcionário público sofrerá alguma sanção.
Por outro lado, ressalta-se muito a carência de
recursos e de pessoal dos órgãos ambientais, uma
vez que as atividades submetidas ao licenciamento
ambiental crescem rapidamente e as estruturas
desses órgãos pouco crescem ou nem crescem.
Há quem diga também que muitas empresas
apresentam projetos para licenciamento precários,
sem condições de aprovação, e reclamam de
morosidade. Projetos mais cuidadosos, com estudos
bem elaborados, facilitam e agilizam bastante a
tramitação do licenciamento.
São muitos e bastante controversos os pontos
de discussão no aspecto legal, destacando-se
o entendimento de que estados e municípios
precisam de mais autonomia e segurança para
adequar a legislação geral à sua realidade local.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 25
 Créditos: Weadapt/Divulgação

Projeto para nova lei de Licenciamento Ambiental

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 Projeto para nova
Lei de Licenciamento

É bom você saber que está para ser votado na

Câmara Federal o projeto da nova Lei Geral

Créditos: Elafter.com/Divulgação
do Licenciamento Ambiental, o PL 3729/2004,
que tramita há 14 anos na casa. Ele traz novas
regras de aplicação nacional e flexibiliza
consideravelmente os ritos do licenciamento.

Entre outras medidas, reduz os prazos para

análise e amplia os prazos de renovação
das licenças. Em algumas situações, o
empreendimento poderia receber uma licença e Ministério Público Federal. Uma das principais
única em vez das três habituais - licença prévia, razões é que o projeto dispensa do licenciamento as
de instalação e de operação. Em outros casos, a atividades agropecuárias.
licença poderá ser renovada automaticamente,
por declaração do empreendedor, caso sejam O texto diz que não precisam do documento
mantidas as mesmas condições originais da empreendimentos de “cultivo de espécies de interesse
concessão da licença. agrícola temporárias, semiperenes e perenes,
e pecuária extensiva, realizados em áreas de uso
Mas o projeto encontra forte resistência entre os alternativo do solo, desde que o imóvel, propriedade ou
órgãos ambientais, como o Ibama, ambientalistas posse rural estejam regulares ou em regularização”.

IR PARA O ÍNDICE EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 27

 A proposta também restringe a palavra final sobre
os impactos do empreendimento e a concessão
da licença aos órgãos integrantes do Sisnama. E
concede à Fundação Nacional do Índio (Funai),
Fundação Cultural Palmares (FCP), ao Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e
órgãos do sistema das unidades de conservação o
direito de se manifestar mas sem, contudo, interferir
ou vetar a decisão final dos órgãos licenciadores.

Outro projeto semelhante tramita no

Senado e, da mesma maneira que a
proposta na Câmara, isenta atividades
agropecuárias e de silvicultura da
necessidade de licença ambiental, entre
outros pontos polêmicos. O PL 168/2018,
do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), aguarda Créditos: Funai/Divulgação

deliberação na Comissão de Constituição e

Justiça do Senado.

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 Avalie com cuidado
estes aspectos

Créditos: Repórter Capixaba/Divulgação

Antes mesmo de iniciar o empreendimento e
começar o processo do licenciamento, você
precisa avaliar com muito cuidado alguns
aspectos importantes relacionados à área onde o
investimento vai acontecer.

1. Possibilidades do uso e ocupação do solo

O empreendedor deve requisitar na prefeitura a Unidades de Conservação

certidão que delimita os tipos de usos da área,
se há alguma restrição ou limites de ordem Outro complicador pode ser a presença de uma
urbanística ou ambiental para a obra naquele Unidade de Conservação, pois dependendo do nível
lugar. de proteção que se concede à área, seu uso pode ser
muito restrito.
Neste sentido, existe o Zoneamento Municipal
que estabelece a vocação de cada região, As Unidades de Conservação podem ser UCs de
determinando as zonas que são domiciliares, “proteção integral” ou de “uso sustentável”.
de usos mistos, industriais, turísticos e outros.
É preciso muita atenção para isso e seguir As UCs de Proteção Integral são consideradas zona
estritamente o que define o zoneamento. rural e têm como objetivo principal a conservação da

IR PARA O ÍNDICE EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 29

 natureza, com uso muito restrito, bem como sua
área de amortecimento (o entorno).
São UCs de Proteção Integral:
• Estação Ecológica;
• Reserva Biológica;
• Parque Nacional;
• Monumento Natural;
• Refúgio de Vida Silvestre.
As UCs de Uso Sustentável têm como principal
característica compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parte dos seus
recursos naturais.
São UCs de Uso Sustentável:
• Área de Proteção Ambiental (APA);
• Área de Relevante Interesse Ecológico;
• Floresta Nacional;
• Reserva Extrativista;
• Reserva de Fauna;
• Reserva de Desenvolvimento Sustentável;
• Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
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Atenção:
caso a zona de amortecimento não seja
estabelecida formalmente no plano de manejo,
ela é legalmente estabelecida como a área
circundante de uma Unidade de Conservação,
num raio de 10 km.
2. Área de Marinha
As áreas de marinha são definidas legalmente
como sendo da União e exige-se registro na
Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para
seu uso. Há um mapa detalhando esta área
em toda a zona costeira. É preciso verificar o
Registro Geral do Imóvel (RGI) e a necessidade
de regularização junto à SPU, pois a legítima
ocupação deste espaço pode ser uma exigência
do órgão ambiental para a análise do seu
pedido.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 30
 3. Área Tombada

Créditos: Consciência.net/Divulgação

Créditos: Senado Federal/Divulgação

O tombamento visa proteger bens de valor
histórico, cultural, arquitetônico, ambiental
e de valor afetivo para a população. Podem
ser tombados os chamados bens móveis ou
bens imóveis. tais como: edificações, sítios
arqueológicos e paisagísticos, núcleos urbanos e
bens individuais. O tombamento pode se dar tanto
por órgãos nacionais, estaduais ou municipais,
com destaque para o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 4. Área de Preservação Permanente (APP)

O entorno de um bem imóvel tombado também As APPs são áreas onde é proibido construir.
fica afetado, restringindo-se o seu uso. Obras não O Código Florestal define como Áreas de
poderão impedir ou reduzir a sua visibilidade, Preservação Permanente as florestas e outras
como também será feita uma avaliação de impacto formas de vegetação:
da obra sobre o bem tombado. Por esta razão,
procure saber se o bem pretendido é tombado • Das margens de cursos e massas de água,
ou se há tombamento nas proximidades, pois o inclusive reservatórios artificiais, as matas
empreendimento pode ficar comprometido. ciliares.

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 • Das nascentes de qualquer porte.
• Dos topos de morro e outras elevações.
• Das encostas com declive superior a 45 graus.
• Das restingas, dunas e mangues.
• Das bordas de tabuleiros e tabuleiros e chapadas.
• De altitudes superiores a 1.800 m.
• Que atenuam a erosão e diminuem os riscos de
enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
• Que fixam dunas.
• Que formam faixa de proteção ao longo de
rodovias e ferrovias.
• Que auxiliam a defesa do território nacional.
• Que protegem sítios de valor estético, científico
ou histórico.
• Que abrigam espécies da flora ou fauna
ameaçadas de extinção.
• Que mantêm o ambiente necessário à vida de
populações indígenas.
• Que asseguram o bem-estar público.
A exceção é a permissão de retirada da vegetação
para execução de obras de interesse público, desde
que tenha o licenciamento e com a execução da
compensação ambiental indicada.
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5. Outorga pelo uso da água
Caso a área onde se deseja empreender
não disponha de um sistema público de
abastecimento, será preciso captar a água de
um rio próximo ou de um poço e a outorga,
neste caso, é um instrumento obrigatório.
Também é importante avaliar a qualidade
da água captada, pois, dependendo do uso
pretendido, uma possível contaminação da
água pode inviabilizar o empreendimento.
6. Reserva Legal
Em área rural, a legislação exige que parte
do imóvel seja destinado à chamada Reserva
Legal, onde deverá se manter a vegetação
nativa ou recuperar a área degradada,
independentemente das regras sobre APP.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 32
 • Pode estar localizada em outra propriedade;
• Deve ser registrada no Cadastro Ambiental Rural
(CAR);
• Pode coincidir com APP;
• Deve ser conservada com cobertura de vegetação
nativa pelo proprietário do imóvel rural,
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa
física ou jurídica, de direito público ou privado;
• Pode ser explorada economicamente, desde que
com manejo sustentável.
8. Histórico de uso da área
Algumas atividades, como postos de gasolina e
aterros, deixam na área o que se chama de passivo
ambiental, ou seja, o ambiente fica contaminado ou
degradado, dificultando ou até inviabilizando o seu
uso. Do ponto de vista legal, podem restar também
pendências de infrações, multas e penalidades,
ações judiciais, medidas de compensação e
indenização pendentes, entre outros passivos, que
devem ser considerados também.

O percentual da propriedade que deve ser

registrado como Reserva Legal varia de acordo com
o bioma e a região em questão:

7. Supressão de Vegetação

Caso o imóvel possua vegetação densa, é

importante identificar suas características, se é
vegetação nativa ou exótica, se integra a Mata
Atlântica e as espécies, pois determinadas espécies
têm sua supressão vedada por lei. Em outros
casos, o órgão ambiental solicitará a compensação
relativa à supressão, definindo outra área para
reflorestamento.
Créditos: Consciência.net/Divulgação

IR PARA O ÍNDICE EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 33

 Créditos: Adobestock/Divulgação

Recomendações para agilizar o licenciamento

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 Recomendações para agilizar
o licenciamento
1. Contrate um Estudo de Viabilidade Ambiental
(EVA), que é mais simples e antecede o EIA-
Rima, mas pode apontar, ainda na fase de
planejamento, dificuldades que podem surgir
para o licenciamento como as espécies de fauna
e flora ameaçadas;
2. Já foi dito mas vale reforçar: peça na
prefeitura uma certidão de zoneamento e uso e
ocupação do solo da área onde está previsto o
empreendimento;
3. Siga a risca as orientações do órgão ambiental
e protocole a documentação somente quando
estiver com ela completa;
4. Busque saber quem são seus vizinhos,
como as áreas de proteção ambiental, reservas
indígenas, patrimônio histórico, e outras que
poderão interferir no seu licenciamento;
IR PARA O ÍNDICE
5. Emitida a Licença Prévia, leia com atenção as
condicionantes da licença para emissão da Licença de
Instalação e garanta que o seu projeto urbanístico e os
complementares estejam devidamente aprovados pelo
setor de planejamento da prefeitura;
6. Elabore o projeto básico apresentando as
alternativas para destinação dos resíduos, como
esgoto, drenagem de água da chuva, e a origem da
água a ser consumida. Isto precisa ficar muito claro
para o órgão ambiental;
7. Ao contratar uma consultoria, busque uma empresa
profissionais experientes, que dominem perfeitamente
a legislação, para que não haja nenhuma perda de
tempo.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 35
 Créditos: Mobuss/Divulgação

Lista de atividades sujeitas ao licenciamento

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 Lista de atividades sujeitas
ao licenciamento
Conforme a Resolução nº 237 do Conama são as
seguintes:
Extração e tratamento de minerais
• pesquisa mineral com guia de utilização
• lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou
sem beneficiamento;
• lavra subterrânea com ou sem beneficiamento
• lavra garimpeira;
• perfuração de poços e produção de petróleo e
gás natural;
• Indústria de produtos minerais não metálicos
• beneficiamento de minerais não metálicos, não
associados à extração;
• fabricação e elaboração de produtos minerais
não metálicos tais como: produção de material
cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro,
IR PARA O ÍNDICE
entre outros.
Indústria metalúrgica
• fabricação de aço e de produtos siderúrgicos;
• produção de fundidos de ferro e aço/forjados/
arames/relaminados com ou sem tratamento de
superfície, inclusive galvanoplastia;
• metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas
primárias e secundárias, inclusive ouro;
• produção de laminados/ligas/artefatos de metais
não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície,
inclusive galvanoplastia;
• relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas;
• produção de soldas e anodos;
• metalurgia de metais preciosos;
• metalurgia do pó, inclusive peças moldadas;
• fabricação de estruturas metálicas com ou sem
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 37
 tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia;
• fabricação de artefatos de ferro/aço e de
metais não-ferrosos com ou sem tratamento de
superfície, inclusive galvanoplastia;
• têmpera e cementação de aço, recozimento de
arames, tratamento de superfície.
Indústria mecânica
• fabricação de máquinas, aparelhos, peças,
utensílios e acessórios com e sem tratamento
térmico e/ou de superfície;
• Indústria de material elétrico, eletrônico e
comunicações;
• fabricação de pilhas, baterias e outros
acumuladores;
• fabricação de material elétrico, eletrônico
e equipamentos para telecomunicação e
informática;
• fabricação de aparelhos elétricos e
eletrodomésticos;
• Indústria de material de transporte;
IR PARA O ÍNDICE
• fabricação e montagem de veículos
rodoviários e ferroviários, peças e acessórios;
• fabricação e montagem de aeronaves;
• fabricação e reparo de embarcações e
estruturas flutuantes.
Indústria de madeira
• serraria e desdobramento de madeira;
• preservação de madeira;
• fabricação de chapas, placas de madeira
aglomerada, prensada e compensada;
• fabricação de estruturas de madeira e de
móveis;
• Indústria de papel e celulose;
• fabricação de celulose e pasta mecânica;
• fabricação de papel e papelão;
• fabricação de artefatos de papel, papelão,
cartolina, cartão e fibra prensada.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 38
 Indústria de borracha
• beneficiamento de borracha natural;
• fabricação de câmara de ar e fabricação e
recondicionamento de pneumáticos;
• fabricação de laminados e fios de borracha;
• fabricação de espuma de borracha e de artefatos
de espuma de borracha , inclusive látex;
• Indústria de couros e peles;
• secagem e salga de couros e peles;
• curtimento e outras preparações de couros e
peles;
• fabricação de artefatos diversos de couros e
peles;
• fabricação de cola animal;
Indústria química
• produção de substâncias e fabricação de
produtos químicos;
• fabricação de produtos derivados do
processamento de petróleo, de rochas
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betuminosas e da madeira;
• fabricação de combustíveis não derivados de
petróleo;
• produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-
animais/óleos essenciais vegetais e outros
produtos da destilação da madeira;
• fabricação de resinas e de fibras e fios
artificiais e sintéticos e de borracha e látex
sintéticos;
• fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/
munição para caça-desporto, fósforo de
segurança e artigos pirotécnicos;
• recuperação e refino de solventes, óleos
minerais, vegetais e animais;
• fabricação de concentrados aromáticos
naturais, artificiais e sintéticos;
• fabricação de preparados para limpeza
e polimento, desinfetantes, inseticidas,
germicidas e fungicidas;
• fabricação de tintas, esmaltes, lacas , vernizes,
impermeabilizantes, solventes e secantes;
• fabricação de fertilizantes e agroquímicos;
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 39
 • fabricação de produtos farmacêuticos e
veterinários;
• fabricação de sabões, detergentes e velas;
• fabricação de perfumarias e cosméticos;
• produção de álcool etílico, metanol e similares.
Indústria de produtos de matéria plástica
• fabricação de laminados plásticos;
• fabricação de artefatos de material plástico;
• Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos
de tecidos;
• beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de
origem animal e sintéticos;
• fabricação e acabamento de fios e tecidos;
• tingimento, estamparia e outros acabamentos em
peças do vestuário e artigos diversos de tecidos;
• fabricação de calçados e componentes para
calçados.
Indústria de produtos alimentares e bebidas
• beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação
de produtos alimentares;
IR PARA O ÍNDICE
• matadouros, abatedouros, frigoríficos,
charqueadas e derivados de origem animal;
• fabricação de conservas;
• preparação de pescados e fabricação de
conservas de pescados;
• preparação , beneficiamento e
industrialização de leite e derivados;
• fabricação e refinação de açúcar;
• refino / preparação de óleo e gorduras
vegetais;
• produção de manteiga, cacau, gorduras de
origem animal para alimentação;
• fabricação de fermentos e leveduras;
• fabricação de rações balanceadas e de
alimentos preparados para animais;
• fabricação de vinhos e vinagre;
• fabricação de cervejas, chopes e maltes;
• fabricação de bebidas não alcoólicas, bem
como engarrafamento e gaseificação de
águas minerais;
• fabricação de bebidas alcoólicas.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 40
 Indústria de fumo
• fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e
outras atividades de beneficiamento do fumo;
• Indústrias diversas;
• usinas de produção de concreto;
• usinas de asfalto;
• serviços de galvanoplastia;
Obras civis
• rodovias, ferrovias, hidrovias , metropolitanos;
• barragens e diques;
• canais para drenagem;
• retificação de curso de água;
• abertura de barras, embocaduras e canais;
• transposição de bacias hidrográficas;
• outras obras de arte;
Serviços de utilidade
• produção de energia termoelétrica;
• transmissão de energia elétrica;
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• estações de tratamento de água;
• interceptores, emissários, estação elevatória e
tratamento de esgoto sanitário;
• tratamento e destinação de resíduos industriais
(líquidos e sólidos);
• tratamento/disposição de resíduos especiais
tais como: de agroquímicos e suas embalagens
usadas e de serviço de saúde, entre outros;
• tratamento e destinação de resíduos sólidos
urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas;
• dragagem e derrocamentos em corpos d’água
• recuperação de áreas contaminadas ou
degradadas;
• Transporte, terminais e depósitos;
• transporte de cargas perigosas;
• transporte por dutos;
• marinas, portos e aeroportos;
• terminais de minério, petróleo e derivados e
produtos químicos;
• depósitos de produtos químicos e produtos
perigosos.
EBOOK LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 41
 Turismo • utilização do patrimônio genético natural;
• manejo de recursos aquáticos vivos;
• complexos turísticos e de lazer, inclusive parques
• introdução de espécies exóticas e/ou
temáticos e autódromos.
geneticamente modificadas;
Atividades diversas • uso da diversidade biológica pela
biotecnologia.
• parcelamento do solo;
• distrito e pólo industrial.

Atividades agropecuárias

• projeto agrícola
• criação de animais
• projetos de assentamentos e de colonização

Uso de recursos naturais

• silvicultura;
• exploração econômica da madeira ou lenha e
subprodutos florestais;
• atividade de manejo de fauna exótica e criadouro
de fauna silvestre;

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 REFERÊNCIAS
Âmbito Jurídico. http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=11428&revista_%20caderno=5 - Acessado em 17/11/2018.

Conjur. https://www.conjur.com.br/2018-abr-11/opiniao-inseguranca-juridica-
licenciamentos-ambientais - Acessado em 20/11/2018.

EBC. http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-05/ruralistas-tem-pressa-para-
criacao-de-lei-de-licenciamento-ambiental - Acessado em 17/11/2018.

Embrapa. https://www.embrapa.br/codigo-florestal/area-de-reserva-legal-arl - Acessado

em 27/11/2018.

Guia Básico do Licenciamento Ambiental - Fepam/RS. http://www.fepam.rs.gov.br/

licenciamento/documentos/Guia_Basico_Lic.pdf - Acessado em 17/11/2018.

JusBrasil. https://mauriciofernandesdasilva79.jusbrasil.com.br/artigos/461577989/o-
direito-ambiental-e-a-seguranca-juridica - Acessado em 20/11/2018.

Manual de Licenciamento Ambiental - Sebrae/RJ. http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_

pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf - Acessado em 17/11/2018.

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 REFERÊNCIAS
Ministério do Meio Ambiente/Resolução Conama 001/86. http://www2.mma.gov.br/port/
Conama/res/res86/res0186.html - Acessado em 17/11/2018.

Projeto Ambiental. https://www.linkedin.com/pulse/como-agilizar-o-seu-licenciamento-

ambiental-aqui-v%C3%A3o-10-cassio/ - Acessado em 26/11/2018.

Sienge. Perfil da Construção. https://www.sienge.com.br/blog/perfil-da-construcao-

eduardo-pricladnitzki/.

Sienge. Perfil da Construção. https://www.sienge.com.br/blog/perfil-da-construcao-jose-

carlos-martins/ - Acessado em 19/11/2018.

Siamig. http://siamig.com.br/artigos/mais-seguranca-juridica-do-licenciamento-ambiental
- Acessado em 20/11/2018.

Visual Monterey. http://visualmonterey.com.br/6-dicas-importantes-para-um-

licenciamento-mais-tranquilo/ - Acessado em 27/11/2018.

Wikipedia.https://pt.wikipedia.org/wiki/Licenciamento_ambiental - Acessado em
20/11/2018.

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