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DIREIT O

CONST IT UCIONAL – T HAIANNE MORAES

AULA4

1. ART IGO 5º DA CF/88

Por o artigo artigo 5º da C F/88, conter um a grande quantidade de parágrafos e

incisos, a professora destaca os incisos que m ais caem em concurso. Dando

continuidade ao tratado em aula anterior, seguem abaixo, m ais alguns daqueles de

m aior im portância para estudar para a prova objetiva.

Art. 5º da CF, VII: É assegurada nos termos da lei a prestação de assistência


religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

O inciso VII, via de regra, cai com sua própria redação, razão pela qual dispensa

com entários m ais profundos.

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou


convicção filosófica ou política salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

No dispositivo supra, há o que é conhecido com o escusa de consciência, ou seja,

ninguém será privado de seus direitos por m otivo de crença religiosa, destacando que

tam bém se insere nessa proteção, a convicção filosófica ou política, não se tratando

apenas de questão religiosa. Muitas vezes, o candidato foca a questão religiosa, porém

m as o que está frequente no tem po atual é questão política.

EXEMPLO: Sujeito X pertence a um a religião que não pode tocar em arm as de

fogo, porém , no Brasil, o serviço m ilitar é obrigatório para hom ens com m ais de 18

anos e esse sujeito é selecionado para o serviço m ilitar obrigatório.

O sujeito deve inform ar a sua restrição quando da sua apresentação no Exército

Brasileiro e, a ele, será atribuída um a prestação alternativa, ou seja, ficará aquartelado

cum prindo funções adm inistrativas, com o por exem plo, cuidando da folha de ponto ou

da m anutenção das instalações m ilitares e coisas afins, que não o tratam ento com o

m anuseio de arm as e o treinam ento m ilitar propriam ente dito.

Prestação alternativa, portanto, é cum prir um expediente equivalente dentro

daqueles anos, porém sem a questão que entra em confronto com a sua convicção

política, filosófica ou crença religiosa.

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No entanto, se o indivíduo não pode cum prir determ inada obrigação a todos

im posta, no exem plo do serviço m ilitar obrigatório, e se recusa a cum prir

injus t if ic adame nt e todas as prestações alternativas criadas para executar a

obrigação, é indisposição pessoal e isto não é perm itido. Algo, a pessoa tem que poder

fazer.

AT ENÇÃO: São m otivos religiosos, políticos e filosóficos e, para m ais, deve-se

cum ular as questões que o indivíduo não vai cum prir. Não apenas a obrigação a todos

im posta com o tam bém a prestação alternativa.

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de


comunicação independentemente de censura ou licença;

É lícito m anifestar a arte, a ciência, a atividade intelectual pessoal

independentem ente de pedir um a licença prévia ou um a censura prévia. Não há

censura ou licença neste ponto. À eventuais danos causados a terceiro, será cabível a

indenização a posteriori (se dem onstrado efetivo dano).

X- são invioláveis a intimidade a vida privada, a honra, a imagem das pessoas,


assegurado o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente de sua
violação;

A intim idade, a vida privada e a honra, são invioláveis. É notória a aplicação

deste inciso, principalm ente na vida dos fam osos, quando ultrapassam os lim ites

invadindo a intim idade da pessoa fam osa. Por exem plo, a professora cita o caso da

atriz C arolina Dieckm ann, que recebeu grande indenização pois um program a de TV a

film ou pela janela, com um drone. Ressalta-se que a intim idade está salvaguardada

constitucionalm ente, independente da profissão que a pessoa exerce.

AT ENÇÃO: A professora diz que todos os candidatos à carreira policial devem

dom inar o inciso XI.

XI - a casa é asilo inviolável, ninguém nela podendo penetrar sem o


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Es t a é r e gr a: s e o do no da c as a, o mo r ado r, não aut o r iz ar, na s ua c as a

ningué m e nt r a.

AT ENÇÃO: Existem quatro exceções, e elas caem em prova. São elas:

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i. Cas o de f lagr ant e de lit o - Por exem plo, sujeito X está na sua casa, porém

está ouvindo o vizinho m atar a esposa. A professora cita a hipótese de a esposa estar

gritando, pedindo para que o agressor pare, e X, ouvindo a gritaria e confusão, sabe

que, nitidam ente, o vizinho vai m atar a esposa, se ele não entrar naquela casa.

Nesse caso, para cessar um a atividade crim inosa, em que a existência é

tranquilam ente verificada (não é um a suspeita ou boato), pode entrar por onde for

viável (porta, janela, teto, etc.) para salvar a pessoa daquele crim e, do seu algoz.

OBSERVAÇÃO: Acontecendo qualquer tipo de crim e, desde que seja em

flagrante delito e se consiga atestar a ocorrência de crim e, entrar para salvar a vítim a é

perm itido.

ii. Cas o de de s as t r e - Q ualquer desastre que venha a gerar qualquer

transtorno. Por exem plo, desabou algo no apartam ento do vizinho e o sujeito vê que

está vazando gás, porém o m orador não está em casa e se não for alguém resolver a

situação, o prédio irá explodir. Neste exem plo, foi um desastre que autorizou o sujeito a

entrar na casa. Perceba que a pessoa não é obrigada a esperar o vizinho chegar em

casa, ver se o prédio ainda não explodiu, para ir resolver a questão.

iii. Se ne c e s s ár io pr e s t ar s o c o r r o - Por exem plo, o quarto de um a criança

que está sozinha, está pegando fogo. É necessário salvar a pessoa que está lá dentro,

portanto é possível entrar na casa.

AT ENÇÃO: A quarta hipótese cai bastante em prova.

iv. De t e r minaç ão judic ial - A determ inação judicial que autoriza o ingresso

em casas sem autorização do m orador, é usada no dia-a-dia policial. As hipóteses que

caem m ais em prova são a determ inação judicial e flagrante delito. As outras duas

hipóteses não ocorrem m uito no cotidiano policial, haja vista que existem a Defesa

C ivil e o C orpo de Bom beiros que atuam nas m esm as.

AT ENÇÃO: Determ inação judicial tem um a peculiaridade de só poder ser

determ inada/decretada de dia, não pode ocorrer no período noturno ou da

m adrugada.

EXEMPLO: O s alunos são a equipe policial da professora; estes, há m eses, estão

m onitorando por interceptação telefônica um a quadrilha, e foi descoberto com o

funciona a m esm a. Através das interceptações, foi feita um a representação ao juiz

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pedindo um m andado de busca e apreensão no local X, porquanto de acordo com as

investigações, neste lugar estão arm azenadas toneladas de drogas e, o am biente o

qual se está pedindo é usado com o escritório para endolação, confecção das drogas.

C om o m andado de busca e apreensão para aquele endereço X, a equipe irá

apreender todos os objetos utilizados para o fabrico de drogas e toda a droga em si. O

m andado é expedido pelo juiz, porém a professora diz à equipe que, ao invés de irem

durante o dia (que tem m uita gente e é perigoso), prefere ir às 2 horas da m anhã,

horário em que está m ais vazio e possível trabalhar com m aior tranquilidade.

Is s o é po s s íve l?

Evidentem ente NÃO É PO SSÍVEL. Por determ inação judicial, com o m andado de

busca e apreensão, só se pode cum pri-los durante o dia, visto que consta na

C onstituição e não há o que discutir. Se o juiz deixar que se entre na casa de alguém ,

pode entrar porém isto será feito durante o dia.

Ainda que a pessoa não autorize, se está cum prindo determ inação judicial e

essa é um a das exceções. C ontudo, essa exceção que é usada no trabalho policial, é

dur ant e o dia (depois das 6 horas da m anhã). Desta feita, a professora com enta que

a equipe fica nas im ediações para certificação dos atos ocorridos no local (se alguém

fugiu) e, quando clarear o dia, entra-se na casa.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das Comunicações telegráficas de


dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal;

O inciso supra trata da interceptação telefônica, isto é, com unicações telefônicas

que podem ter seu sigilo violado. Q uando dispõe "salvo no últim o caso", trata deste

ponto. Após o r de m judic ial, com eça-se a m onitorar.

AT ENÇÃO: No Brasil, só é possível interceptar telefone para fins crim inais. Não se

pode proceder à um a interceptação telefônica para fins civis, adm inistrativos ou

tributários, por exem plo. A C onstituição é clara ao dizer "investigação criminal" ou

"instrução processual penal", portanto, só pode interceptar para inquérito por exem plo,

ou para o próprio processo penal na vara crim inal.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho Ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;

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Existem profissões em que há um a liberdade plena e existem profissões em que

isto não é possível. Não pode alguém se dizer m édico ortopedista e prestar

atendim ento com o tal, tendo lido apenas alguns livros acerca de ossos. No entanto, se

a pessoa decidir ser vendedora de Shopping, por exem plo, basta enviar seu currículo

para aquela vaga de vendedor e com eçar a trabalhar, quando for contratada.

Perceba que o tratam ento é diferente porque existe o cham ado critério da

segurança para a coletividade. Portanto, atividades que não colocam a coletividade

em risco, não requerem qualificações específicas estabelecidas em lei. Por outro lado,

se essas atividades colocarem a coletividade em risco, pode ser que o indivíduo tenha

que observar - não é um a regra - as im posições legais estabelecidas para aquele

exercício.

Por exem plo, o sujeito não pode sim plesm ente ir de ajudante de pedreiro para

pedreiro, e deste para engenheiro e resolver fazer um prédio. Recentem ente, pôde ser

notado no Rio de Janeiro, o desabam ento de três prédios que foram construídos

irregularm ente por pessoas que não tinham autorização para construção ou o preparo

para tanto, e m uitas pessoas m orreram . Isso é realm ente um prejuízo para a

coletividade, o prejuízo ocasionado pela m á qualificação.

Retom ando ao exem plo anterior, o prejuízo da m á qualificação da vendedora é

única e exclusivam ente dela, ao passo que quando se fala da vida de um a pessoa, seja

na m edicina, na engenharia ou qualquer outro ram o que denote determ inada

qualificação por diversos m otivos, com o a questão de segurança, há um a

responsabilidade coletiva.

Para m ais, a professora cita que grava as aulas dentro de um prédio e, se este

vem a desabar, não serão apenas ela e os que estão no prédio que poderiam vir a

óbito, m as haverá com prom etim ento de quem estiver passando na calçada e tam bém

quem está no prédio do lado, porque pode com prom eter a estrutura do m esm o.

Portanto, determ inadas profissões vão exigir qualificações profissionais

específicas. Um outro exem plo é o Bacharel em Direito que não pode ser advogado se

não se subm eter ao exam e de ordem , que é um a qualificação específica estabelecida

em lei exercer a profissão. Se o candidato não passar no exam e da O AB, não será

advogado, apenas um Bacharel em Direito. Isto é estabelecido no Estatuto da O AB.

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Por conta disso, essa liberdade que é plena m as, eventualm ente pode ser

restringida pela lei, faz desta um a norma constitucional de eficácia contida. O u seja,

eventualm ente pode ser livre plenam ente, porém sobrevindo lei que a restrinja, a

norm a observará a restrição. Pode ser cham ada de norm a constitucional de eficácia

contida ou de norm a restringível.

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