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• Feminicídio:

A Lei 13.104/15 inseriu o inciso VI para incluir no art. 121 o feminicídio, entendido como a
morte de mulher em razão da condição do sexo feminino (leia-se, violência de gênero quanto
ao sexo).

A incidência da qualificadora reclama situação de violência praticada contra a mulher, em


contexto caracterizado por relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher
sobre mulher em situação de vulnerabilidade. Ou seja, admite que o agente seja de ambos os
sexos.

1. Âmbito da unidade doméstica:

Agressão no âmbito da unidade doméstica compreende aquela praticada no espaço caseiro,


envolvendo pessoas com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas
integrantes dessa aliança. A empregada doméstica, portanto, também é abarcada por essa
proteção.

2. Âmbito familiar:

No âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou
se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa:
A violência no âmbito da família engloba aquela praticada entre pessoas unidas por vínculo
jurídico de natureza familiar, podendo ser conjugal, em razão de parentesco (em linha reta e
por afinidade), ou por vontade expressa (adoção).

3. Qualquer relação intima de afeto:

Em qualquer relação Íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação: O inc. III do art. 5° da Lei 11.340/06, de forma
ampla (tornando, ao que parece, dispensáveis os incisos anteriores) etiquetou como violência
"doméstica" qualquer agressão inserida em um relacionamento estreito entre duas pessoas,
fundado em camaradagem, confiança, amor etc.

Obs.: Note-se que embora a norma explicativa do inciso I contenha a expressão violência
doméstica e familiar, deve ser lida como violência doméstica ou familiar, pois nada impede que
o fato ocorra no âmbito doméstico sem que haja vínculo familiar, nem há óbice a que ocorra
fora do âmbito doméstico entre familiares.

No inciso II, que trata do menosprezo e da discriminação à condição de mulher, o tipo se torna
aberto, pois compete ao julgador estabelecer, diante do caso concreto, se o homicídio teve
como móvel a diminuição da condição feminina.

• Pode figurar como vítima do feminicídio pessoa transexual?

A nosso ver, a mulher de que trata a qualificadora é aquela assim reconhecida juridicamente.
No caso de transexual que formalmente obtém o direito de ser identificado civilmente como
mulher, não há como negar a incidência da lei penal porque, para todos os demais efeitos, esta
pessoa será considerada mulher.
• Natureza jurídica da qualificadora:

SUBJETIVA → necessita que a motivação seja específica, ou seja, o fato criminoso (homicídio)
deve ser praticado em razão da condição de sexo feminino. Circunstância que não se comunica.
OBJETIVA → posicionamento (STJ) (Posicionamento dominante)

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