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REFLEXÃO

OBJECTIVOS:
 Recorrer a terminologias específicas no âmbito do planeamento e ordenação do
território, construção de edifícios e equipamentos.

 Compreender as noções de ruralidade e urbanidade, compreendendo os seus


impactos no processo de integração socioprofissional.

 Identificar sistemas de administração territorial e respetivos funcionamentos


integrados.

 Relacionar a mobilidade e fluxos migratórios com a disseminação de patrimónios


linguísticos e culturais.

Esta UFCD teve a duração de 50h, abordámos vários temas, tais como:

- Preservação do Património,

-Construção e Arquitetura,

-Património Rural e Urbano,

Visionámos um vídeo com o título “Fim da sociedade rural em Portugal”.


https://www.youtube.com/watch?v=U-w0aPHWQXk

Trabalho sobre o tema Construção e Arquitetura, o qual foi realizado em grupo e o subtema foi
Preservação do Património:

- definição de património, património cultural e alguns exemplos de boa e má conservação de


património.

- a evolução da arquitetura ao longo dos séculos e o urbanismo.

- Como a reciclagem tem importância no nosso dia-a-dia, debate sobre o tema em grupo para
ver se estão atualizados com as regras de reciclagem.

- Verificação do conceito de arquitetura rural e urbana, as suas diferenças e tradições.

- Análise do excerto de Miguel Torga, “A Vindima” e abordagem das diferenças entre o campo
e a cidade. Realização em grupo dum questionário
de escolha múltipla sobre as tradições, gastronomia, instrumentos dos meios rurais e
urbanos.

- Exercícios gramaticais sobre pronomes, conjugação pronominal,


antónimos e recursos expressivos.

- Análise do poema de Sophia de Mello B. Anderson “Casa Branca”.

- Análise do poema “Cristalizações” de Cesário Verde.


- Leitura de textos sobre a origem da língua portuguesa e a sua expansão para outros
países. Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Existem vários dialetos em Portugal.

- Leitura de documentos sobre a biografia de Fernando Pessoa e seus heterónimos,


Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e também Pessoa Ortónimo.

- Análise de alguns poemas de Fernando Pessoa.

- Ficha de trabalho, com um poema de Alberto Caeiro e uma imagem – análise do


poema, registos da língua e opinião sobre o que a pintura da imagem transmite.

- Trabalho individual sobre o texto argumentativo com o tema à escolha.

- Poesia de Luís de Camões- as características renascentistas.

No final do século começou a Época Renascentista, que deu origem ao


renascimento, humanismo, classicismo, desenvolvimento económico, da técnica e o
apogeu da literatura.

Leonardo da Vinci foi um homem desse tempo, era uma pessoa multifacetada e
incompreendido para a época.

Os Lusíadas, obra escrita por Luís Vaz de Camões – Análise de sonetos de Camões, diferença
entre corrente moderna e renascentista e as suas características. Algumas imagens
renascentistas, com maior destaque para a expressão dos olhos serenos.
“Fim da sociedade rural em Portugal”. (2007)

– vídeo com 14 anos

https://www.youtube.com/watch?v=U-w0aPHWQXk

 Primeira parte –– as famílias e as notícias.


1. Do que vai tratar o filme?
2. Onde?
3. Quem?

 Testemunho:
4. quem é?
5. do que fala?
6. é semelhante ao vosso dia-à-dia?

 Segundo visionamento do filme em grupos.

7. “Nas estradas do meu país, um povo eternamente atrasado…”


8. “À entrada das cidades, um país desorganizado…”
9. “À noite, a caminho de casa, um povo irremediavelmente cansado…”
10. “Assim, desperdiçamos as nossas vidas…”

 “Nas cidades vive-se melhor” – quais os motivos apresentados? Outros?

- mais igualdade,

- liberdade,

- bem-estar,

- oportunidades

 Mas desvantagens:

- (testemunho) muita pressa, stress, demasiada gente nos transportes, nas ruas, encontrões,
muito trânsito, poucas zonas verdes

- correrias,

- esperas

- cansaço

- desalentos

Em 1960, Portugal ainda era muito um país rural. Em 2007, ano do filme que estivemos a ver,
já era um país em que as pessoas procuravam mais as cidades à procura de uma vida melhor.
 “Nas cidades vive-se melhor” - Faça um pequeno texto onde exponha as vantagens e
desvantagens de se viver na cidade. Dê a sua opinião sobre o fenómeno da migração /
imigração / emigração hoje em dia, em Portugal.

 Palavras homófonas, homógrafas e homónimas .

Exemplos:

- homógrafas:

Almoço

O almoço de domingo estava delicioso! (substantivo - refeição)

Hoje eu almoço com você. (verbo almoçar)

Gosto

Seu gosto, às vezes, é duvidoso! (substantivo - preferência)

Eu gosto muito de viajar e conhecer o mundo! (verbo gostar)

- homófonas

Acento e assento

A palavra rubrica tem acento? (sinal gráfico)

Esse assento está vazio? (cadeira, lugar)

Concelho e conselho

Minha tia mora em Portugal, no concelho do Porto. (município)

Ouve bem o conselho que eu vou te dar! (sugestão)

- homónimas:
Cedo

Hoje eu consegui sair cedo de casa. (advérbio - com antecedência)

Cedo sempre meu lugar a pessoas grávidas e idosas. (verbo ceder)

Leve

Eu posso levar esta embalagem sozinha porque é leve. (adjetivo – com pouco peso)

Você quer que alguém leve este material para a garagem? (verbo levar)
Construção e Arquitetura

Subtema Preservação do Património

Património – tipos de património e confronto com os existentes no meio envolvente das


formandas

http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/

Pretende-se sensibilizar os participantes acerca da temática do património e os tipos de


património.
Materiais de apoio: - Decreto-lei nº 107/2001 de setembro, Diário da República 209/01 Série I -
A, Assembleia da república. Lisboa.
 http://www.igespar.pt/media/uploads/cc/ConvencaoparaaProteccaodoPatrimonioMu
ndialCult uraleNatural.pdf (22-11-2013)
 http://www.unesco.org/new/en/cairo/culture/tangible-cultural-heritage/ (17-01-
2014)
 http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=515 (12-11-2013)
Património cultural de acordo com a legislação portuguesa: Artigo 2.o
Conceito e âmbito do património cultural
1 — Para os efeitos da presente lei integram o património cultural todos os bens que, sendo
testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante,
devam ser objecto de especial protecção e valorização.
2 — A língua portuguesa, enquanto fundamento da soberania nacional, é um elemento
essencial do património cultural português.
3 — O interesse cultural relevante, designadamente histórico, paleontológico, arqueológico,
arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social, industrial ou
técnico, dos bens que integram o património cultural reflectirá valores de memória,
antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade.
4 — Integram, igualmente, o património cultural aqueles bens imateriais que constituam
parcelas estruturantes da identidade e da memória colectiva portuguesas.
5 — Constituem, ainda, património cultural quaisquer outros bens que como tal sejam
considerados por força de convenções internacionais que vinculem o Estado Português, pelo
menos para os efeitos nelas previstos.
6 — Integram o património cultural não só o conjunto de bens materiais e imateriais de
interesse cultural relevante, mas também, quando for caso disso, os respectivos contextos
que, pelo seu valor de testemunho, possuam com aqueles uma relação interpretativa e
informativa.
7 — O ensino, a valorização e a defesa da língua portuguesa e das suas variedades regionais no
território nacional, bem como a sua difusão internacional, constituem objecto de legislação e
políticas próprias.
8 — A cultura tradicional popular ocupa uma posição de relevo na política do Estado e das
Regiões Autónomas sobre a protecção e valorização do património cultural e constitui objecto
de legislação própria.
Decreto-lei nº 107/2001 de setembro, Diário da República 209/01 Série I - A, Assembleia da
república. Lisboa.
O património cultural divide-se em três categorias:
Património Natural: ARTIGO 2º Para fins da presente Convenção serão considerados como
património natural:
- Os monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais
formações com valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico;
- As formações geológicas e fisiográficas e as zonas estritamente delimitadas que constituem
habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas, com valor universal excepcional do ponto
de vista da ciência ou da conservação;
- Os locais de interesse naturais ou zonas naturais estritamente delimitadas, com valor
universal excepcional do ponto de vista da ciência, conservação ou beleza natural.
http://www.igespar.pt/media/uploads/cc/ConvencaoparaaProteccaodoPatrimonioM
undialCulturaleNatural.pdf (22-11-2013)
Património Material ou Tangível: “Tangible heritage includes buildings and historic places,
monuments, artifacts, etc., which are considered worthy of preservation for the future. These
include objects significant to the archaeology, architecture, science or technology of a specific
culture.”
http://www.unesco.org/new/en/cairo/culture/tangible-cultural-heritage/ (17-01-2014)
Património Material abrange património móvel e imóvel, sendo:
- Património móvel: objetos originais que constituam testemunho de uma atividade humana
particular (por ex., artística, artesanal, científica, agrícola).
- Património imóvel: património construído e obras nele integradas; esculturas, pinturas
murais e retabulares, trabalhos em talha.
- Património Imaterial ou Intangível: Artigo 2.º: Definições Para os efeitos da presente
Convenção,
1. Entende-se por “património cultural imaterial” as práticas, representações, expressões,
conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços
culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os
indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse
património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado
pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interacção com a natureza e da
sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo,
desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade
humana. Para os efeitos da presente Convenção, tomar-se-á em consideração apenas o
património cultural imaterial que seja compatível com os instrumentos internacionais
existentes em matéria de direitos do homem, bem como com as exigências de respeito mútuo
entre comunidades, grupos e indivíduos e de desenvolvimento sustentável.
Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial – UNESCO
http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=515 (12-11-2013).
A conservação do património:
- o inventário é uma etapa de trabalho que implica a execução de pesquisa de campo e
documental. Estas têm por objetivo uma aproximação, um levantamento, uma coleta de dados
e descrição do objeto pesquisado. É um instrumento de conhecimento e preservação.

Seu objetivo é conhecer e identificar quais os bens culturais de valor coletivo para um grupo
social através de um levantamento descritivo desses bens. Os dados obtidos possibilitarão a
catalogação e documentação de suas principais características, tanto físicas quanto culturais,
para que posteriormente possa ser salvaguardado ou registrado.

- o conhecimento e enriquecimento individual e coletivo do património existente - levar as


crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua
herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, e propiciando a
geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.

- pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação da cultura, seja um objeto
ou conjunto de bens, um monumento ou um sítio histórico ou arqueológico, uma paisagem
natural, um parque ou uma área de proteção ambiental, um centro histórico urbano ou uma
comunidade da área rural, uma manifestação popular de caráter folclórico ou ritual, um
processo de produção industrial ou artesanal, tecnologias e saberes populares, e qualquer
outra expressão resultante da relação entre indivíduos e seu meio ambiente.

Salvaguardar um bem cultural de natureza imaterial é apoiar sua continuidade de modo


sustentável, atuar para melhoria das condições sociais e materiais de transmissão e
reprodução que possibilitam sua existência. O conhecimento gerado durante os processos
de inventário e registro é o que permite identificar de modo bastante preciso as formas mais
adequadas de salvaguarda.*

A elaboração de um plano de salvaguarda é a etapa posterior à obtenção do Registro. Este


plano tem objetivo de indicar de que forma o poder público e a sociedade agirão, a partir
daquele momento, para preservar as condições que tornam possível a continuidade da
manifestação cultural registrada.

O conhecimento gerado durante os processos de inventário e Registro é o que permite


identificar de modo bastante preciso as formas mais adequadas de salvaguarda. Essas formas
podem ir desde a ajuda financeira a detentores de saberes específicos com vistas à sua
transmissão, até, por exemplo, a organização comunitária ou a facilitação de acesso a matérias
primas.

Pontos também essenciais:

- Apoio à transmissão do conhecimento a gerações mais novas;

- Promoção e divulgação do bem cultural;

- Valorização de mestres e executantes

- Melhoria das condições de acesso a matérias-primas e mercados consumidores;

- Organização de atividades comunitárias.

http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/patrimonio-cultural/patrimonio-
imaterial/projeto-de-identificacao-e-salvaguarda-do-patrimonio-cultural-imaterial-de-alagoas
- a evolução da arquitetura ao longo dos séculos e o urbanismo.

Pré-História
Arquitetura neolítica- Stonehenge, o mais conhecido monumento pré-histórico

Antiguidade
À medida que as comunidades humanas evoluíam e aumentavam, acometidas pelas ameaças
bélicas constantes, a primeira modalidade arquitetónicas a se desenvolver foi essencialmente
a militar.

A humanidade confrontava-se com um mundo povoado de deuses vivos, gênios e demónios:


um mundo que ainda não conhecia nenhuma objetividade científica. O modo como os
indivíduos lidavam com a transformação de seu ambiente imediato era então bastante
influenciado pelas suas crenças. Muitos aspetos da vida quotidiana estavam baseados no
respeito ou na adoração ao divino e ao supernatural. O poder divino, portanto, equiparava-se
(ou mesmo superava) o poder secular, fazendo com que os principais edifícios das cidades
fossem os palácios e os templos. Esta importância fazia com que a figura do arquiteto estivesse
associada aos sacerdotes (como no Antigo Egipto) ou aos próprios governantes e a execução
dos edifícios era acompanhada por diversos rituais que simbolizavam o contato do Homem
com o divino. As cidades marcavam uma interrupção da natureza selvagem, consideradas o
espaço sagrado em meio natural. Da mesma forma, os templos dentro das cidades marcavam
a morada dos deuses em meio ao ambiente humano.
Pirâmides Egípcias

Antiguidade clássica
A arquitetura e o urbanismo praticados pelos gregos e romanos destacava-se bastante dos
egípcios e babilônios na medida em que a vida cívica passava a ganhar importância. A cidade
torna-se o elemento principal da vida política e social destes povos: os gregos desenvolveram-
se em cidades-estado e o Império Romano surgiu de uma única cidade. Durante os períodos e
civilizações anteriores, os assuntos religiosos eram eles mesmos o motivo e a manutenção da
ordem estabelecida; no período greco-romano o mistério religioso ultrapassou os limites do
templo-palácio e tornou-se assunto dos cidadãos (ou da pólis): surge aí a palavra política,
absolutamente relacionada à ideia de cidade. Enquanto os povos anteriores desenvolveram
apenas as arquiteturas militar, religiosa e residencial, os gregos e romanos foram responsáveis
pelo desenvolvimento de espaços próprios à manifestação da cidadania e dos afazeres
quotidianos: a ágora grega definia-se como um grande espaço livre público destinado à
realização de assembleias, rodeada por templos, mercados, e edifícios públicos. O espaço da
ágora tornara-se um símbolo da nova visão de mundo que incluía o respeito aos interesses
comuns e incentivador do debate entre cidadãos, ao invés da antiga ordem despótica.

Os assuntos religiosos, contudo, ainda possuíam um papel fundamental na vida mundana, mas
agora foram incorporados aos espaços públicos da pólis. Os rituais populares tomavam lugar
em espaços construídos para tal, em especial a acrópole. Cada lugar possuía a sua própria
natureza (genius locci), inseridos em um mundo que convivia com o mito: os templos
passaram a ser construídos no topo das colinas (criando um marco visual na cidade baixa e
possibilitando um refúgio à população em tempos de guerra) de forma a tocar os céus.
Templo de Hefestos – Atenas – arquitetura clássica grega

Idade Média
A tecnologia do período desenvolveu-se principalmente na construção das catedrais, estando
o conhecimento tectônico sob o controle das corporações de ofícios.

Durante praticamente todo o período medieval, a figura do arquiteto (como sendo o criador
solitário do espaço arquitetónico e da construção) não existe. A construção das catedrais,
principal esforço construtivo da época, é acompanhada por toda a população e insere-se na
vida da comunidade ao seu redor. O conhecimento construtivo é guardado pelas corporações,
as quais reuniam dezenas de mestres-obreiros (os arquitetos de fato) que conduziam a
execução das obras, mas também as elaboravam.

A Cristandade definiu uma visão de mundo nova, que não só submetia a vontade humana aos
desígnios divinos como esperava que o indivíduo buscasse o divino. Em um primeiro
momento, e devido às limitações técnicas, a conceção do espaço arquitetónico dos templos
volta-se ao centro, segundo um eixo que incita ao percurso. Mais tarde, com o
desenvolvimento da arquitetura gótica, busca-se alcançar os céus através da indução da
perspetiva para o alto.
Espaço arquitetónico gótico

Idade Moderna
Com o fim da Idade Média a estrutura de poder europeia modifica-se radicalmente. Começam
a surgir os estados-nacionais e, apesar da ainda forte influência da Igreja Católica, o poder
secular volta a subjugá-la, especialmente com as crises decorrentes da Reforma Protestante.

Antigos tratatos arquitetônicos romanos são redescobertos pelos novos arquitetos,


influenciando profundamente a nova arquitetura. A relativa liberdade de pesquisa científica
que se obteve permitiu algum avanço nas técnicas construtivas, permitindo novas experiências
e a concepção de novos espaços.
Algumas regiões italianas, e Florença em especial, devido ao controle das rotas comerciais que
levavam a Constantinopla, tornam-se as grandes potências mundiais e é nelas que se
desenvolveram as condições para o desenvolvimento das artes e das ciências.

O homem vitruviano, interpretado por Leonardo da Vinci. Nele está sintetizado o espírito


renascentista: clássico e humanista

Renascimento
Paisagem florentina, um marco do Renascimento

Palazzo della Ragione de Palladio.

O espírito renascentista evoca as qualidades intrínsecas existentes no ser humano. O


progresso do Homem - científico, espiritual, social - torna-se um objetivo importante para o
período. O Classicismo, redescoberto, e o Humanismo surgem como o guia para a nova visão
de mundo que manifesta-se nos artistas do período.

A cultura renascentista mostra-se multidisciplinar e interdisciplinar. O que importa ao homem


renascentista é o culto ao conhecimento e à razão, não havendo para ele separação entre as
ciências e as artes. Tal cultura mostrou-se um campo fértil para o desenvolvimento da
arquitetura, uma matéria que da mesma forma não vê limite entre as duas áreas.

A arquitetura renascentista mostrou-se clássica, mas não se pretendeu neoclássica. Com a


descoberta dos antigos tratados (incompletos) da arquitetura clássica (dentre os quais, o mais
importante foi De Architetura de Vitrúvio, base para o tratado De Re Aedificatoria de Alberti),
deu-se margem a uma nova interpretação daquela arquitetura e sua aplicação aos novos
tempos. Conhecimentos obtidos durante o período medieval (como o controle das diferentes
cúpulas e arcadas) foram aplicados de uma nova forma, incorporando os elementos da
linguagem clássica.

A descoberta da perspectiva é um aspecto importante para se entender o período (e


especialmente a perspectiva central): a ideia de infinito trazida pela manipulação do ponto de
fuga foi bastante utilizada como elemento cênico na concepção espacial daqueles arquitetos.

A perspectiva representou uma nova forma de entender o espaço como algo universal,
compreensível e controlável através da razão do Homem. O desenho tornou-se o principal
meio de projetação, assim como surge a figura do arquiteto solitário (diferente da concepção
coletiva dos edifícios medievais). Os novos meios de concepção do projeto influenciaram a
concepção espacial dos edifícios no sentido em que as visuais são controladas, direcionadas
para um ponto de vista específico. O poder da perspectiva de representar universalmente a
realidade não se limitou a apenas descrever a experiência, mas também a antecipá-la
projetando a imagem de volta à realidade.

Entre os principais arquitetos da Renascença se incluem Vignola, Alberti, Brunelleschi e


Michelângelo.
Palazzo della Ragione de Palladio.

Maneirismo

Com o desenrolar do Renascimento e o constante estudo e aplicação dos ideais clássicos,


começa a surgir entre os artistas do período um certo sentimento anticlássico, ainda que suas
obras continuassem, em essência, predominantemente clássicas. Neste momento, surge
aquele que foi chamando de maneirismo.

Os arquitetos maneiristas (que rigorosamente podem continuar sendo chamados de


renascentistas) apropriam-se das formas clássicas mas começam a desconstruir seus ideais.
Alguns exemplos do maneirismo:

São constantes as referências visuais em espaços internos aos elementos típicos da


composição de espaços externos: janelas que se voltam para dentro, tratamento de escadas
externas em alas interiores de edifícios, etc.

O já consagrado domínio da perspectiva permite experimentações diversas que fogem ao


espaço perspectico dos períodos anteriores

Século XVII e XVIII

Os séculos seguintes ao Renascimento assistiram a um processo cíclico de constante


afastamento e reaproximação do ideário clássico. O barroco, em um primeiro momento,
potencializa o descontentamento do maneirismo pelas normas clássicas e propicia a gênese de
um tipo de arquitetura inédita, ainda que frequentemente possua ligações formais com o
passado. Da mesma forma que o barroco representou uma reação ao Renascimento, o
neoclassicismo, mais tarde, constituirá uma reação ao barroco e uma forte tendência ao
passadismo e à recuperação do clássico. Este período de dois séculos, portanto, será marcado
por um ciclo de dúvidas e incertezas a respeito da validade das ideias clássicas.

Arquitetura barroca
A ostentação formal nos espaços do barroco e do rococó.

O barroco surge no cenário artístico europeu em dois contextos bastante claros durante o
século XVII: primeiramente havia a sensação de que, com o avanço científico representado
pelo Renascimento, o classicismo, ainda que tivesse alavancado este progresso, não mais tinha
condições de oferecer todas as respostas necessárias às dúvidas do Homem. O Universo não
era mais o mesmo, o mundo havia se expandido e o indivíduo sentia querer experimentar um
novo tipo de contato com o divino e o metafísico. As formas luxuriantes do barroco, seu
espaço elíptico, definitivamente antieuclidiano, foram uma resposta a estas necessidades.

O segundo contexto é o da Contra-Reforma promovida pela Igreja Católica. Com o avanço das
igrejas protestantes, a antiga ordem romana cristã (que, em certo sentido, havia incentivado o
advento do mundo renascentista) estava sendo suplantada por novas visões de mundo e novas
atitudes perante o Sagrado. A Igreja sentiu a necessidade de renovar-se para não perder os
fiéis, e viu na promoção de uma nova estética a chance de identificar-se neste novo mundo. As
formas do barroco foram promovidas pela instituição em todo o mundo (especialmente nas
colônias recém-descobertas), tornando-o o estilo católico, por excelência.

A ostentação formal nos espaços do barroco e do rococó.

Arquitetura neoclássica

O Capitólio de Washington, exemplar do neoclassicismo arquitetônico


No fim do século XVIII e início do XIX, a Europa assistiu a um grande avanço tecnológico,
resultado direto dos primeiros momentos da Revolução Industrial e da cultura iluminista.
Foram descobertas novas possibilidades construtivas e estruturais, de forma que os antigos
materiais (como a pedra e a madeira) passaram a ser substituídos gradativamente pelo
concreto (betão) (e mais tarde pelo concreto armado) e pelo metal.

Paralelamente, profundamente influenciados pelo contexto cultural do Iluminismo europeu,


os arquitetos do século XVIII passaram a rejeitar a religiosidade intensa da estética anterior e o
exagero luxuriante do barroco. Buscava-se uma síntese espacial e formal mais racional e
objetiva, mas ainda não se tinha uma ideia clara de como aplicar as novas tecnologias em uma
nova arquitetura. Inseridos no contexto do neoclassicismo nas artes, aqueles arquitetos viram
na clássica a arquitetura ideal para os novos tempos.

O neoclassicismo não se pretendeu, de fato, um estilo novo (diferente da arte clássica


renascentista). Ocorria muito mais uma cópia do repertório formal clássico e menos uma
experimentação desta forma, tendo como diferença a aplicação das novas tecnologias.

O Capitólio de Washington, exemplar do neoclassicismo arquitetónico

Idade Contemporânea

As cidades passam a crescer de modo inédito e novas demandas sociais relativas ao controle
do espaço urbano devem ser respondidas pelo Estado, o que acabará levando ao surgimento
do urbanismo como disciplina acadêmica. O papel da arquitetura (e do arquiteto) será
constantemente questionado e novos paradigmas surgem: alguns críticos alegam que surge
uma crise na produção arquitetônica que permeia todo o século XIX e somente será resolvida
com o advento da arquitetura moderna

O Parlamento inglês é uma das realizações mais exemplares da arquitetura revivalista inglesa

Século XIX

O Parlamento inglês é uma das realizações mais exemplares da arquitetura revivalista inglesa

Todo o século XIX assistirá a uma série de crises estéticas que se traduzem nos movimentos
chamados revivalistas: ou pelo fato das inovações tecnológicas não encontrarem naquela
contemporaneidade uma manifestação formal adequada, ou por diversas razões culturais e
contextos específicos, os arquitetos do período viam na cópia da arquitetura do passado e no
estudo de seus cânones e tratados uma linguagem estética legítima de ser trabalhada. O
primeiro destes movimentos foi o já citado neoclássico, mas ele também vai se manifestar na
arquitetura neogótica inglesa, profundamente associada aos ideais românticos nacionalistas.
Os esforços revivalistas que aconteceram principalmente na Alemanha, França, Inglaterra, por
razões especialmente ideológicas, viriam mais tarde a se transformar em um mero conjunto de
repertórios formais e tipológicos diversos, que evoluiriam para o ecletismo, considerado por
muitos como o mais decadente e formalista entre todos os estilos históricos.

A primeira tentativa de resposta à questão tradição x industrialização (ou entre as artes e os


ofícios) se deu pelo pensamento dos românticos John Ruskin e William Morris, proponentes de
um movimento estético que ficou conhecido justamente por Arts & crafts (cuja tradução literal
é "artes e ofícios"). O movimento propõs a pesquisa formal aplicada às novas possibilidades
industriais vendo no artesão uma figura de destaque: para eles, o artesão não deveria ser
extinto com a indústria, mas tornar-se seu agente transformador, seu principal elemento de
produção. Com a diluição dos seus ideais e a dispersão de seus defensores, as ideias do
movimento evoluíram, no contexto francês, para a estética do art nouveau, considerado o
último estilo do século XIX e o primeiro do século XX..

Século XX

O Modernismo da Bauhaus
A Casa da Cascata, de Frank Lloyd Wright, um ícone da arquitetura orgânica.

Logo nas primeiras décadas do século XX tornou-se muito clara uma distinção entre os
arquitetos que estavam mais próximos das vanguardas artísticas em curso na Europa e aqueles
que praticavam uma arquitetura ligada à tradição (em geral de características historicistas,
típica do ecletismo). Ainda que estas duas correntes estivessem, em um primeiro momento,
cheias de nuances e meios-termos, com a atividade "revolucionária" proposta por
determinados artistas, e principalmente com a atuação dos arquitetos ligados à fundação da
Bauhaus na Alemanha, com a Vanguarda Russa na União Soviética e com o novo pensamento
arquitetônico proposto por Frank Lloyd Wright nos Estados Unidos e Le Corbusier na Europa
(sendo forte fator definitivo da Arquitetura Moderna no Brasil, em especial através da obra de
Oscar Niemeyer e Lúcio Costa), a cisão entre elas fica bastante nítida e o debate arquitetônico
se transforma, de fato, em um cenário povoado de partidos e movimentos caracterizados
como tal.

A renovação estética proposta pelas vanguardas (especialmente pelo cubismo, pelo


neoplasticismo, pelo construtivismo e pela abstração) no campo das artes plásticas abre o
caminho para uma aceitação mais natural das propostas dos novos pensamentos
arquitetônicos, baseados na crença em uma sociedade regulada pela indústria, na qual a
máquina surge como um elemento absolutamente integrado à vida humana e no qual a
natureza está não só dominada como também se propõem novas realidades diversas da
natural.

De uma forma geral, as novas teorias que se discutem a respeito da arte e do papel do artista
vêem na indústria (e na sociedade industrial como um todo) a manifestação máxima de todo o
trabalho artístico: artificial, racional, preciso, enfim, moderno. A ideia de modernidade surge
como um ideário ligado a uma nova sociedade, composta por indivíduos formados por um
novo tipo de educação estética, gozando de novas relações sociais, na qual as desigualdades
foram superadas pela neutralidade da razão. Este conjunto de ideias vê na arquitetura a
síntese de todas as artes, visto que é ela quem define e dá lugar aos acontecimentos da vida
cotidiana. Sendo assim, o campo da arquitetura abarca todo o ambiente habitável, desde os
utensílios de uso doméstico até toda a cidade: para a arte moderna, não existe mais a questão
artes aplicadas x artes maiores (todas elas estão integradas em um mesmo ambiente de vida).

A arquitetura moderna será, portanto, caracterizada por um forte discurso social e estético de
renovação do ambiente de vida do homem contemporâneo. Este ideário é formalizado com a
fundação e evolução da escola alemã Bauhaus: dela saem os principais nomes desta
arquitetura. A busca de uma nova sociedade, naturalmente moderna, era entendida como
universal: desta maneira, a arquitetura influenciada pela Bauhaus se caracterizou como um
algo considerado internacional (daí a corrente de pensamento associada a ela ser chamada
international style, título vindo de uma exposição promovida no MoMA de Nova Iorque).

Arquitetura contemporânea

A arquitetura praticada nas últimas décadas tem se caracterizado, de uma forma geral, como
reação às propostas da arquitetura moderna: ora os arquitetos atuais relêem os valores
modernos e propõem novas concepções estéticas (o que eventualmente se caracterizará como
uma atitude dita "neomoderna"); ora eles propõem projetos de mundo radicalmente novos,
procurando apresentar projetos que, eles próprios, sejam paradigmas antimodernistas,
conscientemente desrespeitando os criticados dogmas do modernismo.

As primeiras reações negativas à acusada excessiva dogmatização que a arquitetura moderna


propôs no início do século surgiram, de uma forma sistêmica e rigorosa, por volta da década
de 1970, tendo em nomes como Aldo Rossi e Robert Venturi seus principais expoentes
(embora teóricos como Jane Jacobs tenham promovido críticas intensas, porém isoladas, à
visão de mundo do modernismo já nos anos 1950, especialmente no campo do urbanismo).

A crítica antimodernista, que em um primeiro momento se restringiu à especulação de ordem


teórico-acadêmica logo ganhou experiências práticas. Estes primeiros projetos estão de uma
forma geral ligados à ideia da revitalização do "referencial histórico", colocando explicitamente
em cheque os valores anti-historicistas do modernismo.

Durante a década de 1980 a revisão do espaço moderno evoluiu para a sua total
desconstrução, a partir de estudos influenciados (especialmente) por correntes filosóficas
como o desconstrutivismo. Apesar de altamente criticada, esta linha de pensamento estético
também se manteve restrita aos estudos teóricos e, na década de 1990, seduziram o grande
público e se tornaram sinônimo de uma "arquitetura de vanguarda". Nomes como Rem
Koolhaas, Peter Eisenman e Zaha Hadid estão ligados a este movimento. O arquiteto norte-
americano Frank Gehry, apesar de ser apontado pela grande mídia como arquiteto
desconstrutivo, tem sua obra criticada pelos próprios membros do movimento.
Catedral de N. Senhora, Los Angeles
The new terminal at Barajas airport in Madrid, Spain. 
TRABALHOS DE PARES

O PATRIMÓNIO

- Tipo

- Onde

- História

- Conservação / Valorização

- Transmissão de conhecimento desse património às gerações /pessoas

- Opinião / comentários ao logo do trabalho

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