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ITAJAÍ
2011
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR
CURSO DE OCEANOGRAFIA
ITAJAÍ
2011
ii
DEDICATÓRIA
iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pois sem eles nada disso estaria acontecendo.
Aos TUBOS & RAMPAS da Praia Brava que sem dúvida me fizeram e fazem o cara
mais feliz do mundo.
Aos grandes amigos Gumera, Porva, Guerrero, Zé da Balada, Machado, Rick, Pok,
Baurusão, Rafão, Bebado, Vinão, Anão, Débora, Lori, Minero, Grugy, Cket, André,
Marina, Henrik, Pí, Bruno Carioca, Gustavo, Matias e todos aqueles que fizeram
parte desta caminhada.
iv
RESUMO
v
LISTA DE FIGURAS
vii
Figura 40 – Representação da resistência sofrida pelo rio Itajaí-Açu e o aumento na vazão
do rio Itajaí Mirim devido a presença do canal extravasor. Cenário com vazão extrema de
5100 m³/s no instante de maré vazante de sizígia. .............................................................. 70
Figura 41 – Representação do canal extravasor funcionando no cenário com vazão de 5100
m³/s no instante de maré vazante de sizígia. Note que após o canal as vazões do rio Itajaí-
Açu tendem a diminuir. ........................................................................................................ 71
Figura 42 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 3300 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e
15/01/2010........................................................................................................................... 72
Figura 43 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 4000 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e
15/01/2010........................................................................................................................... 73
Figura 44 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 5100 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e
15/01/2010........................................................................................................................... 74
Figura 45- Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em
azul e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 3300 m³/s sob efeito das marés meteorológicas. ........................................... 76
Figura 46 - Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em
azul e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 4000 m³/s sob efeito das marés meteorológicas. ........................................... 77
Figura 47 - Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em
azul e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 5100 m³/s sob efeito das marés meteorológicas. ........................................... 78
Figura 48 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 3300 m³/s sob efeito das marés meteorológicas. ........................................... 80
Figura 49 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 4000 m³/s sob efeito das marés meteorológicas. ........................................... 81
Figura 50 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com
vazão igual a 5100 m³/s sob efeito das marés meteorológicas. ........................................... 82
viii
LISTA DE TABELAS
ix
LISTA DE QUADROS
x
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 3
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 3
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 3
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 4
3.1 MARÉ ...................................................................................................................... 4
3.1.1 MARÉ ASTRONÔMICA .................................................................................... 4
3.1.1.1 FORÇAS GERADORAS DE MARÉ .............................................................. 5
3.1.1.1.1 SISTEMA TERRA-LUA ........................................................................... 5
3.1.1.1.2 SISTEMA TERRA-SOL ........................................................................... 8
3.1.1.1.3 INTERAÇÃO DO SISTEMA LUNAR E SOLAR ....................................... 8
3.1.1.2 CONSTITUINTES HARMÔNICAS .............................................................. 10
3.1.2 MARÉ METEOROLÓGICA ............................................................................. 12
3.1.3 MARÉ EM ÁGUAS RASAS E ESTUÁRIOS .................................................... 12
3.2 ESTUÁRIOS .......................................................................................................... 13
3.2.1 DINÂMICA ESTUARINA ................................................................................. 14
3.2.2 CLASSIFICAÇÃO ESTUARINA ...................................................................... 16
3.2.2.1 CLASSIFICAÇÃO GEOMORLÓGICA DOS ESTUÁRIOS ........................... 16
3.2.2.1.1 PLANÍCIE COSTEIRA ........................................................................... 16
3.2.2.1.2 FJORDES ............................................................................................. 17
3.2.2.1.3 CONSTRUÍDO POR BARREIRA ........................................................... 17
3.2.2.1.4 ESTUÁRIOS RESTANTES ................................................................... 17
3.2.2.2 CLASSIFICAÇÃO CONFORME A ESTRATIFICAÇÃO DE SALINIDADE ... 19
3.2.2.2.1 CUNHA SALINA (Tipo A) ...................................................................... 20
3.2.2.2.2 MODERADAMENTE OU PARCIALMENTE MISTURADO (Tipo B) ....... 20
3.2.2.2.3 VERTICALMENTE BEM MISTURADOS (Tipo C) ................................. 21
3.3 ENCHENTES E INUDAÇÕES ............................................................................... 22
3.3.1 MEDIDAS PARA CONTROLE DE ENCHENTES ........................................... 23
3.3.1.1 MEDIDAS ESTRUTURAIS .......................................................................... 23
3.3.1.2 MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS ................................................................. 23
3.3.2 ENCHENTES NO VALE DO ITAJAÍ ............................................................... 24
3.4 PLADE - JICA ........................................................................................................ 25
3.4.1 PROBLEMAS DO PROJETO (CANAL EXTRAVASOR) ................................. 28
xi
3.5 MODELAGEM NUMÉRICA ................................................................................... 28
3.5.1 MODELO SISBAHIA....................................................................................... 30
3.5.1.1 MODELO HIDRODINÂMICO 2DH .............................................................. 31
3.5.1.1.1 FORMULAÇÃO ..................................................................................... 31
3.5.1.1.2 DISCRETIZAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL ....................................... 34
3.5.1.1.3 CONFLITO DE ESCALAS ..................................................................... 35
3.5.1.1.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO E CONDIÇÕES INICIAIS ..................... 36
3.5.1.1.5 CALIBRAÇÃO E VALIDAÇÃO ............................................................... 37
4. ÁREA DE ESTUDO ...................................................................................................... 38
4.1 LOCALIZAÇÃO ..................................................................................................... 38
4.2 CARACTERIZAÇÃO .............................................................................................. 39
4.2.1 REGIME DE MARÉ ........................................................................................ 39
4.2.1.1 MARÉ ASTRONÔMICA .............................................................................. 40
4.2.1.2 MARÉ METEOROLÓGICA ......................................................................... 40
4.2.2 COMPONENTE FLUVIAL............................................................................... 40
4.2.3 MASSAS DE ÁGUA........................................................................................ 41
4.2.4 REGIME DE VENTO ...................................................................................... 41
4.2.5 CLIMA ............................................................................................................ 41
4.2.6 CLIMA DE ONDAS ......................................................................................... 42
4.2.7 ASPECTOS SEDIMENTOLÓGICOS .............................................................. 42
4.2.8 ESTUÁRIO DO RIO ITAJAÍ-AÇU ................................................................... 42
5. METODOLOGIA........................................................................................................... 43
5.1 DOMÍNIO DE MODELAGEM ................................................................................. 43
5.2 DISCRETIZAÇÃO ESPACIAL ............................................................................... 44
5.3 DISCRETIZAÇÃO TEMPORAL ............................................................................. 47
5.4 DADOS DE ENTRADA .......................................................................................... 48
5.4.1 RUGOSIDADE ............................................................................................... 48
5.4.2 BATIMETRIA .................................................................................................. 48
5.4.2.1 INTERPOLAÇÃO BATIMETRIA .................................................................. 49
5.4.3 VAZÕES FLUVIAIS ........................................................................................ 52
5.4.4 MARÉ ASTRONÔMICA .................................................................................. 52
5.4.5 MARÉ METEOROLÓGICA ............................................................................. 54
5.5 VALIDAÇÃO .......................................................................................................... 55
5.6 ANÁLISE DA EFICIÊNCIA..................................................................................... 57
6. RESULTADO E DISCUSSÃO ...................................................................................... 58
xii
6.1 VALIDAÇÃO .......................................................................................................... 58
6.1.1 ELEVAÇÃO .................................................................................................... 58
6.1.2 CORRENTE ................................................................................................... 60
6.2 ANÁLISE NOS PADRÕES DE ELEVAÇÃO E VAZÃO .......................................... 65
6.2.1 MARÉ ASTRONÔMICA .................................................................................. 66
6.2.1.1 ELEVAÇÃO................................................................................................. 66
6.2.1.2 VAZÃO........................................................................................................ 69
6.2.2 MARÉ METEOROLÓGICA ............................................................................. 74
6.2.2.1 ELEVAÇÃO................................................................................................. 75
6.2.2.2 VAZÃO........................................................................................................ 78
6.3 ANÁLISE DA EFICIÊNCIA..................................................................................... 82
6.3.1 MARÉ ASTRONÔMICA .................................................................................. 82
6.3.2 MARÉ METEOROLÓGICA ............................................................................. 83
6.3.3 MARÉ ASTRONÔMICA / MARÉ METEOROLÓGICA .................................... 84
7. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 86
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 87
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 88
xiii
1. INTRODUÇÃO
1
formulação técnica, institucional, financeira e aos possíveis impactos de sua
implementação, principalmente no que diz respeito à desconsideração das marés
meteorológicas em seus estudos.
Segundo Carvalho (1994) diagnosticar as possíveis mudanças que o
ambiente costeiro poderá vir a sofrer depois da realização das obras propostas é
vital para a economia da região do baixo vale do rio Itajaí-Açu, que depende quase
que exclusivamente das atividades realizadas no estuário.
Na época em que o projeto foi escrito não havia facilidades na utilização de
modelos numéricos computacionais para simulação do escoamento, sendo que
várias perguntas sobre a eficiência do projeto e seus impactos ambientais poderiam
ser respondidos com a utilização dos mesmos.
Modelos são representações de algum objetivo, numa linguagem ou forma de
fácil acesso e uso, com o objetivo de entendê-los e buscar suas respostas para
diferentes entradas (TUCCI, 1993).
A necessidade da aplicação de modelos para estudos, projetos e auxílio à
gestão de recursos hídricos é inquestionável, face à complexidade do ambiente em
corpos de água naturais, especialmente em lagos, reservatórios, estuários e zona
costeira adjacente das bacias hidrográficas (ROSMAN, 2010).
Dentro desse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a
eficiência do canal extravasor projetado pela JICA, em eventos de vazões extremas
com marés astronômicas e meteorológicas, utilizando como ferramenta modelos
numéricos. O software SisBaHiA® (Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental),
registrado pela Fundação Coppetec – Coppe/UFRJ, foi escolhido para realizar o
estudo, mais precisamente o modulo de modelagem hidrodinâmico bidimensional
(2DH), dominado por forçantes barotrópicas nos quais efeitos de densidade variável
possam ser desprezados.
2
2. OBJETIVOS
3
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 MARÉ
4
Segundo Davies (1964), as marés podem ser classificadas de acordo com
suas alturas máximas (Hmax):
5
gravitacional exercida pela Lua na Terra são variáveis, pois nem todos os pontos na
Terra apresentam a mesma distância em relação à Lua. Portanto, pontos mais
próximos à Lua experimentam uma maior força gravitacional e pontos mais distantes
experimentam uma menor força gravitacional. A resultante das forças centrífuga e
gravitacional gera o que chamamos de força geradora de maré (Figura 2) (OPEN
UNIVERSITY, 1997).
Figura 2 - Derivação das forças geradoras de maré. A força centrífuga tem a mesma magnitude
e direção em todos os pontos, enquanto a força gravitacional exercida pela Lua na Terra varia
tanto em magnitude quanto em direção. A força geradora de maré em qualquer ponto é
resultante das forças gravitacional e centrífuga (modificado OPEN UNIVERSITY, 1997).
6
lunar). Esta é a razão pela qual o horário de preamar em um determinado local
atrasa cerca de 50 minutos de um dia para outro (OPEN UNIVERSITY, 1997)
(Figura 3).
Figura 3 - A relação entre um dia solar de 24h e um dia lunar de 24h e 50min. O ponto A na
superfície da Terra, a partir do instante em que a Lua está passando diretamente ele retorna
sua posição inicial após 24h. Neste tempo a Lua move-se em sua órbita, de mo modo que o
ponto A deve rodar adicionalmente 50min para estar novamente sob a Lua (modificado OPEN
UNIVERSITY, 1997).
A órbita da Lua não está sempre no mesmo plano que o equador terrestre,
apresentando variações em sua declinação que podem chegar até 280 (Figura 4).
Quando essa declinação é máxima (maré tropical), o plano das duas protuberâncias
estará defasado em relação ao Equador, apresentando máximas desigualdades nos
trópicos. Agora, quando a Lua está no mesmo plano equatorial terrestre (maré
equatorial) as desigualdades deixam de existir (OPEN UNIVERSITY, 1997).
Por fim, levando em consideração a órbita elíptica do sistema Terra-Lua,
podemos notar variações na magnitude das forças geradoras de maré que ganham
um incremento no perigeu de 20% e uma redução no apogeu em relação ao valor
médio (OPEN UNIVERSITY, 1997).
7
Figura 4 - Reprodução das marés tropicais com desigualdades nas médias latitudes devido à
declinação da Lua. Um observador no ponto B experimenta uma maior do que no ponto A
(modificado OPEN UNIVERSITY, 1997).
8
Na Figura 5 (A) e (C) as forças geradoras de maré solar e lunar atuam no
mesmo rumo, podendo estar em conjunção na Lua Nova ou em oposição na Lua
Cheia. Este tipo de configuração acaba produzindo as maiores amplitudes de maré,
denominada maré de sizígia.
Na Figura 5 (B) e (D) as forças geradas de maré solar e lunar atuam em ângulo
reto entre si, ou seja, estão defasadas. Com isso, as amplitudes de maré são as
menores, sendo conhecidas como maré de quadratura.
Figura 5 - Representação esquemática da interação das marés lunares e solares, vistas a partir
de um observador no Pólo Norte da Terra. (A) Lua Nova e (C) Lua Cheia, períodos de sizígia;
(B) Quarto Crescente e (D) Quarto Minguante, períodos de quadratura (modificado OPEN
UNIVERSITY, 1997).
9
3.1.1.2 CONSTITUINTES HARMÔNICAS
10
Tabela 1- Representação das principais constituintes harmônicas.
11
3.1.2 MARÉ METEOROLÓGICA
12
Em plataforma continental e áreas costeiras adjacentes:
3.2 ESTUÁRIOS
13
Dionne (1963) apud Miranda et al., (2002) sugeriu o zoneamento do estuário
em 3 setores: a) baixo estuário, predominado os processos marinhos; b) médio
estuário, onde há uma intensa mistura entre a água fluvial e marinha; c) alto
estuário, onde não há presença da água marinha, observando-se apenas as
variações de maré, predominado os processos fluviais.
Kjerfve, (1987) também sugeriu um zoneamento para estuários (Figura 6),
divido em: Zona de Maré do Rio (ZR), parte fluvial com salinidade praticamente
igual a zero, mas ainda sujeita à influência de maré; Zona de mistura (ZM), região
onde ocorre a mistura da água doce da drenagem continental com a água do mar;
Zona Costeira (ZC), região costeira adjacente que se estende até a frente da pluma
estuarina, a qual delimita a Camada Limite Costeira (CLC).
Figura 6- Seção longitudinal de um sistema estuarino indicando: as zonas de Maré do Rio (ZR),
de Mistura (ZM) e a Costeira (ZC). São também apresentadas as características da estrutura
vertical de salinidade e circulação média. Qf representa a descarga fluvial do rio (modificado
MIRANDA et al., 2002).
14
superfície livre. Essas forçantes possuem variação espacial e temporal que atuam
simultaneamente sobre o corpo d’água estuarino.
As marés astronômicas em regiões oceânicas e que se propagam pela
plataforma continental na forma de ondas são uma das principais forças geradoras
dos movimentos e dos processos de mistura nos estuários. Sua influência se
propaga estuário acima e abaixo na forma de ondas longas de gravidade (MIRANDA
et al., 2002 apud DEFANT, 1960).
A descarga fluvial oriunda da bacia de drenagem suprirá o estuário de água
doce. Esta quantidade d’água drenada depende das condições climáticas, das
características do solo, da cobertura vegetal, da ocupação urbana, agrícola e
industrial e da evapotranspiração (MIRANDA et al., 2002).
Sendo assim, as correntes de maré interagindo com as descargas fluviais
dentro dos estuários geram estratificação na coluna d’água, pelo efeito advectivo e
pelo transporte de sal. Esta estratificação gera movimentos bidirecionais que
caracterizam o que chamamos de circulação clássica estuarina (MIRANDA et al.,
2002).
Os movimentos da circulação estuarina são dividos em médio/macroscópicos
e microscópicos. Os macroscópicos são relacionados aos processos advectivos
representados pelas correntes de maré, vazões e variação de densidade. Por outro
lado, movimentos microscópicos são relacionados aos processos de misturas,
denominados de difusão molecular e turbulenta (MIRANDA et al., 2002). Em termos
de modelagem os processos advectivos são considerados escalas resolvíveis,
enquanto os processos difusivos são escalas não resolvíveis (ROSMAN,1997).
A difusão turbulenta provoca a erosão do gradiente vertical de salinidade, que
migra ao longo da coluna d’água de acordo com a intensidade do movimento. Esse
processo de mistura estuarina é a combinação da turbulência gerada internamente,
por camadas d’águas que se movem com velocidades diferentes (MIRANDA et al.
2002).
Os processos turbulentos podem ser divididos em três tipos segundo Bowden
(1958) apud Miranda et al,. (2002):
15
O gerado no interior do fluído devido às flutuações turbulentas de
velocidade;
16
Brasil, tendo-se como exemplos, os estuários dos rios Itajaí-Açu e São Francisco
(MIRANDA et al., 2002).
3.2.2.1.2 FJORDES
São estuários formados com a inundação dos vales primitivos de rios durante
a transgressão marinha, porém com sedimentação recente formadoras de barreiras
na boca.
Esses ambientes são geralmente rasos com profundidades máximas de 30 m,
podendo apresentar canais e lagunas extensas em seu interior. Os rios que
alimentam estes estuários possuem uma descarga fluvial muito variável durante o
ano ocasionando alterações sazonais na geometria da barra.
DELTA DE ENCHENTE
DELTA DE VAZANTE
RIA
18
Figura 7 - Tipos fisiográficos de estuários (modificado FAIRBRIDGE, 1980).
19
(2002) a transição entre os três tipos depende da descarga fluvial, amplitude de
maré, componente baroclínico de velocidade e características geométricas com a
razão largura/comprimento.
Estes estuários são típicos de regiões com regime de micromaré e rios com
grande descarga fluvial. Dominado pela descarga fluvial e pelo processo de
entranhamento, que é responsável pelo aumento de salinidade nas camadas
superiores (Figura 8). As misturas por difusão turbulenta são desprezíveis, gerando
estratificação na coluna d’água (STOMMEL,1953 apud MIRANDA et at., 2002).
Devido às variações da descarga fluvial e da maré, a cunha salina não se
mantém estacionária, movendo-se lentamente buscando sempre uma posição de
equilíbrio (STOMMEL, 1953 apud Miranda et at., 2002).
Figura 8 - Figura esquemática de um estuário tipo cunha salina. As setas verticais na interface
entre os movimentos bidirecionais indicam o processo de entranhamento (modificado
Pritchard, 1989).
20
Devido a eficiente troca entre as águas fluviais e marinhas gerada pelo
processo de difusão turbulenta, a estratificação é diferente daquela do estuário tipo
cunha salina.
Os padrões de sizígia e quadratura geram o aumento ou diminuição
respectivamente na estratificação de salinidade no estuário.
Esse tipo de estuário (Figura 10) se forma em canais rasos e estreitos forçado
por baixas descargas fluviais. Se estiver localizado em uma região com altura de
maré moderada ou grande, o cisalhamento das correntes no fundo produzirá
turbulência suficiente para misturar toda a água tornando-a homogênea (MIRANDA,
2002).
O componente baroclínico é incapaz de gerar circulação gravitacional,
mantendo o movimento estacionário com predominância de escoamento
unidirecional estuário abaixo.
21
3.3 ENCHENTES E INUDAÇÕES
22
3.3.1 MEDIDAS PARA CONTROLE DE ENCHENTES
As medidas estruturais não são projetadas para dar proteção completa, sendo
que as mesmas quase sempre não são viáveis fisicamente e economicamente. Além
disso, elas podem causar uma falsa sensação de segurança, permitindo a ampliação
da ocupação das áreas inundáveis, o que futuramente pode causar danos
significativos. Portanto, as medidas estruturais em conjunto com as não estruturais
podem minimizar significativamente os prejuízos com um custo bem menor (TUCCI,
1993; CASTRO, 2003).
23
Regulamentação do uso da terra;
Construções a prova de enchentes;
Seguro de enchentes;
Monitoramento Previsão e Alerta de enchentes.
24
3.4 PLADE - JICA
Dentro destes planos foram sugeridas várias medidas estruturais para todo o
vale, com o intuito de melhorar o escoamento fluvial, bem como as drenagens
urbanas. Entretanto, no presente trabalho serão analisadas somente as medidas
para o baixo vale.
Sendo assim, de forma sintetizada, as medidas estruturais sugeridas para o
baixo vale foram a construção de diques, aumento da profundidade e largura do rio
Itajaí-Açu e Itajaí Mirim e a construção do canal extravasor.
O canal extravasor tem a função de escoar as águas excedentes em eventos
extremos diminuindo os níveis d’água. Possui dimensões de aproximadamente 9000
25
m de comprimento, 50 m de largura na base e 10 m de profundidade, sua forma é
trapezoidal com declividade de 1:2 (Figura 11). Possui dois molhes em suas
extremidades costeiras com a função de prevenir o assoreamento fluvial e/ou
depósitos de sedimentos marinhos causados por correntes litorâneas. Sua rota está
inserida na praia de navegantes e pode ser vista na Figura 12. Na Tabela 2 serão
apresentadas as dimensões do canal extravasor e de seus molhes sul e norte.
26
Figura 12 - Localização da rota do canal extravasor (coordenadas: UTM / datum: WGS 84).
27
3.4.1 PROBLEMAS DO PROJETO (CANAL EXTRAVASOR)
28
Uma vez calibrados e validados, são capazes de bem reproduzir valores nos
pontos onde se fez medições, não há porque duvidar que possam ser usados para
interpolar e extrapolar informações para além de tais pontos (ROSMAN, 2010).
Entretanto, sua utilização de modo inadequado pode levar a resultados
enganosos, com graves consequências. Por isso, é essencial que os modeladores
tenham entendimento de como se deve usar tais ferramentas, dentro de um
processo de modelagem (ROSMAN, 1997).
O processo de modelagem pode ser sintetizado no diagrama apresentado na
Figura 13, sendo que a rota usualmente seguida está destacada em amarelo.
29
escalas reduzidas, modelos analógicos, modelos analíticos e modelos numéricos,
porém de fato os modelos numéricos são normalmente os mais usados.
Os modelos numéricos implicam geralmente na mudança do espaço contínuo
para o discreto, utilizando os métodos de diferenças finitas, elementos finitos e
volumes finitos.
Em seguida vem o pré-processamento que se trata de uma etapa comum a
qualquer tipo de modelagem, usado para obter informações quantitativas do modelo
conceptual. De fato, qualquer que seja o modelo usado para se obter informações
quantitativas, antes de obtê-las será necessário preparar o modelo e organizar os
dados de entrada. Evidentemente o tipo de pré-processamento a ser feito depende
do modelo adotado.
Para os modelos numéricos, os resultados quantitativos desejados serão
obtidos via um modelo computacional, que é a tradução de um modelo numérico
para uma linguagem computacional que possa ser compilada e executada em um
computador.
Após estas etapas, que podemos chamar de pré-processamento, vem o pós-
processamento, que nada mais é que avaliar os resultados do modelo
computacional através do processo de calibração e validação. Se os resultados
gerados após a validação apresentarem coerência com a realidade, o modelo está
pronto, sendo o próximo passo a geração de mapas e relatórios técnicos. Todavia,
se estes não estiverem de acordo com a realidade são necessárias novas
calibrações até que este atinja um padrão aceitável de validação.
3.5.1.1.1 FORMULAÇÃO
̅ ̅ ( ̅ )
( ) ∑
̅ ̅ ( ̅ )
( ) ∑
32
Quadro 1 - Significado dos termos referentes a equação de quantidade de movimento.
33
Representa a tensão de atrito no fundo
atuante no escoamento 2DH por unidade
de massa. Conforme indicado pelo sinal
negativo, esse termo sempre tende a
desacelerar o escoamento. É sempre
oposto ao escoamento.
34
Figura 14 - Formatos dos elementos finitos quadrangulares e triangulares admissíveis no
modelo FIST3D e seus respectivos nós.
35
3.5.1.1.4 CONDIÇÕES DE CONTORNO E CONDIÇÕES INICIAIS
Contorno
Contorno Aberto
Fechado
Contorno
Fechado
Contorno
Aberto
36
Já as condições inicias, são valores de entrada para que o modelo possa
rodar. Para um modelo hidrodinâmico as condições inicias são os campos de
velocidade e as elevações da superfície livre.
37
modelo. Somente depois que os níveis de água estiverem sendo corretamente
reproduzidos em amplitude, com erros menores que uma tolerância definida, é que
se pode esperar obter valores corretos de velocidade.
4. ÁREA DE ESTUDO
4.1 LOCALIZAÇÃO
Sua formação tem início no município de Rio do Sul, pela confluência do rio
Itajaí do Sul com rio Itajaí do Oeste. Seus maiores afluentes pela margem esquerda
38
são o rio Itajaí do Norte e o rio Luís Alves. Já na margem direita o seu principal
afluente é o rio Itajaí-Mirim situado no município de Itajaí, a 9 km antes da foz do
Oceano Atlântico. Apartir deste ponto o rio passa a ser denominado de rio Itajaí
(COMITE DO ITAJAÍ, 2008).
Figura 17 - Bacia do Rio Itajaí-Açu e sua respectiva elevação digital disponibilizado no site da
EPAGRI (coordenadas: UTM / datum: WGS 84).
4.2 CARACTERIZAÇÃO
39
causadas ou por marés meteorológicas ou por eventos extremos de vazão fluvial
(SCHETTINI & TRUCCULO, 2009).
40
4.2.3 MASSAS DE ÁGUA
4.2.5 CLIMA
41
4.2.6 CLIMA DE ONDAS
42
Segundo Schettini (2002), os ventos não afetam diretamente a hidrodinâmica
do estuário do rio Itajaí-Açu, porém de forma indireta eles podem causar anomalias
nas variações do nível d’água do oceano (marés meteorológicas), que por sua vez
irão causar mudanças na dinâmica do estuário.
As ondulações praticamente não interferem na dinâmica do estuário, devido
ao seu canal de entrada ser retificado por dois molhes, agindo como um filtro para
ondas de alta frequência (SCHETTINI 2002).
5. METODOLOGIA
44
Figura 20 - Malha utilizada na modelagem para os cenários sem o canal extravasor
(coordenadas: UTM / datum: WGS 84).
45
Figura 21 - Malha utilizada na modelagem para os cenários com o canal extravasor
(coordenadas: UTM / datum: WGS 84).
46
5.3 DISCRETIZAÇÃO TEMPORAL
√( ) (| ⃗ | √ )
Onde:
∆t = passo de tempo que se deseja determinar (s);
∆x = espaçamento médio longitudinal dos nós da malha (m);
∆y = espaçamento médio transversal dos nós da malha (m);
|V| = módulo da velocidade de corrente (na prática é desprezível, pois seu
valor é muito menor que √ );
g = aceleração da gravidade (m²/s);
H profundidade média local
47
5.4 DADOS DE ENTRADA
5.4.1 RUGOSIDADE
5.4.2 BATIMETRIA
48
5.4.2.1 INTERPOLAÇÃO BATIMETRIA
49
Canal
Bacia de
Evolução
Canal
50
Canal Canal
Canal
51
5.4.3 VAZÕES FLUVIAIS
52
Columbia. Segundo Rosmam (2010) este método é o mais utilizado em todo o
mundo para a análise e previsão de dados de marés.
Os dados utilizados para realizar a análise harmônica foram coletados e
cedidos pelo Laboratório de Oceanográfica Física (LOF) da UNIVALI, o qual possui
um marégrafo fixado no píer turístico de Itajaí. O intervalo de amostragem dos dados
foi de 10 min entre os dias 01/01/2010 a 31/01/2010.
O resultado da análise harmônica e a série temporal gerada pelas constantes
resultantes, podem ser vistas, respectivamente, na Tabela 6 e na Figura 24.
53
Elevação
0.60
0.40
0.20
Elevção (m)
0.00
-0.20
-0.40
-0.60
01/01/2010 07/01/2010 13/01/2010 19/01/2010 25/01/2010 31/01/2010
Tempo
54
Elevação
2.00
1.50
1.00
Elevação (m)
0.50
0.00
-0.50
-1.00
-1.50
-2.00
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 288 312 336 360 384
Tempo (h)
5.5 VALIDAÇÃO
√ ∑
55
O coeficiente de deteminação (R2) pode ser entendido como a quantidade de
variabilidade nos dados explicada pelo modelo, uma vez que o R2 nada mais é do
que uma comparação entre o erro do modelo e a variância total dos dados. Seu
valor varia entre 0 e 1, sendo que o 1 é o valor ideal (MONTGOMERY & RUNGER,
1999).
∑
∑ ( ̅̅̅̅̅̅̅̅)
Esses dados ainda foram submetidos à análise espectral que nos permite
quantificar o conteúdo energético do sistema em todas as faixas de frequência de
oscilação (CARVALHO, 2003). Esta análise foi realizada em ambiente matlab
através de rotinas desenvolvidas por Carvalho (2003).
Sendo assim, as séries temporais utilizadas para validação da elevação do
nível d’água foram coletadas na estação maregráfica situada no píer turístico de
Itajaí com coordenadas 7021990.01 m S e 732970.08 m L, entre as datas
01/01/2010 até 31/01/2010 (Figura 26).
Já para as correntes foram utilizados os dados do correntógrafo de posição
7025106.06 m e S 727087.44 m E, em frente ao TEPORTI entre as datas
30/12/2010 até 31/12/2010, apresentando vazão média de 270 m³/s.
Os dados de elevação e corrente foram coletados e cedidos gentilmente pelo
Laboratório de Oceanografia Física (LOF) da UNIVALI.
56
Correntógrafo
Estação
maregráfica
( )
57
Onde:
A = elevação média sem o canal;
B = elevação média com o canal.
6. RESULTADO E DISCUSSÃO
6.1 VALIDAÇÃO
6.1.1 ELEVAÇÃO
R² RMS (m)
0,9028 0,0761
58
Dispersão Elevação R² = 0,9028
0.8
0.6
0.4
Modelado (m)
0.2
0
-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
Medido (m)
59
Figura 28 - Espectro Cruzado de elevação entre as séries temporais medida e modelada entre
os dias 01/012010 até 31/01/2010.
Elevação
0.60
Elevação (m)
0.20
-0.20
-0.60
01/01/2010 11/01/2010 21/01/2010 31/01/2010
Tempo
Medido Modelado
Figura 29 - Série temporal de elevação medida (azul) e modelada (vermelho) para o período
entre os dias 01/01/2010 até 31/01/2010.
6.1.2 CORRENTE
60
Tabela 8- Parâmetros estáticos calculados para validação de corrente.
0.1
Modelo (m/s)
0
-0.2 -0.1 0 0.1 0.2
-0.1
-0.2
Medido (m/s)
61
Componente V (N-S) R² = 0.5568
0.2
0
-0.2 -0.1 0 0.1 0.2
-0.1
-0.2
Medido (m/s)
62
Elipse de Corrente
0.5
0.1
,
-0.5 -0.3 -0.1
-0.1 0.1 0.3 0.5
-0.3
-0.5
Velocidade L-O (m/s)
Medido Modelado
Figura 32 - Elipse de corrente no ponto de coleta entre os dados medidos e modelados. Note
0
que a direção de escoamento é no sentido ENE (80 ).
Componente U (N-S)
0.2
0.1
U (m/s)
0
-0.1
-0.2
30/12/2010 00:00 30/12/2010 12:00 31/12/2010 00:00
Tempo
Medido Modelo
63
Compenente V (L-O)
0.2
0.1
V (m/s)
-0.1
-0.2
30/12/2010 00:00 30/12/2010 12:00 31/12/2010 00:00
Tempo
Medido Modelo
Diagrama
8
Progressivo de Vetores
7
6
5
N-S (m/s)
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
L-O (m/s)
Medido Modelo
Figura 35 - Diagrama progressivo de vetores indicando boa coerência entre os dados medidos
e modelados.
64
6.2 ANÁLISE NOS PADRÕES DE ELEVAÇÃO E VAZÃO
65
6.2.1 MARÉ ASTRONÔMICA
6.2.1.1 ELEVAÇÃO
66
Tabela 9 - Elevações média para cada ponto de controle nos cenários modelados em cada
evento extremo de vazão sob efeito das marés astronômicas. Suas unidades físicas são
metros (m).
Ponto de Vazão = 3300 m³/s Vazão = 4000 m³/s Vazão = 5100 m³/s
Controle Sem canal Com canal Sem canal Com canal Sem canal Com canal
PC1 3,60 1,28 4,34 1,49 5,45 1,86
PC2 2,35 1,04 2,89 1,16 3,74 1,40
PC3 1,14 0,73 1,35 0,76 1,74 0,83
PC4 2,40 1,08 2,96 1,20 3,85 1,44
PC5 - 1,52 - 1,43 - 1,78
PC6 - 1,52 - 0,67 - 0,70
Figura 37 – Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 3300 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e 15/01/2010.
67
Figura 38 – Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 4000 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e 15/01/2010.
68
Figura 39 – Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 5100 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e 15/01/2010.
6.2.1.2 VAZÃO
69
Figura 40 – Representação da resistência sofrida pelo rio Itajaí-Açu e o aumento na vazão do
rio Itajaí Mirim devido a presença do canal extravasor. Cenário com vazão extrema de 5100
m³/s no instante de maré vazante de sizígia.
70
Figura 41 – Representação do canal extravasor funcionando no cenário com vazão de 5100
m³/s no instante de maré vazante de sizígia. Note que após o canal as vazões do rio Itajaí-Açu
tendem a diminuir.
71
Tabela 10 - Vazões médias para cada ponto de controle nos cenários modelados em cada
evento extremo de vazão sob efeito das marés astronômicas. Suas unidades físicas são
metros cúbicos por segundo (m³/s).
Ponto de Vazão = 3300 m³/s Vazão = 4000 m³/s Vazão = 5100 m³/s
Controle Sem canal Com canal Sem canal Com canal Sem canal Com canal
PC1 3370,07 1904,02 4089,94 2269,79 5229,11 2832,99
PC2 3326,13 1017,96 4034,45 1241,28 5156,27 1579,70
PC3 3744,72 1648,52 4524,75 1875,63 5761,00 2319,61
PC4 0455,09 0655,96 0531,46 0660,25 0652,30 0773,23
PC5 - 0845,57 - 0978,77 - 1194,25
PC6 - 0861,97 - 1001,15 - 1221,50
Figura 42 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul e
com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 3300 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e 15/01/2010.
72
Figura 43 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul e
com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 4000 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e 15/01/2010.
73
Figura 44 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul e
com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 5100 m³/s sob efeito das marés astronômicas entre os dias 01/01/2010 e 15/01/2010.
74
6.2.2.1 ELEVAÇÃO
Tabela 11 - Elevações médias para cada ponto de controle nos cenários modelados em cada
evento extremo de vazão sob efeito das marés meteorológicas positivas. Suas unidades
físicas são metros (m).
Ponto de Vazão = 3300 m³/s Vazão = 4000 m³/s Vazão = 5100 m³/s
Controle Sem canal Com canal Sem canal Com canal Sem canal Com canal
PC1 4,43 2,17 4,52 2,39 5,51 2,58
PC2 2,72 1,91 3,23 2,20 3,85 2,34
PC3 2,04 1,76 2,39 2,03 2,64 2,07
PC4 2,75 1,94 3,28 2,25 3,93 2,37
PC5 - 2,25 - 2,19 - 2,55
PC6 - 1,95 - 1,95 - 1,95
75
Tabela 12 - Elevações médias para cada ponto de controle nos cenários modelados em cada
evento extremo de vazão sob efeito das marés meteorológicas negativas. Suas unidades
físicas são metros (m).
Ponto de Vazão = 3300 m³/s Vazão = 4000 m³/s Vazão = 5100 m³/s
Controle Sem canal Com canal Sem canal Com canal Sem canal Com canal
PC1 3,80 0,36 3,80 0,33 4,99 0,75
PC2 1,44 -0,20 2,03 -0,04 2,94 0,22
PC3 0,23 -0,52 0,23 -0,24 0,69 -0,44
PC4 1,48 -0,16 2,08 0,01 3,02 0,27
PC5 - 0,02 - 0,27 - 0,64
PC6 - -0,62 - -0,60 - -0,57
Figura 45- Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 3300 m³/s sob efeito das marés meteorológicas.
76
Figura 46 - Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 4000 m³/s sob efeito das marés meteorológicas.
77
Figura 47 - Séries temporais de elevação geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul
e com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 5100 m³/s sob efeito das marés meteorológicas.
6.2.2.2 VAZÃO
78
represamento de suas águas e possíveis inundações. Contudo, em situações de
marés meteorológicas negativas a tendência é melhorar bastante seu escoamento.
A seguir serão apresentadas nas Figuras 48, 49 e 50 as séries temporais de
vazão geradas pelo modelo para cada situação extrema e suas respectivas médias
nas Tabela 13 e 14, permitindo a visualização dos padrões descritos anteriormente.
Tabela 13 - Vazões médias para cada ponto de controle nos cenários modelados em cada
evento extremo de vazão sob efeito das marés meteorológicas positivas. Suas unidades
físicas são metros cubicos por segundo (m³/s).
Ponto de Vazão = 3300 m³/s Vazão = 4000 m³/s Vazão = 5100 m³/s
Controle Sem canal Com canal Sem canal Com canal Sem canal Com canal
PC1 3359,2 1878,0 4085,1 2261,3 5220,6 2828,1
PC2 3944,6 0973,3 4761,7 1202,5 6052,5 1550,9
PC3 3908,8 1518,1 4729,8 1837,2 6028,5 2255,3
PC4 0003,8 0596,2 0004,0 0689,5 0003,9 0760,5
PC5 - 0793,6 - 0951,3 - 1165,2
PC6 - 0804,9 - 0966,8 - 1185,9
Tabela 14 - Vazões médias para cada ponto de controle nos cenários modelados em cada
evento extremo de vazão sob efeito das marés meteorológicas negativas. Suas unidades
físicas são metros cubicos por segundo (m³/s).
Ponto de Vazão = 3300 m³/s Vazão = 4000 m³/s Vazão = 5100 m³/s
Controle Sem canal Com canal Sem canal Com canal Sem canal Com canal
PC1 3425,4 2007,4 4140,9 2392,9 5269,2 2961,1
PC2 4081,7 1183,0 4876,0 1414,3 6153,3 1766,9
PC3 4106,5 1851,9 4900,7 2170,5 6181,7 2590,3
PC4 0005,7 0624,7 0005,8 0717,0 0006,6 0784,2
PC5 0852,1 0996,7 1203,0
PC6 0881,7 1029,5 1238,4
79
Figura 48 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul e
com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 3300 m³/s sob efeito das marés meteorológicas.
80
Figura 49 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul e
com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 4000 m³/s sob efeito das marés meteorológicas.
81
Figura 50 - Séries temporais de vazão geradas pelo modelo sem o canal extravasor em azul e
com o canal extravasor em vermelho. Estes resultados são referentes ao cenário com vazão
igual a 5100 m³/s sob efeito das marés meteorológicas.
82
Tabela 15- Eficiências relativas referentes aos eventos extremos de vazão sob efeito das marés
astronômicas.
Sendo assim, podemos observar que o canal extravasor possui uma boa
eficiência em todas as situações e pontos de controle, variando entre 36.05% a
65.93%.
Percebe-se que as eficiências vão diminuindo em direção à jusante, isto
porque há um aumento na largura e profundidade do rio, corroborando com os
padrões analisados anteriormente. Logicamente, se aumentamos a capacidade do
escoamento natural do rio as eficiências do canal extravasor tendem a diminuir.
Note também que a eficiência relativa possui uma relação diretamente
proporcional às vazões extremas, ou seja, aumentando as vazões temos um
aumento nas eficiências.
83
Tabela 17 - Eficiências relativas referentes aos eventos extremos de vazão sob efeito das
marés meteorológicas negativas.
84
Tabela 18 – Comparação entre as eficiências médias.
Tipo de Eficiência Média (%) Eficiência Média (%) Eficiência Média (%)
Maré Vazão 3300 m³/s Vazão 4000 m³/s Vazão 5100 m³/s
MA 52,02 56,42 60,29
MMP 23,14 27,54 34,00
MMN 68,50 69,96 71,30
85
7. CONCLUSÃO
86
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
87
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUMOND J. J.; SEVEGNANI L.; TACHINI M.; BACCA L. E. Condições Naturais que
tornam o vale do Itajaí sujeito aos desastres. In: Desastres de 2008 no Vale do
Itajaí. Água, Gente e Política. p. 25-37 Blumenau 2009.
88
CARVALHO, J. L. B. Modelagem e Análise do Lançamento de Efluentes através
de Emissários Submarinos. Dissertação (Doutorado em Ciências e Engenharia
Oceânica), Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, 2003.
CHEN X. Modeling Hydrodynamics and Salt Transport in the Alafia River Estuary,
Florida during May 1999 – December 2001. Estuarine, Costal and Shelf Science
61, p. 477-490. 2004.
89
GAPLAN – GABINETE DE PLANEJAMENTO DE SANTA CATARINA. Atlas de
Sanata Catarina. Rio de Janeiro, Aerofoto Cruzeiro, 173p. 1986.
JICA. Feasibility Study on the Flood Control Project in the Lower Itajai River
Basin – Main Report. Federative Repluc Of Brazil. p. 125. 1990.
JICA. Feasibility Study on the Flood Control Project in the Lower Itajai River
Basin – Supporting Report . Federative Repluc Of Brazil. 1990.
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Butterworth Heinemann, London. 1997.
90
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Lauf J. H. (ed). Estuarine Washington, D.C. American Association for the Advance of
Science, p 37-44. 1967.
PUGH D. T. Tides, Surges and Mean Sea-Level. New York, Jonh Wiley and Sons,
472 p. 1987.
92