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RESUMO
O presente artigo visa abordar os métodos alternativos de resolução de conflitos que vem sendo utilizados no
judiciário brasileiro. Sendo exposto a realidade da situação do judiciário brasileiro, que a nos se encontra
abarrotado de processos em busca de um a solução. Serão abordadas as formas, autocompositivas e
heterocompositivas de formação da lide, entre elas a conciliação e mediação. O procedimento metodológico
utilizado foi a pesquisa biográfica
ABSTRACT
This article aims to address the alternative methods of conflict resolution that has been used in the Brazilian
judiciary. Being exposed to the reality of the situation of the Brazilian judiciary, which is full of processes in search
of a solution. The forms, self-compositionand heterocompositive forms of formation of the course, will be
addressed, including conciliation and mediation. The methodological procedure used was biographical research
1.INTRODUÇÃO
Nesse mesmo relatório é apontado ainda que, se mais nenhum processo adentrasse no
judiciário, e que se os magistrados e servidores mantivesse a mesma produtividade levaria ainda
cerca de 2 anos e 7 meses de serviço para que o acervo processual fosse zerado, isso contando
com os 18.168 magistrados que atualmente estão em atuação.
Nesse sentido, podemos considerar como um dos fatores do Estado/Juiz estar abarrotado
de demandas judiciais é o fato de que culturalmente os brasileiros tem como visão que a forma
mais segura e eficaz de solucionar litígios é o meio judicial, por meio da d ecisão de um
magistrado, solução essa que segundo o princípio do processo legal (inciso LXXVIII do art. 5º)
deveria ocorrer em um prazo razoável.
Munidos de todas essas informações fica mais fácil entender a “crise” que o judiciário
brasileiro vem enfrentado a muitos anos, seja pela quantidade de processos, a morosidade do
judiciário, o número de magistrados que não tem sido suficiente, uma vez que se tem em média
5.918 processos por ano para cada magistrado, ou mesmo a insatisfação das partes quanto a
solução definida pelo magistrado.
Diante de tudo isso e com o adentro do Novo Código de Processo Cível, os meios
alternativos de solução de conflitos vem ganhando cada vez mais espaço no judiciário
brasileiro, tendo sido inserido no NCPC de 2015. Essa inserção se inicial na petição inicial,
onde deve ser indicado a vontade das partes pela audiência de conciliação e mediação, ou não,
segundo o artigo 319, inciso VII, do CPC.
2.1. Autotutela
Quando falamos das formas de composição da lide, tendemos a imaginar que a única
forma de resolução de conflitos séria o judiciário, porém existem sim outros caminhos para que
seja realizada essa prestação. Diante das formas de composição de litigo, a que se tem
conhecimento como sendo a mais antiga é a autotutela, que foi utilizada nos primórdios da
civilização, mas que ainda pode ser encontrada nas sociedades mais rudimentares. Nessa forma
de resolução de conflitos há uma imposição da vontade de umas das partes, geralmente pela
força, onde a outra parte abre mão de forma integral dos seus interesses. Atualmente essa forma
de composição pode ser admitida em casos excepcionais, como no caso de legitima defesa
(artigo 188, I, CC), porém essa forma de resolução de conflitos pode sempre ser revisada pelo
Poder Judiciário.
2.2. Autocomposição
Ainda sobre a autocomposição diretas podemos observar que ocorre de duas formas:
1. Transação: quando ocorre um sacrifício reciproco entre as partes, onde cada um abre
mão parcialmente de suas pretensões para a solução do conflito;
Victória Maria Mendes Sobrinho. Direito. B6/DN1. 41186
4 de 7
2.3. Heterocomposição
3. MEDIAÇÃO
Sobre a mediação podemos encontrar na Lei 1340/15, artigo 1°, parágrafo único a sua
definição:
Art.1º: [...]
Parágrafo único: Considera -se mediação a atividade técnica exercida por terceiro
imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e
estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.
José Cretella Neto, leciona em sua obra Curso de Arbitragem, que o mediador “propõe
as bases das negociações e intervém durante todo o processo, com o objetivo de conciliar as
partes a aproximar seus pontos de vista sem, contudo, impor solução”. (CRETELLA, 2004).
4. CONCILIAÇÃO
5. ARBITRAGEM
Existe ainda, no processo civil o instituto da arbitragem que era regulada pelo Código
de Processo Civil do ano de 1973, porém no ano de 1996 ela ganhou sua própria legislação com
a criação da Lei 9.307, que consiste na resolução de litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis (aqueles em que as partes podem dispor, usar, vender, ceder, doar, gozar, ou seja,
transacionar de forma livre, sem qualquer proibição).
O arbitro podem ser uma ou duas pessoas de confiança das partes que de maneira
imparcial deve dirigir a solução de conflito a fim de se encontrar uma solução que seja agradável
para ambas as partes.
A diferença para as outras formas de resolução de conflitos citadas a cima a decisão do
árbitro é munida de força de sentença, porém ele não tem poder para mandar executar a sua
sentença, como um juiz pode fazer.
Vale ressaltar ainda que a decisão tomada pelo árbitro não pode ser contestada e levada
ao judiciário a fim de ser reformulada, porém caso o judiciário constate que não f oi utilizado o
devido procedimento legal para a solução daquele conflito tem poder para fazer a sua anulação.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante a tudo que foi exposto podemos ter erroneamente a ideia de que a conciliação ou
mediação poderiam ser usadas como forma de solução de grande parte dos conflitos
processuais, porém isso não pode acontecer, pois conforme ensina Pellegrini, na sua obra..., o
próprio CPC afirma que somente os litígios transacionáveis podem ser submetidos a justiça
conciliativa, afinal não são todos os conflitos que encontram a solução mais adequada por meio
dos meios alternativos de conflitos, isso porque existem conflitos que necessitam de
investigação, realização de pericias e pesquisas mais complexas, que os métodos alternativos
não tem a possibilidade de realizar.
Por fim, podemos perceber que existem sim formas extrajudiciais de resoluções de conflitos, e
que elas têm sido excelentes alternativas para solucionar conflitos, segundo o Relatório Justiça
em Números 2020 do CNJ, cerca de 90% dos acordos firmados por meio de Mediação e
Conciliação são cumpridos pelas partes.
Podemos concluir então que a conciliação e mediação vem efetivamente auxiliando no
desafogamento do judiciário brasileiro, afinal os conflitos são solucionados de forma mais
eficiente, com menos morosidade, e principalmente com soluções que agradem todas as partes
do conflito, além de economizar recursos públicos, ou seja, as formas alternativas de conflitos
são soluções que trazem benefícios para a população, judiciário e Estado.
REFERÊNCIAS
DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. 2ª ed. rev. – São Paulo: Saraiva, 2005, p. 887.
JUSTIÇA EM NÚMEROS 2020: ano-base 2019/Conselho Nacio- nal de Justiça - Brasília: CNJ,
2020. Disponível em: ARTE_V2_SUMARIO_EXECUTIVO_CNJ_JN2020.indd. Acesso em: 22 de set.
2021.
VEZZULLA, Juan Carlos. Teoria e Prática da Mediação. Paraná: Instituto de Mediação e Arbitragem
do Brasil, 1998, p.15 e 16.