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Capítulo I – Introdução
Para a preservação do meio ambiente o tratamento do lixo deve ser considerado como uma
questão de toda a sociedade e não um problema individual.
Algumas técnicas de tratamento ou beneficiamento do lixo têm sido muito importantes na busca
de soluções para esse problema. Como exemplos de métodos utilizados, tem-se a reciclagem e a
compostagem dos resíduos, uma vez que segundo Bley Jr. (2001) apud Junkes (2002), os
resíduos sólidos domiciliares são compostos por uma fração orgânica significativa, em média
50% do peso total, cerca de 35% por resíduos industrialmente recicláveis e o restante cerca de
15% é efectivamente rejeitado, devendo ser descartado em aterros licenciados.
Mudar alguns hábitos incorporando pequenas atitudes que envolvem consciência ambiental
pode ter um grande impacto na preservação do meio ambiente. Um exemplo disso é a separação
do lixo doméstico. No começo, pode parecer trabalhoso, pois envolve uma mudança de postura e
um cuidado diferencial com os resíduos, como enxaguar as caixinhas de suco e leite, por
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exemplo. Mas depois do primeiro passo essa ação passa a ser automática. Quando a população
torna-se ciente do seu poder e seu dever de separar o lixo, passa a contribuir mais ativamente,
havendo com isso um desvio cada vez maior dos materiais que outrora iam para os aterros é uma
economia de recursos naturais.
A escolha deste tema é pelo facto da autora estar a verificar problemas sérios de erosão em quase
a maioria dos bairros municipais e com um acúmulo de lixo que poderia ser usado na luta contra
a erosão, permitindo assim um grande desequilíbrio do relevo nas vias de acesso, visto que
encontramos grandes covas como resultado desta da drenagem das águas das chuvas,
comprometendo queda da casa, tendo em consideração que a cidade portuária de Nacala localiza-
se na zona costeira da província de Nampula e, no tempo chuvoso, as águas correm em grandes
quantidades e alta velocidade para esta zona.
Na elaboração desse projecto antes de avançar qualquer detalhe procurou se actualizar acerca do
tema em estudo procurando autores que já abordaram sobre do assunto, onde a autora verificou
que para o caso de Moçambique, o tema foi pouco falado (pesquisadores da UEM) para além de
investigadores europeus e principalmente os brasileiros.
O presente projecto de pesquisa está estruturado da seguinte maneira: Capitulo I: a introdução
(onde se faz a menção do que vai se pesquisar); o tema (refere-se o assunto a investigar na
pesquisa); a justificativa (fala-se das razões que levaram a autora a se interessar na pesquisa); a
problematização (onde se aborda de como surge o problema da pesquisa); objectivos (fala-se das
finalidades a atingir durante a pesquisa); hipóteses (abordam-se das possíveis respostas da
pesquisa, que podem coincidir ou não com as esperadas); Capítulo II: a Revisão da Literatura
(aborda um pouco daquilo que se investigou sobre o tema em estudo permitindo a aquisição de
referências bibliográficas); Capítulo III: A metodologia da pesquisa (aqui se fala das técnicas a
serem usadas para alcançar os objectivos definidos para a pesquisa e é onde se aborda o tipo de
pesquisa a ser desenvolvida assim como os melhores procedimentos a serem desenvolvidos a fim
dos objectivos); orçamento (aqui se fala dos possíveis custos a serem usados para a pesquisa);
cronograma (esta é a parte da previsão do tempo para a realização da pesquisa em todas fases) e
as referências bibliográficas (onde se anunciam os autores de alguns trabalhos que serão usados
no desenvolvimento da pesquisa).
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1.1. Tema:
Segundo Lakatos & Marconi (2003:218), Tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver.
Pode surgir de uma dillculdade prática enfrentada por uma sociedade ou comunidade, da sua
curiosidade científica, de desaftos encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria.
É neste contexto que, para a presente pesquisa, tem se como tema: Resíduos sólidos urbanos.
Reflexão sobre os modelos de gestão dos resíduos sólidos urbanos nos Municípios. Caso:
Município de Nacala-Porto (2016-2019).
De acordo Lakatos & Marconi (2003:218), a delimitação do tema está doptado necessariamente
de um sujeito e de um objecto, o tema passa por um processo de especillcação. O processo de
delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação geográftca e espacial,
com vistas na realização da pesquisa.
Para Lakatos & Marconi (2003:161), delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a
investigação. A pesquisa pode ser limitada em relação:
1.3. Objectivos
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Para LAKATOS & MARCONI (2001: 219) os objectivos estão ligados a uma visão geral e
abrangente do tema. Relacciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e inventos,
quer das ideias estudadas. O objectivo geral e os objectivos específicos expressam os propósitos
do pesquisador, seu percurso de produção académica e o que pretende atingir com a realização
da investigação. Sendo assim, os objectivos segundo Gonsalves (2001), oferecem indicações
sobre o processo de trabalho metodológico, porque orientam os métodos e as técnicas de
pesquisa que serão utilizadas.
Os objectivos devem ser plausíveis e potencialmente realizáveis. Isto é, com plenas condições de
serem alcançados na prática do trabalho de campo. Com o problema anunciado acima, visto que
é de interesse comum para todo munícipe residente ou visitante na cidade, a pesquisa visa
alcançar os seguintes objectivos:
Para LAKATOS & MARCONI (2001: 219), o objectivo geral está ligado a uma visão global e
abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos,
quer das idéias estudadas. Vincula-se directamente à própria significação da pesquisa proposta
pelo projecto. Daí que, para a presente pesquisa tem se como objectivo geral:
Para LAKATOS & MARCONI (2001: 219), os objectivos específicos Apresentam caráter mais
concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objectivo
geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares. Para a pesquisa em causa, temos como
objectivos específicos os seguintes:
Perceber a partir do auxílio dos órgãos municipais, os modelos de diagnóstico na
gestão dos resíduos sólidos urbanos aplicados no município de Nacala-Porto;
Comparar os resultados adquiridos com a realidade a partir da aplicação desses
modelos na gestão dos resíduos sólidos urbanos no município de Nacala-Porto;
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Sugerir um modelo de gestão dos resíduos sólidos urbanos que visa amenizar o
problema de escavação de vias de acesso na cidade.
1.4. Justificativa
A justificativa, segundo LAKATOS & MARCONI (2001: 219), é o último item do projecto que
apresenta respostas à questão por quê? De suma importância, geralmente é o elemento que
contribui mais directamente na aceitação da pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão
manciá-Ia. Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos
motivos de ordem prática que tomam importante a realização da pesquisa.
Dai que, seria da obrigação dos munícipes fazerem uma reflexão concisa quando as dificuldades
que infligem suas vidas e pensar em criar mecanismos de como ultrapassá-las. A situação de
erosão em Nacala não é um problema de hoje ou ontem, é um problema característico a
localização da cidade. E por ser um problema permanentemente constante, sabendo que
produzimos “lixo” dia após dia, que pode nos ser útil para algumas situações, devemos pensar na
reutilização do mesmo para um fim necessário, que, para este trabalho é a erosão provocada
pelas águas das chuvas desfalcando ruas ou vias de acesso, criando cavidades e tornando a via
inacessível, pode servir como uma das formas de reutilização dos resíduos sólidos gerados no
Município.
Estes casos, motivaram a autora a integrar-se num bem comum, primeiro entrando análise a
partir da observação directa daquilo que o município tem levado a cabo para a situação da gestão
dos resíduos sólidos no município e enquadrando o que está previsto nas lei municipal sobre a
gestão dos resíduos sólidos tem dado efeito no campo real e a partir desses resultados propor
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uma ideia com o intuito de atenuar a situação que não só de ajudara no enchimento nas cavidades
das vias de acesso, mas também diminuirá o acúmulo do lixo nas ruas da cidade.
A preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias, que fazem toda a
diferença. Uma das mais importantes é a reciclagem do lixo. As vantagens da separação do lixo
doméstico ficam cada vez mais evidentes. Além de aliviar os lixões e aterros sanitários,
chegando até eles apenas os rejeitos (restos de resíduos que não podem ser reaproveitáveis),
grande parte dos resíduos sólidos gerados em casa pode ser reaproveitada.
Tendo em vista a enorme quantidade de lixo espalhado pelas ruas, principalmente nos bairros e
interior do município, cada vez mais, é importante a conscientização para que cada indivíduo
promova em sua residência a separação do lixo, para posteriormente a colecta ser feita.
A maioria dos munícipes da cidade dispõem seus resíduos sólidos domiciliares sem nenhum
controle, uma prática de graves conseqüências como: contaminação do ar, do solo, das águas
superficiais e subterrâneas, criação de focos de organismos patogénicos, vectores de transmissão
de doenças, com sérios impactos na saúde pública. A problemática vem se agravando com a
presença de resíduos industriais e de serviços de construção civil, assim de arrastamento de terras
no período chuvoso em muitos depósitos de resíduos domiciliares, e, não raramente, com pontos
de descargas clandestinas ou públicas.
Percebe-se, na maioria dos municípios do país, o circuito dos resíduos sólidos apresenta
características muito semelhantes, da geração à disposição final, envolvendo apenas as
actividades de colecta regular, transporte e descarga final, em locais quase sempre selecionados
pela disponibilidade de áreas e pela distância em relação ao centro urbano e às vias de acesso,
ocorrendo a céu aberto, em valas etc.
Estes e outros factores levaram a autora a se interessar com o problema e com isso procurar
formas de como reduzir os impactos causados para os munícipes da cidade de Nacala de modo a
terem um bem-estar ambientalmente adequado e com uma cidade acolhedora.
colaboração individual sejam ainda mais firmes com relação ao devido fim que ocasionara uma
maior interação dos cidadãos com os aspectos ambientes.
1.5. Problematização
Devido a observação directa da autora sobre a situação do “lixo” e a escavação de vias de acesso
muito em particular as não pavimentadas, provocada pelas águas das chuvas, e havendo a
necessidade de minimização dessa problemática a partir do material já existente, surge a seguinte
questão: Quais são os modelos de diagnóstico na gestão dos resíduos sólidos urbanos no
Município de Nacala-Porto?
1.6. Hipóteses
Para Lakatos e Marconi (2003:220), as hipóteses são o ponto básico do tema, individualizado e
especificado na formulação do problema, sendo uma dificuldade sentida, compreendida e
definida, necessita de uma resposta, "provável, suposta e provisória", isto é, uma hipótese. A
principal resposta é denominada hipótese básica, podendo ser complementada por outras, que
recebem a denominação de secundárias.
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Hipótese é uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente
para um problema. É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como
característica uma formulação provisória: deve ser testada para determinar sua validade. Correta
ou errada, de acordo ou contrária ao senso comum, a hipótese sempre conduz a uma verificação
empfrica.
A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para certos fatos e ao mesmo
tempo orientar a busca de outras informações, Lakatos e Marconi (2003:160).
A partir de uma observação prévia feita pela autora a partir de situações observadas em alguns
bairros da cidade e das vivências dos munícipes ao logo dos últimos quatro (4) anos e, a autora
como munícipe residente na mesma cidade de estudo, e frequentando o curso de licenciatura em
Engenharia Ambiental, prevê que este processo de gestão dos resíduos sólidos urbanos no
município pode apresentar alguns impasses que provavelmente estão ligados com:
A falta de transportes que permitiria a transferência permanente dos resíduos para locais
necessitados ou adequados;
A falta de fiscalização por parte dos responsáveis indicados no Município no sentido de
verificar a realidade de aplicação dos modelos de gestão dos resíduos sólidos urbanos no
município;
A falta de um modelo adequado de gestão que permite a reutilização imediata do resíduo
produzido pelo próprio Munícipe;
A falta de fundos para a compra não só de transportes para o efeito, mas também na
compra de combustíveis para o deslocamento dos resíduos sólidos para locais
necessitados ou adequados.
A falta de conhecimento sobre os modelos de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos
aplicados por outros Municípios dentro ou fora do país.
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2.1. Definições
2.1.1. Lixo
Para Seibert (2014:15), a palavra lixo, originária do latim LIX, significa “cinza”. Para Branco
(1995) apud Lopes (2003 p. 87), essa forma de compreender o significado da palavra lixo vem
de uma época em que a maior parte dos resíduos de cozinha era formada por cinzas e restos de
lenha carbonizados dos fornos e fogões.
Para Rocha (1993), o vocábulo ‘lixo’ deriva do latim lix, que significa cinza ou lixívia, ou ainda,
uma derivação do verbo lixare, do latim medieval, que indica o acto de polir.
No Mini Dicionário Aurélio (2000, p. 430) a palavra lixo é definida como “o que se varre da
casa, da rua e se joga fora” ou “coisa imprestável”.
No desenvolvimento desta pesquisa considerou-se lixo como tudo “aquilo que é descartado sem
que seus valores sociais, econômicos e ambientais sejam preservados”. (LOGAREZZI, 2006 p.
96). A imagem abaixo mostra a última definição de lixo.
Fig:1. Lixo
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2.2. Resíduo
Resíduo compreende tudo aquilo que sobra de uma atividade qualquer. Ou seja, aquilo que
popularmente é chamado de “lixo”. No entanto, há que se compreender que nas atividades
humanas são gerados resíduos e não lixo. Como resíduos tais materiais possuem valores sociais,
econômicos e ambientais que podem ser preservados, a partir do descarte e coleta seletivos e
conseqüente envio para reciclagem, ou até mesmo para a geração de energia. Mas, se descartado
de forma comum os resíduos podem virar lixo. (LOGAREZZI, 2006 p. 95) citado em Para
Seibert (2014:15). A figura abaixo mostra a definição de resíduo.
Fig:2. Resíduo
Até meados da década de 1970 os resíduos sólidos foram generalizados como lixo, ou seja, sem
qualquer valor económico. Por esse motivo, muitos pesquisadores da área não consideram o
termo apropriado na actualidade, visto que seu aspecto económico não era considerado. O mais
utilizado na comunidade científica, portanto, é o termo resíduo, que serve como matéria-prima na
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fabricação de outro produto. LOPES (2003, p. 2). A figura abaixo mostra a definição de Resíduo
sólido.
Para Moreira et al (1994) a comunidade económica europeia (CEE), de acordo com as directrizes
75/442 e 78/319, define o lixo como “qualquer substância ou objecto cujo detentor se desfaz
segundo a legislação vigente”.
Para Magalhães (2008:21), a GRSU compreende todas as ações adoptadas no sistema de limpeza
urbana, sendo assim, integrada pelas etapas de geração, acondicionamento, colecta, transporte,
transferência, tratamento e destinação final do lixo urbano, além da limpeza de logradouros
públicos.
A quantidade de resíduos produzida por uma população é bastante variável e depende de uma
série de fatores, como renda, natureza das atividades econômicas, época do ano, hábitos de
consumo, movimento da população nos períodos de férias e fins de semana e métodos de
acondicionamento de mercadorias, com a tendência mais recente de utilização de embalagens
descartáveis. Essa informação é considerada fundamental para a proposta da gestão sustentável
dos RSU, Magalhães (2008:21).
Segundo D’Almeida (2000), apud Junkes (2002), Resíduo Sólido Urbano – RSU é o conjunto de
detritos gerados em decorrência das atividades humanas nos aglomerados urbanos. Incluem-se
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A classificação dos resíduos sólidos é bem diversificada, deste modo, D´Almeida et al (2000)
classificam os resíduos sólidos de acordo com a natureza física em seco e molhado; e por sua
composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica.
Segundo a ABNT (1987), os resíduos sólidos, estão definidos de acordo com a NBR 10004, que
os classifica quanto a seus riscos ao meio ambiente e à saúde pública. A fonte distingue três
classes para os resíduos: Classe I – resíduos perigosos, Classe II – não-inertes e classe III –
inertes.
A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos. De acordo com
Monteiro (2003), a partir deste critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados da
seguinte maneira:
Fontes especiais: São resíduos que, em função de suas características peculiares, passam a
merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte ou
disposição final. Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque: resíduo
industrial, radioactivo, de portos, aeroportos e terminais rodo-ferroviários, agrícola e resíduos de
serviços de saúde.
Resíduos orgânicos: estes podem ser degradados por acção biológica e decompõem-se
com o tempo, sendo que tem a possibilidade de integração ao solo. Sua origem é do tipo
animal, vegetal e todos aqueles materiais que contém carbono, hidrogénio, oxigénio e
nitrogénio. O seu inadequado maneio pode conduzir à contaminação do solo, da água e
do ar, podendo gerar focos infecciosos e atrair vectores de enfermidades.
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Resíduos inorgânicos: são formados por todas as substâncias pouco alteráveis por acção
biológica, considerados na forma ampla como “não biodegradáveis”; nomeadamente,
plástico, vidro, cerâmica, materiais sintéticos, metais, entre outros.
Entrelaçadas com a problemática do lixo, os RSU estão variadas modalidades de poluição, pois
existem factores de interdependência entre as mesmas. Mota (1981:65), nos exemplifica dizendo
que o lançamento do lixo em terrenos baldios resulta na poluição do solo e pode ocasionar a
poluição da água superficial ou subterrânea, através do escoamento ou infiltração da água da
chuva percolada através dos resíduos. A queima do lixo exposto resulta na poluição do ar. A
poluição visual, aspecto estético desagradável, é outra consequência dos depósitos a céu aberto.
Para coelho (1994:47), o lixo doméstico pode gerar contaminações decorrentes de uma variedade
de bactérias, muitas delas patogénicas, tais como estreptococos, estafilococos, bacilos do tétano,
salmonelas etc. O lixo atrai ainda insectos e ratos que, dada sua elevada taxa de reprodução,
propagam rapidamente estas bactérias patogénicas.
Os urubus também podem trazer problemas, pois abrigam o vírus da toxoplasmose, e os cães que
frequentam nas lixeiras podem transmitir a sarna. O lixo é um meio propício, ainda para a
ocorrência da hepatite a, transmitida através das fezes humanas.
Mota (1981:68), também confirma a problemática dos resíduos argumentando sobre estes
aspectos. Ele acredita que quando o lixo é depositado em aterros a céu aberto, a poluição do solo
pode resultar em: Aspecto estético desagradável; Maus odores resultantes da decomposição de
detritos; Proliferação de insectos e roedores, transmissores de doenças; Possibilidade de acesso
de pessoas, podendo ocasionar doenças por contacto directo; Poluição da água subterrânea ou
superficial, através da infiltração de líquidos e carregamento de impurezas por escoamento
superficial; Possibilidade de queima de resíduos, com incómodos à população e causando
poluição do ar; Desvalorização de áreas próximas ao depósito dos resíduos sólidos.
O mesmo autor complementa dizendo que:
As consequências do lançamento de resíduos no solo estão bastante relacionadas
com o ambiente que o cerca. A partir dos resíduos colocados no terreno podem
originar-se líquidos de percolação, os quais atingirão colecções superficiais ou
subterrâneas de água. Existem ainda problemas relacionados com o aspecto
estético (poluição visual) e com maus odores (Mota, 1981, p. 72).
Figueiredo (1995), acredita que nas sociedades actuais, particularmente nas industrializadas,
observa-se que, a despeito das reais preocupações com relação aos resíduos, são frequentes as
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práticas que, longe de aprofundar na discussão servem apenas de camuflagem ou de esquiva aos
problemas fundamentais associados à questão, com a intenção de manter e reproduzir a estrutura
e a dinâmica vigente.
Contudo, Coelho (1994) confirma que muitas nações industrializadas compartilham de uma
abordagem oficial, no que diz respeito a uma hierarquia de estratégias, para o tratamento do lixo.
Esta hierarquia vem de uma lista de opções administrativas em ordem de prioridades, sendo as de
3R’s a mais dominante:
Para Logarezzi (2004, p. 237), a Educação Ambiental apresenta alguns aspectos que devem ser
considerados no gerenciamento dos resíduos sólidos. Dessa forma, o autor apresenta:
Por essa razão, a idéia mecanicista mostra-se centralizadora e fundamental, mas em termos de
informação, torna-se insuficiente por não contribuir pela escassez de esclarecimentos em relação
aos problemas transversais que hoje ocorre com mais frequência, na natureza. E essa idéia
mecanicista referenciada está intimamente ligada à idéia de uma natureza sem vida, porque não,
mecânica. Nesse sentido, Grun (1996), argumenta: “a natureza de cores, tamanhos, sons, cheiros
e toque hoje é substituído por um mundo sem qualidades”.
E é através dessa óptica, que a educação ambiental deve assumir uma posição de promoção no
que tange aos conhecimentos dos problemas existentes e interligados ao meio ambiente.
Pergunta-se: Como se pode desenvolver esse projecto como ações educativas, para que se possa
permitir a tomada de consciência à realidade? E como análise, qual o tipo de relação existente
nesse impasse, como intervenção, entre o homem e a natureza? No entanto, a educação
ambiental abordada nesse contexto social pode se permitir a compreensão das características
complexas do meio ambiente, como também, compreender e interpretar a sua interdependência
entre os diversos elementos envolvidos que se interagem, mutuamente, com os seres vivos.
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Segundo a definição de Lakatos & Marconi (2003:83) afirma que: O método é o conjunto das
actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o
objectivo - conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando
erros e auxiliando as decisões do cientísta.
A pesquisa será descritiva visto que este, tem como principal objectivo descrever, analisar bem
como identificar características de determinada população, fenómeno ou estabelecimento de
relações entre variáveis. Nessa perspectiva, a autora vai avaliar a partir de análises dos modelos
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compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais. É de salientar que, ao
longo da realização da pesquisa o autor também em algum momento pode recorrer a abordagem
quantitativa na representação e interpretação de alguns dados que vão ser colectados no terreno
caso necessário.
3.4.1.1. Observação
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos
na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas
também em examinar factos ou fenómenos que se desejam estudar. A observação ajuda o
pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objectivos sobre os quais os indivíduos
não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha papel importante nos
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O que caracteriza a observação assistemática "é o fato de o conhecimento ser obtido através de
uma experiência casual, sem que se tenha determinado de antemão quais os aspectos relevantes a
serem observados e que meios utilizar para observá-los" (Rudio.1979:35) citado em Lakatos &
Marconi (2003:192).
3.4.1.3. Entrevista
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. Para
Goode e Hatt (1969:237) citado em Lakatos & Marconi (2003:196), a entrevista "consiste no
desenvolvimento de precisão, focalização, fidedignidade e validade de certo ato social como a
conversação". Trata-se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica;
proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária.
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3.4.1.4. Questionário
Nele, usar-se-ão Perguntas abertas, também chamadas livres ou não limitadas, são as que
permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões. E
Perguntas fechadas ou dicotômicas, também denominadas limitadas ou de alternativas fIxas, são
aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e não.
Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas, a fIm de se efetuar a coleta dos dados· previstos. É tarefa cansativa e toma, quase
sempre, mais tempo do que se espera. Exige do pesquisador paciência, perseverança e esforço
pessoal, além do cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior, Lakatos & Marconi
(2003:165).
Após a coleta dos dados, realizada de acordo com os procedimentos indicados anterionnente,
eles são elaborados e classificados de forma sistemática. Antes da análise e interpretação, os
dados devem seguir os seguintes passos: seleção, codificação, tabulação.
Para Best (1972:152) citado em Lakatos & Marconi (2003:167), "representa a aplicação lógica
dedutiva e indutiva do processo de investigação". A importância dos dados está não em si
mesmos, mas em proporcionarem respostas às investigações.
Análise e interpretação são duas actividades distintas, mas estreitamente relacionadas e, como
processo, envolvem duas operações, que serão vistas a seguir.
Para esta pesquisa, a análise será feita combinando as abordagens qualitativas e quantitativas e
interpretando os respectivos quadros e gráficos.
3.6. Universo
O universo da presente pesquisa é toda comunidade abrangida pela pesquisa e residente em
Nacala-Porto e que vive dia-a-dia da problemática levantada na pesquisa (intransitabilidade das
vias de acesso ao bairros devido a descarga da água das chuvas).
3.6.1. Amostra
Constitui como amostra da pesquisa uma parte do seu universo. Neste caso, a pesquisa em causa
usará uma escolha aleatória de 100 envolvidos, sendo 95 no bairro mencionado que servira como
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foco da pesquisa e a menção sexual também será aleatória, deste que o/a envolvido/a resida na
cidade durante ou mais que o período de estudo mencionado, três (3) técnicos do conselho
municipal ligados ao meio ambiente e urbanização, um gestor ambiental do município e o
vereador para a área de planificação e construção.
3.7. Cronograma
Para Lakatos e Marconi (2003:226), a elaboração do cronograma responde à pergunta quando? A
pesquisa deve ser dividida em partes, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de
uma fase a outra. Não esquecer que, se determinadas partes podem ser executadas
simultaneamente, pelos vários membros da equipe, existem outras que dependem das anteriores,
como é o caso da análise e interpretação, cuja realização depende da codifIcação e tabulação, só
possíveis depois de colhidos os dados.
03 Elaboração do
Projecto de X
Pesquisa
04 Colecta e
Análise de X
dados
05 Elaboração do
relatório X X
06 Revisão do
trabalho X X
07 Entrega do
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trabalho final X
Fonte: Adaptado pela autora
3.8. Orçamento
Para Lakatos e Marconi (2003:226), respondendo à questão com quanto?, o orçamento distribui
os gastos por vários itens, que devem necessariamente ser separados.
Redacção do
relatório Digitação e Impressão _________ 3.000, 00
Total 8.255,00
Fonte: Adaptado pela autora
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Referência bibliográfica
ANDRE, Marli Eliza D. A & LUDKE, Menga, Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.
BELLEN, Hans Michael Van, Indicadores de sustentabilidade: Uma análise comparativa, 2º
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DIAS, Aníbal Valentim Costa, Gestão Ambiental: Estudo de Caso do estado Pará - CDP, UFSC,
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FONSECA, E. Iniciação ao Estudo dos Resíduos Sólidos e da Limpeza Urbana: A União. 1999.
GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ªed. Atlas, São Paulo, 1999.
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MARCONI, Maria de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 5ªed., Atlas, São
Paulo, 2002.
MAGALHAES, Deborah Neide de; Elementos para o diagnóstico e Gestão dos resíduos sólidos
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33
MINAYO, M. C.S. Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. FIOCRUZ. Rio de Janeiro:
2004.
APÊNDICES
34
ANEXOS