BIODEGRADAÇÃO E PRESERVAÇÃO
DA MADEIRA
CURITIBA – 2001
FUNDAÇÃO DE PESQUISAS FLORESTAIS DO PARANÁ
FUPEF DO PARANÁ
DIRETORIA EXECUTIVA
Prof.. Anadalvo Juazeiro dos Santos Diretor Científico
Prof. Jorge Luis Monteiro de Matos Diretor Administrativo
Prof. Flavio Felipe Kirchner Diretor Financeiro
EMPRESAS ASSOCIADAS
ENDEREÇO:
Rua Pref. Lothário Meissner, 3400 – Jd. Botânico
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5a Tiragem 20 cópias
MÁRCIO PEREIRA DA ROCHA*
BIODEGRADAÇÃO E PRESERVAÇÃO
DA MADEIRA
CURITIBA
2001
BIODEGRADAÇÃO E PRESERVAÇÃO
DA MADEIRA
CURITIBA
2001
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 01
2. AGENTES DEGRADADORES DA MADEIRA.................................................... 01
2.1 DESGASTE MECÂNICO................................................................................... 02
2.2. DEGRADAÇÃO FÍSICA................................................................................... 02
2.3 DEGRADAÇÃO QUÍMICA................................................................................. 03
2.4 DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA............................................................................ 03
3. AGENTES BIODEGRADADORES DA MADEIRA.............................................. 04
3.1 BACTÉRIAS...................................................................................................... 04
3.2 FUNGOS............................................................................................................ 05
3.2.1 Instalação e desenvolvimento de um fungo............................................... 05
3.2.2 Condições necessárias para o desenvolvimento de fungos.................... 05
3.3 INSETOS............................................................................................................ 06
3.4 BROCAS MARINHAS....................................................................................... 07
4. DANOS CAUSADOS POR FUNGOS.................................................................. 08
4.1 FUNGOS APODRECEDORES.......................................................................... 08
4.1.1 Podridão parda.............................................................................................. 08
4.1.2 Podridão branca ........................................................................................... 09
4.1.3 Podridão mole............................................................................................... 10
4.2 FUNGOS MANCHADORES.............................................................................. 11
4.3 FUNGOS EMBOLORADORES......................................................................... 13
4.4 MANCHA QUÍMICA........................................................................................... 14
4.5 RECONHECIMENTO DO ATAQUE DE FUNGOS............................................ 14
4.5.1 Mudança de coloração.................................................................................. 14
4.5.2 Amolecimento da madeira............................................................................ 15
4.5.3 Mudança na densidade................................................................................. 15
4.5.4 Mudança no cheiro........................................................................................ 15
4.5.5 Alteração das propriedades físicas e mecânicas...................................... 15
4.5.6 Análise microscópica da madeira............................................................... 16
4.5.7 Isolamento dos fungos da madeira em meio de cultura 16
4.6 MÉTODOS PARA IMPEDIR A DETERIORAÇÃO DA MADEIRA POR
FUNGOS............................................................................................................ 16
4.6.1 Alteração ou remoção de substâncias presentes na madeira.................. 16
4.6.2 Controle da umidade da madeira................................................................. 17
i
4.6.3 Controle biológico......................................................................................... 17
4.6.4 Uso de biocidas............................................................................................. 18
5. DANOS CAUSADOS POR INSETOS................................................................. 19
5.1 COLEOPTERA.................................................................................................. 19
5.1.1 Família Lyctidae............................................................................................ 19
5.1.2 Família Bostrichidae..................................................................................... 21
5.1.3 Besouros Ambrósia (“Ambrosia Beetles”)................................................. 23
5.1.4 Família Anobiidae.......................................................................................... 25
5.1.5 Família Cerambycidae.................................................................................. 26
5.2 ORDEM HYMENOPTERA................................................................................. 27
5.2.1 Família Formicidae........................................................................................ 27
5.2.2 Abelhas.......................................................................................................... 28
5.2.3 Vespas............................................................................................................ 28
5.3 ORDEM ISOPTERA........................................................................................... 29
5.3.1 Introdução...................................................................................................... 29
5.3.2 Características do inseto.............................................................................. 30
5.3.3 Castas de cupins........................................................................................... 30
5.3.4 Hábitos dos cupins....................................................................................... 31
5.3.5 Cupins de madeira úmida............................................................................. 32
5.3.6 Cupins subterrâneos.................................................................................... 32
5.3.7 Cupins de madeira seca............................................................................... 34
5.3.8 Cupins em áreas urbanas............................................................................. 35
5.3.9 Espécies de maior importância................................................................... 35
5.3.10 Medidas de proteção contra cupins.......................................................... 36
6. DANOS CAUSADOS POR BROCAS MARINHAS............................................. 38
6.1 Moluscos........................................................................................................... 38
6.2 Crustáceos........................................................................................................ 40
6.3 Controle de brocas marinhas.......................................................................... 41
7. PRODUTOS PRESERVANTES DA MADEIRA................................................... 42
7.1 PROPRIEDADES DOS PRESERVANTES....................................................... 42
7.1.1 Toxidez........................................................................................................... 43
7.1.2 Baixa toxidez a organismos não xilófagos................................................. 43
7.1.3 Ação duradoura............................................................................................. 43
7.1.4 Boa Fixação................................................................................................... 44
7.1.5 Não alterar as características da madeira.................................................. 44
ii
7.1.6 Não provocar alterações em outros materiais........................................... 44
7.1.7 Não ser inflamável......................................................................................... 44
7.1.8 Econômico de fácil aquisição...................................................................... 45
7.2 PRESERVANTES OLEOSOS........................................................................... 45
7.2.1 Creosoto......................................................................................................... 45
7.2.2 Carbolineum ou óleo de antraceno............................................................. 47
7.2.3 Naftenatos...................................................................................................... 47
7.2.4 Quinolinolato de cobre-8.............................................................................. 47
7.2.5 Óxido de bis (tributil-estanho) – TBTO....................................................... 48
7.3 PRESERVANTES OLEOSSOLÚVEIS.............................................................. 48
7.3.1 Pentaclorofenol (PCP).................................................................................. 48
7.3.2 Tribromofenol (TBP)..................................................................................... 49
7.4 PRESERVANTES HIDROSSOLÚVEIS............................................................. 49
7.4.1 Arseniato de cobre cromatado (CCA)......................................................... 50
7.4.2 Wolmanit CB (CCB)....................................................................................... 50
7.4.3 Arseniato de cobre amoniacal (ACA).......................................................... 51
7.4.4 Cromato de cobre ácido (ACC – Celsure)................................................... 51
7.4.5 FCAP – flúor, cromo, arsênio, fenol............................................................ 52
7.4.6 Cloreto de zinco cromatado – CZC.............................................................. 52
7.4.7 Compostos de boro...................................................................................... 52
7.5 OUTROS PRODUTOS....................................................................................... 53
7.6. PRINCIPAIS PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO.............................. 53
7.7 FATORES QUE INFLUENCIAM NA EFICIÊNCIA DOS PRESERVANTES
DE MADEIRA.................................................................................................... 64
7.7.1. Introdução..................................................................................................... 64
7.7.2. Efeito do tratamento.................................................................................... 65
7.7.3. Efeito das propriedades físicas e químicas do preservante.................... 65
7.7.4 Alterações sofridas pelos preservantes..................................................... 66
7.8 DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRESERVANTES DE MADEIRA... 66
7.8.1 Teste rápido................................................................................................... 67
7.8.2 Teste acelerado............................................................................................. 67
7.8.3 Teste em campo........................................................................................... 68
7.8.4 Teste em serviço........................................................................................... 69
8. MÉTODOS DE TRATAMENTOS PRESERVANTES DE MADEIRAS................ 72
8.1 MÉTODOS SEM PRESSÃO.............................................................................. 72
iii
8.1.1 Fumigação ou expurgo................................................................................. 72
8.1.2 Pincelamento e pulverização....................................................................... 73
8.1.3 Imersão simples............................................................................................ 74
8.1.4 Imersão a longo prazo.................................................................................. 74
8.1.5 Banho quente/frio.......................................................................................... 75
8.1.6 Difusão........................................................................................................... 76
8.1.7 Difusão dupla................................................................................................. 76
8.1.8 Método de substituição de seiva................................................................. 77
8.1.9 Método de Bolcherie..................................................................................... 78
8.1.10 Aplicação de pastas.................................................................................... 79
8.2 MÉTODOS DE TRATAMENTO COM PRESSÃO............................................. 80
8.2.1 Processos de célula cheia............................................................................ 82
8.2.2 Processos de célula vazia............................................................................ 87
9. PRESERVAÇÃO DE PAINÉIS DE MADEIRA.................................................... 92
9.1 PAINÉIS COMPENSADOS............................................................................... 92
9.2 AGLOMERADOS............................................................................................... 92
9.3 CHAPAS DE FIBRAS........................................................................................ 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 94
iv
1
1. INTRODUÇÃO
3.1 BACTÉRIAS
3.2 FUNGOS
❶ Temperatura:
❷ Umidade:
❸ Oxigênio:
❹ pH:
3.3 INSETOS
5.1 COLEOPTERA
Adulto Larva
✵ Controle:
✵ Controle:
Platypodidae
Scolytidae
✵ Controle:
Dano
Adulto
mesma tem um formato ovalado. Os insetos desta família são de grande importância
para a proteção florestal. Para a preservação de madeiras são de pouca relevância.
madeira como alimento, podem atacar até madeira tratada. Outra característica
peculiar é que muitas vezes estes insetos se alojam em equipamentos eletrônicos.
5.2.2 Abelhas
5.2.3 Vespas
Adulto Dano
5.3.1 Introdução
❶ Rainhas e reis
❷ Operárias
❸ Soldados
❹ Nasutos
Cupins subterrâneos:
✵ Drenagem do terreno
✵ Controle:
6.1 Moluscos
➭ Características ➭ Teredo:
➭ Características ➭ Martesia:
6.2 Crustáceos
adquirindo uma forma de ampulheta. Como são facilmente visíveis, não oferecem
grandes riscos.
da mesma, o que é a situação mais grave, pois muitas vezes oferece riscos de vida.
Em função disto, é necessário que a madeira seja protegida contra os vários agentes
biológicos, dentre elas, o uso de produtos que contenham alguma substância tóxica
água.
ou baixa eficiência.
7.1.1 Toxidez
protegida por vários anos. Para isto, o preservante não pode se decompor, não se
Não adianta um preservante ser altamente tóxico e não ter boa fixação
físico mecânicas.
como metais, concreto, plástico, couro, etc. Portanto, um bom preservante não deve
provocar alterações nos outros materiais. Um produto corrosivo pode oxidar pregos,
relação às outras características, mas com um custo elevado. Além do baixo custo,
7.2.1 Creosoto
com verde de malaquita, óxido bis (tributil-estanho) –TBTO e com alguns produtos
clorados. O creosoto reforçado com TBTO também proporciona bons resultados.
7.2.3 Naftenatos
normalmente em concentrações entre 2,5% e 5,0%. Seu uso é restrito por se tratar
de um produto de custo elevado.
TIPOS DE CCA
INGREDIENTE ATIVO
A B C
CrO3 65,5% 35,3% 47,5%
CuO 18,1% 19,6% 18,5%
As2O5 16,4% 45,1% 34,0%
PENTOXIN®
OSMOSE TC-20®
OSMOSE CCB®
OSMOCREO®
OSMOSE K-33 C©
MENTOX 400
TBP 90
MENDANE 200
de 0,5 a 1,0l para coníferas e 1,0 a 2,0l para folhosas em cada 100
Kg de cola. O tratamento de madeira serrada se dá por imersão,
misturando-se 1,5 a 3,0l para coníferas e 2,0 a 4,0l para folhosas em
cada 100l de água. Para o tratamento de produtos de madeira e
madeira bruta, utiliza-se a imersão ou pulverização, misturando-se
de 1,0 a 2,0l para coníferas e de 2,0 a 4,0l para folhosas em cada
100l de água.
Fabricante ➭ Indústria Química Mentox Ltda.
CUPINICIDA JIMO EM
JIMO CUPIM EM PÓ
CUPINOX
7.7.1. Introdução
profundidade. Em seguida, examina-se seu estado. O exame pode ser visual, com
instrumento de percussão, com trado de incremento, com radiografia, com ultra-som
ou com medidor de corrente elétrica.
❶ Inspeção visual
❷ Instrumento de percussão
❸ Trado de incremento
❹ Radiografia
❺ Ultra-som
➭ Procedimento:
Pulverização de moirões
Tanque de imersão
8.1.6 Difusão
Estes métodos são assim conhecidos por terem em sua fase inicial, a
aplicação de um vácuo e posteriormente o enchimento do autoclave. Ao ser liberado
o vácuo, o preservante é sugado em grande quantidade para os espaços vazios no
interior da madeira.
Os métodos de célula cheia são utilizados quando se pretende
preencher ao máximo (até a saturação) as células da madeira como o produto
preservante.
A) Processo Bethell
1. Carregamento do autoclave
2. Vácuo inicial
3. Enchimento do autoclave com o produto
4. Pressão
5. esvaziamento do cilindro
6. Vácuo final
7. Retorno à pressão atmosférica
8. Descarga do cilindro
B) Processo Cellon
C) Processo Boulton
Este processo tem uma fase inicial de secagem da madeira sob vácuo
na própria solução preservante oleosa mantida entre 80 e 100 oC, que tem como
finalidade a remoção da água da madeira para receber a solução preservante.
Após a primeira fase, seguem-se as outras fases idênticas ao processo
Bethell. A duração do tratamento depende da umidade e dimensões das peças.
1. Carregamento do autoclave
2. Aplicação do vácuo inicial
3. Enchimento do autoclave
4. Retorno à pressão atmosférica
5. Fase de impregnação
(eventualmente pressão)
6. Aplicação do vácuo final
7. Retorno à pressão atmosférica
8. Descarregamento do
autoclave
A) Processo Lowry
1. Carregamento do autoclave
2. Aplicação de pressão
3. Esvaziamento do autoclave
4. Aplicação de vácuo final
5. Retorno à pressão atmosférica
6. Descarregamento do autoclave
B) Processo Ruëping
1. Carregamento do autoclave
2. Aplicação de pressão
3. Enchimento do autoclave
com preservante (sob pressão)
4. Aumento da pressão
5. Esvaziamento do autoclave
6. Aplicação de vácuo final
7. Retorno à pressão
atmosférica
8. Descarregamento do
autoclave
1. Carregamento do autoclave
2. Aplicação de pressão inicial
3. Enchimento do autoclave
com preservante (sob
pressão)
4. Aumento da pressão
5. Esvaziamento do autoclave
6. Aplicação de vácuo final
7. Retorno à pressão
atmosférica
8. Segundo período de
aplicação de pressão
9. Enchimento do autoclave
com preservante (sob
pressão)
10. Segunda fase de pressão
11. Esvaziamento do autoclave
12. Segundo vácuo final
13. Retorno à pressão
atmosférica
14. Descarregamento do
autoclave
a) Aplicação de pressão
inicial
b) Admissão do preservante
c) Aumento da pressão
d) Retirada do preservante
com a pressão mantida
e) Admissão de água ou
vapor de água
f) Período de fixação
g) Remoção da água ou
vapor com a pressão
mantida
h) Retorno à pressão
atmosférica
i) Vácuo final
j) Retorno à pressão
atmosférica
9.2 AGLOMERADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EATON, R.A. & HALE, M. D. C. Wood – decay, pests and protection. Chapman &
Hall, London, 1993. 546p.