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ERGONOMIA I
- RECIFE -
JULHO/2021
ROBERTO ITTALO DA SILVA SOUZA
ERGONOMIA I
- RECIFE -
JULHO/2021
1-INTRODUÇÃO
A sala de aula do Centro de Treinamento vem sendo utilizado como pesquisa de campo, tendo
em vista que é o local do meu trabalho onde eu posso verificar quantas vezes forem necessárias o
local sem correr risco de contaminação da COVID-19. Para tanto, o estudo ergonômico na sala de
aula do centro de treinamento foi fundamental para nortear as ações de prevenção às doenças
ocupacionais, o cumprimento das normas de segurança e saúde do trabalho, o conforto ambiental e
a acessibilidade.
O presente estudo tem como objetivo realizar uma intervenção ergonomizadora na sala de aula, com
base na metodologia de Moraes e Mont´Alvão (2000) e alinhado com os parâmetros e diretrizes
ergonômicas da NR-17, a Lei 8213 e a NBR 9050/2004. Neste sentido, foi realizado um estudo de
caso em que, por meio da intervenção ergonomizadora, foram aplicadas a sistematização do SHTM,
a problematização do SHTM e o parecer ergonômico no qual foi elaborado um resumo dos problemas
identificados, definidos e priorizados. Os resultados obtidos apontaram que o centro de treinamento
em estudo descumpri a NR-17 e a NBR 9050. Diante do diagnóstico dos problemas foram
apresentadas as ações para solucionar cada situação analisada.
Desenvolvido pela Profa. Ana Maria de Moraes e pela Profa. Claudia Renata Mont’Alvão -
1998, as autoras propõem o método a Intervenção Ergonomizadora (IE) para o desenvolvimento de
projetos de produtos ergonômicos. O método divide-se em seis fases e etapas, são elas:
Guimarães (2010) explica que nesta fase inicial da pesquisa faz uma “audição” geral dos
usuários envolvidos diretamente, e para isso se utiliza de uma entrevista aberta. “A entrevista baseia-
se em apenas uma pergunta. “Fale do seu trabalho”, com duração de 20 a 40 min de forma individual
ou em grupo. As respostas são tabuladas em planilha excel e analisadas estatisticamente”.
Com base no diagnóstico, procede-se a fase 3 de proposição de soluções. É quando são feitos
os estudos de modificação, execução de mockups, protótipos, etc. dos produtos e/ou sistemas a
serem criados ou modificados. A fase de projetação é responsável por traduzir em projeto as
necessidades dos usuários, ou itens de demanda ergonômica levantados na apreciação e analisados
no diagnóstico.
A Projetação ergonômica trata ainda de adaptar as estações de trabalho, equipamentos e
ferramentas às características físicas psíquicas e cognitivas do trabalhador, operador, usuário,
consumidor, manutenidor, instrutor. Compreende também no detalhamento do arranjo e da
conformação das interfaces dos subsistemas e componentes instrumentais, informacionais, acionais,
comunicacionais, interacionais, instrucionais, movimentacionais, espaciais e físico ambientais.
Termina com o projeto, sua configuração, conformação, perfil e dimensionamento, considerando
espaços, estações de trabalho, subsistemas de transporte e de manipulação, telas e ambientes. A
organização do trabalho e a operacionalização da tarefa também são objetos de propostas de
mudanças.
Uma vez implementado as alternativas projectuais, elas precisam ser testadas, o que pode
requerer um planejamento de experimentos. Geralmente, vários protótipos são testados até se
chegar a uma solução adequada á maioria das pessoas e ao sistema produtivo. Os protótipos devem,
então ser usados, experimentados pelos usuários diretos (o tempo de uso depende da complexidade
das propostas) que junto com os ergonomistas e os usuários indiretos, são responsáveis por validar
as propostas. A análise é feita com base na análise das atividades realizadas sob as novas condições
propostas em situação real de trabalho.
Ainda, a avaliação, validação e testes ergonômicos tratam de retornar aos usuários
(operadores, manutenidores, instrutores, consumidores) os argumentos, as propostas e alternativas
projectuais. Compreende nas simulações e avaliações através de modelos de testes. As técnicas
de conclave objetivam conseguir a participação dos usuários, trabalhadores nas decisões relativas
às soluções a serem implementadas, detalhadas e implantadas. Para fundamentar escolhas,
realizam-se também testes e experimentos com variáveis controladas.
O objeto de pesquisa foi realizado na sala de aula do centro de treinamento, com 45,55 m² de
área. O CT está localizado na Rua Dr George William Butler, no Bairro do Curado na cidade de
Recife, estado de Pernambuco, conforme mostra nas figuras abaixo.
Foto aérea onde fica localizado o centro de treinamento Planta baixa com área da sala de aula hachurada
.
4- PROBLEMATIZAÇÃO DO SISTEMA HUMANO-TAREFA-MÁQUINA DA SALA DE AULA.
Deficiência do fluxo, circulação, isolação, iluminação, isolamento acústico, térmico/ despreocupação com a
independência e a autonomia dos usuários portadores de deficiência, dos idosos, considerando locomoção e
acessos na sala e de modo geral no CT (Centro de Treinamento).
04
05
3. Problemas acidentários/ Problemas Físicos-Ambientais
Comprometem os requisitos securitários que envolvem a segurança do trabalho, falta de um degrau conforme
norma, manutenção insuficiente /Temperatura, ruído, iluminação, acima ou abaixo dos níveis recomendados.
Custos Sugestões
Classe de Constrangiment Disfunção do
Requisitos Humanos do preliminar de Restrições
Problemas o da tarefa sistema
trabalho melhoria
Interfacial e Movimentacional
Postura Troca das Lesão física. Dores coluna Interrupção Colocar novas Desinteresse e
inadequadas devido cadeiras lombar e da tarefa por cadeiras na sala Negligência.
as cadeiras estarem cervical. dores e manter uma
danificadas “braço” musculares e limpeza Recursos financeiros.
inclinados e com cansaço. constante na
mofo. sala de aula
para evitar
doenças
respiratórias.
A sala de aula não Elaboração de Prejudicial para Risco de Dificuldade Sistema de Recursos financeiros.
possui iluminação um sistema de a vista dos acidentes e para iluminação
adequada. iluminação alunos e ergonômico realização da moderno. Negligência do
padrão para professor aula projeto arquitetônico.
Falta de rampa para sala de aulas Novos arranjos
cadeirante. Sem espaço Diminuição físicos. Permissividade do
Elaboração de para se da área de código de obras da
Equipamentos de uma rampa de movimentar de trabalho. Construir cidade.
informática mau acesso. forma segura e rampa para
instalados. confortável para Desconforto deficientes.
qualquer físico.
cadeirante.
Problemas físico-ambientais e Problemas Urbanísticos
Propor
melhoria no
ambiente de
trabalho
Executar as
ações proposta
pelo PPRA com
objetivo de
eliminar e/ou
atenuar os
agentes físico,
ergonômicos e
acidentários.
5 - DIAGNOSE ERGONÔMICA
6- REGISTRO DE MOVIMENTOS
De acordo com Iida (1990) com relação aos movimentos, existem diversas técnicas de
registro, desde os audiovisuais a registros mais simples como esboço feito diretamente no papel,
inclusive com o auxílio dos gabaritos antropométricos. O registro dos movimentos é feito em um
sistema de planos triortogonais (sagital, coronal e transversal). O plano sagital é representado com
uma vista lateral esquerda ou direita. O plano coronal é representado com uma vista frontal anterior
ou uma vista frontal posterior e o plano transversal são representados com vista superior, inferior e
caudal, conforme a figura abaixo.
O alcance dos membros pode ser registrado através desses planos, cuja conjugação (dos três
com concomitância) fornece um traçado volumétrico de alcance. Podendo ser representado tanto
pelo de área preferencial (zona de conforto) com também pelo alcance máximo (zona de
desconforto), conforme figura abaixo.
Esta etapa visa estabelecer parâmetros e diretrizes ergonômicas para o posto de trabalho dos
instrutores na sala de aula, de acordo com NR-17. Também terá embasado em todo referencial
teórico apresentado ao longo desse estudo. Tais medidas visam proporcionar um ambiente mais
agradável e confortável para os instrutores de treinamentos durante o desempenho de suas
atividades laborais.
Para poder estabelecer parâmetros e diretrizes ergonômicas em uma sala de aula, deve-se
conhecer a intensidade e a frequência dos agentes que afetam o ambiente de trabalho, tais como: o
desconforto térmico e acústico, excesso/falta de luminosidade, problema de arranjos físicos,
mobiliário e equipamentos.
Buscando um meio de promover o conforto na sala de aula onde são realizados os
treinamentos no CT, a ergonomia, corretamente aplicada como a antropometrica, a biomecânica e
os métodos de intervenção ergonomizadora, pode-se eliminar e/ou atenuar os principais agentes
causadores de risco à saúde dos instrutores e alunos, mas é necessária a execução de todos os
problemas levantados na fase da apreciação e diagnose ergonômica realizada in loco.
As soluções ergonômicas habitualmente aplicadas nos centro de treinamentos estão no
âmbito físico e refere-se a melhorar as condições de conforto relacionadas ao ambiente de trabalho,
onde os instrutores realizam suas atividades e os alunos adquiram o conhecimento, como conforto
acústico, térmico e luminosidade. Já atividade física está relacionada ao âmbito das características
da anatomia humana como antropometria, fisiologia e biomecânica.
A sala de aula do CT, onde são realizadas as instruções e treinamentos de várias NR’S. É o
setor da empresa na qual eu trabalho que dá a primeira impressão do tipo de treinamento aos alunos,
sendo assim, as condições ambientais em favorecendo os alunos, beneficiam também os instrutores
e a empresa, ganhando ainda mais espaço no mercado de trabalho.
NÍVEIS DE CALOR
Dentro do projeto ergonômico do ambiente de trabalho, Slack et al (1997), ressaltam a
importância em prever as reações dos indivíduos à temperatura de trabalho. Os indivíduos variam o
seu desempenho e conforto de acordo com a variação da temperatura. Além disso, a maioria das
pessoas que julgam a “temperatura” também é influenciada por outros fatores, como unidade e
movimento do ar.
A NR-17.5.2 recomenda o índice de temperatura efetiva entre 20 e 23° C, velocidade do ar
não-superior a 0,75m/s e umidade relativa do ar não inferior a 40%. A norma ISO 9241 recomenda
temperaturas de 20 a 24° C no inverno e 23 a 26° C no verão, com umidade relativa oscilando entre
40 e 80%. A climatização dos locais de trabalho onde há solicitação intelectual e atenção constante
deve manter uma temperatura regular e agradável e isso pode ser obtido através de sistema de
climatização (ventilação artificial). Foi verificado na sala de aula que devido o mau funcionamento do
ar condicionado essa temperatura se mantém constante, porém abaixo de 20º C.
Visando propor o conforto térmico na sala de aula do CT recomenda-se a manutenção do
sistema de climatização, através de empresas especializadas no setor de refrigeração. Devido a sala
ser isolada e localizada internamente ao CT, onde apresenta pouca arborização e pouco espaço, a
ventilação natural não seria suficiente para atender a temperatura mínima exigida pela legislação.
NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO
Segundo a NBR 5413 (ABNT, 1992), o nível de iluminância Recomendação de alteração na iluminação.
para salas de aula deve estar compreendido entre 200 lux
e 500 lux.
De acordo com as anotações, observa-se que a maioria dos instrutores mantém suas posturas
sentadas, pois afirmam ser mais confortável do que a postura em pé. Caso o instrutor preferisse
apresentar em pé não teria espaço suficiente para mostrar de forma correta a sua apresentação,
tendo em vista o afastamento da sua posição com o mouse a mesa de apoio para passar a sua
apresentação.
Além do mais, ficar em pé no local de trabalho por tempo prolongado não só causa uma fadiga
da musculatura responsável pelo trabalho estático, mas também o desconforto causado por
condições adversas de retorno do sangue. (Grandjean, 1991).
Esta norma (NR 17) recomenda atender às características dos trabalhadores (áreas de visão
e manipulação), verificando distâncias e alturas, assegurar postura nas posições sentada e em pé,
garantir espaço adequado para movimentação, manter cadeira de trabalho e em boa condição de
uso, colocar apoio para os pés e mobília correta para uma sala de aula.
PARÂMETROS E DIRETRIZES ERGONÔMICAS PARA O MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO NA SALA DE AULA