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ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do CENSA

Instituto Superior de Educação do CENSA


Instituto Tecnológico e das Ciências Sociais Aplicadas e da Saúde do CENSA
Curso: Direito – 2021.1

Disciplina: Direito Constitucional III Professora: Francisco Alves


Período: 4° Data para entrega: 04/10/2021
Aluno: Anna Vânya da Mata Terra Matrícula: 2010015030

ATIVIDADE AVALIATIVA

1º Relatório – referente à palestra DIREITOS HUMANOS E A CONDIÇÃO JURÍDICA NO


ESTRANGEIRO da Dsc. Gabrielle Oliveira:

Em geral, a palestra foi enriquecedora. No entanto, a elucidação acerca do


problema real e atual da imigração, de fato, saltou aos meus olhos. Os imigrantes
irregulares formam hoje sujeitos de grupos étnicos minoritários, que são vítimas ou
objeto de um discurso criminalizador na lei e na política governamental, especialmente
de países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Assim como a socióloga narrou,
vislumbra-se atualmente uma tendência crescente de catalogar os imigrantes irregulares
como não cidadãos e perigosos, pendendo, portanto, a uma criminalização.
Culturalmente, eu pensava em imigrante enquanto adulto somente. Em giro
distinto, entretanto, a palestrante trouxe à baila crianças imigrantes que possuem
estereótipos de déficit, como em característica taxativa de "não falante de inglês". Nesta
toada, veio a minha mente os diversos filmes e séries em que algo semelhante ocorreu.
Na maioria dos filmes/séries há um imigrante, seja indiano ou latino. E mais: na
maioria, há uma deportação que faz parte do enredo.
Após a palestra, pude entender a realidade dos quase 11 milhões de imigrantes
nos EUA - que, muitas vezes, fogem pela pobreza, por asilo político, pela própria
sobrevivência - consubstanciada em não poder ter um seguro social (o que é sinônimo
de documento básico para ter direitos), além do cenário dos pais não participarem da
educação dos filhos por medo do governo identificá-los como ilegais (logo, criminosos),
assim como a exploração trabalhista, que resta impune por receio de qualquer
reclamação gerar reconhecimento ilegal.
Em suma, concluo, após análise da palestra sugerida, que a imigração para os
Estados Unidos, embora ocorra há anos, desde o final do século XX com o governo de
Bill Clinton, vem sido legalmente perseguida. Todavia, progressivamente essa
ferramenta, vista para muitos como S.O.S, vem sendo um desafio para o exercício dos
direitos humanos no estrangeiro.
Finalmente, em breves linhas, percebo precária e omissa a condição jurídica no
estrangeiro.
De início, a palestrante afirmou que nem todo imigrante tem a mesma
experiência na imigração, haja vista que existem aqueles que possuem advogados aptos
a tornarem o trâmite melhor possível. No entanto, logo após relatar isso, mencionou que
é COMUM os advogados prometerem o "green card" ao imigrante e desaparecem
depois com a demora.
Ela ainda responde, em tempo, após ser perguntada quanto ao tempo de
regularização de um imigrante, que um processo deste gênero pode durar cerca de 6
(seis) anos ou mais. O inevitável questionamento é: como que alguém que,
presumidamente precisa de asilo político ou de amparo governamental por conta da
pobreza, pode aguardar 6 (seis) anos para a efetiva prestação jurisdicional?
À luz do metaprincípio constitucional da dignidade da pessoa humana, bem
como todo o cerne principiológico da Declaração Internacional de Direitos Humanos,
entendo que os procedimentos concernentes à deportação deveriam respeitar o
contraditório e a ampla defesa, o que, conforme narrado, não acontece eis que a
deportação não atende ao "due process", podendo ser traduzido como devido processo
legal no nosso meio jurídico brasileiro.
Assim, todas as pessoas não tratadas enquanto sujeitos de direitos refletem a
condição jurídica precária e, sobretudo, omissa do estrangeiro.

2º Relatório – referente à Mesa Redonda com o jornalista especialista Felipe Recondo:


Apresentação do livro “Os Onze: O STF, seus bastidores e suas crises”:

Inicialmente, acho válido mencionar quem participou especial desta mesa redonda:
Felipe Recondo, o jornalista que cobriu o Senado pela Folha de São Paulo e, após, foi
contratado pelo Estadão para cobrir o Supremo Tribunal Federal por 1 (um) ano e de lá
não saiu, pelo menos por 10 (dez) anos.
A obra desenvolvida pelo mesmo, conforme o próprio narra, trouxe uma série de
impressões e perspectivas de alguém que não só cobriu a imprensa do STF, mas alguém
que viveu os pormenores entre aquele imenso prédio. A intenção do livro é tentar
mostrar o STF no movimento, algo além de um retrato – na verdade, pensava-se em
algo como se fosse parte de um filme, mas que que não houvesse fim –, além de
sedimentar o Supremo e seus ministros “pré e pós Lava-Jato”.
Menciona ainda que as personalidades importam exponencialmente no inteiro teor do
Livro Os Onze. Exemplica com o Jobin sendo o personagem tosco, grosseiro e grande e
Ayres Brito com seu humor e de baixa estatura. O desafio era colocar no livro o tom das
personalidades (sem toga, sem ser ministro que influencia diretamente as decisões).
Cita que o The Nine nos EUA, best-seller, cuja proposta era retratar a Corte
Americana, não foi bem recebido, porque não dialogava com a academia.
O livro ainda traz, narra o Felipe, histórias que permitem descrever os contornos,
causas e consequências dos grandes casos que envolveram o tribunal, incluindo o
polêmico inquérito sobre fake news aberto por Dias Toffoli e comandado por Alexandre
de Moraes. Onze é o número de ministros do Supremo, que atuam como “onze ilhas”. A
expressão foi cunhada pelo ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence e se consolidou
como chave de interpretação para o funcionamento do tribunal, com a proliferação de
decisões monocráticas e a sucessão de embates internos. Num momento em que o STF
se vê sob o ataque de expoentes do governo federal e de militantes nas redes sociais,
entender as dinâmicas da última instância do poder judiciário é mais importante do que
nunca.
Conta ainda o jornalista, até mesmo informalmente, como o Teori Zavascky e foi
entrevistado e, sobretudo, procurado por um “bolo de jornalistas” querendo saber da
Operação Lava-Jato. Ademais, não deixa a obra de ser uma crítica mais aguda ao STF
através do conhecimento de seus ministros.
Carlos Alexandre, coordenador do curso, perguntou (não transcrito literalmente):
“Quais as diferenças entre cobrir o STF e a Suprema Corte Americana? Porque assim
existe o Supremo que apanhou de Floriano Peixoto, mas tinha Rui Barbosa (que
defendeu o Supremo à época); teve o STF que apanhou do Getúlio Vargas; teve um
Supremo que não abria-se para militar; houve um supremo criado para o Mensalão,
criado pelo congresso...”.
Em seguida, respondeu o jornalista: “O Supremo de 2002 (a saída da velha guarda) e
pós 2002. Celso de Mello em 2002 se perguntado em 2002 quanto ao julgamento de
qualquer ação, ele já falaria. “São bichos diferentes” – ministro Moreira falaria. Havia
uma divisão marcada. O ministro tal já começava perdendo (era um 4X1 no início do
jogo). Hoje o jornalista cobre processo e não ministro.
Mais um vez, confirma-se: Tratam-se de Onze Ilhas – “não somos amigos”; “não é um
clube”; são onze ilhas que tornam um arquipélago; hoje talvez o Supremo esteja até
mais unido por causa do governo do presidente Jair Bolsonaro, alguém que ataca o STF,
logo um inimigo em comum. Sem mencionar a pandemia. Ao todo hoje são mais de 123
decisões contra o governo Bolsonaro.
Por fim, questionado acerca do Supremo Tribunal Federal, encerra: “É a nossa cara”.

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