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ATIVIDADE AVALIATIVA
Inicialmente, acho válido mencionar quem participou especial desta mesa redonda:
Felipe Recondo, o jornalista que cobriu o Senado pela Folha de São Paulo e, após, foi
contratado pelo Estadão para cobrir o Supremo Tribunal Federal por 1 (um) ano e de lá
não saiu, pelo menos por 10 (dez) anos.
A obra desenvolvida pelo mesmo, conforme o próprio narra, trouxe uma série de
impressões e perspectivas de alguém que não só cobriu a imprensa do STF, mas alguém
que viveu os pormenores entre aquele imenso prédio. A intenção do livro é tentar
mostrar o STF no movimento, algo além de um retrato – na verdade, pensava-se em
algo como se fosse parte de um filme, mas que que não houvesse fim –, além de
sedimentar o Supremo e seus ministros “pré e pós Lava-Jato”.
Menciona ainda que as personalidades importam exponencialmente no inteiro teor do
Livro Os Onze. Exemplica com o Jobin sendo o personagem tosco, grosseiro e grande e
Ayres Brito com seu humor e de baixa estatura. O desafio era colocar no livro o tom das
personalidades (sem toga, sem ser ministro que influencia diretamente as decisões).
Cita que o The Nine nos EUA, best-seller, cuja proposta era retratar a Corte
Americana, não foi bem recebido, porque não dialogava com a academia.
O livro ainda traz, narra o Felipe, histórias que permitem descrever os contornos,
causas e consequências dos grandes casos que envolveram o tribunal, incluindo o
polêmico inquérito sobre fake news aberto por Dias Toffoli e comandado por Alexandre
de Moraes. Onze é o número de ministros do Supremo, que atuam como “onze ilhas”. A
expressão foi cunhada pelo ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence e se consolidou
como chave de interpretação para o funcionamento do tribunal, com a proliferação de
decisões monocráticas e a sucessão de embates internos. Num momento em que o STF
se vê sob o ataque de expoentes do governo federal e de militantes nas redes sociais,
entender as dinâmicas da última instância do poder judiciário é mais importante do que
nunca.
Conta ainda o jornalista, até mesmo informalmente, como o Teori Zavascky e foi
entrevistado e, sobretudo, procurado por um “bolo de jornalistas” querendo saber da
Operação Lava-Jato. Ademais, não deixa a obra de ser uma crítica mais aguda ao STF
através do conhecimento de seus ministros.
Carlos Alexandre, coordenador do curso, perguntou (não transcrito literalmente):
“Quais as diferenças entre cobrir o STF e a Suprema Corte Americana? Porque assim
existe o Supremo que apanhou de Floriano Peixoto, mas tinha Rui Barbosa (que
defendeu o Supremo à época); teve o STF que apanhou do Getúlio Vargas; teve um
Supremo que não abria-se para militar; houve um supremo criado para o Mensalão,
criado pelo congresso...”.
Em seguida, respondeu o jornalista: “O Supremo de 2002 (a saída da velha guarda) e
pós 2002. Celso de Mello em 2002 se perguntado em 2002 quanto ao julgamento de
qualquer ação, ele já falaria. “São bichos diferentes” – ministro Moreira falaria. Havia
uma divisão marcada. O ministro tal já começava perdendo (era um 4X1 no início do
jogo). Hoje o jornalista cobre processo e não ministro.
Mais um vez, confirma-se: Tratam-se de Onze Ilhas – “não somos amigos”; “não é um
clube”; são onze ilhas que tornam um arquipélago; hoje talvez o Supremo esteja até
mais unido por causa do governo do presidente Jair Bolsonaro, alguém que ataca o STF,
logo um inimigo em comum. Sem mencionar a pandemia. Ao todo hoje são mais de 123
decisões contra o governo Bolsonaro.
Por fim, questionado acerca do Supremo Tribunal Federal, encerra: “É a nossa cara”.