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PEDRO LUCAS DE DEUS PEREIRA – 4° PERÍODO – NOTURNO – TURMA A

ESTUDO DE CASO: Na Tailândia uma mulher foi presa acusada de ter matado, fatiado e
comido os dois filhos durante uma alucinação em que acreditou que ambos eram porcos. De
acordo com a polícia tailandesa, na semana passada eles receberam uma denúncia de que uma
mulher havia cortado e cozinhado os dois filhos, de um e de cinco anos de idade, no distrito
de Ching Mai’s Mae Ai. Quando a polícia chegou ao local, encontrou a mulher desacordada
com algumas partes dos corpos das crianças ao seu redor. A mãe foi levada para um
interrogatório, no entanto, não respondeu a qualquer das perguntas feitas pelos investigadores.
Ao levantar o histórico da suspeita, foi descoberto que ela estava sob tratamento mental desde
2017. O marido afirmou que ela parou de tomar os medicamentos há, no máximo, dois meses.
Disse ainda que deixou a mulher em sua casa por poucos dias para comprar mais
medicamentos e, quando retornou, a tragédia já havia acontecido. Apesar dos rumores
difundidos por várias mídias e redes sociais afirmando que a mulher cozinhou e comeu os
filhos, a polícia preferiu não confirmar estas versões dos fatos para preservar a investigada.
Mesmo assim, ela será processada por assassinato, mas como sofre de problemas mentais, foi
encaminhada para um hospital. Diante do caso apresentado, solicita-se que seja realizada uma
análise jurídica do fato, buscando respostas aos questionamentos que se seguem:

1- Houve conduta penalmente válida? Dolosa ou culposa? Existe nexo causal? E


resultado previsto em lei? Existe fato típico? Justifique suas respostas.

De acordo com os preceitos legais acerca de um delito, e pensando de forma mais minuciosa,
deve-se afirmar que diante do ocorrido, a conduta é penalmente válida conforme o Art. 121 do
CP. Partindo desse pressuposto é necessário analisar como um todo, entende-se então que não
há dolo relevante ao bem jurídico conforme descrito pela norma.
No entanto é necessário que perceba que quando não há dolo, por ausência da previsão de
uma ação culposa conforme descrito no Art. 18 – II do CP, a pessoa deu causa ao resultado
por imprudência própria, sem pensar na consequência em não usar seus medicamentos, bem
como não analisar que estaria sendo imprudente devido ao seu tratamento prescrito pelo
médico, estar indicado por mais de 4 anos, não cumprindo seu dever enquanto paciente.
Pensando no resultado final do caso, deve-se notar que aconteceu um nexo de causalidade no
ato da mão não tomar seus medicamentos, constatando que a conduta teve efeito acerca do
seu organismo prejudicando não só sua saúde mental, mas com o resultado do assassinato de
seus filhos.
Contudo partido do pressuposto dito acima, é nítido afirmar que houve uma conduta de culpa
própria, que causou a ação/omissão de lesão e/ou perigo, com resultado integrando um fato
típico composto de uma conduta (má).
Havendo um nexo de casualidade onde há vinculo entre a conduta e o resultado material,
também havendo tipicidade, podendo ser dita como formal, onde o caso encaixa ao fato tipo
penal e também material, que produziu uma lesão irreparável aos seus filhos, e intolerável ao
bem jurídico tutelado pela norma penal.

2- Existe alguma justificante legal? E supralegal? Explique indicando a fundamentação


jurídica (se presente a justificante, descreva as consequências de seu reconhecimento).

Dentro deste caso podem ser afirmadas com a exclusão da antijuridicidade ou ilicitude do
crime, que estão previstas no Art. 23 do CP. E não havendo uma justificante legal ou mesmo
uma supre legal
As justificantes são causas que excluem a antijuridicidade ou ilicitude do crime. Estão
previstas no artigo 23, do Código Penal. "Não há crime quando o agente pratica o fato:
I- Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
III- Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo Único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
doloso ou culposo."
Porém, diante do quadro fático não há justificante legal ou supralegal conforme descrito no
artigo acima.

3- Existe alguma dirimente legal? E supralegal? Explique indicando a fundamentação


jurídica (se presente a discriminante, descreva as consequências de seu reconhecimento).

Conforme descrito na lei, no Art. 26 do CP, a resposta é sim. Ao qual é tratado do agente que
por doença mental ou em desenvolvimento mental incompleto ou retardado, deve ser
entendido como inteiramente incapaz de entender o que é lícito do ilícito do fato. Em contra
partida, a circunstâncias supralegais, são fundamentadas no fato da existência de
exigibilidade de condutas diversas, sendo fundamental da culpabilidade desde que seja
exigido a responsabilidade penal, conforme os atos humanos irreversíveis e inevitáveis. Sendo
então como uma forma de fugir a regra conforme a inexigibilidade para as normas
supralegais. Cabendo ser dito como fato típico de punição, consoante de que não pode ser
imposto a mãe que se comporte de maneira racional e com cautela sobre tais acontecimentos
desde a avaliação e descoberta de seu distúrbio mental. Sendo dito pelo Art. 26, caput, do CP,
que é isento de pena o agente, na qual nessas configurações fáticas é um inimputável.

4- A hipótese caracteriza erro de tipo incriminador ou permissivo? Justifique sua


resposta.

Diante do exposto no caso, a hipótese deve ser caracterizada como erro de tipo incriminador,
pois é composto de elementos e circunstancias sem os quais o crime desaparece ou se
transforma.
No caso dessa mãe, é posto em pauta sua sanidade mental, onde a mesma confunde seus
filhos com porcos e os mata para se alimentar, cometendo um erro ao confundir seus filhos.
Não havendo dolo em relação a circunstância em si, ou seja, não é necessário comentar tal
caso como homicídio tendo elementos que não integram a intenção do agente.
Partindo de outro pressuposto, também pode ser considerado como erro de tipo permissivo,
pois o fato ocorre devido a falta dos remédios, que causou uma distorção da real situação,
onde o fato recai como requisito objetivo de uma excludente, ou seja, um equivoco que foi
levado conforme os pressupostos fáticos.

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