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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Designam os direitos-garantia que servem como tutela para a


efetivação dos direitos fundamentais.
No ordenamento jurídico brasileiro essa proteção é
essencialmente confiada ao Poder Judiciário.
Logo, os remédios constitucionais constituem ações especiais
pelas quais se provoca a tutela judicial.

A Constituição Federal de 1988 prevê os seguintes remédios


constitucionais:
Não Judiciais
DIREITO DE PETIÇÃO (art. 5º, XXXIV, a) é sinônimo do DIREITO
DE REPRESENTAÇÃO.
Tem por finalidade encaminhar a quem de direito uma reivindicação
individual ou coletiva. Dessa forma, dependendo da natureza da
reivindicação serve para a defesa de direito fundamental violado ou
ameaçado de violação.

Judiciais
HABEAS CORPUS (art. 5º, LXVIII)
MANDADO DE SEGURANÇA (art. 5º LXIX)
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (art. 5º, LXX)
MANDADO DE INJUNÇÃO (art. 5º LXXI)
HABEAS DATA (art. 5º LXXII)
AÇÃO POPULAR (art. 5º, LXXIII), ao menos enquanto tutela do
meio ambiente.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA (art. 129, III), enquanto proteção do meio
ambiente.
HABEAS CORPUS (art. 5º, LXVIII)

Raiz: MAGNA CARTA, 1215, que proibia qualquer prisão ilegal ou


decretada arbitrariamente.
Trata-se de uma medida judicial para instrumentalizar esta norma.
Firmou-se no século XVII: Petição de Direitos (1628), Habeas
Corpus Act (1679).
Do direito inglês ele passou naturalmente para as colônias da
América do Norte e, assim, para a ordem jurídica dos EUA.

No Brasil:
No Império: Código Penal (1830), Código de Processo Penal, art.
340 (1832), somente para brasileiros. A partir de 1871 também
pôde ser usado por estrangeiros.
Introduzido no texto Constitucional de 1891, art. 72, par. 22, no
período Republicano.
CF/88, art. 5º, LXVIII : o habeas corpus protege somente o direito
de locomoção, direito de ir e vir, constitui medida preventiva para
impedir o cerceamento ilegal da liberdade de ir e vir.
Não cabe habeas corpus quando o cerceamento da liberdade de
locomoção decorre da aplicação do poder disciplinar previsto na
legislação militar (CF, art. 142, par. 2º) em razão dos pressupostos
da transgressão disciplinar: hierarquia, poder disciplinar, ato ligado
à função e pena.
MANDADO DE SEGURANÇA (art. 5º LXIX)
É uma criação brasileira, foi instituído pela Constituição de 1934,
art. 113, ignorado pela Carta de 1937 (Estado Novo) e restaurado
em 1946 e mantido pela de 1967 e pela atual (art. 5ª, LXIX).
Medida judicial criada para coibir atos ilegais praticados que não
sejam amparados pelo habeas corpus (locomoção) e o habeas data
(acesso ou correção de dados pessoais).
É impetrado contra ato que viola ou ameaça violar direito líquido e
certo.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (art. 5º, LXX)


Poderá ser impetrado:
(a) por partido político com representação no Congresso
Nacional;
(b) por organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados.

Na verdade o Mandado de Segurança já permitia a formação de


um litisconsórcio para a defesa de direitos próprios e o art. 5º,
XXI, já previa a legitimidade das entidades associativas de
representar os seus associados em juízo.
Logo, o Mandado de Segurança Coletivo foi criado para a
proteção dos direitos difusos (meio ambiente, consumidores
etc.). Aqui, ressalte-se que o objetivo da entidade deve ter
ligação com o direito pleiteado.
MANDADO DE INJUNÇÃO (art. 5º LXXI)
Medida cabível quando não houver norma regulamentadora que
torna inviável o exercício de direitos e liberdades individuais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania,
garantidas pela Constituição.
Competência: STF (competência da norma regulamentadora for do
Congresso Nacional, do Presidente da República, dos Tribunais
Superiores); STJ (noutros casos).

HABEAS DATA (art. 5º LXXII)


Impetrado com a finalidade de obter o conhecimento de
informações acerca da pessoa do impetrante ou, ainda, para a
retificação de dados.

AÇÃO POPULAR (art. 5º, LXXIII), ao menos enquanto tutela do


meio ambiente, do patrimônio histórico e cultural.
Legitimidade para propor: somente o nacional no gozo dos seus
direitos políticos, nunca o estrangeiro e nem a pessoa jurídica.
O cidadão reclama uma prestação jurisdicional que declare nulo
atos do Poder Público lesivos ao patrimônio público e à moralidade
administrativa.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA (art. 129, III), enquanto proteção do meio


ambiente, do patrimônio histórico e cultural.
Legitimidade: Ministério Público.
Objetiva a indenização pelo dano causado destinada a
reconstituição dos bens lesados.
RESTRIÇÕES EXCEPCIONAIS AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
– ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO.

O Estado de defesa é a modalidade mais branda de Estado de sítio


e corresponde às antigas medidas de emergência do direito
constitucional anterior e não exige, para sua decretação por parte
do Presidente da República, autorização do Congresso
Nacional. O decreto presidencial deverá determinar o prazo de
sua duração; especificar as áreas abrangidas e indicar as
medidas coercitivas, nos termos e limites constitucionais e
legais.

Nessa hipótese poderão ser restringidos os seguintes direitos e


garantias individuais: (art. 5º, XII) sigilo de correspondência e de
comunicações telegráficas e telefônicas, (XVI) direito de
reunião e (LXI) exigibilidade de prisão somente em flagrante
delito ou por ordem da autoridade judicial competente.

O Estado de sítio corresponde à suspensão temporária e localizada


de garantias constitucionais, apresentando maior gravidade do que
o Estado de defesa e, obrigatoriamente, o Presidente da
República deverá solicitar autorização da maioria absoluta dos
membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para
decretá-lo.

No caso de decretação de Estado de sítio em virtude de comoção


nacional (art. 137, I, da CF) poderão ser restringidos os seguintes
direitos e garantias individuais: (art. 5º, XI) inviolabilidade
domiciliar, (XII) sigilo de correspondência e de comunicações
telegráficas e telefônicas, XVI direito de reunião, (XXV) direito
de propriedade, (LXI) exigibilidade de prisão somente em
flagrante direito ou por ordem da autoridade judicial
competente e (art. 220) a liberdade de manifestação do
pensamento, a criação, a expressão e a informação.

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