Você está na página 1de 18

CENTRO UNIVERSITÁRIO ALFREDO NASSER – UNIFAN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

O IMPACTO DA ATENÇÃO BÁSICA NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA


SAÚDE DA MULHER

APARECIDA DE GOIÂNIA

2021
CENTRO UNIVERSITÁRIO ALFREDO NASSER – UNIFAN
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

O IMPACTO DA ATENÇÃO BÁSICA NA PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA


SAÚDE DA MULHER

Trabalho acadêmico a ser apresentado na


Jornada Acadêmica de Estudos de Saúde da
Família (JAESF) como trabalho de conclusão da
disciplina PINESF IV do Centro Universitário
Alfredo Nasser.

Orientadora: Prof a Noemi Tavares.

Acadêmicos: Samuel Felício de Oliveira, Alice


Campos Meneses e Luiz Gustavo Gonçalves
Maia.

APARECIDA DE GOIÂNIA

2021
SUMÁRIO

1. Introdução-------------------------------------------------------------------------------------

2. Objetivos-------------------------------------------------------------------------------------

3. Metodologia----------------------------------------------------------------------------------

4. Resultados e Discussão

4.1 Observação da Realidade----------------------------------------------------------

4.2 Pontos-chave---------------------------------------------------------------------

4.3 Teorização------------------------------------------------------------------------

4.4 Hipóteses de solução--------------------------------------------------------------

4.5 Aplicação à realidade--------------------------------------------------------------

5. Considerações Finais------------------------------------------------------------------------

6. Referências-----------------------------------------------------------------------------------
1. INTRODUÇÃO

A equipe multiprofissional formada por Médicos, Enfermeiros, Técnicos de


Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde desenvolvem um importante
trabalho na Estratégia Saúde da Família , unindo elos com o objetivo de expandir o
cuidado e realizar ações focadas na atenção e melhoria de saúde da comunidade,
pilar primordial da Atenção Primária à Saúde (APS).

Acredita-se que para a Atenção Básica ter impacto positivo na vida da


população, os profissionais envolvidos devem uma capacidade maximizada de
escuta para saber lidar com a complexidade do adoecimento , sofrimentos, anseios
de demandas e necessidades de saúde, além do empenho dobrado para resolução
dos problemas de saúde.

Segundo o INCA- Instituto Nacional de Câncer , o câncer de mama atingiu


mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo todo só no ano de 2020. em 2021 no
Brasil com 15,08 óbitos/100.000 mulheres, respectivamente com o maior índice de
mortes, quando descoberto de forma precoce, tendo alta chance de cura.

De acordo com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher -


PNAISM, a atenção à saúde da mulher não deve se restringir à assistência materno-
infantil nem se limitar a fases de vida nas quais a mulher tem capacidade de
reprodução, ela deve englobar todo o ciclo vital, desde a infância até a senilidade da
mulher.

Além disso, as equipes da ESF- Estratégia Saúde da Família, tem um papel


Intrínseco e deve incentivar à educação em saúde, através de políticas públicas
como uma ferramenta inteligente para trabalhar a prevenção primária de futuras
doenças ou infecções sexualmente transmissível que podem ser evitadas, detecção
precoce e rastreamento do câncer de mama, orientar sobre as anormalidades no
corrimento vaginal e criar uma melhor relação médico/paciente, no qual pode haver
falhas na comunicação que podem trazer danos à saúde do paciente.

2. OBJETIVO GERAL
Analisar o impacto das ações de prevenção e promoção da saúde, inerentes
à atenção básica, na saúde da mulher.

3. METODOLOGIA

O artigo trata-se de um estudo de caso baseado na teoria da problematização


de Charles Maguerez, visto que essa metodologia ativa de aprendizagem impacta
positivamente os estudantes da área da saúde de forma intelectual, psicológica,
social, política e ética, fazendo com que o paciente seja visto de forma holística,
sendo essa consequência um dos pilares para a construção de um serviço de saúde
humanizado (FERREIRA, 2019).

Além disso, vale lembrar que o Arco de Maguerez possui cinco etapas, sendo
elas a observação da realidade, a definição de pontos-chave, a teorização, a
formação das hipóteses de solução e a aplicação da realidade (MELO et al, 2016).

O trabalho foi realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) Pedro Gomes


Filho no município de Guapó, Goiás. Somado a isso, as etapas do Arco de
Maguerez foram construídas por meio de cinco visitas domiciliares a paciente de
forma quinzenal durante os meses de setembro e novembro de 2021, com
aproximadamente 40 minutos cada.

O critério de inclusão da paciente no estudo foi ao acaso, de acordo com a


escolha das Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) da Unidade Básica de Saúde.
Vale ressaltar que a paciente concordou em participar do trabalho.

Para a observação da realidade, foram levados em conta aspectos biológicos,


sociais, econômicos, familiares e psicológicos associados à condição da paciente,
além de questões relacionadas às suas dificuldades, necessidades e expectativas.
De acordo com o que foi coletado na primeira fase do estudo, foram pontuados os
pontos-chave.

Durante a teorização, foram feitas buscas de literatura, como livros e artigos


científicos, sobre o Programa de Saúde da Mulher (PAISM), a prevenção do câncer
de mama, infecções sexualmente transmissíveis (IST's) e falhas na comunicação
médico-paciente, sem recortes de tempo no intuito de elaborar hipóteses de solução
efetivas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE

A.V.V, 35 anos, residente de Guapó, Goiás, 3 filhos, um menino de 5 anos,


duas filhas na puberdade, com 9 e 13 anos. Alimenta-se 4 vezes ao dia de forma
equilibrada e saudável, mas não pratica exercícios físicos. Atualmente atua somente
como dona de casa e cuidadora dos filhos, e seu marido é mecânico. A situação
financeira da família condiz com classe baixa, e a residência apresenta-se com uma
estrutura simples, porém bem cuidada e organizada. Durante a primeira visita
domiciliar, A.V.V relatou que sua avó materna faleceu em decorrência do câncer de
mama metastático e, além disso, disse que sua mãe possui hipertensão arterial,
diabetes e é portadora de Doença de Chagas.

Quanto à frequência da paciente a consultas ginecológicas, disse ter


realizado o Papanicolau em abril de 2021, mas que há pouco tempo apresentou
secreções vaginais amareladas acompanhadas de prurido e de odor fétido. Foi
indagado à paciente a respeito de antecedentes pessoais, e fomos informados
sobre um diagnóstico de cisto no ovário, pelo qual houve uma má compreensão da
paciente e do médico relacionada a dificuldade de engravidar, levando A.V.V a
acreditar ser infértil e por isso acabou engravidando indesejavelmente.

Outra confusão relatada foi a presença de lesões na vulva e na vagina, e que


A.V.V se preocupou com a possibilidade das mesmas serem resultantes de uma
infecção por HPV, porém ela procurou assistência médica e foi informada de que
este não era o diagnóstico, gerando complicações desnecessárias pela falta de
informação.

Quanto ao ciclo menstrual, diz ter feito laqueadura há 5 anos, e desde então
os ciclos estão irregulares, com a chegada da menstruação 5 dias antes do
esperado e anteriormente comum, e o primeiro dia de menstruação é caracterizado
por cólicas, edemas e cefaleia intensa.

4.2 PONTOS CHAVES

● Desconhecimento sobre o Programa de Saúde da Mulher (PAISM);


● Educação em Saúde;
● Falta de conhecimento sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST
´s);
● Prevenção do Câncer de Mama;
● Falhas na comunicação médico-paciente.

4.3 TEORIZAÇÃO

Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM)

Conforme o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral à


Saúde da Mulher - PNAISM foi elaborada em 2004, a partir de diagnóstico
epidemiológico da situação da saúde da mulher no Brasil e do reconhecimento da
importância de se contar com diretrizes que orientassem as políticas de Saúde da
Mulher. A PNAISM teve como base o Programa de Atenção Integral de Saúde da
Mulher - PAISM, elaborado, em 1983, no contexto da redemocratização do país/
Conferência de Alma-Ata (1978) e com a participação dos movimentos sociais e de
mulheres, em especial o movimento feminista.

A PNAISM foi constituída com a parceria dos diferentes departamentos,


coordenações e comissões do Ministério da Saúde. Incorporou também
contribuições do movimento de mulheres, do movimento de mulheres negras e de
trabalhadoras rurais, de sociedades científicas, de pesquisadores e estudiosos da
área, de organizações não-governamentais, de gestores do SUS e de agências de
cooperação internacional. Ao final, a PNAISM foi submetida à apreciação do
Conselho Nacional de Saúde e à Comissão de Saúde da Mulher (CISMU) desse
Conselho. Trata-se, portanto, de um documento legitimado por diversos setores da
sociedade e pelas ins¬tâncias de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS).

A SPM, por meio da Coordenação Geral de Saúde da SAIAT, apoia e


contribui para a implementação da PNAISM, respeitando os direitos humanos e a
situação social e econômica das mulheres. O Órgão responsável pela execução da
PNAISM é o Ministério da Saúde –MS. A atuação da SPM consiste em contribuir
com as equipes técnicas das áreas do MS e apoiar as gestões estaduais e
municipais dos Organismos de Políticas para as Mulheres – OPMs nas questões
relacionadas à Saúde Integral das Mulheres.

A SPM trabalha para incluir na PNAISM um atendimento mais justo, humano,


eficiente e eficaz. Ela considera como prioritários que: a integralidade e as questões
de identidade de gênero e raça sejam incorporadas na formação dos profissionais
de saúde; as especificidades das mulheres Lésbicas e Transexuais e das mulheres
em situação de rua sejam priorizadas; assim como o acesso aos insumos para
proteção das DST/HIV/AIDS, aos métodos anticoncepcionais e aos exames
citopatológicos para prevenção do câncer de colo de útero.

Desse modo, a SPM tem proposto, trabalhado e estimulado a humanização


do atendimento das mulheres em situação de violência e desenvolvido ações
destinadas a melhores estratégias de acolhimento, atendimento e responsabilização
de agressores.

Educação em saúde e prevenção

A educação em saúde é uma das ações mais importantes desenvolvidas pela


atenção básica podendo ser executada por todos os membros da equipe
multidisciplinar de saúde. Objetivando mostrar a importância da educação em saúde
como instrumento de mudança social do indivíduo com o intuito de torná-los ativos
no processo saúde e doença (CONCEIÇÃO, VIANA, BATISTA, ALCÂNTARA,
ELEVES, PINHEIRO, BEZERRA e ARAÚJO, 2020)

E isso se faz presente ao nível em que a educação envolvendo educação


sexual, o entendimento do sistema de referência e contrarreferência do SUS e a
compreensão de farmacocinética básica são temas que deveriam ser cobiçados de
implantação na educação escolar, pois são assuntos que em falta causam danos
desde biológicos até sociais que poderiam ser evitados. Como por exemplo a
gravidez indesejada, a alta incidência de IST’s, a sobrecarga desnecessária do
sistema de saúde e a má utilização de medicamentos, tornando-os ineficazes ou
tóxicos.

De acordo com Conceição et al (2020) a educação em saúde envolve uma


abordagem transdisciplinar levando em consideração as subjetividades e as
singularidades na esfera individual e coletiva com o intuito de melhorar a qualidade
de vida. Faz parte deste processo, atuar junto ao conhecimento dos indivíduos,
dando subsídios para que se tornem participantes ativos do processo de cuidar.
Aliando sabedoria popular e conhecimento científico, uma vez que o conhecimento
repassado deve ter relação com o cotidiano dos indivíduos. Com base nisto, é de
extrema importância os processos de educação em saúde para as pessoas
alcançarem um nível adequado de saúde é necessário que estejam cientes de suas
necessidades básicas, sabendo identificar fatores de risco e da mesma forma
conseguir intervir neles de maneira clara e concisa.

A educação em saúde se torna um dos pilares para a prevenção.

Gomes (2012) conta que, ao falar-se em prevenção, Ferreira (1986) explica


que “o termo ‘prevenir’ tem o significado de «preparar; chegar antes de; dispor de
maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize»” (Czeresnia, 2003: 4). E anos
mais tarde, Moreira (2005:13) afirma que “prevenir significa desenvolver atividades
que impeçam ou dificultem a chegada de determinada condição”, e alerta
para a necessidade de “conhecer os fatores precursores da mesma condição” de
modo a saber-se utilizar as estratégias mais corretas. Para o autor, “a valorização
da prevenção como estratégia foi acompanhada de evoluções no próprio conceito
de prevenção” (Moreira, 2005:12). Resumidamente, “a prevenção em saúde «exige
uma ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar
improvável o progresso posterior da doença» (Leavell & Clarck, 1976: 17)”, sendo
que as ações preventivas são orientadas para evitar o surgimento de doenças
específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações” (Ferreira,
1986).
Portanto, a educação envolvendo orientações e transferência de
conhecimentos e informações se faz extremamente importante na prevenção de
diversas doenças e patologias, pois uma boa atividade educativa pode atingir o
objetivo de evitar o inesperado antes mesmo da atividade de rastreio e detecção
precoce.

A educação em saúde também se faz presente no esclarecimento de


dúvidas, na quebra de tabus, desmistificações e em orientações sugeridas pela
medicina baseada em evidências.

A educação pode ser o início fundamental da prevenção, mas


independentemente de seus níveis e pode ser feita em quaisquer um deles, que, de
acordo com os cadernos de atenção primária, são classificadas em primária,
secundária, terciária e quaternária.

Portanto, pode-se perceber e entender a prevenção como a essência da


Atenção Primária à Saúde e como a chave da melhoria de saúde e do
funcionamento do Sistema Único de Saúde Brasileiro.

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde e


se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da
saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte
positivamente na situação de saúde das coletividades. Trata-se da principal porta de
entrada do SUS e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção dos
SUS, devendo se orientar pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, da
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da
humanização e da equidade. Isso significa dizer que a APS funciona como um filtro
capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos
mais complexos. No Brasil, a Atenção Primária é desenvolvida com o mais alto grau
de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das
pessoas. (BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. O
que é atenção primária? )
Secreção vaginal

As secreções, também chamadas de corrimentos, vaginais são bastante


frequentes nas mulheres, e saber identificá-las, e diferenciá-las quando são
fisiológicas e patológicas é de extrema importância, visto que em determinados
casos podem ser sinais de uma etiologia de infecção sexualmente transmissível
(IST).

As doenças causadoras de secreção são chamadas de doenças leucorréias,


onde se encontram as vulvovaginites e a cervicite.

Para cada uma delas existem diferentes características de secreção


(corrimento).

São elas, conforme a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e


Comunidade (2021):

As vulvovaginites, podendo ser causadas pela Vaginose Bacteriana,


Candidíase Vulvovaginal e a Tricomoníase. Sendo a tricomoníase a única IST deste
grupo.

E as cervicites, que, conforme o Departamento de Doenças de Condições


Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde podem
ser causadas pela Gonorréia e pela Clamídia. Em que ambas são Infecções
sexualmente transmissíveis.

Existem diferenças entre as secreções vaginais e essas são usadas como


base do diagnóstico clínico, sendo usadas também para diagnóstico diferencial
entre as patologias.

E o mesmo acontece com as lesões que acometem a região da vulva e da


vagina, que podem ter etiologia fisiológica com ausência de patologia como também
podem ter origem de alguma infecção patológica. E saber diferenciá-las pode
diminuir preocupações e ansiedades em relação à gravidade desse sinal.

Autoexame das mamas e prevenção do câncer de mama


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (2021) o Câncer de mama é,
dentre os tumores, o que mais acomete a população feminina brasileira e
representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas.
Também é o câncer que mais mata.

Também afirma que por isso cabe a grande importância de alertar as


mulheres e a sociedade sobre a importância fundamental da prevenção e do
diagnóstico precoce da doença.

E assim como qualquer doença, existem fatores de risco para seu


surgimento.

O termo "risco" é usado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta
a determinados fatores, ambientais ou hereditários, desenvolver uma doença. Os
fatores associados ao aumento do risco de se desenvolver uma doença são
chamados fatores de risco.

O Instituto Nacional do Câncer (2021) afirma também que o câncer de mama


não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco
de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva,
fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários.

Sabendo de seus fatores de riscos vinculados à genética que muitas das


vezes se faz “escondida” é importante realizar atividades preventivas para
viabilidade do diagnóstico mais precoce possível.

E com isso, deixa claro que as estratégias para a detecção precoce do


câncer de mama são o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com sinais
e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento (aplicação de teste ou exame
numa população sem sinais e sintomas sugestivos de câncer de mama, com o
objetivo de identificar alterações sugestivas de câncer e encaminhar as mulheres
com resultados anormais para investigação diagnóstica).

Nessa estratégia, destaca-se a importância da educação da mulher e dos


profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas suspeitos de
câncer de mama, bem como do acesso rápido e facilitado aos serviços de saúde
tanto na atenção primária quanto nos serviços de referência para investigação
diagnóstica. (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER,2021)

Com base nessas informações, é de extrema importância que a própria


mulher participe ativamente na detecção precoce dessa patologia, podendo ela,
conhecendo melhor seu corpo (incluindo suas mamas) identificar mudanças da
normalidade e a presença de alterações.

Portanto, o autoexame das mamas gerou certa divergência entre diferentes


fontes, sobre sua eficácia na forma em que era preconizado e padronizado.

O Instituto Nacional do Câncer (2021) afirma que na década de 1950, nos


Estados Unidos, o autoexame das mamas surgiu como estratégia para diminuir o
diagnóstico de tumores de mama em fase avançada. E ao final da década de 1990,
ensaios clínicos mostraram que o autoexame não reduzia a mortalidade pelo câncer
de mama. A partir de então, diversos países passaram a adotar a estratégia de
breast awareness, que significa estar consciente para a saúde das mamas
(Thornton e Pillarisetti, 2008).

Essa estratégia de conscientização destaca a importância do diagnóstico


precoce e busca orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das
mamas em diferentes momentos do ciclo de vida e os principais sinais suspeitos de
câncer de mama.

Portanto, chega-se a uma conclusão:

A orientação é que a mulher observe e palpe suas mamas sempre que se


sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em
outra situação do cotidiano), sem necessidade de aprender uma técnica de
autoexame ou de seguir uma periodicidade regular e fixa, valorizando a descoberta
casual de pequenas alterações mamárias suspeitas. É necessário que a mulher seja
estimulada a procurar esclarecimento médico, em qualquer idade, sempre que
perceber alguma alteração suspeita em suas mamas. O sistema de saúde precisa
adequar-se para acolher, informar e realizar os exames diagnósticos em tempo
oportuno. Prioridade na marcação de exames deve ser dada às mulheres
sintomáticas, que já apresentam lesão palpável na mama ou outro sinal de alerta
(INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2021)

Pois, a estratégia do diagnóstico precoce é especialmente importante em


contextos de apresentação avançada do câncer de mama.

Comunicação médico-paciente

Campos; Fígaro (2021) diz que o principal objetivo de um atendimento


médico é que a pessoa que o recebe tenha algum benefício para a sua saúde. Isto
pode ocorrer de diversas maneiras, por meio de medicações, orientações (sejam
elas preventivas ou terapêuticas) ou esclarecimentos de dúvidas. Para que qualquer
uma dessas ações ocorra, é necessário que exista alguma forma de relação
médico-paciente.

E afirmam ainda que essa relação tem sido alvo de críticas recentemente,
pois problemas de falta de entendimento por ambas as partes surgem com
frequência. É comum médicos se queixarem que pacientes não sabem dizer o que
têm ou não “obedecem” às orientações, independentemente das
características sociais destes. Pacientes esperam que seus médicos tenham uma
comunicação adequada e costumam se queixar de que seus médicos não os
ouviram ou que não entenderam o problema que têm.

Complementam ainda que, enquanto esta falha de princípio não for corrigida,
através de um olhar mais direcionado ao paciente, “convidando-o” a participar deste
processo, nunca saberemos qual tipo de efeito será gerado por uma orientação ou
prescrição.

Outra questão importante - e talvez ainda pior - é a ausência de


clareza de que haja qualquer paradigma sendo seguido. Esta questão é bastante
significativa, pois é preciso ter, no mínimo, consciência da forma como as coisas
estão sendo feitas, para que haja alguma possibilidade de modificar essa realidade
(CAMPOS; FÍGARO, 2021)
Conclui-se, portanto, a necessidade da boa comunicação, incluindo a
adequação de linguagem entre o médico e o paciente para que não haja margem
para dúvidas e consequentemente resultados indesejáveis. Uma particularização e
individualização da consulta é de extrema importância para essa boa relação
médico-paciente.

4.4 HIPÓTESES DE SOLUÇÃO

● Orientar sobre a importância da prevenção do câncer de mama e de colo de


útero;
● Explicar os diferentes tipos de IST´s e as suas diferentes manifestações;
● Ensinar sobre métodos contraceptivos, ciclo menstrual e gravidez na
adolescência;
● Informar da existência do PAISM.
● Mostrar sobre alimentação saudável e a prática de atividade física.
● Realizar Exame Clínico das mamas.

4.5 APLICAÇÃO À REALIDADE

A.V.V aderiu o acompanhamento com os acadêmicos e a aplicação da


realidade ocorreu através de educação em saúde, com medidas de orientação e
conscientização.
Em primeiro momento, informamos da existência do PAISM e da importância
desse programa para a saúde da mulher através de impressos sobre o programa.
Orientamos e conscientizamos a paciente sobre a importância da
prevenção do câncer de mama e de colo de útero através de impressos com
imagens.
Explicamos os diferentes tipos de IST´s e as suas diferentes manifestações
através de uma cartilha impressa.
Ensinamos sobre métodos contraceptivos, ciclo menstrual e gravidez na
adolescência através de uma mini palestra para a paciente.
Aplicamos por 2 vezes um teste impresso de verdades/ mitos sobre ISt’s ,
câncer de mama e câncer de colo de útero com o objetivo de verificar o aprendizado
da paciente.

Encaminhamos a paciente para a UBS com o objetivo de fazer o exame


clínico das mamas, visto que a mesma nunca tinha feito esse exame durante as
consultas.

Ademais, com o desenvolvimento dessas ações simples, podemos notar que


a paciente aderiu com maestria o acompanhamento dos acadêmicos e da equipe
multiprofissional, colocando em prática todas as propostas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, com o desenvolvimento desse estudo, espera-se que a paciente


esteja disposta a adaptar a sua realidade a fim de focar na prevenção, detecção
precoce e rastreamento das IST’s, do câncer de colo de útero e do câncer de mama
e que isso possa transformar sua realidade em vários aspectos, dando qualidade de
vida, e melhor saúde. Por último, podemos impactar positivamente, desenvolvendo
novos conhecimentos e aprendendo cada vez mais sobre a necessidade de parear
o saber científico com a prática clínica, tendo o arco de Maguerez voltado a nossa
atenção à realidade do paciente, o que nos proporciona uma experiência única e
positiva.

6. REFERÊNCIAS

1. BUENO, Emílio. Corrimento vaginal. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e


Comunidade. Disponível em: <https://www.sbmfc.org.br/corrimento-vaginal/>. Acesso em:
27/10/2021.
2. GOMES, Emiliana. Jornalismo de Saúde: Prevenir ou Remediar? Estudos em Jornalismo e
mídia, periódicos UFSC, Vol. 9, N 2, Julho a Dezembro, 2012.
3. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do Câncer, 2021. Detecção precoce. Disponível em:
<https://www.inca.gov.br/en/node/1208>. Acesso em: 27/10/2021
4. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do Câncer, 2021. Outubro Rosa: INCA lança campanha de
prevenção ao câncer de mama. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/imprensa/outubro-
rosa-inca-lanca-campanha-de-prevencao-ao-cancer-de-mama>. Acesso em: 27/10/2021
5. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do Câncer, 2021. Prevenção e fatores de risco. Disponível
em: <https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco>. Acesso em:
27/10/2021
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis, c2021. CORRIMENTOS. Disponível em: <
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/infeccoes-sexualmente-
transmissiveis/corrimentos>. Acesso em: 27/10/2021
7. CONCEIÇÃO, Dannicia. A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE
MUDANÇA SOCIAL. Brazilian Journal of Development, Vol 6, No 8, 2020. Disponível em:
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/15195. Acesso em: 01/11.
8. FERREIRA, Graziani Izidoro. Formação profissional em Saúde: aplicação do Arco de
Maguerez no processo de ensino-aprendizagem. Interface - Comunicação, Saúde, Educação
[online]. 2019, v. 23 [Acessado 22 Outubro 2021] , e180020. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/Interface.180020>. Epub 04 Abr 2019. ISSN 1807-5762.
https://doi.org/10.1590/Interface.180020
9. MELO, Manuela da Costa et al. Aprendizagem baseada na problematização: utilizando o arco
de Maguerez na graduação de enfermagem. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. 2016.
Disponível em: < https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5555855>
10. O QUE É ATENÇÃO PRIMÁRIA? Ministério da Saúde. Disponível em:
<aps.saude.gov.br/smp/smpoquee>. Acesso em 27/10/2021.
11. Campos C F C, Fígaro R.A Relação Médico-Paciente vista sob o Olhar da Comunicação e
Trabalho. Rev Bras Med Fam Comunidade. 2021;16(43):2352. Disponível em:
<https://doi.org/10.5712/rbmfc16(43)2352>. Acesso em 01/11/2021.
12. Mortalidade câncer de mama-INCA, Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-
cancer-de-mama/dados-e-numeros/mortalidade
13. BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Saúde integral da Mulher. Brasília, c2020.

Você também pode gostar