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RECURSOS ERGOGÊNICOS

Dr. Lucas Caseri Câmara


Médico, mestrando em Ciências (Fisiopatologia Experimental) – FMUSP. Especializado em
Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na Saúde, na Doença e no Envelhecimento – CECAFI –
FMUSP. Especializado em Fisiologia do Exercício – CEFE – UNIFESP. Especializado em Medicina
Estética – IBRAPE. Membro do corpo docente da Federação Paulista de Musculação (FEPAM).

INTRODUÇÃO:

A palavra “ergogênico” é derivada das palavras gregas “ergon” (trabalho) e


“gennan” (produção), geralmente significando a melhora ou aumento do potencial de
produção de trabalho. Desta forma um “recurso ergogênico” pode ser conceituado como
qualquer influência que possa afetar positivamente o desempenho esportivo ou que gere
aumento da capacidade fisiológica do organismo. Podem ser divididos em mecânicos,
farmacológicos, fisiológicos, nutricionais e psicológicos.
Recursos mecânicos podem ser exemplificados através de roupas, calçados, e
demais equipamentos esportivos (raquetes, bicicletas, luvas, entre outros) utilizados
como acessórios. Os farmacológicos, segundo a WADA (Word Anti Doping Agency),
podem ser classificados em sete grandes grupos segundo o objetivo da sua utilização:

1) Estimulantes
2) Narcóticos
3) Agentes anabolizantes
4) Diuréticos
5) Agentes mascaradores
6) Hormônios peptídicos e análogos
7) Betabloqueadores

Recursos fisiológicos são todos os recursos que utilizam o aprimoramento das


capacidades orgânicas e funcionais como recurso de melhoria do desempenho esportivo.
Podemos citar como exemplo o treinamento hipóxico ou em grandes altitudes para
melhorar os processos de carreamento e utilização de oxigênio.
Mais adiante trataremos dos recursos ergogênicos nutricionais (ver item 3 deste
capítulo: suplementos alimentares), que correspondem às estratégias alimentares
visando a melhoria do rendimento.
Recursos psicológicos incluem o treinamento com visualização mental
(treinamento imaginário), técnicas de relaxamento, hipnose e terapias, visando o
aumento da estabilidade psíquica e maior concentração durante as competições.
Visando cumprir os objetivos desta obra, nos ateremos apenas aos recursos
farmacológicos que visam melhoria do desempenho ou da construção corporal através
da utilização de fármacos e dos recursos nutricionais através da suplementação
alimentar. O objetivo principal deste capítulo não é fornecer “dicas” prontas sobre “o
que”, “como”, “quando” e “quanto”, mas sim apresentar um panorama geral do
conhecimento atual sobre os recursos ergogênicos para que o leitor possa assim
desenvolver sua capacidade crítica motivando-se na busca da atualização constante ou
do maior aprofundamento em determinado tema.

1. RECURSOS FARMACOLÓGICOS:

I - β2 agonistas:

São substâncias que estimulam os receptores β2 adrenérgicos através da


isoprenalina, epinefrina e norepinefrina. Estes receptores são encontrados no músculo
(esquelético, cardíaco e liso), fígado, tecido adiposo, terminações nervosas glândulas
salivares, mastócitos, além de atuarem como segundo mensageiro aumentando a
quantidade de AMP cíclico (AMPc). O estímulo destes receptores tem o objetivo de
causar broncodilatação (favorecendo a respiração), vasodilatação (aumentando o aporte
de oxigênio e outras substâncias, bem como removendo subprodutos tóxicos celulares),
aumento da saída e ligação intracelular de cálcio (favorecendo a contração muscular
com aumento de força e freqüência). Seu uso é considerado doping, exceto se o atleta
for portador de alguma doença que justifique o seu uso e em quantidades padronizadas.
São exemplos comuns, utilizados terapeuticamente em portadores de asma brônquica:
clembuterol, formoterol, salbutamol, salmeterol e terbutalina.
No fisiculturismo tem sido utilizado com objetivo de aumentar a taxa de utilização
de gorduras (aumento da mobilização) e de anti-catabolismo através de possível
aumento da síntese protéica. No entanto a observação dessa resposta “positiva”, bem
como as dosagens e os riscos de possíveis efeitos colaterais (mais comuns são sudorese,
taquicardia, enxaqueca, tremores, e agitação) são de caráter individual. Outros fatores
como a boa execução da dieta e do gasto calórico dos treinamentos ainda são mais
vantajosos que a utilização desta classe de drogas com finalidade de melhoria da
composição corporal.

II - Diuréticos:

Substâncias que promovem o aumento da eliminação de água secundária a uma


diminuição ou bloqueio da reabsorção de Sódio (Na+) nos túbulos renais. Existem
diferentes classes de drogas diuréticas, assim como :
• Inibidores da anidrase carbônica
• de alça
• Tiazídicos
• Poupadores de potássio
• Osmóticos

No entanto, apesar das classificações distintas, praticamente todos agem sobre a


reabsorção de sódio. Estes mecanismos podem ser acompanhados de três distintas
categorias: acompanhados da reabsorção de Cloro (Cl-), em troca de Potássio (K+), e em
troca de Hidrogênio (H+). Aumentando a excreção de sódio por mecanismo de osmose
ocorre a também maior eliminação de água.
O objetivo da utilização por atletas é a redução rápida do peso corporal, mesmo
que as custas da desidratação, pois há vantagens em competir em categorias de peso
mais baixas. Nas lutas (boxe, luta olímpica, judô, entre outras) onde as pesagens oficiais
são realizadas dias antes das competições há freqüentes relatos do abuso desta classe de
drogas. Outros esportistas também os utilizam para mascarar o uso de outras drogas
ilícitas, uma vez que a eliminação de água dilui a concentração das mesmas.
No Fisiculturismo, tem sido utilizada com objetivo de redução da quantidade de
água extracelular, melhorando a definição muscular em termos visuais (menor conteúdo
hídrico entre pele e músculo). No entanto, deve-se ressaltar que o equilíbrio hidro-
eletrolítico do organismo é bastante delicado e as concentrações iônicas são
extremamente bem reguladas. Qualquer desequilíbrio iônico mais importante pelo
abuso de diuréticos pode causar severos comprometimentos da homeostase de
diferentes órgãos (por exemplo o coração), resultando potencialmente em morte. Casos
de culturistas famosos que faleceram horas após a apresentação por severa desidratação
e parada cardíaca já foram descritos anteriormente. A correta execução da dieta, a
regulação da ingestão de sódio e a manutenção da homeostase hormonal são fatores
mais importantes objetivando a definição muscular visual do que a utilização desta
classe de drogas em estados “emergenciais” (e potencialmente fatais).

III – Carreadores de oxigênio:

Como o transporte de oxigênio depende do carreamento pelas células vermelhas


do sangue (eritrócitos), atletas têm utilizado diferentes formas de aumento do conteúdo
destas células para melhora do aporte sanguíneo muscular durante o exercício. Há
relatos de que atletas que treinam em altitudes elevadas objetivando aumento do
hematócrito realizam coleta de 20-30% de sangue para infusão posterior alguns dias
antes de competições intensas. Essa técnica geralmente está associada ao consumo de
substâncias que aumentam a captação, o transporte e a liberação de oxigênio, estando
entre seus exemplos o hormônio eritropoetina (EPO - sintetizado pelos rins), o RSR-13
(efeproxiral), a hemoglobina encapsulada e substancias perfluoroquimicas.
A utilização de EPO por atletas fundistas é considerada como “doping da moda”,
pois consegue melhorar o desempenho em até 15%. Os efeitos colaterais do aumento da
concentração de glóbulos vermelhos do sangue (elevação do hematócrito pela
hiperglubulia) podem se manifestar como entupimento da microvasculatura (acidente
vascular encefálico isquêmico, infarto do miocárdio). A sua utilização é hoje facilmente
detectada pelos comitês antidoping e seu uso como ergogênico é totalmente
desencorajado pelos riscos à saúde do atleta. Não há extensa literatura sobre o uso de
métodos para aumento do carreamento de oxigênio em Fisiculturistas.
IV - Estimulantes:

Com o objetivo de aumento da atividade cerebral (via aumento dos níveis de


adrenalina e dopamina), drogas estimulantes do sistema nervoso central têm sido
também utilizadas. Estas dividem-se basicamente em três tipos: simpaticomiméticos,
psicomotores e miscelânea (ex. cafeína, anfetamina, efedrina e cocaína).
A cafeína (excluída da lista de substâncias proibidas do COI em 2004) pode ser
encontrada em chás, refrigerantes a base de cola e no café, e seus efeitos principais são
o aumento da concentração e redução da fadiga através da estimulação central. Altas
doses podem promover efeitos adversos como insônia, irritabilidade e enxaqueca.
De modo semelhante, as anfetaminas também têm sido utilizadas objetivando a
redução da fadiga e melhora de reflexos e concentração. Terapeuticamente são usadas
como supressoras de apetite e no tratamento da narcolepsia. Além de poder causar
dependência química, esta classe de drogas quando utilizadas em altas dosagens pode
proporcionar aumentos exacerbados da pressão arterial e freqüência cardíaca,
aumentando significantemente o risco de eventos cardiovasculares graves.
Para aumento da oxidação de gorduras (“Fat burner”), uma substância
broncodilatadora com estrutura semelhante a das anfetaminas chamada de efedrina (e
seus derivados: pseudo-efedrina e fenilpropanolamina) tem sido de uso comum. Os
efeitos ergogênicos dessa classe de drogas são controversos e o aparecimento de efeitos
adversos são bastante freqüentes (palpitações, tremores, taquicardia, sudorese profusa).
Apesar dos seus potentes efeitos analgésicos e de euforia, a cocaína proporciona
mais efeitos deletérios a saúde e poucos efeitos ergogênicos, não sendo adequado o seu
uso em qualquer caso. O mais grave efeito adverso é a morte súbita, causada pela
exacerbada vasoconstrição associada ao aumento da pressão arterial e potenciais
arritmias cardíacas.
Há relatos que atletas utilizavam Cannabis com o objetivo de melhor socialização
e níveis de estresse, além de boa qualidade de sono (melhor descanso) em períodos pré
competitivos. No entanto, são mais descritos efeitos ergolíticos (piora de rendimento)
do que algum benefício ergogênico, caindo assim em desuso.
Em pequenas quantidades, o álcool pode ser um estimulante do sistema nervoso
central (aumento da confiança), mas em dosagens mais altas causa depressão do mesmo.
Contrabalanceando esta potencial vantagem, o álcool causa lentificação de reflexos,
redução da concentração, redução da coordenação motora e aumento da diurese
(desidratação) A utilização é proibida em competições oficiais.

V – Agentes anabólicos:

Basicamente são as substâncias que promovem o aumento do anabolismo sobre o


catabolismo, seja estimulando o primeiro ou reduzindo o segundo. As substâncias mais
conhecidas e de destaque neste grupo são os hormônios, liderados pelos esteróides
anabólicos androgênicos. Os objetivos e usos desta classe serão descritos mais
detalhadamente na sessão seguinte deste capítulo (ver 2: Hormônios).
2. HORMÔNIOS:

Hormônios são “mensageiros químicos” produzidos fisiologicamente em


pequenas quantidades pelas glândulas endórinas, e que vão agir na própria célula (ação
autócrina) onde foram produzidos, ou em algum órgão alvo distante deste local de
produção (ação parácrina).
A capacidade da célula alvo de responder a determinado hormônio depende em
grande parte da presença de receptores protéicos específicos em sua membrana ou em
seu interior, aos qual este hormônio poderá fixar-se.
No geral, as respostas fisiológicas induzidas pela ação hormonal podem resumir-
se em: 1) Aumento da atividade enzimática; 2) Aumento da permeabilidade celular; 3)
Aumento da síntese de compostos celulares (ex. proteína); 4) Aumento de secreção; e 5)
Contração e relaxamento muscular. O sistema hormonal trabalha regulado por
mecanismo de feedback, ou seja, toda vez que a concentração de determinado hormônio
atinge um limite há estímulos para inibição da sua produção pela glândula.
Podem ser divididos em duas categorias principais, os esteróides (ex. testosterona)
e os não-esteróides (ex. hormônio de crescimento – GH).
O mecanismo de ação dos hormônios esteróides e tireoidianos (T3, T4) se dá pela
ligação com receptores nucleares para indução de ativação gênica e/ou síntese protéica
(Figura 1).

Figura 1: Mecanismo de síntese protéica através da estimulação por hormônio


esteróide. DNA (Ácido desoxirribonucléico), RNA-m (Ácido ribonucléico mensageiro).

Os hormônios peptídicos (não-esteróides) agem por mecanismo diferente. Estes


encontram seus receptores de ligação já no citoplasma, não adentrando ao núcleo
celular, e esta ligação com os receptores citoplasmáticos ativa uma cascata de processos
bioqímicos que irão culminar na ação hormonal desejada (ex. síntese protéica).
Dentre os hormônios esteróides podemos destacar três categorias:1) estrogênios e
progestagênios (que conferem características feminilizantes); 2) androgênios
(características masculinizantes); e, 3) corticosteróides (propriedades anti-
inflamatórias). Destes, os mais utilizados como recurso ergogênico são os androgênios,
como veremos mais detalhadamente a seguir.
I - Esteróides anabólicos androgênicos (EAA):

São compostos químicos derivados da testosterona, o hormônio masculino. Esta,


foi isolada primariamente em 1935, passando a ser utilizada como recurso ergogênico
em meados da década de 50.
A testosterona é responsável principalmente pelo desenvolvimento dos caracteres
sexuais secundários masculinos e maturação do esperma, pela promoção da biossíntese
de proteínas e catabolismo de gorduras, e pela regulação (inibição por mecanismo de
feedback) do ciclo regulador gonadal.
Ela possui propriedades (indissociáveis) anabólicas e androgênicas. Assim, quanto
maior a capacidade androgênica do esteróide, maior será também sua capacidade
anabólica, no entanto, aumentam também as taxas de possíveis efeitos colaterais do seu
uso (ver efeitos colaterais, mais adiante neste capítulo).
Outros efeitos, assim como a hepatotoxicidade e características antigonadotróficas
(aromatização) também fazem parte da farmacologia deste hormônio.
Portanto, para que se possa conhecer melhor a segurança da utilização de um
esteróide anabólico, se faz necessário o cálculo do seu índice terapêutico (Figura 2).

Figura 2: Propriedades dos esteróides e conceito de índice terapêutico.

Dos esteróides orais, o que possui melhor índice terapêutico e bastante utilizado
em mulheres é a Oxandrolona. Entre os esteróides injetáveis o Decanoato de
Nandrolona é o que possui melhor índice. Os esteróides orais possuem mais
propriedades hepatotóxicas e androgências que esteróides injetáveis. Ambos
(Oxandrolona e Decanoato de Nandrolona) encontram-se disponíveis no Brasil, e por
esse motivo têm sido empregados rotineiramente como terapêutica em diversas doenças
ou condições adversas de saúde (Sarcopenia, Hipogonadismo, Neoplasias, AIDS,
queimados, osteoporose, fraturas e pós-opoeratórios ortopédicos com imobilização
prolongada, entre outros).

Como efeitos positivos da utilização dos EAA temos:

• Aumento de força e resistência muscular


• Aumento de volume muscular (conteúdo protéico, glicogênio e água)
• Redução dos processos catabólicos
• Aumento do fluxo sanguíneo em território muscular e conseqüente melhor
suprimento de nutrientes e remoção de subprodutos metabólicos tóxicos
• Aumento do número de hemácias e conseqüente aumento do aporte de
oxigênio ao nível celular
• Aumento da disponibilidade de ácidos graxos livres como fonte energética
• Aumento do metabolismo basal, contribuindo para melhor emagrecimento
com preservação da massa muscular magra
• Melhora do raciocínio, da concentração e da atenção em treinamentos
intensos
• Aumento da auto-estima e confiança, pela melhora da auto imagem
• Maior resistência a dor, rompendo barreiras em treinamentos e provas
muito intensas
• Maior agressividade e intimidação pelo aspecto físico, bastante úteis em
esportes de luta

No entanto, diversos efeitos colaterais também são descritos:

• Acne.
• Tumores hepáticos, peliose hepática, icterícia, cirrose e carcinoma
hepático.
• Alterações prejudiciais do colesterol, com diminuição de HDL e aumento
de LDL.
• Retenção de líquido com edemas, e aumento da pressão arterial sistêmica.
• Aumento da oleosidade da pele.
• Hirsutismo (pelos e barba, irreversíveis nas mulheres)
• Calvície, principalmente pelos derivados da DHT.
• Hipertrofia do clitóris.
• Alteração de ereções.
• Danos irreversíveis ao feto.
• Arritmias cardíacas.
• Aumento de risco de doença coronariana e eventos vasculares (infarto,
acidente vascular encefálico).
• Fechamento precoce das cartilagens de crescimento
• Hipertrofia prostática e conseqüente maior dificuldade para urinar.
• Esterilidade por atrofia dos testículos e hialinização dos túbulos
seminíferos.
• Sudorese abundante nas pernas e nos pés.
• Hemorragia intra-abdominal.
• Comportamento agressivo e anti-social.
• Dores gástricas (gastrite).
• Choque anafilático.
• Ginecomastia (tratamento cirúrgico se irreversível).
• Lesões e cálculos renais.
• Aumento das lesões de ligamentos e tendões, às vezes grave(cirurgia).
• Cãibras.
• Cefaléia grave (enxaqueca).
• Hálito insuportável.
• Sangramento nasal.
• Necessidade frequente de urinar (no homem).
• Insônia.
• Fadiga.
• Ciclos menstruais anormais , amenorréia e anovulação.

Assim, para que se possa minimizar os riscos de aparecimento de efeitos


adversos, antes, durante e depois do uso de esteróides, é imprescindível o
acompanhamento clínico, laboratorial, e de imagenologia. Alguns exames
solicitados pelo profissional médico podem melhor nortear o uso desta classe de
fármacos dentro de limites seguros para a saúde, bem como interromper o uso em
alguns casos. O custo dos ciclos, não deve se limitar ao custo das drogas em si,
sendo necessárias outras avaliações para maior segurança e controle clínico.
Alguns exames são rotineiramente solicitados como parte do screening
(mapeamento) necessário para início de qualquer prescrição em um indivíduo
adulto:

• Hemograma
• Glicemia
• PSA (homens)
• Espermograma (homens)
• Colesterol total/frações, Triglicérides
• LH, FSH, Testosterona livre e total
• T3,T4,T4 livre,TSH
• Estradiol
• IGF-1 e GH
• Testosterona total e livre
• Urina tipo I
• Uréia, Creatinina, Ácido úrico
• TGO, TGP, GGT
• Sorologia para HIV e Hepatites
• Ergoespirometria, eletro e ecocardiograma
• Ultrassonografia de abdome (incluindo próstata em homens, e incuindo pélvico
em mulheres) e de tireóide.

Os esteróides anabólicos podem ficar, dependendo da sua composição (base


oleosa) até 18 meses ainda detectáveis na circulação. Esteróides orais ou em base
aquosa possuem menor tempo de permanência, no entanto possuem também maior risco
de possíveis efeitos adversos a saúde (Figura 3).
Figura 3: Tempo de permanência de diferentes tipos de esteróides anabólico
androgênicos no organismo.

O desconhecimento dessas propriedades já promoveu testes positivos de anti


dopagem, com severos prejuízos a carreira de muitos atletas olímpicos. Os erros mais
comuns durante a administração dos EAA, que aumentam os riscos de potenciais efeitos
colaterais são apresentados na Figura 4.

Figura 4: Lista de erros mais comuns durante a administração exógena de esteróides


anabólico androgênicos.

II - GH

GH ou “growth hormone” (hormônio do crescimento) é um composto peptídico


que é sintetizado, armazenado e secretado de maneira pulsátil através de uma
diversidade de estímulos, pela adeno-hipósise.
Sono e exercício são os maiores estímulos fisiológicos da secreção deste
hormônio. Tem sido descrito que o GH possui uma série de funções benéficas (Figura
5), do crescimento em si, incluindo: a renovação de tecido ósseo, muscular e colágeno
ao longo da vida; e, regulação de diversos aspectos metabólicos, incluindo aumento do
metabolismo de gorduras e melhor manutenção de boa composição corporal em idades
mais avançadas.
Figura 5: Benefícios ergogênicos do hormônio de crescimento.

Até 1985, o GH era extraído de lisados de hipófise de cadáveres, no entanto,


atualmente sõ produzidos via manipulação genética. Ainda não são detectados com
muita freqüência em exames anti dopagem, porém, com o desenvolvimento rápido da
biologia molecular já é possível se ter “grande suspeita” do seu abuso.
No Fisiculturismo têm sido droga de escolha entre ou durante os ciclos de EAA.
A administração durante, é com objetivo de potencialização dos efeitos dos esteróides e
como droga de efeito lipolítico. Nos intervalos este objetivo aponta para a manutenção
da massa muscular adquirida com o uso dos EAA, mantendo a associação dos efeitos
lipolíticos desta droga. A literatura ainda não compreende bem os mecanismos pelos
quais o GH promove aumento de massa e efeito lipolítico, mais ainda se estiver em
combinação com diversas formas de exercício e dieta.
O custo da droga para ser utilizada em períodos curtos (4-8 semanas) ainda é
muito elevado, especialmente se for em função da análise de “custo x efeito”. Muitos
atletas, que já mantém baixo percentual de gordura não observam ganhos
extraordinários em termos de aumento de massa magra ou de redução de tecido adiposo.
A dieta adequada associados ao aumento do gasto calórico pelos exercícios ainda
parecem ser os melhores recursos.
O uso prolongado e em altas dosagens pode produzir diversos riscos a saúde
(Figura 6).

Figura 6: Riscos potenciais a saúde com o uso prolongado e em altas dosagens do


hormônio de crescimento.
III - Insulina

Hormônio fisiologicamente produzido pelo pâncreas, que é secretado quando há


aumento da glicemia plasmática, ou sob efeito da estimulação de hormônios tireóideos.
A função insulina é carrear a glicose plasmática para dentro das células (efeito
hipoglicemiante), mantendo a homeostase da glicemia juntamente com o hormônio
glucagon (efeito hiperglicemiante).
Existem vários tipo de Insulina exógena (lispro, aspart, regular, NPH, lenta, ultra-
lenta, glargina), que possuem diferentes tempos de absorção, início, pico e duração da
ação hormonal. São utilizadas rotineiramente no tratamento do Diabetes.
A insulina regular tem ação de início rápido (30 minutos), faz pico de
concentração plasmática em 1-4 horas, e mantém seus efeitos por até 8 horas. Lispro e
Aspart tem efeitos semelhantes a insulina regular, porém com picos mais semelhantes
aos fisiológicos após refeições. A NPH (intermediária) tem ação de início um pouco
mais lento (1 hora), faz pico de concentração plasmática em 3-12 horas, e mantém seus
efeitos por até 24 horas. Insulina Ultra-lenta tem início da sua ação em 4 horas
aproximadamente, compico plasmático de 8-24h, e duração dos seus efeitos até 28h. Por
último, a Glargina, que apesar do seu alto custo, com apenas uma dose diária
proporciona um nível basal regular de insulina ao longo de todo o dia.
Outro fator na administração destas drogas, se extrema importância, é a
resistência ou sensibilidade individual a insulina, devendo as doses serem
progressivamente e cuidadosamente ajustadas e em conjunto com os carboidratos da
dieta.
Há relatos que objetivando aumento do carreamento de glicose para dentro da
célula muscular, fisiculturistas tem utilizado este hormônio exógenamente. No entanto,
vale ressaltar que não há estudos mostrando que o aumento da concentração de insulina
plasmática exerce efeito adicional no carreamento de glicose intramuscular e
conseqüente formação de glicogênio, comparativamente ao pico fisiológico promovido
pela simples ingestão de carboidratos. Outro fator que deve ser mencionado é o da
complexidade da administração e ajustes das doses dos diferentes tipos de insulina, na
qual erros podem causar hipoglicemia, levando potencialmente ao coma hipoglicêmico
e morte caso não seja rapidamente corrigida a alteração hormonal. Pelos riscos
potenciais e pela ainda ausência de evidência científica do seu efeito ergogênico, o uso
desta classe de drogas sem acompanhamento médico, e na ausência de distúrbios que
justifiquem o seu uso (Ex. Diabetes) é totalmente desaconselhado.

IV - Pré-Hormônios

São substâncias intermediárias que se convertem no hormônio desejado


(testosterona). São exemplos destes: androdiol, androstenediona, norandrostenediona.
Não são preferíveis aos esteróides anabólico androgênicos, ao contrário do que muitos
pensam, pois apesar de aumentar as taxas de produção hormonal, a taxa de conversão
em metabólitos ativos é bastante baixa (Androstenediol – 15%; Androstenediona – 6%;
Norandrostenediona – 5%). Além disso, pré-hormonais apresentam os mesmos riscos
dos esteróides orais (maior hepatotoxicidade e efeito androgênico). Inclui-se nesta
categoria também o DHEA (diidroepiandrosterona), que tem sido bastante utilizado pela
medicina anti-aging, pelos seus supostos efeitos positivos em alterações decorrentes do
envelhecimento.
3. SUPLEMENTOS ESPORTIVOS:

A velocidade da transmissão das informações no mundo globalizado, somado ao


aumento do surgimento de novos suplementos, tem dificultado a atualização de
praticantes e atletas sobre a veracidade das propagandas oferecidas pelos produtos e sua
real validade científica.
Segundo Kleiner (2003) mais de 45 milhões de dólares são gastos anualmente em
valores crescentes por praticantes de exercícios e atletas com suplementação alimentar.
Um levantamento feito pelo CDC norte-americano (Centers for Disease Control and
Prevention – Centros de controle e prevenção de doenças) apontou que mais de 60%
dos entrevistados utilizavam algum tipo de suplemento. Apesar de não podermos negar
a alta prevalência da utilização e comercialização de suplementos atualmente, seu uso
ainda causa polêmica.
A corrente de pensamento que não aceita a suplementação como algo necessário,
frequentemente faz alegações como: 1) inexatidão de informações sobre o conteúdo dos
produtos; 2) potencial inclusão de substâncias não permitidas pelas entidades esportivas
(doping), passíveis de gerar severos comprometimentos para o atleta; 3)
desconhecimento sobre potenciais malefícios a longo prazo (uso ininterrupto e por anos
consecutivos); 4) carência de real comprovação científica quanto a sua eficácia no caso
de suplementos recém lançados (e alguns casos até alguns bem antigos); 5) similaridade
de necessidades entre atletas e indivíduos sedentários (diferindo apenas na maior
quantidade da alimentação necessária) suprimento de tais necessidades sem o uso de
suplementos; entre outros questionamentos.
Por outro lado, aqueles que são fervorosamente a favor do uso de suplementos
frequentemente os apresentam como a solução para os problemas da humanidade. Os
argumentos de maior destaque são : 1) ninguém se alimenta adequadamente nos dias de
hoje; 2) é impossível conseguir todas as necessidades de praticantes de atividade física
ou atleta (que têm necessidades diferentes da população sedentária); 3) os suplementos
contém nutrientes “essenciais” ou “puros”, sem contaminantes (ou qualquer substância
nociva), além de ser livre de fatores indesejados para a saúde (por exemplo a gordura
saturada das carnes); entre outros.
Nem para um lado, nem para outro, cabe aqui entender que suplementos
alimentares não são “bons” nem “ruins” (em alguns casos, contra algumas alegações
infundadas e aterrorizadoras, poderíamos dizer que também não são “maus”!).
Suplemento é suplemento, ponto (experimente deixar um pote de qualquer coisa em
cima da sua estante por anos a fio, ele provavelmente não matará nem causará qualquer
malefício para você ou qualquer outro ao redor!). Não seria de bom senso que
indivíduos substituíssem integralmente sua dieta por suplementos, assim como também
não é de bom senso que sejamos radicais contra o seu uso.
Desta forma, a suplementação deve ser utilizada nos casos em que as reais
necessidades nutricionais não consigam ser supridas pela dieta ou como ferramenta
prática na vida diária. Assim, é importante lembrarmos que: 1) nem todas as pessoas
gostam ou toleram (quantidade e qualidade) alguns alimentos essenciais; 2)
freqüentemente encontramos agendas atribuladas ou impossibilidade de preparo dos
alimentos no momento adequado (como por exemplo, os que treinam na hora do
intervalo de almoço); 3) quando há a necessidade de alguma (geralmente pequena)
vantagem competitiva, na qual um pequeno auxílio já se tornaria muito eficiente.
Por tais motivos, aquele que desejar melhorar a sua alimentação (seja por saúde,
desempenho ou estética), deve procurar um profissional capacitado para prescrições e
orientações corretas e individualizadas.
Algumas pessoas restringem a alimentação como única e maior fonte de prazer na
vida, outras também o fazem pelo lado oposto e apenas “comem” o que deve ser
comido (sem nenhum prazer), sendo as duas formas incorretas. Um bom profissional
sabe dar as diretrizes para que se saia da satirizadas, restritas, e muitas vezes incorretas
e desbalanceadas, dietas freqüentemente utilizada no “mundo do Fisiculturismo”. Isso
significa dizer que podemos ir além de apenas filé de peito de frango, atum em água,
clara de ovo, batata doce, arroz e macarrão integral, tudo sem sal, sem qualquer
tempero, e sem nenhuma graça!
Para minimizar a confusão entre o bombardeio de marketing de suplementos e a
sua real eficácia científica, alguns autores têm proposto diferentes formas de
classificação. Assim, a que tem sido utilizada em posicionamentos de entidades de
renome internacional como a American Dietetic Association, Dietitians of Canadá, e
American College of Sports Medicine, divide os suplementos em quatro categorias
principais:

1) “CUMPREM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”: o suplemento


encontra-se de acordo com as qualidades anunciadas pelo fabricante, com bom número
de estudos comprovando seus efeitos.

2) “POSSIVELMENTE DE ACORDO COM AS PROMESSAS DA


PROPAGANDA”: as informações até o momento são promissoras, mas ainda carecem
de maior volume de estudos comprobatórios.

3) “NÃO CORRESPONDE AO ANUNCIADO PELA PROPAGANDA”:


possuem resultados controversos, eventualmente com presença de efeitos negativos.

4) “POTENCIALMENTE NOCIVO, OU ILEGAL”: não devem ser utilizados por


não ter efeito vantajoso e ainda são potencialmente nocivos a saúde.

Segundo estas entidades esportivas, esta classificação não é estática.Os


suplementos podem perfeitamente sofrer mudanças de categoria conforme avança o
campo da pesquisa, devendo, portanto, atletas e profissionais manterem-se atualizados a
esse respeito.
Nesse aspecto, devemos ressaltar o fato de que avaliar a influência da utilização
de determinado suplemento na melhora do resultado esportivo em atletas é bastante
complicado. As mudanças ou variações a serem observadas (percentual de melhora) são
de pequena magnitude, necessitando assim de um número muito grande de avaliados, o
que não têm sido observado nos trabalhos, podendo assim não corresponder às reais
conclusões dos estudos. Outro fator é que a dimensão dos resultados é multifatorial, o
que dificulta a atribuição a um único fator (no caso, o suplemento estudado), se
eventualmente algum outro fator componente prejudicar os resultados do desempenho
em determinada ocasião específica.
Por último, atletas de elite são uma população específica, cuja melhora do
desempenho promovido por determinado recurso ergogênico talvez não seja tão
significante assim. Não obstante, no caso de população fisicamente ativa ou sedentários,
estas melhoras podem ser muito bem vindas.
Como bem colocado por Lowery (2009), temos que ser “céticos” e não “cegos”.
Devemos ter em mente que “ausência de evidência (científica)”, não significa
“evidência de ausência” se ainda não foi estudado devidamente. Não se pode dizer
“sim” ou “não” para eficácia ou falácia de algum recurso. A melhor resposta talvey seja
simplesmente “ainda não se sabe”, cabendo a nós, portanto sermos bons observadores e
atualizar-nos constantemente.
Corroborando o posicionamento das citadas entidades esportivas, Kleiner (2009)
coloca alguns suplementos em categorias diferente das encontradas, pois embora alguns
suplementos não promovam melhoras do rendimento esportivo, são benéficos para
aquisição de força e massa muscular em praticantes de musculação.

A seguir alguns suplementos classificados:

1) “CUMPREM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”:

• creatina
• cafeína
• bebidas esportivas, géis e barras
• bicarbonato de sódio
• suplementos de proteínas e aminoácidos

2) “POSSIVELMENTE DE ACORDO COM AS PROMESSAS DA


PROPAGANDA”:

• arginina
• beta alanina
• glutamina
• BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada)
• carnitina
• carnosina
• CLA (ácido linoléico conjugado)
• coenzima q10 (ubiquinona)
• hmb (beta-hidroxi-metil-butirato)
• triglicerídos de cadeia média
• glicerol
• n-acetilcisteína
• fosfatidilserina
• sulfato de glicosamina e sulfato de condroitina
• colostro
• ribose
• taurina
3) “NÃO CORRESPONDE AO ANUNCIADO PELA PROPAGANDA”:

• aminoácidos
• inosina
• triptofano
• picolinato de cromo
• piruvato
• água oxigenada
• vanádio
• zinco e magnésio

4) “POTENCIALMENTE NOCIVO, OU ILEGAL”:

• pólem de abelha
• dimetilglicina (vit b15)
• andostenediona
• gamabutirolactona (gbl)
• esteróis de plantas
• DHEA (dehidroepiandrosterona)
• 19-norandrostenediona
• 19-norandrostenediol
• outros esteróides anabólicos
• estricnina
• GH
• cocaína

Seguindo a mesma classificação, algumas ERVAS utilizadas como suplementos:

1) “CUMPREM AS PROMESSAS DA PROPAGANDA”:

• buchu
• fo-ti
• guaraná
• mate

2) “POSSIVELMENTE DE ACORDO COM AS PROMESSAS DA


PROPAGANDA”:

• ciwudia
• equinácea
• chá verde
3) “NÃO CORRESPONDE AO ANUNCIADO PELA PROPAGANDA”:

• bardana
• canaigre
• citrus aurantium
• coleus forskohlii
• cordyceps
• damiana
• gotu kola
• hoodia
• palmeto
• tribulus terrestris

4) “POTENCIALMENTE NOCIVO, OU ILEGAL”:

• efedra (ma huang)


• ginseng
• pau d’arco
• sassafrás
• casca de salgueiro branco
• ioimbé

Vale ressaltar que estas classificações apenas abordam os aspectos relacionados


ao rendimento esportivo e da mudança de composição corporal (aumento de massa
magra e redução do percentual de gordura) de atletas, não significando que alguns
suplementos classificados não atuem com maestria em diferentes condições de saúde e
doença em indivíduos não-atletas.

Como aspectos práticos, rotineiramente temos observado a utilização de


suplementos na seguinte sequência:

• Café da manhã e Pós-treino: Carboidratos de absorção rápida (por exemplo


Dextrose) associados a Proteína de digestão rápida (proteína isolada). O objetivo
pretendido com esta utilização é o mais rápido fazer cessar os processos catabólicos
(jejum da noite, estresse do treinamento). Os carboidratos de alta absorção elevam os
valores de insulina plasmática (pico de insulina), colaborando para o carreamento de
aminoácidos essenciais e glicose para dentro das células musculares em sofrimento.

• Lanche da manhã, lanche da tarde, pré-treino e ceia: Proteína de digestão


lenta (Proteína do soro do leite, caseína, whey micelar), podendo nos lanches ser
associado a utilização de carboidratos de absorção média (por exemplo Maltodextrina).
O objetivo aqui difere do item anterior, já que fora dos períodos de catabolismo mais
acentuado não é desejada a ocorrência de elevação da insulina plasmática. Assim, com
baixas taxas de insulina associadas à menor velocidade de digestão e absorção de
proteínas e carboidratos, teríamos uma maior duração da fonte energética para a
manutenção das atividades diárias, sem catabolismo acentuado.

• Polivitamínico (de preferência com minerais e antioxidantes): este visa melhor


adequar as necessidades de micronutrientes do praticante, suprindo as deficiências
dietéticas. Geralmente são utilizados os preparados comerciais (exemplo: Supradyn®,
Stresstabs®, Supla-z®, Centrum®, entre outros) ou fórmulas manipuladas.

Para uma adequada distribuição das calorias e necessidade de uso de


determinados suplementos visando atingir os objetivos pretendidos (Hipertrofia,
emagrecimento, manutenção do peso, saúde), se faz necessária a avaliação clínica e
orientação de um profissional qualificado, a fim de que as dosagens se encontrem
dentro de limites seguros para a saúde.
Muitos estudos apontam que não há benefícios adicionais em manter-se a
quantidade protéica da dieta acima de 2g/kg, a não ser em casos mais específicos (dieta
pré competição, onde aproximadamente chega-se em 2,5g/kg). Desta forma, uma pessoa
de 80 kg (necessitando de 160g-240g de proteína) alimentando-se de 200g de filé de
frango (ou outra carne magra, correspondendo a dois filés médios) no almoço e no
jantar, dois ovos cozidos pela manhã e um sanduíche de peito de peru com queijo
branco no meio da tarde e no meio da manhã, atinge aproximadamente 180g de
proteína, restando pouca necessidade de utilização de suplementos (ficando para os
casos específicos de aumento de ingestão protéica).

Exemplo:

Alimento Quantidade de proteína (g)


4 filés médios de frango grelhado (400g) 118,6
2 ovos caipiras cozidos 16
4 fatias de pão integral 9,4
60g de peito de peru defumado 12,6
4 fatias pequenas de queijo minas (100g) 26,6
Total 183,2
Fonte: Avanutri – Sistema de Avaliação Nutricional (software), versão 4.5.111.

Com a maior importância das farmácias de manipulação no cenário comercial


atual, também tornou-se possível a elaboração de formulações de suplementos
utilizando dosagens e combinações por vezes não encontradas em produtos prontos.
São exemplos destas formulações:

“Fórmula Alta Performance Pré-Treino”

Creatina 5000mg
Glutamina 1000mg
Vitamina C 500mg
L-Isoleucina 600mg
L-Leucina 600mg
L-Valina 800mg
L-Arginina 500mg
L-Glicina 250mg
Metionina 250mg
Coenzima Q10 20mg
Aspartato de Magnésio 150mg
Aspartato de Potássio 150mg
Shake sem Carboidratos

*Fonte: Referência 21.

“Fórmula Alta Performance Pós-Treino”

Glutamina 1000mg
Vitamina C 500mg
L-Arginina 1000mg
L-Ornitina 500mg
L-Lisina 300mg
Aspartato de Magnésio 150mg
Vitamina B1 20mg
Vitamina B2 5mg
Vitamina B6 20mg
Vitamina B12 100mcg
Shake sem Carboidratos

*Fonte: Referência 21.

“Complexo Pró-Termogênese”

Colleforin® 500mg
Citrus Aurantium 700mg
Cafeína 200mg
Salix Alba 200mg
Gengibre Extrato Seco 200mg
Bioperine® 30mg
Ioimbina 3mg

*Fonte: Referência 21.

“Complexo Adulto Saudável”

Vitamina A (retinol e betacaroteno) 750 UI


Vitamina D3 100 UI
Vitamina E 20 UI
Vitamina K1 30 mcg
Vitamina B1 1,5 mg
Vitamina B2 0,5 mg
Vitamina B3 (niacinamida) 5 mg
Vitamina B5 5 mg
Vitamina B6 1 mg
Vitamina B12 15 mcg
Ácido Fólico 150 mcg
Biotina 100 mcg
Vitamina C (revestida) 60 mg
Magnésio (quelado) 30 mg
Cálcio (quelado) 50 mg
Trifosfato de Cálcio 20 mg
Zinco (quelado) 5 mg
Cobre (quelado) 0,3 mg
Selênio (quelado) 20 mcg
Manganês (quelado) 0,3 mg
Cromo (quelado) 50 mcg
Cloreto de Potássio 5 mg
Molibdênio (quelado) 10 mcg
Silício (forma vegetal-Equisetum ext.) 20 mg
Boro (quelado) 0,5 mg

*Fonte: Referência 21.

“Fórmula Fitoterápico Emagrecedor”

Caralluma Fimbriata 500 mg


Centella Asiática Extrato Seco 100 mg
Cavalinha Extrato Seco 100 mg
Alcachofra Extrato Seco 100 mg
Fucus Vesiculoso Extrato Seco 100 mg
Spirulina 100 mg
Maracujá Extrato Seco 100 mg
Carqueja 100 mg
Cáscara Sagrada Extrato Seco 100 mg

*Fonte: Referência 21.

“Fórmula Fitoterápico Diurético”

Carqueja Extrato Seco 120 mg


Cavalinha Extrato Seco 120 mg
Centella Asiática Extrato Seco 120 mg
*Fonte: Referência 21.

CONCLUSÃO:

A utilização de recursos ergogênicos pra melhoria do desempenho esportivo ou


para fins estéticos é uma ferramenta muito útil nas mãos de profissionais habilidosos,
podendo ser uma arma letal para aqueles que não dominam bem suas propriedades.
Vale ressaltar mais uma vez a importância do acompanhamento clínico e
nutricional para aqueles que pretendem grandes alterações de composição corporal ou
que se enquadrem nas elites esportivas, a fim de que todas as necessidades dietéticas,
utilizando ou não os recursos ergogênicos, sejam adequadamente contempladas.
Em se tratando de fins estéticos ou de desempenho, vale lembrar que estes
recursos são apenas a “ponta do iceberg”, podendo ser utilizados quando necessários
após otimização de todos os outros fatores. Esta estratégia corresponde a
aproximadamente um quinto dos fatores que possivelmente influenciam a hipertrofia
muscular (treinamento, descanso, nutrição, genética, e recursos ergogênicos), e a
inadequação no manejo dos fatores supra citados não serão supridos ou consertados
unicamente por tais recursos no alcance do objetivo (estético ou de desempenho).
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Disponível em: www.pharmaciaessentia.com.br, acesso em: 12/01/2010, 12:01h.

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