• Pré-História – 3 fenômenos: sonhos, morte e delírios (ou experiências de
êxtase); Animismo; Ontogênese repete a Filogênese (Piaget e Wundt).
Período cosmológico:
• Medicina grega: Asclepíades e o poder da sugestão associada ao
universo das práticas mágicas e mitológicas; Alcmeão e o início da abordagem naturalista e holística do processo saúde-doença; Hipócrates e a teoria psicossomática dos humores em proximidade à concepção de Empédocles das quatro substâncias e dos princípios de amor e ódio.
• Matemática: Egito e o uso prático da matemática; Grécia e o advento da
teoria matemática; a matemática como linguagem do pensamento filosófico; Tales de Mileto, a arque como elemento natural (advento da corrente naturalista entre os pré-socráticos) e a previsão de um eclipse; Pitágoras e a concepção da arque como número (elemento formal ou imaterial), advento da corrente místico-religiosa entre os pré-socráticos.
• Atomismo: Demócrito e Leucipo concebem a realidade constituída por
pequenas partículas materiais invisíveis (átomo); a percepção é explicada pela recepção de feixes de átomos pelos órgãos dos sentidos, átomos que transmitem as mesmas características dos objetos de onde se originam (tese da percepção pela semelhança); em oposição, Anaxágoras de Clazômena postula a ideia de que a percepção se produz por contraste, antecipando o princípio de figura-fundo proposto pela Psicologia da Gestalt.
• Eleatismo: tem Parmênides como grande representante, coloca a tese
da oposição entre essência formal e aparência material; Zenão e a tese da ilusão perceptiva do movimento.
Período Niilista:
• Sofistas: Niilismo – ou não há uma verdade absoluta ou ela nos é
inacessível; Protágoras e a tese de que o Homem é a medida de todas as coisas. Advento do humanismo na filosofia grega e início do período clássico.
Período Clássico:
• Sócrates: método socrático (ironia + maiêutica) na busca da superação
das falsas concepções adquiridas e da verdade absoluta por meio do uso da própria razão. • Platão: isonomia entre as 3 partes da alma (inteligência, coragem e o desejo) e as 3 partes da sociedade que compõem um Estado ideal (rei- filósofo, exército e comerciantes); a tese de que o mundo material é a cópia imperfeita do mundo inteligível (mundo das ideias), tal como a informação que nos chega pelos sentidos é distorcida em relação à verdade que emerge do uso correto da razão. Memória registra apenas as lembranças das vivências materiais, enquanto a reminiscência seria o registro inato das formas que possibilitaria que nós adquiríssemos conceitos no contato com os objetos materiais. Conhecer (aprender) é reconhecer (evocar a reminiscência da forma dos objetos materiais).
• Aristóteles: teoria naturalista; explicar é remeter à causa; teoria das
quatro causas (causa formal, material, eficiente e final); hilemorfismo (forma determina e categoriza, matéria individualiza os seres); Intelecto passivo (forma) e ativo (material); 3 princípios da psicologia aristotélica: finalidade, continuidade e analogia. A concepção de que o movimento é atualização de potência; tese de que os seres vivos estão divididos em categorias fixas conforme a potência de transformação inscrita em sua psique. Ele foi o primeiro pensador grego a usar a palavra Psicologia de forma sistemática (estudo do princípio vital nos seres vivos). Catarse como liberação de tensão interna por meio da assistência de uma tragédia que evita que a situação de fato aconteça. Possivelmente contraposta à Teoria da Aprendizagem ou da Modelagem Social (Albert Bandura) – aprendemos, imitando.
• Platão (texto de referência: “Timeu”) – Ideias universais –
reminiscência (particular) – alma individual
• Aristóteles (texto de referência – “De anima ou Da alma”) – Princípio
vital ou psiquê (universal aos seres vivos) – Categorias (minerais, vegetais – alma vegetativas, animais – alma apetitiva, seres humanos – alma racional) – Seres materiais individuais.
Período Helenístico:
• Estoicismo: Stoá = Pórtico. Conceito de consciência seria uma espécie
de sentido de tato interno pelo qual a alma percebe a sua própria tensão; estado de tensão é a característica que distingue homens e outros seres naturais; esforço de assentimento, esforço de memória e esforço de razão. Ética estóica pressupõe que é mais virtuoso aquele que suporta maior grau de tensão interna. Importante diferenciar essa ética do masoquismo (buscar o prazer por meio da dor ou do desprazer). Contrária ao hedonismo = concepção ética que afirma ser o homem a busca pelo máximo de prazer e evitação do desprazer. • Epicurismo: filosofia cujo ideal é a ataraxia (estado de paz e tranquilidade marcado pela ausência de tensão interna). Hedonista, onde a busca do prazer é também um ideal. Prazer em movimento (advém da satisfação de uma necessidade) e prazer em repouso (advém da ausência de necessidade). O prazer em movimento coloca o indivíduo na dependência de objetos externos que saciem a sua necessidade. O prazer em repouso seria mais constante e não dependeria de bens materiais.
• Diferença entre mundo grego e cristão: Entre os gregos, é ausente o
conceito de criação e de finalidade da natureza, enquanto que para os cristãos o mundo foi criado e terá um fim; entre os gregos, o homem é apenas mais um ser natural, enquanto que para os cristãos, ele é um ser especial na criação (imagem e semelhança de Deus); entre os gregos, exalta-se a inteligência como característica humana, o que para os cristãos seria o equivalente ao amor e à obediência.
Período Medieval:
• Santo Agostinho: responsável pela cristianização dos textos platônicos
e fundador da Patrística. Influência de Cícero (Vontade e Razão como remédios para as doenças do corpo) e de Plotino (Alma universal (o Bem) está em toda parte; Não há o Mal absoluto, uma vez que ele seria apenas a ausência do Bem. A razão é distinta da percepção e só ela pode curar a si mesma). Teoria da Iluminação (identidade entre a inteligência do homem e a de Deus, tendência que nos conduziria à Verdade, ao Bem e à Salvação) e a teoria do pecado original (o corpo de que somos constituídos provém de um pecado e, por isso, é fonte de erro e de condenação – os sentidos nos enganam e nos levam a fazer más escolhas). O homem é um ser dividido entre essas duas tendências e o que irá definir o destino da alma de cada um será a força da vontade e da fé. O tempo de Deus não é o mesmo dos homens e mesmo a representação de tempo que fazemos, dividindo-o entre passado, presente e futuro, é considerada por Santo Agostinho como um erro. Segundo ele, a única experiência de temporalidade humana é a presença, havendo a presença do passado – memória, presença do presente – percepção e a presença do futuro – expectação ou imaginação.
• São Thomas de Aquino – Influência de pensadores muçulmanos como
Averróis e Avicena e do pensamento aristotélico, que ele tenta conciliar com a doutrina da Igreja por meio da Escolástica. Valoriza tanto a razão como a observação proveniente dos sentidos, dizendo-as produto da criação divina. As leis da Natureza coincidem com as leis divinas, mas caso haja contradição entre elas, deveria prevalecer os preceitos da Igreja, considerados por ele como infalíveis. Contribui para a Psicologia por meio de uma primeira formulação sobre a intencionalidade que ilustraria a capacidade da alma conhecer a si mesma por meio dos atos e do direcionamento ao conhecimento da realidade, mais que por meio da reflexão.