FONTE:http://sustentarqui.com.br/
Contexto Histórico
Lásaro Corrêia (2009) expõem em sua monografia Sustentabilidade na Construção Civil, o inicio do
debate das questões ambientalistas durante a década de 60, através da ONG Clube de Roma. A partir
deste momento alguns estudiosos em várias partes do planeta esboçavam os primeiros comentários
sobre questões que envolviam o tema da sustentabilidade.
“Em seu primeiro relatório (Limits to Growth de 1972) impactou a comunidade científica ao
apresentar cenários bastante catastróficos sobre o futuro do planeta se o padrão desenvolvimentista
permanecesse-se nos mesmos moldes vigentes da época. A partir daí vários outros relatórios foram
elaborados todos com o mesmo fundamento: preservar o meio ambiente”. (CORRÊIA, p.14, 2009)
Posteriormente, ocorreram outros eventos com foco no meio ambiente e no futuro do planeta,
reunindo a comunidade cientifica de vários países para debaterem as melhores soluções. Podemos
citar como os principais eventos sobre o tema:
Declaração de Estocolmo (1972);
Relatório de Bruntland: Nosso Futuro Comum (1987);
Declaração do Rio (1992);
Agenda 21 (1992);
Protocolo de Kyoto (1998);
Rio +10 (2002);
Rio +20(2012).
Conceito de sustentabilidade
De acordo com Vittorino (2010) apud Vendramini (2011), as definições genéricas
para sustentabilidade podem ser:
1. Exercer atividade econômica sem esgotar os recursos planetários, de forma a
atender as necessidades das sociedades humanas contemporâneas (85%
população mundial será urbana até 2027/ONU);
2. Desenvolver métodos ambientalmente corretos de produção e consumo, que
garantam integridade dos ecossistemas e qualidade de vida dos seres vivos;
3. Estabelecer novos parâmetros de cidadania e convivência, que reduzam a
pobreza, doenças e a fome e criem caminhos para uma sociedade mais
harmoniosa e justa.
Baseado no Manual Verde da Educação, publicado pelo Ministério da Educação em setembro
de 2012, não é possível alcançar o desenvolvimento sustentável sem que haja construção
sustentável em todos os aspectos. Os quais são:
RESPONSABILIDADE
SUSTENTÁVEL
Econômico: uso mais eficiente de
recursos.
Ambiental: evitar efeitos
AMBIENTAL
perigosos ao meio ambiente.
Social: atender necessidades das
S pessoas com responsabilidade
ECONÔMICA SOCIAL
social.
CULTURAL
Cultural: salvaguardando
especificidades culturais.
FONTE: Ministério das Educação.
Os dois lados da sustentabilidade na
arquitetura
As cidades e seu metabolismo são as grandes responsáveis pelo consumo de
materiais, água e energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro
próximo, continuarão a produzir grande impactos negativos sobre o meio natural.
Muitos destes impactos negativos são gerados pelo setor da construção civil, que
responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no
mundo. De acordo com dados do Worldwatch Institute, a construção de edifícios
consome 40% das pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser
responsável por 25% da extração de madeira anualmente. É natural que a
sustentabilidade assuma, gradualmente, uma posição de cada vez mais
importância neste cenário.
O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos
que permitam à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais
problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e a
criação de edificações que atendam as necessidades de seus usuários.
Tecnologias sustentáveis: Sistema Ativo
Segundo o site Ambiente Brasil, os sistemas ativos podem ser definidos como
aqueles que recorrem ao auxilio de dispositivos elétricos, mecânicos ou químicos,
para aumentar a sua efetividade.
Placas fotovoltaicas
DC – CORRENTE DIRETA
AC –CORRENTE ALTERNADA
FONTE: https://fotos.habitissimo.com.br/
FONTE: http://energiatecsolar.com.br/
Placas Termo solares
FONTE: http://www.tema.eco.br/
FONTE: http://www2.camara.leg.br/
FONTE: http://www.aecweb.com.br/
FONTE: http://avantlux.com.br/
FONTE: http://ecolampadasecologicasfoz.blogspot.com.br/
Turbinas Eólicas
FONTE: http://www.foxlux.com.br/
FONTE: http://ueba.com.br/
Os benefícios da arquitetura sustentável
Segundo Corbella e Yannas (2003, p. 17) apud Simas (2009):
A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando também a integração
do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto maior. É a arquitetura
que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e
no seu entorno, integrando as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de
energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as próximas
gerações.
Simas (2009) ainda cita em seu artigo os fatores que devem ser observados num projeto arquitetônico para
considera-lo sustentável. Os quais são:
Uso de placas solares e painéis fotovoltaicos;
• Dimensionamento e arranjos espaciais da arquitetura da edificação, para uma
ventilação mais natural;
• Sistema de canalização e tanques d’água para reaproveitamento das águas
da chuva;
• Uso de lixos recicláveis;
• Materiais ecológicos ou biodegradáveis como: pneus, garrafas pets, ecotijolos;
• Sistema de tratamento de esgoto biodigestor;
• Vasos sanitários eco-eficientes;
• Portas com madeiras do tipo MDF¹;
Tipos de Construções Sustentáveis
Baseado ainda em Construção sustentável – uma nova modalidade para administrar os recursos naturais
para a construção de uma casa ecológica, de Leonardo Simas (2009), os principais tipos de Construção
Sustentável resumem-se, praticamente, a dois
modelos:
a) construções coordenadas por profissionais da área e com o uso de ecomateriais e tecnologias
sustentáveis modernos, fabricados em escala, dentro das normas e padrões vigentes para o mercado;
b) sistemas de autoconstrução (que incluem diversas linhas e diretrizes), que podem ou não ser
coordenados por profissionais (e por isso são chamados de autoconstrução). Incluem grande dose de
criatividade, vontade pessoal do proprietário e responsável pela obra e o uso de soluções ecológicas
pontuais (para cada caso).
E dentro desses modelos ainda pode-se mencionar:
Construídas com materiais sustentáveis industriais;
Construídas com reuso de materiais de origem urbana;
Construídas com materiais de reuso (demolição ou segunda mão);
Construções com materiais naturais disponíveis no local da obra ou adjacências (terra, madeira,
bambu, etc.).
A crítica a construção sustentável
Apesar da sustentabilidade não ser um conceito tão recente para
arquitetura, na prática, sua aplicação só foi possível com o avanço
tecnológico. Logo, a principal desvantagem da arquitetura
sustentável ainda é seu alto custo de construção.
Para Campos (2015), o custo elevado desse tipo de
empreendimento uma “faca de dois gumes”, pois é necessário
discernimento ao se aplicar os ideais de sustentabilidade em um
edifício. E assim, diminuindo ou evitando os aspectos negativos da
construção no meio ambiente.
Outro item que deve ser abordado é a exclusão social desse tipo de
construção, pois devido aos fatores econômicos (alto custo na
obra) e resistência cultural, ainda não é possível construção em
larga escala. Isso dissemina a ideia de sustentabilidade como uma
vantagem adicional ao empreendimento, tornando-se uma forma
de marketing.
FONTE: http://www.forumdaconstrucao.com.br/
Mendonça (2011) em um artigo sobre sustentabilidade na construção civil para o
site Planeta Sustentável, expõe a complexidade dos riscos de construções mal
planejadas:
[...] São todas, sem dúvida, necessárias, mas o quadro maior mostra uma interação de fatores de
controle muito mais complexo.
Além do desperdício de água e energia de construções mal planejadas, e do problema do descarte dos
resíduos, os materiais nelas usados emitem gases de efeito estufa de três maneiras principais: no uso
de combustível fóssil na fabricação e transporte dos materiais, na decomposição de calcário e outros
carbonatos durante a calcinação (vital na produção de cimento, aço e cal hidratada), e a extração de
madeira nativa, especialmente a não manejada (que serve tanto como material como combustível).
Somente a parcela da indústria cimenteira atinge 6,1% das emissões totais de gases estufa no Brasil.
A questão apontada por Mendonça (2011), põem em dúvida se as construções
ditas sustentáveis são realmente ecológicas. Pois, há necessidade de se analisar
todo o processo do empreendimento da construção, incluindo as técnicas,
serviços de mão-de-obra e materiais utilizados, para assim avaliar os possíveis
impactos causados pelo empreendimento.
Duarte e Gonçalves (2006) questionam em seu artigo sobre a eficácia dos
indicadores, em relação a capacidade de os checklists definirem
sustentabilidade. Pois, enquanto o desempenho ambiental da construção pode ser
medido pelos sistemas de avaliação, a composição que deve ser realizada pela
concepção para a arquitetura sustentável não tem como ser integralmente
contemplada por esses mesmos métodos.
Conclusões