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Polícia Penal

MG
Plano de Leitura
11 Dias

Polícia Penal do Estado de Minas Gerais


Pós-edital
2021
SUMÁRIO

D i a 1 ............................................................................................................................................... 5
Constituição Federal: Art. 5º
Código Penal: Arts. 1º - 12
Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento)
Lei nº 13.869/2019 (Abuso de Autoridade)

D i a 2 ............................................................................................................................................. 21
Constituição Federal: Arts. 6º - 17
Código Penal: Arts. 13 – 25
Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) Arts. 1º - 104
Lei nº 9.455/1997 (Antitortura)

D i a 3 .............................................................................................................................................. 38
Constituição Federal: Arts. 18 – 19 / 37 - 41
Código Penal: Arts. 121 – 154-B
Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) Arts. 105 - 203

D i a 4 .............................................................................................................................................................................. 59
Constituição Federal: Arts. 76 - 86
Código Penal: Arts. 155 – 183
Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) Arts. 1º - 30
Lei Estadual nº 14.695/2003 (Instituiu a Carreira de Agente de Segurança Penitenciário)

D i a 5 .............................................................................................................................................................................. 76
Constituição Federal: Art. 144 / 193
Código Penal: Arts. 289 – 311-A
Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas) Arts. 31 – 73
Lei nº 12.846/2013 (Anticorrupção)

D i a 6 .............................................................................................................................................................................. 94
Código Penal: Arts. 312 – 361
Lei nº 13.675/2018 (Sistema Único de Segurança Pública)
Declaração Universal dos Direitos Humanos

D i a 7 ............................................................................................................................................................................114
Decreto nº 9.489/2018 (Regulamenta a Lei nº 13.675/2018)
Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Pessoas Presas

D i a 8 ............................................................................................................................................ 135
Lei Estadual nº 11.404/1994 (Contém Normas de Execução Penal)
Decreto nº 7.037/2009 (Programa Nacional de Direitos Humanos) Diretriz 1 - 3

D i a 9 ............................................................................................................................................ 155
Lei nº 8.429/1992 (Improbidade Administrava)
Decreto nº 7.037/2009 (Programa Nacional de Direitos Humanos) Diretriz 4 – 7
Constituição do Estado de Minas Gerais: Arts. 133 - 143

D i a 1 0 ......................................................................................................................................... 171
Lei Estadual nº 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais) Arts. 1º - 142
Decreto nº 7.037/2009 (Programa Nacional de Direitos Humanos) Diretriz 8 - 13

ID:
2
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D i a 1 1 ......................................................................................................................................... 192
Lei Estadual nº 869/1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Minas Gerais) Arts. 143 - 295
Decreto nº 7.037/2009 (Programa Nacional de Direitos Humanos) Diretriz 14 - 25

Anexo Complementar: (Área do Aluno)


Regulamentos e Normas de Procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais (ReNP)

O Plano de Leitura - Legislação Facilitada - é uma ferramenta indispensável para quem deseja aumentar o rendimento nos
estudos e alcançar a tão sonhada aprovação. Abordamos toda a legislação exigida pelo edital do concurso Polícia Penal do Estado de
Minas Gerais 2021, selecionando somente os dispositivos que poderão ser objeto de cobrança, com o intuito de implementar um estudo
direcionado e objetivo.

Cada dia de leitura contempla leis e dispositivos diversos, de modo a tornar o estudo mais agradável e diversificado. Incorporamos,
ainda, diversas ferramentas para facilitar o estudo da legislação:

• Marcações
• Súmulas
• Comentários Pontuais

Os recursos empregados variam de acordo com a legislação exigida.

Data de fechamento: 24.08.2021

Atenção: É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e
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as medidas judiciais cabíveis.

Código Penal.
Violação de direito autoral
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

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Horário Semanal
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
12 am

1 am

2 am

3 am

4 am

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STJ: Súmula 37 - São cumuláveis as indenizações por dano
Constituição da República Federativa material e dano moral oriundos do mesmo fato.
do Brasil de 1988 VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias;
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
CAPÍTULO I de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E internação coletiva;
COLETIVOS VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
Direitos Fundamentais são cláusulas pétreas e normas abertas,
sendo permitida a inclusão de novos direitos não previstos pelo salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
constituinte originário. todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Escusa de Consciência. Norma constitucional de eficácia contida.
Imprescritibilidade: Não desaparece com o tempo IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
Inalienabilidade: Não é transferível a outra pessoa artística, científica e de comunicação,
Irrenunciabilidade: Não pode sofrer renúncia independentemente de censura ou licença;
Inviolabilidade: Autoridades e disposições infraconstitucionais Veda-se qualquer censura de natureza política, artística e
devem observá-los ideológica, não se podendo exigir licença de autoridade para
Universalidade: Abrange a todos veiculação de publicações.
Efetividade: Poder público deve garantir sua aplicação X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
Interdependência: Há diversas ligações entre os Direitos honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
fundamentais indenização pelo dano material ou moral decorrente de
Complementariedade: Devem ser interpretados de forma sua violação;
conjunta STJ: Súmula 227 - Pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
Relatividade: Direitos fundamentais não são absolutos STF: Admite-se biografias não‐autorizadas, não se excluindo a
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Direito Constitucional Descomplicado. possibilidade de indenização por dano material ou moral.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre,
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: determinação judicial;
STF: O estrangeiro em trânsito também está resguardado pelos STF: Casa é um termo amplo, consagrando consultório, escritório
direitos individuais, podendo, inclusive, utilizar-se de remédios e qualquer lugar privado não aberto ao público. Contudo, não é
constitucionais. Contudo, ele não poderá fazer uso de todos os um direito absoluto.
direitos, a exemplo da ação popular, que é privativa de brasileiro. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
I - homens e mulheres são iguais em direitos e comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
obrigações, nos termos desta Constituição; telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
Princípio da Isonomia. Determina que seja dado igual hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
tratamento aos que estão em situação equivalente, e tratamento investigação criminal ou instrução processual penal;
desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades. STF: É lícita a gravação de conversa telefônica realizada por um
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro,
alguma coisa senão em virtude de lei; quando há investida criminosa deste último.

Princípio da Legalidade. Para o particular, somente a lei pode XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
criar obrigações, assim, a inexistência de lei proibitiva implica em ofício ou profissão, atendidas as qualificações
permissão. Para o Poder Público, por sua vez, não é permitido profissionais que a lei estabelecer;
atuar na ausência de lei.
Norma de eficácia contida. O STF decidiu pela
III - ninguém será submetido a tortura nem a inconstitucionalidade da exigência de diploma de jornalismo para
tratamento desumano ou degradante; o exercício da profissão de jornalista e pela constitucionalidade
do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
considerar que o exercício da advocacia traz um risco coletivo.
vedado o anonimato;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
STF: A defesa da legalização de drogas em espaços públicos
constitui legítimo exercício do direito à livre manifestação do
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
pensamento. exercício profissional;
V - é assegurado o direito de resposta, XV - é livre a locomoção no território nacional em
proporcional ao agravo, além da indenização por dano tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da
material, moral ou à imagem; lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

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XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem distintivos, tendo em vista o interesse social e o
armas, em locais abertos ao público, desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
independentemente de autorização, desde que não Os inventos industriais, diferentemente do direito autoral, são
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o privilégios temporários.
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
XXX - é garantido o direito de herança;
autoridade competente;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros
XVII - é plena a liberdade de associação para fins
situados no País será regulada pela lei brasileira em
lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
a de cooperativas independem de autorização, sendo
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
defesa do consumidor;
XIX - as associações só poderão ser
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
públicos informações de seu interesse particular, ou de
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo
caso, o trânsito em julgado;
da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
Atividades Suspensas: Decisão Judicial cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
Compulsoriamente Dissolvidas: Decisão Judicial + Trânsito em e do Estado;
Julgado
XXXIV - são a todos assegurados,
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se independentemente do pagamento de taxas:
ou a permanecer associado;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
XXI - as entidades associativas, quando defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
expressamente autorizadas, têm legitimidade para poder;
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
Representação Processual: Exige expressa autorização do para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
associado para que seja válida, não podendo ser substituída por
interesse pessoal;
autorização genérica prevista em estatutos da entidade.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
XXII - é garantido o direito de propriedade; Judiciário lesão ou ameaça a direito; (Princípio da
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Inafastabilidade de Jurisdição)
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para Como regra, qualquer pessoa poderá acessar o Poder Judiciário
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou sem a necessidade de esgotar as esferas administrativas,
por interesse social, mediante justa e prévia indenização ressalvadas as questões relativas à Justiça Desportiva e ao
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Habeas Data.
Constituição; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido,
XXV - no caso de iminente perigo público, a o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
autoridade competente poderá usar de propriedade Direito Adquirido: direitos que o seu titular, ou alguém por ele,
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha
se houver dano; termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio
de outrem.
Requisição administrativa da propriedade. A autoridade será Ato Jurídico Perfeito: consumado segundo a lei vigente ao
competente para utilizar temporariamente o imóvel. Não haverá tempo em que se efetuou.
indenização se não ocorrer dano. Coisa Julgada: decisão judicial de que já não caiba recurso.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim
LINDB – Art. 6º (Decreto-Lei nº 4.657)
definida em lei, desde que trabalhada pela família, não ---------------------------------------------------------------------------------------
será objeto de penhora para pagamento de débitos STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei, prevista
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; pela entidade estatal que a tenha editado.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, (Princípio do Juiz Natural)
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
O Direito Autoral configura-se como um privilégio vitalício,
organização que lhe der a lei, assegurados:
transmissível aos herdeiros apenas pelo prazo que a lei a) a plenitude de defesa;
determinar. Após o prazo estipulado, será de domínio público. b) o sigilo das votações;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: c) a soberania dos veredictos;
a) a proteção às participações individuais em obras d) a competência para o julgamento dos crimes
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, dolosos contra a vida;
inclusive nas atividades desportivas;
STF: Súmula Vinculante 45 - A competência constitucional do
b) o direito de fiscalização do aproveitamento Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função
econômico das obras que criarem ou de que participarem estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas STF: Súmula 603 - A competência para o processo e julgamento
representações sindicais e associativas; de latrocínio é do juiz singular, e não do Tribunal do Júri.
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
industriais privilégio temporário para sua utilização, bem nem pena sem prévia cominação legal;
como proteção às criações industriais, à propriedade das O Princípio da Legalidade desdobra-se em dois: Princípio da
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos Reserva Legal e Princípio da anterioridade.

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XL - a lei penal não retroagirá, salvo para LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
beneficiar o réu; bens sem o devido processo legal; (Princípio do devido
processo legal - Due process of law)
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior LV - aos litigantes, em processo judicial ou
à cessação da continuidade ou da permanência. administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória o contraditório e ampla defesa, com os meios e
dos direitos e liberdades fundamentais; recursos a ela inerentes;
XLII - a prática do racismo constitui crime STF: Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, Constituição.
nos termos da lei; STF: Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que,
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o já documentados em procedimento investigatório realizado por
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por exercício do direito de defesa.
STF: Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
podendo evitá-los, se omitirem; (Memorize: 3TH não tem Graça) admissibilidade de recurso administrativo.
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a STF: Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigência de
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação
ordem constitucional e o Estado Democrático; judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, obtidas por meios ilícitos;
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até Para a Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada (Fruits of the
o limite do valor do patrimônio transferido; (Princípio da Poisonous Tree), uma prova ilícita contamina todas as outras que
intranscendência das penas) dela derivam. Essa teoria é denominada pela doutrina como
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e ilicitude por derivação.
---------------------------------------------------------------------------------------
adotará, entre outras, as seguintes: (Princípio da
individualização da pena)
STJ: Não se aplica a Teoria da Árvore dos Frutos Envenenados
quando a prova considerada como ilícita é independente dos
a) privação ou restrição da liberdade; demais elementos de convicção coligidos nos autos, bastantes
b) perda de bens; para fundamentar a condenação.
c) multa; LVII - ninguém será considerado culpado até o
d) prestação social alternativa; trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
(Princípio da presunção de inocência)
e) suspensão ou interdição de direitos;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido
Rol não-exaustivo, podendo a lei criar novos tipos de a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
penalidades. lei;
XLVII - não haverá penas: LIX - será admitida ação privada nos crimes de
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
nos termos do art. 84, XIX; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
b) de caráter perpétuo; atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
c) de trabalhos forçados; interesse social o exigirem;
d) de banimento; LXI - ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de
e) cruéis;
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
Quanto ao caráter perpétuo, o máximo penal legalmente transgressão militar ou crime propriamente militar,
exequível, no ordenamento positivo nacional, é de 40 (quarenta) definidos em lei;
anos. (2019)
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde
XLVIII - a pena será cumprida em se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza competente e à família do preso ou à pessoa por ele
do delito, a idade e o sexo do apenado; indicada;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à LXIII - o preso será informado de seus direitos,
integridade física e moral; entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
L - às presidiárias serão asseguradas condições assegurada a assistência da família e de advogado;
para que possam permanecer com seus filhos durante o (Direito ao silêncio e à não-autoincriminação)
período de amamentação; LXIV - o preso tem direito à identificação dos
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes policial;
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da pela autoridade judiciária;
lei; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
LII - não será concedida extradição de estrangeiro mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
por crime político ou de opinião; (Concessão de asilo político) ou sem fiança;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
senão pela autoridade competente; (Princípio do Juiz Natural) a do responsável pelo inadimplemento voluntário e

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inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo,
infiel; são assegurados a razoável duração do processo e os
O Brasil tornou-se signatário da Convenção Americana de meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Direitos Humanos - Pacto de San Jose da Costa Rica, que § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
somente permite a prisão civil pelo não pagamento de obrigação fundamentais têm aplicação imediata.
alimentícia. Embora a Constituição continue prevendo a
possibilidade de prisão do depositário infiel, a referida § 2º Os direitos e garantias expressos nesta
convenção, por possuir status supralegal, suspendeu a eficácia Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
de toda legislação infraconstitucional que regia essa prisão civil, dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
tornando-a inaplicável. internacionais em que a República Federativa do Brasil
--------------------------------------------------------------------------------------- seja parte.
STF: Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil do
§ 3º Os tratados e convenções internacionais
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que Casa do Congresso Nacional, em 2 (dois) turnos, por 3/5
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência (três quintos) dos votos dos respectivos membros, serão
ou coação em sua liberdade de locomoção, por equivalentes às emendas constitucionais.
ilegalidade ou abuso de poder;
Os tratados e convenções internacionais de direitos humanos
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança que não forem aprovados de acordo com os critérios acima
para proteger direito líquido e certo, não amparado mencionados terão hierarquia supralegal, situando-se abaixo
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável da Constituição e acima da legislação interna. Os tratados
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública internacionais que não versem sobre direito humanos terão
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições status de leis ordinárias.
do Poder Público; § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
impetrado por: adesão.
a) partido político com representação no Congresso
Nacional; Direitos e garantias fundamentais
b) organização sindical, entidade de classe ou STF: Súmula vinculante 25 - É ilícita a prisão civil de depositário
associação legalmente constituída e em funcionamento infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus STF: Súmula 654 - A garantia da irretroatividade da lei, prevista
membros ou associados; no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável
pela entidade estatal que a tenha editado.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne STJ: Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos policiais e
ações penais em curso para agravar a pena-base.
inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à STJ: Súmula 2 - Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII,
letra "a") se não houve recusa de informações por parte da
nacionalidade, à soberania e à cidadania; autoridade administrativa.
LXXII - conceder-se-á habeas data: STJ: Súmula 419 - Descabe a prisão civil do depositário infiel.
a) para assegurar o conhecimento de informações STJ: Súmula 280 - O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945,
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988.
caráter público; STJ: Súmula 403 - Independe de prova do prejuízo a
b) para a retificação de dados, quando não se indenização pela publicação não autorizada da imagem de
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou pessoa com fins econômicos ou comerciais.
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos; 01_____________________________________
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo 02_____________________________________
fixado na sentença;
03_____________________________________
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
pobres, na forma da lei: 04_____________________________________
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito; 05_____________________________________
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas 06_____________________________________
corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania. 07_____________________________________

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_____________________________________
08 governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
_____________________________________
09 mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
_____________________________________
10 alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
_____________________________________
11
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
_____________________________________
12
em pouso no território nacional ou em voo no espaço
_____________________________________
13
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial
do Brasil.
_____________________________________
14

Lugar do crime
_____________________________________
15 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado. (Teoria da ubiquidade)
Decreto-Lei nº 2.848 / 1940 Extraterritorialidade
Código Penal Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro:
I - os crimes: (Extraterritorialidade incondicionada)
PARTE GERAL a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
TÍTULO I República;
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
Anterioridade da Lei Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
Não há pena sem prévia cominação legal. ou fundação instituída pelo Poder Público;
Princípio da Reserva Legal. Dispositivo semelhante ao art. 5º,
c) contra a administração pública, por quem está a
XXXIX, CF. seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil;
Lei penal no tempo II - os crimes: (Extraterritorialidade condicionada)
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude a reprimir;
dela a execução e os efeitos penais da sentença b) praticados por brasileiro;
condenatória. (Abolitio criminis) c) praticados em aeronaves ou embarcações
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
ainda que decididos por sentença condenatória transitada § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido
em julgado. (Novatio legis in mellius) segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro
STF: Súmula 611 - Transitada em julgado a sentença
condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
mais benigna. brasileira depende do concurso das seguintes
condições:
a) entrar o agente no território nacional;
Lei excepcional ou temporária
b) ser o fato punível também no país em que foi
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
praticado;
decorrido o período de sua duração ou cessadas as
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
lei brasileira autoriza a extradição;
praticado durante sua vigência.
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou
não ter aí cumprido a pena;
Tempo do crime
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou,
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento
por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
segundo a lei mais favorável.
resultado. (Teoria da atividade)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
STF: Súmula 711 - A lei penal mais grave aplica-se ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior
à cessação da continuidade ou da permanência.
se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
Territorialidade b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional, ao Pena cumprida no estrangeiro
crime cometido no território nacional. (Princípio da Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a
territorialidade temperada)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
extensão do território nacional as embarcações e diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do

ID:
9
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Eficácia de sentença estrangeira 14_____________________________________
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação
da lei brasileira produz na espécie as mesmas 15_____________________________________
consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança Lei nº 10.826 / 2003
Parágrafo único - A homologação depende: Estatuto do Desarmamento
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de Dispõe sobre registro, posse e comercialização de
extradição com o país de cuja autoridade judiciária armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras
do Ministro da Justiça. providências.
Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, a
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
exequatur às cartas rogatórias. CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
Contagem de prazo Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm,
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
calendário comum. (Prazo de direito material)
Art. 2o Ao Sinarm compete:
Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de I – identificar as características e a propriedade de
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, armas de fogo, mediante cadastro;
na pena de multa, as frações de cruzeiro. II – cadastrar as armas de fogo produzidas,
importadas e vendidas no País;
Legislação especial III – cadastrar as autorizações de porte de arma de
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se fogo e as renovações expedidas pela Polícia Federal;
aos fatos incriminados por lei especial, se esta não IV – cadastrar as transferências de propriedade,
dispuser de modo diverso. extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de
As regras gerais do Código Penal possuem aplicação alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
subsidiária em relação às leis especiais. fechamento de empresas de segurança privada e de
transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as
características ou o funcionamento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo,
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País,
_____________________________________
01
bem como conceder licença para exercer a atividade;
_____________________________________
02
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
_____________________________________
03 autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
_____________________________________
04
características das impressões de raiamento e de
microestriamento de projétil disparado, conforme
_____________________________________
05
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
_____________________________________
06
fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública
_____________________________________
07 dos Estados e do Distrito Federal os registros e
autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos
_____________________________________
08
territórios, bem como manter o cadastro atualizado para
consulta.
_____________________________________
09
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
_____________________________________
10
alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
_____________________________________
11 registros próprios.
As armas de fogo que são utilizadas pelas Forças Armadas e
_____________________________________
12
Auxiliares e pelas Forças Auxiliares possuem regramento próprio.
_____________________________________
13
Relacionam-se com o Sistema de Gerenciamento Militar de
Armas - Sigma.

ID:
10
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§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será
CAPÍTULO II expedido pela Polícia Federal e será precedido de
autorização do Sinarm.
DO REGISTRO
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no
do art. 4o deverão ser comprovados periodicamente, em
órgão competente.
período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação
serão registradas no Comando do Exército, na forma do do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
regulamento desta Lei.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados
de registro de propriedade expedido por órgão estadual
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei
interessado deverá, além de declarar a efetiva
que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação
de certidões negativas de antecedentes criminais federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a
fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e apresentação de documento de identificação pessoal e
Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por pagamento de taxas e do cumprimento das demais
meios eletrônicos; exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.
II – apresentação de documento comprobatório de 4o desta Lei.
ocupação lícita e de residência certa;
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no §
III – comprovação de capacidade técnica e de 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá
aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. registro provisório, expedido na rede mundial de
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de computadores - internet, na forma do regulamento e
arma de fogo após atendidos os requisitos anteriormente obedecidos os procedimentos a seguir:
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma I - emissão de certificado de registro provisório pela
indicada, sendo intransferível esta autorização. internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser II - revalidação pela unidade do Departamento de
feita no calibre correspondente à arma registrada e na Polícia Federal do certificado de registro provisório pelo
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. prazo que estimar como necessário para a emissão
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em definitiva do certificado de registro de propriedade.
território nacional é obrigada a comunicar a venda à § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do
autoridade competente, como também a manter banco de disposto no caput deste artigo, considera-se residência ou
dados com todas as características da arma e cópia dos domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (2019)
documentos previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo,
CAPÍTULO III
acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua DO PORTE
propriedade enquanto não forem vendidas. Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios o território nacional, salvo para os casos previstos em
e munições entre pessoas físicas somente será efetivada legislação própria e para:
mediante autorização do Sinarm. I – os integrantes das Forças Armadas;
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I,
o II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal
1 será concedida, ou recusada com a devida
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
contar da data do requerimento do interessado. (2017)

§ 7o O registro precário a que se refere o § Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária
o
4 prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I, Federal; Polícias Civis; Polícias Militares; Corpos de Bombeiros
Militares; Força Nacional de Segurança Pública.
II e III deste artigo.
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes III – os integrantes das guardas municipais das
do inciso III do caput deste artigo, na forma do capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
uso permitido que comprove estar autorizado a portar estabelecidas no regulamento desta Lei;
arma com as mesmas características daquela a ser IV - os integrantes das guardas municipais dos
adquirida. Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
serviço;
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo,
com validade em todo o território nacional, autoriza o seu V – os agentes operacionais da Agência Brasileira
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no de Inteligência e os agentes do Departamento de
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que Presidência da República; (2019)
seja ele o titular ou o responsável legal pelo VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos
estabelecimento ou empresa. no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;

ID:
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Polícia do Senado Federal e a Polícia da Câmara dos do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do
Deputados. mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
guardas prisionais, os integrantes das escoltas de emprego de arma de fogo para prover sua subsistência
presos e as guardas portuárias; alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o
VIII – as empresas de segurança privada e de porte de arma de fogo, na categoria caçador para
transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei; subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
IX – para os integrantes das entidades de desporto
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
interessado comprove a efetiva necessidade em
demandem o uso de armas de fogo, na forma do
requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
documentos:
legislação ambiental.
I - documento de identificação pessoal;
Porte autorizado somente no momento em que a competição é
realizada. II - comprovante de residência em área rural; e
RHC 34.579-RS, julgado em 24/4/2014 III - atestado de bons antecedentes.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da § 6o O caçador para subsistência que der outro uso
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do à sua arma de fogo, independentemente de outras
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. tipificações penais, responderá, conforme o caso, por
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso
art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos permitido.
da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores § 7o Aos integrantes das guardas municipais dos
de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no Municípios que integram regiões metropolitanas será
exercício de funções de segurança, na forma de autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos
empregados das empresas de segurança privada e de
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão
do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade, responsabilidade e guarda das
de propriedade particular ou fornecida pela respectiva respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos quando em serviço, devendo essas observar as
termos do regulamento desta Lei, com validade em condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo
âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, órgão competente, sendo o certificado de registro e a
V e VI. autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em
§ 1o-A (Revogado) nome da empresa.
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes § 1o O proprietário ou diretor responsável de
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de empresa de segurança privada e de transporte de valores
propriedade particular ou fornecida pela respectiva responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art.
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções
que estejam: administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas
regulamento; e primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
fato.
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de
de controle interno. valores deverá apresentar documentação comprobatória
§ 1º-C. (VETADO). do preenchimento dos requisitos constantes do art.
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos 4o desta Lei quanto aos empregados que portarão arma
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII de fogo.
e X do caput deste artigo está condicionada à § 3o A listagem dos empregados das empresas
comprovação do requisito a que se refere o inciso III referidas neste artigo deverá ser atualizada
do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas semestralmente junto ao Sinarm.
no regulamento desta Lei.
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos
guardas municipais está condicionada à formação servidores das instituições descritas no inciso XI do art.
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das
ensino de atividade policial, à existência de mecanismos respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas
de fiscalização e de controle interno, nas condições quando em serviço, devendo estas observar as condições
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
supervisão do Ministério da Justiça. competente, sendo o certificado de registro e a
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em
polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem nome da instituição.
como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao § 1o A autorização para o porte de arma de fogo de
exercerem o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados que trata este artigo independe do pagamento de taxa.

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§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos
Ministério Público designará os servidores de seus valores constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de
quadros pessoais no exercício de funções de segurança serviços relativos:
que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite I – ao registro de arma de fogo;
máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de
II – à renovação de registro de arma de fogo;
servidores que exerçam funções de segurança.
III – à expedição de segunda via de registro de arma
§ 3o O porte de arma pelos servidores das
de fogo;
instituições de que trata este artigo fica condicionado à
apresentação de documentação comprobatória do IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta V – à renovação de porte de arma de fogo;
Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos VI – à expedição de segunda via de porte federal de
de ensino de atividade policial e à existência de arma de fogo.
mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio
condições estabelecidas no regulamento desta Lei. e à manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas
que trata este artigo deverá ser atualizada respectivas responsabilidades.
semestralmente no Sinarm. § 2o São isentas do pagamento das taxas previstas
§ 5o As instituições de que trata este artigo são neste artigo as pessoas e as instituições a que se referem
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei.
Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. forma e as condições do credenciamento de profissionais
pela Polícia Federal para comprovação da aptidão
psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades arma de fogo.
desportivas legalmente constituídas devem obedecer às § 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
órgão competente, respondendo o possuidor ou o médio dos honorários profissionais para realização de
autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do
regulamento desta Lei. Conselho Federal de Psicologia.
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não
autorização do porte de arma para os responsáveis pela poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou custo da munição.
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos § 3o A cobrança de valores superiores aos previstos
termos do regulamento desta Lei, o registro e a nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento
concessão de porte de trânsito de arma de fogo para do profissional pela Polícia Federal.
colecionadores, atiradores e caçadores e de
representantes estrangeiros em competição internacional
oficial de tiro realizada no território nacional. CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
de uso permitido, em todo o território nacional, é de Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de
competência da Polícia Federal e somente será fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
concedida após autorização do Sinarm. desacordo com determinação legal ou regulamentar,
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser no interior de sua residência ou dependência desta, ou,
concedida com eficácia temporária e territorial limitada, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
requerente: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por
exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça Omissão de cautela
à sua integridade física;
Art. 13. Deixar de observar as cautelas
II – atender às exigências previstas no art. 4 o desta necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)
Lei; anos ou pessoa portadora de deficiência mental se
III – apresentar documentação de propriedade de apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou
arma de fogo, bem como o seu devido registro no órgão que seja de sua propriedade:
competente. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso proprietário ou diretor responsável de empresa de
o portador dela seja detido ou abordado em estado de segurança e transporte de valores que deixarem de
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
alucinógenas. Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob

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sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou
de ocorrido o fato. juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber,
ter em depósito, transportar, ceder, ainda que IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
munição, de uso permitido, sem autorização e em V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
desacordo com determinação legal ou regulamentar: gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
Para os Tribunais Superiores, o crime de porte de arma de fogo explosivo a criança ou adolescente; e
consuma-se independentemente de estar a arma municiada. VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
Porém, segundo o STJ, se o laudo pericial reconhecer a legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
ineficácia total da arma de fogo e das munições, a conduta será explosivo.
atípica. § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º
deste artigo envolverem arma de fogo de uso proibido,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
multa. (2019)

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é


inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver Comércio ilegal de arma de fogo
registrada em nome do agente. Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
- Declarado INCOSTITUCIONAL. conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
ADI 3112 – Informativo 465 do STF remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de
Relativamente aos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 da Lei qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no
10.826/2003, que proíbem o estabelecimento de fiança, exercício de atividade comercial ou industrial, arma de
respectivamente, para os crimes de porte ilegal de arma de fogo fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
de uso permitido e de disparo de arma de fogo, considerou-se desacordo com determinação legal ou regulamentar:
desarrazoada a vedação, ao fundamento de que tais delitos não
poderiam ser equiparados a terrorismo, prática de tortura, tráfico Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
ilícito de entorpecentes ou crimes hediondos (CF, art. 5º, XLIII). multa. (2019)
Asseverou-se, ademais, cuidar-se, na verdade, de crimes de § 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial,
mera conduta que, embora impliquem redução no nível de para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de
segurança coletiva, não podem ser igualados aos crimes que
serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade.
inclusive o exercido em residência.
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
Disparo de arma de fogo entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição autorização ou em desacordo com a determinação legal
em lugar habitado ou em suas adjacências, em via ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não presentes elementos probatórios razoáveis de conduta
tenha como finalidade a prática de outro crime: criminal preexistente. (2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é Tráfico internacional de arma de fogo
inafiançável. Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou
- Declarado INCOSTITUCIONAL. ADI 3112 – Informativo 465 saída do território nacional, a qualquer título, de arma
STF de fogo, acessório ou munição, sem autorização da
autoridade competente:
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e
restrito multa. (2019)
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição,
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter em operação de importação, sem autorização da
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou autoridade competente, a agente policial disfarçado,
munição de uso restrito, sem autorização e em quando presentes elementos probatórios razoáveis de
desacordo com determinação legal ou regulamentar: conduta criminal preexistente. (2019)
(2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: pena é aumentada da metade se a arma de fogo,
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16,
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso 17 e 18, a pena é aumentada da metade se: (2019)
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de I - forem praticados por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (2019)

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II - o agente for reincidente específico em crimes relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
dessa natureza. (2019) instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são § 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas
insuscetíveis de liberdade provisória. em decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de
- Declarado INCOSTITUCIONAL. ADI 3112-1 STF qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou,
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos
CAPÍTULO V provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em
DISPOSIÇÕES GERAIS favor da União e encaminhadas para o Comando do
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem
convênios com os Estados e o Distrito Federal para o seu bom estado, destinadas com prioridade para os
cumprimento do disposto nesta Lei. órgãos de segurança pública e do sistema
penitenciário da unidade da federação responsável pela
apreensão. (2019)
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação
como a definição das armas de fogo e demais produtos
das armas a serem doadas ao juiz competente, que
controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou
determinará o seu perdimento em favor da instituição
obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato
beneficiada.
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta
do Comando do Exército. § 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
responsabilidade da instituição beneficiada, que
§ 1o Todas as munições comercializadas no País
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma.
deverão estar acondicionadas em embalagens com
sistema de código de barras, gravado na caixa, visando § 4o (VETADO)
possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, § 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
entre outras informações definidas pelo regulamento encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
desta Lei. trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente semestralmente, da relação de armas acauteladas em
serão expedidas autorizações de compra de munição com juízo, mencionando suas características e o local onde se
identificação do lote e do adquirente no culote dos encontram.
projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
ano da data de publicação desta Lei conterão dispositivo comercialização e a importação de brinquedos, réplicas
intrínseco de segurança e de identificação, gravado no e simulacros de armas de fogo, que com estas se
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, possam confundir.
exclusive para os órgãos previstos no art. 6o. Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as
§ 4o As instituições de ensino policial e as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
guardas municipais referidas nos incisos III e IV adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas
do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão condições fixadas pelo Comando do Exército.
adquirir insumos e máquinas de recarga de munição para
o fim exclusivo de suprimento de suas atividades,
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
mediante autorização concedida nos termos definidos em
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
regulamento.
restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o aplica às aquisições dos Comandos Militares.
art. 2º desta Lei, compete ao Comando do Exército
autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação,
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco)
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes
porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
atiradores e caçadores. do caput do art. 6o desta Lei.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
quando não mais interessarem à persecução penal serão publicação desta Lei.
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Parágrafo único. O detentor de autorização com
Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, prazo de validade superior a 90 (noventa) dias poderá
para destruição ou doação aos órgãos de segurança renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos
pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias
desta Lei. (2019) após sua publicação, sem ônus para o requerente.
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando
do Exército que receberem parecer favorável à doação, Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada fogo de uso permitido ainda não registrada deverão
ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de
solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008,
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em mediante apresentação de documento de identificação

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pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes,
de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita para subsidiar ações destinadas às apurações criminais
da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou federais, estaduais e distritais. (2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
declaração firmada na qual constem as características da
gerido pela unidade oficial de perícia criminal. (2019)
arma e a sua condição de proprietário, ficando este § 4º Os dados constantes do Banco Nacional de
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que
das demais exigências constantes dos incisos I a III permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos
do caput do art. 4o desta Lei. previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do civil, penal e administrativamente. (2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da
disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de
fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, base de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
(2019)
certificado de registro provisório, expedido na forma do § § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
4o do art. 5o desta Lei. Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados em
ato do Poder Executivo federal. (2019)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de
fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, CAPÍTULO VI
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
indenização, nos termos do regulamento desta Lei. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de
fogo e munição em todo o território nacional, salvo
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante § 1o Este dispositivo, para entrar em vigor,
recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a
na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade ser realizado em outubro de 2005.
de eventual posse irregular da referida arma. § 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o
Parágrafo único. disposto neste artigo entrará em vigor na data de
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem
mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro
especificar o regulamento desta Lei:
de 1997.
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a publicação.
devida autorização ou com inobservância das normas de
segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de
armamentos que realize publicidade para venda,
estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais


fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as 01_____________________________________
providências necessárias para evitar o ingresso de
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos 02_____________________________________
pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
03_____________________________________
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
prestação dos serviços de transporte internacional e 04_____________________________________
interestadual de passageiros adotarão as providências
necessárias para evitar o embarque de passageiros 05_____________________________________
armados.
06_____________________________________
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de 07_____________________________________
registros balísticos serão armazenados no Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (2019) 08_____________________________________
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar 09_____________________________________
características de classe e individualizadoras de projéteis
e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo. 10_____________________________________
(2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será 11_____________________________________
constituído pelos registros de elementos de munição
12_____________________________________

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_____________________________________
13 CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
_____________________________________
14
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação
penal pública incondicionada.
_____________________________________
15
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal
pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do
processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso
Lei nº 13.869 / 2019 e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
Nova Lei de Abuso de Autoridade retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no
prazo de 6 (seis) meses, contado da data em que se
Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296,
de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de CAPÍTULO IV
1990, e a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos do RESTRITIVAS DE DIREITOS
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Seção I
Penal). Dos Efeitos da Condenação
Art. 4º São efeitos da condenação:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do
sanciono a seguinte Lei: ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação
dos danos causados pela infração, considerando os
CAPÍTULO I prejuízos por ele sofridos;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - a inabilitação para o exercício de cargo,
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5
autoridade, cometidos por agente público, servidor ou (cinco) anos;
não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de III - a perda do cargo, do mandato ou da função
exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. pública.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II
crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo e III do caput deste artigo são condicionados à
agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ocorrência de reincidência em crime de abuso de
ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por autoridade e não são automáticos, devendo ser
mero capricho ou satisfação pessoal. declarados motivadamente na sentença.
- Prejudicar outrem
- Beneficiar a si mesmo ou a terceiro Seção II
- Mero capricho Das Penas Restritivas de Direitos
- Satisfação pessoal Art. 5º As penas restritivas de direitos
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na substitutivas das privativas de liberdade previstas
avaliação de fatos e provas não configura abuso de nesta Lei são:
autoridade. I - prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas;
CAPÍTULO II II - suspensão do exercício do cargo, da função ou
DOS SUJEITOS DO CRIME do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de a perda dos vencimentos e das vantagens;
autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da III - (VETADO).
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer Parágrafo único. As penas restritivas de direitos
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não
se limitando a: CAPÍTULO V
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E
equiparadas; ADMINISTRATIVA
II - membros do Poder Legislativo; Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão
III - membros do Poder Executivo; aplicadas independentemente das sanções de
IV - membros do Poder Judiciário; natureza civil ou administrativa cabíveis.
V - membros do Ministério Público; Parágrafo único. As notícias de crimes previstos
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. nesta Lei que descreverem falta funcional serão
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para informadas à autoridade competente com vistas à
os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que apuração.
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra Art. 7º As responsabilidades civil e
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego administrativa são independentes da criminal, não se
ou função em órgão ou entidade abrangidos podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria
pelo caput deste artigo. do fato quando essas questões tenham sido decididas no
juízo criminal.

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Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim Art. 14. (VETADO).
como no administrativo-disciplinar, a sentença penal
que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício
de dever legal ou no exercício regular de direito. ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar
sigilo:
CAPÍTULO VI Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
DOS CRIMES E DAS PENAS multa.
Art. 9º Decretar medida de privação da Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
liberdade em manifesta desconformidade com as prossegue com o interrogatório:
hipóteses legais: I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e ao silêncio; ou
multa. II - de pessoa que tenha optado por ser assistida
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a por advogado ou defensor público, sem a presença de
autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável, seu patrono.
deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se
II - substituir a prisão preventiva por medida falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou
cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
quando manifestamente cabível; Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, e multa.
quando manifestamente cabível. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
como responsável por interrogatório em sede de
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de procedimento investigatório de infração penal, deixa de
testemunha ou investigado manifestamente descabida identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa
ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: identidade, cargo ou função.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa. Art. 17. (VETADO).

Art. 11. (VETADO). Art. 18. Submeter o preso a interrogatório


policial durante o período de repouso noturno, salvo se
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente
prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo assistido, consentir em prestar declarações:
legal: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução envio de pleito de preso à autoridade judiciária
de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua
que a decretou; prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família multa.
ou à pessoa por ela indicada; Parágrafo único. Incorre na mesma pena o
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 magistrado que, ciente do impedimento ou da demora,
(vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou,
autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa
condutor e das testemunhas; de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
IV - prolonga a execução de pena privativa de
liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista
medida de segurança ou de internação, deixando, sem pessoal e reservada do preso com seu advogado:
motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
soltura imediatamente após recebido ou de promover a e multa.
soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
legal. impede o preso, o réu solto ou o investigado de
entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
mediante violência, grave ameaça ou redução de sua audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele
capacidade de resistência, a: comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele interrogatório ou no caso de audiência realizada por
exibido à curiosidade pública; videoconferência.
II - submeter-se a situação vexatória ou a
constrangimento não autorizado em lei;
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na
III - produzir prova contra si mesmo ou contra mesma cela ou espaço de confinamento:
terceiro: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na e multa.
companhia de maior de idade ou em ambiente Parágrafo único. Não há crime quando se tratar
inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de sindicância ou investigação preliminar sumária,
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). devidamente justificada.

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação
astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, sem relação com a prova que se pretenda produzir,
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra
permanecer nas mesmas condições, sem determinação ou a imagem do investigado ou acusado:
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista Art. 29. Prestar informação falsa sobre
no caput deste artigo, quem: procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com
I - coage alguém, mediante violência ou grave o fim de prejudicar interesse de investigado:
ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
dependências; e multa.
II - (VETADO); Parágrafo único. (VETADO).
III - cumpre mandado de busca e apreensão
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das Art. 30. Dar início ou proceder à persecução
5h (cinco horas). penal, civil ou administrativa sem justa causa
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para fundamentada ou contra quem sabe inocente:
prestar socorro, ou quando houver fundados indícios Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
que indiquem a necessidade do ingresso em razão de multa.
situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 31. Estender injustificadamente a
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de
investigação, procrastinando-a em prejuízo do
diligência, de investigação ou de processo, o estado de
investigado ou fiscalizado:
lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente
e multa.
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
inexistindo prazo para execução ou conclusão de
multa.
procedimento, o estende de forma imotivada,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
pratica a conduta com o intuito de:
fiscalizado.
I - eximir-se de responsabilidade civil ou
administrativa por excesso praticado no curso de
diligência; Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados advogado acesso aos autos de investigação
ou informações incompletos para desviar o curso da preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou
investigação, da diligência ou do processo. a qualquer outro procedimento investigatório de
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças
ameaça, funcionário ou empregado de instituição relativas a diligências em curso, ou que indiquem a
hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar imprescindível:
local ou momento de crime, prejudicando sua apuração: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e e multa.
multa, além da pena correspondente à violência.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem
procedimento de investigação ou fiscalização, por meio expresso amparo legal:
manifestamente ilícito: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e e multa.
multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de
uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, agente público para se eximir de obrigação legal ou para
com prévio conhecimento de sua ilicitude. obter vantagem ou privilégio indevido.

Art. 26. (VETADO). Art. 34. (VETADO).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar Art. 35. (VETADO).


procedimento investigatório de infração penal ou
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional indisponibilidade de ativos financeiros em quantia
ou de infração administrativa: que extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração,

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pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi- vigorar acrescida do seguinte art. 227-A: (Estatuto da
la: Criança e do Adolescente)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I
multa. do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos
no exame de processo de que tenha requerido vista em com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu de reincidência. (2019)
andamento ou retardar o julgamento: Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, função, nesse caso, independerá da pena aplicada na
e multa. reincidência. (2019)

Art. 38. Antecipar o responsável pelas Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994,
investigações, por meio de comunicação, inclusive rede passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B: (Estatuto
social, atribuição de culpa, antes de concluídas as da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
apurações e formalizada a acusação: ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III, IV e
e multa. V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
CAPÍTULO VII multa.’”
DO PROCEDIMENTO
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de
dos delitos previstos nesta Lei, no que couber, as dezembro de 1965, (Antiga Lei de Abuso de Autoridade) e
disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº
1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de 26 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
de setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos
CAPÍTULO VIII 120 (cento e vinte) dias de sua publicação oficial.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte
redação: (Prisão Temporária)
“Art.2º ...............................................................................
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o
período de duração da prisão temporária estabelecido
no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
deverá ser libertado. (2019)
............................................................................................. 01_____________________________________
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a
autoridade responsável pela custódia deverá, 02_____________________________________
independentemente de nova ordem da autoridade judicial,
pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já 03_____________________________________
tiver sido comunicada da prorrogação da prisão
temporária ou da decretação da prisão preventiva. 04_____________________________________
(2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de 05_____________________________________
prisão no cômputo do prazo de prisão temporária. (2019)
06_____________________________________
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 07_____________________________________
1996, passa a vigorar com a seguinte redação: (Lei da
Interceptação Telefônica) 08_____________________________________
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
comunicações telefônicas, de informática ou telemática, 09_____________________________________
promover escuta ambiental ou quebrar segredo da
Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não 10_____________________________________
autorizados em lei: (2019)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
11_____________________________________
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade 12_____________________________________
judicial que determina a execução de conduta prevista
no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. 13_____________________________________
(2019)
14_____________________________________
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a 15_____________________________________

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jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
Constituição da República Federativa trabalho;
do Brasil de 1988 XIV - jornada de 6 (seis) horas para o trabalho
realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado,
CAPÍTULO II preferencialmente aos domingos;
DOS DIREITOS SOCIAIS
XVI - remuneração do serviço extraordinário
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a normal;
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com,
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
pelo menos, 1/3 (um terço) a mais do que o salário
desta Constituição.
normal;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do
condição social: emprego e do salário, com a duração de 120 (cento e
vinte) dias;
I - relação de emprego protegida contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei STF: Os prazos da licença-gestante não poderão ser superiores
aos prazos da licença-adotante.
complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos; (Eficácia limitada) XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego lei;
involuntário; XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
III - fundo de garantia do tempo de serviço; (FGTS) mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais serviço, sendo no mínimo de 30 (trinta) dias, nos termos
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, da lei;
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
previdência social, com reajustes periódicos que lhe meio de normas de saúde, higiene e segurança;
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua XXIII - adicional de remuneração para as atividades
vinculação para qualquer fim; (Reserva legal) penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
STF: Súmula vinculante 6 - Não viola a Constituição o XXIV - aposentadoria; (Benefício previdenciário)
estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para XXV - assistência gratuita aos filhos e
as praças prestadoras de serviço militar inicial.
dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
V - piso salarial proporcional à extensão e à idade em creches e pré-escolas;
complexidade do trabalho; XXVI - reconhecimento das convenções e
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto acordos coletivos de trabalho;
em convenção ou acordo coletivo; XXVII - proteção em face da automação, na forma
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, da lei; (Eficácia limitada)
para os que percebem remuneração variável; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
VIII - décimo terceiro salário com base na cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
remuneração integral ou no valor da aposentadoria; este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
(Gratificação natalina)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
IX – remuneração do trabalho noturno superior à relações de trabalho, com prazo prescricional de 5
do diurno; (cinco) anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
STF: Súmula 213 - É devido o adicional de serviço noturno, limite de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de
ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento. trabalho;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo a) (Revogada).
crime sua retenção dolosa; (Natureza alimentar) b) (Revogada).
XI – participação nos lucros, ou resultados, XXX - proibição de diferença de salários, de
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, exercício de funções e de critério de admissão por motivo
participação na gestão da empresa, conforme definido em de sexo, idade, cor ou estado civil;
lei; (Eficácia limitada)
XXXI - proibição de qualquer discriminação no
XII - salário-família pago em razão do dependente tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Benefício portador de deficiência;
previdenciário)
XXXII - proibição de distinção entre trabalho
XIII - duração do trabalho normal não superior a 8
manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
(oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais,
respectivos;
facultada a compensação de horários e a redução da
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso
ou insalubre a menores de 18 (dezoito) e de qualquer

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trabalho a menores de 16 (dezesseis) anos, salvo na representação sindical de que se investe, que deixa de existir,
condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze) anos; entretanto, se extinta a empresa empregadora.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador Parágrafo único. As disposições deste artigo
com vínculo empregatício permanente e o trabalhador aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
avulso. colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos estabelecer.
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos Art. 9º É assegurado o direito de greve,
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
as condições estabelecidas em lei e observada a devam por meio dele defender.
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, STF: Não constitui falta grave a entrada do empregado em greve,
principais e acessórias, decorrentes da relação de desde que não se trate de movimento condenado pela Justiça do
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, Trabalho e desde que o comportamento seja pacífico no
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à pertinente.
previdência social. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades
essenciais e disporá sobre o atendimento das
Art. 8º É livre a associação profissional ou necessidades inadiáveis da comunidade.
sindical, observado o seguinte: § 2º Os abusos cometidos sujeitam os
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado responsáveis às penas da lei.
para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no Art. 10. É assegurada a participação dos
órgão competente, vedadas ao Poder Público a trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
interferência e a intervenção na organização sindical; públicos em que seus interesses profissionais ou
II - é vedada a criação de mais de uma previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
organização sindical, em qualquer grau, representativa Art. 11. Nas empresas de mais de 200 (duzentos)
de categoria profissional ou econômica, na mesma base empregados, é assegurada a eleição de um
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou representante destes com a finalidade exclusiva de
empregadores interessados, não podendo ser inferior à promover-lhes o entendimento direto com os
área de um Município; (Princípio da unicidade sindical) empregadores.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive CAPÍTULO III
em questões judiciais ou administrativas; DA NACIONALIDADE
STF: O sindicato atua como substituto processual, não Art. 12. São brasileiros:
havendo necessidade de prévia autorização dos trabalhadores.
I - natos:
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que,
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA
em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
representação sindical respectiva, independentemente da ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
contribuição prevista em lei; (Contribuição confederativa) estejam a serviço de seu país; (Jus solis)
Contribuição b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
Contribuição Sindical
Confederativa mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
- Art. 8º, IV, CF/88 - Art. 149, CF/88 da República Federativa do Brasil; (Jus sanguinis)
- Fixada em assembleia - Fixada em lei c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou
geral - Tem Natureza tributária de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
- Não tem natureza - A Reforma Trabalhista de 2017
tornou o recolhimento obrigatório
repartição brasileira competente ou venham a residir na
tributária
- Facultativa apenas quando autorizado pelo República Federativa do Brasil e optem, em qualquer
empregado. tempo, depois de atingida a maioridade, pela
STF: Súmula Vinculante 40 - A contribuição confederativa de nacionalidade brasileira; (Jus sanguinis / Potestativa)
que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos II - naturalizados:
filiados ao sindicato respectivo
NACIONALIDADE DERIVADA
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a
a) os que, na forma da lei, adquiram a
manter-se filiado a sindicato; (Princípio da liberdade sindical)
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas países de língua portuguesa apenas residência por 1
negociações coletivas de trabalho; (um) ano ininterrupto e idoneidade moral; (Naturalização
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser ordinária)
votado nas organizações sindicais; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
VIII - é vedada a dispensa do empregado residentes na República Federativa do Brasil há mais de
sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo 15 (quinze) anos ininterruptos e sem condenação penal,
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda desde que requeiram a nacionalidade brasileira;
(Naturalização extraordinária)
que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo
se cometer falta grave nos termos da lei. (Estabilidade § 1º Aos portugueses com residência
sindical) permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
STF: A garantia constitucional assegurada ao empregado brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
enquanto no cumprimento de mandato sindical não se destina a brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
ele propriamente dito, ex intuitu personae, mas sim à

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22
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Não há atribuição de nacionalidade aos portugueses, mas a demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações
concessão de direitos inerentes aos nacionais do Brasil. Os eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto.
portugueses permanecem com sua nacionalidade. § 2º Não podem alistar-se como eleitores os
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre estrangeiros e, durante o período do serviço militar
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos obrigatório, os conscritos.
previstos nesta Constituição. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: (Rol lei: (Capacidade eleitoral passiva)
taxativo)
I - a nacionalidade brasileira;
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - o pleno exercício dos direitos políticos;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - o alistamento eleitoral;
III - de Presidente do Senado Federal; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - a filiação partidária;
V - da carreira diplomática; VI - a idade mínima de:
VI - de oficial das Forças Armadas. a) 35 (trinta e cinco) anos para Presidente e Vice-
VII - de Ministro de Estado da Defesa Presidente da República e Senador;
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do b) 30 (trinta) anos para Governador e Vice-
brasileiro que: Governador de Estado e do Distrito Federal;
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença c) 21 (vinte e um) anos para Deputado Federal,
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
nacional; juiz de paz;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: d) 18 (dezoito) anos para Vereador.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os
pela lei estrangeira; analfabetos.
b) de imposição de naturalização, pela norma § 5º O Presidente da República, os Governadores
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
como condição para permanência em seu território ou houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
para o exercício de direitos civis; poderão ser reeleitos para um único período
subsequente.
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da § 6º Para concorrerem a outros cargos, o
República Federativa do Brasil. Presidente da República, os Governadores de Estado e
§ 1º São símbolos da República Federativa do do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do
pleito.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da
CAPÍTULO IV República, de Governador de Estado ou Território, do
DOS DIREITOS POLÍTICOS Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito,
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: reeleição. (Inelegibilidade reflexa)
(Democracia semidireta ou participativa)
STF: Súmula vinculante 18 - A dissolução da sociedade ou do
I - plebiscito; vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a
Consulta a população previamente à edição do ato legislativo ou inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição
administrativo; Federal
II - referendo; § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
Consulta a população posteriormente à edição do ato legislativo seguintes condições:
ou administrativo, para que o povo ratifique ou rejeite o ato. I - se contar menos de 10 (dez) anos de serviço,
III - iniciativa popular. deverá afastar-se da atividade;
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: II - se contar mais de 10 (dez) anos de serviço,
(Capacidade eleitoral ativa) será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
I - obrigatórios para os maiores de 18 (dezoito) passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
anos; inatividade.
II - facultativos para: § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos
a) os analfabetos; de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para
b) os maiores de 70 (setenta) anos; exercício de mandato considerada vida pregressa do
c) os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
(dezoito) anos. contra a influência do poder econômico ou o abuso do
TSE: Poderão votar aqueles que, na data da eleição, tiverem exercício de função, cargo ou emprego na administração
completado a idade mínima de 16 anos. direta ou indireta.
TSE: Resolução 21.920/2004 – Não estará sujeita a sanção a § 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado
pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou
ante a Justiça Eleitoral no prazo de 15 (quinze) dias

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contados da diplomação, instruída a ação com provas de II - tiverem elegido pelo menos 15 (quinze)
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 (um
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará terço) das unidades da Federação. (2017)
em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os
Art. 15. É vedada a cassação de direitos requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos mandato e facultada a filiação, sem perda do
de: mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
I - cancelamento da naturalização por sentença sendo essa filiação considerada para fins de distribuição
transitada em julgado; (Perda) dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
II - incapacidade civil absoluta; (Suspensão) tempo de rádio e de televisão. (2017)
III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos; (Suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta
ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (Perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art.
37, § 4º. (Suspensão)
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência. (Princípio da anterioridade eleitoral)
_____________________________________
01

_____________________________________
02

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS _____________________________________
03

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e _____________________________________


04
extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os _____________________________________
05

direitos fundamentais da pessoa humana e observados os


seguintes preceitos: _____________________________________
06

I - caráter nacional;
_____________________________________
07
II - proibição de recebimento de recursos
financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de _____________________________________
08

subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; _____________________________________
09

IV - funcionamento parlamentar de acordo com a _____________________________________


10
lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos _____________________________________
11

autonomia para definir sua estrutura interna e


estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de _____________________________________
12

seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua


organização e funcionamento e para adotar os critérios de _____________________________________
13

escolha e o regime de suas coligações nas eleições


majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
_____________________________________
14

proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação _____________________________________


15
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária. (2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem Decreto-Lei nº 2.848 / 1940
personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Código Penal
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
TÍTULO II
forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: DO CRIME
(2017) (Cláusula de barreira)
De acordo com o Conceito Analítico de Crime, o delito
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos constitui-se de um fato típico, ilícito e culpável.
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos CONCEITO TRIPARTIDO DE CRIME
válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 (um terço) das ✓ FATO TÍPICO - Conduta
- Resultado
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
- Nexo de causalidade
cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (2017) - Tipicidade
✓ ILÍCITO É a relação de contrariedade entre a
conduta e a norma. Essa ilicitude poderá ser

ID:
24
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afastada por causas excludentes de Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou
antijuridicidade, quando o agente, por grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
exemplo, pratica o fato: a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por
-- em estado de necessidade; ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1/3 a
-- em legítima defesa;
-- em estrito cumprimento de dever legal
2/3 (um a dois terços).
-- em exercício regular de direito
✓ CULPÁVEL - Imputabilidade Crime impossível
- Potencial consciência da ilicitude Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
- Exigibilidade de conduta diversa ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Relação de causalidade STF: Súmula 145 - Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna
resultado não teria ocorrido. (Teoria da equivalência dos impossível a configuração do crime de furto.
antecedentes causais – conditio sine qua non)
A teoria da equivalência dos antecedentes causais possui Art. 18 - Diz-se o crime:
extensão muito ampla, permitindo o regresso infinito das causas.
Para evitar a responsabilização de determinadas condutas Crime doloso
existentes na cadeia do regresso, deve-se buscar limites e I - doloso, quando o agente quis o resultado (Dolo
complementos na legislação e na doutrina, como os critérios de direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (Dolo eventual).
imputação objetiva e a análise do dolo e da culpa. Crime culposo
Superveniência de causa independente II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado
§ 1º - A superveniência de causa relativamente por imprudência, negligência ou imperícia.
independente exclui a imputação quando, por si só, Imprudência – Atitude realizada sem a devida ponderação, de
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, forma perigosa e precipitada;
imputam-se a quem os praticou. (Teoria da causalidade Negligência – Ausência de precaução. Deixar de fazer algo
adequada) imposto;
Relevância da omissão Imperícia – Conduta realizada com inaptidão para o exercício de
arte ou profissão.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei,
dever de agir incumbe a quem: (Crime omissivo impróprio ou ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
comissivo por omissão) senão quando o pratica dolosamente.
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou Princípio da excepcionalidade do tipo culposo: Os tipos
vigilância; penais culposos devem ser previstos de forma expressa.
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
impedir o resultado; Agravação pelo resultado
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a
ocorrência do resultado. pena, só responde o agente que o houver causado ao
menos culposamente.
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado Erro sobre elementos do tipo
I - consumado, quando nele se reúnem todos os Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo
elementos de sua definição legal; legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
Tentativa crime culposo, se previsto em lei.
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se O erro sobre elementos do tipo, conhecido como Erro de Tipo
consuma por circunstâncias alheias à vontade do Essencial, é a representação errônea da realidade. O agente
agente. (Conatus) acredita não estar presente um dos elementos essenciais que
Pena de tentativa compõem o tipo penal.
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, ERRO DE TIPO ESSENCIAL
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime Escusável ou Inevitável: Inescusável ou Evitável:
consumado, diminuída de 1/3 a 2/3 (um a dois terços). Exclui o dolo e a culpa Exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, a
Infrações que não admitem a tentativa:
título de culpa imprópria.
- Contravenções penais
- Crimes culposos
- Crimes preterdolosos Descriminantes putativas (Erro de tipo permissivo)
- Crimes unissubsistentes § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
- Crimes omissivos próprios justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
- Crimes condicionados que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há
- Crimes habituais isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
- Crimes de atentado
punível como crime culposo

Desistência voluntária e arrependimento eficaz Erro determinado por terceiro


Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina
prosseguir na execução ou impede que o resultado se o erro.
produza, só responde pelos atos já praticados
Erro sobre a pessoa (Error in persona)
Arrependimento posterior

ID:
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§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é _____________________________________
02

praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste


caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da _____________________________________
03

pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.


_____________________________________
04

Erro sobre a ilicitude do fato (Erro de proibição)


Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O _____________________________________
05

erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de


_____________________________________
06
pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3 (um
sexto a um terço). _____________________________________
07
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do _____________________________________
08

fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou


atingir essa consciência. _____________________________________
09

Coação irresistível e obediência hierárquica _____________________________________


10

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível


ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente
_____________________________________
11

ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da _____________________________________


12
coação ou da ordem
_____________________________________
13

Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o _____________________________________
14

fato:
I - em estado de necessidade; _____________________________________
15

II - em legítima defesa
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das
Lei nº 7.210 / 1984
hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso Lei de Execução Penal
ou culposo

Estado de necessidade TÍTULO I


Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo as disposições de sentença ou decisão criminal e
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas proporcionar condições para a harmônica integração
circunstâncias, não era razoável exigir-se. social do condenado e do internado.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a exercida, no processo de execução, na conformidade
2/3 (um a dois terços). desta Lei e do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente
Legítima defesa ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à
usando moderadamente dos meios necessários, repele jurisdição ordinária.
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem. Art. 3º Ao condenado e ao internado serão
assegurados todos os direitos não atingidos pela
Parágrafo único. Observados os requisitos sentença ou pela lei.
previstos no caput deste artigo, considera-se também em Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção
legítima defesa o agente de segurança pública que de natureza racial, social, religiosa ou política.
repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes. (2019) Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da
comunidade nas atividades de execução da pena e da
medida de segurança.

TÍTULO II
Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I
Da Classificação
Art. 5º Os condenados serão classificados,
segundo os seus antecedentes e personalidade, para
orientar a individualização da execução penal.
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Art. 6o A classificação será feita por Comissão documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado,
Técnica de Classificação que elaborará o programa de maneira que possa ser contraditado pela defesa. (2019)
individualizador da pena privativa de liberdade adequada § 4º O condenado pelos crimes previstos
ao condenado ou preso provisório. no caput deste artigo que não tiver sido submetido à
identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, estabelecimento prisional deverá ser submetido ao
existente em cada estabelecimento, será presidida pelo procedimento durante o cumprimento da pena. (2019)
diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de § 5º A amostra biológica coletada só poderá ser
serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a
assistente social, quando se tratar de condenado à pena identificação pelo perfil genético, não estando autorizadas
privativa de liberdade. as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão (2019)
atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por § 6º Uma vez identificado o perfil genético, a
fiscais do serviço social. amostra biológica recolhida nos termos do caput deste
artigo deverá ser correta e imediatamente descartada, de
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro
privativa de liberdade, em regime fechado, será fim. (2019)
submetido a exame criminológico para a obtenção dos § 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração
elementos necessários a uma adequada classificação e do respectivo laudo serão realizadas por perito oficial.
com vistas à individualização da execução. (Exame (2019)
criminológico obrigatório) § 8º Constitui falta grave a recusa do
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo condenado em submeter-se ao procedimento de
poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da identificação do perfil genético. (2019)
pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
(Exame criminológico facultativo)
Os principais objetivos do exame criminológico são classificar
CAPÍTULO II
os antecedentes e personalidade do indivíduo condenado, além Da Assistência
de individualizar a execução de sua pena, colaborando para um SEÇÃO I
tratamento carcerário adequado às suas necessidades Disposições Gerais
singulares. O exame criminológico é essencialmente Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é
multidisciplinar, sendo composto pelas avaliações de uma equipe dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar
de médico, psicólogo, assistente social e profissional da área o retorno à convivência em sociedade.
jurídica. Parágrafo único. A assistência estende-se ao
Hewdy Lobo, Psiquiatra Forense
egresso.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de Art. 11. A assistência será:
dados reveladores da personalidade, observando a ética I - material;
profissional e tendo sempre presentes peças ou II - à saúde;
informações do processo, poderá: III -jurídica;
I - entrevistar pessoas; IV - educacional;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos V - social;
privados, dados e informações a respeito do condenado; VI - religiosa.
III - realizar outras diligências e exames
necessários. SEÇÃO II
Da Assistência Material
Art. 9o-A. O condenado por crime doloso praticado Art. 12. A assistência material ao preso e ao
com violência grave contra a pessoa, bem como por crime internado consistirá no fornecimento de alimentação,
contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime vestuário e instalações higiênicas.
sexual contra vulnerável, será submetido,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e
mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), serviços que atendam aos presos nas suas
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso necessidades pessoais, além de locais destinados à
no estabelecimento prisional. (2019) venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos
§ 1o A identificação do perfil genético será pela Administração.
armazenada em banco de dados sigiloso, conforme
regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. SEÇÃO III
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar Da Assistência à Saúde
garantias mínimas de proteção de dados genéticos, Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
observando as melhores práticas da genética forense. internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá
(2019) atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, § 1º (Vetado).
poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação aparelhado para prover a assistência médica necessária,
de perfil genético. esta será prestada em outro local, mediante autorização
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados da direção do estabelecimento.
genéticos o acesso aos seus dados constantes nos § 3o Será assegurado acompanhamento médico à
bancos de perfis genéticos, bem como a todos os mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
extensivo ao recém-nascido.

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SEÇÃO IV Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:
Da Assistência Jurídica I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos II - a existência de cursos nos níveis fundamental e
presos e aos internados sem recursos financeiros para médio e o número de presos e presas atendidos;
constituir advogado. III - a implementação de cursos profissionais em
nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter de presos e presas atendidos;
serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela IV - a existência de bibliotecas e as condições de
Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos seu acervo;
penais. V - outros dados relevantes para o aprimoramento
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar educacional de presos e presas.
auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública,
no exercício de suas funções, dentro e fora dos SEÇÃO VI
estabelecimentos penais. Da Assistência Social
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá Art. 22. A assistência social tem por finalidade
local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor amparar o preso e o internado e prepará-los para o
Público. retorno à liberdade.
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão
implementados Núcleos Especializados da Defensoria Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
Pública para a prestação de assistência jurídica integral e I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou
gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e exames;
seus familiares, sem recursos financeiros para constituir II - relatar, por escrito, ao Diretor do
advogado. estabelecimento, os problemas e as dificuldades
enfrentadas pelo assistido;
SEÇÃO V III - acompanhar o resultado das permissões de
Da Assistência Educacional saídas e das saídas temporárias;
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a IV - promover, no estabelecimento, pelos meios
instrução escolar e a formação profissional do preso e do disponíveis, a recreação;
internado. V - promover a orientação do assistido, na fase
final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a
Art. 18. O ensino de 1º grau (Ensino fundamental) facilitar o seu retorno à liberdade;
será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da VI - providenciar a obtenção de documentos, dos
Unidade Federativa. benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente
no trabalho;
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, VII - orientar e amparar, quando necessário, a
com formação geral ou educação profissional de nível família do preso, do internado e da vítima.
médio, será implantado nos presídios, em obediência ao
preceito constitucional de sua universalização. SEÇÃO VII
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas Da Assistência Religiosa
integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de
será mantido, administrativa e financeiramente, com o culto, será prestada aos presos e aos internados,
apoio da União, não só com os recursos destinados à permitindo-se-lhes a participação nos serviços
educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou organizados no estabelecimento penal, bem como a
administração penitenciária. posse de livros de instrução religiosa.
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos § 1º No estabelecimento haverá local apropriado
e às presas cursos supletivos de educação de jovens e para os cultos religiosos.
adultos. § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito obrigado a participar de atividade religiosa.
Federal incluirão em seus programas de educação à
distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, SEÇÃO VIII
o atendimento aos presos e às presas. Da Assistência ao Egresso
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em
liberdade;
nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
II - na concessão, se necessário, de alojamento e
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo
profissional adequado à sua condição.
de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II
Art. 20. As atividades educacionais podem ser
poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por
objeto de convênio com entidades públicas ou
declaração do assistente social, o empenho na obtenção
particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
de emprego.
especializados.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-
desta Lei:
se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano
todas as categorias de reclusos, provida de livros
a contar da saída do estabelecimento;
instrutivos, recreativos e didáticos.

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II - o liberado condicional, durante o período de
prova. Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por
fundação, ou empresa pública, com autonomia
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará administrativa, e terá por objetivo a formação profissional
com o egresso para a obtenção de trabalho. do condenado.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade
CAPÍTULO III gerenciadora promover e supervisionar a produção, com
Do Trabalho critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua
SEÇÃO I comercialização, bem como suportar despesas, inclusive
Disposições Gerais pagamento de remuneração adequada.
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever § 2o Os governos federal, estadual e municipal
social e condição de dignidade humana, terá finalidade poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para
educativa e produtiva. implantação de oficinas de trabalho referentes a setores
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de de apoio dos presídios.
trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou
da Consolidação das Leis do Trabalho. Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e
dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre
mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 que não for possível ou recomendável realizar-se a venda
(três quartos) do salário mínimo. a particulares.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho Parágrafo único. Todas as importâncias
deverá atender: arrecadadas com as vendas reverterão em favor da
a) à indenização dos danos causados pelo crime, fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior
desde que determinados judicialmente e não reparados ou, na sua falta, do estabelecimento penal.
por outros meios;
b) à assistência à família; SEÇÃO III
c) a pequenas despesas pessoais; Do Trabalho Externo
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas Art. 36. O trabalho externo será admissível para
realizadas com a manutenção do condenado, em os presos em regime fechado somente em serviço ou
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação obras públicas realizadas por órgãos da Administração
prevista nas letras anteriores. Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da
depositada a parte restante para constituição do pecúlio, disciplina.
em Caderneta de Poupança, que será entregue ao § 1º O limite máximo do número de presos será de
condenado quando posto em liberdade. 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
serviço à comunidade não serão remuneradas. § 3º A prestação de trabalho à entidade privada
depende do consentimento expresso do preso.
SEÇÃO II
Do Trabalho Interno Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá
está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do
capacidade. cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido
estabelecimento. como crime, for punido por falta grave, ou tiver
comportamento contrário aos requisitos estabelecidos
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser neste artigo.
levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e
as necessidades futuras do preso, bem como as CAPÍTULO IV
oportunidades oferecidas pelo mercado. Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o SEÇÃO I
artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões Dos Deveres
de turismo. Art. 38. Cumpre ao condenado, além das
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se
solicitar ocupação adequada à sua idade. às normas de execução da pena.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente
exercerão atividades apropriadas ao seu estado. Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será da sentença;
inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com II - obediência ao servidor e respeito a qualquer
descanso nos domingos e feriados. pessoa com quem deva relacionar-se;
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário III - urbanidade e respeito no trato com os demais
especial de trabalho aos presos designados para os condenados;
serviços de conservação e manutenção do
estabelecimento penal.

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IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou Parágrafo único. As divergências entre o médico
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz da
disciplina; execução.
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens
recebidas; SEÇÃO III
VI - submissão à sanção disciplinar imposta; Da Disciplina
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; SUBSEÇÃO I
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das Disposições Gerais
despesas realizadas com a sua manutenção, mediante Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a
desconto proporcional da remuneração do trabalho; ordem, na obediência às determinações das autoridades
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou e seus agentes e no desempenho do trabalho.
alojamento; Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o
X - conservação dos objetos de uso pessoal. condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no direitos e o preso provisório.
que couber, o disposto neste artigo.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar
SEÇÃO II sem expressa e anterior previsão legal ou
Dos Direitos regulamentar.
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o § 1º As sanções não poderão colocar em perigo a
respeito à integridade física e moral dos condenados e integridade física e moral do condenado.
dos presos provisórios. § 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário; Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da
II - atribuição de trabalho e sua remuneração; execução da pena ou da prisão, será cientificado das
III - Previdência Social; normas disciplinares.
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena
o trabalho, o descanso e a recreação; privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
VI - exercício das atividades profissionais, administrativa conforme as disposições regulamentares.
intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que
compatíveis com a execução da pena; Art. 48. Na execução das penas restritivas de
VII - assistência material, à saúde, jurídica, direitos, o poder disciplinar será exercido pela autoridade
educacional, social e religiosa; administrativa a que estiver sujeito o condenado.
VIII - proteção contra qualquer forma de Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade
sensacionalismo; representará ao Juiz da execução para os fins dos artigos
IX - entrevista pessoal e reservada com o 118, inciso I (Regressão), 125 (Revogação de saídas
advogado; temporárias), 127 (Perda dos dias remidos), 181, §§ 1º,
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes letra d, e 2º (Conversão da pena restritiva de direitos em
e amigos em dias determinados; privativa de liberdade) desta Lei.
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às
SUBSEÇÃO II
exigências da individualização da pena;
Das Faltas Disciplinares
XIII - audiência especial com o diretor do
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em
estabelecimento;
leves, médias e graves. A legislação local especificará
XIV - representação e petição a qualquer
as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
autoridade, em defesa de direito;
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a
XV - contato com o mundo exterior por meio de
sanção correspondente à falta consumada.
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação que não comprometam a moral e os bons
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena
costumes.
privativa de liberdade que:
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido
I - incitar ou participar de movimento para subverter
anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade
a ordem ou a disciplina;
judiciária competente.
II - fugir;
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de
V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos
ofender a integridade física de outrem;
mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao
impostas;
submetido à medida de segurança, no que couber, o
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e
disposto nesta Seção.
V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
médico de confiança pessoal do internado ou do
comunicação com outros presos ou com o ambiente
submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
externo.
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o
tratamento. VIII - recusar submeter-se ao procedimento de
identificação do perfil genético. (2019)

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I - continua apresentando alto risco para a
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem
no que couber, ao preso provisório. ou da sociedade; (2019)
II - mantém os vínculos com organização
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
restritiva de direitos que: considerados também o perfil criminal e a função
I - descumprir, injustificadamente, a restrição desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação
imposta; duradoura do grupo, a superveniência de novos
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da processos criminais e os resultados do tratamento
obrigação imposta; penitenciário. (2019)
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o
V, do artigo 39, desta Lei. regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta
segurança interna e externa, principalmente no que diz
Art. 52. A prática de fato previsto como crime respeito à necessidade de se evitar contato do preso com
doloso constitui falta grave e, quando ocasionar membros de sua organização criminosa, associação
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. (2019)
preso provisório, ou condenado, nacional ou § 6º A visita de que trata o inciso III
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime do caput deste artigo será gravada em sistema de
disciplinar diferenciado, com as seguintes características: áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial,
(2019) fiscalizada por agente penitenciário. (2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime
prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita
de mesma espécie; (2019) de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá,
II - recolhimento em cela individual; (2019) após prévio agendamento, ter contato telefônico, que
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes
vez, a serem realizadas em instalações equipadas por mês e por 10 (dez) minutos. (2019)
para impedir o contato físico e a passagem de
objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, SUBSEÇÃO III
autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) Das Sanções e das Recompensas
horas; (2019) Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) I - advertência verbal;
horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 II - repreensão;
(quatro) presos, desde que não haja contato com III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41,
presos do mesmo grupo criminoso; (2019) parágrafo único);
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto IV - isolamento na própria cela, ou em local
aquelas com seu defensor, em instalações equipadas adequado, nos estabelecimentos que possuam
para impedir o contato físico e a passagem de objetos, alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88
salvo expressa autorização judicial em contrário; (2019) desta Lei.
VI - fiscalização do conteúdo da V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
correspondência; (2019)
VII - participação em audiências judiciais Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53
preferencialmente por videoconferência, garantindo-se serão aplicadas por ato motivado do diretor do
a participação do defensor no mesmo ambiente do preso. estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
(2019)
fundamentado despacho do juiz competente.
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em
será aplicado aos presos provisórios ou condenados,
regime disciplinar dependerá de requerimento
nacionais ou estrangeiros: (2019)
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento
I - que apresentem alto risco para a ordem e a
ou outra autoridade administrativa.
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
(2019)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de regime disciplinar será precedida de manifestação do
envolvimento ou participação, a qualquer título, em Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo
organização criminosa, associação criminosa ou máximo de quinze dias.
milícia privada, independentemente da prática de falta
grave. (2019) Art. 55. As recompensas têm em vista o bom
§ 2º (Revogado). (2019) comportamento reconhecido em favor do condenado, de
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao
liderança em organização criminosa, associação trabalho.
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o Art. 56. São recompensas:
regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente I - o elogio;
cumprido em estabelecimento prisional federal. (2019) II - a concessão de regalias.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o Parágrafo único. A legislação local e os
regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de
sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo concessão de regalias.
indícios de que o preso: (2019)
SUBSEÇÃO IV
Da Aplicação das Sanções

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Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, I - propor diretrizes da política criminal quanto à
levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e
circunstâncias e as consequências do fato, bem como a execução das penas e das medidas de segurança;
pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. política criminal e penitenciária;
III - promover a avaliação periódica do sistema
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição criminal para a sua adequação às necessidades do País;
de direitos não poderão exceder a 30 (trinta) dias, IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. V - elaborar programa nacional penitenciário de
Parágrafo único. O isolamento será sempre formação e aperfeiçoamento do servidor;
comunicado ao Juiz da execução. VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e
construção de estabelecimentos penais e casas de
SUBSEÇÃO V albergados;
Do Procedimento Disciplinar VII - estabelecer os critérios para a elaboração da
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser estatística criminal;
instaurado o procedimento para sua apuração, conforme VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos
regulamento, assegurado o direito de defesa. penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do
Parágrafo único. A decisão será motivada. Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros
meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às
o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10 autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao
(dez) dias. A inclusão do preso no regime disciplinar seu aprimoramento;
diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação IX - representar ao Juiz da execução ou à
do fato, dependerá de despacho do juiz competente. autoridade administrativa para instauração de sindicância
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou ou procedimento administrativo, em caso de violação das
inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será normas referentes à execução penal;
computado no período de cumprimento da sanção X - representar à autoridade competente para a
disciplinar. interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento
penal.
TÍTULO III
Dos Órgãos da Execução Penal CAPÍTULO III
CAPÍTULO I Do Juízo da Execução
Disposições Gerais Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz
Art. 61. São órgãos da execução penal: indicado na lei local de organização judiciária e, na sua
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e ausência, ao da sentença.
Penitenciária;
II - o Juízo da Execução; Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
III - o Ministério Público; I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de
IV - o Conselho Penitenciário; qualquer modo favorecer o condenado;
V - os Departamentos Penitenciários; II - declarar extinta a punibilidade;
VI - o Patronato; III - decidir sobre:
VII - o Conselho da Comunidade. a) soma ou unificação de penas;
VIII - a Defensoria Pública. b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
CAPÍTULO II d) suspensão condicional da pena;
Do Conselho Nacional de Política Criminal e e) livramento condicional;
Penitenciária f) incidentes da execução.
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e IV - autorizar saídas temporárias;
Penitenciária, com sede na Capital da República, é V - determinar:
subordinado ao Ministério da Justiça. a) a forma de cumprimento da pena restritiva de
direitos e fiscalizar sua execução;
Art. 63. O Conselho Nacional de Política b) a conversão da pena restritiva de direitos e de
Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) multa em privativa de liberdade;
membros designados através de ato do Ministério da c) a conversão da pena privativa de liberdade em
Justiça, dentre professores e profissionais da área do restritiva de direitos;
Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências d) a aplicação da medida de segurança, bem como
correlatas, bem como por representantes da comunidade a substituição da pena por medida de segurança;
e dos Ministérios da área social. e) a revogação da medida de segurança;
Parágrafo único. O mandato dos membros do f) a desinternação e o restabelecimento da situação
Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 anterior;
(um terço) em cada ano. g) o cumprimento de pena ou medida de segurança
em outra comarca;
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal h) a remoção do condenado na hipótese prevista
e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
âmbito federal ou estadual, incumbe: i) (VETADO);
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da
medida de segurança;

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32
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VII - inspecionar, mensalmente, os Dos Departamentos Penitenciários
estabelecimentos penais, tomando providências para o SEÇÃO I
adequado funcionamento e promovendo, quando for o Do Departamento Penitenciário Nacional
caso, a apuração de responsabilidade; Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,
VIII - interditar, no todo ou em parte, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo
estabelecimento penal que estiver funcionando em da Política Penitenciária Nacional e de apoio
condições inadequadas ou com infringência aos administrativo e financeiro do Conselho Nacional de
dispositivos desta Lei; Política Criminal e Penitenciária.
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a Art. 72. São atribuições do Departamento
cumprir. Penitenciário Nacional:
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de
CAPÍTULO IV execução penal em todo o Território Nacional;
Do Ministério Público II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a estabelecimentos e serviços penais;
execução da pena e da medida de segurança, oficiando III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas
no processo executivo e nos incidentes da execução. na implementação dos princípios e regras estabelecidos
nesta Lei;
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: IV - colaborar com as Unidades Federativas
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de mediante convênios, na implantação de estabelecimentos
recolhimento e de internamento; e serviços penais;
II - requerer: V - colaborar com as Unidades Federativas para a
a) todas as providências necessárias ao realização de cursos de formação de pessoal
desenvolvimento do processo executivo; penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado
b) a instauração dos incidentes de excesso ou e do internado.
desvio de execução; VI – estabelecer, mediante convênios com as
c) a aplicação de medida de segurança, bem como unidades federativas, o cadastro nacional das vagas
a substituição da pena por medida de segurança; existentes em estabelecimentos locais destinadas ao
d) a revogação da medida de segurança; cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas
e) a conversão de penas, a progressão ou pela justiça de outra unidade federativa, em especial para
regressão nos regimes e a revogação da suspensão presos sujeitos a regime disciplinar
condicional da pena e do livramento condicional; VII - acompanhar a execução da pena das
f) a internação, a desinternação e o mulheres beneficiadas pela progressão especial de que
restabelecimento da situação anterior. trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua
III - interpor recursos de decisões proferidas pela integração social e a ocorrência de reincidência,
autoridade judiciária, durante a execução. específica ou não, mediante a realização de avaliações
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público periódicas e de estatísticas criminais. (2018)
visitará mensalmente os estabelecimentos penais, § 1º Incumbem também ao Departamento a
registrando a sua presença em livro próprio. coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e
de internamento federais. (2018)
CAPÍTULO V § 2º Os resultados obtidos por meio do
Do Conselho Penitenciário monitoramento e das avaliações periódicas previstas no
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para, em
consultivo e fiscalizador da execução da pena. função da efetividade da progressão especial para a
§ 1º O Conselho será integrado por membros ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art.
nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal 112 desta Lei, avaliar eventual desnecessidade do regime
e dos Territórios, dentre professores e profissionais da fechado de cumprimento de pena para essas mulheres
área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave
ciências correlatas, bem como por representantes da ameaça. (2018)
comunidade. A legislação federal e estadual regulará o
seu funcionamento.
SEÇÃO II
§ 2º O mandato dos membros do Conselho
Do Departamento Penitenciário Local
Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.
Art. 73. A legislação local poderá criar
Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
atribuições que estabelecer.
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de
pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou
base no estado de saúde do preso;
órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços
coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da
penais;
Federação a que pertencer.
III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada
Parágrafo único. Os órgãos referidos
ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e
no caput deste artigo realizarão o acompanhamento de
Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no
que trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e
exercício anterior;
encaminharão ao Departamento Penitenciário Nacional os
IV - supervisionar os patronatos, bem como a
resultados obtidos. (2018)
assistência aos egressos.
SEÇÃO III
CAPÍTULO VI

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Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de humanos para melhor assistência ao preso ou internado,
estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: em harmonia com a direção do estabelecimento.
I - ser portador de diploma de nível superior de
Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, CAPÍTULO IX
ou Serviços Sociais; DA DEFENSORIA PÚBLICA
II - possuir experiência administrativa na área; Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão execução da pena e da medida de segurança,
para o desempenho da função. oficiando, no processo executivo e nos incidentes da
Parágrafo único. O diretor deverá residir no execução, para a defesa dos necessitados em todos os
estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo graus e instâncias, de forma individual e coletiva.
integral à sua função.
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será I - requerer:
organizado em diferentes categorias funcionais, segundo a) todas as providências necessárias ao
as necessidades do serviço, com especificação de desenvolvimento do processo executivo;
atribuições relativas às funções de direção, chefia e b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior
assessoramento do estabelecimento e às demais que de qualquer modo favorecer o condenado;
funções. c) a declaração de extinção da punibilidade;
d) a unificação de penas;
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, e) a detração e remição da pena;
especializado, de instrução técnica e de vigilância f) a instauração dos incidentes de excesso ou
atenderá a vocação, preparação profissional e desvio de execução;
antecedentes pessoais do candidato. g) a aplicação de medida de segurança e sua
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem revogação, bem como a substituição da pena por medida
como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de segurança;
de cursos específicos de formação, procedendo-se à h) a conversão de penas, a progressão nos
reciclagem periódica dos servidores em exercício. regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente condicional, a comutação de pena e o indulto;
se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, i) a autorização de saídas temporárias;
salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. j) a internação, a desinternação e o
restabelecimento da situação anterior;
CAPÍTULO VII k) o cumprimento de pena ou medida de segurança
Do Patronato em outra comarca;
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se l) a remoção do condenado na hipótese prevista no
a prestar assistência aos albergados e aos egressos § 1o do art. 86 desta Lei;
(artigo 26). II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
cumprir;
Art. 79. Incumbe também ao Patronato: III - interpor recursos de decisões proferidas pela
I - orientar os condenados à pena restritiva de autoridade judiciária ou administrativa durante a
direitos; execução;
II - fiscalizar o cumprimento das penas de IV - representar ao Juiz da execução ou à
prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim autoridade administrativa para instauração de sindicância
de semana; ou procedimento administrativo em caso de violação das
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das normas referentes à execução penal;
condições da suspensão e do livramento condicional. V - visitar os estabelecimentos penais, tomando
providências para o adequado funcionamento, e requerer,
CAPÍTULO VIII quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
Do Conselho da Comunidade VI - requerer à autoridade competente a interdição,
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública
representante de associação comercial ou industrial, 1 visitará periodicamente os estabelecimentos penais,
(um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos registrando a sua presença em livro próprio.
Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado
pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social
TÍTULO IV
escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional
Dos Estabelecimentos Penais
de Assistentes Sociais.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. Na falta da representação prevista
Disposições Gerais
neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se
escolha dos integrantes do Conselho.
ao condenado, ao submetido à medida de segurança,
ao preso provisório e ao egresso.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
§ 1° A mulher e o maior de 60 (sessenta) anos,
I - visitar, pelo menos mensalmente, os
separadamente, serão recolhidos a estabelecimento
estabelecimentos penais existentes na comarca;
próprio e adequado à sua condição pessoal.
II - entrevistar presos;
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da
abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde
execução e ao Conselho Penitenciário;
que devidamente isolados.

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34
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IV - demais condenados pela prática de outros
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua crimes ou contravenções em situação diversa das
natureza, deverá contar em suas dependências com previstas nos incisos I, II e III.
áreas e serviços destinados a dar assistência, § 4o O preso que tiver sua integridade física, moral
educação, trabalho, recreação e prática esportiva. ou psicológica ameaçada pela convivência com os demais
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de presos ficará segregado em local próprio.
estudantes universitários.
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
mulheres serão dotados de berçário, onde as compatível com a sua estrutura e finalidade.
condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política
amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste capacidade do estabelecimento, atendendo a sua
artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo natureza e peculiaridades.
feminino na segurança de suas dependências internas.
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas
cursos do ensino básico e profissionalizante. pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria executadas em outra unidade, em estabelecimento local
Pública. ou da União.
§ 1o A União Federal poderá construir
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta estabelecimento penal em local distante da condenação
as atividades materiais acessórias, instrumentais ou para recolher os condenados, quando a medida se
complementares desenvolvidas em estabelecimentos justifique no interesse da segurança pública ou do próprio
penais, e notadamente: condenado.
I - serviços de conservação, limpeza, informática, § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
copeiragem, portaria, recepção, reprografia, poderão trabalhar os liberados ou egressos que se
telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de
instalações e equipamentos internos e externos; terras ociosas.
II - serviços relacionados à execução de trabalho § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
pelo preso. autoridade administrativa definir o estabelecimento
§ 1o A execução indireta será realizada sob prisional adequado para abrigar o preso provisório ou
supervisão e fiscalização do poder público. condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo estabelecidos.
poderão compreender o fornecimento de materiais,
equipamentos, máquinas e profissionais. CAPÍTULO II
Da Penitenciária
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à
direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema pena de reclusão, em regime fechado.
penal, bem como todas as atividades que exijam o Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o
exercício do poder de polícia, e notadamente: Distrito Federal e os Territórios poderão construir
I - classificação de condenados; Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos
II - aplicação de sanções disciplinares; provisórios e condenados que estejam em regime
III - controle de rebeliões; fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos
IV - transporte de presos para órgãos do Poder termos do art. 52 desta Lei.
Judiciário, hospitais e outros locais externos aos
estabelecimentos penais. Art. 88. O condenado será alojado em cela
individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e
Art. 84. O preso provisório ficará separado do lavatório.
condenado por sentença transitada em julgado. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade
celular:
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos
acordo com os seguintes critérios:
fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico
I - acusados pela prática de crimes hediondos ou
adequado à existência humana;
equiparados;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
II - acusados pela prática de crimes cometidos com
violência ou grave ameaça à pessoa;
III - acusados pela prática de outros crimes ou Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a
contravenções diversos dos apontados nos incisos I e II. penitenciária de mulheres será dotada de seção para
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário
maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos,
da Administração da Justiça Criminal ficará em
com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja
dependência separada.
responsável estiver presa.
§ 3o Os presos condenados ficarão separados de Parágrafo único. São requisitos básicos da seção
acordo com os seguintes critérios: e da creche referidas neste artigo:
I - condenados pela prática de crimes hediondos I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo
ou equiparados; com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e
II - reincidentes condenados pela prática de crimes em unidades autônomas; e
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa; II – horário de funcionamento que garanta a melhor
III - primários condenados pela prática de crimes assistência à criança e à sua responsável.
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

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Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado
em local afastado do centro urbano, à distância que não no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em
restrinja a visitação. outro local com dependência médica adequada.

CAPÍTULO III CAPÍTULO VII


Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Da Cadeia Pública
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Art. 102. A cadeia pública destina-se ao
destina-se ao cumprimento da pena em regime semi- recolhimento de presos provisórios.
aberto.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma)
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em cadeia pública a fim de resguardar o interesse da
compartimento coletivo, observados os requisitos da Administração da Justiça Criminal e a permanência do
letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
Parágrafo único. São também requisitos básicos
das dependências coletivas: Art. 104. O estabelecimento de que trata este
a) a seleção adequada dos presos; Capítulo será instalado próximo de centro urbano,
b) o limite de capacidade máxima que atenda os observando-se na construção as exigências mínimas
objetivos de individualização da pena. referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

CAPÍTULO IV
Da Casa do Albergado
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao
cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime
aberto, e da pena de limitação de fim de semana.

Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro


urbano, separado dos demais estabelecimentos, e
caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra _____________________________________
01
a fuga.
_____________________________________
02

Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma


Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos _____________________________________
03

aposentos para acomodar os presos, local adequado para


cursos e palestras. _____________________________________
04

Parágrafo único. O estabelecimento terá


instalações para os serviços de fiscalização e orientação _____________________________________
05

dos condenados.
_____________________________________
06

CAPÍTULO V _____________________________________
07
Do Centro de Observação
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os _____________________________________
08

exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão


encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. _____________________________________
09

Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas


pesquisas criminológicas. _____________________________________
10

Art. 97. O Centro de Observação será instalado em _____________________________________


11

unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.


_____________________________________
12

Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela _____________________________________


13
Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de
Observação. _____________________________________
14

CAPÍTULO VI _____________________________________
15

Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico


Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único Lei nº 9.455 / 1997
do Código Penal. Crimes de Tortura
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que
couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta
Lei. Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os mental:
internados. a) com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;

ID:
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• TORTURA-PROVA / TORTURA PERSECUTÓRIA
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
• TORTURA PARA A PRÁTICA DE CRIME /
TORTURA-CRIME
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
• TORTURA DISCRIMINATÓRIA / TORTURA-
RACISMO
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
_____________________________________
01

autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, _____________________________________


02
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. _____________________________________
03

• TORTURA-CASTIGO
Pena - reclusão, de dois a oito anos. _____________________________________
04

Trata-se de crime material, sendo possível a tentativa e a _____________________________________


05
desistência voluntária. Não se admite arrependimento eficaz e
arrependimento posterior. A ação penal é pública _____________________________________
06
incondicionada.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete _____________________________________
07

pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a


sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de _____________________________________
08

ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.


§ 2º Aquele que se omite em face dessas
_____________________________________
09

condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, _____________________________________


10
incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave _____________________________________
11

ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez


anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis _____________________________________
12

anos.
• TORTURA QUALIFICADA _____________________________________
13

§ 4º Aumenta-se a pena de 1/6 a 1/3 (um sexto até


um terço): _____________________________________
14

I - se o crime é cometido por agente público;


II – se o crime é cometido contra criança,
_____________________________________
15

gestante, portador de deficiência, adolescente ou


maior de 60 (sessenta) anos;
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo,
função ou emprego público e a interdição para seu
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
Esse é um efeito extrapenal administrativo da condenação, que,
segundo o STF e o STJ, decore automaticamente da
condenação.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia.
O crime de tortura não é imprescritível, e, para o STF, o
condenado também não poderá ser beneficiado com indulto.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena
em regime fechado.
Cumpre salientar que o STJ, em julgado recente, afirmou não ser
obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o
cumprimento da pena em regime fechado.
REsp 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-RR,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando


o crime não tenha sido cometido em território nacional,
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em
local sob jurisdição brasileira.

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II - a investidura em cargo ou emprego público
Constituição da República Federativa depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
do Brasil de 1988 a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e
TÍTULO III exoneração;
Da Organização do Estado STF: Súmula 683 - O limite de idade para a inscrição em
CAPÍTULO I concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF,
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do
cargo a ser preenchido.
Art. 18. A organização político-administrativa da
STF: Súmula 684 - É inconstitucional o veto não motivado à
República Federativa do Brasil compreende a União, os participação de candidato a concurso público.
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos STF: Súmula 685 - É inconstitucional toda modalidade de
autônomos, nos termos desta Constituição. provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
§ 1º Brasília é a Capital Federal. aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em
cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e STF: Súmula 686 - Só por lei se pode sujeitar a exame
sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao psicotécnico a habilitação de candidato a concurso público.
Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
III - o prazo de validade do concurso público será
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a período;
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente IV - durante o prazo improrrogável previsto no
interessada, através de plebiscito, e do Congresso edital de convocação, aquele aprovado em concurso
Nacional, por lei complementar. público de provas ou de provas e títulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o cargo ou emprego, na carreira;
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por Lei STF: Os candidatos aprovados em concurso público têm direito
subjetivo à nomeação para a posse que vier a ser dada nos
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, cargos vagos existentes ou nos que vierem a vagar no prazo de
mediante plebiscito, às populações dos Municípios validade do concurso. A recusa da Administração Pública em
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade prover cargos vagos, quando existentes candidatos aprovados
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. em concurso público, deve ser motivada, e esta motivação é
suscetível de apreciação pelo Poder Judiciário.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito V - as funções de confiança, exercidas
Federal e aos Municípios: exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou por servidores de carreira nos casos, condições e
manter com eles ou seus representantes relações de percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a apenas às atribuições de direção, chefia e
colaboração de interesse público; assessoramento;
II - recusar fé aos documentos públicos; STF: Súmula vinculante 13 - A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
III - criar distinções entre brasileiros ou até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
preferências entre si. servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
----------------------------------------------------------------------------------
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
CAPÍTULO VII compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Constituição Federal.
Seção I VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
DISPOSIÇÕES GERAIS livre associação sindical;
Art. 37. A administração pública direta e indireta VII - o direito de greve será exercido nos termos e
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do nos limites definidos em lei específica;
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, empregos públicos para as pessoas portadoras de
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
(Memorize: LIMPE)
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação
I - os cargos, empregos e funções públicas são por tempo determinado para atender a necessidade
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos temporária de excepcional interesse público;
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
X - a remuneração dos servidores públicos e o
forma da lei;
subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão

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38
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ser fixados ou alterados por lei específica, observada a cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão áreas de sua atuação; (Administração pública indireta)
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de XX - depende de autorização legislativa, em cada
índices; caso, a criação de subsidiárias das entidades
STF: Súmula 679 - A fixação de vencimentos dos servidores mencionadas no inciso anterior, assim como a
públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. participação de qualquer delas em empresa privada;
STF: Súmula 681 - É inconstitucional a vinculação de
XXI - ressalvados os casos especificados na
vencimentos de servidores estaduais e municipais a índices
federais de correção monetária. legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes pública que assegure igualdade de condições a todos os
de cargos, funções e empregos públicos da administração concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
direta, autárquica e fundacional, dos membros de de pagamento, mantidas as condições efetivas da
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato exigências de qualificação técnica e econômica
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, indispensáveis à garantia do cumprimento das
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos obrigações.
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
XXII - as administrações tributárias da União, dos
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
servidores de carreiras específicas, terão recursos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
convênio.
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, caráter educativo, informativo ou de orientação social,
aplicável este limite aos membros do Ministério Público, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
aos Procuradores e aos Defensores Públicos; que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.
XII - os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser § 2º A não observância do disposto nos incisos II e
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável, nos termos da lei.
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
remuneração de pessoal do serviço público; usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente:
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
servidor público não serão computados nem acumulados I - as reclamações relativas à prestação dos
para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Vedação serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção
ao efeito cascata) de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
de cargos e empregos públicos são irredutíveis, II - o acesso dos usuários a registros
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e administrativos e a informações sobre atos de governo,
nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de III - a disciplina da representação contra o exercício
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
de horários, observado em qualquer caso o disposto no administração pública.
inciso XI: § 4º - Os atos de improbidade administrativa
a) a de dois cargos de professor; importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou função pública, a indisponibilidade dos bens e o
científico; ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
XVII - a proibição de acumular estende-se a
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
respectivas ações de ressarcimento.
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as
indiretamente, pelo poder público; de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa
XVIII - a administração fazendária e seus
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
competência e jurisdição, precedência sobre os demais
culpa.
setores administrativos, na forma da lei;
Teoria do Risco Administrativo. O Estado deverá ser
XIX – somente por lei específica poderá ser responsabilizado pelos danos causados por seus agentes,
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa independentemente de dolo ou culpa. Responsabilidade Objetiva.
pública, de sociedade de economia mista e de fundação,

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39
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§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
e indireta que possibilite o acesso a informações autárquica e fundacional, no exercício de mandato
privilegiadas. eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
financeira dos órgãos e entidades da administração direta ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser função;
firmado entre seus administradores e o poder público, que
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
pela sua remuneração;
I - o prazo de duração do contrato;
III - investido no mandato de Vereador, havendo
II - os controles e critérios de avaliação de compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
dirigentes; remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
III - a remuneração do pessoal." compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
públicas e às sociedades de economia mista, e suas o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos contado para todos os efeitos legais, exceto para
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para promoção por merecimento;
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em V - na hipótese de ser segurado de regime próprio
geral. de previdência social, permanecerá filiado a esse regime,
§ 10. É vedada a percepção simultânea de no ente federativo de origem. (2019)
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
Seção II
emprego ou função pública, ressalvados os cargos
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
livre nomeação e exoneração. Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
regime jurídico único e planos de carreira para os
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos
servidores da administração pública direta, das autarquias
limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
e das fundações públicas. (ADIN nº 2.135-4)
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão conselho de política de
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput
administração e remuneração de pessoal, integrado por
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
servidores designados pelos respectivos Poderes.
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às (Cautelarmente suspenso)
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
demais componentes do sistema remuneratório
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros
observará:
e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. II - os requisitos para a investidura;
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo III - as peculiaridades dos cargos.
poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a manterão escolas de governo para a formação e o
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se
mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que a participação nos cursos um dos requisitos para a
possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de convênios ou contratos entre os entes federados.
de origem. (2019) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,
de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
ou função pública, inclusive do Regime Geral de estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando
Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo a natureza do cargo o exigir.
que gerou o referido tempo de contribuição. (2019)
§ 15. É vedada a complementação de § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato
aposentadorias de servidores públicos e de pensões por eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
morte a seus dependentes que não seja decorrente do e Municipais serão remunerados exclusivamente por
disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo
prevista em lei que extinga regime próprio de previdência de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba
social. (2019) de representação ou outra espécie remuneratória,
§ 16. Os órgãos e entidades da administração obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
pública, individual ou conjuntamente, devem realizar XI.
avaliação das políticas públicas, inclusive com divulgação § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
forma da lei. (2021)

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maior e a menor remuneração dos servidores públicos, avaliação biopsicossocial realizada por equipe
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. multiprofissional e interdisciplinar. (2019)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
publicarão anualmente os valores do subsídio e da complementar do respectivo ente federativo idade e
remuneração dos cargos e empregos públicos. tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial
e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51,
orçamentários provenientes da economia com despesas
o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
caput do art. 144. (2019)
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei
e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
complementar do respectivo ente federativo idade e
modernização, reaparelhamento e racionalização do
tempo de contribuição diferenciados para
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
prêmio de produtividade.
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos,
§ 8º A remuneração dos servidores públicos físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do associação desses agentes, vedada a caracterização por
§ 4º. categoria profissional ou ocupação. (2019)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão
caráter temporário ou vinculadas ao exercício de idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às
função de confiança ou de cargo em comissão à idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III
remuneração do cargo efetivo. (2019) do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no
Art. 40. O regime próprio de previdência social ensino fundamental e médio fixado em lei complementar
dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter do respectivo ente federativo. (2019)
contributivo e solidário, mediante contribuição do § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
aposentados e de pensionistas, observados critérios que vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (2019) conta de regime próprio de previdência social,
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de aplicando-se outras vedações, regras e condições para a
previdência social será aposentado: (2019) acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no Regime Geral de Previdência Social. (2019)
no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201,
readaptação, hipótese em que será obrigatória a quando se tratar da única fonte de renda formal auferida
realização de avaliações periódicas para verificação da pelo dependente, o benefício de pensão por morte será
continuidade das condições que ensejaram a concessão concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo,
da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte
federativo; (2019) dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de
agressão sofrida no exercício ou em razão da função.
II - compulsoriamente, com proventos (2019)
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
na forma de lei complementar; conforme critérios estabelecidos em lei.
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) § 9º O tempo de contribuição federal, estadual,
anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) distrital ou municipal será contado para fins de
anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do
Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima art. 201, e o tempo de serviço correspondente será
estabelecida mediante emenda às respectivas contado para fins de disponibilidade. (2019)
Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de
contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei § 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma
complementar do respectivo ente federativo. (2019) de contagem de tempo de contribuição fictício.
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão § 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma
ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do total dos proventos de inatividade, inclusive quando
art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
o Regime Geral de Previdência Social, observado o públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
disposto nos §§ 14 a 16. (2019) contribuição para o regime geral de previdência social, e
§ 3º As regras para cálculo de proventos de ao montante resultante da adição de proventos de
aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo inatividade com remuneração de cargo acumulável na
ente federativo. (2019) forma desta Constituição, cargo em comissão declarado
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
critérios diferenciados para concessão de benefícios eletivo.
em regime próprio de previdência social, ressalvado o § 12. Além do disposto neste artigo, serão
disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (2019) observados, em regime próprio de previdência social, no
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei que couber, os requisitos e critérios fixados para o
complementar do respectivo ente federativo idade e Regime Geral de Previdência Social. (2019)
tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria § 13. Aplica-se ao agente público ocupante,
de servidores com deficiência, previamente submetidos a exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração, de outro cargo

ID:
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temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
público, o Regime Geral de Previdência Social. (2019) regime, observados os princípios relacionados com
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os governança, controle interno e transparência;
Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo VIII - condições e hipóteses para
Poder Executivo, regime de previdência complementar responsabilização daqueles que desempenhem
para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a
observado o limite máximo dos benefícios do Regime gestão do regime;
Geral de Previdência Social para o valor das IX - condições para adesão a consórcio público;
aposentadorias e das pensões em regime próprio de X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (2019) definição de alíquota de contribuições ordinárias e
§ 15. O regime de previdência complementar de extraordinárias.
que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na
modalidade contribuição definida, observará o disposto no
Art. 41. São estáveis após 3 (três) anos de efetivo
art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade
exercício os servidores nomeados para cargo de
fechada de previdência complementar ou de entidade
provimento efetivo em virtude de concurso público.
aberta de previdência complementar. (2019)
§ 1º O servidor público estável só perderá o
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa
cargo:
opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
servidor que tiver ingressado no serviço público até a data I - em virtude de sentença judicial transitada em
da publicação do ato de instituição do correspondente julgado;
regime de previdência complementar. II - mediante processo administrativo em que lhe
§ 17. Todos os valores de remuneração seja assegurada ampla defesa;
considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° III - mediante procedimento de avaliação periódica
serão devidamente atualizados, na forma da lei. de desempenho, na forma de lei complementar,
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de assegurada ampla defesa.
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão
trata este artigo que superem o limite máximo do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
estabelecido para os benefícios do regime geral de ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
previdência social de que trata o art. 201, com percentual origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
cargos efetivos. proporcional ao tempo de serviço.
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de desnecessidade, o servidor estável ficará em
cargo efetivo que tenha completado as exigências para a disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo
aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
atividade poderá fazer jus a um abono de permanência cargo.
equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição § 4º Como condição para a aquisição da
previdenciária, até completar a idade para aposentadoria estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
compulsória. (2019) desempenho por comissão instituída para essa
§ 20. É vedada a existência de mais de um finalidade.
regime próprio de previdência social e de mais de um
órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e
entidades autárquicas e fundacionais, que serão
responsáveis pelo seu financiamento, observados os
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na
lei complementar de que trata o § 22. (2019)
§ 21. (Revogado). (2019)
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes
próprios de previdência social, lei complementar federal 01_____________________________________
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de
organização, de funcionamento e de responsabilidade em
02_____________________________________
sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (2019) 03_____________________________________
I - requisitos para sua extinção e consequente
migração para o Regime Geral de Previdência Social; 04_____________________________________
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de
utilização dos recursos; 05_____________________________________
III - fiscalização pela União e controle externo e
social; 06_____________________________________
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
V - condições para instituição do fundo com 07_____________________________________
finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para
vinculação a ele dos recursos provenientes de
08_____________________________________
contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer 09_____________________________________
natureza;
VI - mecanismos de equacionamento 10_____________________________________
do deficit atuarial;

ID:
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_____________________________________
11 § 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
_____________________________________
12 Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de
_____________________________________
13
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
_____________________________________
14
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar
_____________________________________
15
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos.
Decreto-Lei nº 2.848 / 1940 § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz
Código Penal poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da
infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária. (Perdão
Judicial)
PARTE ESPECIAL
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
TÍTULO I
metade se o crime for praticado por milícia privada, sob
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
CAPÍTULO I grupo de extermínio.
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3
Homicídio simples (um terço) até a metade se o crime for praticado:
Art. 121. Matar alguém: I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. posteriores ao parto;
Caso de diminuição de pena II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos,
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de portadora de doenças degenerativas que acarretem
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação condição limitante ou de vulnerabilidade física ou
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3 (um mental; (2018)
sexto a um terço).(Homicídio Privilegiado) III - na presença física ou virtual de descendente
Não confunda Domínio de violenta emoção (Causa de ou de ascendente da vítima; (2018)
diminuição da pena) com Influência de violenta emoção IV - em descumprimento das medidas protetivas
(Atenuante prevista no art. 65, III, c, do CP). de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art.
Homicídio qualificado 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (2018)
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a
por outro motivo torpe; (Homicídio mercenário) automutilação (2019)
II - por motivo fútil; Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa material para que o faça: (2019)
resultar perigo comum; Induzir é inspirar a vontade, fazer surgir a ideia;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante Instigar é reforçar uma vontade preconcebida;
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne Auxiliar materialmente é ajudar a vítima a praticar o ato, a
impossível a defesa do ofendido; exemplo de entregar uma arma sabendo da finalidade a ser
V - para assegurar a execução, a ocultação, a empregada.
impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 1º Se da automutilação ou da tentativa de
Feminicídio suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou
VI - contra a mulher por razões da condição de gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
sexo feminino: Código: (2019)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema § 2º Se o suicídio se consuma ou se da
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no automutilação resulta morte: (2019)
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até § 3º A pena é duplicada: (2019)
terceiro grau, em razão dessa condição: (Homicídio I - se o crime é praticado por motivo egoístico,
funcional) torpe ou fútil;
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por
ou proibido: (2019) qualquer causa, a capacidade de resistência.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. § 4º A pena é aumentada até o dobro se a
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de conduta é realizada por meio da rede de computadores,
sexo feminino quando o crime envolve: de rede social ou transmitida em tempo real. (2019)
I - violência doméstica e familiar; § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente
II - menosprezo ou discriminação à condição de é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
(2019)
mulher. § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo
Homicídio culposo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é

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cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra Lesão corporal de natureza grave
quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o § 1º Se resulta: (GRAVE)
necessário discernimento para a prática do ato, ou que, I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
por qualquer outra causa, não pode oferecer mais de 30 (trinta) dias;
resistência, responde o agente pelo crime descrito no § II - perigo de vida;
2º do art. 129 deste Código. (2019) III - debilidade permanente de membro, sentido ou
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é função;
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra IV - aceleração de parto:
quem não tem o necessário discernimento para a Pena - reclusão, de um a cinco anos.
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não § 2° Se resulta: (GRAVÍSSIMA)
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime I - Incapacidade permanente para o trabalho;
de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. (2019) II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou
Infanticídio função;
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado IV - deformidade permanente;
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: V – aborto;
Pena - detenção, de dois a seis anos. O aborto do inciso V, para incidir como qualificadora, deverá
Estado puerperal são sintomas fisiológicos que, iniciados com o ocorrer a título de culpa, configurando crime preterdoloso.
parto, acometem a mulher, podendo levá-la, dependendo do grau Pena - reclusão, de dois a oito anos.
de perturbação emocional, a matar o próprio filho.
Alex Salim, Marcelo André de Azevedo, Direito Penal Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam
Aborto provocado pela gestante ou com seu que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco
consentimento de produzi-lo:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir Pena - reclusão, de quatro a doze anos. (Crime
preterdoloso)
que outrem lhe provoque:
Diminuição de pena
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo
Aborto de feto anencéfalo: O STF, ao jugar a ADPF 54, de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
considerou que a antecipação terapêutica de parto nos casos de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
feto anencéfalo não tipifica crime de aborto.
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3 (um
sexto a um terço).
Aborto provocado por terceiro Substituição da pena
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
gestante: substituir a pena de detenção pela de multa, de
Pena - reclusão, de três a dez anos. duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da anterior;
gestante: II - se as lesões são recíprocas.
Pena - reclusão, de um a quatro anos. Lesão corporal culposa
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, § 6° Se a lesão é culposa:
se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é Pena - detenção, de dois meses a um ano.
alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido Aumento de pena
mediante fraude, grave ameaça ou violência § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Forma qualificada Código.
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do
anteriores são aumentadas de 1/3 (um terço), se, em art. 121
consequência do aborto ou dos meios empregados para Violência Doméstica
provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas,
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
lhe sobrevém a morte.
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
médico: coabitação ou de hospitalidade:
Aborto necessário (Aborto Terapêutico) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Qualificadora referente a lesões corporais leves advindas de
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro violência doméstica.
(Aborto sentimental, humanitário) ---------------------------------------------------------------------------------------
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é STJ: Súmula 542 - A ação penal relativa ao crime de lesão
precedido de consentimento da gestante ou, quando corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é
incapaz, de seu representante legal. pública incondicionada.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo,
CAPÍTULO II se as circunstâncias são as indicadas no § 9 o deste artigo,
DAS LESÕES CORPORAIS aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
Lesão corporal (LEVE) § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde aumentada de 1/3 (um terço) se o crime for cometido
de outrem: contra pessoa portadora de deficiência.
Pena - detenção, de três meses a um ano.

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§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição grave:
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Pena - detenção, de um a três anos.
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou § 2º - Se resulta a morte:
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro Pena - detenção, de dois a seis anos.
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição, a pena é aumentada de 1/3 a 2/3 (um a
dois terços). Omissão de socorro
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por
razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-
A do art. 121 deste Código: (2021) Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
(2021) ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
CAPÍTULO III nesses casos, o socorro da autoridade pública: (Crime
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE omissivo próprio)
Perigo de contágio venéreo Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações Parágrafo único - A pena é aumentada de metade,
sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
venérea, de que sabe ou deve saber que está e triplicada, se resulta a morte.
contaminado:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Condicionamento de atendimento médico-
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: hospitalar emergencial
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória
§ 2º - Somente se procede mediante representação. ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio
de formulários administrativos, como condição para o
Perigo de contágio de moléstia grave atendimento médico-hospitalar emergencial:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de multa.
produzir o contágio: Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a Maus-tratos
perigo direto e iminente: Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim
não constitui crime mais grave. de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
(um sexto a um terço) se a exposição da vida ou da saúde quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para quer abusando de meios de correção ou disciplina:
a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
natureza, em desacordo com as normas legais. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
grave:
Abandono de incapaz Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu § 2º - Se resulta a morte:
cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do § 3º - Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço), se o
abandono: (Crime próprio) crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
Pena - detenção, de seis meses a três anos. anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de
natureza grave: CAPÍTULO IV
Pena - reclusão, de um a cinco anos. DA RIXA
§ 2º - Se resulta a morte: Rixa
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
Aumento de pena contendores:
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam- Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
se de 1/3 (um terço): multa.
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; A rixa consiste em briga, com agressões físicas recíprocas, entre
II - se o agente é ascendente ou descendente, três ou mais pessoas.
cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a
Exposição ou abandono de recém-nascido dois anos.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para
ocultar desonra própria: CAPÍTULO V
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia

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Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe Crime imprescritível (STF) Crime imprescritível
falsamente fato definido como crime: Ação penal pública Ação penal pública
Resguarda a honra objetiva, a reputação que a pessoa possui condicionada à representação incondicionada
perante a sociedade. Caso a imputação seja de fato definido do ofendido
como contravenção penal, haverá crime de difamação, e não
de calúnia. Disposições comuns
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo
multa. aumentam-se de 1/3 (um terço), se qualquer dos crimes
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a é cometido:
imputação, a propala ou divulga. I - contra o Presidente da República, ou contra chefe
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. de governo estrangeiro;
Exceção da verdade (Exception veritatis) II - contra funcionário público, em razão de suas
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: funções;
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
privada, o ofendido não foi condenado por sentença facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
irrecorrível; injúria.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
indicadas no nº I do art. 141; (Presidente da República ou chefe portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
de governo estrangeiro) § 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em
quaisquer modalidades das redes sociais da rede
Difamação mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato (2019)
ofensivo à sua reputação:
Resguarda também a honra objetiva, e não se exige que o fato Exclusão do crime
ofensivo seja inverídico para tipificação dessa conduta. Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. punível:
Exceção da verdade I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se causa, pela parte ou por seu procurador;
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística
relativa ao exercício de suas funções. ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de
injuriar ou difamar;
Injúria III - o conceito desfavorável emitido por funcionário
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade público, em apreciação ou informação que preste no
ou o decoro: cumprimento de dever do ofício.
Resguarda a honra subjetiva, a percepção que o indivíduo tem Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde
de si mesmo e de atributos morais, éticos, intelectuais, físicos. A pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
injuria consiste em atribuir qualidades negativas sobre a vítima,
atingindo sua autoestima. Não se admite exceção da verdade. Retratação
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: (Perdão retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica
judicial) isento de pena.
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou Parágrafo único. Nos casos em que o querelado
diretamente a injúria; tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
II - no caso de retorsão imediata, que consista em meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim
outra injúria. desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de praticou a ofensa.
fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes: (Injúria real) Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga
além da pena correspondente à violência. ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a satisfatórias, responde pela ofensa. (Pedido de explicações)
condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência: (Injúria preconceituosa) Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo
Pena - reclusão de um a três anos e multa. somente se procede mediante queixa, salvo quando, no
Atenção para não confundir: caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
INJÚRIA PRECONCEITUOSA RACISMO Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do
A manifestação é dirigida Reveste-se de cunho Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art.
contra uma vítima genérico, com vítima 141 deste Código, e mediante representação do ofendido,
determinada. indeterminada. no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
Ex. Chamar alguém de judeu Ex. Negar emprego a judeus do § 3o do art. 140 deste Código.
safado ou de mulçumano ou dizer que todos os
terrorista. mulçumanos são terroristas. AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA
REGRA:
Art. 140, § 3º, Código Penal Lei nº 7.716/89
-- Ação penal privada
Crime inafiançável (STF) Crime Inafiançável
EXCEÇÕES:

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46
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-- Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir
da Justiça: contra o Presidente da República ou chefe de ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde
governo estrangeiro psicológica e autodeterminação: (2021)
-- Ação penal pública condicionada à representação do
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
ofendido: 1. contra funcionário público no exercício de duas
funções. 2. injúria preconceituosa. e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
(2021)
-- Ação penal pública incondicionada: injúria real, quando da
violência resulta lesão corporal.
Sequestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
CAPÍTULO VI
sequestro ou cárcere privado: (Crime permanente)
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
Pena - reclusão, de um a três anos.
SEÇÃO I
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge
Constrangimento ilegal
ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência
anos;
ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
II - se o crime é praticado mediante internação da
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
vítima em casa de saúde ou hospital;
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
(Crime subsidiário) III - se a privação da liberdade dura mais de quinze
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. dias.
Aumento de pena IV – se o crime é praticado contra menor de 18
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em (dezoito) anos;
dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
mais de três pessoas, ou há emprego de armas. § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou
correspondentes à violência. moral:
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste Pena - reclusão, de dois a oito anos.
artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o Redução a condição análoga à de escravo
consentimento do paciente ou de seu representante legal, Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
se justificada por iminente perigo de vida; escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
II - a coação exercida para impedir suicídio. jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
degradantes de trabalho, quer restringindo, por
Ameaça qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou contraída com o empregador ou preposto:
gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além
mal injusto e grave: da pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
(Crime formal) I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por
Parágrafo único - Somente se procede mediante parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
representação. trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho
Perseguição ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do
Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é
psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção cometido:
ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua I – contra criança ou adolescente;
esfera de liberdade ou privacidade. (2021) II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia,
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, religião ou origem.
e multa. (2021) STF: É da Justiça Federal a competência para processar e julgar
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é o crime de redução a condição análoga à de escravo.
cometido: (2021)
I – contra criança, adolescente ou idoso; (2021) Tráfico de Pessoas (2016)
II – contra mulher por razões da condição de sexo Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante
Código; (2021) grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso,
III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas com a finalidade de:(Crime formal)
ou com o emprego de arma. (2021) I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem II - submetê-la a trabalho em condições análogas à
prejuízo das correspondentes à violência. (2021) de escravo;
§ 3º Somente se procede mediante representação. III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
(2021)
IV - adoção ilegal; ou
Violência psicológica contra a mulher (2021) V - exploração sexual.
Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou multa.
que vise a degradar ou a controlar suas ações, § 1o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, metade se:
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,

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I - o crime for cometido por funcionário público no IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; radioelétrico, sem observância de disposição legal.
II - o crime for cometido contra criança, adolescente § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há
ou pessoa idosa ou com deficiência; dano para outrem.
III - o agente se prevalecer de relações de § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de
parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou
de dependência econômica, de autoridade ou de telefônico:
superioridade hierárquica inerente ao exercício de Pena - detenção, de um a três anos.
emprego, cargo ou função; ou § 4º - Somente se procede mediante representação,
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
território nacional.
§ 2o A pena é reduzida de 1/3 a 2/3 (um a dois Correspondência comercial
terços) se o agente for primário e não integrar Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou
organização criminosa. empregado de estabelecimento comercial ou industrial
para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou
SEÇÃO II suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO conteúdo:
DOMICÍLIO Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Violação de domicílio Parágrafo único - Somente se procede mediante
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou representação.
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita
de quem de direito, em casa alheia ou em suas SEÇÃO IV
dependências: (Crime de mera conduta) DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. SEGREDOS
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em Divulgação de segredo
lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa,
ou por duas ou mais pessoas: conteúdo de documento particular ou de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além correspondência confidencial, de que é destinatário ou
da pena correspondente à violência. detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
§ 2º - Revogado – (2019) Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência § 1º Somente se procede mediante representação.
em casa alheia ou em suas dependências: § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações
I - durante o dia, com observância das formalidades sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
legais, para efetuar prisão ou outra diligência; contidas ou não nos sistemas de informações ou banco
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum de dados da Administração Pública:
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
§ 4º - A expressão "casa" compreende: multa.
I - qualquer compartimento habitado; § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração
II - aposento ocupado de habitação coletiva; Pública, a ação penal será incondicionada.
III - compartimento não aberto ao público, onde
alguém exerce profissão ou atividade. Violação do segredo profissional
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa": Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo,
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a
n.º II do parágrafo anterior; outrem:
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante
SEÇÃO III representação.
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA Invasão de dispositivo informático
Violação de correspondência Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de uso alheio, conectado ou não à rede de computadores,
correspondência fechada, dirigida a outrem: com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. informações sem autorização expressa ou tácita do
Sonegação ou destruição de correspondência usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para
§ 1º - Na mesma pena incorre: obter vantagem ilícita: (2021)
I - quem se apossa indevidamente de O artigo 154-A foi introduzido através Lei nº 12.737 de 2012,
correspondência alheia, embora não fechada e, no todo conhecida como “Lei Carolina Dieckmann”.
ou em parte, a sonega ou destrói; Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
Violação de comunicação telegráfica, multa. (2021)
radioelétrica ou telefônica § 1o Na mesma pena incorre quem produz,
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou
ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou programa de computador com o intuito de permitir a
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica prática da conduta definida no caput.
entre outras pessoas; § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3
III - quem impede a comunicação ou a conversação (dois terços) se da invasão resulta prejuízo econômico.
referidas no número anterior; (2021)

ID:
48
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§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de 14_____________________________________
conteúdo de comunicações eletrônicas privadas,
segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, 15_____________________________________
assim definidas em lei, ou o controle remoto não
autorizado do dispositivo invadido: (Qualificadora)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa. (2021) Lei nº 7.210 / 1984
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de Lei de Execução Penal
1/3 a 2/3 (um a dois terços) se houver divulgação,
comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer
título, dos dados ou informações obtidos. (Majorantes)
§ 5o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à TÍTULO V
metade se o crime for praticado contra: Da Execução das Penas em Espécie
(Majorantes) CAPÍTULO I
I - Presidente da República, governadores e Das Penas Privativas de Liberdade
prefeitos; SEÇÃO I
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; Disposições Gerais
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Art. 105. Transitando em julgado a sentença que
Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de
Municipal; ou recolhimento para a execução.
IV - dirigente máximo da administração direta e
indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo
Federal. escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará
com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa
Ação penal incumbida da execução e conterá:
I - o nome do condenado;
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, II - a sua qualificação civil e o número do registro
somente se procede mediante representação, salvo se o geral no órgão oficial de identificação;
crime é cometido contra a administração pública direta ou III - o inteiro teor da denúncia e da sentença
indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;
Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas IV - a informação sobre os antecedentes e o grau
concessionárias de serviços públicos. de instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas
indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia
de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre
que sobrevier modificação quanto ao início da execução
ou ao tempo de duração da pena.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era
_____________________________________
01
funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á,
na guia, menção dessa circunstância, para fins do
_____________________________________
02 disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei.

_____________________________________
03 Art. 107. Ninguém será recolhido, para
cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia
_____________________________________
04 expedida pela autoridade judiciária.
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da
_____________________________________
05
execução passará recibo da guia de recolhimento para
juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus
_____________________________________
06
termos ao condenado.
_____________________________________
07
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em
livro especial, segundo a ordem cronológica do
_____________________________________
08 recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado,
aditando-se, no curso da execução, o cálculo das
_____________________________________
09 remições e de outras retificações posteriores.

_____________________________________
10
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença
mental será internado em Hospital de Custódia e
_____________________________________
11
Tratamento Psiquiátrico.
_____________________________________
12
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado
_____________________________________
13
será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por
outro motivo não estiver preso.

SEÇÃO II

ID:
49
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Dos Regimes I - não ter cometido crime com violência ou grave
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o ameaça a pessoa; (2018)
regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da II - não ter cometido o crime contra seu filho ou
pena privativa de liberdade, observado o disposto no dependente; (2018)
artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal. III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena
no regime anterior; (2018)
Art. 111. Quando houver condenação por mais de IV - ser primária e ter bom comportamento
um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, carcerário, comprovado pelo diretor do
a determinação do regime de cumprimento será feita pelo estabelecimento; (2018)
resultado da soma ou unificação das penas, observada, V - não ter integrado organização criminosa. (2018)
quando for o caso, a detração ou remição. § 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º
da execução, somar-se-á a pena ao restante da que está deste artigo. (2018)
sendo cumprida, para determinação do regime. § 5º Não se considera hediondo ou equiparado,
para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas
Art. 112. A pena privativa de liberdade será previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de
executada em forma progressiva com a transferência para agosto de 2006. (2019)
regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, § 6º O cometimento de falta grave durante a
quando o preso tiver cumprido ao menos: (2019) execução da pena privativa de liberdade interrompe o
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o prazo para a obtenção da progressão no regime de
apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem cumprimento da pena, caso em que o reinício da
violência à pessoa ou grave ameaça; (2019) contagem do requisito objetivo terá como base a pena
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado remanescente. (2019)
for reincidente em crime cometido sem violência à § 7º O bom comportamento é readquirido após 1
pessoa ou grave ameaça; (2019) (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o cumprimento do requisito temporal exigível para a
apenado for primário e o crime tiver sido cometido com obtenção do direito. (2019)
violência à pessoa ou grave ameaça; (2019)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado Art. 113. O ingresso do condenado em regime
for reincidente em crime cometido com violência à aberto supõe a aceitação de seu programa e das
pessoa ou grave ameaça; (2019) condições impostas pelo Juiz.
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o
apenado for condenado pela prática de crime hediondo Art. 114. Somente poderá ingressar no regime
ou equiparado, se for primário; (2019) aberto o condenado que:
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade
apenado for: (2019) de fazê-lo imediatamente;
a) condenado pela prática de crime hediondo ou II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo
equiparado, com resultado morte, se for primário, resultado dos exames a que foi submetido, fundados
vedado o livramento condicional; (2019) indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso
b) condenado por exercer o comando, individual de responsabilidade, ao novo regime.
ou coletivo, de organização criminosa estruturada Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
(2019)
c) condenado pela prática do crime de Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições
constituição de milícia privada; (2019) especiais para a concessão de regime aberto, sem
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou I - permanecer no local que for designado, durante
equiparado; (2019) o repouso e nos dias de folga;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o II - sair para o trabalho e retornar, nos horários
apenado for reincidente em crime hediondo ou fixados;
equiparado com resultado morte, vedado o livramento III - não se ausentar da cidade onde reside, sem
condicional. (2019) autorização judicial;
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar
à progressão de regime se ostentar boa conduta as suas atividades, quando for determinado.
carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento,
STJ: É lícito ao Juiz estabelecer condições especiais para a
respeitadas as normas que vedam a progressão. (2019) concessão do regime aberto, em complementação daquelas
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão previstas no art. 115, da LEP, mas não poderá adotar a esse
de regime será sempre motivada e precedida de título nenhum efeito já classificado como pena substitutiva (art.
manifestação do Ministério Público e do defensor, 44 do CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis in idem,
procedimento que também será adotado na concessão de importando na aplicação de dúplice sanção.
REsp. 1.107.314/PR e HC 212.692/SP
livramento condicional, indulto e comutação de penas,
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
(2019) Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério
ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, Público, da autoridade administrativa ou do condenado,
os requisitos para progressão de regime são, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
cumulativamente: (2018)

ID:
50
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Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do saída temporária do estabelecimento, sem vigilância
beneficiário de regime aberto em residência particular direta, nos seguintes casos:
quando se tratar de: I - visita à família;
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - frequência a curso supletivo profissionalizante,
II - condenado acometido de doença grave; bem como de instrução do 2º grau ou superior, na
III - condenada com filho menor ou deficiente Comarca do Juízo da Execução;
físico ou mental; III - participação em atividades que concorram para
IV - condenada gestante. o retorno ao convívio social.
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a
Art. 118. A execução da pena privativa de utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, § 2º Não terá direito à saída temporária a que se
quando o condenado: refere o caput deste artigo o condenado que cumpre
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta pena por praticar crime hediondo com resultado morte.
grave; (2019)
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja
pena, somada ao restante da pena em execução, torne Art. 123. A autorização será concedida por ato
incabível o regime (artigo 111). motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério
§ 1° O condenado será transferido do regime Público e a administração penitenciária e dependerá da
aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos satisfação dos seguintes requisitos:
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, I - comportamento adequado;
podendo, a multa cumulativamente imposta. II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena,
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se
anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. reincidente;
STJ: Súmula 491 - É inadmissível a chamada progressão per III - compatibilidade do benefício com os objetivos
saltum de regime prisional. da pena.
STF: A prática de falta grave pode resultar, observado o
contraditório e a ampla defesa, em regressão de regime. A Art. 124. A autorização será concedida por prazo
prática de ‘fato definido como crime doloso, para fins de não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por
aplicação da sanção administrativa da regressão, não depende
mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
de trânsito em julgado da ação penal respectiva.
A natureza jurídica da regressão de regime lastreada nas § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá
hipóteses do art. 118, I,da Lei de Execuções Penais é ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que
sancionatória, enquanto aquela baseada no inciso II tem por entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a
escopo a correta individualização da pena. A regressão aplicada situação pessoal do condenado:
sob o fundamento do art. 118, I, segunda parte, não ofende ao I - fornecimento do endereço onde reside a família
princípio da presunção de inocência ou ao vetor estrutural da a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o
dignidade da pessoa humana. (HC 93782/2008.) gozo do benefício;
II - recolhimento à residência visitada, no período
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer noturno;
normas complementares para o cumprimento da pena III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, estabelecimentos congêneres.
do Código Penal). § 2o Quando se tratar de frequência a curso
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou
SEÇÃO III superior, o tempo de saída será o necessário para o
Das Autorizações de Saída cumprimento das atividades discentes.
SUBSEÇÃO I § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída
Da Permissão de Saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.
regime fechado ou semi-aberto e os presos
provisórios poderão obter permissão para sair do Art. 125. O benefício será automaticamente
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um revogado quando o condenado praticar fato definido
dos seguintes fatos: como crime doloso, for punido por falta grave, desatender
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, as condições impostas na autorização ou revelar baixo
companheira, ascendente, descendente ou irmão; grau de aproveitamento do curso.
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo Parágrafo único. A recuperação do direito à saída
único do artigo 14). temporária dependerá da absolvição no processo penal,
Parágrafo único. A permissão de saída será do cancelamento da punição disciplinar ou da
concedida pelo diretor do estabelecimento onde se demonstração do merecimento do condenado.
encontra o preso.
SEÇÃO IV
Art. 121. A permanência do preso fora do Da Remição
estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
saída. regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da
SUBSEÇÃO II pena.
Da Saída Temporária § 1o A contagem de tempo referida no caput será
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em feita à razão de:
regime semi-aberto poderão obter autorização para

ID:
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I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
frequência escolar - atividade de ensino fundamental, SEÇÃO V
médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda Do Livramento Condicional
de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 Art. 131. O livramento condicional poderá ser
(três) dias; concedido pelo Juiz da execução, presentes os
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
trabalho. Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § Penitenciário.
1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma Código Penal:
presencial ou por metodologia de ensino a distância e “Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao
deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2
competentes dos cursos frequentados. (dois) anos, desde que:
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
de forma a se compatibilizarem. II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em
crime doloso;
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e
beneficiar-se com a remição. aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho
§ 5o O tempo a remir em função das horas de honesto;
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o
conclusão do ensino fundamental, médio ou superior dano causado pela infração;
durante o cumprimento da pena, desde que certificada V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
pelo órgão competente do sistema de educação. condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime for reincidente específico em crimes dessa natureza.
aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido
condicional poderão remir, pela frequência a curso de com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do
ensino regular ou de educação profissional, parte do livramento ficará também subordinada à constatação de
tempo de execução da pena ou do período de prova, condições”
observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo. pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses delinquir.
de prisão cautelar.
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá condicional as obrigações seguintes: (Condições
revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o obrigatórias)
disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável
data da infração disciplinar. se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua
Art. 128. O tempo remido será computado como ocupação;
pena cumprida, para todos os efeitos. c) não mudar do território da comarca do Juízo da
execução, sem prévia autorização deste.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
todos os condenados que estejam trabalhando ou (Condições facultativas)
estudando, com informação dos dias de trabalho ou das a) não mudar de residência sem comunicação ao
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e
cada um deles. de proteção;
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do b) recolher-se à habitação em hora fixada;
estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, c) não frequentar determinados lugares.
por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, d) (VETADO)
a frequência e o aproveitamento escolar.
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
remidos. comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da
sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código se houver transferido e à autoridade incumbida da
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço observação cautelar e de proteção.
para fim de instruir pedido de remição.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
STF: Não se admite a remição pelo trabalho no regime apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no
aberto. A razão estaria no art. 36, parágrafo 1º, do CP, que aduz
ser necessário que o apenado que cumpre pena em regime
artigo anterior.
aberto trabalhe, frequente curso ou exerça outra atividade
autorizada. Nessa linha, a realização de atividade laboral nesse Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
regime de cumprimento de pena não seja, como nos demais livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para
estímulo para que o condenado, trabalhando, tivesse direito à as providências cabíveis.
remição da pena, na medida em que, nesse regime, o labor não
seria senão pressuposto da nova condição de cumprimento de Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a
pena. carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2
(HC 98261/RS)

ID:
52
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(duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
administrativa incumbida da execução e outra ao Art. 142. No caso de revogação por outro motivo,
Conselho Penitenciário. não se computará na pena o tempo em que esteve solto o
liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional pena, novo livramento.
será realizada solenemente no dia marcado pelo
Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento Art. 143. A revogação será decretada a
onde está sendo cumprida a pena, observando-se o requerimento do Ministério Público, mediante
seguinte: representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício,
I - a sentença será lida ao liberando, na presença pelo Juiz, ouvido o liberado.
dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do
pelo Juiz; Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante
II - a autoridade administrativa chamará a atenção representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o
do liberando para as condições impostas na sentença de liberado, poderá modificar as condições especificadas na
livramento; sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao
III - o liberando declarará se aceita as condições. liberado por uma das autoridades ou funcionários
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei,
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1 o e 2o do
ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder mesmo artigo.
escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração
da execução. penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o
Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão
do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à final.
autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for
exigida. Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do
§ 1º A caderneta conterá: interessado, do Ministério Público ou mediante
a) a identificação do liberado; representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a
b) o texto impresso do presente Capítulo; pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do
c) as condições impostas. livramento sem revogação.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao
liberado um salvo-conduto, em que constem as condições Seção VI
do livramento, podendo substituir-se a ficha de Da Monitoração Eletrônica
identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais Art. 146-A. (VETADO).
que possam identificá-lo. Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver meio da monitoração eletrônica quando:
espaço para consignar-se o cumprimento das condições I - (VETADO);
referidas no artigo 132 desta Lei. II - autorizar a saída temporária no regime
semiaberto;
Art. 139. A observação cautelar e a proteção III - (VETADO);
realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou IV - determinar a prisão domiciliar;
Conselho da Comunidade terão a finalidade de: V - (VETADO);
I - fazer observar o cumprimento das condições Parágrafo único. (VETADO).
especificadas na sentença concessiva do benefício;
II - proteger o beneficiário, orientando-o na Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção cuidados que deverá adotar com o equipamento
de atividade laborativa. eletrônico e dos seguintes deveres:
Parágrafo único. A entidade encarregada da I - receber visitas do servidor responsável pela
observação cautelar e da proteção do liberado monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e
apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para cumprir suas orientações;
efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de
desta Lei. danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração
eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
Art. 140. A revogação do livramento condicional III - (VETADO);
dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Parágrafo único. A violação comprovada dos
Código Penal. deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a
na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá defesa:
advertir o liberado ou agravar as condições. I - a regressão do regime;
II - a revogação da autorização de saída
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração temporária;
penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á III - (VETADO);
como tempo de cumprimento da pena o período de prova, IV - (VETADO);
sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a V - (VETADO);
soma do tempo das 2 (duas) penas. VI - a revogação da prisão domiciliar;

ID:
53
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VII - advertência, por escrito, para todos os casos Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica
em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das contra a mulher, o juiz poderá determinar o
medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser
revogada: Art. 153. O estabelecimento designado
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução,
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a
que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta ausência ou falta disciplinar do condenado.
grave.
SEÇÃO IV
CAPÍTULO II Da Interdição Temporária de Direitos
Das Penas Restritivas de Direitos Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à
SEÇÃO I autoridade competente a pena aplicada, determinada a
Disposições Gerais intimação do condenado.
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo
aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício,
promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.
quando necessário, a colaboração de entidades públicas § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do
ou solicitá-la a particulares. Código Penal, o Juízo da execução determinará a
apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o direito interditado.
Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das
penas de prestação de serviços à comunidade e de Art. 155. A autoridade deverá comunicar
limitação de fim de semana, ajustando-as às condições imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da
pessoais do condenado e às características do pena.
estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário Parágrafo único. A comunicação prevista neste
ou estatal. artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado.

SEÇÃO II CAPÍTULO III


Da Prestação de Serviços à Comunidade Da Suspensão Condicional
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de
I - designar a entidade ou programa comunitário ou 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa
estatal, devidamente credenciado ou convencionado, de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma
junto ao qual o condenado deverá trabalhar prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
II - determinar a intimação do condenado, Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que
cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá aplicar pena privativa de liberdade, na situação
cumprir a pena; determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se,
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a
às modificações ocorridas na jornada de trabalho. conceda, quer a denegue.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas
semanais e será realizado aos sábados, domingos e Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz
feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a especificará as condições a que fica sujeito o condenado,
jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência
pelo Juiz. prevista no artigo 160 desta Lei.
§ 2º A execução terá início a partir da data do § 1° As condições serão adequadas ao fato e à
primeiro comparecimento. situação pessoal do condenado, devendo ser incluída
entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, §
de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da 2º, do Código Penal.
execução, relatório circunstanciado das atividades do § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação requerimento do Ministério Público ou mediante proposta
sobre ausência ou falta disciplinar. do Conselho Penitenciário, modificar as condições e
regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
SEÇÃO III § 3º A fiscalização do cumprimento das condições,
Da Limitação de Fim de Semana reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a normas supletivas, será atribuída a serviço social
intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou
horário em que deverá cumprir a pena. instituição beneficiada com a prestação de serviços,
Parágrafo único. A execução terá início a partir da inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo
data do primeiro comparecimento. Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da
execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, § 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente
durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou à entidade fiscalizadora, para comprovar a observância
atribuídas atividades educativas. das condições a que está sujeito, comunicará, também, a
sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.

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§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164,
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do desta Lei.
benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das
condições. Art. 167. A execução da pena de multa será
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será suspensa quando sobrevier ao condenado doença
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do mental (artigo 52 do Código Penal).
local da nova residência, aos quais o primeiro deverá
apresentar-se imediatamente. Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança
da multa se efetue mediante desconto no vencimento
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, §
for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
condições do benefício. I - o limite máximo do desconto mensal será o da
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
Tribunal modificar as condições estabelecidas na II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
sentença recorrida. quem de direito;
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão III - o responsável pelo desconto será intimado a
condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
execução a incumbência de estabelecer as condições do importância determinada.
benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência
admonitória. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o
artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao
Art. 160. Transitada em julgado a sentença Juiz o pagamento da multa em prestações mensais,
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, iguais e sucessivas.
advertindo-o das consequências de nova infração penal e § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
do descumprimento das condições impostas. diligências para verificar a real situação econômica do
condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital de prestações.
com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar
injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a
ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. requerimento do Ministério Público, revogará o benefício
executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo,
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na
forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
Penal. cumulativamente com pena privativa da liberdade,
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, ser cobrada mediante desconto na remuneração do
com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a condenado (artigo 168).
que couber a execução da pena. § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver
o fato averbado à margem do registro. resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo Capítulo.
para efeito de informações requisitadas por órgão § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior
judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo aos casos em que for concedida a suspensão condicional
penal. da pena.

CAPÍTULO IV TÍTULO VI
Da Pena de Multa Da Execução das Medidas de Segurança
Art. 164. Extraída certidão da sentença CAPÍTULO I
condenatória com trânsito em julgado, que valerá como Disposições Gerais
título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em Art. 171. Transitada em julgado a sentença que
autos apartados, a citação do condenado para, no prazo aplicar medida de segurança, será ordenada a
de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens expedição de guia para a execução.
à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de
ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a
penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida
execução. de segurança, sem a guia expedida pela autoridade
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior judiciária.
execução seguirão o que dispuser a lei processual civil.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em
autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida
prosseguimento. à autoridade administrativa incumbida da execução e
conterá:
I - a qualificação do agente e o número do registro
geral do órgão oficial de identificação;

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II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que I - o condenado a esteja cumprindo em regime
tiver aplicado a medida de segurança, bem como a aberto;
certidão do trânsito em julgado; II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto)
III - a data em que terminará o prazo mínimo de da pena;
internação, ou do tratamento ambulatorial; III - os antecedentes e a personalidade do
IV - outras peças do processo reputadas condenado indiquem ser a conversão recomendável.
indispensáveis ao adequado tratamento ou internamento.
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da Art. 181. A pena restritiva de direitos será
guia de recolhimento e de sujeição a tratamento. convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
modificações quanto ao prazo de execução. § 1º A pena de prestação de serviços à
comunidade será convertida quando o condenado:
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de a) não for encontrado por estar em lugar incerto e
segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° não sabido, ou desatender a intimação por edital;
e 9° desta Lei. b) não comparecer, injustificadamente, à entidade
ou programa em que deva prestar serviço;
CAPÍTULO II c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o
Da Cessação da Periculosidade serviço que lhe foi imposto;
Art. 175. A cessação da periculosidade será d) praticar falta grave;
averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida e) sofrer condenação por outro crime à pena
de segurança, pelo exame das condições pessoais do privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido
agente, observando-se o seguinte: suspensa.
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês § 2º A pena de limitação de fim de semana será
antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, convertida quando o condenado não comparecer ao
remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a estabelecimento designado para o cumprimento da pena,
resolver sobre a revogação ou permanência da medida; recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou
II - o relatório será instruído com o laudo se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e"
psiquiátrico; do parágrafo anterior.
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as § 3º A pena de interdição temporária de direitos
diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério será convertida quando o condenado exercer,
Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
para cada um; qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o artigo.
agente que não o tiver;
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer Art. 182. (Revogado)
das partes, poderá determinar novas diligências, ainda
que expirado o prazo de duração mínima da medida de Art. 183. Quando, no curso da execução da pena
segurança; privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública
decisão, no prazo de 5 (cinco) dias. ou da autoridade administrativa, poderá determinar a
substituição da pena por medida de segurança.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
prazo mínimo de duração da medida de segurança, Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
poderá o Juiz da execução, diante de requerimento convertido em internação se o agente revelar
fundamentado do Ministério Público ou do interessado, incompatibilidade com a medida.
seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo
verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se de internação será de 1 (um) ano.
nos termos do artigo anterior.
CAPÍTULO II
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se Do Excesso ou Desvio
a cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução
for aplicável, o disposto no artigo anterior. sempre que algum ato for praticado além dos limites
fixados na sentença, em normas legais ou
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de regulamentares.
liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o
disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei. Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
desvio de execução:
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz I - o Ministério Público;
expedirá ordem para a desinternação ou a liberação. II - o Conselho Penitenciário;
III - o sentenciado;
TÍTULO VII IV - qualquer dos demais órgãos da execução
Dos Incidentes de Execução penal.
CAPÍTULO I
Das Conversões CAPÍTULO III
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não Da Anistia e do Indulto
superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a
restritiva de direitos, desde que: requerimento do interessado ou do Ministério Público, por

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proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da
Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência
que perturbe a segurança e a disciplina dos
Art. 188. O indulto individual poderá ser estabelecimentos, bem como exponha o preso à
provocado por petição do condenado, por iniciativa do inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da
Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da pena.
autoridade administrativa.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos por decreto federal.
documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior Art. 200. O condenado por crime político não está
encaminhamento ao Ministério da Justiça. obrigado ao trabalho.

Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
autos do processo e do prontuário, promoverá as cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
diligências que entender necessárias e fará, em relatório, efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença
condenatória, a exposição dos antecedentes do Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não
condenado e do procedimento deste depois da prisão, constarão da folha corrida, atestados ou certidões
emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da
esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação,
omitidas na petição. salvo para instruir processo pela prática de nova infração
penal ou outros casos expressos em lei.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da
petição será submetida a despacho do Presidente da publicação desta Lei, serão editadas as normas
República, a quem serão presentes os autos do processo complementares ou regulamentares, necessárias à
ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
determinar. § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos projetar a adaptação, construção e equipamento de
cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
comutação. providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios
para instalação de casas de albergados.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo
indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de
interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada
Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de
providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior. construção de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres
TÍTULO VIII estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
Do Procedimento Judicial suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada
Art. 194. O procedimento correspondente às pela União, para atender às despesas de execução das
situações previstas nesta Lei será judicial, penas e medidas de segurança.
desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.

Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de


ofício, a requerimento do Ministério Público, do
interessado, de quem o represente, de seu cônjuge,
parente ou descendente, mediante proposta do Conselho
Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.

Art. 196. A portaria ou petição será autuada


ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério
Público, quando não figurem como requerentes da
01_____________________________________
medida. 02_____________________________________
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o
Juiz decidirá de plano, em igual prazo. 03_____________________________________
§ 2º Entendendo indispensável a realização de
prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a 04_____________________________________
produção daquela ou na audiência designada.
05_____________________________________
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
recurso de agravo, sem efeito suspensivo. 06_____________________________________

TÍTULO IX
07_____________________________________
Das Disposições Finais e Transitórias

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Constituição da República Federativa Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e
do Brasil de 1988 do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
serão sucessivamente chamados ao exercício da
Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA Presidente da República, far-se-á eleição 90 (noventa)
dias depois de aberta a última vaga.
REPÚBLICA
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos 2 (dois)
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo
anos do período presidencial, a eleição para ambos os
Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado. cargos será feita 30 (trinta) dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice- completar o período de seus antecessores.
Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente,
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, Art. 82. O mandato do Presidente da República é
do ano anterior ao do término do mandato presidencial de 4 (quatro) anos e terá início em primeiro de janeiro do
vigente. ano seguinte ao da sua eleição.
§ 1º A eleição do Presidente da República
importará a do Vice-Presidente com ele registrado. Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato República não poderão, sem licença do Congresso
que, registrado por partido político, obtiver a maioria Nacional, ausentar-se do País por período superior a 15
absoluta de votos, não computados os em branco e os (quinze) dias, sob pena de perda do cargo.
nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria Seção II
absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em Das Atribuições do Presidente da República
até 20 (vinte) dias após a proclamação do resultado, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
concorrendo os dois candidatos mais votados e República:
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
votos válidos.
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado,
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno,
a direção superior da administração federal;
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos
maior votação. casos previstos nesta Constituição;
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. execução;
Os decretos e regulamentos que visam dar fiel execução às leis
são atos infralegais (normas secundárias), que não podem criar
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da nem modificar direitos. O objetivo é pormenorizar as disposições
República tomarão posse em sessão do Congresso gerais e abstratas da lei.
Nacional, prestando o compromisso de manter, defender
e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Decreto
autônomo)
integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data a) organização e funcionamento da administração
fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, federal, quando não implicar aumento de despesa nem
salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, criação ou extinção de órgãos públicos;
este será declarado vago. b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos;
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de Os Decretos autônomos possuem força de lei (normas
primárias).
impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-
Presidente. VII - manter relações com Estados estrangeiros e
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, acreditar seus representantes diplomáticos;
além de outras atribuições que lhe forem conferidas por VIII - celebrar tratados, convenções e atos
lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
ele convocado para missões especiais. Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

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X - decretar e executar a intervenção federal; - Concessão de indulto e comutação de penas
- Provimento cargos públicos
XI - remeter mensagem e plano de governo ao
Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as Seção III
providências que julgar necessárias; Da Responsabilidade do Presidente da República
XII - conceder indulto e comutar penas, com Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos
audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; do Presidente da República que atentem contra a
XIII - exercer o comando supremo das Forças Constituição Federal e, especialmente, contra:
Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do I - a existência da União;
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais- II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
generais e nomeá-los para os cargos que lhes são Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
privativos; constitucionais das unidades da Federação;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado III - o exercício dos direitos políticos, individuais e
Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos sociais;
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o
Procurador-Geral da República, o presidente e os IV - a segurança interna do País;
diretores do banco central e outros servidores, quando V - a probidade na administração;
determinado em lei; VI - a lei orçamentária;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os VII - o cumprimento das leis e das decisões
Ministros do Tribunal de Contas da União; judiciais.
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em
nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
XVII - nomear membros do Conselho da República, julgamento.
nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente
e o Conselho de Defesa Nacional; (Órgãos consultivos) da República, por 2/3 (dois terços) da Câmara dos
XIX - declarar guerra, no caso de agressão Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, responsabilidade.
total ou parcialmente, a mobilização nacional; § 1º O Presidente ficará suspenso de suas
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo funções:
do Congresso Nacional; I - nas infrações penais comuns, se recebida a
XXI - conferir condecorações e distinções denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
honoríficas; II - nos crimes de responsabilidade, após a
XXII - permitir, nos casos previstos em lei instauração do processo pelo Senado Federal.
complementar, que forças estrangeiras transitem pelo § 2º Se, decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta)
território nacional ou nele permaneçam temporariamente; dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as prosseguimento do processo.
propostas de orçamento previstos nesta Constituição; § 3º Enquanto não sobrevier sentença
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
Nacional, dentro de 60 (sessenta) dias após a abertura da República não estará sujeito a prisão.
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício § 4º O Presidente da República, na vigência de seu
anterior; mandato, não pode ser responsabilizado por atos
XXV - prover e extinguir os cargos públicos estranhos ao exercício de suas funções.
federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei,
nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
Constituição.
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a
decretação do estado de calamidade pública de âmbito
nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E,
167-F e 167-G desta Constituição. (2021)
Parágrafo único. O Presidente da República poderá _____________________________________
01

delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e


_____________________________________
02
XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral _____________________________________
03
da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações. _____________________________________
04

O Presidente da República poderá delegar:


- Decreto autônomo _____________________________________
05

ID:
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É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
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06 II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
escalada ou destreza;
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07 III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
_____________________________________
08
STJ: Súmula 442 - É inadmissível aplicar, no furto qualificado,
pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
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09
STJ: Súmula 511 - É possível o reconhecimento do privilégio
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto
_____________________________________
10
qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
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11
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
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12
anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum. (2018)
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13 § 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido por
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14 meio de dispositivo eletrônico ou informático,
conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a
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15
violação de mecanismo de segurança ou a utilização de
programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo. (2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
Decreto-Lei nº 2.848 / 1940 considerada a relevância do resultado gravoso: (2021)
Código Penal I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços),
se o crime é praticado mediante a utilização de servidor
mantido fora do território nacional; (2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o
TÍTULO II
crime é praticado contra idoso ou vulnerável. (2021)
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
CAPÍTULO I
subtração for de veículo automotor que venha a ser
DO FURTO
transportado para outro Estado ou para o exterior.
Furto (Simples)
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)
alheia móvel: anos se a subtração for de semovente domesticável de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. produção, ainda que abatido ou dividido em partes no
local da subtração. (Crime de abigeato)
STJ: Súmula 567 - Sistema de vigilância realizado por
monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez)
interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna anos e multa, se a subtração for de substâncias
impossível a configuração do crime de furto. explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
§ 1º - A pena aumenta-se de 1/3 (um terço), se o isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
crime é praticado durante o repouso noturno. emprego. (2018)
STJ: A causa especial de aumento de pena do furto cometido
durante o repouso noturno pode se configurar mesmo quando o Furto de coisa comum
crime é cometido em estabelecimento comercial ou residência Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou
desabitada, sendo indiferente o fato de a vítima estar, ou não, sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a
efetivamente repousando. detém, a coisa comum:
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de multa.
reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3 (um a § 1º - Somente se procede mediante representação.
dois terços), ou aplicar somente a pena de multa. (Furto § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum
privilegiado) fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o
Princípio da Insignificância ou Bagatela: para a aplicação agente.
desse princípio, segundo o STJ, é necessária a observância
dos seguintes requisitos: 1. Mínima ofensividade da conduta
do agente. 2. Ausência de periculosidade social. 3.
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento. CAPÍTULO II
4. Inexpressividade da lesão jurídica provocada. DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Furto famélico: é o furto praticado para saciar a fome, Roubo
quando o agente se encontra na extrema pobreza. De acordo Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
com o STJ, poderá ser causa de exclusão de ilicitude por para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
estado de necessidade. pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica reduzido à impossibilidade de resistência: (Roubo próprio)
ou qualquer outra que tenha valor econômico. (Crime STJ: Súmula 582 - Consuma-se o crime de roubo com a
permanente) inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou
Furto qualificado grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada,
multa, se o crime é cometido: sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
subtração da coisa; § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou

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grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do Extorsão mediante sequestro
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter,
(Roubo impróprio) para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
metade: (2018) - (Roubo circunstanciado) § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
I – (revogado); horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
III - se a vítima está em serviço de transporte de por bando ou quadrilha.
valores e o agente conhece tal circunstância. Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
IV - se a subtração for de veículo automotor que § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
venha a ser transportado para outro Estado ou para o grave:
exterior; Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, anos.
restringindo sua liberdade. § 3º - Se resulta a morte:
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem anos.
sua fabricação, montagem ou emprego. (2018) § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a
com emprego de arma branca; (2019) libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1/3
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):(2018) a 2/3 (um a dois terços). (Delação premiada)
I – se a violência ou ameaça é exercida com
emprego de arma de fogo; (2018) Extorsão indireta
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo abusando da situação de alguém, documento que pode
que cause perigo comum. (2018) dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida contra terceiro:
com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
(2019) CAPÍTULO III
§ 3º Se da violência resulta: (2018) DA USURPAÇÃO
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 Alteração de limites
(sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; (2018) Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para
(trinta) anos, e multa. (2018) - (Latrocínio) apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Roubo Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
STF: Súmula 610 - Há crime de latrocínio, quando o homicídio § 1º - Na mesma pena incorre quem:
se consuma, ainda que não se realize o agente a subtração de Usurpação de águas
bens da vítima. I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de
STJ: Súmula 443 - O aumento na terceira fase de aplicação da outrem, águas alheias;
pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação Esbulho possessório
concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça,
indicação do número de majorantes. ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno
ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Extorsão (Simples) § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência na pena a esta cominada.
ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para § 3º - Se a propriedade é particular, e não há
outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar emprego de violência, somente se procede mediante
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: queixa.
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais Supressão ou alteração de marca em animais
pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em
de 1/3 (um terço) até metade. gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante propriedade:
violência o disposto no § 3º do artigo Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
anterior.
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição CAPÍTULO IV
da liberdade (Sequestro relâmpago) da vítima, e essa DO DANO
condição é necessária para a obtenção da vantagem Dano
econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou alheia:
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
3o, respectivamente. Dano qualificado
Extorsão Parágrafo único - Se o crime é cometido:
STJ: Súmula 96 - O crime de extorsão consuma-se I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
independentemente da obtenção da vantagem indevida. II - com emprego de substância inflamável ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais grave

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III - contra o patrimônio da União, de Estado, do III - pagar benefício devido a segurado, quando as
Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados
pública, empresa pública, sociedade de economia mista à empresa pela previdência social.
ou empresa concessionária de serviços públicos; (2017) STF / STJ: Não se exige dolo específico.
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo § 2o É extinta a punibilidade se o agente,
considerável para a vítima: espontaneamente, declara, confessa e efetua o
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, pagamento das contribuições, importâncias ou valores e
além da pena correspondente à violência. presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
Introdução ou abandono de animais em ação fiscal. (Extinção da punibilidade)
propriedade alheia
STF / STJ: A quitação do débito decorrente de apropriação
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em indébita previdenciária enseja a extinção da punibilidade, desde
propriedade alheia, sem consentimento de quem de que realizada antes do trânsito em julgado da sentença
direito, desde que o fato resulte prejuízo: condenatória.
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou
multa. aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que: (Perdão judicial)
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou STF / STJ: Atualmente, entende-se que deve haver a aplicação
histórico do princípio da insignificância quando o valor do débito seja
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa igual ou inferior ao estabelecido pela previdência como sendo o
tombada pela autoridade competente em virtude de valor mínimo para ajuizamento das ações fiscais. O valor atual é de R$
artístico, arqueológico ou histórico: 20.000,00.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e
multa. antes de oferecida a denúncia, o pagamento da
contribuição social previdenciária, inclusive acessórios;
Alteração de local especialmente protegido ou
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade II – o valor das contribuições devidas, inclusive
competente, o aspecto de local especialmente protegido acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
por lei: previdência social, administrativamente, como sendo o
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não
Ação penal se aplica aos casos de parcelamento de contribuições
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele
parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo
queixa. para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (2018)

CAPÍTULO V Apropriação de coisa havida por erro, caso


DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA fortuito ou força da natureza
Apropriação indébita Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da
que tem a posse ou a detenção: natureza:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Aumento de pena Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
§ 1º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço), Apropriação de tesouro
quando o agente recebeu a coisa: I - quem acha tesouro em prédio alheio e se
I - em depósito necessário; apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, o proprietário do prédio;
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário Apropriação de coisa achada
judicial; II - quem acha coisa alheia perdida e dela se
III - em razão de ofício, emprego ou profissão. apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao
dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
Apropriação indébita previdenciária competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo,
as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. (Apropriação
e forma legal ou convencional: privilegiada)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa. CAPÍTULO VI
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra Estelionato
importância destinada à previdência social que tenha sido Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem
descontada de pagamento efetuado a segurados, a ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
terceiros ou arrecadada do público; alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
II – recolher contribuições devidas à previdência outro meio fraudulento:
social que tenham integrado despesas contábeis ou Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de
custos relativos à venda de produtos ou à prestação de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
serviços;

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§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno STF: Súmula 554 - O pagamento de cheque emitido sem
valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta
disposto no art. 155, § 2º. (Estelionato privilegiado) ao prosseguimento da ação penal.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: STJ: Súmula 17 - Quando o falso se exaure no estelionato, sem
Disposição de coisa alheia como própria mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação STJ: Súmula 24 - Aplica-se ao crime de estelionato, em que
ou em garantia coisa alheia como própria; figure como vítima entidade autárquica da previdência social, a
qualificadora do § 3º, do art. 171 do Código Penal.
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa
própria STJ: Súmula 48 - Compete ao juízo do local da obtenção da
vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em mediante falsificação de cheque.
garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou
STJ: Súmula 73 - A utilização de papel moeda grosseiramente
litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da
mediante pagamento em prestações, silenciando sobre competência da Justiça Estadual.
qualquer dessas circunstâncias; STJ: Súmula 244 - Compete ao foro do local da recusa
Defraudação de penhor processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem
III - defrauda, mediante alienação não consentida provisão de fundos.
pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
quando tem a posse do objeto empenhado;
Duplicata simulada
Fraude na entrega de coisa
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de
que não corresponda à mercadoria vendida, em
coisa que deve entregar a alguém;
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Fraude para recebimento de indenização ou valor
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
de seguro
multa.
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as
aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro
consequências da lesão ou doença, com o intuito de
de Registro de Duplicatas.
haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
Abuso de incapazes
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
Fraude eletrônica
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir
anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização de efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:
informações fornecidas pela vítima ou por terceiro
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
induzido a erro por meio de redes sociais, contatos
telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento,
Induzimento à especulação
ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (2021)
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo,
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental
considerada a relevância do resultado gravoso, aumenta-
de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à
se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
praticado mediante a utilização de servidor mantido fora
devendo saber que a operação é ruinosa:
do território nacional. (2021)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 3º - A pena aumenta-se de 1/3 (um terço), se o
crime é cometido em detrimento de entidade de direito
Fraude no comércio
público ou de instituto de economia popular, assistência
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade
social ou beneficência.
comercial, o adquirente ou consumidor:
Estelionato contra idoso ou vulnerável
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita,
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao
mercadoria falsificada ou deteriorada;
dobro, se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável,
II - entregando uma mercadoria por outra:
considerada a relevância do resultado gravoso. (2021)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
§ 5º Somente se procede mediante multa.
representação, salvo se a vítima for: (2019) § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a
I - a Administração Pública, direta ou indireta; qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo
II - criança ou adolescente; caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor
III - pessoa com deficiência mental; ou valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou precioso, metal de ou outra qualidade:
incapaz. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
Estelionato
STF: Súmula 246 - Comprovado não ter havido fraude, não se Outras fraudes
configura o crime de emissão de cheque sem fundos. Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se
STF: Súmula 521 - O foro competente para o processo e em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor
julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da de recursos para efetuar o pagamento:
emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou
onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. multa.

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Parágrafo único - Somente se procede mediante Receptação
representação, e o juiz pode, conforme as Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. ou ocultar (Receptação própria), em proveito próprio ou
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir
Fraudes e abusos na fundação ou administração (Receptação imprópria) para que terceiro, de boa-fé, a
de sociedade por ações adquira, receba ou oculte:
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por A receptação é um crime acessório ou parasitário – depende
ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao da existência de um crime anterior. Caso a infração anterior seja
público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a uma contravenção penal, não se tipificará o crime de receptação.
constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
fato a ela relativo: Receptação qualificada
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
fato não constitui crime contra a economia popular. ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
constitui crime contra a economia popular: próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ou industrial, coisa que deve saber ser produto de
ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou crime:
comunicação ao público ou à assembleia, faz afirmação Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para
oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio
relativo; irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por residência.
qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
títulos da sociedade; natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos obtida por meio criminoso: (Receptação culposa)
bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou
assembleia geral; ambas as penas.
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por § 4º - A receptação é punível, ainda que
conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que
a lei o permite; proveio a coisa.
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,
crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
própria sociedade; deixar de aplicar a pena (Perdão judicial). Na receptação
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Receptação
em desacordo com este, ou mediante balanço falso, privilegiada).
distribui lucros ou dividendos fictícios; § 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União,
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade
a aprovação de conta ou parecer; de economia mista ou empresa concessionária de
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista
VII; no caput deste artigo. (2017)
IX - o representante da sociedade anônima
estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os Receptação de animal
atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,
Governo. ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a produção ou de comercialização, semovente
dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter domesticável de produção, ainda que abatido ou
vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:
deliberações de assembleia geral. (2016)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
Emissão irregular de conhecimento de depósito multa. (2016)
ou "warrant"
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou CAPÍTULO VIII
warrant, em desacordo com disposição legal: DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Imunidade
penal absoluta)
Fraude à execução I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, II - de ascendente ou descendente, seja o
destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa.
Art. 182 - Somente se procede mediante
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
queixa. cometido em prejuízo: (Imunidade penal relativa)
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente
CAPÍTULO VII separado;
DA RECEPTAÇÃO II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

ID:
65
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III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. estabelece normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-
anteriores: (Exclusão das imunidades) se como drogas as substâncias ou os produtos capazes
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em de causar dependência, assim especificados em lei ou
geral, quando haja emprego de grave ameaça ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo
violência à pessoa; Poder Executivo da União.
II - ao estranho que participa do crime. A Lei de Drogas contém tipos penais em branco e a lista das
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade substâncias capazes de causar dependência encontra-se na
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Portaria MS/SVS nº 344, de 12 de maio de 1998 da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território


nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a
colheita e a exploração de vegetais e substratos dos
quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
ressalvada a hipótese de autorização legal ou
regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção
de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias
_____________________________________
01 Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso
estritamente ritualístico-religioso.
_____________________________________
02 Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio,
a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput
_____________________________________
03 deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou
científicos, em local e prazo predeterminados, mediante
_____________________________________
04
fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
_____________________________________
05
TÍTULO II
_____________________________________
06 DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
SOBRE DROGAS
_____________________________________
07
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular,
integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas
_____________________________________
08
com:
_____________________________________
09
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a
reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
_____________________________________
10
II - a repressão da produção não autorizada e do
tráfico ilícito de drogas.
_____________________________________
11 § 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado
de princípios, regras, critérios e recursos materiais e
_____________________________________
12 humanos que envolvem as políticas, planos, programas,
ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por
_____________________________________
13
adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas
dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (2019)
_____________________________________
14
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o
_____________________________________
15
Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único
de Assistência Social - SUAS. (2019)

CAPÍTULO I
Lei nº 11.343 / 2006 DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
Lei de Drogas DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
SOBRE DROGAS
o
Art. 4 São princípios do Sisnad:
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa
Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e liberdade;
dependentes de drogas; estabelece normas para II - o respeito à diversidade e às especificidades
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de populacionais existentes;
drogas; define crimes e dá outras providências. III - a promoção dos valores éticos, culturais e de
cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
TÍTULO I fatores de proteção para o uso indevido de drogas e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES outros comportamentos correlacionados;
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve participação social, para o estabelecimento dos
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e fundamentos e estratégias do Sisnad;
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; V - a promoção da responsabilidade compartilhada
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância
da participação social nas atividades do Sisnad;

ID:
66
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VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre
fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal,
com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; Municípios e a sociedade; (2019)
VII - a integração das estratégias nacionais e III - coordenar o Sisnad; (2019)
internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e funcionamento do Sisnad e suas normas de
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu referência; (2019)
tráfico ilícito; V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas,
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério prioridades, indicadores e definir formas de financiamento
Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à e gestão das políticas sobre drogas; (2019)
cooperação mútua nas atividades do Sisnad; VI – (VETADO); (2019)
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que VII – (VETADO); (2019)
reconheça a interdependência e a natureza complementar VIII - promover a integração das políticas sobre
das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e drogas com os Estados, o Distrito Federal e os
reinserção social de usuários e dependentes de drogas, Municípios; (2019)
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e
de drogas; Municípios, a execução das políticas sobre drogas,
X - a observância do equilíbrio entre as atividades observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção (2019)
social de usuários e dependentes de drogas e de X - estabelecer formas de colaboração com
repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução
ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar das políticas sobre drogas; (2019)
social; XI - garantir publicidade de dados e informações
XI - a observância às orientações e normas sobre repasses de recursos para financiamento das
emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad. políticas sobre drogas; (2019)
XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos: nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento,
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito
visando a torná-lo menos vulnerável a assumir de drogas; (2019)
comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes
seu tráfico ilícito e outros comportamentos transfronteiriços; e (2019)
correlacionados; XIV - estabelecer uma política nacional de controle
II - promover a construção e a socialização do de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no
conhecimento sobre drogas no país; País. (2019)
III - promover a integração entre as políticas de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social Art. 8º-B. (VETADO). (2019)
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à Art. 8º-C. (VETADO). (2019)
sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as
políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo CAPÍTULO II-A
(2019)
da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS
IV - assegurar as condições para a coordenação, a
Seção I
integração e a articulação das atividades de que trata o (2019)
art. 3o desta Lei. Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas
CAPÍTULO II Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de
(2019) Políticas sobre Drogas, dentre outros: (2019)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS I - promover a interdisciplinaridade e integração
SOBRE DROGAS dos programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e
Seção I entidades públicas e privadas nas áreas de saúde,
(2019)
educação, trabalho, assistência social, previdência social,
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas
habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção
Públicas sobre Drogas
do uso de drogas, atenção e reinserção social dos
Art. 6º (VETADO)
usuários ou dependentes de drogas; (2019)
II - viabilizar a ampla participação social na
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a formulação, implementação e avaliação das políticas
orientação central e a execução descentralizada das sobre drogas; (2019)
atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, III - priorizar programas, ações, atividades e
distrital, estadual e municipal e se constitui matéria projetos articulados com os estabelecimentos de ensino,
definida no regulamento desta Lei. com a sociedade e com a família para a prevenção do uso
de drogas; (2019)
Art. 7º-A. (VETADO). (2019) IV - ampliar as alternativas de inserção social e
Art. 8º (VETADO) econômica do usuário ou dependente de drogas,
promovendo programas que priorizem a melhoria de sua
Seção II escolarização e a qualificação profissional; (2019)
(2019) V - promover o acesso do usuário ou dependente
Das Competências de drogas a todos os serviços públicos; (2019)
Art. 8º-A. Compete à União: (2019) VI - estabelecer diretrizes para garantir a
I - formular e coordenar a execução da Política efetividade dos programas, ações e projetos das políticas
Nacional sobre Drogas; (2019) sobre drogas; (2019)

ID:
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VII - fomentar a criação de serviço de atendimento Art. 13. (VETADO)
telefônico com orientações e informações para apoio aos Art. 14. (VETADO)
usuários ou dependentes de drogas; (2019)
VIII - articular programas, ações e projetos de CAPÍTULO IV
incentivo ao emprego, renda e capacitação para o (2019)
trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS
da pessoa que haja cumprido o plano individual de POLÍTICAS SOBRE DROGAS
atendimento nas fases de tratamento ou Art. 15. (VETADO)
acolhimento; (2019)
IX - promover formas coletivas de organização Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da
para o trabalho, redes de economia solidária e o atenção à saúde e da assistência social que atendam
cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao
usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento órgão competente do respectivo sistema municipal de
ou acolhimento, observando-se as especificidades saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos,
regionais; (2019) preservando a identidade das pessoas, conforme
X - propor a formulação de políticas públicas que orientações emanadas da União.
conduzam à efetivação das diretrizes e princípios
previstos no art. 22; (2019) Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de
XI - articular as instâncias de saúde, assistência repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema
social e de justiça no enfrentamento ao abuso de drogas; de informações do Poder Executivo.
e (2019)
XII - promover estudos e avaliação dos resultados
das políticas sobre drogas. (2019) TÍTULO III
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO
5 (cinco) anos a contar de sua aprovação. INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políticas CAPÍTULO I
sobre Drogas. DA PREVENÇÃO
Seção I
(2019)
Seção II Das Diretrizes
(2019)
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas Art. 18. Constituem atividades de prevenção do
Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas
constituídos por Estados, Distrito Federal e Municípios, direcionadas para a redução dos fatores de
terão os seguintes objetivos: (2019) vulnerabilidade e risco e para a promoção e o
I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; fortalecimento dos fatores de proteção.
(2019)
II - colaborar com os órgãos governamentais no Art. 19. As atividades de prevenção do uso
planejamento e na execução das políticas sobre drogas, indevido de drogas devem observar os seguintes
visando à efetividade das políticas sobre drogas; (2019) princípios e diretrizes:
III - propor a celebração de instrumentos de I - o reconhecimento do uso indevido de drogas
cooperação, visando à elaboração de programas, ações, como fator de interferência na qualidade de vida do
atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual
acolhimento, reinserção social e econômica e repressão pertence;
ao tráfico ilícito de drogas; (2019) II - a adoção de conceitos objetivos e de
IV - promover a realização de estudos, com o fundamentação científica como forma de orientar as
objetivo de subsidiar o planejamento das políticas sobre ações dos serviços públicos comunitários e privados e de
drogas; (2019) evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos
V - propor políticas públicas que permitam a serviços que as atendam;
integração e a participação do usuário ou dependente de III - o fortalecimento da autonomia e da
drogas no processo social, econômico, político e cultural responsabilidade individual em relação ao uso indevido de
no respectivo ente federado; e (2019) drogas;
VI - desenvolver outras atividades relacionadas às IV - o compartilhamento de responsabilidades e a
políticas sobre drogas em consonância com o Sisnad e colaboração mútua com as instituições do setor privado e
com os respectivos planos. (2019) com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e
dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio
Seção III do estabelecimento de parcerias;
(2019) V - a adoção de estratégias preventivas
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre diferenciadas e adequadas às especificidades
Drogas socioculturais das diversas populações, bem como das
Art. 8º-F. (VETADO). (2019) diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do
CAPÍTULO IV “retardamento do uso” e da redução de riscos como
(VETADO) resultados desejáveis das atividades de natureza
Art. 9º (VETADO) preventiva, quando da definição dos objetivos a serem
Art. 10. (VETADO) alcançados;
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)

ID:
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VII - o tratamento especial dirigido às parcelas Art. 20. Constituem atividades de atenção ao
mais vulneráveis da população, levando em consideração usuário e dependente de drogas e respectivos familiares,
as suas necessidades específicas; para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da
VIII - a articulação entre os serviços e qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos
organizações que atuam em atividades de prevenção do associados ao uso de drogas.
uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e
dependentes de drogas e respectivos familiares; Art. 21. Constituem atividades de reinserção
IX - o investimento em alternativas esportivas, social do usuário ou do dependente de drogas e
culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas
forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de direcionadas para sua integração ou reintegração em
vida; redes sociais.
X - o estabelecimento de políticas de formação
continuada na área da prevenção do uso indevido de Art. 22. As atividades de atenção e as de
drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis reinserção social do usuário e do dependente de drogas e
de ensino; respectivos familiares devem observar os seguintes
XI - a implantação de projetos pedagógicos de princípios e diretrizes:
prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
ensino público e privado, alinhados às Diretrizes independentemente de quaisquer condições, observados
Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios
a drogas; e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política
XII - a observância das orientações e normas Nacional de Assistência Social;
emanadas do Conad; II - a adoção de estratégias diferenciadas de
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de atenção e reinserção social do usuário e do dependente
controle social de políticas setoriais específicas. de drogas e respectivos familiares que considerem as
Parágrafo único. As atividades de prevenção do suas peculiaridades socioculturais;
uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao III - definição de projeto terapêutico individualizado,
adolescente deverão estar em consonância com as orientado para a inclusão social e para a redução de
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos riscos e de danos sociais e à saúde;
da Criança e do Adolescente - Conanda. IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas
e aos respectivos familiares, sempre que possível, de
Seção II forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
(2019) V - observância das orientações e normas
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas emanadas do Conad;
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de
Políticas sobre Drogas, comemorada anualmente, na controle social de políticas setoriais específicas.
quarta semana de junho. (2019) VII - estímulo à capacitação técnica e
§ 1º No período de que trata o caput, serão profissional; (2019)
intensificadas as ações de: (2019) VIII - efetivação de políticas de reinserção social
I - difusão de informações sobre os problemas voltadas à educação continuada e ao trabalho; (2019)
decorrentes do uso de drogas; (2019) IX - observância do plano individual de
II - promoção de eventos para o debate público atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; (2019)
sobre as políticas sobre drogas; (2019) X - orientação adequada ao usuário ou
III - difusão de boas práticas de prevenção, dependente de drogas quanto às consequências lesivas
tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica do uso de drogas, ainda que ocasional. (2019)
de usuários de drogas; (2019)
IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas Seção II
de prevenção do uso indevido de drogas; (2019) (2019)
V - mobilização da comunidade para a participação Da Educação na Reinserção Social e Econômica
nas ações de prevenção e enfrentamento às drogas; (2019) Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos
VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos integrantes do Sisnad terão atendimento nos programas
na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de de educação profissional e tecnológica, educação de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na realização jovens e adultos e alfabetização. (2019)
de atividades de prevenção ao uso de drogas. (2019)
Seção III
CAPÍTULO II (2019)
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica
SOCIAL DE USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE Art. 22-B. (VETADO).
DROGAS
CAPÍTULO II Seção IV
(2019) (2019)
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas
ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União,
ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
DROGAS desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao
Seção I dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do
(2019) Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22
Disposições Gerais desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

ID:
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Art. 23-A. O tratamento do usuário ou § 7º Todas as internações e altas de que trata
dependente de drogas deverá ser ordenado em uma esta Lei deverão ser informadas, em, no máximo, de 72
rede de atenção à saúde, com prioridade para as (setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à
modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização,
excepcionalmente formas de internação em unidades de por meio de sistema informatizado único, na forma do
saúde e hospitais gerais nos termos de normas dispostas regulamento desta Lei. (2019)
pela União e articuladas com os serviços de assistência § 8º É garantido o sigilo das informações
social e em etapas que permitam: (2019) disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso será
I - articular a atenção com ações preventivas que permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las,
atinjam toda a população; (2019) sob pena de responsabilidade. (2019)
II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, § 9º É vedada a realização de qualquer
baseados em evidências científicas, oferecendo modalidade de internação nas comunidades terapêuticas
atendimento individualizado ao usuário ou dependente de acolhedoras. (2019)
drogas com abordagem preventiva e, sempre que § 10. O planejamento e a execução do projeto
indicado, ambulatorial; (2019) terapêutico individual deverão observar, no que couber, o
III - preparar para a reinserção social e econômica, previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que
respeitando as habilidades e projetos individuais por meio dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
de programas que articulem educação, capacitação para portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento assistencial em saúde mental. (2019)
individualizado; e (2019)
IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Seção V
Sisnad, de forma articulada. (2019) (2019)
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos Do Plano Individual de Atendimento
técnicos de tratamento, em âmbito nacional. (2019) Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou
§ 2º A internação de dependentes de drogas dependente de drogas na rede de atenção à saúde
somente será realizada em unidades de saúde ou dependerá de: (2019)
hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares e I - avaliação prévia por equipe técnica
deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico multidisciplinar e multissetorial; e (2019)
devidamente registrado no Conselho Regional de II - elaboração de um Plano Individual de
Medicina - CRM do Estado onde se localize o Atendimento - PIA. (2019)
estabelecimento no qual se dará a internação. (2019) § 1º A avaliação prévia da equipe técnica
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de subsidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico
internação: (2019) individual a ser adotado, levantando no mínimo: (2019)
I - internação voluntária: aquela que se dá com o I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (2019)
consentimento do dependente de drogas; (2019) II - o risco à saúde física e mental do usuário ou
II - internação involuntária: aquela que se dá, dependente de drogas ou das pessoas com as quais
sem o consentimento do dependente, a pedido de familiar convive. (2019)
ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de § 2º (VETADO). (2019)
servidor público da área de saúde, da assistência social § 3º O PIA deverá contemplar a participação dos
ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de
exceção de servidores da área de segurança pública, que contribuir com o processo, sendo esses, no caso de
constate a existência de motivos que justifiquem a crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização
medida. (2019) civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069,
§ 4º A internação voluntária: (2019) de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
I - deverá ser precedida de declaração escrita da Adolescente. (2019)
pessoa solicitante de que optou por este regime de § 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a
tratamento; (2019) responsabilidade da equipe técnica do primeiro projeto
II - seu término dar-se-á por determinação do terapêutico que atender o usuário ou dependente de
médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do
que deseja interromper o tratamento. (2019) atendimento. (2019)
§ 5º A internação involuntária: (2019) § 5º Constarão do plano individual, no
I - deve ser realizada após a formalização da mínimo: (2019)
decisão por médico responsável; (2019) I - os resultados da avaliação
II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo multidisciplinar; (2019)
de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese II - os objetivos declarados pelo atendido; (2019)
comprovada da impossibilidade de utilização de outras III - a previsão de suas atividades de integração
alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à social ou capacitação profissional; (2019)
saúde; (2019) IV - atividades de integração e apoio à
III - perdurará apenas pelo tempo necessário à família; (2019)
desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, V - formas de participação da família para efetivo
tendo seu término determinado pelo médico responsável; cumprimento do plano individual; (2019)
(2019) VI - designação do projeto terapêutico mais
IV - a família ou o representante legal poderá, a adequado para o cumprimento do previsto no plano;
qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do e (2019)
tratamento. (2019) VII - as medidas específicas de atenção à saúde
§ 6º A internação, em qualquer de suas do atendido. (2019)
modalidades, só será indicada quando os recursos § 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30
extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. (2019) (trinta) dias da data do ingresso no atendimento. (2019)

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§ 7º As informações produzidas na avaliação e as consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
registradas no plano individual de atendimento são desacordo com determinação legal ou regulamentar será
consideradas sigilosas. (2019) submetido às seguintes penas:
Para o STF, o art. 28 da Lei de Drogas despenalizou a posse de
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e drogas para uso pessoal, mas as condutas previstas nesse
dispositivo não deixaram de ser tipificadas como crime. Cumpre
os Municípios poderão conceder benefícios às instituições
observar que também não há cabimento de penas privativas de
privadas que desenvolverem programas de reinserção no liberdade aos usuários que utilizam drogas apenas para consumo
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de pessoal.
drogas encaminhados por órgão oficial. I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins III - medida educativa de comparecimento a
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e programa ou curso educativo.
da assistência social, que atendam usuários ou § 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para
dependentes de drogas poderão receber recursos do seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária destinadas à preparação de pequena quantidade de
e financeira. substância ou produto capaz de causar dependência
física ou psíquica.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas § 2o Para determinar se a droga destinava-se a
que, em razão da prática de infração penal, estiverem consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a quantidade da substância apreendida, ao local e às
medida de segurança, têm garantidos os serviços de condições em que se desenvolveu a ação, às
atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e
penitenciário. aos antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput
Seção VI deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
(2019) (cinco) meses.
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas
Acolhedora nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
dependente de drogas na comunidade terapêutica § 5o A prestação de serviços à comunidade será
acolhedora caracteriza-se por: (2019) cumprida em programas comunitários, entidades
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou educacionais ou assistenciais, hospitais,
dependente de drogas que visam à abstinência; (2019) estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem
II - adesão e permanência voluntária, formalizadas fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da
por escrito, entendida como uma etapa transitória para a prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e
reinserção social e econômica do usuário ou dependente dependentes de drogas.
de drogas; (2019) § 6o Para garantia do cumprimento das medidas
III - ambiente residencial, propício à formação de educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
vínculos, com a convivência entre os pares, atividades que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
práticas de valor educativo e a promoção do submetê-lo, sucessivamente a:
desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento I - admoestação verbal;
ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade II - multa.
social; (2019) § 7o O juiz determinará ao Poder Público que
IV - avaliação médica prévia; (2019) coloque à disposição do infrator, gratuitamente,
V - elaboração de plano individual de atendimento estabelecimento de saúde, preferencialmente
na forma do art. 23-B desta Lei; e (2019) ambulatorial, para tratamento especializado.
VI - vedação de isolamento físico do usuário ou
dependente de drogas. (2019) Art. 29. Na imposição da medida educativa a que
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as se refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à
pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
de natureza grave que mereçam atenção médico- multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
hospitalar contínua ou de emergência, caso em que superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
deverão ser encaminhadas à rede de saúde. (2019) segundo a capacidade econômica do agente, o valor de
§ 2º (VETADO). (2019) um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
§ 3º (VETADO). (2019) mínimo.
§ 4º (VETADO). (2019) Parágrafo único. Os valores decorrentes da
§ 5º (VETADO). (2019) imposição da multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão
creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo imposição e a execução das penas, observado, no
poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério seguintes do Código Penal.
Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em


depósito, transportar ou trouxer consigo, para

ID:
71
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II - zelar pela observância da lei e dos regulamentos
penitenciários;
III - coordenar e orientar as operações de transporte,
escolta e custódia de sentenciados em movimentações
externas, bem como de transferências interestaduais ou
entre unidades no interior do Estado;
IV - exercer outras atividades que lhe forem
correlatas, definidas em regulamento.
_____________________________________
01
(Vide art. 2º da Lei nº 15276, de 30/7/2004.)

_____________________________________
02 CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
_____________________________________
03
Art. 3º A Superintendência de Coordenação da
Guarda Penitenciária é composta por duas diretorias.
_____________________________________
04
Parágrafo único. A denominação, a competência e a
_____________________________________
05
descrição das unidades administrativas de que trata este
artigo serão estabelecidas em decreto.
_____________________________________
06

CAPÍTULO IV
_____________________________________
07 DO PESSOAL E DOS CARGOS EM COMISSÃO
Art. 4º Ficam criados no Quadro Especial constante
_____________________________________
08 no Anexo da Lei Delegada nº 108, de 29 de janeiro de
2003, e no Anexo I do Decreto nº 43.187, de 10 de
_____________________________________
09
fevereiro de 2003, os seguintes cargos de provimento em
comissão, de recrutamento amplo:
_____________________________________
10
I - um cargo de Diretor II, código MG-05, símbolo
_____________________________________
11
DR-05;
II - três cargos de Diretor I, código MG-06, símbolo
_____________________________________
12
DR- 06;
III - dois cargos de Comandante de Avião, código
_____________________________________
13 EX-24, símbolo 12/A;
IV - dois cargos de Piloto de Helicóptero, código EX-
_____________________________________
14 35, símbolo 12/A.
§ 1° – Os cargos de provimento em comissão
_____________________________________
15
relativos às unidades de que trata o art. 3° desta lei serão
ocupados, preferencialmente, por Agente de Segurança
Penitenciário posicionado nos níveis III, IV e V da carreira,
com formação superior relacionada às atividades-fim da
Lei Estadual nº 14.695/2003 Superintendência.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)
Institui a Carreira de Agente de
§ 2º - A lotação e a identificação dos cargos de que
Segurança Penitenciário trata esta Lei serão estabelecidos por meio de decreto.

CAPÍTULO V
O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS
DOS CARGOS E DA CARREIRA DE AGENTE DE
GERAIS.
SEGURANÇA PENITENCIÁRIO
Art. 5º Fica criada, no Quadro de Pessoal da
Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado
Secretaria de Estado de Defesa Social, com lotação na
de Minas Gerais decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Subsecretaria de Administração Penitenciária, a carreira
de Agente de Segurança Penitenciário, composta por
CAPÍTULO I
cinco mil e quatro cargos efetivos de Agente de
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Segurança Penitenciário.
Art. 1º Ficam criadas a Superintendência de
Parágrafo único. A carreira de que trata esta Lei
Coordenação da Guarda Penitenciária e a Diretoria de
integra o Grupo de Atividades de Defesa Social do Poder
Inteligência Penitenciária na estrutura da Subsecretaria de
Executivo.
Administração Penitenciária da Secretaria de Estado de
(Artigo com redação dada pelo art. 33 da Lei nº 16192, de 23/6/2006.)
Defesa Social. (Vide art. 8º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)
(Vide art. 1º da Lei nº 15962, de 30/12/2005.)

Art. 6º Compete ao Agente de Segurança


CAPÍTULO II Penitenciário:
DAS COMPETÊNCIAS I - garantir a ordem e a segurança no interior dos
Art. 2º Compete à Superintendência de estabelecimentos penais;
Coordenação da Guarda Penitenciária: II- exercer atividades de escolta e custódia de
I - normatizar, coordenar e controlar as atividades sentenciados;
pertinentes à segurança e à vigilância interna e externa III - desempenhar ações de vigilância interna e
dos estabelecimentos penais da Subsecretaria de externa dos estabelecimentos penais, inclusive nas
Administração Penitenciária; muralhas e guaritas que compõem suas edificações.

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72
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§ 1º - O Agente de Segurança Penitenciário fica d) os conteúdos sobre os quais versarão as provas e
autorizado a portar arma de fogo fornecida pela os respectivos programas;
administração pública, quando em serviço, exceto nas e) o desempenho mínimo exigido para aprovação
dependências internas do estabelecimento penal. nas provas, inclusive as de capacidade física;
§ 2º - O Agente de Segurança Penitenciário lotado f) as técnicas psicológicas a serem aplicadas;
em estabelecimento penal será hierarquicamente g) os critérios de avaliação dos títulos;
subordinado ao Diretor do respectivo estabelecimento. h) o caráter eliminatório ou classificatório das etapas
§ 3º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário do concurso a que se refere este artigo.
será exercido em regime de dedicação exclusiva, § 2º - São requisitos para a inscrição em processo
podendo seu ocupante ser convocado a qualquer seletivo para o provimento em cargo de Agente de
momento, por necessidade do serviço. Segurança Penitenciário:
§ 4º - O cargo de Agente de Segurança Penitenciário a) ser brasileiro;
será lotado nos estabelecimentos penais a que se refere o b) estar no gozo dos direitos políticos;
art. 4º, inciso XI, alínea "d", do Decreto nº 43.295, de 29 c) estar quite com as obrigações militares;
de abril de 2003. d) possuir certificado de conclusão do ensino médio.
§ 5º - Desenvolve atividade exclusiva de Estado o § 3º - A comprovação das condições previstas no §
servidor integrante da carreira a que se refere este artigo. 2º deste artigo será feita pelo candidato no ato da
inscrição.
Art. 7º Fica criada a Gratificação de Agente de § 4º - É requisito para a matrícula no curso de
Segurança Penitenciário em Estabelecimento Penal - formação técnico-profissional a que se refere o inciso VI
GAPEP -, a ser atribuída aos servidores da carreira de do caput deste artigo a aprovação nas etapas constantes
que trata o art. 5º. desta Lei. dos incisos I a V, a fim de se comprovar, em especial, que
§ 1º A base de cálculo para a concessão da GAPEP o candidato possui:
será de 85% (oitenta e cinco por cento) do vencimento a) idoneidade moral e conduta ilibada;
básico correspondente ao grau "J" da faixa de vencimento b) boa saúde física e psíquica, comprovada em
em que o servidor estiver posicionado na tabela constante inspeção médica;
do Anexo II desta Lei. c) temperamento adequado ao exercício das
§ 2º - A GAPEP é inacumulável com qualquer outra atividades inerentes à categoria funcional, apurado em
vantagem da mesma natureza ou que tenha como exame psicotécnico;
pressupostos para a sua concessão as condições do local d) aptidão física, verificada mediante prova de
de trabalho. condicionamento físico.
§ 3º - A GAPEP não será devida nos períodos de § 5º - O curso de formação a que se refere o inciso
afastamento do servidor, salvo nos casos de férias, férias- VI do caput deste artigo ocorrerá em horário integral, terá
prêmio, licença para tratamento de saúde, licença à duração definida em regulamento e grade curricular
servidora gestante e exercício de mandato sindical. específica, na qual serão incluídos conteúdos relativos a
§ 4º - A GAPEP será incorporada, para fins de noções de Direitos Humanos e de Direito Penal.
aposentadoria, nos termos da Lei Complementar nº 64, de § 6º - Os selecionados e inscritos no curso de
25 de março de 2002. formação técnico-profissional receberão uma bolsa no
(Vide art. 22 da Lei nº 15302, de 11/8/2004.) valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) do
(Vide art. 12 da Lei nº 15788, de 27/10/2005.) vencimento básico relativo à faixa de vencimento 1 - grau
A.
Art. 8º Constituem fases da carreira de Agente de § 7º Será reprovado no curso de formação técnico-
Segurança Penitenciário: profissional o candidato que não obtiver 60% (sessenta
I - o ingresso; por cento) do aproveitamento total do curso ou for
II - a promoção; reprovado em três ou mais disciplinas.
III - a progressão.
Art. 10 - Progressão é a passagem do servidor
Art. 9° – O ingresso na carreira de Agente de ocupante de cargo efetivo para o grau imediatamente
Segurança Penitenciário dar-se-á no primeiro grau do subsequente do mesmo nível da carreira a que pertencer.
nível inicial da carreira, mediante aprovação em concurso § 1º - Os graus serão identificados por letras de "A"
público constituído pelas seguintes etapas sucessivas: até "J".
(Caput com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.) § 2° – A progressão na carreira de Agente de
I - provas ou provas e títulos; Segurança Penitenciário se dará a cada dois anos, desde
II - comprovação de idoneidade e conduta ilibada, que o servidor não tenha sofrido punição disciplinar no
nos termos de regulamento; período e satisfaça os seguintes requisitos:
III - prova de aptidão psicológica e psicotécnica; I – encontrar-se em efetivo exercício;
IV - prova de condicionamento físico por testes II – ter recebido duas avaliações periódicas de
específicos; desempenho individual satisfatórias desde a sua
V - exame médico; progressão anterior, nos termos da legislação específica.
VI - curso de formação técnico-profissional. (Parágrafo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)
§ 1º - As instruções reguladoras dos processos
seletivos serão publicadas em edital, que deverá Art. 11 – Promoção é a passagem do servidor do
especificar: nível em que se encontra para o nível subsequente, na
a) o número de vagas a serem preenchidas, para a carreira a que pertence.
matrícula no curso de formação técnico-profissional; (Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)
b) o limite de idade do candidato; § 1° – Fará jus à promoção o servidor que preencher
c) as condições exigidas de sanidade física e os seguintes requisitos:
psíquica;

ID:
73
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I – encontrar-se em efetivo exercício; III - o Diretor da Superintendência de Segurança e
II – ter cumprido o interstício de cinco anos de Movimentação Penitenciária;
efetivo exercício no mesmo nível; IV - o Diretor da Escola de Formação e
III – ter recebido cinco avaliações periódicas de Aperfeiçoamento Penitenciário;
desempenho individual satisfatórias desde a sua V - o Diretor da Superintendência de Assistência ao
promoção anterior, nos termos da legislação específica; Sentenciado;
IV – comprovar a escolaridade mínima exigida para VI - o Diretor da Superintendência de Coordenação
o nível ao qual pretende ser promovido; da Guarda Penitenciária;
V – comprovar participação e aprovação em VII - dois representantes da entidade de classe dos
atividades de formação e aperfeiçoamento, se houver Agentes de Segurança Penitenciários.
disponibilidade orçamentária e financeira para a § 2º - A Comissão de Promoções será presidida pelo
implementação de tais atividades. Secretário de Estado de Defesa Social, o qual, em caso
(Parágrafo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.) de ausência ou impedimento, será substituído pelo
§ 2º - A promoção do Agente de Segurança Subsecretário de Administração Penitenciária.
Penitenciário ocorrerá após a emissão de parecer § 3º - As normas de funcionamento da Comissão
favorável da Comissão de Promoções, criada por esta Lei, serão estabelecidas em regimento interno, aprovado por
observada a disponibilidade de cargos vagos e satisfeitos resolução do Secretário de Estado de Defesa Social.
os requisitos previstos no § 1º deste artigo.
§ 3° – Poderá haver progressão ou promoção por Art. 14 – A estrutura da carreira de Agente de
escolaridade adicional, nos termos de decreto, aplicando- Segurança Penitenciário, bem como a composição
se fator de redução ou supressão do interstício necessário quantitativa de seus níveis, é a constante no Anexo I
e do quantitativo de avaliações periódicas de desta lei.
desempenho individual satisfatórias para fins de (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)
progressão ou promoção, na hipótese de formação
complementar ou superior àquela exigida para o nível em Art. 15 - A jornada de trabalho dos servidores da
que o servidor estiver posicionado, relacionada com a carreira de Agente de Segurança Penitenciário é de oito
natureza e a complexidade da respectiva carreira. horas diárias.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.) Parágrafo único. A jornada a que se refere o caput
§ 4° – Os títulos apresentados para aplicação do deste artigo poderá ser cumprida em escala de plantão,
disposto no § 3° poderão ser utilizados uma única vez, na forma de regulamento.
sendo vedado seu aproveitamento para fins de concessão
de qualquer vantagem pecuniária, salvo para concessão Art. 16 – A tabela de vencimento básico da carreira
do Adicional de Desempenho – ADE. de Agente de Segurança Penitenciário é a constante no
(Parágrafo acrescentado pelo art. 3º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.) Anexo II desta lei.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)

Art. 12 – A avaliação de desempenho individual a


que se referem o inciso II do § 2° do art. 10 e o inciso III Art. 17 - A Escola de Justiça e Cidadania, criada
do § 1° do art. 11 desta lei observará os seguintes pela Lei Delegada nº 56, de 29 de janeiro de 2003, passa
critérios: a denominar-se Escola de Formação e Aperfeiçoamento
(Caput com redação dada pelo art. 4º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.) Penitenciário.
Parágrafo único - Cabe à Escola de Formação e
I - qualidade do trabalho;
Aperfeiçoamento Penitenciário, diretamente ou mediante
II - produtividade no trabalho;
convênio, elaborar sua grade curricular e ministrar os
III - iniciativa;
cursos de formação, aperfeiçoamento e qualificação
IV - presteza;
necessários ao ingresso e desenvolvimento na carreira de
V - aproveitamento em programa de capacitação;
que trata esta Lei.
VI - assiduidade;
VII - pontualidade;
CAPÍTULO VI
VIII - administração do tempo e tempestividade;
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
IX - uso adequado dos equipamentos e instalações
Art. 18. Os servidores ocupantes de cargos da
de serviço;
classe de Agente de Segurança Penitenciário, a que se
X - contribuição para redução de despesas e
refere o art. 6º. da Lei nº 13.720, de 27 de setembro de
racionalização de processos no âmbito da instituição;
2000, lotados e em exercício em estabelecimento penal
XI - capacidade de trabalho em equipe.
da Subsecretaria de Administração Penitenciária, serão
§ 1º - Os critérios a que se refere este artigo e o
posicionados, excepcionalmente, no grau A, no nível
sistema de avaliação de desempenho serão definidos em
correspondente da Classe de Agente de Segurança
regulamento.
Penitenciário constante na tabela do Anexo II desta Lei.
§ 2º - A comissão de avaliação de desempenho será
§ 1° – O servidor a que se refere o "caput" deste
presidida pelo Diretor do estabelecimento penal.
artigo somente poderá evoluir na carreira após a
formação em ensino médio e a aprovação no curso de
Art. 13. Fica criada a Comissão de Promoções, com
formação técnico-profissional previsto no art. 9°, inciso VI,
a finalidade de analisar a promoção na carreira de Agente
desta lei, bem como com o cumprimento dos requisitos
de Segurança Penitenciário.
previstos no § 2° do art. 10, no que se refere à
§ 1º - Compõem a comissão a que se refere este
progressão, e no § 1° do art. 11, no que se refere à
artigo:
promoção.
I - o Secretário de Estado de Defesa Social;
(Parágrafo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)
II - o Subsecretário de Administração Penitenciária;

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§ 2º - A absorção de que trata o caput deste artigo
não acarretará redução da remuneração recebida pelo
servidor na data da publicação desta Lei.
§ 3º - Se o valor da remuneração do servidor, na
data da publicação desta Lei, excluídos os adicionais por
tempo de serviço, for superior ao valor da faixa de
vencimento correspondente à classe de Agente de
Segurança Penitenciário I, grau A, decorrente do
posicionamento a que se refere o caput deste artigo, _____________________________________
01
acrescido da Gratificação de Agente de Segurança
Penitenciário em Estabelecimento Penal - GAPEP -, a _____________________________________
02

diferença passará a integrar a composição remuneratória


do servidor a título de vantagem pessoal nominalmente _____________________________________
03

identificada, sujeita exclusivamente à revisão geral da


remuneração dos servidores públicos estaduais. _____________________________________
04

§ 4º - A classe de cargos de Agente de Segurança


Penitenciário a que se refere o caput deste artigo constará _____________________________________
05

da ficha funcional do servidor dela integrante e extinguir-


_____________________________________
06
se-á com a vacância, não se confundindo com a carreira
de Agente de Segurança Penitenciário criada por esta Lei. _____________________________________
07
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se aos
detentores de função pública de Agente de Segurança _____________________________________
08

Penitenciário a que se refere a Lei nº 10.254, de 20 de


julho de 1990. _____________________________________
09

§ 6º - Os servidores a que se refere este artigo


poderão utilizar o tempo de serviço anterior à publicação _____________________________________
10

desta Lei para fins do primeiro ato de desenvolvimento na


carreira, desde que atendidas as exigências contidas no § _____________________________________
11

1º, exceto as constantes no inciso II do § 2º do art. 10 e


_____________________________________
12
no inciso III do § 1º do art. 11 desta Lei e a aprovação no
curso de formação técnico-profissional previsto no art. 9º. _____________________________________
13

(Parágrafo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15962, de 30/12/2005.)


(Vide arts. 20, 31, 22 e 23 da Lei nº 15302, de 11/8/2004.) _____________________________________
14

CAPÍTULO VII _____________________________________


15

DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 19. Para o atendimento das despesas
decorrentes da aplicação desta Lei, fica o Poder
Executivo autorizado a abrir crédito suplementar no valor
de R$238.000,00 (duzentos e trinta e oito mil reais),
observado o disposto no art. 42 da Lei Federal nº 4.320,
de 17 de março de 1964.

Art. 20 – Aos ocupantes dos cargos da carreira de


Agente de Segurança Penitenciário de que trata esta lei
não se aplicam o art. 1° da Lei n° 11.717, de 27 de
dezembro de 1994, e o art. 10 e o inciso II do art. 13 da
Lei Delegada n° 38, de 26 de setembro de 1997.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 15788, de 27/10/2005.)

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 22. Fica revogado o art. 4º da Lei nº 13.955, de


20 de julho de 2001.

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75
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STF: A polícia militar, embora não seja polícia judiciária, pode
Constituição da República Federativa realizar flagrantes ou participar da busca e apreensão
determinada por ordem judicial.
do Brasil de 1988 § 5º-A. Às POLÍCIAS PENAIS, vinculadas ao
órgão administrador do sistema penal da unidade
federativa a que pertencem, cabe a segurança dos
CAPÍTULO III estabelecimentos penais. (2019)
DA SEGURANÇA PÚBLICA § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, militares, forças auxiliares e reserva do Exército
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as
preservação da ordem pública e da incolumidade das polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (2019)
(Rol taxativo) § 7º A lei disciplinará a organização e o
I - polícia federal; funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança
II - polícia rodoviária federal; pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
III - polícia ferroviária federal; atividades.
IV - polícias civis; § 8º Os Municípios poderão constituir guardas
municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços
V - polícias militares e corpos de bombeiros e instalações, conforme dispuser a lei.
militares.
STF: Guardas Municipais podem exercer poder de polícia de
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. trânsito, aplicando sanções administrativas - multas - aos
(2019)
infratores.
STF: A atividade de policiamento naval é uma atividade
secundária da Marinha de Guerra, possuindo caráter meramente
§ 9º A remuneração dos servidores policiais
administrativo. Não se pode atribuir a essa função natureza integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será
militar, apesar de ser desempenhada pela Marinha de Guerra. fixada na forma do § 4º do art. 39.
§ 1º A POLÍCIA FEDERAL, instituída por lei como § 10. A segurança viária, exercida para a
órgão permanente, organizado e mantido pela União e preservação da ordem pública e da incolumidade das
estruturado em carreira, destina-se a: pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e I - compreende a educação, engenharia e
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da fiscalização de trânsito, além de outras atividades
União ou de suas entidades autárquicas e empresas previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha mobilidade urbana eficiente; e
repercussão interestadual ou internacional e exija II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entidades executivos e seus agentes de trânsito,
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o estruturados em Carreira, na forma da lei.
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; ------------------------------------------------------------------------------
III - exercer as funções de polícia marítima,
aeroportuária e de fronteiras; TÍTULO VIII
IV - exercer, com exclusividade, as funções de Da Ordem Social
polícia judiciária da União. CAPÍTULO I
§ 2º A POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, órgão DISPOSIÇÃO GERAL
permanente, organizado e mantido pela União e Art. 193. A ordem social tem como base o primado
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
patrulhamento ostensivo das rodovias federais. social.
§ 3º A POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL, órgão Parágrafo único. O Estado exercerá a função de
permanente, organizado e mantido pela União e planejamento das políticas sociais, assegurada, na
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao forma da lei, a participação da sociedade nos processos
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. de formulação, de monitoramento, de controle e de
§ 4º Às POLÍCIAS CIVIS, dirigidas por delegados avaliação dessas políticas. (2020)
de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às POLÍCIAS MILITARES cabem a polícia
ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES, além das
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.

ID:
76
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§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz
circular moeda, cuja circulação não estava ainda
_____________________________________
01 autorizada.

_____________________________________
02
Crimes assimilados ao de moeda falsa
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete
_____________________________________
03
representativo de moeda com fragmentos de cédulas,
_____________________________________
04
notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula
ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à
_____________________________________
05
circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à
circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já
_____________________________________
06 recolhidos para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
_____________________________________
07 Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a
doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário
_____________________________________
08
que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava
recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo
_____________________________________
09

_____________________________________
10
Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso
_____________________________________
11 ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente
_____________________________________
12 destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
_____________________________________
13

Emissão de título ao portador sem permissão


_____________________________________
14
legal
_____________________________________
15
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete,
ficha, vale ou título que contenha promessa de
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Decreto-Lei nº 2.848 / 1940 Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como
Código Penal dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo
incorre na pena de detenção, de quinze dias a três
meses, ou multa.
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO II
CAPÍTULO I DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS
DA MOEDA FALSA PÚBLICOS
Moeda Falsa (Crime de perigo abstrato) Falsificação de papéis públicos
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país I – selo destinado a controle tributário, papel selado
ou no estrangeiro: ou qualquer papel de emissão legal destinado à
- Para a jurisprudência, é inaplicável o princípio da arrecadação de tributo;
insignificância. II - papel de crédito público que não seja moeda de
- A competência é da Justiça Federal curso legal;
--------------------------------------------------------------------------------------- III - vale postal;
STJ: Súmula 73 – A utilização de papel moeda grosseiramente IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de
falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por
competência da Justiça Estadual.
entidade de direito público;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, a depósito ou caução por que o poder público seja
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na responsável;
circulação moeda falsa. VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como transporte administrada pela União, por Estado ou por
verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à Município:
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1o Incorre na mesma pena quem:
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos
e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal papéis falsificados a que se refere este artigo;
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede,
fabricação ou emissão: empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
I - de moeda com título ou peso inferior ao falsificado destinado a controle tributário;
determinado em lei; III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
II - de papel-moeda em quantidade superior à mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
autorizada.

ID:
77
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fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito de sociedade comercial, os livros mercantis e o
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou testamento particular.
industrial, produto ou mercadoria: § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a inserir:
controle tributário, falsificado; I – na folha de pagamento ou em documento de
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação informações que seja destinado a fazer prova perante a
tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando segurado obrigatório
legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: empregado ou em documento que deva produzir efeito
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de da que deveria ter sido escrita;
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo III – em documento contábil ou em qualquer outro
anterior. documento relacionado com as obrigações da empresa
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou da que deveria ter constado.
alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e
pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins contrato de trabalho ou de prestação de serviços
do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou Falsificação de documento particular
outros logradouros públicos e em residências. Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte,
documento particular ou alterar documento particular
Petrechos de falsificação verdadeiro:
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
guardar objeto especialmente destinado à falsificação Falsificação de cartão
de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou
débito.
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a Falsidade ideológica
pena de 1/6 (sexta parte). Art. 299 - Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou nele
CAPÍTULO III inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
DA FALSIDADE DOCUMENTAL que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar
Falsificação do selo ou sinal público obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: relevante:
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
União, de Estado ou de Município; documento é público, e reclusão de um a três anos, e
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito multa, se o documento é particular.
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Parágrafo único - Se o agente é funcionário
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: se a falsificação ou alteração é de assentamento de
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; registro civil, aumenta-se a pena de 1/6 (sexta parte)
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio Falso reconhecimento de firma ou letra (Crime
ou alheio. próprio)
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos exercício de função pública, firma ou letra que o não
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da seja:
Administração Pública. Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete documento é público; e de um a três anos, e multa, se o
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de documento é particular.
1/6 (sexta parte).
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Falsificação de documento público Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, de função pública, fato ou circunstância que habilite
documento público, ou alterar documento público alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
verdadeiro: serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete Falsidade material de atestado ou certidão
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou
1/6 (sexta parte). certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
documento público o emanado de entidade paraestatal, o habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou
título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de serviço de caráter público, ou qualquer outra
vantagem:

ID:
78
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Pena - detenção, de três meses a dois anos. Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, multa.
aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Falsa identidade
Falsidade de atestado médico (Crime próprio) Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou
profissão, atestado falso: alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de um mês a um ano. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
de lucro, aplica-se também multa. STJ: Súmula 522 - A conduta de atribuir-se falsa identidade
perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de
Reprodução ou adulteração de selo ou peça alegada autodefesa.
filatélica
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de
que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de
ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se
verso do selo ou peça: utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. grave.
Revogado tacitamente pela Lei 6.538/78, art. 39, que passou a
prever a conduta de forma mais branda. Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou
Uso de documento falso permanecer no território nacional, nome que não é o
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis seu:
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
a 302: Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. qualidade para promover-lhe a entrada em território
STJ: O crime descrito no art. 304 do CP consuma-se com a nacional:
apresentação do documento falso, sendo irrelevante se a Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
exibição ocorreu mediante exigência do policial ou por iniciativa
do próprio agente. Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou
STJ: Súmula 104 - Compete à Justiça Estadual o processo e possuidor de ação, título ou valor pertencente a
julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso
estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a
relativo a estabelecimento particular de ensino.
STJ: Súmula 200 - O Juízo Federal competente para processar propriedade ou a posse de tais bens:
e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do Pena - detenção, de seis meses a três anos, e
lugar onde o delito se consumou. multa.
STJ: Súmula 546 - A competência para processar e julgar o
crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade Adulteração de sinal identificador de veículo
ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não automotor
importando a qualificação do órgão expedidor.
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi
ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de
Supressão de documento seu componente ou equipamento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da
público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: função pública ou em razão dela, a pena é aumentada
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o de 1/3 (um terço).
documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário
multa, se o documento é particular. público que contribui para o licenciamento ou registro do
veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
CAPÍTULO IV indevidamente material ou informação oficial.
DE OUTRAS FALSIDADES
Falsificação do sinal empregado no contraste de CAPÍTULO V
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE
para outros fins PÚBLICO
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, Fraudes em certames de interesse público
marca ou sinal empregado pelo poder público no Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
contraste de metal precioso ou na fiscalização com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
falsificado por outrem: sigiloso de:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. I - concurso público;
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o II - avaliação ou exame públicos;
que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização III - processo seletivo para ingresso no ensino
sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados superior; ou
objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade IV - exame ou processo seletivo previstos em
legal: lei:

ID:
79
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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Art. 32. As plantações ilícitas serão
multa. imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não para exame pericial, de tudo lavrando auto de
autorizadas às informações mencionadas no caput. levantamento das condições encontradas, com a
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à delimitação do local, asseguradas as medidas
administração pública: necessárias para a preservação da prova.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e § 1o (Revogado)
multa. § 2o (Revogado).
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para
fato é cometido por funcionário público. destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas
necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto
no Decreto no2.661, de 8 de julho de 1998, no que
couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio
do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas
serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
Constituição Federal, de acordo com a legislação em
vigor.

_____________________________________
01 CAPÍTULO II
DOS CRIMES
_____________________________________
02
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
_____________________________________
03
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
_____________________________________
04
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
_____________________________________
05 autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
_____________________________________
06 Trata-se de um tipo penal misto alternativo, ou seja, a prática
de mais de uma das condutas previstas não implicará concurso
_____________________________________
07 de crimes. A tipificação das referidas condutas independe de
lucro.
_____________________________________
08

DIREITO PENAL. CONSUMAÇÃO DO CRIME DE TRÁFICO DE


_____________________________________
09 DROGAS NA MODALIDADE ADQUIRIR.
A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de
_____________________________________
10 droga e também disponibilizar o veículo que seria utilizado para o
transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de drogas
_____________________________________
11 em sua forma consumada - e não tentada -, ainda que a polícia,
com base em indícios obtidos por interceptações telefônicas,
_____________________________________
12
tenha efetivado a apreensão do material entorpecente antes que
o investigado efetivamente o recebesse. (HC 212.528-SC, Rel.
_____________________________________
13
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 1º/9/2015, DJe 23/9/2015).
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
_____________________________________
14 pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
_____________________________________
15 § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica,
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
Lei nº 11.343 / 2006 gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
Lei de Drogas determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas;
TÍTULO IV II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA autorização ou em desacordo com determinação legal ou
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-
CAPÍTULO I prima para a preparação de drogas;
DISPOSIÇÕES GERAIS III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de
Art. 31. É indispensável a licença prévia da que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda
transformar, preparar, possuir, manter em depósito, que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para ilícito de drogas.
qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima,
preparação, observadas as demais exigências legais. insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar, a agente policial

ID:
80
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disfarçado, quando presentes elementos probatórios reexame do regime inicial do cumprimento da sanção e da
razoáveis de conduta criminal preexistente. (2019) substituição da pena privativa de liberdade por sanções
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso restritivas de direitos, se preenchidos os requisitos do art. 44 do
Código Penal.
indevido de droga:
No caso, a paciente foi condenada à pena de cinco anos de
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PEDIDO DE reclusão, em regime inicial fechado, e ao pagamento de
INTERPRETAÇÃ̧ O CONFORME A CONSTITUIÇÃO” DO § 2º quinhentos dias-multa, pela prática do crime previsto no art. 33,
DO ART. 33 DA LEI N. 11.343/2006, CRIMINALIZADOR DAS “caput”, da Lei 11.343/2006.
CONDUTAS DE “INDUZIR, INSTIGAR OU AUXILIAR ALGUÉM A defesa alegou que o não reconhecimento da minorante
AO USO INDEVIDO DE DROGA”. prevista no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas, pelas instâncias
1. Cabível o pedido de “interpretação conforme a Constituição” ordinárias, baseou-se unicamente na quantidade da droga
de preceito legal portador de mais de um sentido, dando-se que apreendida.
ao menos um deles é contrário a Constituição Federal. O Colegiado assentou que a grande quantidade de entorpecente,
2. A utilização do § 3º do art. 33 da Lei 11.343/2006 como apesar de não ter sido o único fundamento apontado para afastar
fundamento para a proibição judicial de eventos públicos de a aplicação do redutor do art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006, foi
defesa da legalização ou da descriminalização do uso de isoladamente utilizada como elemento para presumir-se a
entorpecentes ofende o direito fundamental de reunião, participação da paciente em uma organização criminosa e,
expressamente outorgado pelo inciso XVI do art. 5º da Carta assim, negar-lhe o direito à minorante.
Magna. Regular exercício das liberdades constitucionais de Ressaltou que, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal
manifestação de pensamento e expressão, em sentido lato, além Federal, a quantidade de drogas não pode automaticamente
do direito de acesso à informação (incisos IV, IX e XIV do art. 5º levar ao entendimento de que a paciente faria do tráfico seu meio
da Constituição Republicana, respectivamente). de
3. Nenhuma lei, seja ela civil ou penal, pode blindar-se contra vida ou integraria uma organização criminosa. Ademais,
a discussão do seu próprio conteúdo. Nem mesmo a observou que a paciente foi absolvida da acusação do delito de
Constituição está a salvo da ampla, livre e aberta discussão dos associação para o tráfico, tipificado no art. 35 da Lei
seus defeitos e das suas virtudes, desde que sejam obedecidas 11.343/2006, por ausência de provas.
as condicionantes ao direito constitucional de reunião, tal como a Dessa forma, a Turma considerou ser patente a contradição
prévia comunicação às autoridades competentes. entre os fundamentos usados para absolvê-la da acusação de
4. Impossibilidade de restrição ao direito fundamental de reunião prática do mencionado delito e os utilizados para negar-lhe o
que não se contenha nas duas situações excepcionais que a direito à minorante no ponto referente à participação em
própria Constituição prevê: o estado de defesa e o estado de sítio organização criminosa.
(art. 136, § 1º, inciso I, alínea “a”, e art. 139, inciso IV). RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 23.05.2017.
5. Ação direta julgada procedente para dar ao § 2o do art. 33 da ---------------------------------------------------------------------------------------
Lei 11.343/2006 “interpretação conforme a Constituição” e dele CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA. ART. 33, § 4o, DA LEI
excluir qualquer significado que enseje a proibição de 11.343/06. DEDICAÇÃO À ATIVIDADE CRIMINOSA.
manifestações e debates públicos acerca da descriminalização UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS E/OU AÇÕES PENAIS.
ou legalização do uso de drogas ou POSSIBILIDADE.
de qualquer substância que leve o ser humano ao É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais
entorpecimento episódico, ou então viciado, das suas faculdades em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a
psicofísicas. atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal
ADI 4274-DF, Rel. Min. Ayres Britto, j. 23.11.2011, DJe 02.05.2012. previsto no artigo 33, § 4o, da Lei 11.343/06.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, por maioria,
julgado em 14/12/2016, DJe 1/2/2017. Informativo STJ 596.
de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. ---------------------------------------------------------------------------------------
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem TRÁFICO DE DROGAS. DOSIMETRIA DA PENA. CAUSA DE
objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para DIMINUIÇÃO DO ART. 33, § 4°, DA LEI N. 11.343/2006.
juntos a consumirem: AGENTE NA CONDIÇ̃ O DE “MULA”. AUSÊNCIA DE PROVA
• Crime de uso compartilhado, ou tráfico de DE QUE INTEGRA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.
menor potencial ofensivo. É́ possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao agente
transportador de drogas, na qualidade de "mula", uma vez que a
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, simples atuação nessa condição não induz, automaticamente, ̀
e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e conclusão de que ele seja integrante de organização criminosa.
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas HC 387.077-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade,
julgado em 6/4/2017, DJe 17/4/2017. Informativo STJ 602.
no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar,
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
direitos, desde que o agente seja primário, de bons possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
nem integre organização criminosa. destinado à fabricação, preparação, produção ou
• Tráfico privilegiado transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
O STF declarou inconstitucional a vedação da conversão da
pena privativa de liberdade em penas restritivas de direitos por
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
ofensa ao princípio da individualização da pena. pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
Habeas Corpus nº 97.256/RS dias-multa.
---------------------------------------------------------------------------------------
O tráfico privilegiado não deve ser mais considerado crime Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas
hediondo. para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer
---------------------------------------------------------------------------------------
PARTICIPAÇÃO EM ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 desta
QUANTIDADE DE DROGAS. Lei:
A Segunda Turma, por unanimidade, deu parcial provimento a Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e
recurso ordinário em “habeas corpus” para reconhecer a pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
incidência da causa de diminuição da pena prevista no art. 33, § dias-multa.
4º, da Lei 11.343/2006 e determinar que o juízo “a quo”, após
definir o patamar de redução, recalcule a pena e proceda ao

ID:
81
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Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput IV - o crime tiver sido praticado com violência,
deste artigo incorre quem se associa para a prática grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da
Art. 36. Financiar ou custear a prática de Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança
34 desta Lei: ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro determinação;
mil) dias-multa. VII - o agente financiar ou custear a prática do
crime.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, STJ: Súmula 528 - Compete ao juiz federal do local da
organização ou associação destinados à prática de apreensão da droga remetida do exterior pela via postal
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e processar e julgar o crime de tráfico internacional. Terceira
34 desta Lei: Seção, aprovada em 13/5/2015, DJe 18/5/2015.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e STJ: Súmula 607 - A majorante do tráfico transnacional de
drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura com a prova da
pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-
destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a
multa. transposição de fronteiras.
STJ: Súmula 587 - Para a incidência da majorante prevista no
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva
drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo
em doses excessivas ou em desacordo com suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o
determinação legal ou regulamentar: tráfico interestadual.
Esse é o único crime culposo na Lei de Drogas.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
voluntariamente com a investigação policial e o processo
anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
criminal na identificação dos demais co-autores ou
dias-multa.
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação
produto do crime, no caso de condenação, terá pena
ao Conselho Federal da categoria profissional a que
reduzida de 1/3 a 2/3 (um terço a dois terços).
pertença o agente.
• Instituto da Delação Premiada
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após
o consumo de drogas, expondo a dano potencial a Art. 42. O juiz, na fixação das penas,
incolumidade de outrem: considerará, com preponderância sobre o previsto no art.
Caso a condução seja de veículo automotor, a conduta será 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
tipificada no art. 306 da Lei nº 9.503/1997 (Código de Trânsito substância ou do produto, a personalidade e a conduta
Brasileiro). social do agente.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os
além da apreensão do veículo, cassação da habilitação
arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o
respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da
art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa,
pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem
Parágrafo único. As penas de prisão e multa,
superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4
Parágrafo único. As multas, que em caso de
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600
concurso de crimes serão impostas sempre
(seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo
deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
se, em virtude da situação econômica do acusado,
considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta
máximo.
Lei são aumentadas de 1/6 a 2/3 (um sexto a dois
terços), se:
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e §
I - a natureza, a procedência da substância ou do
1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis
produto apreendido e as circunstâncias do fato
de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
vedada a conversão de suas penas em restritivas de
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de
direitos.
função pública ou no desempenho de missão de
educação, poder familiar, guarda ou vigilância; O STF atestou a inconstitucionalidade da proibição da concessão
III - a infração tiver sido cometida nas de liberdade provisória ao acusado de crimes relacionados ao
tráfico de drogas (Informativo nº 665).
dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput
entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões concessão ao reincidente específico.
de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação

ID:
82
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ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal Da Investigação
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,
entendimento. comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do
Parágrafo único. Quando absolver o agente, auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do
reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas § 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em
no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é
sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico suficiente o laudo de constatação da natureza e
adequado. quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta
deste, por pessoa idônea.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de 1/3 a § 2o O perito que subscrever o laudo a que se
2/3 (um terço a dois terços) se, por força das refere o § 1o deste artigo não ficará impedido de participar
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não da elaboração do laudo definitivo.
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de
flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a
determinar-se de acordo com esse entendimento.
regularidade formal do laudo de constatação e
determinará a destruição das drogas apreendidas,
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com
guardando-se amostra necessária à realização do laudo
base em avaliação que ateste a necessidade de
definitivo.
encaminhamento do agente para tratamento, realizada
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo
por profissional de saúde com competência específica na
delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze)
forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado
dias na presença do Ministério Público e da autoridade
o disposto no art. 26 desta Lei.
sanitária.
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de
CAPÍTULO III efetivada a destruição das drogas referida no § 3 o, sendo
DO PROCEDIMENTO PENAL lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia,
Art. 48. O procedimento relativo aos processos certificando-se neste a destruição total delas.
por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto
neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas
disposições do Código de Processo Penal e da Lei de sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
Execução Penal. incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas contados da data da apreensão, guardando-se amostra
no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os necessária à realização do laudo definitivo. (2019)
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será
processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes Art. 51. O inquérito policial será concluído no
da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
sobre os Juizados Especiais Criminais. 90 (noventa) dias, quando solto.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 Parágrafo único. Os prazos a que se refere este
desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo Público, mediante pedido justificado da autoridade de
competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de polícia judiciária.
a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51
necessários. desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as autos do inquérito ao juízo:
providências previstas no § 2o deste artigo serão tomadas I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
de imediato pela autoridade policial, no local em que se justificando as razões que a levaram à classificação do
encontrar, vedada a detenção do agente. delito, indicando a quantidade e natureza da substância
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § ou do produto apreendido, o local e as condições em que
2o deste artigo, o agente será submetido a exame de se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da
corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do
polícia judiciária entender conveniente, e em seguida agente; ou
liberado. II - requererá sua devolução para a realização de
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei diligências necessárias.
no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á
Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a sem prejuízo de diligências complementares:
aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato,
ser especificada na proposta. cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos instrução e julgamento;
arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre II - necessárias ou úteis à indicação dos bens,
que as circunstâncias o recomendem, empregará os direitos e valores de que seja titular o agente, ou que
instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser
previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes
da audiência de instrução e julgamento.
Seção I

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83
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Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a
relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, realização de avaliação para atestar dependência de
além dos previstos em lei, mediante autorização judicial drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios: Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento,
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas após o interrogatório do acusado e a inquirição das
de investigação, constituída pelos órgãos especializados testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao
pertinentes; representante do Ministério Público e ao defensor do
II - a não-atuação policial sobre os portadores de acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
drogas, seus precursores químicos ou outros produtos minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
utilizados em sua produção, que se encontrem no critério do juiz.
território brasileiro, com a finalidade de identificar e Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório,
responsabilizar maior número de integrantes de o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser
operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se
penal cabível. o entender pertinente e relevante.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste
artigo, a autorização será concedida desde que sejam Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias,
agentes do delito ou de colaboradores. ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
Seção II
Da Instrução Criminal Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e
§ 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons
policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
antecedentes, assim reconhecido na sentença
de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para,
condenatória.
no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes
providências: O STF considerada inconstitucional esse dispositivo, pois
I - requerer o arquivamento; restringe o direito do réu de ter revista a decisão que o condenou.
II - requisitar as diligências que entender
necessárias; CAPÍTULO IV
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO
testemunhas e requerer as demais provas que entender DE BENS DO ACUSADO
pertinentes.
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério
Público ou do assistente de acusação, ou mediante
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a
representação da autoridade de polícia judiciária, poderá
notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar
em que haja suspeita de que os bens, direitos ou valores
e exceções, o acusado poderá arguir preliminares e
sejam produto do crime ou constituam proveito dos crimes
invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos
previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125
e justificações, especificar as provas que pretende
e seguintes do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar
1941 - Código de Processo Penal. (2019)
testemunhas.
§ 1º (Revogado). (2019)
§ 2o As exceções serão processadas em apartado,
§ 2º (Revogado). (2019)
nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº
3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o
Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos
juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias,
necessários à conservação dos bens, direitos ou valores.
concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. (2019)
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 § 4º A ordem de apreensão ou sequestro de
(cinco) dias. bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz,
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo ouvido o Ministério Público, quando a sua execução
máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do imediata puder comprometer as investigações. (2019)
preso, realização de diligências, exames e perícias.
Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia
trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda
e hora para a audiência de instrução e julgamento,
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques
ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do
emitidos como ordem de pagamento, será determinada,
Ministério Público, do assistente, se for o caso, e
imediatamente, a sua conversão em moeda nacional.
requisitará os laudos periciais. (2019)
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como § 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie
infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 deve ser encaminhada a instituição financeira, ou
desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o equiparada, para alienação na forma prevista pelo
afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, Conselho Monetário Nacional. (2019)
se for funcionário público, comunicando ao órgão § 2º Na hipótese de impossibilidade da
respectivo. alienação a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste estrangeira será custodiada pela instituição financeira até
artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes decisão sobre o seu destino. (2019)

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§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo, caso seja proprietário. (2019)
verificada a inexistência de valor de mercado, seus § 14. Eventuais multas, encargos ou tributos
espécimes poderão ser destruídos ou doados à pendentes de pagamento não podem ser cobrados do
representação diplomática do país de origem. (2019) arrematante ou do órgão público alienante como condição
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas para regularização dos bens. (2019)
antes da data de entrada em vigor da Medida Provisória § 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo,
nº 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam a autoridade de trânsito ou o órgão congênere
custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil competente para o registro poderá emitir novos
devem ser transferidos à Caixa Econômica Federal, no identificadores dos bens. (2019)
prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias, para que se
proceda à alienação ou custódia, de acordo com o Art. 62. Comprovado o interesse público na
previsto nesta Lei. (2019) utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os
órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o
aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos objetivo de sua conservação, mediante autorização
maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a prévia
qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes avaliação dos respectivos bens. (2019)
definidos nesta Lei será imediatamente comunicada § 1º (Revogado). (2019)
pela autoridade de polícia judiciária responsável pela § 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do
investigação ao juízo competente. (2019) Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da interesse público mencionado no caput deste artigo e
comunicação de que trata o caput, determinará a indique o órgão que deve receber o bem. (2019)
alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, § 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A
que serão recolhidas na forma da legislação específica. deste artigo, os órgãos de segurança pública que
(2019)
participaram das ações de investigação ou repressão ao
§ 2º A alienação será realizada em autos
crime que deu causa à medida. (2019)
apartados, dos quais constará a exposição sucinta do
nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens § 2º A autorização judicial de uso de bens deverá
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e
informações sobre quem os tiver sob custódia e o local indicar o órgão responsável por sua utilização. (2019)
em que se encontrem. (2019) § 3º O órgão responsável pela utilização do bem
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer
apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no momento quando por este solicitado, informações sobre
prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso seu estado de conservação. (2019)
sejam necessários conhecimentos especializados, por § 4º Quando a autorização judicial recair sobre
avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
(dez) dias. (2019) autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão de certificado provisório de registro e licenciamento em
gestor do Funad, o Ministério Público e o interessado para favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia,
se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas ficando este livre do pagamento de multas, encargos e
eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o
bens. (2019) trânsito em julgado da decisão que decretar o seu
§ 5º (VETADO). (2019) perdimento em favor da União. (2019)
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver
§ 6º (Revogado). (2019)
indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo
§ 7º (Revogado). (2019)
sofreram depreciação superior àquela esperada em
§ 8º (Revogado). (2019)
razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o
interessado requerer nova avaliação judicial. (2019)
cumprimento da regra estipulada no § 1º deste artigo.
(2019)
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o §
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou o bem
confiscados a regra estabelecida no § 1º deste artigo. indenizará o detentor ou proprietário dos bens. (2019)
(2019) § 7º (Revogado). (2019)
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser § 8º (Revogado). (2019)
vendidos por meio de hasta pública, preferencialmente § 9º (Revogado). (2019)
por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior § 10. (Revogado). (2019)
lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por § 11. (Revogado). (2019)
cento) do valor da avaliação judicial. (2019)
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e
aos órgãos de registro e controle que efetuem as Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores
averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da referentes ao produto da alienação ou a numerários
apreensão. (2019) apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio de
aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere documento de arrecadação destinado a essa finalidade.
(2019)
competente para o registro, bem como as secretarias de § 1º Os depósitos a que se refere o caput deste
fazenda, devem proceder à regularização dos bens no artigo devem ser transferidos, pela Caixa Econômica
prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do Federal, para a conta única do Tesouro Nacional,
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem independentemente de qualquer formalidade, no prazo de

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24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da do conhecimento da sentença pelo interessado, os bens
realização do depósito, onde ficarão à disposição do apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas
Funad. (2019) assecuratórias ou os valores depositados que não forem
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em reclamados serão revertidos ao Funad. (2019)
decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a
ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será
dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida conhecido sem o comparecimento pessoal do
pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos
1995. (2019) necessários à conservação de bens, direitos ou valores.
§ 3º Na hipótese de decretação do seu (2019)
perdimento em favor da União, o valor do depósito será
transformado em pagamento definitivo, respeitados os Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total
direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. ou parcial dos bens, direitos e objeto de medidas
(2019) assecuratórias quando comprovada a licitude de sua
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos e
Federal, por decisão judicial, devem ser efetuados como valores necessários e suficientes à reparação dos danos
anulação de receita do Funad no exercício em que ocorrer e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e
a devolução. (2019) custas decorrentes da infração penal. (2019)
§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o
controle dos valores depositados ou devolvidos. (2019) Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da
Justiça e Segurança Pública, proceder à destinação dos
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar,
sobre: (2019) cujo perdimento seja decretado em favor da União, por
I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor meio das seguintes modalidades: (2019)
apreendido ou objeto de medidas assecuratórias; e I – alienação, mediante:
II - o levantamento dos valores depositados em a) licitação;
conta remunerada e a liberação dos bens utilizados nos b) doação com encargo a entidades ou órgãos
termos do art. 62. (2019) públicos, bem como a comunidades terapêuticas
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em acolhedoras que contribuam para o alcance das
decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ou objeto de finalidades do Funad; ou
medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento c) venda direta, observado o disposto no inciso II
em favor da União, serão revertidos diretamente ao do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
Funad. (2019) 1993;
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad II – incorporação ao patrimônio de órgão da
relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos, administração pública, observadas as finalidades do
indicando o local em que se encontram e a entidade ou o Funad;
órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua III – destruição; ou
destinação nos termos da legislação vigente. IV – inutilização.
§ 1º A alienação por meio de licitação deve ser
§ 3º (Revogado). (2019) realizada na modalidade leilão, para bens móveis e
§ 4º Transitada em julgado a sentença imóveis, independentemente do valor de avaliação,
condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a isolado ou global, de bem ou de lotes, assegurada a
requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50%
relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos (cinquenta por cento) do valor da avaliação. (2019)
em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local § 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste
em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo artigo será amplamente divulgado em jornais de grande
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente
da legislação vigente. no Município em que será realizado, dispensada a
§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão publicação em diário oficial. (2019)
gestor do Funad, o juíz deve: (2019) § 3º Nas alienações realizadas por meio de
I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos sistema eletrônico da administração pública, a publicidade
de registro e controle que efetuem as averbações dada pelo sistema substituirá a publicação em diário
necessárias, caso não tenham sido realizadas quando da oficial e em jornais de grande circulação. (2019)
apreensão; e (2019) § 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica
II – determinar, no caso de imóveis, o registro de livre do pagamento de encargos e tributos anteriores, sem
propriedade em favor da União no cartório de registro de prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo
imóveis competente, nos termos do caput e do parágrafo proprietário. (2019)
único do art. 243 da Constituição Federal, afastada a § 5º Na alienação de veículos, embarcações ou
responsabilidade de terceiros prevista no inciso VI aeronaves deverão ser observadas as disposições dos §§
do caput do art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 13 e 15 do art. 61 desta Lei. (2019)
1966 (Código Tributário Nacional), bem como determinar § 6º Aplica-se às alienações de que trata este
à Secretaria de Coordenação e Governança do artigo a proibição relativa à cobrança de multas, encargos
Patrimônio da União a incorporação e entrega do imóvel, ou tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei. (2019)
tornando-o livre e desembaraçado de quaisquer ônus § 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança
para sua destinação. (2019) Pública, pode celebrar convênios ou instrumentos
§ 5º (VETADO). (2019) congêneres com órgãos e entidades da União, dos
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como
360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito em julgado e

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86
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com comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar observado o espírito das Convenções das Nações Unidas
imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo. (2019) e outros instrumentos jurídicos internacionais
§ 8º Observados os procedimentos licitatórios relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é
previstos em lei, fica autorizada a contratação da iniciativa parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado,
privada para a execução das ações de avaliação, de cooperação a outros países e organismos
administração e de alienação dos bens a que se refere internacionais e, quando necessário, deles solicitará a
esta Lei. (2019) colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações,
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e experiências, projetos e programas voltados para
Segurança Pública regulamentar os procedimentos atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de
relativos à administração, à preservação e à destinação reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e II - intercâmbio de inteligência policial sobre
estabelecer os valores abaixo dos quais se deve proceder produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em
à sua destruição ou inutilização. (2019) especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;
Art. 63-E. O produto da alienação dos bens III - intercâmbio de informações policiais e judiciais
apreendidos ou confiscados será revertido sobre produtores e traficantes de drogas e seus
integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo único precursores químicos.
do art. 243 da Constituição Federal, vedada a sub-
rogação sobre o valor da arrematação para saldar TÍTULO V-A
eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de (2019)
pagamento. (2019)
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
DROGAS
não prejudica o ajuizamento de execução fiscal em
relação aos antigos devedores. (2019) Art. 65-A. (VETADO). (2019)

Art. 63-F. Na hipótese de condenação por TÍTULO VI


infrações às quais esta Lei comine pena máxima superior DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas
do condenado e aquele compatível com o seu rendimento substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
lícito. (2019) outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n o 344,
§ 1º A decretação da perda prevista de 12 de maio de 1998.
no caput deste artigo fica condicionada à existência de
elementos probatórios que indiquem conduta criminosa Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei
habitual, reiterada ou profissional do condenado ou sua no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de
vinculação a organização criminosa. (2019) Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios
artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos firmados e do fornecimento de dados necessários à
os bens: (2019) atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas
I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha respectivas polícias judiciárias.
domínio e benefício direto ou indireto, na data da infração
penal, ou recebidos posteriormente; e Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou recursos públicos para execução das políticas sobre
mediante contraprestação irrisória, a partir do início da drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, à
atividade criminal. documentação e a todos os elementos necessários à
§ 3º O condenado poderá demonstrar a efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. (2019)
inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita
do patrimônio. (2019) Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem
firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e
com organismos orientados para a prevenção do uso reinserção social de usuários e dependentes e na
indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
usuários ou dependentes e a atuação na repressão à de drogas.
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
com vistas na liberação de equipamentos e de recursos Art. 69. No caso de falência ou liquidação
por ela arrecadados, para a implantação e execução de extrajudicial de empresas ou estabelecimentos
programas relacionados à questão das drogas. hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres,
assim como nos serviços de saúde que produzirem,
venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou
TÍTULO V fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante
Art. 65. De conformidade com os princípios da o qual tramite o feito:
não-intervenção em assuntos internos, da igualdade I - determinar, imediatamente à ciência da falência
jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;
e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e

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II - ordenar à autoridade sanitária competente a 08_____________________________________
urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento
e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas; 09_____________________________________
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público,
para acompanhar o feito. 10_____________________________________
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput 11_____________________________________
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas
regularmente habilitadas na área de saúde ou de
12_____________________________________
pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a 13_____________________________________
ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 14_____________________________________
3o deste artigo, o produto não arrematado será, ato
contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade 15_____________________________________
sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre
Drogas e do Ministério Público.
§ 3o Figurando entre o praceado e não
arrematadas especialidades farmacêuticas em condições Lei nº 12.846/2013
de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a Lei Anticorrupção
guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede
pública de saúde.
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado administração pública, nacional ou estrangeira, e dá
ilícito transnacional, são da competência da Justiça outras providências.
Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
Municípios que não sejam sede de vara federal serão Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
processados e julgados na vara federal da circunscrição
respectiva. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 71. (VETADO)
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização
Art. 72. Encerrado o processo criminal ou objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante pela prática de atos contra a administração pública,
representação da autoridade de polícia judiciária, ou a nacional ou estrangeira.
requerimento do Ministério Público, determinará a Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às
destruição das amostras guardadas para contraprova, sociedades empresárias e às sociedades simples,
certificando nos autos. (2019) personificadas ou não, independentemente da forma de
organização ou modelo societário adotado, bem como a
quaisquer fundações, associações de entidades ou
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios
pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede,
com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à
filial ou representação no território brasileiro,
prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido
constituídas de fato ou de direito, ainda que
de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de
temporariamente.
prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos
administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta
Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
ou não.

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica


não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa
natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
_____________________________________
01 § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada
independentemente da responsabilização individual
_____________________________________
02
das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente
_____________________________________
03
serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua
_____________________________________
04
culpabilidade.

_____________________________________
05 Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa
jurídica na hipótese de alteração contratual,
_____________________________________
06 transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a
_____________________________________
07 responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação

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de pagamento de multa e reparação integral do dano § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à
causado, até o limite do patrimônio transferido, não lhe administração pública estrangeira as organizações
sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei públicas internacionais.
decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou os fins desta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou
evidente intuito de fraude, devidamente comprovados. sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, pública em órgãos, entidades estatais ou em
coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as representações diplomáticas de país estrangeiro, assim
consorciadas serão solidariamente responsáveis pela como em pessoas jurídicas controladas, direta ou
prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-se tal indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro ou
responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e em organizações públicas internacionais.
reparação integral do dano causado.
CAPÍTULO III
CAPÍTULO II DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às
NACIONAL OU ESTRANGEIRA pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta Lei, I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a
todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do último
mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que atentem exercício anterior ao da instauração do processo
contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será
contra princípios da administração pública ou contra os inferior à vantagem auferida, quando for possível sua
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, estimação; e
assim definidos: II - publicação extraordinária da decisão
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou condenatória.
indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a § 1º As sanções serão aplicadas
terceira pessoa a ele relacionada; fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a
ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos gravidade e natureza das infrações.
ilícitos previstos nesta Lei; § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta será precedida da manifestação jurídica elaborada pela
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência jurídica,
reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos ou equivalente, do ente público.
praticados; § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo
IV - no tocante a licitações e contratos: não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação reparação integral do dano causado.
ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo de § 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso
procedimento licitatório público; não seja possível utilizar o critério do valor do faturamento
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00
qualquer ato de procedimento licitatório público; (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de reais).
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; § 5º A publicação extraordinária da decisão
d) fraudar licitação pública ou contrato dela condenatória ocorrerá na forma de extrato de sentença,
decorrente; a expensas da pessoa jurídica, em meios de
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa comunicação de grande circulação na área da prática
jurídica para participar de licitação pública ou celebrar da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua
contrato administrativo; falta, em publicação de circulação nacional, bem como
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30
fraudulento, de modificações ou prorrogações de (trinta) dias, no próprio estabelecimento ou no local de
contratos celebrados com a administração pública, sem exercício da atividade, de modo visível ao público, e no
autorização em lei, no ato convocatório da licitação sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou § 6º (VETADO).
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados com a administração Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação
pública; das sanções:
V - dificultar atividade de investigação ou I - a gravidade da infração;
fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das III - a consumação ou não da infração;
agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
sistema financeiro nacional. V - o efeito negativo produzido pela infração;
§ 1º Considera-se administração pública VI - a situação econômica do infrator;
estrangeira os órgãos e entidades estatais ou VII - a cooperação da pessoa jurídica para a
representações diplomáticas de país estrangeiro, de apuração das infrações;
qualquer nível ou esfera de governo, bem como as VIII - a existência de mecanismos e procedimentos
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
pelo poder público de país estrangeiro. de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de
ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica;

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IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa processamento das infrações, inclusive de busca e
jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e apreensão.
X - (Vetado). § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de autoridade instauradora que suspenda os efeitos do ato
mecanismos e procedimentos previstos no inciso VIII ou processo objeto da investigação.
do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder § 3º A comissão deverá concluir o processo no
Executivo federal. prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da
publicação do ato que a instituir e, ao final, apresentar
CAPÍTULO IV relatórios sobre os fatos apurados e eventual
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
RESPONSABILIZAÇÃO motivada as sanções a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo
prorrogado, mediante ato fundamentado da autoridade
administrativo para apuração da responsabilidade de
instauradora.
pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada
órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo
Art. 11. No processo administrativo para
e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação,
apuração de responsabilidade, será concedido à
observados o contraditório e a ampla defesa.
pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para defesa,
§ 1º A competência para a instauração e o
contados a partir da intimação.
julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada,
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório
vedada a subdelegação.
da comissão, será remetido à autoridade instauradora, na
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a
forma do art. 10, para julgamento.
Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
concorrente para instaurar processos administrativos de
Art. 13. A instauração de processo administrativo
responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar os
específico de reparação integral do dano não prejudica a
processos instaurados com fundamento nesta Lei, para
aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o
Parágrafo único. Concluído o processo e não
andamento.
havendo pagamento, o crédito apurado será inscrito em
dívida ativa da fazenda pública.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União -
CGU a apuração, o processo e o julgamento dos atos
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser
ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra a
desconsiderada sempre que utilizada com abuso do
administração pública estrangeira, observado o disposto
direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos
no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da Corrupção
atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão
de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº
sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus
3.678, de 30 de novembro de 2000.
administradores e sócios com poderes de administração,
Convenção sobre o Combate da Corrupção de Funcionários observados o contraditório e a ampla defesa.
Públicos Estrangeiros
Art. 15. A comissão designada para apuração da
Artigo 4 responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão do
Jurisdição procedimento administrativo, dará conhecimento ao
1. Cada Parte deverá tomar todas as medidas
Ministério Público de sua existência, para apuração de
necessárias ao estabelecimento de sua jurisdição em relação à
corrupção de um funcionário público estrangeiro, quando o delito eventuais delitos.
é cometido integral ou parcialmente em seu território.
2. A Parte que tiver jurisdição para processar seus CAPÍTULO V
nacionais por delitos cometidos no exterior deverá tomar todas as DO ACORDO DE LENIÊNCIA
medidas necessárias ao estabelecimento de sua jurisdição para
fazê-lo em relação à corrupção de um funcionário público Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou
estrangeiro, segundo os mesmos princípios. entidade pública poderá celebrar acordo de leniência
3. Quando mais de uma Parte tem jurisdição sobre um com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
alegado delito descrito na presente Convenção, as Partes atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com
envolvidas deverão, por solicitação de uma delas, deliberar sobre as investigações e o processo administrativo, sendo que
a determinação da jurisdição mais apropriada para a instauração dessa colaboração resulte:
de processo. I - a identificação dos demais envolvidos na infração,
4. Cada Parte deverá verificar se a atual fundamentação
de sua jurisdição é efetiva em relação ao combate à corrupção
quando couber; e
de funcionários públicos estrangeiros, caso contrário, deverá II - a obtenção célere de informações e documentos
tomar medidas corretivas a respeito. que comprovem o ilícito sob apuração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá
ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os
Art. 10. O processo administrativo para apuração da
seguintes requisitos:
responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar
comissão designada pela autoridade instauradora e
sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
ilícito;
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu
representação judicial, ou equivalente, a pedido da
envolvimento na infração investigada a partir da data de
comissão a que se refere o caput, poderá requerer as
propositura do acordo;
medidas judiciais necessárias para a investigação e o

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III - a pessoa jurídica admita sua participação no § 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia
ilícito e coopere plena e permanentemente com as prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
investigações e o processo administrativo, comparecendo, diferença, a qual será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for
sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os
o caso, cobrada judicialmente.
atos processuais, até seu encerramento.
§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a
a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II do Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois contratado as seguintes sanções:
terços) o valor da multa aplicável. I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
Art. 6º (...) no contrato;
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. III - suspensão temporária de participação em licitação e
art. 19 (...) impedimento de contratar com a Administração, por prazo não
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, superior a 2 (dois) anos;
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos
poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 determinantes da punição ou até que seja promovida a
(cinco) anos. reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa penalidade, que será concedida sempre que o contratado
ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso
causado. anterior.
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições § 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
necessárias para assegurar a efetividade da colaboração prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
e o resultado útil do processo. diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
estendidos às pessoas jurídicas que integram o § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II,
facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo,
que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
condições nele estabelecidas. § 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário
se tornará pública após a efetivação do respectivo Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do
acordo, salvo no interesse das investigações e do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da
processo administrativo. abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática (dois) anos de sua aplicação.
do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do
leniência rejeitada.
artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos
leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar por esta Lei:
novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem,
conhecimento pela administração pública do referido por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer
descumprimento. tributos;
§ 9º A celebração do acordo de leniência II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os
interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos objetivos da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar
previstos nesta Lei.
com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o
órgão competente para celebrar os acordos de leniência
no âmbito do Poder Executivo federal, bem como no caso CAPÍTULO VI
de atos lesivos praticados contra a administração pública DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
estrangeira. Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade
da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
Art. 17. A administração pública poderá também responsabilização na esfera judicial.
celebrar acordo de leniência com a pessoa jurídica
responsável pela prática de ilícitos previstos na Lei nº Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art.
8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à isenção ou 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e
atenuação das sanções administrativas estabelecidas em os Municípios, por meio das respectivas Advocacias
seus arts. 86 a 88. Públicas ou órgãos de representação judicial, ou
Lei de Licitações equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar
Seção II ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às
Das Sanções Administrativas pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato representem vantagem ou proveito direta ou
sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do
instrumento convocatório ou no contrato. lesado ou de terceiro de boa-fé;
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a II - suspensão ou interdição parcial de suas
Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as
atividades;
outras sanções previstas nesta Lei.
§ 2o A multa, aplicada após regular processo III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
administrativo, será descontada da garantia do respectivo IV - proibição de receber incentivos, subsídios,
contratado. subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas

ID:
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ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência
1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. serão excluídos depois de decorrido o prazo previamente
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica estabelecido no ato sancionador ou do cumprimento
será determinada quando comprovado: integral do acordo de leniência e da reparação do
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou
habitual para facilitar ou promover a prática de atos entidade sancionadora.
ilícitos; ou
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes
interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
atos praticados. governo deverão informar e manter atualizados, para fins
§ 2º (VETADO). de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público,
isolada ou cumulativa. instituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou relativos às sanções por eles aplicadas, nos termos do
órgão de representação judicial, ou equivalente, do ente disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho
público poderá requerer a indisponibilidade de bens, de 1993.
direitos ou valores necessários à garantia do pagamento
da multa ou da reparação integral do dano causado, Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou
conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do valores aplicados com fundamento nesta Lei serão
terceiro de boa-fé. destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades
públicas lesadas.
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público,
poderão ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º, Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as
sem prejuízo daquelas previstas neste Capítulo, desde infrações previstas nesta Lei, contados da data da
que constatada a omissão das autoridades competentes ciência da infração ou, no caso de infração permanente
para promover a responsabilização administrativa. ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial,
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, a prescrição será interrompida com a instauração de
será adotado o rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho processo que tenha por objeto a apuração da infração.
de 1985.
Parágrafo único. A condenação torna certa a Art. 26. A pessoa jurídica será representada no
obrigação de reparar, integralmente, o dano causado processo administrativo na forma do seu estatuto ou
pelo ilícito, cujo valor será apurado em posterior contrato social.
liquidação, se não constar expressamente da sentença. § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão
representadas pela pessoa a quem couber a
CAPÍTULO VII administração de seus bens.
DISPOSIÇÕES FINAIS § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada
pelo gerente, representante ou administrador de sua filial,
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.
federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas -
CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções
Art. 27. A autoridade competente que, tendo
aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes
conhecimento das infrações previstas nesta Lei, não
Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
adotar providências para a apuração dos fatos será
governo com base nesta Lei.
responsabilizada penal, civil e administrativamente nos
§ 1º Os órgãos e entidades referidos
termos da legislação específica aplicável.
no caput deverão informar e manter atualizados, no Cnep,
os dados relativos às sanções por eles aplicadas.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes
praticados por pessoa jurídica brasileira contra a
informações acerca das sanções aplicadas:
administração pública estrangeira, ainda que
I - razão social e número de inscrição da pessoa
cometidos no exterior.
jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ;
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as
II - tipo de sanção; e
competências do Conselho Administrativo de Defesa
III - data de aplicação e data final da vigência do
Econômica, do Ministério da Justiça e do Ministério da
efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando for o
Fazenda para processar e julgar fato que constitua
caso.
infração à ordem econômica.
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem
acordos de leniência previstos nesta Lei, também deverão
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta
prestar e manter atualizadas no Cnep, após a efetivação
Lei não afeta os processos de responsabilização e
do respectivo acordo, as informações acerca do acordo
aplicação de penalidades decorrentes de:
de leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a
I - ato de improbidade administrativa nos termos
causar prejuízo às investigações e ao processo
da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992; e
administrativo.
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos
de junho de 1993, ou outras normas de licitações e
do acordo de leniência, além das informações previstas
contratos da administração pública, inclusive no
no § 3º , deverá ser incluída no Cnep referência ao
tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas
respectivo descumprimento.
- RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
2011.

ID:
92
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Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta)
dias após a data de sua publicação.

Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da


Independência e 125º da República.

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Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
Decreto-Lei nº 2.848 / 1940 sistema de informações ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de autoridade competente:
Código Penal Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos,
e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
TÍTULO XI terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA dano para a Administração Pública ou para o
CAPÍTULO I administrado.
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL documento
Crimes funcionais próprios: ausente a condição de funcionário Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer
público, o fato será atípico (atipicidade absoluta). Ex. art. 319 do documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
CP – Prevaricação. sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Crimes funcionais impróprios: ausente a condição de Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
funcionário público, o fato se enquadrará em outro tipo penal,
deixando apenas de ser considerado um crime funcional
constitui crime mais grave.
(atipicidade relativa). Ex. art. 312 do CP - Peculato-furto. Caso
esse delito não seja praticado por funcionário público, deverá ser Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
tipificado como Furto, art. 155 do CP. Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas
--------------------------------------------------------------------------------------- aplicação diversa da estabelecida em lei:
STJ: Súmula 599 - O princípio da insignificância é inaplicável Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
aos crimes contra a administração pública.
Peculato Concussão
Art. 312 - Apropriar-se (Peculato-apropriação) o Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
razão do cargo, ou desviá-lo (Peculato-desvio), em proveito Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
próprio ou alheio: multa. (2019)
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário Excesso de exação
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou § 1º - Se o funcionário exige tributo ou
bem, o subtrai, ou concorre (Peculato-furto) para que seja contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de ou, quando devido, emprega na cobrança meio
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Peculato culposo Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
o crime de outrem: de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
Pena - detenção, de três meses a um ano. aos cofres públicos:
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena Corrupção passiva
imposta. Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
Peculato mediante erro de outrem ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
outrem: (Peculato-estelionato) multa.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário
Inserção de dados falsos em sistema de retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.
informações
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas cedendo a pedido ou influência de outrem:
informatizados ou bancos de dados da Administração Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou Facilitação de contrabando ou descaminho
para outrem ou para causar dano: (Peculato-eletrônico) Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
multa. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Modificação ou alteração não autorizada de Prevaricação


sistema de informações

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Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra Administração Pública ou a outrem:
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso de devassá-lo:
o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo: (Prevaricação imprópria) Funcionário público
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para
os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
Condescendência criminosa remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de § 1º - Equipara-se a funcionário público quem
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exerce cargo, emprego ou função em entidade
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
levar o fato ao conhecimento da autoridade serviço contratada ou conveniada para a execução de
competente: atividade típica da Administração Pública.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 2º - A pena será aumentada da 1/3 (terça parte)
quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo
Advocacia administrativa forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, direção ou assessoramento de órgão da administração
interesse privado perante a administração pública, direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
valendo-se da qualidade de funcionário: fundação instituída pelo poder público.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. STJ: Súmula 147 - Compete à Justiça Federal processar e julgar
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: os crimes praticados contra funcionário público federal, quando
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da relacionados com o exercício da função.
multa.
CAPÍTULO II
Violência arbitrária DOS CRIMES PRATICADOS POR
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
ou a pretexto de exercê-la: GERAL
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da Usurpação de função pública
pena correspondente à violência. Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Abandono de função Parágrafo único - Se do fato o agente aufere
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos vantagem:
permitidos em lei: Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Resistência
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal,
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na mediante violência ou ameaça a funcionário competente
faixa de fronteira: para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. A resistência passiva, sem violência ou ameaça, não configura
crime.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
prolongado § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública executa:
antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a Pena - reclusão, de um a três anos.
exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem
que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: prejuízo das correspondentes à violência.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Desobediência
Violação de sigilo funcional Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão funcionário público:
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
facilitar-lhe a revelação: multa.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa, se o fato não constitui crime mais grave. Desacato
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício
I – permite ou facilita, mediante atribuição, da função ou em razão dela:
fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas multa.
de informações ou banco de dados da Administração
STJ: É possível a prática do crime de desacato por funcionário
Pública; público contra pessoa no exercício de função pública, pois se
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

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trata de crime comum em que a vítima imediata é o Estado e a I - pratica fato assimilado, em lei especial, a
mediata aquela que está sendo ofendida. contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente
Tráfico de Influência mercadoria que dependa de registro, análise ou
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si autorização de órgão público competente;
ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, III - reinsere no território nacional mercadoria
a pretexto de influir em ato praticado por funcionário brasileira destinada à exportação;
público no exercício da função IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
multa. alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, mercadoria proibida pela lei brasileira;
se o agente alega ou insinua que a vantagem é também V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio
destinada ao funcionário. ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
Corrupção ativa § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
indevida a funcionário público, para determiná-lo a irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
praticar, omitir ou retardar ato de ofício: inclusive o exercido em residências.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de
multa. contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
Parágrafo único - A pena é aumentada de 1/3 (um fluvial.
terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o STJ: Súmula 151 - A competência para o processo e julgamento
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica por crime de contrabando ou descaminho define-se pela
infringindo dever funcional. prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens.

Descaminho Impedimento, perturbação ou fraude de


Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento concorrência
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar
pelo consumo de mercadoria. concorrência pública ou venda em hasta pública,
STJ / STF: O valor máximo para incidência do princípio da promovida pela administração federal, estadual ou
insignificância no caso de crimes tributários federais e de municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar
descaminho é de R$ 20 mil. afastar concorrente ou licitante, por meio de violência,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
§ 1o Incorre na mesma pena quem: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos multa, além da pena correspondente à violência.
casos permitidos em lei; Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem
descaminho; oferecida.
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito Entende-se que o art. 335 do CP foi revogado pela Lei 8.666/93 –
ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou Lei de Licitações.
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu Inutilização de edital ou de sinal
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar
ou que sabe ser produto de introdução clandestina no ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
território nacional ou de importação fraudulenta por parte público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
de outrem; determinação legal ou por ordem de funcionário público,
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio para identificar ou cerrar qualquer objeto:
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou Subtração ou inutilização de livro ou
acompanhada de documentos que sabe serem falsos. documento
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio parcialmente, livro oficial, processo ou documento
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou
inclusive o exercido em residências. de particular em serviço público:
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato
descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo não constitui crime mais grave.
ou fluvial.
Sonegação de contribuição previdenciária
Contrabando Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria previdenciária e qualquer acessório, mediante as
proibida: seguintes condutas:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de
O crime de contrabando não admite a incidência do princípio da documento de informações previsto pela legislação
insignificância. previdenciária segurados empregado, empresário,
§ 1o Incorre na mesma pena quem: trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços;

ID:
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II – deixar de lançar mensalmente nos títulos de suas funções, relacionado a transação comercial
próprios da contabilidade da empresa as quantias internacional:
descontadas dos segurados ou as devidas pelo Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
empregador ou pelo tomador de serviços; multa.
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros Parágrafo único. A pena é aumentada da metade,
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais se o agente alega ou insinua que a vantagem é também
fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: destinada a funcionário estrangeiro.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e
multa. Funcionário público estrangeiro
STJ: Aplica-se o princípio da insignificância nas hipóteses de Art. 337-D. Considera-se funcionário público
apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que
previdenciária quando o valor do débito não ultrapassa R$ 20 transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
mil. emprego ou função pública em entidades estatais ou em
STJ: Os crimes de apropriação indébita previdenciária e representações diplomáticas de país estrangeiro.
sonegação de contribuição previdenciária são delitos materiais,
exigindo, portanto, a constituição definitiva do débito tributário
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público
perante o âmbito administrativo para configurar-se como conduta estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
típica. empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo
STF: Súmula Vinculante 24 - Não se tipifica crime material Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei públicas internacionais.
8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, CAPÍTULO II-B
espontaneamente, declara e confessa as contribuições, DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS
importâncias ou valores e presta as informações devidas ADMINISTRATIVOS
à previdência social, na forma definida em lei ou (2021)
regulamento, antes do início da ação fiscal. Contratação direta ilegal
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de contratação direta fora das hipóteses previstas em lei:
(2021)
bons antecedentes, desde que:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
I – (vetado)
multa. (2021)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
Frustração do caráter competitivo de licitação
previdência social, administrativamente, como sendo o
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais
obter para si ou para outrem vantagem decorrente da
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua
adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo
folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00
do processo licitatório: (2021)
(um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos,
pena de 1/3 (um terço) até a metade ou aplicar apenas a
e multa. (2021)
de multa.
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior Patrocínio de contratação indevida
será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente,
do reajuste dos benefícios da previdência social. interesse privado perante a Administração Pública, dando
causa à instauração de licitação ou à celebração de
CAPÍTULO II-A contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR Judiciário: (2021)
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e
ESTRANGEIRA multa. (2021)
Corrupção ativa em transação comercial
internacional Modificação ou pagamento irregular em contrato
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou administrativo
indiretamente, vantagem indevida a funcionário público Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à contratual, em favor do contratado, durante a execução
transação comercial internacional: dos contratos celebrados com a Administração Pública,
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos
multa. respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um fatura com preterição da ordem cronológica de sua
terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o exigibilidade: (2021)
funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos,
ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. e multa. (2021)

Tráfico de influência em transação comercial Perturbação de processo licitatório


internacional Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si de qualquer ato de processo licitatório: (2021)
ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
promessa de vantagem a pretexto de influir em ato e multa. (2021)
praticado por funcionário público estrangeiro no exercício
Violação de sigilo em licitação

ID:
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Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento
apresentada em processo licitatório ou proporcionar a de manifestação de interesse: (2021)
terceiro o ensejo de devassá-lo: (2021) Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e
Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. (2021)
multa. (2021) § 1º Consideram-se condição de contorno as
informações e os levantamentos suficientes e necessários
Afastamento de licitante para a definição da solução de projeto e dos respectivos
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia,
meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento estudos de demanda, condições ambientais e demais
de vantagem de qualquer tipo: (2021) elementos ambientais impactantes, considerados
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas
multa, além da pena correspondente à violência. (2021) que orientam a elaboração de projetos. (2021)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se § 2º Se o crime é praticado com o fim de obter
abstém ou desiste de licitar em razão de vantagem benefício, direto ou indireto, próprio ou de outrem, aplica-
oferecida. (2021) se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (2021)

Fraude em licitação ou contrato Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração previstos neste Capítulo seguirá a metodologia de cálculo
Pública, licitação ou contrato dela decorrente, prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois
mediante: (2021) por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços contratação direta. (2021)
com qualidade ou em quantidade diversas das previstas
no edital ou nos instrumentos contratuais; (2021) CAPÍTULO III
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA
mercadoria falsificada, deteriorada, inservível para JUSTIÇA
consumo ou com prazo de validade vencido; (2021) Reingresso de estrangeiro expulso
III - entrega de uma mercadoria por outra; (2021) Art. 338 - Reingressar no território nacional o
IV - alteração da substância, qualidade ou estrangeiro que dele foi expulso:
quantidade da mercadoria ou do serviço fornecido; (2021) Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem
V - qualquer meio fraudulento que torne prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
injustamente mais onerosa para a Administração Pública
a proposta ou a execução do contrato: (2021) Denunciação caluniosa
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito
e multa. (2021) policial, de procedimento investigatório criminal, de
processo judicial, de processo administrativo disciplinar,
Contratação inidônea de inquérito civil ou de ação de improbidade
Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou administrativa contra alguém, imputando-lhe crime,
profissional declarado inidôneo: (2021) infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e sabe inocente: (2020)
multa. (2021) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional § 1º - A pena é aumentada de 1/6 (sexta parte), se
declarado inidôneo: (2021) o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e § 2º - A pena é diminuída de metade, se a
multa. (2021) imputação é de prática de contravenção.
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo
aquele que, declarado inidôneo, venha a participar de Comunicação falsa de crime ou de
licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele contravenção
que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Art. 340 - Provocar a ação de autoridade,
Administração Pública. (2021) comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado:
Impedimento indevido Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente
a inscrição de qualquer interessado nos registros Auto-acusação falsa
cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de
suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito: crime inexistente ou praticado por outrem:
(2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou
multa.
e multa. (2021)

Omissão grave de dado ou de informação por Falso testemunho ou falsa perícia


projetista Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou
Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à calar a verdade como testemunha, perito, contador,
Administração Pública levantamento cadastral ou tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
condição de contorno em relevante dissonância com a administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
realidade, em frustração ao caráter competitivo da Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
licitação ou em detrimento da seleção da proposta mais multa.
vantajosa para a Administração Pública, em contratação § 1o As penas aumentam-se de 1/6 a 1/3 (um
para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou sexto a um terço), se o crime é praticado mediante

ID:
98
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suborno ou se cometido com o fim de obter prova Favorecimento real
destinada a produzir efeito em processo penal, ou em Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de
processo civil em que for parte entidade da administração co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar
pública direta ou indireta seguro o proveito do crime:
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente
se retrata ou declara a verdade Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar,
auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização
qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, legal, em estabelecimento prisional.
tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos,
tradução ou interpretação: Exercício arbitrário ou abuso de poder
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa Art. 350 – Revogado (2019)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um
sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de Fuga de pessoa presa ou submetida a medida
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal de segurança
ou em processo civil em que for parte entidade da Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa
administração pública direta ou indireta. legalmente presa ou submetida a medida de segurança
detentiva:
Coação no curso do processo Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por
o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona é de reclusão, de dois a seis anos.
ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa,
administrativo, ou em juízo arbitral: aplica-se também a pena correspondente à violência.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos,
além da pena correspondente à violência. se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou
guarda está o preso ou o internado.
Exercício arbitrário das próprias razões § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de
para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando três meses a um ano, ou multa.
a lei o permite: STJ: Súmula 75 - Compete à Justiça Comum Estadual
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou processar e julgar o policial militar por crime de promover ou
multa, além da pena correspondente à violência. facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
somente se procede mediante queixa. Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso
própria, que se acha em poder de terceiro por ou o indivíduo submetido a medida de segurança
determinação judicial ou convenção: detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
multa. pena correspondente à violência.

Fraude processual Arrebatamento de preso


Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da
perito: pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e
multa. Motim de presos
Parágrafo único - Se a inovação se destina a Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a
produzir efeito em processo penal, ainda que não ordem ou disciplina da prisão:
iniciado, as penas aplicam-se em dobro. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além
da pena correspondente à violência.
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de Patrocínio infiel
autoridade pública autor de crime a que é cominada Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou
pena de reclusão: procurador, o dever profissional, prejudicando interesse,
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de Pena - detenção, de seis meses a três anos, e
reclusão: multa.
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e Patrocínio simultâneo ou tergiversação
multa. Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, advogado ou procurador judicial que defende na
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
de pena. contrárias.

ID:
99
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Sonegação de papel ou objeto de valor parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha
probatório contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
de restituir autos, documento ou objeto de valor
probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou Ordenação de despesa não autorizada
procurador: Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e lei:
multa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Exploração de prestígio Prestação de garantia graciosa


Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou Art. 359-E. Prestar garantia em operação de
qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em
jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: forma da lei:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de 1/3
(um terço), se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou Não cancelamento de restos a pagar
utilidade também se destina a qualquer das pessoas Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
referidas neste artigo. promover o cancelamento do montante de restos a pagar
inscrito em valor superior ao permitido em lei:
Violência ou fraude em arrematação judicial Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar anos.
arrematação judicial; afastar ou procurar afastar
concorrente ou licitante, por meio de violência, grave Aumento de despesa total com pessoal no
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: último ano do mandato ou legislatura
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
multa, além da pena correspondente à violência. acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
Desobediência a decisão judicial sobre perda legislatura:
ou suspensão de direito Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito,
autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por Oferta pública ou colocação de títulos no
decisão judicial: mercado
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
multa. pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos
da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou
CAPÍTULO IV sem que estejam registrados em sistema centralizado de
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS liquidação e de custódia:
Contratação de operação de crédito Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação
de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização DISPOSIÇÕES FINAIS
legislativa: Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. os crimes contra a existência, a segurança e a integridade
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem do Estado e contra a guarda e o emprego da economia
ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de
externo: responsabilidade do Presidente da República e dos
I – com inobservância de limite, condição ou Governadores ou Interventores, e os crimes militares,
montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado revogam-se as disposições em contrário.
Federal;
II – quando o montante da dívida consolidada Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º
ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. de janeiro de 1942.

Inscrição de despesas não empenhadas em


restos a pagar
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em
restos a pagar, de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda limite
estabelecido em lei:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos.
01_____________________________________
Assunção de obrigação no último ano do
mandato ou legislatura 02_____________________________________
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano 03_____________________________________
do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser
paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste 04_____________________________________

ID:
100
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_____________________________________
05 Seção I
Da Competência para Estabelecimento das Políticas
_____________________________________
06 de Segurança Pública e Defesa Social
Art. 3º Compete à União estabelecer a Política
_____________________________________
07 Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
(PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito Federal e aos
_____________________________________
08
Municípios estabelecer suas respectivas políticas,
observadas as diretrizes da política nacional,
_____________________________________
09
especialmente para análise e enfrentamento dos riscos à
_____________________________________
10
harmonia da convivência social, com destaque às
situações de emergência e aos crimes interestaduais e
_____________________________________
11 transnacionais.
Competências
_____________________________________
12 - União: estabelece a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa
Social (PNSPDS)
_____________________________________
13
- Estados, Distrito Federal e Municípios: estabelecem suas respectivas
políticas, observadas as diretrizes da política nacional.

_____________________________________
14

Seção II
_____________________________________
15 Dos Princípios
Art. 4º São princípios da PNSPDS:
I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e
garantias individuais e coletivos;
Lei nº 13.675 / 2018 II - proteção, valorização e reconhecimento dos
Sistema Único de Segurança Pública profissionais de segurança pública;
(Susp) III - proteção dos direitos humanos, respeito aos
direitos fundamentais e promoção da cidadania e da
dignidade da pessoa humana;
LEI Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018. IV - eficiência na prevenção e no controle das
infrações penais;
Disciplina a organização e o funcionamento dos V - eficiência na repressão e na apuração das
órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos infrações penais;
do § 7º do art. 144 da Constituição Federal; cria a Política VI - eficiência na prevenção e na redução de riscos
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social em situações de emergência e desastres que afetam a
(PNSPDS); institui o Sistema Único de Segurança Pública vida, o patrimônio e o meio ambiente;
(Susp); altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro VII - participação e controle social;
de 1994, a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e a VIII - resolução pacífica de conflitos;
Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga IX - uso comedido e proporcional da força;
dispositivos da Lei nº 12.681, de 4 de julho de 2012. X - proteção da vida, do patrimônio e do meio
ambiente;
XI - publicidade das informações não sigilosas;
Institui:
- Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e XII - promoção da produção de conhecimento sobre
- Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social segurança pública;
(PNSPDS). XIII - otimização dos recursos materiais, humanos e
financeiros das instituições;
XIV - simplicidade, informalidade, economia
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
procedimental e celeridade no serviço prestado à
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
sociedade;
XV - relação harmônica e colaborativa entre os
CAPÍTULO I
Poderes;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
XVI - transparência, responsabilização e prestação
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de
de contas.
Segurança Pública (Susp) e cria a Política Nacional de
Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS), com a
Seção III
finalidade de preservação da ordem pública e da
Das Diretrizes
incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de
Art. 5º São diretrizes da PNSPDS:
atuação conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos
I - atendimento imediato ao cidadão;
órgãos de segurança pública e defesa social da União,
II - planejamento estratégico e sistêmico;
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em
III - fortalecimento das ações de prevenção e
articulação com a sociedade.
resolução pacífica de conflitos, priorizando políticas de
redução da letalidade violenta, com ênfase para os grupos
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e
vulneráveis;
responsabilidade de todos, compreendendo a União, os
IV - atuação integrada entre a União, os Estados, o
Estados, o Distrito Federal e os Munícipios, no âmbito das
Distrito Federal e os Municípios em ações de segurança
competências e atribuições legais de cada um.
pública e políticas transversais para a preservação da
vida, do meio ambiente e da dignidade da pessoa
CAPÍTULO II
humana;
DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
E DEFESA SOCIAL (PNSPDS)

ID:
101
É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
V - coordenação, cooperação e colaboração dos II - apoiar as ações de manutenção da ordem
órgãos e instituições de segurança pública nas fases de pública e da incolumidade das pessoas, do patrimônio, do
planejamento, execução, monitoramento e avaliação das meio ambiente e de bens e direitos;
ações, respeitando-se as respectivas atribuições legais e III - incentivar medidas para a modernização de
promovendo-se a racionalização de meios com base nas equipamentos, da investigação e da perícia e para a
melhores práticas; padronização de tecnologia dos órgãos e das instituições
VI - formação e capacitação continuada e qualificada de segurança pública;
dos profissionais de segurança pública, em consonância IV - estimular e apoiar a realização de ações de
com a matriz curricular nacional; prevenção à violência e à criminalidade, com prioridade
VII - fortalecimento das instituições de segurança para aquelas relacionadas à letalidade da população
pública por meio de investimentos e do desenvolvimento jovem negra, das mulheres e de outros grupos
de projetos estruturantes e de inovação tecnológica; vulneráveis;
VIII - sistematização e compartilhamento das V - promover a participação social nos Conselhos de
informações de segurança pública, prisionais e sobre segurança pública;
drogas, em âmbito nacional; VI - estimular a produção e a publicação de estudos
IX - atuação com base em pesquisas, estudos e e diagnósticos para a formulação e a avaliação de
diagnósticos em áreas de interesse da segurança pública; políticas públicas;
X - atendimento prioritário, qualificado e humanizado VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de
às pessoas em situação de vulnerabilidade; segurança pública;
XI - padronização de estruturas, de capacitação, de VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção,
tecnologia e de equipamentos de interesse da segurança controle e fiscalização para a repressão aos crimes
pública; transfronteiriços;
XII - ênfase nas ações de policiamento de IX - estimular o intercâmbio de informações de
proximidade, com foco na resolução de problemas; inteligência de segurança pública com instituições
XIII - modernização do sistema e da legislação de estrangeiras congêneres;
acordo com a evolução social; X - integrar e compartilhar as informações de
XIV - participação social nas questões de segurança segurança pública, prisionais e sobre drogas;
pública; XI - estimular a padronização da formação, da
XV - integração entre os Poderes Legislativo, capacitação e da qualificação dos profissionais de
Executivo e Judiciário no aprimoramento e na aplicação segurança pública, respeitadas as especificidades e as
da legislação penal; diversidades regionais, em consonância com esta Política,
XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal;
Público e da Defensoria Pública na elaboração de XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do
estratégias e metas para alcançar os objetivos desta cumprimento de medidas restritivas de direito e de penas
Política; alternativas à prisão;
XVII - fomento de políticas públicas voltadas à XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de
reinserção social dos egressos do sistema prisional; cumprimento de pena restritiva de liberdade em relação à
XVIII - (VETADO); gravidade dos crimes cometidos;
XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas e XIV - (VETADO);
projetos com foco na promoção da cultura de paz, na XV - racionalizar e humanizar o sistema
segurança comunitária e na integração das políticas de penitenciário e outros ambientes de encarceramento;
segurança com as políticas sociais existentes em outros XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações
órgãos e entidades não pertencentes ao sistema de sobre a política de enfrentamento às drogas e de redução
segurança pública; de danos relacionados aos seus usuários e aos grupos
XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios sociais com os quais convivem;
técnicos; XVII - fomentar ações permanentes para o combate
XXI - deontologia policial e de bombeiro militar ao crime organizado e à corrupção;
comuns, respeitados os regimes jurídicos e as XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e
peculiaridades de cada instituição; de avaliação das ações implementadas;
XXII - unidade de registro de ocorrência policial; XIX - promover uma relação colaborativa entre os
XXIII - uso de sistema integrado de informações e órgãos de segurança pública e os integrantes do sistema
dados eletrônicos; judiciário para a construção das estratégias e o
XXIV – (VETADO); desenvolvimento das ações necessárias ao alcance das
XXV - incentivo à designação de servidores da metas estabelecidas;
carreira para os cargos de chefia, levando em XX - estimular a concessão de medidas protetivas
consideração a graduação, a capacitação, o mérito e a em favor de pessoas em situação de vulnerabilidade;
experiência do servidor na atividade policial específica; XXI - estimular a criação de mecanismos de
XXVI - celebração de termo de parceria e proteção dos agentes públicos que compõem o
protocolos com agências de vigilância privada, sistema nacional de segurança pública e de seus
respeitada a lei de licitações. familiares;
XXII - estimular e incentivar a elaboração, a
Seção IV execução e o monitoramento de ações nas áreas de
Dos Objetivos valorização profissional, de saúde, de qualidade de vida e
Art. 6º São objetivos da PNSPDS: de segurança dos servidores que compõem o sistema
I - fomentar a integração em ações estratégicas e nacional de segurança pública;
operacionais, em atividades de inteligência de segurança XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade
pública e em gerenciamento de crises e incidentes; violenta;

ID:
102
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XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação de Extraordinário da Segurança Pública e é integrado
crimes hediondos e de homicídios; pelos órgãos de que trata o art. 144 da Constituição
XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas Federal , pelos agentes penitenciários, pelas guardas
de fogo e munições, com vistas à redução da violência municipais e pelos demais integrantes estratégicos e
armada; operacionais, que atuarão nos limites de suas
XXVI - fortalecer as ações de prevenção e repressão competências, de forma cooperativa, sistêmica e
aos crimes cibernéticos. harmônica.
Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos Constituição Federal
direcionarão a formulação do Plano Nacional de Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
Segurança Pública e Defesa Social, documento que de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
estabelecerá as estratégias, as metas, os indicadores e I - polícia federal;
as ações para o alcance desses objetivos. II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
Seção V V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
Das Estratégias ........................................................................................................................
Art. 7º A PNSPDS será implementada por Órgãos integrantes:
estratégias que garantam integração, coordenação e - todos os órgãos listados no art. 144 da Constituição Federal
- agentes penitenciários
cooperação federativa, interoperabilidade, liderança - guardas municipais
situacional, modernização da gestão das instituições de - demais integrantes estratégicos e operacionais, que atuarão nos limites
segurança pública, valorização e proteção dos de suas competências, de forma cooperativa, sistêmica e harmônica.
profissionais, complementaridade, dotação de recursos § 1º São integrantes estratégicos do Susp:
humanos, diagnóstico dos problemas a serem I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os
enfrentados, excelência técnica, avaliação continuada dos Municípios, por intermédio dos respectivos Poderes
resultados e garantia da regularidade orçamentária para Executivos;
execução de planos e programas de segurança pública. II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa
Social dos três entes federados.
Seção VI § 2º São integrantes operacionais do Susp:
Dos Meios e Instrumentos I - polícia federal;
Art. 8º São meios e instrumentos para a II - polícia rodoviária federal;
implementação da PNSPDS: III – (VETADO);
I - os planos de segurança pública e defesa social; IV - polícias civis;
II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão V - polícias militares;
de Segurança Pública e Defesa Social, que inclui: VI - corpos de bombeiros militares;
a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e VII - guardas municipais;
Avaliação das Políticas de Segurança Pública e Defesa VIII - órgãos do sistema penitenciário;
Social (Sinaped); IX - (VETADO);
b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal
Pública, Prisionais e de Rastreabilidade de Armas e e identificação;
Munições, e sobre Material Genético, Digitais e Drogas XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública
(Sinesp); (Senasp);
b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança XII - secretarias estaduais de segurança pública ou
Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e congêneres;
Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
(Sinesp); (2018) (Sedec);
c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas
Profissional (Sievap); (Senad);
d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança XV - agentes de trânsito;
Pública (Renaesp); XVI - guarda portuária.
e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para § 3º (VETADO).
Profissionais de Segurança Pública (Pró-Vida); § 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais
III - (VETADO); serão responsáveis pela implementação dos respectivos
IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de programas, ações e projetos de segurança pública, com
Homicídios de Jovens; liberdade de organização e funcionamento, respeitado o
V - os mecanismos formados por órgãos de disposto nesta Lei.
prevenção e controle de atos ilícitos contra a
Administração Pública e referentes a ocultação ou Seção II
dissimulação de bens, direitos e valores. Do Funcionamento
Art. 10. A integração e a coordenação dos órgãos
CAPÍTULO III integrantes do Susp dar-se-ão nos limites das respectivas
DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA competências, por meio de:
Seção I I - operações com planejamento e execução
Da Composição do Sistema integrados;
Órgão central do Susp: II - estratégias comuns para atuação na
- Ministério Extraordinário da Segurança Pública prevenção e no controle qualificado de infrações
- Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário da Segurança
Pública. (Art. 10,§1º)
penais;
III - aceitação mútua de registro de ocorrência
Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança policial;
Pública (Susp), que tem como órgão central o Ministério

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103
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IV - compartilhamento de informações, inclusive V - a eficiência do sistema prisional será aferida
com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin); com base nos seguintes fatores, entre outros:
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e a) o número de vagas ofertadas no sistema;
científicos; b) a relação existente entre o número de presos e a
VI - integração das informações e dos dados de quantidade de vagas ofertadas;
segurança pública por meio do Sinesp. c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
§ 1º O Susp será coordenado pelo Ministério d) a quantidade de presos condenados atendidos de
Extraordinário da Segurança Pública. acordo com os parâmetros estabelecidos pelos incisos
§ 2º As operações combinadas, planejadas e do caput deste artigo, com observância de critérios
desencadeadas em equipe poderão ser ostensivas, objetivos e transparentes.
investigativas, de inteligência ou mistas, e contar com a § 1º A aferição considerará aspectos relativos à
participação de órgãos integrantes do Susp e, nos limites estrutura de trabalho físico e de equipamentos, bem como
de suas competências, com o Sisbin e outros órgãos dos de efetivo.
sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não § 2º A aferição de que trata o inciso I do caput deste
necessariamente vinculados diretamente aos órgãos de artigo deverá distinguir as autorias definidas em razão de
segurança pública e defesa social, especialmente quando prisão em flagrante das autorias resultantes de diligências
se tratar de enfrentamento a organizações criminosas. investigatórias.
§ 3º O planejamento e a coordenação das
operações referidas no § 2º deste artigo serão exercidos Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança
conjuntamente pelos participantes. Pública, responsável pela gestão do Susp, deverá
§ 4º O compartilhamento de informações será feito orientar e acompanhar as atividades dos órgãos
preferencialmente por meio eletrônico, com acesso integrados ao Sistema, além de promover as seguintes
recíproco aos bancos de dados, nos termos estabelecidos ações:
pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública. I - apoiar os programas de aparelhamento e
§ 5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e modernização dos órgãos de segurança pública e defesa
científicos para qualificação dos profissionais de social do País;
segurança pública e defesa social dar-se-á, entre outras II - implementar, manter e expandir, observadas as
formas, pela reciprocidade na abertura de vagas nos restrições previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema
cursos de especialização, aperfeiçoamento e estudos Nacional de Informações e de Gestão de Segurança
estratégicos, respeitadas as peculiaridades e o regime Pública e Defesa Social;
jurídico de cada instituição, e observada, sempre que III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e
possível, a matriz curricular nacional. operacionais entre os órgãos policiais federais, estaduais,
distrital e as guardas municipais;
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança IV - valorizar a autonomia técnica, científica e
Pública fixará, anualmente, metas de excelência no funcional dos institutos oficiais de criminalística, medicina
âmbito das respectivas competências, visando à legal e identificação, garantindo-lhes condições plenas
prevenção e à repressão das infrações penais e para o exercício de suas funções;
administrativas e à prevenção dos desastres, e V - promover a qualificação profissional dos
utilizará indicadores públicos que demonstrem de forma integrantes da segurança pública e defesa social,
objetiva os resultados pretendidos. especialmente nas dimensões operacional, ética e
técnico-científica;
Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e
os seguintes parâmetros: consolidar dados e informações estatísticas sobre
I - as atividades de polícia judiciária e de apuração criminalidade e vitimização;
das infrações penais serão aferidas, entre outros fatores, VII - coordenar as atividades de inteligência da
pelos índices de elucidação dos delitos, a partir dos segurança pública e defesa social integradas ao Sisbin;
registros de ocorrências policiais, especialmente os de VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
crimes dolosos com resultado em morte e de roubo, pela
identificação, prisão dos autores e cumprimento de Art. 14. É de responsabilidade do Ministério
mandados de prisão de condenados a crimes com penas Extraordinário da Segurança Pública:
de reclusão, e pela recuperação do produto de crime em I - disponibilizar sistema padronizado, informatizado
determinada circunscrição; e seguro que permita o intercâmbio de informações entre
II - as atividades periciais serão aferidas mediante os integrantes do Susp;
critérios técnicos emitidos pelo órgão responsável pela II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura
coordenação das perícias oficiais, considerando os laudos tecnológica e a segurança dos processos, das redes e
periciais e o resultado na produção qualificada das provas dos sistemas;
relevantes à instrução criminal; III - estabelecer cronograma para adequação dos
III - as atividades de polícia ostensiva e de integrantes do Susp às normas e aos procedimentos de
preservação da ordem pública serão aferidas, entre outros funcionamento do Sistema.
fatores, pela maior ou menor incidência de infrações
penais e administrativas em determinada área, seguindo Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o Distrito
os parâmetros do Sinesp; Federal e os Municípios, quando não dispuserem de
IV - as atividades dos corpos de bombeiros condições técnicas e operacionais necessárias à
militares serão aferidas, entre outros fatores, pelas ações implementação do Susp.
de prevenção, preparação para emergências e desastres,
índices de tempo de resposta aos desastres e de Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão
recuperação de locais atingidos, considerando-se áreas atuar em vias urbanas, rodovias, terminais
determinadas; rodoviários, ferrovias e hidrovias federais, estaduais,

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distrital ou municipais, portos e aeroportos, no âmbito com vistas à prevenção e à repressão da violência e da
das respectivas competências, em efetiva integração com criminalidade.
o órgão cujo local de atuação esteja sob sua § 6º A organização, o funcionamento e as demais
circunscrição, ressalvado o sigilo das investigações competências dos Conselhos serão regulamentados por
policiais. ato do Poder Executivo, nos limites estabelecidos por esta
Lei.
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de § 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais
aplicação de recursos do Fundo Nacional de Segurança de Segurança Pública e Defesa Social, que contarão
Pública (FNSP) e do Fundo Penitenciário Nacional também com representantes da sociedade civil
(Funpen), respeitando-se a atribuição constitucional dos organizada e de representantes dos trabalhadores,
órgãos que integram o Susp, os aspectos geográficos, poderão ser descentralizados ou congregados por região
populacionais e socioeconômicos dos entes federados, para melhor atuação e intercâmbio comunitário.
bem como o estabelecimento de metas e resultados a
serem alcançados. Seção II
Dos Conselheiros
Art. 18. As aquisições de bens e serviços para os Art. 21. Os Conselhos serão compostos por:
órgãos integrantes do Susp terão por objetivo a eficácia I - representantes de cada órgão ou entidade
de suas atividades e obedecerão a critérios técnicos de integrante do Susp;
qualidade, modernidade, eficiência e resistência, II - representante do Poder Judiciário;
observadas as normas de licitação e contratos. III - representante do Ministério Público;
Parágrafo único. (VETADO). IV - representante da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB);
CAPÍTULO IV V - representante da Defensoria Pública;
DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E VI - representantes de entidades e organizações da
DEFESA SOCIAL sociedade cuja finalidade esteja relacionada com políticas
Seção I de segurança pública e defesa social;
Da Composição VII - representantes de entidades de profissionais de
Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela segurança pública.
formação de Conselhos permanentes a serem criados na § 1º Os representantes das entidades e
forma do art. 21 desta Lei. organizações referidas nos incisos VI e VII
do caput deste artigo serão eleitos por meio de
Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança processo aberto a todas as entidades e organizações
Pública e Defesa Social, no âmbito da União, dos cuja finalidade seja relacionada com as políticas de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, segurança pública, conforme convocação pública e
mediante proposta dos chefes dos Poderes Executivos, critérios objetivos previamente definidos pelos Conselhos.
encaminhadas aos respectivos Poderes Legislativos. § 2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que
§ 1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e substituirá o titular em sua ausência.
Defesa Social, com atribuições, funcionamento e § 3º Os mandatos eletivos dos membros
composição estabelecidos em regulamento, terá a referidos nos incisos VI e VII do caput deste artigo e a
participação de representantes da União, dos Estados, do designação dos demais membros terão a duração de
Distrito Federal e dos Municípios. 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondução ou
§ 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa reeleição.
Social congregarão representantes com poder de decisão § 4º Na ausência de representantes dos órgãos ou
dentro de suas estruturas governamentais e terão entidades referidos no caput deste artigo, aplica-se o
natureza de colegiado, com competência consultiva, disposto no § 7º do art. 20 desta Lei.
sugestiva e de acompanhamento social das atividades de
segurança pública e defesa social, respeitadas as
instâncias decisórias e as normas de organização da CAPÍTULO V
Administração Pública. DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE SEGURANÇA
§ 3º Os Conselhos de Segurança Pública e PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
Defesa Social exercerão o acompanhamento das Seção I
instituições referidas no § 2º do art. 9º desta Lei e Dos Planos
poderão recomendar providências legais às Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de
autoridades competentes. Segurança Pública e Defesa Social, destinado a
§ 4º O acompanhamento de que trata o § 3º deste articular as ações do poder público, com a finalidade
artigo considerará, entre outros, os seguintes de:
aspectos: I - promover a melhora da qualidade da gestão das
I - as condições de trabalho, a valorização e o políticas sobre segurança pública e defesa social;
respeito pela integridade física e moral dos seus II - contribuir para a organização dos Conselhos de
integrantes; Segurança Pública e Defesa Social;
II - o atingimento das metas previstas nesta Lei; III - assegurar a produção de conhecimento no tema,
III - o resultado célere na apuração das denúncias a definição de metas e a avaliação dos resultados das
em tramitação nas respectivas corregedorias; políticas de segurança pública e defesa social;
IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de
órgão pela população por ele atendida. segurança interna nas divisas, fronteiras, portos e
§ 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as aeroportos.
políticas públicas de segurança pública e defesa social, § 1º As políticas públicas de segurança não se
restringem aos integrantes do Susp, pois devem

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considerar um contexto social amplo, com VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e
abrangência de outras áreas do serviço público, como social dos egressos do sistema prisional, promovendo
educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as programas que priorizem a melhoria de sua escolarização
atribuições e as finalidades de cada área do serviço e a qualificação profissional;
público. VII - garantir a efetividade dos programas, ações,
§ 2º O Plano de que trata o caput deste artigo atividades e projetos das políticas de segurança pública e
terá duração de 10 (dez) anos a contar de sua defesa social;
publicação. VIII - promover o monitoramento e a avaliação das
§ 3º As ações de prevenção à criminalidade políticas de segurança pública e defesa social;
devem ser consideradas prioritárias na elaboração do IX - fomentar a criação de grupos de estudos
Plano de que trata o caput deste artigo. formados por agentes públicos dos órgãos integrantes do
§ 4º A União, por intermédio do Ministério Susp, professores e pesquisadores, para produção de
Extraordinário da Segurança Pública, deverá elaborar os conhecimento e reflexão sobre o fenômeno da
objetivos, as ações estratégicas, as metas, as criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
prioridades, os indicadores e as formas de públicos de cada unidade da Federação;
financiamento e gestão das Políticas de Segurança X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto
Pública e Defesa Social. dos integrantes do Susp;
§ 5º Os Estados, o Distrito Federal e os XI - garantir o planejamento e a execução de
Municípios deverão, com base no Plano Nacional de políticas de segurança pública e defesa social;
Segurança Pública e Defesa Social, elaborar e implantar XII - fomentar estudos de planejamento urbano para
seus planos correspondentes em até 2 (dois) anos a que medidas de prevenção da criminalidade façam parte
partir da publicação do documento nacional, sob pena do plano diretor das cidades, de forma a estimular, entre
de não poderem receber recursos da União para a outras ações, o reforço na iluminação pública e a
execução de programas ou ações de segurança verificação de pessoas e de famílias em situação de risco
pública e defesa social. social e criminal.
§ 6º O poder público deverá dar ampla divulgação ao
conteúdo das Políticas e dos Planos de segurança pública Seção III
e defesa social. Das Metas para Acompanhamento e Avaliação das
Políticas de Segurança Pública e Defesa Social
Art. 23. A União, em articulação com os Estados, o Art. 25. Os integrantes do Susp fixarão, anualmente,
Distrito Federal e os Municípios, realizará avaliações metas de excelência no âmbito das respectivas
anuais sobre a implementação do Plano Nacional de competências, visando à prevenção e à repressão de
Segurança Pública e Defesa Social, com o objetivo de infrações penais e administrativas e à prevenção de
verificar o cumprimento das metas estabelecidas e desastres, que tenham como finalidade:
elaborar recomendações aos gestores e operadores das I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e
políticas públicas. supervisionar as atividades de educação gerencial,
Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano técnica e operacional, em cooperação com as unidades
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social realizar- da Federação;
se-á no segundo ano de vigência desta Lei, cabendo ao II - apoiar e promover educação qualificada,
Poder Legislativo Federal acompanhá-la. continuada e integrada;
III - identificar e propor novas metodologias e
Seção II técnicas de educação voltadas ao aprimoramento de suas
Das Diretrizes Gerais atividades;
Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as IV - identificar e propor mecanismos de valorização
seguintes diretrizes na elaboração e na execução dos profissional;
planos: V - apoiar e promover o sistema de saúde para os
I - adotar estratégias de articulação entre órgãos profissionais de segurança pública e defesa social;
públicos, entidades privadas, corporações policiais e VI - apoiar e promover o sistema habitacional para
organismos internacionais, a fim de implantar parcerias os profissionais de segurança pública e defesa social.
para a execução de políticas de segurança pública e Seção IV
defesa social; Da Cooperação, da Integração e do Funcionamento
II - realizar a integração de programas, ações, Harmônico dos Membros do Susp
atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e Art. 26. É instituído, no âmbito do Susp, o Sistema
privadas nas áreas de saúde, planejamento familiar, Nacional de Acompanhamento e Avaliação das Políticas
educação, trabalho, assistência social, previdência social, de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped), com os
cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da seguintes objetivos:
criminalidade e à prevenção de desastres; I - contribuir para organização e integração dos
III - viabilizar ampla participação social na membros do Susp, dos projetos das políticas de
formulação, na implementação e na avaliação das segurança pública e defesa social e dos respectivos
políticas de segurança pública e defesa social; diagnósticos, planos de ação, resultados e avaliações;
IV - desenvolver programas, ações, atividades e II - assegurar o conhecimento sobre os programas,
projetos articulados com os estabelecimentos de ensino, ações e atividades e promover a melhora da qualidade da
com a sociedade e com a família para a prevenção da gestão dos programas, ações, atividades e projetos de
criminalidade e a prevenção de desastres; segurança pública e defesa social;
V - incentivar a inclusão das disciplinas de III - garantir que as políticas de segurança pública e
prevenção da violência e de prevenção de desastres nos defesa social abranjam, no mínimo, o adequado
conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino; diagnóstico, a gestão e os resultados das políticas e dos

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programas de prevenção e de controle da violência, com relações institucionais, compromisso social, atividades e
o objetivo de verificar: finalidades das corporações;
a) a compatibilidade da forma de processamento do III - a análise global e integrada dos diagnósticos,
planejamento orçamentário e de sua execução com as estruturas, compromissos, finalidades e resultados das
necessidades do respectivo sistema de segurança pública políticas de segurança pública e defesa social;
e defesa social; IV - o caráter público de todos os procedimentos,
b) a eficácia da utilização dos recursos públicos; dados e resultados dos processos de avaliação.
c) a manutenção do fluxo financeiro, consideradas
as necessidades operacionais dos programas, as normas Art. 32. A avaliação dos objetivos e das metas do
de referência e as condições previstas nos instrumentos Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
jurídicos celebrados entre os entes federados, os órgãos será coordenada por comissão permanente e realizada
gestores e os integrantes do Susp; por comissões temporárias, essas compostas, no mínimo,
d) a implementação dos demais compromissos por 3 (três) membros, na forma do regulamento próprio.
assumidos por ocasião da celebração dos instrumentos Parágrafo único. É vedado à comissão permanente
jurídicos relativos à efetivação das políticas de segurança designar avaliadores que sejam titulares ou servidores
pública e defesa social; dos órgãos gestores avaliados, caso:
e) a articulação interinstitucional e intersetorial das I - tenham relação de parentesco até terceiro grau
políticas. com titulares ou servidores dos órgãos gestores
avaliados;
Art. 27. Ao final da avaliação do Plano Nacional de II - estejam respondendo a processo criminal ou
Segurança Pública e Defesa Social, será elaborado administrativo.
relatório com o histórico e a caracterização do trabalho, as
recomendações e os prazos para que elas sejam CAPÍTULO VI
cumpridas, além de outros elementos a serem definidos DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA
em regulamento. Seção I
§ 1º Os resultados da avaliação das políticas serão Do Controle Interno
utilizados para: - Corregedorias
I - planejar as metas e eleger as prioridades para
Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de
execução e financiamento;
autonomia no exercício de suas competências, caberá
II - reestruturar ou ampliar os programas de
o gerenciam ento e a realização dos processos e
prevenção e controle;
procedimentos de apuração de responsabilidade
III - adequar os objetivos e a natureza dos
funcional, por meio de sindicância e processo
programas, ações e projetos;
administrativo disciplinar, e a proposição de subsídios
IV - celebrar instrumentos de cooperação com vistas
para o aperfeiçoamento das atividades dos órgãos de
à correção de problemas constatados na avaliação;
segurança pública e defesa social.
V - aumentar o financiamento para fortalecer o
sistema de segurança pública e defesa social;
Seção II
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos
Do Acompanhamento Público da Atividade Policial
operadores do Susp.
§ 2º O relatório da avaliação deverá ser - Ouvidorias
encaminhado aos respectivos Conselhos de Segurança Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Pública e Defesa Social. Municípios deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados
de autonomia e independência no exercício de suas
Art. 28. As autoridades, os gestores, as entidades e atribuições.
os órgãos envolvidos com a segurança pública e defesa Parágrafo único. À ouvidoria competirá o
social têm o dever de colaborar com o processo de recebimento e tratamento de representações, elogios e
avaliação, facilitando o acesso às suas instalações, à sugestões de qualquer pessoa sobre as ações e
documentação e a todos os elementos necessários ao atividades dos profissionais e membros integrantes do
seu efetivo cumprimento. Susp, devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição
para as providências legais e a resposta ao requerente.
Art. 29. O processo de avaliação das políticas de
segurança pública e defesa social deverá contar com a Seção III
participação de representantes dos Poderes Legislativo, Da Transparência e da Integração de Dados e
Executivo e Judiciário, do Ministério Público, da Informações
Defensoria Pública e dos Conselhos de Segurança Art. 35. É instituído o Sistema Nacional de
Pública e Defesa Social, observados os parâmetros Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
estabelecidos nesta Lei. Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), com a
Art. 30. Cabe ao Poder Legislativo acompanhar as finalidade de armazenar, tratar e integrar dados e
avaliações do respectivo ente federado. informações para auxiliar na formulação, implementação,
execução, acompanhamento e avaliação das políticas
Art. 31. O Sinaped assegurará, na metodologia a ser relacionadas com:
empregada: I - segurança pública e defesa social;
I - a realização da autoavaliação dos gestores e das II - sistema prisional e execução penal;
corporações; III - rastreabilidade de armas e munições;
II - a avaliação institucional externa, contemplando a IV - banco de dados de perfil genético e digitais;
análise global e integrada das instalações físicas, V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.

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Art. 36. O Sinesp tem por objetivos: II - Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança
I - proceder à coleta, análise, atualização, Pública (Renaesp);
sistematização, integração e interpretação de dados e III - Rede Nacional de Educação a Distância em
informações relativos às políticas de segurança pública e Segurança Pública (Rede EaD-Senasp);
defesa social; IV - programa nacional de qualidade de vida para
II - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e segurança pública e defesa social.
outras informações para auxiliar na formulação, § 2º Os órgãos integrantes do Susp terão acesso às
implementação, execução, monitoramento e avaliação de ações de educação do Sievap, conforme política definida
políticas públicas; pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública.
III - promover a integração das redes e sistemas de
dados e informações de segurança pública e defesa Art. 39. A matriz curricular nacional constitui-se em
social, criminais, do sistema prisional e sobre drogas; referencial teórico, metodológico e avaliativo para as
IV - garantir a interoperabilidade dos sistemas de ações de educação aos profissionais de segurança
dados e informações, conforme os padrões definidos pelo pública e defesa social e deverá ser observada nas
conselho gestor. atividades formativas de ingresso, aperfeiçoamento,
Parágrafo único. O Sinesp adotará os padrões de atualização, capacitação e especialização na área de
integridade, disponibilidade, confidencialidade, segurança pública e defesa social, nas modalidades
confiabilidade e tempestividade dos sistemas presencial e a distância, respeitados o regime jurídico e
informatizados do governo federal. as peculiaridades de cada instituição.
§ 1º A matriz curricular é pautada nos direitos
Art. 37. Integram o Sinesp todos os entes federados, humanos, nos princípios da andragogia e nas teorias que
por intermédio de órgãos criados ou designados para enfocam o processo de construção do conhecimento.
esse fim. - Andragogia: conjunto de métodos e técnicas utilizadas para a
§ 1º Os dados e as informações de que trata esta Lei educação de adultos.
deverão ser padronizados e categorizados e serão
§ 2º Os programas de educação deverão estar em
fornecidos e atualizados pelos integrantes do Sinesp.
consonância com os princípios da matriz curricular
§ 2º O integrante que deixar de fornecer ou atualizar
nacional.
seus dados e informações no Sinesp poderá não receber
recursos nem celebrar parcerias com a União para
Art. 40. A Renaesp, integrada por instituições de
financiamento de programas, projetos ou ações de
ensino superior, observadas as normas de licitação e
segurança pública e defesa social e do sistema prisional,
contratos, tem como objetivo:
na forma do regulamento.
I - promover cursos de graduação, extensão e pós-
§ 3º O Ministério Extraordinário da Segurança
graduação em segurança pública e defesa social;
Pública é autorizado a celebrar convênios com órgãos do
II - fomentar a integração entre as ações dos
Poder Executivo que não integrem o Susp, com o Poder
profissionais, em conformidade com as políticas nacionais
Judiciário e com o Ministério Público, para
de segurança pública e defesa social;
compatibilização de sistemas de informação e integração
III - promover a compreensão do fenômeno da
de dados, ressalvadas as vedações constitucionais de
violência;
sigilo e desde que o objeto fundamental dos acordos seja
IV - difundir a cidadania, os direitos humanos e a
a prevenção e a repressão da violência.
educação para a paz;
§ 4º A omissão no fornecimento das informações
V - articular o conhecimento prático dos profissionais
legais implica responsabilidade administrativa do agente
de segurança pública e defesa social com os
público.
conhecimentos acadêmicos;
VI - difundir e reforçar a construção de cultura de
CAPÍTULO VII
segurança pública e defesa social fundada nos
DA CAPACITAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO DO
paradigmas da contemporaneidade, da inteligência, da
PROFISSIONAL EM SEGURANÇA PÚBLICA E
informação e do exercício de atribuições estratégicas,
DEFESA SOCIAL
técnicas e científicas;
Seção I
VII - incentivar produção técnico-científica que
Do Sistema Integrado de Educação e Valorização
contribua para as atividades desenvolvidas pelo Susp.
Profissional (Sievap)
Art. 38. É instituído o Sistema Integrado de
Art. 41. A Rede EaD-Senasp é escola virtual
Educação e Valorização Profissional (Sievap), com a
destinada aos profissionais de segurança pública e defesa
finalidade de:
social e tem como objetivo viabilizar o acesso aos
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e
processos de aprendizagem, independentemente das
supervisionar as atividades de educação gerencial,
limitações geográficas e sociais existentes, com o
técnica e operacional, em cooperação com as unidades
propósito de democratizar a educação em segurança
da Federação;
pública e defesa social.
II - identificar e propor novas metodologias e
técnicas de educação voltadas ao aprimoramento de suas
Seção II
atividades;
Do Programa Nacional de Qualidade de Vida para
III - apoiar e promover educação qualificada,
Profissionais de Segurança Pública (Pró-Vida)
continuada e integrada;
Art. 42. O Programa Nacional de Qualidade de Vida
IV - identificar e propor mecanismos de valorização
para Profissionais de Segurança Pública (Pró-Vida) tem
profissional.
por objetivo elaborar, implementar, apoiar, monitorar e
§ 1º O Sievap é constituído, entre outros, pelos
avaliar, entre outros, os projetos de programas de atenção
seguintes programas:
psicossocial e de saúde no trabalho dos profissionais de
I - matriz curricular nacional;

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segurança pública e defesa social, bem como a
integração sistêmica das unidades de saúde dos órgãos
que compõem o Susp.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 43. Os documentos de identificação funcional
dos profissionais da área de segurança pública e defesa
social serão padronizados mediante ato do Ministro de 01_____________________________________
Estado Extraordinário da Segurança Pública e terão fé
pública e validade em todo o território nacional. 02_____________________________________
Art. 44. (VETADO). 03_____________________________________
Art. 45. Deverão ser realizadas conferências a 04_____________________________________
cada 5 (cinco) anos para debater as diretrizes dos
planos nacional, estaduais e municipais de segurança 05_____________________________________
pública e defesa social.
06_____________________________________
Art. 46. O art. 3º da Lei Complementar nº 79, de 7 de 07_____________________________________
janeiro de 1994 , passa a vigorar com as seguintes
alterações: 08_____________________________________
“Art. 3º ........................................................................
§ 1º (VETADO). 09_____________________________________
....................................................................................
§ 4º Os entes federados integrantes do Sistema 10_____________________________________
Nacional de Informações de Segurança Pública,
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de 11_____________________________________
Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que
12_____________________________________
deixarem de fornecer ou atualizar seus dados no Sistema
não poderão receber recursos do Funpen.” (NR) 13_____________________________________
Art. 47. O inciso II do § 3º e o § 5º do art. 4º da Lei nº 14_____________________________________
10.201, de 14 de fevereiro de 2001 , passam a vigorar
com a seguinte redação: 15_____________________________________
“Art.4º..........................................................................
§3º...............................................................................
II - os integrantes do Sistema Nacional de
Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
Resolução nº 217-A / 1948
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Declaração Universal dos Direitos
Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que cumprirem Humanos
os prazos estabelecidos pelo órgão competente para o
fornecimento de dados e informações ao Sistema;
.............................................................................................
§ 5º (VETADO) Declaração Universal dos Direitos Humanos
Proclamada pela Resolução nº 217-A da Assembleia
Art. 48. O § 2º do art. 9º da Lei nº 11.530, de 24 de Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948.
outubro de 2007 , passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 9º Preâmbulo
........................................................................................ Considerando que o reconhecimento da dignidade
§ 2º Os entes federados integrantes do Sistema inerente a todos os membros da família humana e de
Nacional de Informações de Segurança Pública, seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de liberdade, da justiça e da paz no mundo,
Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que
deixarem de fornecer ou de atualizar seus dados e Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos
informações no Sistema não poderão receber recursos do direitos humanos resultam em atos bárbaros que ultrajam
Pronasci.” (NR) a consciência da humanidade e que o advento de um
mundo em que os homens gozem de liberdade de
Art. 49. Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo
12.681, de 4 de julho de 2012. do temor e da necessidade foi proclamado como a mais
alta aspiração do homem comum,
Art. 50. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30
(trinta) dias de sua publicação oficial. Considerando essencial que os direitos humanos sejam
protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não
Brasília, 11 de junho de 2018; 197º da seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a
Independência e 130º da República. tirania e a opressão,

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Considerando essencial promover o desenvolvimento de servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão
relações amistosas entre as nações, proibidos em todas as suas formas.

Considerando que os povos das Nações Unidas Art. 5º Ninguém será submetido à tortura, nem
reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa degradante.
humana e na igualdade de direitos dos homens e das CF/88. Art. 5º: III - ninguém será submetido a tortura nem a
mulheres, e que decidiram promover o progresso social e tratamento desumano ou degradante;
melhores condições de vida em uma liberdade mais
ampla, Art. 6º Toda pessoa tem o direito de ser, em
todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Considerando que os Estados-Membros se
comprometeram a promover, em cooperação com as Art. 7º Todos são iguais perante a lei e têm
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
e liberdades fundamentais e a observância desses Todos têm direito a igual proteção contra qualquer
direitos e liberdades, discriminação que viole a presente Declaração e contra
qualquer incitamento a tal discriminação.
Considerando que uma compreensão comum desses
direitos e liberdades é da mais alta importância para o Art. 8º Toda pessoa tem direito a receber dos
pleno cumprimento desse compromisso, tribunais nacionais competentes remédio efetivo para
os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
A Assembleia Geral proclama: reconhecidos pela constituição ou pela lei.
São exemplos de remédios, previsto na Constituição Federal de
A presente Declaração Universal dos Direitos 1988, para atos que violem direitos fundamentais: habeas
Humanos como o ideal comum a ser atingido por corpus, habeas data, mandado de segurança e ação popular.
todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo Art. 9º Ninguém será arbitrariamente preso,
sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do detido ou exilado.
ensino e da educação, por promover o respeito a esses CF/88. Art. 5º: XLVII - não haverá penas:
direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
progressivas de caráter nacional e internacional, por art. 84, XIX;
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância b) de caráter perpétuo;
universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios c) de trabalhos forçados;
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios d) de banimento;
sob sua jurisdição. e) cruéis;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
Art. 1º Todas as pessoas nascem livres e iguais salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
em dignidade e direitos. São dotadas de razão e militar, definidos em lei;
consciência e devem agir em relação umas às outras com LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
espírito de fraternidade. serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada;
Art. 2º Toda pessoa tem capacidade para gozar LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
os direitos e as liberdades estabelecidas nesta
família e de advogado;
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de autoridade judiciária;
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
nascimento, ou qualquer outra condição. lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
condição política, jurídica ou internacional do país ou pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um alimentícia e a do depositário infiel;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
território independente, sob tutela, sem governo próprio,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.

Art. 3º Toda pessoa tem direito à vida, à Art. 10 Toda pessoa tem direito, em plena
liberdade e à segurança pessoal. igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir
CF/88. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil: sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; qualquer acusação criminal contra ele.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, CF/88. Art. 5º: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
CF/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de autoridade competente;
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, Art. 11 - §1. Toda pessoa acusada de um ato
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
delituoso tem o direito de ser presumida inocente até
termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
termos desta Constituição; com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias à sua
Art. 4º Ninguém será mantido em escravidão ou defesa.

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§2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer
ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito Art. 17 - §1. Toda pessoa tem direito à
perante o direito nacional ou internacional. Tampouco propriedade, só ou em sociedade com outros.
será imposta pena mais forte do que aquela que, no §2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua
momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. propriedade.
CF/88. Art. 5º: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o CF/88. Art. 5º: XXII - é garantido o direito de propriedade;
defina, nem pena sem prévia cominação legal; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
julgado de sentença penal condenatória; mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
Art. 12 Ninguém será sujeito a interferências na XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada
sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
correspondência, nem a ataques à sua honra e XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde
reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
contratais interferências ou ataques. pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
CF/88. Art. 5º: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a desenvolvimento;
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação; Art. 18 Toda pessoa tem direito à liberdade de
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
o dia, por determinação judicial; manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no coletivamente, em público ou em particular.
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a CF/88. Art. 5º: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução vedado o anonimato;
processual penal; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Art. 13 - §1. Toda pessoa tem direito à VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
liberdade de locomoção e residência dentro das assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
fronteiras de cada Estado.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
§2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
país, inclusive o próprio, e a este regressar. invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
CF/88. Art. 5º: XV - é livre a locomoção no território nacional em recusar- se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Art. 19 Toda pessoa tem direito à liberdade de
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sofrer ou e achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
poder; transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
Art. 14 - §1. Toda pessoa, vítima de CF/88. Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
em outros países. nesta Constituição.
§2. Este direito não pode ser invocado em caso § 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir
de perseguição legitimamente motivada por crimes de embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
direito comum ou por atos contrários aos propósitos e qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no
princípios das Nações Unidas. art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
CF/88. Art. 4º: X - Concessão de asilo político. § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
ideológica e artística.
Art. 15 - §1. Toda pessoa tem direito a uma
nacionalidade. Art. 20 - §1. Toda pessoa tem direito à liberdade
§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua de reunião e associação pacíficas.
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. §2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de
uma associação.
Art. 16 - Os homens e mulheres de maior idade, CF/88. Art. 5º: XVII - é plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. cooperativas independem de autorização sendo vedada a
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua interferência estatal em seu funcionamento;
duração e sua dissolução. XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
§1. O casamento não será válido senão como o dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
livre e pleno consentimento dos nubentes. exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
§2. A família é o núcleo natural e fundamental XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do permanecer associado;
Estado.
CF/88. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
Art. 21 - §1. Toda pessoa tem o direito de
proteção do Estado. tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.

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§2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao casos de perda dos meios de subsistência em
serviço público do seu país. circunstâncias fora de seu controle.
§3. A vontade do povo será a base da autoridade §2. A maternidade e a infância têm direito a
do governo; esta vontade será expressa em eleições cuidados e assistência especiais. Todas as crianças,
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto nascidas dentro ou fora de matrimônio, gozarão da
secreto ou processo equivalente que assegure a mesma proteção social.
liberdade de voto. CF/88. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
CF/88. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
e, nos termos da lei, mediante: infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
I - plebiscito; Constituição.
II - referendo;
III - iniciativa popular. Art. 26 - §1. Toda pessoa tem direito à
instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
Art. 22 - Toda pessoa, como membro da graus elementares e fundamentais. A instrução elementar
sociedade, tem direito à segurança social e à realização, será obrigatória. A instrução técnico-profissional será
pelo esforço nacional, pela cooperação internacional de acessível a todos, bem como a instrução superior, está
acordo com a organização e recursos de cada Estado, baseada no mérito.
dos direitos econômicos, sociais e culturais §2. A instrução será orientada no sentido do
indispensáveis à sua dignidade e ao livre pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
desenvolvimento da sua personalidade. fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
Art. 23 - §1. Toda pessoa tem direito ao compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
trabalho, à livre escolha de emprego, a condições nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da
desemprego. paz.
§2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem §3. Os pais têm prioridade de direito na escolha
direito a igual remuneração por igual trabalho. do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
§3. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma CF/88. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado
remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
assim como à sua família, uma existência compatível com sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
necessário, outros meios de proteção social. trabalho.
§4. Toda pessoa tem direito a organizar
sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus Art. 27 - §1. Toda pessoa tem o direito de
interesses. participar livremente da vida cultural da comunidade, de
CF/88. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, fruir as artes e de participar do processo científico e de
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: seus benefícios.
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz §2. Toda pessoa tem direito à proteção dos
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua interesses morais e materiais decorrentes de qualquer
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, produção científica, literária ou artística da qual seja
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes autor.
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada
sua vinculação para qualquer fim; CF/88. Art. 5º: XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho. Art. 28 Toda pessoa tem direito a uma ordem
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos social e internacional em que os direitos e liberdades
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; estabelecidos na presente Declaração possam ser
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos plenamente realizados.
domingos;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal; Art. 29 - §1. Toda pessoa tem deveres para com
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou de sua personalidade é possível.
estado civil; §2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda
CF/88. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas
observado o seguinte: por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
Art. 24 - Toda pessoa tem direito a repouso e outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
e a férias periódicas remuneradas. democrática.
§3. Esses direitos e liberdades não podem, em
Art. 25 - §1. Toda pessoa tem direito a um hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família propósitos e princípios das Nações Unidas.
saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais Art. 30 Nenhuma disposição da presente
indispensáveis, e direito à segurança em caso de Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer

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qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à
destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
estabelecidos.

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III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e
Decreto nº 9.489 / 2018 operacionais entre os órgãos policiais federais, estaduais,
distrital e as guardas municipais;
Regulamenta a Lei nº 13.675/2018 IV - valorizar a autonomia técnica, científica e
funcional dos institutos oficiais de criminalística, medicina
Regulamenta, no âmbito da União, a Lei nº legal e identificação, de modo a lhes garantir condições
13.675, de 11 de junho de 2018, para estabelecer plenas para o exercício de suas competências;
normas, estrutura e procedimentos para a execução V - promover a qualificação profissional dos
da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa integrantes da segurança pública e defesa social,
Social. especialmente nos âmbitos operacional, ético e técnico-
científico;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das
VI - elaborar estudos e pesquisas nacionais e
atribuições que lhe confere o art. 84, caput , incisos IV e
consolidar dados e informações estatísticas sobre
VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto
criminalidade e vitimização;
na Lei nº. 13.675, de 11 de junho de 2018,
VII - coordenar as atividades de inteligência de
DECRETA:
segurança pública e defesa social integradas ao Sistema
Brasileiro de Inteligência; e
CAPÍTULO I VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 1º A autonomia dos institutos oficiais de
Art. 1º Este Decreto estabelece normas, estrutura e criminalística, medicina legal e identificação de que trata o
procedimentos para a execução da Política Nacional de inciso IV do caput refere-se, exclusivamente, à liberdade
Segurança Pública e Defesa Social, de que trata a Lei n.º técnico-científica para a realização e a conclusão de
13.675, de 11 de junho de 2018 , que institui o Sistema procedimentos e exames inerentes ao exercício de suas
Único de Segurança Pública - Susp. competências.
§ 2º No desempenho das competências de que
Art. 2º A Política Nacional de Segurança Pública e tratam os incisos VII e VIII do caput, o Ministério da
Defesa Social será implementada por estratégias que Justiça e Segurança Pública manterá sistemas destinados
garantam integração, coordenação e cooperação à coordenação, ao planejamento e à integração das
federativa, interoperabilidade, liderança situacional, atividades de inteligência de segurança pública e defesa
modernização da gestão das instituições de segurança social e de inteligência penitenciária no território nacional
pública, valorização e proteção dos profissionais, e ao assessoramento estratégico dos Governos federal,
complementaridade, dotação de recursos humanos, estaduais, distrital e municipais, com informações e
diagnóstico dos problemas a serem enfrentados, conhecimentos que subsidiem a tomada de decisões
excelência técnica, avaliação continuada dos resultados e nesse âmbito. (2019)
garantia da regularidade orçamentária para execução de § 3º O Ministério da Justiça e Segurança Pública
planos e programas de segurança pública. poderá firmar instrumentos de cooperação, para integrar
Parágrafo único. Configuram meios e instrumentos aos sistemas de que trata o § 2º, outros órgãos ou
essenciais da Política Nacional de Segurança Pública e entidades federais, estaduais, distrital e municipais cujas
Defesa Social: atividades sejam compatíveis com os interesses das
I - o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa atividades de inteligência. (2019)
Social - PNSP, que compreenderá o Plano Nacional de § 4º Ato do Ministro de Estado da Justiça e
Enfrentamento de Homicídios de Jovens; Segurança Pública disporá sobre os procedimentos
II - o Sistema Nacional de Informações e Gestão de necessários ao cumprimento das ações de que trata
Segurança Pública e Defesa Social; e o caput no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança
III - a atuação integrada dos mecanismos formados Pública. (2019)
pelos órgãos federais de prevenção e controle de atos
ilícitos contra a administração pública e referentes à CAPÍTULO II
ocultação ou à dissimulação de bens, direitos e valores. DO PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E
DEFESA SOCIAL
Art. 3º O Ministério da Justiça e Segurança Pública, Seção I
responsável pela gestão, pela coordenação e pelo Do regime de formulação
acompanhamento do Susp, orientará e acompanhará as Art. 4º Caberá ao Ministério da Justiça e Segurança
atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de Pública elaborar o PNSP, que deverá incluir o Plano de
promover as seguintes ações: (2019) Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jovens,
I - apoiar os programas de aparelhamento e além de estabelecer suas estratégias, suas metas, suas
modernização dos órgãos de segurança pública e defesa ações e seus indicadores, direcionados ao cumprimento
social do País; dos objetivos e das finalidades estabelecidos nos art.
II - implementar, manter e expandir, observadas as 6º e art. 22 da Lei nº 13.675, de 2018. (2019)
restrições previstas em lei quanto ao sigilo, o Sistema § 1º A elaboração do PNSP deverá observar as
Nacional de Informações e de Gestão de Segurança diretrizes estabelecidas no art. 24 da Lei nº 13.675, de
Pública e Defesa Social; 2018 .

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§ 2º O PNSP terá duração de dez anos, contado da para o aperfeiçoamento das atividades dos órgãos de
data de sua publicação e deverá ser estruturado em ciclos segurança pública e defesa social.
de implementação de dois anos. § 1º Caberá ao Ministério da Justiça e Segurança
§ 3º Sem prejuízo do pressuposto de que as ações Pública instituir mecanismos de registro,
de prevenção à criminalidade devem ser consideradas acompanhamento e avaliação, em âmbito nacional, dos
prioritárias na elaboração do PNSP, o primeiro ciclo do órgãos de correição, e poderá, para tanto, solicitar aos
PNSP editado após a data de entrada em vigor deste órgãos de correição a que se refere o caput o
Decreto deverá priorizar ações destinadas a viabilizar a fornecimento de dados e informações que entender
coleta, a análise, a atualização, a sistematização, a necessários, respeitadas as atribuições legais e de modo
interoperabilidade de sistemas, a integração e a a promover a racionalização de meios com base nas
interpretação de dados: melhores práticas. (2019)
I - de segurança pública e defesa social;
II - prisionais; § 2º Os titulares dos órgãos de correição a que se
III - de rastreabilidade de armas e munições; refere o caput , que exercerão as suas atribuições
IV - relacionados com perfil genético e digitais; e preferencialmente por meio de mandato, deverão
V - sobre drogas. colaborar com o processo de avaliação referido no § 1º,
de modo a facilitar o acesso à documentação e aos
Art. 5º O PNSP será estabelecido após processo de elementos necessários ao seu cumprimento efetivo.
consulta pública, efetuada por meio eletrônico, observado § 3º O Ministério da Justiça e Segurança Pública
o disposto no Capítulo VI do Decreto nº 9.191, de 1º de considerará, entre os critérios e as condições para prestar
novembro de 2017 . apoio à implementação dos planos de segurança pública
e de defesa social dos Estados, do Distrito Federal e dos
Seção II Municípios, os indicadores de eficiência apurados no
Das metas para o acompanhamento e a avaliação das processo de avaliação de que trata o § 1º. (2019)
políticas de segurança pública e defesa social
Art. 6º Os integrantes do Susp, a que se refere o art. Art. 9º Aos órgãos de ouvidoria da União, dos
9º da Lei nº 13.675, de 2018 , elaborarão, estabelecerão e Estados, do Distrito Federal e dos Municípios caberão,
divulgarão, anualmente, programas de ação baseados em nos termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.675, de
parâmetros de avaliação e metas de excelência com 2018 , o recebimento e o tratamento de representações,
vistas à prevenção e à repressão, no âmbito de suas elogios e sugestões de qualquer pessoa sobre as ações e
competências, de infrações penais e administrativas e à as atividades dos profissionais e dos membros integrantes
prevenção de desastres, que tenham como finalidade: do Susp, e o encaminhamento ao órgão competente para
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e tomar as providências legais e fornecer a resposta ao
supervisionar as atividades de educação gerencial, requerente.
técnica e operacional, em cooperação com os entes
federativos; CAPÍTULO III
II - apoiar e promover educação qualificada, DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES E
continuada e integrada; GESTÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA
III - identificar e propor novas metodologias e SOCIAL
técnicas de educação destinadas ao aprimoramento de Seção I
suas atividades; Da composição
IV - identificar e propor mecanismos de valorização Art. 10. O Sistema Nacional de Informações e
profissional; Gestão de Segurança Pública e Defesa Social disporá,
V - apoiar e promover o sistema de saúde para os para a consecução de seus objetivos, dos seguintes
profissionais de segurança pública e defesa social; e sistemas e programas, que atuarão de forma integrada:
VI - apoiar e promover o sistema habitacional para I - Sistema Nacional de Acompanhamento e
os profissionais de segurança pública e defesa social. Avaliação das Políticas de Segurança Pública e Defesa
Social;
Art. 7º Até o dia 31 de março de cada ano- II - Sistema Nacional de Informações de Segurança
calendário, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Pública, Prisionais e de Rastreabilidade de Armas e
em articulação com os órgãos competentes dos Estados, Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas;
do Distrito Federal e dos Municípios, realizará avaliação III - Sistema Integrado de Educação e Valorização
sobre a implementação do PNSP, com o objetivo de Profissional;
verificar o cumprimento das metas estabelecidas e IV - Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança
elaborar recomendações aos gestores e aos operadores Pública; e
de políticas públicas relacionadas com segurança pública V - Programa Nacional de Qualidade de Vida para
e defesa social. (2019) Profissionais de Segurança.

Seção III Seção II


Dos mecanismos de transparência e avaliação e de Do Sistema Nacional de Acompanhamento e
controle e correição de atos dos órgãos do Sistema Avaliação das Políticas de Segurança Pública e
Único de Segurança Pública Defesa Social
Art. 8º Aos órgãos de correição dos integrantes Art. 11. A implementação do Sistema Nacional de
operacionais do Susp, no exercício de suas Acompanhamento e Avaliação das Políticas de
competências, caberão o gerenciamento e a realização Segurança Pública e Defesa Social observará o disposto
dos procedimentos de apuração de responsabilidade no art. 26 ao art. 32 da Lei nº 13.675, de 2018 .
funcional, por meio de sindicância e processo
administrativo disciplinar, e a proposição de subsídios Subseção única

ID:
115
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Da Comissão Permanente do Sistema Nacional de Art. 14. A Comissão Permanente do Sistema
Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Nacional de Acompanhamento e Avaliação das Políticas
Segurança Pública e Defesa Social de Segurança Pública e Defesa Social assegurará a
Art. 12. Fica criada a Comissão Permanente do participação, no processo de avaliação do PNSP, de
Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação das representantes dos Poderes Legislativo, Executivo e
Políticas de Segurança Pública e Defesa Social, com a Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e
função de coordenar a avaliação dos objetivos e das dos conselhos estaduais, distrital e municipais de
metas do PNSP. segurança pública e defesa social, observados os
§ 1º A Comissão Permanente será composta por parâmetros estabelecidos na Lei nº 13.675, de 2018 .
cinco representantes, titulares e suplentes, indicados e
designados pelo Ministro de Estado da Justiça e Art. 15. (Revogado) (2019)
Segurança Pública. (2019) Art. 16. (Revogado) (2019)
§ 2º Caberá ao Ministro de Estado da Justiça e
Segurança Pública, dentre os membros por ele indicados, Seção III
designar o Presidente da Comissão Permanente. (2019) Do Sistema Nacional de Informações de Segurança
§ 3º O mandato dos representantes da Comissão Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e
Permanente será de dois anos, admitida uma recondução. Munições, de Material Genético, de Digitais e de
§ 4º A Comissão Permanente poderá criar, por meio Drogas
de portaria, até dez comissões temporárias de avaliação Art. 17. O Sistema Nacional de Informações de
com duração não superior a um ano, que serão Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
constituídas por, no máximo, sete membros, observado o Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de
disposto em seu regimento interno e no art. 32 da Lei nº Drogas, instituído pelo art. 35 da Lei nº 13.675, de 2018 ,
13.675, de 2018. (2019) será integrado por órgãos criados ou designados para
§ 5º A Comissão Permanente se reunirá, em caráter esse fim por todos os entes federativos.
ordinário, trimestralmente e, em caráter extraordinário, Parágrafo único. O Ministério da Justiça e
sempre que convocado por seu Presidente ou pelo Segurança Pública buscará a integração do Sistema
Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública. (2019) Nacional de Informações de Segurança Pública,
§ 6º A Comissão Permanente deliberará por maioria Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
simples, com a presença da maioria de seus Material Genético, de Digitais e de Drogas com sistemas
representantes. de informação de outros países, de modo a conferir
§ 7º É vedado à Comissão Permanente designar prioridade aos países que fazem fronteira com a
para as comissões temporárias avaliadores que sejam República Federativa do Brasil. (2019)
titulares ou servidores dos órgãos gestores avaliados,
caso: Art. 18. Constarão do Sistema Nacional de
I - tenham relação de parentesco até terceiro grau Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
com titulares ou servidores dos órgãos gestores Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
avaliados; ou Genético, de Digitais e de Drogas, sem prejuízo de outros
II - estejam respondendo a processo criminal ou definidos por seu Conselho Gestor, dados e informações
administrativo. relativos a:
§ 8º As comissões temporárias, sempre que I - ocorrências criminais registradas e comunicações
possível, deverão ter um representante da Controladoria- legais;
Geral da União ou do Instituto de Pesquisa Econômica II - registro e rastreabilidade de armas de fogo e
Aplicada ou do Ministério da Cidadania, observado o munições;
disposto no art. 32 da Lei nº 13.675, de 2018. (2019) III - entrada e saída de estrangeiros;
§ 9º As reuniões serão realizadas, IV - pessoas desaparecidas;
preferencialmente, por videoconferência. (2019) V - execução penal e sistema prisional;
VI - recursos humanos e materiais dos órgãos e das
Art. 13. Caberá à Comissão Permanente do entidades de segurança pública e defesa social;
Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação das VII - condenações, penas, mandados de prisão e
Políticas de Segurança Pública e Defesa Social, com o contramandados de prisão;
apoio técnico e administrativo do Ministério da Justiça e VIII - repressão à produção, à fabricação e ao tráfico
Segurança Pública, por intermédio do Gabinete da de drogas ilícitas e a crimes correlacionados, além da
Secretaria Nacional de Segurança Pública, coordenar o apreensão de drogas ilícitas;
processo de acompanhamento e avaliação de que tratam IX - índices de elucidação de crimes;
os § 1º e § 2º do art. 8º. (2019) X - veículos e condutores; e
§ 1º A Comissão Permanente adotará as XI - banco de dados de perfil genético e digitais.
providências necessárias ao cumprimento do disposto § 1º Os dados e as informações, a serem fornecidos
no art. 31 da Lei nº 13.675, de 2018 . de forma atualizada pelos integrantes do Sistema
§ 2º Os órgãos integrantes do Susp assegurarão à Nacional de Informações de Segurança Pública,
Comissão Permanente e às comissões temporárias de Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
avaliação o acesso às instalações, à documentação e aos Material Genético, de Digitais e de Drogas, deverão ser
elementos necessários ao exercício de suas padronizados e categorizados com o fim de assegurar
competências. padrões de integridade, disponibilidade, confidencialidade,
§ 3º A Comissão Permanente adotará as confiabilidade e tempestividade dos sistemas
providências necessárias ao cumprimento do disposto informatizados do Governo federal.
no art. 27 da Lei nº 13.675, de 2018. (2019) § 2º Na divulgação dos dados e das informações, a
identificação pessoal dos envolvidos deverá ser
preservada.

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116
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§ 3º Os dados e as informações referentes à segurança pública e defesa social, sistema prisional e de
prevenção, ao tratamento e à reinserção social de execução penal, rastreabilidade de armas e munições,
usuários e dependentes de drogas ilícitas serão banco de dados de perfil genético e digitais, e
fornecidos, armazenados e tratados de forma agregada, enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas;
de modo a preservar o sigilo, a confidencialidade e a IV - sugerir procedimentos para implementação,
identidade de usuários e dependentes, observada a operacionalização, aprimoramento e fiscalização do
natureza multidisciplinar e intersetorial prevista na Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública,
legislação. Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
§ 4º O fornecimento de dados dos usuários, de Material Genético, de Digitais e de Drogas;
acessos e consultas do Sistema Nacional de Informações V - instituir grupos de trabalho relacionados com
de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de segurança pública e defesa social, sistema prisional e
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de execução penal, enfrentamento do tráfico ilícito de drogas
Drogas ficará condicionado à instauração e à instrução de e prevenção, tratamento e reinserção social de usuários e
processos administrativos ou judiciais, observados, nos dependentes de drogas;
casos concretos, os procedimentos de segurança da VI - promover a elaboração de estudos com vistas à
informação e de seus usuários. integração das redes e dos sistemas de dados e
§ 5º O usuário que utilizar indevidamente as informações relacionados com segurança pública e
informações obtidas por meio do Sistema Nacional de defesa social, sistema prisional e execução penal, e
Informações de Segurança Pública, Prisionais, de enfrentamento do tráfico ilícito de drogas;
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material VII - propor condições, parâmetros, níveis e formas
Genético, de Digitais e de Drogas ficará sujeito à de acesso aos dados e às informações do Sistema
responsabilidade administrativa, civil e criminal. Nacional de Informações de Segurança Pública,
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
Art. 19. Compete ao Conselho Gestor do Sistema Material Genético, de Digitais e de Drogas, assegurada a
Nacional de Informações de Segurança Pública, preservação do sigilo;
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de VIII - controlar e dar publicidade a situações de
Material Genético, de Digitais e de Drogas, órgão inadimplemento dos integrantes do Sistema Nacional de
consultivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
por meio de resolução: (2019) Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
I - propor procedimentos sobre coleta, análise, Genético, de Digitais e de Drogas, em relação ao
sistematização, integração, atualização, interpretação de fornecimento de informações obrigatórias, ao Ministro de
dados e informações referentes às políticas relacionadas Estado da Justiça e Segurança Pública, para aplicação do
com: disposto no § 2º do art. 37 da Lei nº 13.675, de 2018;
a) segurança pública e defesa social; e (2019)
b) sistema prisional e execução penal; IX - publicar relatórios anuais que contemplem
c) rastreabilidade de armas e munições; estatísticas, indicadores e análises relacionadas com
d) banco de dados de perfil genético e digitais; e segurança pública e defesa social, sistema prisional e de
e) enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas; execução penal, rastreabilidade de armas e munições,
II - propor: (2019) banco de dados de perfil genético e digitais, e
a) metodologia, padronização, categorias e regras enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.
para tratamento dos dados e das informações a serem Parágrafo único. As Resoluções do Conselho
fornecidos ao Sistema Nacional de Informações de Gestor serão submetidas à aprovação do Ministro de
Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Estado da Justiça e Segurança Pública, que, na qualidade
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de de responsável pela administração, pela coordenação e
Drogas; pela formulação de diretrizes do Sistema Nacional de
b) dados e informações a serem integrados ao Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Genético, de Digitais e de Drogas, editará as normas
Material Genético, de Digitais e de Drogas, observado o complementares necessárias à implementação das
disposto no art. 18; medidas aprovadas. (2019)
c) padrões de interoperabilidade dos sistemas de
dados e informações que integrarão o Sistema Nacional Art. 20. O Conselho Gestor do Sistema Nacional de
de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
Genético, de Digitais e de Drogas; Genético, de Digitais e de Drogas será composto pelos
d) critérios para integração e gestão centralizada dos seguintes representantes, titulares e suplentes:
sistemas de dados e informações a que se refere o art. I - quatro representantes do Ministério da Justiça e
18; Segurança Pública, sendo: (2019)
e) rol de crimes de comunicação imediata; e a) um da Diretoria de Gestão e Integração e
f) forma e condições para adesão dos Municípios, do Informações da Secretaria Nacional de Segurança
Poder Judiciário, da Defensoria Pública, do Ministério Pública; (2019)
Público, e dos demais entes públicos que considerar b) um do Departamento Penitenciário
pertinentes; Nacional; (2019)
III - propor normas, critérios e padrões para c) um da Polícia Federal; e (2019)
disponibilização de estudos, estatísticas, indicadores e d) um da Polícia Rodoviária Federal; (2019)
outras informações para auxiliar na formulação, na II - um representante do Ministério da Mulher, da
implementação, na execução, no monitoramento e na Família e dos Direitos Humanos; e (2019)
avaliação das políticas públicas relacionadas com

ID:
117
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III - cinco representantes dos Estados ou do Distrito § 1º Cada câmara técnica atuará em uma das
Federal, sendo um de cada região geográfica. (2019) seguintes áreas:
§ 1º Os representantes a que se refere o inciso III I - estatística e análise;
do caput serão escolhidos por meio de eleição direta II - inteligência; e
pelos gestores dos entes federativos de sua região. (2019) III - tecnologia da informação.
§ 2º Os representantes titulares e suplentes do § 2º Cada câmara técnica será composta pelos
Conselho Gestor serão indicados pelos titulares dos seguintes representantes, titulares e suplentes:
órgãos que representam e designados pelo Ministro de I - um representante do Ministério da Justiça e
Estado da Justiça e Segurança Pública. (2019) Segurança Pública; (2019)
§ 3º O mandato dos representantes do Conselho II - cinco representantes dos Estados ou do Distrito
Gestor será de dois anos, admitida uma recondução. Federal, dos quais serão designados um para cada região
§ 4º A recondução dos representantes a que se geográfica.
refere o inciso III do caput será realizada por meio de § 3º A coordenação das câmaras técnicas será
nova consulta aos entes federativos integrantes da região definida em regimento interno. (2019)
geográfica correspondente. (2019) § 4º Os representantes das câmaras técnicas serão
§ 5º O Presidente do Conselho Gestor será o designados pelo Ministro da Justiça e Segurança
Diretor da Diretoria de Gestão e Integração de Pública. (2019)
Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública
do Ministério da Justiça e Segurança Pública. (2019) Art. 25. (Revogado) (2019)
§ 6º Em suas ausências e seus impedimentos, o
Presidente do Conselho Gestor, será substituído pelo Art. 26. Cada ente federativo indicará um gestor
Coordenador-Geral do Sistema Nacional de Informações titular e um suplente para atuar em cada uma das
de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de seguintes áreas:
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de I - estatística e análise;
Drogas. (2019) II - inteligência; e
§ 7º O Conselho Gestor se reunirá, em caráter III - tecnologia da informação.
ordinário, trimestralmente e, em caráter extraordinário, Parágrafo único. Caberá aos gestores dos entes
sempre que convocado por seu Presidente. (2019) federativos, sem prejuízo de outras competências
conferidas pelo Conselho Gestor:
Art. 21. O Conselho Gestor do Sistema Nacional de I - repassar dados e informações sobre as suas
Informações de Segurança Pública, Prisionais, de áreas de atuação sempre que solicitado pelo Conselho
Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Gestor;
Genético, de Digitais e de Drogas deliberará por maioria II - acompanhar a qualidade e a frequência do
simples, com a presença da maioria de seus fornecimento e da atualização de dados e informações do
representantes e caberá ao seu Presidente o voto de Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública,
qualidade para desempate. Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
Material Genético, de Digitais e de Drogas e comunicar ao
Art. 22. A estrutura administrativa do Conselho ente federativo correspondente a respeito do fornecimento
Gestor do Sistema Nacional de Informações de de dados e informações obrigatórios;
Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de III - auxiliar na execução das atividades de coleta,
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de tratamento, fornecimento e atualização de dados e de
Drogas é composta por: informações de cada área de atuação; e
I - uma Secretaria-Executiva; IV - gerir as rotinas e as atividades referentes ao
II - três câmaras técnicas; Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública,
III - (Revogado) (2019) Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
IV - gestores dos entes federativos. Material Genético, de Digitais e de Drogas.

Art. 23. A Secretaria-Executiva do Conselho será Art. 27. (Revogado) (2019)


exercida pela Diretoria de Gestão e Integração de Art. 28. (Revogado) (2019)
Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública
do Ministério da Justiça e Segurança Pública e terá Art. 29. Caberá ao Conselho Gestor do Sistema
competência para: (2019) Nacional de Informações de Segurança Pública,
I - organizar as reuniões do Conselho Gestor, das Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
câmaras técnicas e as eleições dos representantes do Material Genético, de Digitais e de Drogas propor
referido Conselho; (2019) alterações quanto às suas áreas de atuação, a que se
II - prestar apoio técnico-administrativo, logístico e referem o § 1º do art. 24 e o caput do art. 26.
financeiro ao Conselho Gestor; e
III - promover a articulação entre os integrantes do Art. 30. As reuniões das câmaras técnicas do
Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Conselho Gestor serão realizadas por videoconferência.
(2019)
Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de
Material Genético, de Digitais e de Drogas. Parágrafo único. O Conselho Gestor poderá, em
caráter excepcional, convocar os seus representantes
Art. 24. As câmaras técnicas, de caráter temporário, para reuniões presenciais. (2019)
com duração não superior a um ano, têm por objetivo
oferecer sugestões e embasamento técnico para subsidiar Art. 31. O Conselho Gestor poderá convidar
as decisões do Conselho Gestor, as quais poderão operar representantes de outros órgãos e entidades, públicos ou
simultaneamente. (2019) privados, para participar de suas reuniões, sem direito a
voto.

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IV - o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária
Seção IV Federal; (2019)
Do Sistema Integrado de Educação e Valorização V - o Diretor-Geral do Departamento Penitenciário
Profissional Nacional;
Art. 32. A implementação do Sistema Integrado de VI - o Secretário Nacional de Segurança Pública;
Educação e Valorização Profissional observará o disposto VII - o Secretário Nacional de Proteção e Defesa
no art. 38 ao art. 41 da Lei nº 13.675, de 2018 . Civil;
Parágrafo único. Compete à Secretaria Nacional de VIII - o Secretário Nacional de Políticas sobre
Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Drogas;
Pública, em coordenação com os demais órgãos e IX - os seguintes representantes da administração
entidades federais com competências concorrentes, pública federal, indicados pelo Ministro de Estado
executar os programas de que tratam o inciso I ao inciso correspondente:
IV do § 1º do art. 38 da Lei nº 13.675, de 2018, com o fim a) um representante da Casa Civil da Presidência da
de assegurar, no âmbito do Susp, o acesso às ações de República;
educação, presenciais ou a distância, aos profissionais de b) um representante do Ministério da Defesa;
segurança pública e defesa social. (2019) c) um representante do Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos; (2019)
Seção V d) um representante do Gabinete de Segurança
Do Programa Nacional de Qualidade de Vida para Institucional da Presidência da República; (2019)
Profissionais de Segurança Pública e) (Revogado) (2019)
Art. 33. Fica instituído o Programa Nacional de X - os seguintes representantes estaduais e distrital:
Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança a) um representante das polícias civis, indicado pelo
Pública, com o objetivo de elaborar, implementar, apoiar, Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil;
monitorar e avaliar os projetos de programas de atenção b) um representante das polícias militares, indicado
psicossocial e de saúde no trabalho dos profissionais de pelo Conselho Nacional de Comandantes Gerais;
segurança pública e defesa social, e de promover a c) um representante dos corpos de bombeiros
integração sistêmica das unidades de saúde dos órgãos militares, indicado pelo Conselho Nacional dos Corpos de
que compõem o Susp. Bombeiros Militares do Brasil;
Parágrafo único. Compete à Secretaria Nacional de d) um representante das secretarias de segurança
Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança pública ou de órgãos congêneres, indicado pelo Colégio
Pública, em coordenação com os demais órgãos e Nacional dos Secretários de Segurança Pública;
entidades federais com competências concorrentes, e) um representante dos institutos oficiais de
executar os programas de que trata o caput, por meio de criminalística, medicina legal e identificação, indicado pelo
programas e ações especificadas em planos quinquenais. Conselho Nacional de Perícia Criminal; e
(2019)
f) um representante dos agentes penitenciários,
indicado por conselho nacional devidamente constituído;
CAPÍTULO IV
XI - um representante dos agentes de trânsito,
DA INTEGRAÇÃO DOS MECANISMOS DE
indicado por conselho nacional devidamente constituído;
PREVENÇÃO E CONTROLE DE ATOS ILÍCITOS
XII - um representante das guardas municipais,
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
indicado por conselho nacional devidamente constituído;
Art. 34. Sem prejuízo das competências atribuídas à
XIII - um representante da Guarda Portuária,
Controladoria-Geral da União pela Lei nº 12.846, de 1º de
indicado por conselho nacional devidamente constituído;
agosto de 2013, caberá ao Ministério da Justiça e
XIV - um representante do Poder Judiciário, indicado
Segurança Pública praticar os atos necessários para
pelo Conselho Nacional de Justiça;
integrar e coordenar as ações dos órgãos e das entidades
XV - um representante do Ministério Público,
federais de prevenção e controle de atos ilícitos contra a
indicado pelo Conselho Nacional do Ministério Público;
administração pública e referentes à ocultação ou à
XVI - um representante da Defensoria Pública,
dissimulação de bens, direitos e valores, definidos em
indicado pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos
plano estratégico anual, aprovado de acordo com os
Gerais;
critérios e os procedimentos estabelecidos em ato do
XVII - um representante da Ordem dos Advogados
Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública. (2019)
do Brasil, indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil;
CAPÍTULO V
XVIII - dois representantes de entidades da
DO CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA
sociedade civil organizada cuja finalidade esteja
PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
relacionada com políticas de segurança pública e defesa
Seção I
social, eleitos nos termos do disposto no § 3º;
Da composição do Conselho Nacional de Segurança
XIX - dois representantes de entidades de
Pública e Defesa Social
profissionais de segurança pública, eleitos nos termos do
Art. 35. O Conselho Nacional de Segurança Pública
disposto no § 3º; e
e Defesa Social - CNSP terá a seguinte composição:
XX - os seguintes indicados, de livre escolha e
I - o Ministro de Estado da Justiça e Segurança designação pelo Ministro de Estado da Justiça e
Pública, que o presidirá; (2019) Segurança Pública: (2019)
II - o Secretário-Executivo do Ministério da Justiça e a) um representante do Poder Judiciário;
Segurança Pública, que exercerá a vice-presidência e b) um representante do Ministério Público; e
substituirá o Presidente em suas ausências e seus c) até oito representantes com notórios
impedimentos; (2019) conhecimentos na área de políticas de segurança pública
III - o Diretor-Geral da Polícia Federal; (2019) e defesa social e com reputação ilibada.

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XXI - o Secretário de Operações Integradas do atividades de segurança pública e defesa social,
Ministério da Justiça e Segurança Pública. (2019) respeitadas as instâncias decisórias e as normas de
§ 1º O Ministro de Estado da Justiça e Segurança organização da administração pública.
Pública designará os representantes a que se referem o Parágrafo único. O CNSP exercerá o
inciso IX ao inciso XVII do caput. (2019) acompanhamento dos integrantes operacionais do Susp,
§ 2º Cada representante titular terá um a que se refere o § 2º do art. 9º da Lei nº 13.675, de
representante suplente para substituí-lo em suas 2018 , e poderá recomendar providências legais às
ausências e seus impedimentos. autoridades competentes, de modo a considerar, entre
§ 3º Os representantes a que se referem os incisos outros definidos em regimento interno ou em norma
XVIII e XIX do caput serão escolhidos por meio de específica, os seguintes aspectos:
processo aberto a entidades da sociedade civil I - as condições de trabalho, a valorização e o
organizada cuja finalidade esteja relacionada com respeito pela integridade física e moral de seus
políticas de segurança pública e entidades de integrantes;
profissionais de segurança pública que manifestem II - o cumprimento das metas definidas de acordo
interesse em participar do CNSP. com o disposto na Lei nº 13.675, de 2018 , para a
§ 4º O processo a que se refere o § 3º será consecução dos objetivos do órgão;
precedido de convocação pública, cujos termos serão III - o resultado célere na apuração das denúncias
aprovados na primeira reunião deliberativa do CNSP, em tramitação nas corregedorias; e
observados o requisito de representatividade e os critérios IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do
objetivos definidos também na primeira reunião. órgão pela população por ele atendida.
§ 5º O mandato dos representantes a que se
referem o inciso IX ao inciso XX do caput será de dois Art. 41. Compete, ainda, ao CNSP:
anos, admitida uma recondução. I - propor diretrizes para políticas públicas
§ 6º A participação no CNSP será considerada relacionadas com segurança pública e defesa social, com
prestação de serviço público relevante, não remunerada. vistas à prevenção e à repressão da violência e da
criminalidade e à satisfação de princípios, diretrizes,
Seção II objetivos, estratégias, meios e instrumentos da Política
Do funcionamento do Conselho Nacional de Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
Segurança Pública e Defesa Social estabelecidos no art. 4º ao art. 8º da Lei nº 13.675, de
Art. 36. (Revogado) (2019) 2018 ;
II - apreciar o Plano Nacional de Segurança Pública
Art. 37. O CNSP se reunirá, em caráter ordinário, e Defesa Social e, quando necessário, fazer
semestralmente, e, em caráter extraordinário, sempre que recomendações relativamente aos objetivos, às ações
convocado por seu Presidente. estratégicas, às metas, às prioridades, aos indicadores e
§ 1º As reuniões ordinárias e extraordinárias do às formas de financiamento e gestão das políticas de
CNSP serão realizadas com a presença da maioria segurança pública e defesa social nele estabelecidos;
simples de seus representantes. III - propor ao Ministério da Justiça e Segurança
§ 2º As reuniões do CNSP ocorrerão, Pública e aos integrantes do Susp a definição anual de
preferencialmente, por videoconferência. (2019) metas de excelência com vistas à prevenção e à
§ 3º As recomendações do CNSP serão aprovadas repressão das infrações penais e administrativas e à
pela maioria simples de seus representantes e caberá ao prevenção de desastres, por meio de indicadores públicos
seu Presidente, além do voto ordinário, o voto de que demonstrem, de forma objetiva, os resultados
qualidade para desempate. pretendidos; (2019)
§ 4º O CNSP poderá convidar representantes de IV - contribuir para a integração e a
outros órgãos e entidades, públicos ou privados, para interoperabilidade de informações e dados eletrônicos
participar de suas reuniões, sem direito a voto. sobre segurança pública e defesa social, prisionais e
sobre drogas, e para a unidade de registro das
Art.38. O CNSP poderá criar até dez câmaras ocorrências policiais;
técnicas com exercício simultâneo. (2019) V - propor a criação de grupos de trabalho com o
Parágrafo único. As câmaras técnicas terão caráter objetivo de produzir e publicar estudos e diagnósticos
temporário, com duração não superior a um ano, e serão para a formulação e a avaliação de políticas públicas
constituídas por, no máximo, sete membros. (2019) relacionadas com segurança pública e defesa social;
VI - prestar apoio e articular-se, sistematicamente,
Art. 39. Caberá ao Ministério da Justiça e com os conselhos estaduais, distrital e municipais de
Segurança Pública a edição dos demais atos segurança pública e defesa social, com vistas à
administrativos necessários à consecução das atividades formulação de diretrizes básicas comuns e à
do CNSP, por intermédio de sua Secretaria-Executiva ou potencialização do exercício de suas atribuições legais e
de unidade que venha a ser instituída para esse fim em regulamentares;
regimento interno, que prestará apoio técnico e VII - estudar, analisar e sugerir alterações na
administrativo ao CNSP e às suas câmaras técnicas. legislação pertinente; e
(2019) VIII - promover a articulação entre os órgãos que
integram o Susp e a sociedade civil.
Seção III Parágrafo único. O CNSP divulgará anualmente e,
Da competência do Conselho Nacional de Segurança de forma extraordinária, quando necessário, as avaliações
Pública e Defesa Social e as recomendações que emitir a respeito das matérias
Art. 40. O CNSP, órgão colegiado permanente, de sua competência.
integrante estratégico do Susp, tem competência
consultiva, sugestiva e de acompanhamento social das

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Art. 41-A. As convocações para as reuniões do 14_____________________________________
CNSP, do Conselho Gestor do Sinesp e da Comissão
Permanente do Sinaped especificarão o horário de início 15_____________________________________
das atividades e previsão para seu término. (2019)
§ 1º Na hipótese de reunião ordinária com duração
superior a duas horas, deverá ser especificado período
para votação, que não poderá ser superior a duas Resolução nº 70/175 / 2015
horas. (2019) Regras Mínimas das Nações Unidas
§ 2º É vedada a divulgação de discussões em curso para o Tratamento de Presos
nos colegiados sem a prévia anuência do Ministro de
Estado da Justiça e Segurança Pública. (2019)
Regras Mínimas das Nações Unidas para o
Art. 41-B. A participação nos colegiados e nos Tratamento de Presos, adotadas na Resolução nº 70/175
subcolegiados de que trata este Decreto será considerada da Assembleia Geral das nações Unidas, de 17 de
prestação de serviços públicos relevante, não dezembro de 2015 (Regras de Mandela).
remunerada. (2019)
Observação preliminar 1
Art. 41-C. Os regimentos internos dos colegiados As regras que a seguir se enunciam não pretendem
serão elaborados no prazo de noventa dias, contado da descrever em pormenor um modelo de sistema prisional.
data de publicação deste Decreto. (2019) Procuram unicamente, com base no consenso geral do
Parágrafo único. Os regimentos internos de que trata pensamento atual e nos elementos essenciais dos
o caput serão aprovados por maioria sistemas contemporâneos mais adequados, estabelecer
simples. (2019) o que geralmente se aceita como sendo bons
princípios e práticas no tratamento dos reclusos e na
CAPÍTULO VI gestão dos estabelecimentos prisionais.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 42. Ficam revogados: Observação preliminar 2
I - o Decreto nº 6.138, de 28 de junho de 2007 ; 1. Tendo em conta a grande variedade de
II - o Decreto nº 7.413, de 30 de dezembro de 2010 ; condicionalismos legais, sociais, económicos e
e geográficos em todo o mundo, é evidente que nem
III - o Decreto nº 8.075, de 14 de agosto de 2013 . todas as regras podem ser aplicadas em todos os
locais e em todos os momentos. Devem, contudo,
Art. 43. Este Decreto entra em vigor na data de sua servir para estimular esforços constantes com vista a
publicação. ultrapassar dificuldades práticas na sua aplicação, na
certeza de que representam, no seu conjunto, as
condições mínimas aceites como adequadas pela
Organização das Nações Unidas.
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área
relativamente à qual o pensamento evolui
constantemente. Não visam impedir experiências e
práticas, desde que as mesmas sejam compatíveis com
os princípios e tentem incrementar a realização dos
objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste
01 _____________________________________ espírito, a administração prisional central poderá
sempre justificar uma autorização de afastamento das
02 _____________________________________ regras.

03 _____________________________________ Observação preliminar 3


1. A primeira parte das regras trata de matérias
04 _____________________________________ relativas à administração geral dos estabelecimentos
prisionais e é aplicável a todas as categorias de reclusos,
05 _____________________________________ dos foros criminal ou civil, em regime de prisão preventiva
ou já condenados, incluindo os que estejam detidos por
06 _____________________________________ aplicação de “medidas de segurança” ou que sejam objeto
de medidas de reeducação ordenadas por um juiz.
07 _____________________________________
2. A segunda parte contém as regras que são
08 _____________________________________ especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de
cada secção. Contudo, as regras da secção A, aplicáveis
09 _____________________________________ aos reclusos condenados, serão também aplicadas às
categorias de reclusos a que se referem as secções B, C
10 _____________________________________ e D, desde que não sejam contraditórias com as regras
específicas destas secções e na condição de
11 _____________________________________ representarem uma melhoria de condições para estes
reclusos.
12 _____________________________________
Observação preliminar 4
13 _____________________________________
1. As presentes regras não têm como objetivo
regular a administração de instituições criadas em

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particular para jovens, como reformatórios ou centros
educativos, mas, em geral, a primeira parte destas regras Regra 5
mínimas aplica-se igualmente a tais instituições. 1. O regime prisional deve procurar minimizar as
2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer diferenças entre a vida durante a detenção e aquela em
caso, incluir os menores que dependem da jurisdição dos liberdade que tendem a reduzir a responsabilidade dos
Tribunais de Menores. Como regra geral, os jovens reclusos ou o respeito à sua dignidade como seres
delinquentes não devem ser condenados a penas de humanos.
prisão. 2. As administrações prisionais devem fazer
todos os ajustes possíveis para garantir que os
I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL reclusos portadores de deficiências físicas, mentais
Princípios básicos ou qualquer outra incapacidade tenham acesso
Regra 1 completo e efetivo à vida prisional em base de
Todos os reclusos devem ser tratados com o igualdade.
respeito inerente ao valor e dignidade do ser humano.
Nenhum recluso deverá ser submetido a tortura ou outras Registos
penas ou a tratamentos cruéis, desumanos ou Regra 6
degradantes e deverá ser protegido de tais atos, não Em todos os locais em que haja pessoas detidas,
sendo estes justificáveis em qualquer circunstância. A deve existir um sistema uniformizado de registo dos
segurança dos reclusos, do pessoal do sistema prisional, reclusos. Este sistema pode ser um banco de dados ou
dos prestadores de serviço e dos visitantes deve ser um livro de registo, com páginas numeradas e assinadas.
sempre assegurada. Devem existir procedimentos que garantam um sistema
seguro de auditoria e que impeçam o acesso não
Regra 2 autorizado ou a modificação de qualquer informação
1. Estas Regras devem ser aplicadas com contida no sistema.
imparcialidade. Não deve haver nenhuma
discriminação em razão da raça, cor, sexo, língua, Regra 7
religião, opinião política ou outra, origem nacional ou Nenhuma pessoa deve ser admitida num
social, património, nascimento ou outra condição. É estabelecimento prisional sem uma ordem de
necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos detenção válida. As seguintes informações devem ser
morais do grupo a que pertença o recluso. adicionadas ao sistema de registo do recluso, logo após a
2. Para que o princípio da não discriminação seja sua admissão:
posto em prática, as administrações prisionais devem ter (a) Informações precisas que permitam determinar a
em conta as necessidades individuais dos reclusos, sua identidade, respeitando a auto atribuição de género;
particularmente daqueles em situação de maior (b) Os motivos da detenção e a autoridade
vulnerabilidade. As medidas tomadas para proteger e competente que a ordenou, além da data, horário e local
promover os direitos dos reclusos portadores de de prisão;
necessidades especiais não serão consideradas (c) A data e o horário da sua entrada e saída, bem
discriminatórias. como de qualquer transferência;
(d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclamações
Regra 3 acerca de maus-tratos sofridos;
A detenção e quaisquer outras medidas que (e) Um inventário dos seus bens pessoais;
excluam uma pessoa do contacto com o mundo (f) Os nomes dos seus familiares e, quando
exterior são penosas pelo facto de, ao ser privada da aplicável, dos seus filhos, incluindo a idade, o local de
sua liberdade, lhe ser retirado o direito à residência e sua custódia ou tutela;
autodeterminação. Assim, o sistema prisional não deve (g) Contato de emergência e informações acerca do
agravar o sofrimento inerente a esta situação, exceto em parente mais próximo.
casos pontuais em que a separação seja justificável ou
nos casos em que seja necessário manter a disciplina. Regra 8
As seguintes informações devem ser adicionadas ao
Regra 4 sistema de registo do recluso durante a sua detenção,
1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de quando aplicáveis:
qualquer outra medida restritiva da liberdade são, (a) Informação relativa ao processo judicial, incluindo
prioritariamente, proteger a sociedade contra a datas de audiências e representação legal;
criminalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos (b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação;
só podem ser alcançados se o período de detenção for (c) Informação relativa ao comportamento e à
utilizado para assegurar, sempre que possível, a disciplina;
reintegração destas pessoas na sociedade após a sua (d) Pedidos e reclamações, inclusive alegações de
libertação, para que possam levar uma vida tortura, sanções ou outros tratamentos cruéis, desumanos
autossuficiente e de respeito para com as leis. ou degradantes, a menos que sejam de natureza
2. Para esse fim, as administrações prisionais e confidencial;
demais autoridades competentes devem proporcionar (e) Informação sobre a imposição de sanções
educação, formação profissional e trabalho, bem como disciplinares;
outras formas de assistência apropriadas e disponíveis, (f) Informação sobre as circunstâncias e causas de
incluindo aquelas de natureza reparadora, moral, quaisquer ferimentos ou de morte e, em caso de
espiritual, social, desportiva e de saúde. Estes falecimento, o destino do corpo.
programas, atividades e serviços devem ser facultados de
acordo com as necessidades individuais de tratamento Regra 9
dos reclusos.

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Todos os registos mencionados nas Regras 7 e 8 (b) A luz artificial deve ser suficiente para permitir
serão mantidos confidenciais e só serão acessíveis aos aos reclusos ler ou trabalhar sem prejudicar a vista.
que, por razões profissionais, solicitem o seu acesso.
Todos os reclusos devem ter acesso aos seus registos, Regra 15
nos termos previstos em legislação interna, e direito a As instalações sanitárias devem ser adequadas,
receber uma cópia oficial destes registos no momento da de maneira a que os reclusos possam efetuar as suas
sua libertação. necessidades quando precisarem, de modo limpo e
decente.
Regra 10
O sistema de registo dos reclusos deve também ser Regra 16
utilizado para gerar dados fiáveis sobre tendências e As instalações de banho e duche devem ser
características da população prisional, incluindo suficientes para que todos os reclusos possam, quando
taxas de ocupação, a fim de criar uma base para a desejem ou lhes seja exigido, tomar banho ou duche a
tomada de decisões fundamentadas em provas. uma temperatura adequada ao clima, tão
frequentemente quanto necessário à higiene geral, de
Separação de categorias acordo com a estação do ano e a região geográfica, mas
Regra 11 pelo menos uma vez por semana num clima temperado.
As diferentes categorias de reclusos devem ser
mantidas em estabelecimentos prisionais separados ou Regra 17
em diferentes zonas de um mesmo estabelecimento Todas as zonas de um estabelecimento prisional
prisional, tendo em consideração o respetivo sexo e utilizadas regularmente pelos reclusos devem ser sempre
idade, antecedentes criminais, razões da detenção e mantidas e conservadas escrupulosamente limpas.
medidas necessárias a aplicar. Assim:
(a) Homens e mulheres devem ficar detidos em Higiene pessoal
estabelecimentos separados; nos estabelecimentos que Regra 18
recebam homens e mulheres, todos os locais destinados 1. Deve ser exigido a todos os reclusos que se
às mulheres devem ser completamente separados; mantenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão
(b) Presos preventivos devem ser mantidos fornecidos água e os artigos de higiene necessários à
separados dos condenados; saúde e limpeza.
(c) Pessoas detidas por dívidas ou outros reclusos 2. A fim de permitir aos reclusos manter um aspeto
do foro civil devem ser mantidos separados dos reclusos correto e preservar o respeito por si próprios, ser-lhes-ão
do foro criminal; garantidos os meios indispensáveis para cuidar do cabelo
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos e da barba; os homens devem poder barbear-se
separados dos adultos. regularmente.

Alojamento Vestuário e roupas de cama


Regra 12 Regra 19
1. As celas ou locais destinados ao descanso 1. Deve ser garantido vestuário adaptado às
noturno não devem ser ocupados por mais de um condições climatéricas e de saúde a todos os reclusos
recluso. Se, por razões especiais, tais como excesso que não estejam autorizados a usar o seu próprio
temporário de população prisional, for necessário que a vestuário. Este vestuário não deve de forma alguma
administração prisional central adote exceções a esta ser degradante ou humilhante.
regra deve evitar-se que dois reclusos sejam alojados 2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido
numa mesma cela ou local. em bom estado. As roupas interiores devem ser mudadas
2. Quando se recorra à utilização de dormitórios, e lavadas tão frequentemente quanto seja necessário
estes devem ser ocupados por reclusos para a manutenção da higiene.
cuidadosamente escolhidos e reconhecidos como 3. Em circunstâncias excecionais, sempre que um
sendo capazes de serem alojados nestas condições. recluso obtenha licença para sair do estabelecimento,
Durante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilância deve ser autorizado a vestir as suas próprias roupas
regular, adaptada ao tipo de estabelecimento prisional em ou roupas que não chamem a atenção.
causa.
Regra 20
Regra 13 Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar
Todos os locais destinados aos reclusos, o seu próprio vestuário, devem ser tomadas disposições
especialmente os dormitórios, devem satisfazer todas no momento de admissão no estabelecimento para
as exigências de higiene e saúde, tomando-se assegurar que este seja limpo e adequado.
devidamente em consideração as condições climatéricas
e, especialmente, a cubicagem de ar disponível, o espaço Regra 21
mínimo, a iluminação, o aquecimento e a ventilação. A todos os reclusos, de acordo com padrões locais
ou nacionais, deve ser fornecido um leito próprio e roupa
Regra 14 de cama suficiente e própria, que estará limpa quando
Em todos os locais destinados aos reclusos, para lhes for entregue, mantida em bom estado de
viverem ou trabalharem: conservação e mudada com a frequência suficiente para
(a) As janelas devem ser suficientemente amplas de garantir a sua limpeza.
modo a que os reclusos possam ler ou trabalhar com luz
natural e devem ser construídas de forma a permitir a Alimentação
entrada de ar fresco, haja ou não ventilação artificial; Regra 22

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1. A administração deve fornecer a cada recluso, a equipamento apropriados que permitam prestar aos
horas determinadas, alimentação de valor nutritivo reclusos doentes os cuidados e o tratamento adequados.
adequado à saúde e à robustez física, de qualidade e 2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por
bem preparada e servida. profissionais de saúde responsáveis e não podem ser
2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se modificadas ou ignoradas pela equipa prisional não
prover com água potável sempre que necessário. médica.

Exercício e desporto Regra 28


Regra 23 Nos estabelecimentos prisionais para mulheres
1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho no devem existir instalações especiais para o tratamento das
exterior devem ter pelo menos uma hora diária de reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz e
exercício adequado ao ar livre quando o clima o das convalescentes. Desde que seja possível, devem ser
permita. tomadas medidas para que o parto tenha lugar num
2. Os jovens reclusos e outros de idade e condição hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento
física compatíveis devem receber, durante o período prisional, tal facto não deve constar do respetivo registo
reservado ao exercício, educação física e recreativa. Para de nascimento.
este fim, serão colocados à disposição dos reclusos o
espaço, instalações e equipamento adequados. Regra 29
1. A decisão que permite à criança ficar com o seu
Serviços Médicos pai ou com a sua mãe no estabelecimento prisional deve
Regra 24 ser baseada no melhor interesse da criança. Nos
1. A prestação de serviços médicos aos reclusos estabelecimentos prisionais que acolhem os filhos de
é da responsabilidade do Estado. Os reclusos devem reclusos, devem ser tomadas providências para garantir:
poder usufruir dos mesmos padrões de serviços de saúde (a) Um infantário interno ou externo, dotado de
disponíveis à comunidade e ter acesso gratuito aos pessoal qualificado, onde as crianças possam
serviços de saúde necessários, sem discriminação em permanecer quando não estejam ao cuidado dos pais;
razão da sua situação jurídica. (b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem
2. Os serviços médicos devem ser organizados em médica no ingresso e monitoração constante de seu
estreita ligação com a administração geral de saúde desenvolvimento por especialistas.
pública de forma a garantir a continuidade do tratamento e 2. As crianças que se encontrem nos
da assistência, incluindo os casos de VIH, tuberculose e estabelecimentos prisionais com os pais nunca devem
de outras doenças infeciosas e da toxicodependência. ser tratadas como prisioneiras.

Regra 25 Regra 30
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter Um médico, ou qualquer outro profissional de saúde
um serviço de saúde incumbido de avaliar, promover, qualificado, seja este subordinado ou não ao médico,
proteger e melhorar a saúde física e mental dos reclusos, deve observar, conversar e examinar todos os reclusos, o
prestando particular atenção aos reclusos com mais depressa possível após a sua admissão no
necessidades especiais ou problemas de saúde que estabelecimento prisional e, em seguida, sempre que
dificultam sua reabilitação. necessário. Deve dar-se especial atenção a:
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por (a) Identificar as necessidades de cuidados médicos
uma equipa interdisciplinar, com pessoal qualificado e e adotar as medidas de tratamento necessárias;
suficiente, capaz de exercer a sua atividade com total (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso
independência clínica, devendo ter conhecimentos recém-admitido tenha sido submetido antes de sua
especializados de psicologia e psiquiatria. Todos os entrada no estabelecimento prisional;
reclusos devem poder beneficiar dos serviços de um (c) Identificar qualquer sinal de estresse psicológico
dentista qualificado. ou de qualquer outro tipo causado pela detenção,
incluindo, mas não só, o risco de suicídio ou de lesões
Regra 26 auto infligidas e sintomas de abstinência resultantes do
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos uso de drogas, medicamentos ou álcool; devem ser
médicos individuais, confidenciais, atualizados e precisos tomadas todas as medidas ou tratamentos
para cada um dos reclusos, que a eles devem ter acesso, individualizados apropriados;
sempre que solicitado. O recluso pode também ter acesso (d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é
ao seu registo médico através de uma terceira pessoa por portador de uma doença infectocontagiosa, deve
si designada. providenciar-se o isolamento clínico e o tratamento
2. O registo médico deve ser encaminhado para o adequado durante todo o período de infeção;
serviço de saúde do estabelecimento prisional para o qual (e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar,
o recluso é transferido, encontrando-se sujeito à praticar exercícios e participar das demais atividades,
confidencialidade médica. conforme for o caso.

Regra 27 Regra 31
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem O médico ou, quando aplicável, outros profissionais
assegurar o pronto acesso a tratamentos médicos em de saúde qualificados devem visitar diariamente todos os
casos urgentes. Os reclusos que necessitem de cuidados reclusos que se encontrem doentes, que se queixem de
especializados ou de cirurgia devem ser transferidos para problemas físicos ou mentais ou de ferimentos e todos
estabelecimentos especializados ou para hospitais civis. aqueles para os quais a sua atenção é especialmente
Se os estabelecimentos prisionais possuírem instalações necessária. Todos os exames médicos devem ser
hospitalares próprias, estas devem dispor de pessoal e conduzidos em total confidencialidade.

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recomendações sejam seguidas; em caso de desacordo
Regra 32 ou se a matéria não for da sua competência, transmitirá
1. A relação entre o médico ou outros profissionais imediatamente à autoridade superior a sua opinião e o
de saúde e o recluso deve ser regida pelos mesmos relatório médico.
padrões éticos e profissionais aplicados aos pacientes da
comunidade, em particular: Restrições, disciplina e sanções
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do Regra 36
recluso e a prevenção e tratamento de doenças, A ordem e a disciplina devem ser mantidas com
baseados apenas em fundamentos clínicos; firmeza, mas sem impor mais restrições do que as
(b) A adesão à autonomia do recluso no que necessárias para a manutenção da segurança e da boa
concerne à sua própria saúde e ao consentimento organização da vida comunitária.
informado na relação médico-paciente;
(c) A confidencialidade da informação médica, a Regra 37
menos que manter tal confidencialidade resulte numa Os seguintes pontos devem ser determinados por
ameaça real e iminente para o paciente ou para os outros; lei ou por regulamentação emanada pela autoridade
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou administrativa competente:
passivamente, em atos que possam consistir em tortura (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
ou sanções ou tratamentos cruéis, desumanos ou (b) O tipo e a duração das sanções disciplinares
degradantes, incluindo experiências médicas ou que podem ser aplicadas;
científicas que possam ser prejudiciais à saúde do (c) Autoridade competente para pronunciar essas
recluso, tais como a remoção de células, tecidos ou sanções;
órgãos. (d) Qualquer forma de separação involuntária da
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, população prisional geral, como o confinamento
deve ser permitido ao recluso, com base no seu livre e solitário, o isolamento, a segregação, as unidades de
informado consentimento e de acordo com as leis cuidado especial ou alojamentos restritos, seja por razão
aplicáveis, participar em ensaios clínicos e outras de sanção disciplinar ou para a manutenção da ordem e
pesquisas de saúde acessíveis à comunidade, se o segurança, incluindo políticas de promulgação e os
resultado de tais pesquisas e experiências forem capazes procedimentos que regulamentem o uso e a revisão da
de produzir um benefício direto e significativo à sua imposição e da saída de qualquer forma de separação
saúde; e doar células, tecidos ou órgãos a parentes. involuntária.

Regra 33 Regra 38
O médico deve comunicar ao diretor sempre que 1. As administrações prisionais são encorajadas a
julgue que a saúde física ou mental do recluso foi ou será fazer uso, sempre que possível, da prevenção de
desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou pela conflitos, da mediação ou de qualquer outro meio
aplicação de qualquer modalidade do regime de alternativo de resolução de litígios para prevenir infrações
detenção. disciplinares e resolver conflitos.
2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram
Regra 34 separados, a administração prisional deve tomar as
Se, durante o exame de admissão ou na prestação medidas necessárias para aliviar os efeitos prejudiciais do
posterior de cuidados médicos, o médico ou profissional confinamento neles provocados, bem como na
de saúde detectar qualquer sinal de tortura, punição comunidade que os recebe quando são libertados.
ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes,
deve registar e comunicar tais casos à autoridade Regra 39
médica, administrativa ou judicial competente. Devem 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com
ser seguidos os procedimentos de salvaguarda base nas disposições legais ou regulamentares
apropriados para garantir que o recluso ou as pessoas a referidas na Regra 37 e nos princípios de equidade e de
ele associados não sejam expostos a perigos previsíveis. processo legal; e nunca 2x (duas vezes) pela mesma
infração.
Regra 35 2. As administrações prisionais devem assegurar a
1. O médico ou o profissional de saúde pública proporcionalidade entre a sanção disciplinar aplicável e
competente deve proceder a inspeções regulares e a infração cometida e devem manter registos apropriados
aconselhar o diretor sobre: de todas as sanções disciplinares aplicadas.
(a) A quantidade, qualidade, preparação e 3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as
distribuição de alimentos; administrações prisionais devem ter em conta se, e como,
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e uma eventual doença mental ou incapacidade de
dos reclusos; desenvolvimento do recluso contribuiu para a sua conduta
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, e para a prática da infração ou ato que fundamentou a
iluminação e ventilação do estabelecimento; sanção disciplinar. As administrações prisionais não
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de devem punir qualquer conduta do recluso se esta for
cama dos reclusos; considerada como resultado direto da sua doença
(e) A observância das regras respeitantes à mental ou incapacidade intelectual.
educação física e desportiva, nos casos em que não haja
pessoal especializado encarregado destas atividades. Regra 40
2. O diretor deve tomar em consideração os 1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar
relatórios e os conselhos do médico referidos no no estabelecimento prisional em cumprimento de
parágrafo 1 desta Regra e na Regra 33 e tomar qualquer medida disciplinar.
imediatamente as medidas sugeridas para que estas

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2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento prolongado refere-se ao confinamento solitário por mais
adequado de sistemas baseados na autoadministração, de 15 dias consecutivos.
sob os quais atividades ou responsabilidades sociais,
educacionais ou desportivas são confiadas, sob Regra 45
supervisão, aos reclusos, organizados em grupos, para 1. O confinamento solitário deve ser somente
fins de tratamento. utilizado em casos excecionais, como último recurso e
durante o menor tempo possível, e deve ser sujeito a uma
Regra 41 revisão independente, sendo aplicado unicamente de
1. Qualquer alegação de infração disciplinar acordo com a autorização da autoridade competente. Não
praticada por um recluso deve ser prontamente deve ser imposto em consequência da sentença do
transmitida à autoridade competente, que deve investigá- recluso.
la sem atrasos injustificados. 2. A imposição do confinamento solitário deve ser
2. O recluso deve ser informado, sem demora e proibida no caso de o recluso ser portador de uma
numa língua que compreenda, da natureza das deficiência mental ou física e sempre que essas
acusações apresentadas contra si, devendo-lhe ser condições possam ser agravadas por esta medida. A
garantido tempo e os meios adequados para preparar a proibição do uso do confinamento solitário e de medidas
sua defesa. similares nos casos que envolvem mulheres e crianças,
3. O recluso deve ter direito a defender-se como referido nos padrões e normas da Organização das
pessoalmente ou através de advogado, quando os Nações Unidas sobre prevenção do crime e justiça penal,
interesses da justiça assim o requeiram, em particular nos continuam a ser aplicáveis.
casos que envolvam infrações disciplinares graves. Se o
recluso não entender ou não falar a língua utilizada na Regra 46
audiência disciplinar, devem ser assistidos gratuitamente 1. Os profissionais de saúde não devem ter
por um intérprete competente. qualquer papel na imposição de sanções disciplinares
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor ou de outras medidas restritivas. Devem, no entanto,
recurso das sanções disciplinares impostas contra a sua prestar especial atenção à saúde dos reclusos mantidos
pessoa. sob qualquer forma de separação involuntária, visitando-
5. No caso da infração disciplinar ser julgada como os diariamente e providenciando o pronto atendimento e a
crime, o recluso deve ter direito a todas as garantias assistência médica quando solicitado pelo recluso ou
inerentes ao processo legal, aplicáveis aos processos pelos guardas prisionais.
criminais, incluindo total acesso a um advogado. 2. Os profissionais de saúde devem transmitir ao
diretor, sem demora, qualquer efeito colateral
Regra 42 causado pelas sanções disciplinares ou outras
As condições gerais de vida expressas nestas medidas restritivas à saúde física ou mental do recluso
Regras, incluindo as relacionadas com a iluminação, a submetido a tais sanções ou medidas e devem
ventilação, a temperatura, as instalações sanitárias, a aconselhar o diretor se considerarem necessário
nutrição, a água potável, a acessibilidade a ambientes ao interrompê-las por razões físicas ou psicológicas.
ar livre e ao exercício físico, a higiene pessoal, os 3. Os profissionais de saúde devem ter
cuidados médicos e o espaço pessoal adequado, devem autoridade para rever e recomendar alterações na
ser aplicadas a todos os reclusos, sem exceção. separação involuntária de um preso, a fim de assegurar
que tal separação não agrave as condições médicas
Regra 43 ou a deficiência física ou mental do recluso.
1. Em nenhuma circunstância devem as
restrições ou sanções disciplinares implicar tortura, Regra 47
punições ou outra forma de tratamentos cruéis, 1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro
desumanos ou degradantes. As seguintes práticas, em ou de outros instrumentos de coação considerados
particular, devem ser proibidas: inerentemente degradantes ou penosos deve ser
(a) Confinamento solitário indefinido; proibido.
(b) Confinamento solitário prolongado; 2. Outros instrumentos de coação só devem ser
(c) Detenção em cela escura ou constantemente utilizados quando previstos em lei e nas seguintes
iluminada; circunstâncias:
(d) Castigos corporais ou redução da (a) Como medida de precaução contra uma evasão
alimentação ou água potável do recluso; durante uma transferência, desde que sejam retirados
(e) Castigos coletivos. logo que o recluso compareça perante uma autoridade
2. Os instrumentos de imobilização jamais devem judicial ou administrativa;
ser utilizados como sanção por infrações (b) Por ordem do diretor, depois de se terem
disciplinares. esgotado todos os outros meios de dominar o recluso, a
3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas fim de o impedir de causar prejuízo a si próprio ou a
não devem incluir a proibição de contato com a outros ou de causar danos materiais; nestes casos o
família. O contato familiar só pode ser restringido durante diretor deve consultar o médico com urgência e
um período limitado de tempo e enquanto for estritamente apresentar um relatório à autoridade administrativa
necessário para a manutenção da segurança e da ordem. superior.

Regra 44 Regra 48
Para os efeitos tidos por convenientes, o 1. Quando a utilização de instrumentos de
confinamento solitário refere-se ao confinamento do coação for autorizada, de acordo com o parágrafo 2 da
recluso por 22 horas ou mais, por dia, sem contato regra 47, os seguintes princípios serão aplicados:
humano significativo. O confinamento solitário

ID:
126
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(a) Os instrumentos de coação só devem ser Os reclusos devem ter acesso aos documentos
utilizados quando outras formas menos severas de relacionados com os seus processos judiciais e ser
controle não forem efetivas face aos riscos representados autorizados a mantê-los consigo, sem que a
por uma ação não controlada; administração prisional tenha acesso a estes.
(b) O método de restrição será o menos invasivo
possível, o necessário e razoável para controlar a ação do Informações e direito de reclamação dos reclusos
recluso, em função do nível e da natureza do risco Regra 54
apresentado; Todo o recluso, no momento da admissão, deve
(c) Os instrumentos de coação só devem ser receber informação escrita sobre:
utilizados durante o período estritamente necessário e (a) A legislação e os regulamentos do
devem ser retirados logo que deixe de existir o risco que estabelecimento prisional e do sistema prisional;
motivou a restrição. (b) Os seus direitos, inclusive os meios autorizados
2. Os instrumentos de coação não devem ser para obter informações, acesso a assistência jurídica,
utilizados em mulheres em trabalho de parto, nem durante incluindo o apoio judiciário, e sobre procedimentos para
nem imediatamente após o parto. formular pedidos e reclamações;
(c) As suas obrigações, incluindo as sanções
Regra 49 disciplinares aplicáveis; e
A administração prisional deve procurar obter e (d) Todos os assuntos que podem ser necessários
promover formação no uso de técnicas de controlo que para se adaptar à vida no estabelecimento.
evitem a necessidade de utilizar instrumentos de coação
ou que reduzam o seu caráter intrusivo. Regra 55
1. As informações mencionadas na regra 54 devem
Revistas aos reclusos e inspeção de celas estar disponíveis nas línguas mais utilizadas, de acordo
Regra 50 com as necessidades da população prisional. Se um
As leis e regulamentos sobre as revistas aos recluso não compreender qualquer uma destas línguas,
reclusos e inspeções de celas devem estar em deve ser providenciada a assistência de um intérprete.
conformidade com as obrigações do Direito 2. Se o recluso for analfabeto, as informações
Internacional e devem ter em conta os padrões e as devem ser-lhe comunicadas oralmente. Os reclusos com
normas internacionais, uma vez considerada a deficiências sensoriais devem receber as informações de
necessidade de garantir a segurança dos forma apropriada às suas necessidades.
estabelecimentos prisionais. As revistas aos reclusos e 3. A administração prisional deve expor, com
as inspeções devem ser conduzidas de forma a destaque, a informação nas áreas de trânsito comum do
respeitar a dignidade humana inerente e a privacidade estabelecimento prisional.
do recluso sujeito à inspeção, assim como os princípios
da proporcionalidade, legalidade e necessidade. Regra 56
1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de, em
Regra 51 qualquer dia, formular pedidos ou reclamações ao
As revistas aos reclusos e as inspeções não serão diretor do estabelecimento prisional ou ao membro do
utilizadas para assediar, intimidar ou invadir pessoal prisional autorizado a representá-lo.
desnecessariamente a privacidade do recluso. Para fins 2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os
de responsabilização, a administração prisional deve reclusos formularem pedidos ou reclamações, durante as
manter registos apropriados das revistas feitas aos inspeções do estabelecimento prisional, ao inspetor
reclusos e inspeções, em particular as que envolvem o prisional. O recluso deve ter a oportunidade de conversar
ato de despir e de inspecionar partes íntimas do corpo e com o inspetor ou com qualquer outro oficial de inspeção,
inspeções nas celas, bem como as razões das inspeções, de forma livre e com total confidencialidade, sem a
a identidade daqueles que as conduziram e quaisquer presença do diretor ou de outros membros da equipa.
outros resultados decorrentes dessas inspeções. 3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um
pedido ou reclamação sobre seu tratamento, sem censura
Regra 52 quanto ao conteúdo, à administração prisional central, à
1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de autoridade judicial ou a outras autoridades competentes,
despir e de inspecionar partes íntimas do corpo, devem incluindo os que têm poderes de revisão e de reparação.
ser feitas apenas quando forem absolutamente 4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta
necessárias. As administrações prisionais devem ser Regra serão estendidos ao seu advogado. Nos casos em
encorajadas a desenvolver e a utilizar outras alternativas que nem o recluso, nem o seu advogado tenham a
apropriadas em vez de revistas íntimas invasivas. As possibilidade de exercer tais direitos, um membro da
revistas íntimas invasivas devem ser conduzidas de forma família do recluso ou qualquer outra pessoa que tenha
privada e por pessoal treinado do mesmo sexo que o conhecimento do caso deve poder exercê-los.
recluso inspecionado.
2. As revistas das partes íntimas devem ser Regra 57
conduzidas apenas por profissionais de saúde 1. Todo o pedido ou reclamação deve ser
qualificados, que não sejam os principais responsáveis prontamente apreciado e respondido sem demora. Se o
pelos cuidados de saúde do recluso, ou, no mínimo, por pedido ou a reclamação for rejeitado, ou no caso de
pessoal adequadamente treinado por um profissional de atraso indevido, o reclamante deve ter o direito de
saúde em relação aos padrões de higiene, saúde e apresentá-lo à autoridade judicial ou a outra autoridade.
segurança. 2. Devem ser criados mecanismos de salvaguarda
para assegurar que os reclusos possam formular pedidos
Regra 53 e reclamações de forma segura e, se solicitado pelo
reclamante, de forma confidencial. O recluso, ou qualquer

ID:
127
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outra pessoa mencionada no parágrafo 4 da Regra 56, representantes diplomáticos do Estado encarregado de
não deve ser exposto a qualquer risco de retaliação, zelar pelos seus interesses ou com qualquer autoridade
intimidação ou outras consequências negativas como nacional ou internacional que tenha a seu cargo a
resultado de um pedido ou reclamação. proteção dessas pessoas.
3. Alegações de tortura ou outras penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes Regra 63
devem ser imediatamente apreciadas e devem originar Os reclusos devem ser mantidos regularmente
uma investigação rápida e imparcial, conduzida por uma informados das notícias mais importantes através da
autoridade nacional independente, de acordo com os leitura de jornais, publicações periódicas ou institucionais
parágrafos 1 e 2 da Regra 71. especiais, através de transmissões de rádio, conferências
ou quaisquer outros meios semelhantes, autorizados ou
Contatos com o mundo exterior controlados pela administração prisional.
Regra 58
1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a Biblioteca
necessária supervisão, a comunicar periodicamente com Regra 64
as suas famílias e com amigos: Cada estabelecimento prisional deve ter uma
(a) Por correspondência e utilizando, se possível, biblioteca para o uso de todas as categorias de reclusos,
meios de telecomunicação, digitais, eletrônicos e outros; e devidamente provida com livros recreativos e de instrução
(b) Através de visitas. 2. Onde forem permitidas as e os reclusos devem ser incentivados a utilizá-la
visitais conjugais, este direito deve ser garantido sem plenamente.
discriminação e as mulheres reclusas devem exercer este
direito nas mesmas condições que os homens. Devem ser Religião
instaurados procedimentos e disponibilizados locais, de Regra 65
forma a garantir o justo e igualitário acesso, respeitando- 1. Se o estabelecimento prisional reunir um número
se a segurança e a dignidade. suficiente de reclusos da mesma religião, deve ser
nomeado ou autorizado um representante qualificado
Regra 59 dessa religião. Se o número de reclusos o justificar e as
Os reclusos devem ser colocados, sempre que circunstâncias o permitirem, deve ser encontrada uma
possível, em estabelecimentos prisionais próximos das solução permanente.
suas casas ou do local da sua reabilitação social. 2. O representante qualificado, nomeado ou
autorizado nos termos do parágrafo 1 desta Regra, deve
Regra 60 ser autorizado a organizar periodicamente serviços
1. A entrada de visitantes nos estabelecimentos religiosos e a fazer, sempre que for aconselhável, visitas
prisionais depende do consentimento do visitante de pastorais privadas, num horário apropriado, aos reclusos
submeter-se à revista. O visitante pode retirar o seu da sua religião.
consentimento a qualquer momento; nestes casos, a 3. O direito de entrar em contacto com um
administração prisional poderá recusar o seu acesso. representante qualificado da sua religião nunca deve
2. Os procedimentos de entrada e revista de ser negado a qualquer recluso. Por outro lado, se um
visitantes não devem ser degradantes e devem ser recluso se opõe à visita de um representante de uma
regidos por princípios tão protetivos como os delineados religião, a sua vontade deve ser plenamente respeitada.
nas Regras 50 a 52. As revistas feitas a partes íntimas
do corpo devem ser evitadas e não devem ser Regra 66
aplicadas a crianças. Tanto quanto possível, cada recluso deve ser
autorizado a satisfazer as exigências da sua vida
Regra 61 religiosa, assistindo aos serviços ministrados no
1. Os reclusos devem ter a oportunidade, tempo e estabelecimento prisional e tendo na sua posse livros de
meios adequados para receberem visitas e de comunicar rito e prática de ensino religioso da sua confissão.
com um advogado escolhido por si ou com um defensor
público, sem demora, interceptação ou censura, em total Depósito de objetos pertencentes aos reclusos
confidencialidade, sobre qualquer assunto jurídico, em Regra 67
conformidade com a legislação nacional aplicada. Estas 1. Quando o regulamento não autorizar aos
consultas podem ocorrer à vista dos agentes prisionais, reclusos a posse de dinheiro, objetos de valor, peças
mas não podem ser ouvidas por estes. de vestuário e outros objetos que lhes pertençam,
2. Nos casos em que os reclusos não falam a língua estes devem, no momento de admissão no
local, a administração prisional deve facilitar o acesso aos estabelecimento, ser guardados em lugar seguro. Deve
serviços de um intérprete competente e independente. ser elaborado um inventário destes objetos, assinado pelo
3. Os reclusos devem ter acesso a um apoio recluso. Devem ser tomadas medidas para conservar
judiciário efetivo. estes objetos em bom estado.
2. Estes objetos e o dinheiro devem ser restituídos
Regra 62 ao recluso no momento da sua libertação, com exceção
1. A reclusos de nacionalidade estrangeira devem do dinheiro que tenha sido autorizado a gastar, dos
ser concedidas facilidades razoáveis para comunicarem objetos que tenham sido enviados pelo recluso para o
com os representantes diplomáticos e consulares do exterior ou das peças de vestuário que tenham sido
Estado a que pertencem. destruídas por razões de higiene. O recluso deve assinar
2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem o recibo dos objetos e do dinheiro que lhe tenham sido
representação diplomática ou consular no país, e a restituídos.
refugiados ou apátridas, devem ser concedidas 3. Os valores e objetos enviados do exterior
facilidades semelhantes para comunicarem com encontram-se submetidos a estas mesmas regras.

ID:
128
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4. Se o recluso for portador de medicamentos ou quando concluída a investigação. A administração
estupefacientes no momento da admissão, o médico ou prisional deve providenciar um funeral culturalmente
outro profissional de saúde qualificado decidirá sobre a adequado, se não houver outra parte disposta ou
sua utilização. capaz de fazê-lo, e deve manter um registo completo
do facto.
Notificações
Regra 68 Transferência de reclusos
Todo o recluso deve ter o direito de ter Regra 73
oportunidade e os meios de informar imediatamente a 1. Quando os reclusos são transferidos, de ou para
sua família ou qualquer outra pessoa designada por si outro estabelecimento, devem ser vistos o menos possível
sobre a sua detenção, transferência para outro pelo público e devem ser tomadas medidas apropriadas
estabelecimento prisional ou sobre qualquer doença ou para os proteger de insultos, curiosidade e de qualquer
ferimento graves. A divulgação de informações pessoais tipo de publicidade.
dos reclusos deve ser regida por legislação nacional. 2. Deve ser proibido o transporte de reclusos em
veículos com deficiente ventilação ou iluminação ou
Regra 69 que, de qualquer outro modo, os possa sujeitar a
No caso de morte de um recluso, o diretor do sacrifícios físicos desnecessários.
estabelecimento prisional deve informar imediatamente 3. O transporte de reclusos deve ser efetuado a
o parente mais próximo ou a pessoa previamente expensas da administração prisional em condições de
designada pelo recluso. As pessoas designadas pelo igualdade para todos.
recluso para receberem informações sobre a sua saúde
devem ser notificadas pelo diretor em caso de doença Pessoal do estabelecimento prisional
grave, ferimento ou transferência para uma instituição Regra 74
médica. O pedido explícito de um recluso, de que seu 1. A administração prisional deve selecionar
cônjuge ou parente mais próximo não seja informado cuidadosamente o pessoal de todas as categorias,
em caso de doença ou ferimento, deve ser respeitado. dado que é da sua integridade, humanidade, aptidões
pessoais e capacidades profissionais que depende a
Regra 70 boa gestão dos estabelecimentos prisionais.
Um recluso deve ser informado imediatamente 2. A administração prisional deve esforçar-se
da morte ou doença grave de qualquer parente permanentemente por suscitar e manter no espírito do
próximo, cônjuge ou companheiro. No caso de doença pessoal e da opinião pública a convicção de que esta
crítica de um parente próximo, cônjuge ou companheiro, o missão representa um serviço social de grande
recluso deve ser autorizado, quando as circunstâncias o importância; para o efeito, devem ser utilizados todos os
permitirem, a estar junto dele, quer sob escolta quer só, meios adequados para esclarecer o público.
ou a participar no seu funeral. 3. Para a realização daqueles fins, os membros do
pessoal devem desempenhar funções a tempo inteiro na
Investigações qualidade de profissionais do sistema prisional, devem ter
Regra 71 o estatuto de funcionários do Estado e ser-lhes garantida,
1. Não obstante uma investigação interna, o diretor por conseguinte, segurança no emprego dependente
do estabelecimento prisional deve comunicar, apenas de boa conduta, eficácia no trabalho e aptidão
imediatamente, a morte, o desaparecimento ou o física. A remuneração deve ser suficiente para permitir
ferimento grave à autoridade judicial ou a outra recrutar e manter ao serviço homens e mulheres
autoridade competente independente da administração competentes; as regalias e as condições de emprego
prisional e deve determinar uma investigação imediata, devem ser determinadas tendo em conta a natureza
imparcial e efetiva às circunstâncias e às causas destes penosa do trabalho.
casos. A administração prisional deve cooperar
integralmente com a referida autoridade e assegurar que Regra 75
todas as provas são preservadas. 1. Os funcionários devem possuir um nível de
2. A obrigação referida no parágrafo 1 desta Regra educação adequado e deve ser-lhes proporcionadas
deve ser igualmente aplicada quando houver indícios condições e meios para poderem exercer as suas funções
razoáveis para se supor que um ato de tortura ou outras de forma profissional.
penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes 2. Devem frequentar, antes de entrar em funções,
tenham sido praticados no estabelecimento prisional, um curso de formação geral e específico, que deve
mesmo que não tenha sido recebida uma reclamação refletir as melhores e mais modernas práticas, baseadas
formal. em dados empíricos, das ciências penais. Apenas os
3. Quando houver indícios razoáveis para se supor candidatos que ficarem aprovados nas provas teóricas e
que os atos referidos no parágrafo 2 desta Regra tenham práticas devem ser admitidos no serviço prisional.
sido praticados, devem ser tomadas medidas imediatas 3. Após a entrada em funções e ao longo da sua
para garantir que todas as pessoas potencialmente carreira, o pessoal deve conservar e melhorar os seus
implicadas não tenham qualquer envolvimento na conhecimentos e competências profissionais, seguindo
investigação ou contato com as testemunhas, vítimas e cursos de aperfeiçoamento organizados periodicamente.
seus familiares.
Regra 76
Regra 72 1. A formação a que se refere o parágrafo 2 da
A administração prisional deve tratar o corpo de um Regra 75 deve incluir, no mínimo, o seguinte:
recluso falecido com respeito e dignidade. O corpo do (a) Legislação, regulamentos e políticas nacionais
recluso falecido deve ser devolvido ao seu parente mais relevantes, bem como os instrumentos internacionais e
próximo o mais rapidamente possível e, o mais tardar,

ID:
129
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regionais aplicáveis que devem nortear o trabalho e as 2. Nenhum funcionário do sexo masculino pode
interações dos funcionários com os reclusos; entrar na parte do estabelecimento destinada às
(b) Direitos e deveres dos funcionários no mulheres sem ser acompanhado por um funcionário
exercício das suas funções, incluindo o respeito à do sexo feminino.
dignidade humana de todos os reclusos e a proibição de 3. A vigilância das reclusas deve ser assegurada
certas condutas, em particular a prática de tortura ou exclusivamente por funcionários do sexo feminino.
outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes; Regra 82
(c) Segurança, incluindo o conceito de segurança 1. Os funcionários dos estabelecimentos prisionais
dinâmica, o uso da força e instrumentos de coação e a não devem, nas suas relações com os reclusos, usar de
gestão de pessoas violentas, tendo em consideração força, exceto em legítima defesa ou em casos de
técnicas preventivas e alternativas, como a negociação e tentativa de fuga ou de resistência física ativa ou
a mediação; passiva a uma ordem baseada na lei ou nos
(d) Técnicas de primeiros socorros, as regulamentos. Os funcionários que tenham de recorrer à
necessidades psicossociais dos reclusos e força não devem usar senão a estritamente necessária e
correspondentes dinâmicas do ambiente prisional, bem devem comunicar imediatamente o incidente ao diretor do
como o apoio e assistência social, incluindo o diagnóstico estabelecimento prisional.
prévio de doenças mentais. 2. Os membros do pessoal prisional devem receber
2. Os funcionários que estiverem incumbidos de formação técnica especial que lhes permita dominar os
trabalhar com certas categorias de reclusos, ou que reclusos violentos.
estejam designados para outras funções específicas, 3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes que
devem receber formação adequada às suas assegurem serviços que os ponham em contacto
características. direto com os reclusos não devem estar armados.
Aliás, não deverá ser confiada uma arma a um membro
Regra 77 do pessoal sem que este seja treinado para o seu uso.
Todos os membros do pessoal devem, em todas as
circunstâncias, comportar-se e desempenhar as suas Inspeções internas e externas
funções de maneira a que o seu exemplo tenha boa Regra 83
influência sobre os reclusos e mereça o respeito destes. 1. Deve haver um sistema duplo de inspeções
regulares nos estabelecimentos e serviços prisionais:
Regra 78 (a) Inspeções internas ou administrativas
1. Na medida do possível, deve incluir-se no conduzidas pela administração prisional central;
pessoal um número suficiente de especialistas, tais (b) Inspeções externas conduzidas por um órgão
como psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, independente da administração prisional, que pode
professores e instrutores técnicos. incluir órgãos internacionais ou regionais competentes.
2. Os assistentes sociais, professores e instrutores 2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções
técnicos devem exercer as suas funções de forma deve ser o de assegurar que os estabelecimentos
permanente, mas poderá também recorrer-se a auxiliares prisionais sejam administrados de acordo com as leis,
a tempo parcial ou a voluntários. regulamentos, políticas e procedimentos vigentes, para
prossecução dos objetivos dos serviços prisionais e
Regra 79 correcionais e para a proteção dos direitos dos reclusos.
1. O diretor do estabelecimento prisional deve ser
adequadamente qualificado para a sua função, quer Regra 84
pelo seu carácter, quer pelas suas competências 1. Os inspetores devem ter a autoridade para:
administrativas, formação e experiência. (a) Aceder a todas as informações sobre o número
2. O diretor do estabelecimento prisional deve de reclusos e dos locais de detenção, bem como a toda a
exercer a sua função oficial a tempo inteiro e não deve informação relevante ao tratamento dos reclusos,
ser nomeado a tempo parcial. Deve residir no incluindo os seus registos e as condições de detenção;
estabelecimento prisional ou nas imediações deste. (b) Escolher livremente qual o estabelecimento
3. Quando dois ou mais estabelecimentos prisionais prisional que querem inspecionar, inclusive fazendo
estejam sob a autoridade de um único diretor, este deve visitas por iniciativa própria sem aviso prévio e quais os
visitar ambos com regularidade. Em cada um dos reclusos que pretendem entrevistar;
estabelecimentos deve haver um funcionário responsável. (c) Conduzir entrevistas com os reclusos e com os
funcionários prisionais, em total privacidade e
Regra 80 confidencialidade, durante as suas visitas;
1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos outros (d) Fazer recomendações à administração prisional
membros do pessoal do estabelecimento prisional devem e a outras autoridades competentes.
falar a língua da maior parte dos reclusos ou uma língua 2. As equipes de inspeção externa devem ser
entendida pela maioria deles. compostas por inspetores qualificados e experientes,
2. Deve recorrer-se aos serviços de um intérprete indicados por uma autoridade competente, e devem
sempre que seja necessário. contar com profissionais de saúde. Deve-se procurar ter
uma representação equilibrada de género.
Regra 81
1. Nos estabelecimentos prisionais destinados a Regra 85
homens e mulheres, a secção das mulheres deve ser 1. Depois de uma inspeção, deve ser submetido
colocada sob a direção de um funcionário do sexo à autoridade competente um relatório escrito. Esforços
feminino responsável que terá à sua guarda todas as devem ser empreendidos para tornar público os relatórios
chaves dessa secção. das inspeções externas, excluindo-se qualquer dado

ID:
130
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pessoal dos reclusos, a menos que estes tenham dado quinhentos. Nos estabelecimentos abertos, a população
explicitamente o seu acordo. deve ser tão reduzida quanto possível.
2. A administração prisional ou qualquer outra 4. Por outro lado, não é recomendável manter
autoridade competente, conforme apropriado, deve estabelecimentos demasiado pequenos que possam
indicar, num prazo razoável, se as recomendações impedir que instalações adequadas sejam facultadas.
provindas das inspeções externas serão implementadas.
Regra 90
II. REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS ESPECIAIS O dever da sociedade não cessa com a
A. Reclusos condenados libertação de um recluso. Seria por isso necessário
Princípios gerais dispor de organismos governamentais ou privados
Regra 86 capazes de trazer ao recluso colocado em liberdade um
Os princípios gerais a seguir enunciados têm por auxílio pós-penitenciário eficaz, tendente a diminuir os
finalidade a definição do espírito dentro do qual os preconceitos a seu respeito e a permitir-lhe a sua
sistemas prisionais devem ser administrados e os reinserção na sociedade.
objetivos a que devem tender, de acordo com a
declaração feita na observação preliminar 1 destas Tratamento
Regras. Regra 91
O tratamento das pessoas condenadas a uma pena
Regra 87 ou medida privativa de liberdade deve ter por objetivo, na
Antes do termo da execução de uma pena ou de medida em que o permitir a duração da condenação, criar
uma medida é desejável que sejam adotadas as medidas nelas a vontade e as aptidões que as tornem capazes,
necessárias para assegurar ao recluso um regresso após a sua libertação, de viver no respeito pela lei e de
progressivo à vida na sociedade. Este objetivo poderá prover às suas necessidades. Este tratamento deve
ser alcançado, consoante os casos, através de um incentivar o respeito por si próprias e desenvolver o seu
regime preparatório da libertação, organizado no sentido da responsabilidade.
próprio estabelecimento ou em outro estabelecimento
adequado, ou mediante uma libertação condicional sujeita Regra 92
a controlo, que não deve caber à polícia, mas que deve 1. Para este fim, há que recorrer a todos os meios
comportar uma assistência social eficaz. apropriados, nomeadamente à assistência religiosa nos
países em que seja possível, à instrução, à orientação e à
Regra 88 formação profissionais, à assistência social direcionada,
1. O tratamento não deve acentuar a exclusão ao aconselhamento profissional, ao desenvolvimento
dos reclusos da sociedade, mas sim fazê-los físico e à educação moral, de acordo com as
compreender que continuam a fazer parte dela. Para este necessidades de cada recluso. Há que ter em conta o
fim, há que recorrer, sempre que possível, à cooperação passado social e criminal do condenado, as suas
de organismos da comunidade destinados a auxiliar o capacidades e aptidões físicas e mentais, a sua
pessoal do estabelecimento prisional na reabilitação personalidade, a duração da condenação e as
social dos reclusos. perspectivas da sua reabilitação.
2. Assistentes sociais, colaborando com cada 2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a
estabelecimento, devem ter por missão a manutenção e uma medida de certa duração, o diretor do
a melhoria das relações do recluso com a sua família estabelecimento prisional deve receber, no mais breve
e com os organismos sociais que podem ser-lhe úteis. trecho após a admissão do recluso, relatórios completos
Devem adotar-se medidas tendo em vista a salvaguarda, sobre os diferentes aspetos referidos no parágrafo 1 desta
de acordo com a lei e a pena imposta, dos direitos civis, Regra. Estes relatórios devem sempre compreender um
dos direitos em matéria de segurança social e de outros relatório de um médico, se possível especializado em
benefícios sociais dos reclusos. psiquiatria, sobre a condição física e mental do recluso.
3. Os relatórios e outros elementos pertinentes
Regra 89 devem ser colocados num arquivo individual. Este arquivo
1. A realização destes princípios exige a deve ser atualizado e classificado de modo a poder ser
individualização do tratamento e, para este fim, um consultado pelo pessoal responsável sempre que
sistema flexível de classificação dos reclusos por necessário.
grupos; é por isso desejável que esses grupos sejam
colocados em estabelecimentos prisionais separados, Classificação e individualização
adequados ao tratamento de cada um deles. Regra 93
2. Estes estabelecimentos não devem possuir o 1. As finalidades da classificação devem ser:
mesmo grau de segurança para cada grupo. É desejável (a) De separar os reclusos que, pelo seu passado
prever graus de segurança consoante as necessidades criminal ou pela sua personalidade, possam vir a exercer
dos diferentes grupos. Os estabelecimentos abertos, pelo uma influência negativa sobre os outros reclusos;
próprio facto de não preverem medidas de segurança (b) De repartir os reclusos por grupos tendo em vista
física contra as evasões, mas remeterem neste domínio à facilitar o seu tratamento para a sua reinserção social.
autodisciplina dos reclusos, proporcionam aos reclusos 2. Há que dispor, na medida do possível, de
cuidadosamente escolhidos as condições mais favoráveis estabelecimentos separados ou de secções distintas
à sua reabilitação. dentro de um estabelecimento para o tratamento das
3. É desejável que nos estabelecimentos prisionais diferentes categorias de reclusos.
fechados a individualização do tratamento não seja
prejudicada por um número demasiado elevado de Regra 94
reclusos. Alguns países entende-se que a população Assim que possível após a admissão e depois de
destes estabelecimentos não deve ultrapassar os um estudo da personalidade de cada recluso condenado

ID:
131
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a uma pena ou a uma medida de uma certa duração deve seja efetuado para outros departamentos do Estado, as
ser preparado um programa de tratamento que lhe seja pessoas às quais esse trabalho seja prestado devem
destinado, à luz dos dados de que se dispõe sobre as pagar à administração a remuneração normal exigível
suas necessidades individuais, as suas capacidades e o para esse trabalho, tendo todavia em conta a
seu estado de espírito. produtividade dos reclusos.

Privilégios Regra 101


Regra 95 1. Os cuidados prescritos destinados a proteger a
Há que instituir em cada estabelecimento um segurança e a saúde dos trabalhadores em liberdade
sistema de privilégios adaptado às diferentes categorias devem igualmente existir nos estabelecimentos prisionais.
de reclusos e aos diferentes métodos de tratamento, com 2. Devem ser adotadas disposições para indemnizar
o objetivo de encorajar o bom comportamento, de os reclusos por acidentes de trabalho e doenças
desenvolver o sentido da responsabilidade e de estimular profissionais, nas mesmas condições que a lei concede
o interesse e a cooperação dos reclusos no seu próprio aos trabalhadores em liberdade.
tratamento.
Regra 102
Trabalho 1. As horas diárias e semanais máximas de
Regra 96 trabalho dos reclusos devem ser fixadas por lei ou
1. Todos os reclusos condenados devem ter a por regulamento administrativo, tendo em consideração
oportunidade de trabalhar e/ou participar ativamente regras ou costumes locais respeitantes ao trabalho dos
na sua reabilitação, em conformidade com as suas trabalhadores em liberdade.
aptidões física e mental, de acordo com a determinação 2. As horas devem ser fixadas de modo a deixar um
do médico ou de outro profissional de saúde qualificado. dia de descanso semanal e tempo suficiente para a
2. Deve ser dado trabalho suficiente de natureza educação e para outras atividades necessárias como
útil aos reclusos, de modo a conservá-los ativos durante parte do tratamento e reinserção dos reclusos.
um dia normal de trabalho.
Regra 103
Regra 97 1. O trabalho dos reclusos deve ser remunerado de
1. O trabalho na prisão não deve ser de natureza modo equitativo.
penosa. 2. O regulamento deve permitir aos reclusos a
2. Os reclusos não devem ser mantidos em regime utilização de pelo menos uma parte da sua remuneração
de escravidão ou de servidão. para adquirir objetos autorizados, destinados ao seu uso
3. Nenhum recluso será chamado a trabalhar para pessoal, e para enviar outra parte à sua família.
beneficiar, a título pessoal ou privado, qualquer membro 3. O regulamento deve prever igualmente que uma
da equipa prisional. parte da remuneração seja reservada pela administração
prisional de modo a constituir uma poupança que será
Regra 98 entregue ao recluso no momento da sua libertação.
1. Tanto quanto possível, o trabalho proporcionado
deve ser de natureza que mantenha ou aumente as Educação e lazer
capacidades dos reclusos para ganharem Regra 104
honestamente a vida depois de libertados. 1. Devem ser tomadas medidas no sentido de
2. Deve ser proporcionada formação profissional, em melhorar a educação de todos os reclusos que daí tirem
profissões úteis, aos reclusos que dela tirem proveito e proveito, incluindo instrução religiosa nos países em que
especialmente a jovens reclusos. tal for possível. A educação de analfabetos e jovens
3. Dentro dos limites compatíveis com uma seleção reclusos será obrigatória, prestando-lhe a administração
profissional apropriada e com as exigências da prisional especial atenção.
administração e disciplina prisional, os reclusos devem 2. Tanto quanto for possível, a educação dos
poder escolher o tipo de trabalho que querem fazer. reclusos deve estar integrada no sistema educacional do
país, para que depois da sua libertação possam continuar,
Regra 99 sem dificuldades, os seus estudos.
1. A organização e os métodos do trabalho nos
estabelecimentos prisionais devem aproximar-se tanto Regra 105
quanto possível dos que regem um trabalho semelhante Devem ser proporcionadas atividades recreativas e
fora do estabelecimento, de modo a preparar os reclusos culturais em todos os estabelecimentos prisionais em
para as condições de uma vida profissional normal. benefício da saúde mental e física dos reclusos.
2. No entanto, o interesse dos reclusos e a sua
formação profissional não devem ser subordinados ao Relações sociais e assistência pós-prisional
desejo de realizar um benefício financeiro por meio do Regra 106
trabalho prisional. Deve ser prestada atenção especial à manutenção e
melhoramento das relações entre o recluso e a sua
Regra 100 família que se mostrem de maior vantagem para ambos.
1. As indústrias e as explorações agrícolas devem,
de preferência, ser dirigidas pela administração prisional e Regra 107
não por empresários privados. Desde o início do cumprimento da pena de um
2. Quando os reclusos forem empregues para recluso, deve ter-se em consideração o seu futuro depois
trabalho não controlado pela administração prisional, de libertado, devendo este ser estimulado e ajudado a
devem ser sempre colocados sob vigilância do manter ou estabelecer relações com pessoas ou
pessoal prisional. Salvo nos casos em que o trabalho organizações externas, aptas a promover os melhores

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interesses da sua família e da sua própria reabilitação 2. Os jovens detidos preventivamente devem ser
social. mantidos separados dos adultos e ser, em princípio,
detidos em estabelecimentos prisionais separados.
Regra 108
1. Os serviços ou organizações governamentais ou Regra 113
outras, que prestam assistência a reclusos colocados em As pessoas detidas preventivamente devem
liberdade para se reestabelecerem na sociedade, devem dormir sozinhas em quartos separados, sob reserva de
assegurar, na medida do possível e do necessário, que diferente costume local relativo ao clima.
sejam facultados aos reclusos libertados documentos de
identificação apropriados, que lhes sejam garantidas Regra 114
casas adequadas e trabalho, vestuário apropriado ao Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do
clima e à estação do ano e recursos suficientes para estabelecimento prisional, as pessoas detidas
chegarem ao seu destino e para subsistirem no período preventivamente podem, se o desejarem, mandar vir
imediatamente seguinte à sua libertação. alimentação do exterior a expensas próprias, quer através
2. Os representantes oficiais dessas organizações da administração, quer através da sua família ou amigos.
devem ter o acesso necessário ao estabelecimento Caso contrário a administração deve fornecer-lhes a
prisional e aos reclusos, sendo consultados sobre o futuro alimentação.
do recluso desde o início do cumprimento da pena.
3. É recomendável que as atividades destas Regra 115
organizações estejam centralizadas ou sejam A pessoa detida preventivamente deve ser
coordenadas, tanto quanto possível, a fim de garantir a autorizada a usar a sua própria roupa se estiver limpa e
melhor utilização dos seus esforços. for adequada. Se usar roupa do estabelecimento prisional,
esta será diferente da fornecida aos condenados.
B. Reclusos com transtornos mentais e/ou com
problemas de saúde Regra 116
Regra 109 Será sempre dada à pessoa detida
1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a preventivamente a oportunidade de trabalhar, mas
quem, posteriormente, foi diagnosticado uma deficiência esta não será obrigada a fazê-lo. Se optar por trabalhar,
mental e/ou um problema de saúde grave, em relação será remunerada.
aos quais a detenção poderia agravar a sua condição,
não devem ser detidas em prisões. Devem ser tomadas Regra 117
medidas para as transferir para um estabelecimento A pessoa detida preventivamente deve ser
para doentes mentais o mais depressa possível. autorizada a obter, a expensas próprias ou a expensas de
2. Se necessário, os demais reclusos que sofrem de terceiros, livros, jornais, material para escrever e outros
outras doenças ou anomalias mentais devem ser meios de ocupação compatíveis com os interesses da
examinados e tratados em instituições especializadas, administração da justiça e com a segurança e boa ordem
sob vigilância médica. do estabelecimento prisional.
3. O serviço médico ou psiquiátrico dos
estabelecimentos prisionais deve proporcionar tratamento Regra 118
psiquiátrico a todos os reclusos que o necessitem. A pessoa detida preventivamente deve ser
autorizada a ser visitada e a ser tratada pelo seu médico
Regra 110 pessoal ou dentista se existir motivo razoável para o seu
É desejável que sejam adotadas medidas, de acordo pedido e puder pagar quaisquer despesas em que
com os organismos competentes, para que o tratamento incorrer.
psiquiátrico seja mantido, se necessário, depois da
colocação em liberdade e que uma assistência social pós- Regra 119
prisional de natureza psiquiátrica seja assegurada. 1. Todo o recluso tem o direito a ser imediatamente
informado das razões de sua detenção e sobre quaisquer
C. Reclusos detidos ou a aguardar julgamento acusações apresentadas contra si. 2. Se uma pessoa
Regra 111 detida preventivamente não tiver um advogado da sua
1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser escolha, ser-lhe-á designado um defensor oficioso pela
imputada a prática de uma infração penal, quer estejam autoridade judicial, ou outra autoridade, em todos os
detidos sob custódia da polícia, quer num casos em que os interesses da justiça o exigirem e sem
estabelecimento prisional, mas que ainda não foram custos para a pessoa detida preventivamente, caso esta
julgados e condenados, são doravante designados nestas não possua recursos suficientes para pagar. A
Regras por “detidos preventivamente”. possibilidade de se recusar o acesso a um advogado
2. As pessoas detidas preventivamente presumem- deve ser sujeita a uma revisão independente, sem
se inocentes e como tal devem ser tratadas. demora.
3. Estes detidos devem beneficiar de um regime
especial cujos elementos essenciais se discriminam Regra 120
nestas Regras, sem prejuízo das disposições legais sobre 1. Os direitos e as modalidades que regem o acesso
a proteção da liberdade individual ou que estabelecem os de uma pessoa detida preventivamente ao seu advogado
trâmites a ser observados em relação a pessoas detidas ou defensor oficioso, com vista à sua defesa, devem ser
preventivamente. regulados pelos mesmos princípios estabelecidos na
Regra 61.
Regra 112 2. A pessoa detida preventivamente deve ter à sua
1. As pessoas detidas preventivamente devem ser disposição, se assim o desejar, material de escrita a fim
mantidas separadas dos reclusos condenados. de preparar os documentos relacionados com a sua

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defesa e entregar instruções confidenciais ao seu
advogado ou defensor oficioso.

D. Presos civis
Regra 121
Nos países cuja legislação prevê a prisão por
dívidas ou outras formas de prisão proferidas por decisão
judicial na sequência de processos que não tenham
natureza penal, os reclusos não devem ser submetidos a
maiores restrições nem ser tratados com maior
severidade do que for necessário para manter a
segurança e a ordem. O seu tratamento não deve ser
menos favorável do que o dos detidos preventivamente,
sob reserva, porém, da eventual obrigação de trabalhar.

E. Pessoas presas ou detidas sem acusação


Regra 122
Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9.º
do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos,
deve ser concedida às pessoas presas ou detidas sem
acusação a proteção conferida nos termos da secção C,
Partes I e II desta Regra. As disposições relevantes da
secção A da Parte II, desta Regra, serão igualmente
aplicáveis sempre que a sua aplicação possa beneficiar
esta categoria especial de reclusos, desde que não seja
tomada nenhuma medida que implique a reeducação ou a
reabilitação de pessoas não condenadas por uma
infração penal.

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Lei Estadual nº 11.404/1994 Art. 10 – O sentenciado está sujeito ao exame
Contém Normas de Execução Penal criminológico para verificação de carência físico-psíquica
e outras causas de inadaptação social.

Art. 11 – Com base no exame criminológico, serão


Contém normas de execução penal. realizados a classificação e o programa de tratamento do
sentenciado.
(Vide Lei Complementar nº 59, de 18/1/2001.)
(Vide Lei nº 15.289, de 4/8/2004.) Art. 12 – A colaboração do sentenciado no processo
de sua observação psicossocial e de seu tratamento é
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus voluntária.
representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a
seguinte Lei: Art. 13 – A observação do sentenciado se fará do
início ao fim da execução da pena.
TÍTULO I
Disposições Preliminares CAPÍTULO II
Art. 1º – Esta lei regula a execução das medidas Da Observação Psicossocial
privativas de liberdade e restritivas de direito, bem como a Art. 14 – A observação médico-psicossocial
manutenção e a custódia do preso provisório. compreende os exames biológico, psicológico e
complementares e o estudo social do sentenciado.
Art. 2º – A execução penal destina-se à reeducação
do sentenciado e à sua reintegração na sociedade. Art. 15 – A observação empírica se realizará no
§ 1º – A execução penal visa, ainda, a prevenir a trabalho, na sala de aula, no refeitório, na praça de
reincidência, para proteção e defesa da sociedade. esportes e em todas as situações da vida cotidiana do
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.) sentenciado.
§ 2º O controle da execução penal será realizado
com o auxílio de programas eletrônicos de computador. Art. 16 – O exame criminológico será realizado no
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
centro de observação ou na seção de observação do
estabelecimento penitenciário ou por especialista da
comunidade.
Art. 3º – Ao sentenciado é garantido o exercício de
seus direitos civis, políticos, sociais e econômicos, exceto
Art. 17 – A equipe de observação se reunirá
os que forem incompatíveis com a detenção ou com a
semanalmente para apreciar o resultado de cada exame
condenação. e, afinal, redigir o relatório social de síntese.
Art. 4º – No regime e no tratamento penitenciário
Art. 18 – O relatório social de síntese, de caráter
serão observados o respeito e a proteção aos direitos do
interdisciplinar, será levado à Comissão Técnica de
homem. Classificação, que elaborará o programa de tratamento.
Art. 5º – O sentenciado deve ser estimulado a
CAPÍTULO III
colaborar voluntariamente na execução de seu tratamento
Da Classificação
reeducativo. Art. 19 – Cada estabelecimento penitenciário contará
com uma Comissão Técnica de Classificação, à qual
Art. 6º – O Estado e a comunidade são co-
incumbe elaborar o programa de tratamento reeducativo e
responsáveis na realização das atividades de execução
acompanhar a evolução da execução da pena.
penal.
Art. 20 – A Comissão Técnica de Classificação é
Art. 7º – Na execução penal não haverá distinção de
presidida pelo Diretor do estabelecimento e composta de,
caráter racial, religioso ou político.
no mínimo, um psiquiatra, um psicólogo, um assistente
social, um chefe da Seção de Educação e Disciplina e um
TÍTULO II
representante de obras sociais da comunidade.
Do Tratamento Reeducativo
CAPÍTULO I
Art. 21. Compete à Comissão Técnica de
Da Individualização do Tratamento
Classificação opinar sobre a progressão ou a regressão
Art. 8º – O tratamento reeducativo consiste na
do regime de cumprimento da pena, a remição da pena, o
adoção de um conjunto de medidas médico-psicológicas e
monitoramento eletrônico, o livramento condicional e o
sociais, com vistas à reeducação do sentenciado e à sua
indulto.
reintegração na sociedade.
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)

Art. 9º – O tratamento reeducativo será Parágrafo único – No caso de progressão ou


individualizado e levará em conta a personalidade de regressão de regime, as reuniões da Comissão Técnica
cada sentenciado. de Classificação serão presididas pelo Juiz da Execução,
presente o Ministério Público.

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Art. 34 – A penitenciária pode firmar convênio com
Art. 22 – A Comissão Técnica de Classificação entidade pública ou privada para a realização de curso
proporá o programa de tratamento reeducativo, com base profissional ou supletivo.
na sentença condenatória e no relatório social de síntese § 1º – O detento poderá inscrever-se nos exames
do Centro de Observação ou da equipe interdisciplinar. supletivos aplicados pelo Estado, com direito a isenção de
taxa.
Art. 23 – O programa individual de tratamento § 2º – Os cursos supletivos poderão ser ministrados
compreenderá a indicação do regime de cumprimento da por voluntário cadastrado pela Secretaria de Estado da
pena, do estabelecimento penitenciário adequado, da Educação e autorizado pela Secretaria de Estado da
escolarização, do trabalho e da orientação profissional, Justiça.
das atividades culturais e esportivas e das medidas (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.)
especiais de assistência ou tratamento.
Art. 35 – Ao sentenciado será fornecido diploma ou
CAPÍTULO IV certificado de conclusão de curso, que não mencionará
Dos Elementos do Tratamento Penitenciário sua condição de sentenciado.
Art. 24 – O tratamento penitenciário realiza-se
através do desenvolvimento de atividades relacionadas Art. 36 – As penitenciárias contarão com biblioteca
com: instrução, trabalho, religião, disciplina, cultura, organizada com livros de conteúdos informativo,
recreação e esporte, contato com o mundo exterior e educativo e recreativo, adequados às formações cultural,
relações com a família. profissional e espiritual do sentenciado.
Parágrafo único – Será livre a escolha da leitura, e
SEÇÃO I serão proporcionadas condições para o estudo, a
Da Instrução pesquisa e a recreação.
Art. 25 – Serão organizados, nas penitenciárias,
cursos de formação cultural e profissional, que se Art. 37 – Os programas de atividades de cultura, de
coordenarão com o sistema de instrução pública. lazer e de desporto serão articulados de modo a favorecer
a expressão das aptidões dos sentenciados.
Art. 26 – O ensino fundamental é obrigatório para
todos os detentos que não o tiverem concluído. Art. 38 – Serão ministradas, nas penitenciárias, a
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.) instrução musical e a educação física.
Parágrafo único – A parte prática do ensino musical
Art. 27 – O estabelecimento penitenciário disporá de será realizada por meio de participação em banda,
classe especial para os infratores, dando-se ênfase à fanfarra, conjunto instrumental e grupo coral.
escolarização fundamental.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.) SEÇÃO II
Do Trabalho
Art. 28 – O efetivo da classe normal não excederá Art. 39 – O trabalho é obrigatório para o
30 (trinta) alunos, e o da classe especial, 15 (quinze). sentenciado, ressalvado o disposto no art. 58.
§ 1º – O trabalho penitenciário será estabelecido
Art. 29 – Dar-se-á especial atenção ao ensino segundo critérios pedagógicos e psicotécnicos, tendo-se
fundamental, à preparação profissional e à formação do em conta as exigências do tratamento, e procurará
caráter do jovem adulto. aperfeiçoar as aptidões de trabalho e a capacidade
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.) individual do sentenciado, de forma a capacitá-lo para o
desempenho de suas responsabilidades sociais.
§ 2º – O trabalho será exercido de acordo com os
Art. 30 – Os sentenciados trabalharão em oficina de
métodos empregados nas escolas de formação
aprendizagem industrial e artesanato rural ou em serviço
profissional do meio livre.
agrícola do estabelecimento, conforme suas preferências,
§ 3º – Na contratação de obras e de serviços pela
origem urbana ou rural, aptidão física, habilidade manual,
administração pública direta ou indireta do Estado serão
inteligência e nível de escolaridade.
reservados para sentenciados até 10% (dez por cento) do
total das vagas existentes.
Art. 31 – Pode ser instituída, nas penitenciárias,
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 18.725, de 13/1/2010.)
escola de ensino médio.
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 14.390, de 31/10/2002.) § 4º – Para fins do disposto no § 3º deste artigo,
será dada preferência aos sentenciados:
I – que cumpram pena na localidade em que se
Art. 32 – Serão oferecidas facilidades e estímulos ao
desenvolva a atividade contratada;
sentenciado, nos termos da lei, para fazer curso
II – que apresentem melhores indicadores com
universitário.
relação à aptidão, à habilitação, à experiência, à
Parágrafo único – A direção da penitenciária
disciplina, à responsabilidade e ao grau de periculosidade,
manterá contato com as autoridades acadêmicas para a
apurados pelo poder público e registrados em cadastro
admissão do sentenciado no curso de que trata este
próprio.
artigo.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 16.940, de 16/8/2007.)

Art. 33 – É permitido ao sentenciado participar de


curso por correspondência, rádio e televisão, sem prejuízo Art. 40 – A jornada diária de trabalho do sentenciado
da disciplina e da segurança. não excederá 8 (oito) horas.

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Art. 41 – A resistência ao trabalho ou a falta
voluntária em sua execução constituem infração Art. 52 – A prestação de serviço pelo sentenciado
disciplinar, cuja punição será anotada no prontuário do será de cunho exclusivamente pedagógico, com vistas a
sentenciado. sua reintegração na sociedade, não implicando vínculo
empregatício, ressalvado o trabalho industrial exercido em
Art. 42 – A classificação para o trabalho atenderá às fundação, empresa pública com autonomia administrativa
capacidades física e intelectual e à aptidão profissional do ou entidade privada, o qual terá remuneração igual à do
sentenciado, com vistas à sua ressocialização e formação trabalhador livre.
profissional. (Vide art. 4º da Lei nº 15.457, de 12/1/2005.)

Art. 43 – Aplica-se no estabelecimento penitenciário Art. 53 – O contrato de prestação de serviços para o


a legislação relativa à higiene e à segurança do trabalho externo do sentenciado será celebrado entre o
trabalhador. Diretor do estabelecimento penitenciário, ouvida a
Comissão Técnica de Classificação, e o estabelecimento
Art. 44 – Para a prestação do trabalho externo, tomador do serviço, dependendo do consentimento
serão considerados, segundo parecer da Comissão expresso do sentenciado, nos termos do § 3º do art. 36 da
Técnica de Classificação, a personalidade, os Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
antecedentes e o grau de recuperação do sentenciado Parágrafo único – Nas licitações para obras de
que assegurem sua regular e efetiva aplicação ao construção, reforma, ampliação e manutenção de
trabalho, bem como o respeito à ordem pública. estabelecimento prisional, a proposta de aproveitamento,
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.) mediante contrato, de mão-de-obra de presos, nos termos
deste artigo, poderá ser considerada como fator de
Art. 45 – O sentenciado em regime semiaberto pontuação, a critério da administração.
poderá, com autorização judicial, frequentar, na (Parágrafo único acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 12.921, de 29/6/1998.)
comunidade, estabelecimento de ensino ou de formação (Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
profissional, ouvida a Comissão Técnica de Classificação,
observado o disposto nos arts. 122 a 125 da Lei Federal Art. 54 – A remuneração auferida pelo sentenciado
nº 7.210, de 11 de julho de 1984. no trabalho externo será empregada:
(Artigo com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.) I – na indenização dos danos causados pelo delito,
desde que determinados judicialmente e não reparados
Art. 46 – O trabalho externo será supervisionado por outro meio;
pelo serviço social penitenciário mediante visita de II – na assistência à família do sentenciado, segundo
inspeção ao local de trabalho. a lei civil;
(Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.) III – cumprido o disposto nos incisos anteriores e
ressalvadas outras aplicações legais, na constituição de
pecúlio, na forma de depósito em caderneta de poupança
Art. 47 – O trabalho externo pode ser prestado nos
mantida por estabelecimento oficial, o qual será entregue
termos da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984.
ao sentenciado no ato de sua libertação.
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)

Art. 55 – A contabilidade do estabelecimento


Art. 48 – É obrigatório o regresso do sentenciado ao penitenciário manterá registro da conta individual do
estabelecimento penitenciário, no regime semiaberto, sentenciado.
quando em serviço particular, finda a jornada de trabalho,
sendo-lhe permitido, quando em trabalho em obra pública, Art. 56 – As despesas de manutenção e as custas
pernoitar em dependência da obra, sob custódia e processuais não poderão ser deduzidas da remuneração
vigilância da direção da entidade, que mensalmente do sentenciado que se distinguir por sua conduta
enviará à penitenciária relatório sobre o seu exemplar.
comportamento. Parágrafo único – A conduta é considerada
exemplar quando o sentenciado manifesta, durante a
Art. 49 – Deverá ser imediatamente comunicada à execução da pena, constante empenho no trabalho e na
penitenciária a ocorrência de acidente, falta grave ou aprendizagem escolar e profissional, bem como senso de
evasão, perdendo o sentenciado, nas duas últimas responsabilidade em seu comportamento pessoal.
hipóteses, o direito à prestação de trabalho externo.
Art. 57 – Excetuam-se da obrigação de trabalhar os
Art. 50 – É obrigatório o seguro contra acidentes nos maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram enfermidade
trabalhos interno e externo. que os impossibilite para o trabalho e a mulher antes e
após o parto, nos termos da legislação trabalhista.
Art. 51 – A remuneração do trabalho do sentenciado,
quando não for fixada pelo órgão competente, será Art. 58 – O sentenciado fará jus ao repouso
estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação. semanal, de preferência no domingo.
§ 1º – A remuneração será fixada, para o trabalho
interno, em quantia não inferior a 3/4 (três quartos) do Art. 59 – Será concedido descanso de até 1 (um)
salário mínimo. mês ao sentenciado não perigoso, de bom
§ 2º – A remuneração do sentenciado que tiver comportamento, após 12 (doze) meses contínuos de
concluído curso de formação profissional, bem como a do trabalho, dedicação e produtividade.
que tiver bom comportamento e progresso na sua
recuperação, será acrescida de 1/4 (um quarto) do seu SEÇÃO III
valor. Da Religião

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Art. 60 – O sentenciado tem direito à liberdade de § 4º – Na hipótese do § 3º, somente seis meses
crença e culto, permitida a manifestação religiosa pelo após o cancelamento poderá ocorrer nova indicação de
aprendizado e pelo exercício do culto, bem como a cônjuge ou companheiro para fins de visita íntima.
participação nos serviços organizados no estabelecimento § 5º – Poderá ser atribuído ao visitante documento
penitenciário, a posse de livro de instrução religiosa e a de identificação específico, exigível para a realização da
prática da confissão, sem prejuízo da ordem e da visita íntima.
disciplina. § 6º – Somente se admitirá visitante menor de
Parágrafo único – A manifestação religiosa se dará dezoito anos quando legalmente casado e, nos demais
sem prejuízo da ordem e da disciplina exigidas no casos, quando devidamente autorizado pelo juízo
estabelecimento. competente.
§ 7º – O sentenciado receberá atendimento médico
Art. 61 – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 14.505, de e informações com o objetivo de evitar contato sexual de
20/12/2002.) risco.
§ 8º – A visita íntima poderá ser suspensa ou
SEÇÃO IV restringida, por tempo determinado, por ato motivado da
Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas autoridade competente, nas seguintes hipóteses:
Art. 62 – Para os bem-estares físico e mental do I – sanção disciplinar, nos termos do inciso VII do
sentenciado, serão organizadas, nos estabelecimentos art. 143;
penitenciários, atividades culturais, recreativas e II – registro de ato de indisciplina ou atitude
esportivas. inconveniente praticados pelo visitante, apurados em
procedimento administrativo;
Art. 63 – Os programas de atividades esportivas III – risco à segurança do sentenciado, de preso
destinam-se em particular ao jovem adulto, podendo ser provisório ou de terceiros, ou à disciplina do
solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros órgãos da estabelecimento prisional provocado pela visita;
comunidade, a colaboração em seu desenvolvimento. IV – solicitação do preso.
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 64 – O professor de Educação Física e o
recreacionista organizarão sessões de educação física e CAPÍTULO V
atividades dirigidas para grupos de condenados, devendo Da Evolução do Tratamento
observar-lhes o comportamento, para fins de anotação. Art. 68 – O programa de tratamento será avaliado
durante sua evolução, para fins de progressão ou
SEÇÃO V regressão.
Do Contato com o Exterior e da Relação com a Família Parágrafo único – A avaliação periódica do
Art. 65 – Será estimulado o contato do sentenciado tratamento pela Comissão Técnica de Classificação e sua
com o mundo exterior pela prática das medidas de homologação pelo Juiz da Execução Penal determinarão
semiliberdade e pelo trabalho com pessoas da sociedade, a progressão ou a regressão do regime de cumprimento
com o objetivo de conscientizá-lo de sua cidadania e de de pena, no mesmo estabelecimento ou em outro.
sua condição de parte da comunidade livre.
Parágrafo único – O contato com o meio exterior Art. 69 – A progressão depende da evolução
será programado pelo serviço social, ouvida a Comissão favorável do tratamento, e a regressão, da evolução
Técnica de Classificação. desfavorável.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 4º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 70 – No término do tratamento ou na
Art. 66 – O sentenciado tem direito a manter proximidade do livramento condicional, a Comissão
relações familiares, incluindo visitas periódicas da família. Técnica de Classificação elaborará relatório final, no qual
§ 1º – Compete ao serviço social assistir e orientar o constarão o resultado do tratamento, a prognose favorável
sentenciado em suas relações familiares. quanto à vida futura do sentenciado, bem como
§ 2º – O direito estabelecido no caput abrange informação sobre o pedido de livramento condicional.
relações oriundas de casamento, união estável, união
homoafetiva e parentesco. TÍTULO III
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.) Dos Estabelecimentos Penitenciários
CAPÍTULO I
Art. 67 – O sentenciado e o preso provisório têm Disposições Gerais
direito a visita íntima, com periodicidade duração, horários Art. 71 – Os estabelecimentos penitenciários
e procedimentos definidos pela autoridade competente. destinam-se ao cumprimento do disposto nos incisos
§ 1º – A visita ocorrerá em local específico, XLVI, "a", XLVIII, XLIX e L do art. 5º da Constituição
adequado à sua finalidade e compatível com a dignidade Federal e compreendem:
humana. I – presídio e cadeia pública, destinados à custódia
§ 2º – O sentenciado indicará cônjuge ou dos presos à disposição do Juiz processante;
companheiro, para fins de registro e controle pelo II – penitenciária, para o sentenciado em regime
estabelecimento prisional, e fornecerá a devida fechado;
documentação comprobatória do casamento, união III – colônia agrícola, industrial ou similar, para o
estável ou união homoafetiva. sentenciado em regime semiaberto;
§ 3º – A indicação realizada nos termos do § 2º IV – casa do albergado, para o sentenciado em
poderá ser cancelada a qualquer tempo, mediante regime aberto;
comprovação de rompimento do vínculo. V – centro de reeducação do jovem adulto, para o
sentenciado em regime aberto ou semiaberto;

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138
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VI – centro de observação, para realização do
exame Art. 76 – O complexo penitenciário será constituído
criminológico de classificação; de pavilhões separados, para a execução progressiva dos
VII – hospital de custódia e tratamento psiquiátrico regimes fechado, semiaberto e aberto.
para inimputáveis e semi-imputáveis, indicados no art. 26
do Código Penal. Art. 77 – A Comissão Técnica de Classificação do
(Vide art. 7º da Lei nº 18.030, de 12/1/2009.) estabelecimento penitenciário formará grupos de
sentenciados segundo as necessidades de tratamento, a
Art. 72 – Os estabelecimentos penitenciários progressão dos regimes, a concessão ou a revogação de
disporão de casa, sistema de energia, reservatório de benefícios, a autorização de saída, a remição da pena, o
água, quadras poliesportivas, locais para a guarda militar pedido de livramento condicional e a aplicação de sanção
e para os agentes prisionais, dependências para disciplinar.
administração, assistência médica, assistência religiosa, (Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
gabinete odontológico, ensino, serviços gerais, visita de
familiares e visita íntima, bem como de almoxarifado, Art. 78 – Os estabelecimentos de regime fechado
celas individuais, alojamento coletivo, biblioteca e salas terão a lotação máxima de 500 (quinhentos)
equipadas para a realização de vide audiências e sentenciados; os de regime semiaberto, de 300
prestação de assistência jurídica. (trezentos); os de regime aberto, de 50 (cinquenta)
(Caput com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.) semilivres; o presídio, de 400 (quatrocentos) acusados e a
§ 1º – As penitenciárias disporão ainda de locutório cadeia pública, de 50 (cinquenta) presos.
para advogados, salas para autoridades, salas de estágio (Vide § 1º do art. 1º da Lei nº 12.985, de 30/7/1998.)
para estudantes universitários e gabinete para equipe
interdisciplinar de observação ou de tratamento. Art. 79 – Para a localização do estabelecimento de
(Parágrafo renumerado pelo art. 1º da Lei nº 13.661, de 14/7/2000.) regime fechado, levar-se-ão em conta as facilidades de
§ 2º – A pessoa recolhida em prisão provisória que acesso e comunicação, a viabilidade do aproveitamento
ao tempo do delito era policial civil, policial militar, de serviços básicos existentes, as condições necessárias
bombeiro militar, agente de segurança penitenciário ou ao adequado internamento, além da existência de áreas
agente de segurança socioeducativo do Estado ficará em destinadas a instalações de aprendizagem profissional, à
dependência distinta e isolada dos demais complexos prática de esportes e recreação, a visitas, ao ensino e à
penitenciários. assistência especializada.
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 13.661, de 14/7/2000.) § 1º – Para o estabelecimento de regimes aberto e
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.) semiaberto, será considerada ainda a proximidade de
§ 3º – A garantia prevista no § 2º deste artigo locais de trabalho, de cursos de instrução primária e
estende-se ao condenado em sentença transitada em formação profissional e de assistências hospitalar e
julgado que ao tempo do delito era policial civil, policial religiosa.
militar, bombeiro militar, agente de segurança § 2º – O presídio e a cadeia pública se localizarão no
penitenciário ou agente de segurança socioeducativo do meio urbano, respectivamente, na Capital e em sedes de
Estado. comarca com fácil acesso ao fórum local ou a varas
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 13.661, de 14/7/2000.) criminais.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.)
CAPÍTULO II
Art. 73 – As oficinas e instalações agrícolas devem Do Presídio e da Cadeia Pública
reunir condições semelhantes às da comunidade livre, Art. 80 – O presídio e a cadeia pública,
observadas as normas legais para a proteção do trabalho estabelecimentos de regime fechado, destinam-se à
e a prevenção de acidente. custódia do preso provisório e à execução da pena
privativa de liberdade para o preso residente e domiciliado
Art. 74 – Será construído pavilhão de observação, na comarca.
de regime fechado, onde não houver centro de
observação como unidade autônoma. Art. 81 – No presídio e na cadeia pública, haverá
unidades independentes para a mulher, para o jovem
Art. 75 – Devem ser previstas seções adulto, para o preso que tenha exercido função policial, de
independentes, de segurança reforçada, para bombeiro militar, de agente de segurança penitenciário ou
internamento de condenado que tenha exercido função de agente de segurança socioeducativo e para o
policial, de bombeiro militar, de agente de segurança cumprimento de pena privativa de liberdade e de limitação
penitenciário ou de agente de segurança socioeducativo e de fim de semana.
que, por essa condição, esteja ou possa vir a estar (Caput com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.)
ameaçado em sua integridade física, bem como para § 1º – O sentenciado poderá cumprir, na cadeia
internamento de condenado por crime hediondo e de local, pena em regime fechado ou semiaberto, caso a
rebelde ou opositor ao regime do estabelecimento. penitenciária se localize em área distante da residência de
(Caput com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 22.865, de 8/1/2018.) sua família.
§ 1º – Será obrigatória a existência das seções § 2º – Às presidiárias serão asseguradas condições
previstas no "caput" para a guarda de condenados que para permanecer com os filhos durante o período de
forem considerados de alta periculosidade e de difícil amamentação.
recuperação.
§ 2º – Haverá seção aberta, independente, no Art. 82 – O presídio e a cadeia pública, além do
estabelecimento de regime fechado ou semiaberto, para pessoal de vigilância e segurança e do pessoal
atividades de reintegração na sociedade.

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administrativo, contarão com equipe interdisciplinar de
observação. Art. 94 – Haverá casa de albergado na Capital e nas
sedes de comarca.
Art. 83 – Aplica-se ao estabelecimento destinado ao Parágrafo único – Onde não houver casa do
preso provisório o disposto no art. 83 da Lei Federal nº albergado, o regime aberto poderá ser cumprido em
7.210, de 11 de junho de 1984, com a adequada seção independente, separada do estabelecimento de
adaptação ao regime do estabelecimento. regime fechado ou semiaberto.

CAPÍTULO III Art. 95 – A casa do albergado deverá preencher os


Da Penitenciária seguintes requisitos:
Art. 84 – A penitenciária destina-se à execução da I – localização em meio urbano com autonomia
pena privativa de liberdade em regime fechado. administrativa;
II – ocupação por número reduzido de candidatos,
Art. 85 – O sentenciado será alojado em quarto selecionados segundo sua aptidão para o regime aberto.
individual, provido de cama, lavatório, chuveiro e aparelho
sanitário. Art. 96 – São condições para o cumprimento da
pena na casa do albergado:
Art. 86 – São requisitos básicos da unidade celular: I – aceitação, pelo candidato, do programa de
I – salubridade do ambiente pela concorrência dos tratamento;
fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico II – afetação do semilivre ao trabalho, com
adequados à existência humana; preparação profissional para a reintegração na sociedade;
II – área mínima de 6m2 (seis metros quadrados). III – colaboração da comunidade.

Art. 87 – A penitenciária para mulheres será dotada, Art. 97 – No regime aberto, serão observadas as
ainda, de dependência para atendimento da gestante e da normas de ordem e disciplina necessárias à convivência
parturiente, de creche e de unidade de educação pré- normal na comunidade civil, com ausência de precauções
escolar. de ordem material ou física, em razão da aceitação
voluntária da disciplina e do senso de responsabilidade do
Art. 88 – O alojamento coletivo terá suas instalações sentenciado.
sanitárias localizadas em área separada e somente será § 1º – No regime aberto, é permitido ao sentenciado
ocupado por sentenciados que preencham as necessárias mover-se sem vigilância tanto no interior do
condições para a sua utilização. estabelecimento como nas saídas para trabalho externo,
para frequência a curso e para atividades de pré-
Art. 89 – No regime fechado, predominam as normas liberdade.
de segurança e disciplina, que cobrirão, durante 24 (vinte § 2º – O regime aberto compõe-se das seguintes
e quatro) horas, a vida diária dos reclusos, que serão fases:
classificados em grupos, segundo as necessidades de I – iniciação, em que o sentenciado será informado
tratamento, submetendo-se às diferentes atividades do sobre o programa do estabelecimento e seu regimento
processo de ressocialização: trabalho, instrução, religião, interno;
recreação e esporte. II – aceitação do programa, em que será permitido
ao sentenciado sair para o trabalho;
CAPÍTULO IV III – confiança em que o sentenciado gozará das
Das Colônias Agrícola e Industrial vantagens inerentes ao exercício de sua responsabilidade
Art. 90 – A colônia agrícola e a industrial destinam- e de autorização de saída.
se à execução da pena privativa de liberdade em regime (Inciso com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
semiaberto.
CAPÍTULO VI
Art. 91 – Os sentenciados poderão ser alojados em Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
dormitório coletivo, observados os requisitos do art. 88. Art. 98 – O centro de reeducação do jovem adulto
destina-se aos sentenciados de 18 (dezoito) a 21 (vinte e
Art. 92 – No regime semiaberto, serão observadas um) anos de idade, em regime aberto e semiaberto.
as normas de segurança, ordem e disciplina necessárias Parágrafo único – O centro contará com seção
à convivência normal dentro do estabelecimento e à independente para os menores infratores que tiverem
adaptação às peculiaridades do tratamento reeducativo. atingido 18 (dezoito) anos sem conclusão do processo
Parágrafo único – No regime semiaberto, a agenda reeducativo.
diária elaborada pela Comissão Técnica de Classificação
disporá sobre as atividades preceptivas, recreativas e Art. 99 – No centro de reeducação do jovem adulto,
esportivas para o sentenciado, que manterá contato com será intensiva a ação educativa, com a adoção de
a sociedade para o trabalho externo, frequentará cursos métodos pedagógicos e psicopedagógicos.
de instrução escolar e profissional e desenvolverá outras
atividades de reintegração na sociedade, sob a Art. 100 – Para individualização do tratamento, as
assistência e a orientação do pessoal penitenciário ou do seções separadas conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
serviço social. sentenciados.

CAPÍTULO V Art. 101 – O pessoal do centro terá especialização


Da Casa do Albergado profissional, com atualização em cursos especiais
Art. 93 – A casa do albergado destina-se à execução promovidos pela administração penitenciária.
da pena privativa de liberdade em regime aberto.

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CAPÍTULO VII (Caput com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Do Centro de Observação I – a identidade do sentenciado ou do preso
Art. 102 – O centro de observação, estabelecimento provisório;
de regime fechado, tem por objetivo estudar a II – os motivos da detenção ou da internação e a
personalidade do delinquente nos planos físico, psíquico e autoridade que a determinou;
social, para sua afetação ao estabelecimento adequado III – o dia e a hora da admissão e da saída.
ao regime penitenciário, indicando as medidas de ordem
escolar, profissional, terapêutica e moral que Art. 112 – Inicia-se, no ato do registro, o prontuário
fundamentarão a elaboração do programa de tratamento pessoal do sentenciado, que o seguirá nas transferências.
reeducativo. Parágrafo único – O prontuário conterá uma parte
judiciária, uma parte penitenciária e uma parte social.
Art. 103 – O centro de observação, além do pessoal
de segurança, vigilância e administração, contará com Art. 113 – O sentenciado será informado sobre a
equipe interdisciplinar de observação, constituída de legislação pertinente e sobre o regime interno do
psicólogo, psiquiatra, clínico geral, assistente social, estabelecimento.
educador e criminólogo.
Art. 114 – O sentenciado tem o direito de informar
CAPÍTULO VIII sua situação ao Juiz e ao seu advogado ou à pessoa por
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ele indicada.
Art. 104 – O hospital de custódia e tratamento
psiquiátrico, de regime semiaberto, destina-se aos Art. 115 – O preso provisório será informado de seus
inimputáveis e semi-imputáveis indicados no art. 26 e seu direitos, assegurada a comunicação com a família e com
parágrafo único do Código Penal. seu defensor e o respeito ao princípio da presunção de
§ 1º – Haverá seções independentes de regime inocência.
fechado, segundo as exigências do tratamento
psiquiátrico, no caso de extrema periculosidade do Art. 116 – Efetuada a admissão, proceder-se-á à
sentenciado. separação do sentenciado segundo o sexo, a idade, os
§ 2º – As seções de regime aberto destinam-se ao antecedentes, o estado físico e mental e a necessidade
tratamento ambulatorial e à preparação para o reingresso de tratamento reeducativo ou psiquiátrico.
na sociedade.
Art. 117 – A agenda diária das atividades da vida em
Art. 105 – No estabelecimento psiquiátrico, haverá, comum dos sentenciados será elaborada pela Comissão
além das dependências da administração, segurança e Técnica de Classificação.
vigilância, seções de observação normal, de praxiterapia,
esporte e recreação, observando-se, no que for aplicável, CAPÍTULO II
o art. 83 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984. Do Alojamento
Art. 118 – Aos sentenciados serão destinadas celas
Art. 106 – No hospital, além do exame psiquiátrico, individuais.
serão realizados o exame criminológico e os exames Parágrafo único – Em caso de necessidade, a
necessários aos tratamentos terapêutico e reeducativo, administração da penitenciária poderá autorizar a
com respeito e proteção aos direitos da pessoa do colocação de mais de um sentenciado na cela ou no
sentenciado. quarto individual, adequadamente selecionado, vedada,
nesse caso, a ocupação apenas por dois sentenciados.
Art. 107 – O pessoal profissional e não profissional
do estabelecimento psiquiátrico deverá ser selecionado e Art. 119 – Os locais destinados ao dormitório e à
qualificado, com especial atenção às exigências vida em comum devem atender às exigências da higiene,
peculiares ao tratamento dos sentenciados. levando-se em conta espaço, ventilação, água, luz e
calefação.
Art. 108 – A direção do hospital deverá informar
mensalmente à autoridade judiciária sobre as condições Art. 120 – É permitido o alojamento em comum no
psíquicas do sentenciado recuperado. estabelecimento aberto, com o consentimento do
sentenciado.
Art. 109 – A administração penitenciária poderá
firmar convênio com hospital psiquiátrico da comunidade Art. 121 – Haverá alojamento coletivo, de uso
para o tratamento de sentenciado destinado ao hospital temporário, para atender a necessidade urgente.
de custódia e tratamento psiquiátrico.
CAPÍTULO III
TÍTULO IV Do Vestuário e da Higiene Pessoal
Do Regime Penitenciário Art. 122 – O sentenciado poderá usar o vestuário
CAPÍTULO I próprio ou o fornecido pela administração, adaptado às
Da Admissão e do Registro condições climáticas e que não afete sua dignidade.
Art. 110 – A admissão do sentenciado ou do preso
provisório se fará à vista de ordem da autoridade Art. 123 – O sentenciado disporá de roupa
competente. necessária para a sua cama e de móvel para guardar
seus pertences.
Art. 111 – O registro de detenção ou internação será
feito em livro próprio ou em meio eletrônico, e nele Art. 124 – A higiene pessoal é exigida de todos os
constarão: sentenciados.

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Parágrafo único – A administração do
estabelecimento fixará horário para os cuidados de Art. 131 – Em caso de perigo para a ordem ou para
higiene pessoal dos sentenciados e colocará à sua a segurança do estabelecimento, o Diretor deste poderá
disposição o material necessário. censurar a correspondência dos sentenciados,
respeitados os seus direitos.
CAPÍTULO IV Parágrafo único – A correspondência por telefone
Da Alimentação será autorizada pelo Diretor do estabelecimento, por
Art. 125 – A administração do estabelecimento escrito e motivadamente.
fornecerá alimentação aos sentenciados, controlada por
nutricionista, convenientemente preparada e de acordo CAPÍTULO II
com as normas dietéticas e de higiene. Das Visitas
Art. 132 – As visitas destinam-se a manter os
CAPÍTULO V vínculos familiares e sociais do sentenciado e a prepará-lo
Da Assistência Sanitária para a reintegração na sociedade.
Art. 126 – O estabelecimento penitenciário disporá (Vide Lei nº 12.492, de 16/4/1997.)
de clínico geral, odontólogo e psiquiatra. Parágrafo único – As visitas podem ser vigiadas, por
§ 1º – O doente que tiver necessidade de cuidados razões de tratamento do sentenciado, ou de ordem e
especiais será transferido para estabelecimento segurança do estabelecimento.
penitenciário especializado ou hospital civil.
§ 2º – Ao sentenciado será prestada assistência Art. 133 – As visitas de advogado terão lugar em
odontológica. local reservado, em que as conversas não sejam ouvidas.

Art. 127 – Para a assistência sanitária, os Art. 134 – Não pode ser ouvido o colóquio do
estabelecimentos penitenciários serão dotados de: sentenciado com o Juiz, com o representante do
I – enfermaria com camas, material clínico, Ministério Público, com o funcionário no exercício de suas
instrumental adequado e produtos farmacêuticos para a funções e com os membros da equipe interdisciplinar.
internação médica ou odontológica de urgência;
II – dependência para observação psiquiátrica e Art. 135 – O estabelecimento disporá de anexo
cuidados de toxicômano; especialmente adequado para visitas familiares ao
III – unidade para doenças infecciosas. sentenciado que não possa obter autorização de saída.
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 128 – O estabelecimento penitenciário destinado
às mulheres disporá de dependência dotada de material
CAPÍTULO III
de obstetrícia, para atender à mulher grávida ou à
Das Autorizações de Saída
parturiente cuja urgência do estado não permita a
(Título do capítulo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de
transferência para hospital civil. 12/1/2011.)
Parágrafo único – As unidades do sistema prisional
Art. 136 – Os condenados que cumprem pena em
e penitenciário notificarão à unidade de atenção básica de
regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios
saúde que referencie o seu território:
poderão obter permissão de saída, mediante escolta, nos
I – a existência de presa grávida, lactante ou
casos devidamente comprovados de necessidade de
acompanhada de filho na primeira infância, para a
tratamento médico e falecimento ou doença grave de
regularização do atendimento à saúde materno-infantil;
cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou
II – a transferência para outra unidade prisional, com
irmão.
indicação do novo local de internação, de presa grávida,
§ 1º – A permissão de saída será concedida pelo
lactante ou acompanhada de filho na primeira infância,
Diretor do estabelecimento.
para a regularização e continuidade do atendimento à
§ 2º – A permanência do detento fora do
saúde materno-infantil.
estabelecimento penal terá a duração necessária à
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 18.029, de 12/1/2009.)
finalidade da saída.
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 128-A – O estabelecimento prisional é sujeito a
controle sanitário, nos termos da Lei nº 13.317, de 24 de
Art. 137 – Os condenados que cumprem pena em
setembro de 1999.
regime semiaberto poderão obter autorização para saída
Parágrafo único – Regulamento fixará rotina de
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos
inspeções sanitárias aplicável ao estabelecimento a que
seguintes casos:
se refere o caput.
I – visita à família;
(Artigo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 22.429, de 20/12/2016.)
II – frequência a curso supletivo profissionalizante
bem como de instrução do segundo grau ou superior, na
TÍTULO V Comarca do Juízo da Execução;
Da Comunicação com o Exterior III – participação em atividades que concorram para
CAPÍTULO I o retorno ao convívio social.
Da Correspondência Parágrafo único – A autorização de saída será
Art. 129 – Os sentenciados têm direito de enviar e concedida ou revogada por ato motivado do Juiz da
receber correspondência epistolar e telegráfica. execução, observado o disposto nos arts. 123 a 125 da
Lei Federal nº 7.210.
Art. 130 – A correspondência do sentenciado (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
analfabeto pode ser, a seu pedido, lida e escrita por
funcionário ou visitador indicado.

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Art. 138 – Com base em parecer da equipe Art. 143 – Constituem sanções disciplinares:
interdisciplinar e como preparação para a liberação, será I – admoestação;
autorizada, pelo Juiz da execução que tenha participado II – privação de autorização de saída por até dois
de seu processo de reeducação, a saída do sentenciado meses;
que cumpra pena nos regimes aberto e semiaberto, após (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
cumpridos seis meses da pena, por até sete dias, limitada III – limitação do tempo previsto para comunicação
ao total de trinta e cinco dias por ano. oral durante 1 (um) mês;
Parágrafo único – A autorização de saída será IV – privação do uso da cantina, de autorização de
concedida ou revogada por ato motivado do Juiz da saída e de atos de recreação por até um mês;
execução. (Inciso com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
V – isolamento em cela individual por até 15 (quinze)
dias;
Art. 138-A – No caso de nascimento de filho ou outro VI – isolamento em cela disciplinar por até 1 (um)
motivo comprovadamente relevante, será autorizada, pelo mês;
Diretor do estabelecimento, a saída do sentenciado ou do VII – suspensão ou restrição à visita íntima
preso provisório, com as medidas de custódia adequadas. (Inciso acrescentado pelo art. 10 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Parágrafo único – A autorização de saída será
§ 1º – As sanções previstas nos incisos I e II são de
concedida ou revogada por ato motivado do Diretor do
competência do Diretor do estabelecimento e as demais,
estabelecimento.
da Comissão Técnica de Classificação.
(Artigo acrescentado pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
§ 2º – A execução da sanção disciplinar está sujeita
a sursis e a remição.
Art. 139 – O sentenciado, a vítima e as respectivas (Parágrafo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
famílias contarão com o apoio do serviço penitenciário e
do Conselho da Comunidade.
Art. 144 – O isolamento em cela disciplinar somente
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
se aplicará em caso de manifesta agressividade ou
violência do sentenciado ou quando este, reiteradamente,
CAPÍTULO IV alterar a ordem normal do estabelecimento.
Do Regime Disciplinar Parágrafo único – A cela disciplinar terá as mesmas
Art. 140 – O sentenciado não exercerá função características da cela individual e possuirá mobiliário
disciplinar. análogo.

Art. 141 – A infração disciplinar e a respectiva Art. 145 – O isolamento do sentenciado se cumprirá
sanção disciplinar serão estabelecidas em lei ou com o controle do médico do estabelecimento, que o
regulamento. visitará diariamente, informando o Diretor sobre seu
estado de saúde física e mental.
Art. 142 – Constituem infrações disciplinares:
I – negligência na limpeza e na ordem da cela e no Art. 146 – O isolamento poderá ser suspenso pelo
asseio pessoal; Juiz da Execução Penal, ouvida a Comissão Técnica de
II – abandono voluntário do local de tratamento; Classificação.
III – descumprimento das obrigações do trabalho;
IV – atitude molesta para com os companheiros; Art. 147 – Não se aplicará o isolamento à
V – linguagem injuriosa; sentenciada gestante, até 6 (seis) meses após o parto, e
VI – jogos e atividades proibidas pelo Regimento à sentenciada que trouxer filho consigo.
Interno;
VII – simulação de doença; Art. 148 – Nenhum sentenciado será punido
VIII – posse ou tráfico de bens não permitidos; disciplinarmente sem ser ouvido e sem que haja
IX – comunicação proibida com o exterior ou, no apresentado defesa verbal ou escrita.
caso de isolamento, com o interior;
X – atos obscenos ou contrários ao decoro; Art. 149 – A interposição de recurso suspenderá os
XI – falsificação de documento da administração; efeitos da decisão, salvo quando se tratar de ato de grave
XII – apropriação ou danificação de bem da indisciplina.
administração; Parágrafo único – A tramitação do recurso de que
XIII – posse ou tráfico de arma ou de instrumento de trata o artigo será urgente e preferencial.
ofensa;
XIV – atitude ofensiva ao Diretor, a funcionário do CAPÍTULO V
estabelecimento ou a visitante; Dos Meios de Correção
XV – inobservância de ordem ou prescrição e Art. 150 – O uso de algemas se limitará aos
demora injustificada no seu cumprimento; seguintes casos:
XVI – participação em desordem ou motim; I – como medida de precaução contra fuga, durante
XVII – evasão; a transferência do sentenciado, devendo ser retiradas
XVIII – fato previsto como crime, cometido contra imediatamente quando do comparecimento em audiência
companheiro, funcionário do estabelecimento ou visitante; perante a autoridade judiciária ou administrativa;
XIX – realização ou contribuição para a realização II – por motivo de saúde, segundo recomendação
de visita íntima em desacordo com esta lei ou com o ato médica;
da autoridade competente. III – em circunstâncias excepcionais, quando for
(Inciso acrescentado pelo art. 9º da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.) indispensável utilizá-las em razão de perigo iminente para
a vida do funcionário, do sentenciado ou de terceiros.

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Art. 156-B – São deveres do sentenciado submetido
Art. 151 – O sentenciado será transferido para ao monitoramento eletrônico, além dos cuidados a serem
estabelecimento próximo da residência de sua família. adotados com o equipamento:
Parágrafo único – A transferência do sentenciado I – receber visitas do servidor responsável pelo
será precedida de busca pessoal e exame médico, que monitoramento eletrônico, responder aos seus contatos e
informará sobre seu estado físico e psíquico, bem como cumprir as suas orientações;
sobre suas condições de viajar. II – abster-se de remover, violar, modificar ou
danificar o equipamento de monitoramento eletrônico ou
Art. 152 – É proibido o transporte de sentenciado em de permitir que outrem o faça;
más condições de iluminação, ventilação ou em qualquer III – informar, de imediato, as falhas no equipamento
situação que lhe imponha sofrimento físico. ao órgão ou à entidade responsável pelo monitoramento
eletrônico.
Art. 153 – Na transferência de sentenciado do sexo (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
feminino, a escolta será integrada por policial feminino.
Art. 156-C – O descumprimento dos deveres de que
Art. 154 – As medidas coercitivas serão aplicadas trata o art. 156-B poderá acarretar, a critério do Juiz da
exclusivamente para o restabelecimento da normalidade e execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:
cessarão imediatamente após atingida sua finalidade. I – a regressão do regime;
II – a revogação da autorização de saída, da
Art. 155 – As medidas de coerção aplicam-se nas permissão de saída ou da saída temporária;
seguintes hipóteses: III – a revogação da suspensão condicional da pena;
I – para impedir ato de evasão ou violência de IV – a revogação do livramento condicional;
sentenciado contra si mesmo ou contra terceiros ou V – a conversão da pena restritiva de direitos em
coisas; pena privativa de liberdade;
II – para vencer a resistência ativa ou passiva de VI – a revogação da prisão domiciliar;
sentenciado às ordens de funcionário no exercício do VII – a advertência escrita.
cargo. (Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Parágrafo único – O Diretor será avisado de situação
grave, da qual dará ciência ao Juiz da Execução.
Art. 156-D – O monitoramento eletrônico poderá ser
revogado pelo Juiz competente, em ato motivado, quando
CAPÍTULO VI
o sentenciado descumprir os deveres a que estiver sujeito
Das Recompensas
durante a sua vigência ou quando se tornar
Art. 156 – As recompensas são concedidas pelo
desnecessário ou inadequado, a critério do Juiz.
Diretor do estabelecimento, ouvida a Comissão Técnica
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
de Classificação, ao sentenciado que se distinguir por:
I – particular desempenho em seu trabalho;
II – especial proveito na instrução escolar ou na TÍTULO VI
formação profissional; Dos Órgãos da Execução Penal
III – colaboração ativa na organização e na CAPÍTULO I
participação das atividades culturais, desportivas e Disposições Gerais
recreativas; Art. 157 – São órgãos da execução penal:
IV – comportamento responsável em caso de I – o Conselho de Criminologia e Política Criminal;
perturbação da ordem, para despertar conduta coletiva II – o Juízo da Execução;
racional. III – o Conselho Penitenciário;
Parágrafo único – As recompensas de que trata este IV – a Superintendência de Organização
artigo são as seguintes: Penitenciária;
I – elogio; V – a Direção do Estabelecimento;
II – proposta de concessão de benefício, como a VI – o Patronato;
prioridade na escolha de trabalho, recebimento de parte VII – o Conselho da Comunidade.
do pecúlio disponível, participação em atividade cultural, VIII – as entidades civis de direito privado sem fins
esportiva ou recreativa. lucrativos que tenham firmado convênio com o Estado
para a administração de unidades prisionais destinadas
CAPÍTULO VII ao cumprimento de pena privativa de liberdade.
Do Monitoramento Eletrônico (Inciso acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.)
(Vide art. 3º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.)
(Capítulo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 156-A – O Juiz poderá determinar o
CAPÍTULO II
monitoramento eletrônico, por ato motivado, nos casos de
Do Conselho de Criminologia e Política Criminal
autorização de saída temporária no regime semiaberto e
Art. 158 – O Conselho de Criminologia e Política
de prisão domiciliar, e quando julgar necessário.
Criminal, com sede nesta Capital, é subordinado à
Parágrafo único – O usuário do monitoramento
Secretaria de Estado da Justiça.
eletrônico que estiver cumprindo pena em regime aberto,
quando determinar o Juiz da execução, deverá recolher-
Art. 159 – O Conselho de Criminologia e Política
se ao local estabelecido na decisão durante o período
Criminal será integrado por 13 (treze) membros
noturno e nos dias de folga.
designados pelo Secretário de Estado da Justiça e
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
escolhidos entre professores e profissionais das áreas de
Direito Penal, Processual Penal e Penitenciário, de

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Criminologia e de Ciências Sociais, bem como entre SEÇÃO II
representantes de organismos da área social. Do Ministério Público
Parágrafo único – O mandato dos membros do Art. 163 – Ao Ministério Público, entre outras
Conselho terá duração de 4 (quatro) anos. atribuições de competência, incumbe:
I – fiscalizar a execução penal, funcionando no
Art. 160 – Ao Conselho de Criminologia e Política processo executivo e nos incidentes da execução;
Criminal incumbe: II – requerer a aplicação, a substituição e a
I – formular a política penitenciária do Estado, revogação de medida de segurança;
observadas as diretrizes da política penitenciária nacional; III – requerer a revogação do "sursis" e o livramento
II – colaborar na elaboração de plano de condicional;
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades das IV – requerer a conversão da pena e a progressão
políticas criminal e penitenciária; ou a regressão do regime;
III – promover a avaliação periódica do sistema V – participar da fiscalização da execução das
penal para sua adequação às necessidades do Estado; medidas restritivas de direito;
IV – opinar sobre a repartição de créditos na área da VI – interpor recurso de decisão proferida pelo Juiz
política penitenciária; durante a execução;
V – estimular e desenvolver projeto que vise à VII – visitar mensalmente os estabelecimentos
participação da comunidade na execução da política penitenciários;
criminal; VIII – representar à autoridade competente sobre a
VI – representar à autoridade competente, para má orientação, o rigor excessivo ou o privilégio
instauração de sindicância ou procedimento injustificado na execução penal;
administrativo, visando à apuração de violação da lei IX – requerer as providências necessárias para o
penitenciária e à interdição de estabelecimento penal; regular desenvolvimento do processo executivo.
VII – fiscalizar os estabelecimentos e serviços
penitenciários para verificação do fiel cumprimento desta SEÇÃO III
lei e da implantação da reforma penitenciária; Da Defensoria Pública
VIII – elaborar o plano de ação do Conselho e o Art. 164 – O estabelecimento penitenciário contará
programa penitenciário estadual. com um corpo de Defensoria Pública com especialização
em Direito Penitenciário e Criminologia.
CAPÍTULO III
Do Juízo da Execução Art. 165 – Incumbe à Defensoria Pública promover a
Art. 161 – O Juízo da Execução, localizado na defesa dos sentenciados carentes nas áreas cível, penal
comarca da Capital e em comarca sede da região onde e disciplinar.
houver estabelecimento penitenciário, compreende o Juiz (Vide Lei Complementar nº 65, de 16/1/2003.)
da Execução, o representante do Ministério Público, a
Defensoria Pública e o Serviço Social Penitenciário. SEÇÃO IV
Do Serviço Social Penitenciário
SEÇÃO I Art. 166 – Ao Serviço Social Penitenciário incumbe:
Do Juiz da Execução I – participar da equipe interprofissional do Juízo;
Art. 162 – Compete ao Juiz da Execução: II – realizar o estudo social do sentenciado;
I – aprovar o plano de tratamento reeducativo III – assistir o sursitário, o liberando e o egresso no
apresentado pela Comissão Técnica de Classificação; período de prova;
II – presidir as reuniões da Comissão Técnica de IV – orientar e assistir a família do sentenciado;
Classificação destinadas a tratar de progressão ou V – assessorar o Juiz e o Promotor de Justiça;
regressão do regime; VI – integrar o Patronato e o Conselho da
III – conceder remição da pena, ouvida a Comissão Comunidade.
Técnica de Classificação, e autorização de saída prevista
nos arts. 137 e 138 desta lei; CAPÍTULO IV
(Inciso com redação dada pelo art. 12 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.) Do Conselho Penitenciário
IV – conceder ou revogar as medidas de Art. 167 – O Conselho Penitenciário é órgão
semiliberdade no regime de confiança para preparação da consultivo e fiscalizador da execução penal.
reintegração na sociedade;
V – conceder o livramento condicional, ouvida a Art. 168 – O Conselho Penitenciário será integrado
Comissão Técnica de Classificação; por membros nomeados pelo Governador do Estado e
VI – supervisionar o período de prova do livramento escolhidos entre profissionais, professores nas áreas de
condicional e do "sursis", mediante orientação e Direito Penal, Processual Penal e Penitenciário e das
assistência do agente de prova ou trabalhador social; Ciências Sociais, bem como entre representantes da
VII – acompanhar a execução das medidas comunidade.
restritivas de direito com a colaboração do serviço social Parágrafo único – O mandato dos Conselheiros terá
penitenciário ou de funcionário do Juízo e à vista do a duração de 4 (quatro) anos.
relatório da entidade a que o sentenciado preste serviços; (Vide art. 5º da Lei nº 12.706, de 23/12/1997.)
VIII – autorizar o isolamento disciplinar por mais de
15 (quinze) dias; Art. 169 – Incumbe ao Conselho Penitenciário:
IX – decidir recurso sobre direito do sentenciado, I – emitir parecer sobre livramento condicional,
inclusive sobre progressão ou regressão de regime; indulto e comutação de pena;
X – exercer a sua competência nos II – visitar regularmente os estabelecimentos
estabelecimentos da região de sua sede. penitenciários, em especial os de regime fechado, e os

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hospitais de custódia e tratamento penitenciário para XIII – apresentar à Superintendência de
fiscalização da execução penal e do regime penitenciário; Organização Penitenciária o plano anual de atividades do
III – participar da supervisão do período de prova do estabelecimento penitenciário;
liberando e do sursitário, bem como da assistência social XIV – participar da elaboração da proposta anual do
no regime semilivre e em meio livre; orçamento;
IV – comunicar à autoridade competente as XV – promover a participação da comunidade na
violações das normas de execução penal, recomendando execução penal;
a abertura de inquérito e a interdição do estabelecimento. XVI – colaborar na implantação do Patronato e do
Conselho da Comunidade.
CAPÍTULO V
Da Superintendência de Organização Penitenciária CAPÍTULO VII
Art. 170 – A Superintendência de Organização Do Patronato
Penitenciária Estadual, órgão integrante da estrutura Art. 173 – É instituído em cada comarca, por decreto
orgânica da Secretaria de Estado da Justiça, tem por do Governador do Estado, o Patronato, integrado pelo
objetivo assegurar a aplicação da Lei de Execução Penal, Juiz da Execução Penal, que o presidirá, pelo Promotor
a custódia e a manutenção do sentenciado e do preso de Justiça da Execução, por representantes da
provisório, garantindo-lhes o respeito à dignidade inerente administração penitenciária, da Ordem dos Advogados do
à pessoa. Brasil – OAB -, de confissões religiosas, de clubes de
serviço e de obras sociais.
Art. 171 – À Superintendência de Organização
Penitenciária incumbe: Art. 174 – Ao Patronato incumbe:
I – supervisionar a fiel aplicação das normas de I – orientar e assistir o semilivre e o egresso;
execução penal no Estado; II – acompanhar a execução das medidas restritivas
II – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos e de direito;
serviços penais; III – colaborar na fiscalização e na assistência no
III – assistir tecnicamente os estabelecimentos período do liberando e do sursitário;
penitenciários na aplicação dos princípios e regras IV – visitar o liberando e o sentenciado para facilitar
estabelecidos nesta lei; sua reinserção na família e na profissão;
IV – promover a pesquisa criminológica e a V – assistir o sentenciado nas suas relações com a
estatística criminal; família;
V – sugerir a regulamentação dos órgãos de VI – colaborar na obtenção de emprego para o
execução penal e dos estabelecimentos penitenciários; sentenciado;
VI – elaborar projeto para a construção dos novos VII – fiscalizar a execução da medida de segurança
estabelecimentos previstos na lei penitenciária; em meio fechado e em semiliberdade para proteção dos
VII – autorizar a internação e a desinternação nos direitos do sentenciado;
estabelecimentos penitenciários. VIII – zelar pela prática do tratamento reeducativo e
pela sua progressão nos termos do art. 112, parágrafo
CAPÍTULO VI único, da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de 1984;
Da Direção do Estabelecimento Penitenciário IX – incentivar a seleção e a formação contínua do
Art. 172 – Incumbe à direção do estabelecimento pessoal penitenciário;
penitenciário: X – orientar a família do sentenciado e a da vítima
I – cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e através de contato com os centros comunitários e
as instruções relativas à ordem e à disciplina do associações de assistência socioeducativa às famílias;
estabelecimento; XI – assistir a vítima do delito e seus dependentes;
II – dirigir as atividades do estabelecimento; XII – assistir o egresso indigente com problema de
III – submeter à Superintendência de Organização reintegração na sociedade;
Penitenciária o plano de atividades da unidade; XIII – designar pessoa idônea para assistir e orientar
IV – orientar a elaboração da proposta orçamentária o sursitário, o liberando e o egresso, na falta do orientador
do estabelecimento; social;
V – presidir a Comissão Técnica de Classificação; XIV – informar periodicamente o Juiz da Execução
VI – supervisionar os cursos de instrução escolar e sobre a assistência ao probacionário e sobre a evolução
de formação profissional do sentenciado; de sua reintegração na sociedade.
VII – percorrer as dependências do estabelecimento
para verificação da ordem e disciplina; CAPÍTULO VIII
VIII – comparecer, ou fazer-se representar, às Do Conselho da Comunidade
sessões do Conselho Penitenciário; Art. 175 – Cada comarca disporá de um Conselho
IX – promover ou requisitar o exame criminológico, a da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
classificação e o tratamento reeducativo dos representante da associação comercial ou industrial, 1
sentenciados; (um) advogado indicado pela Ordem dos Advogados do
X – propor a realização de curso de formação Brasil – OAB -, 1 (um) assistente social escolhido pela
contínua do pessoal penitenciário; Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes
XI – promover a contratação de pessoal Sociais e por representantes de obras sociais e de clubes
especializado para integrar as equipes interprofissionais de serviço.
de sua unidade; (Vide art. 7º da Lei nº 12.936, de 8/7/1998.)
XII – classificar os estabelecimentos penitenciários
de acordo com as fases do regime progressivo; Art. 176 – Ao Conselho da Comunidade incumbe:
I – visitar mensalmente os estabelecimentos e
serviços penais da comarca;

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II – incentivar a prática do tratamento não Art. 178 – O quadro do pessoal penitenciário será
institucional, como o dos regimes semilivre e em meio organizado em diferentes categorias funcionais, segundo
livre; as necessidades do serviço, com especificação de
III – promover a participação ativa da comunidade na atribuições relativas às funções de direção, chefia e
reintegração do sentenciado e do egresso na família, na assessoramento e às demais funções.
profissão e na sociedade;
IV – colaborar com o poder público e a comunidade Art. 179 – A escolha do pessoal especializado,
na implantação da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho de administrativo, de instrução técnica e de vigilância
1984; atenderá à vocação, à preparação profissional e aos
V – pugnar pela colocação, no mercado profissional, antecedentes pessoais do candidato.
do sentenciado com índice positivo de emendabilidade e
segurança para a comunidade; Art. 180 – O ingresso do pessoal penitenciário e sua
VI – acompanhar a supervisão do período de prova ascensão funcional dependerão de curso específico de
do liberando e do sursitário, bem como da execução das formação, procedendo-se à reciclagem dos servidores em
medidas alternativas à prisão; exercício.
VII – entrosar-se com os serviços médicos e
psicológicos e com as entidades de assistência Art. 181 – Sem prejuízo do concurso de admissão
socioeducativa para o probacionário com problema; promovido pela Escola Penitenciária, os candidatos a
VIII – cooperar com a comunidade na conservação e cargos estão sujeitos a testes científicos para avaliação
na manutenção da cadeia pública local. de sua capacidade intelectual e profissional e de sua
Parágrafo único – O Conselho poderá providenciar a aptidão física.
celebração de convênio com o município para a prestação
de trabalho pelo sentenciado. Art. 182 – É obrigatório o estágio do candidato em
estabelecimento penitenciário para se formar opinião
CAPÍTULO IX sobre sua personalidade e suas aptidões.
Das Entidades Civis de Direito Privado sem Fins
Lucrativos Art. 183 – Os cursos de formação profissional
(Capítulo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.) intensiva destinados ao pessoal da vigilância
Art. 176-A – Compete às entidades civis de direito compreendem três estágios: o primeiro se processa no
privado sem fins lucrativos que tenham firmado convênio estabelecimento penitenciário e se destina a familiarizar o
com o Estado para a administração de unidades prisionais candidato com os problemas profissionais; o segundo se
destinadas ao cumprimento de pena privativa de desenvolve na Escola Penitenciária, ou em curso
liberdade, nos termos do inciso VIII do art. 157: organizado pela administração, e se destina à formação
I – gerenciar os regimes de cumprimento de pena técnica e prática do funcionário; o terceiro, aberto a
das unidades que administrarem, nos termos definidos em candidato que não for eliminado nas fases anteriores,
convênio; consiste na colocação efetiva do candidato em serviço.
II – responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e
pela conservação do imóvel, dos equipamentos e do Art. 184 – É vedado o porte de arma ao funcionário
mobiliário da unidade; em serviço.
III – solicitar apoio policial para a segurança externa
da unidade, quando necessário; Art. 185 – Em caso de legítima defesa, tentativa de
IV – apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário fuga e resistência à ordem fundada em lei, será permitido
relatórios mensais sobre o movimento de condenados e o uso da força pelo funcionário, que do fato dará imediata
informar-lhes, de imediato, a chegada de novos internos e ciência ao Diretor.
a ocorrência de liberações;
V – prestar contas mensalmente dos recursos Art. 186 – O pessoal administrativo e o especializado
recebidos; devem ter aptidão profissional e técnica necessária ao
VI – acatar a supervisão do Poder Executivo, exercício das respectivas funções.
proporcionando-lhe todos os meios para o
acompanhamento e a avaliação da execução do Art. 187 – No recrutamento de pessoal
convênio. especializado, exigir-se-á diploma de aptidão profissional
(Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.) e título universitário que comprove a formação
especializada.
Art. 176-B – Incumbem à diretoria da unidade de
Art. 188 – O médico visitará diariamente o
cumprimento de pena privativa de liberdade administrada
estabelecimento.
por entidade civil de direito privado sem fins lucrativos
conveniada com o Estado as atribuições previstas no art.
Art. 189 – No estabelecimento para mulheres,
172 desta lei.
somente se permitirá trabalho de pessoal do sexo
(Artigo acrescentado pelo art. 2º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.)
feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico
especializado e houver comprovada carência de pessoal
TÍTULO VII do sexo feminino com as qualificações necessárias para o
Do Pessoal Penitenciário exercício do cargo.
CAPÍTULO I Parágrafo único – O pessoal do sexo feminino
Do Estatuto Jurídico do Pessoal deverá possuir as mesmas qualificações exigidas para o
Art. 177 – O pessoal penitenciário terá estatuto pessoal do sexo masculino.
próprio, que fixará seus direitos e deveres.
CAPÍTULO II

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Do Diretor de Estabelecimento XI – à visita de advogado, familiar e cônjuge ou
Art. 190 – O ocupante do cargo de Diretor de companheiro;
Estabelecimento deverá satisfazer os seguintes XII – ao acesso aos meios de comunicação social;
requisitos: XIII – de petição e representação a qualquer
I – ter diploma de nível superior de Direito, autoridade, para defesa de direito;
Psicologia, Pedagogia ou Ciências Sociais; XIV – de entrevista regular com o Diretor;
II – ter capacidade administrativa e vocação para a XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir,
função; emitido semestralmente, sob pena de responsabilização
III – ter idoneidade moral, boa cultura geral, da autoridade judiciária competente.
formação especializada e preparação adequada ao (Inciso acrescentado pelo art. 13 da Lei nº 19.478, de 12/1/2011.)
serviço penitenciário.
§ 1º – O Diretor de Estabelecimento deverá residir TÍTULO IX
no estabelecimento ou em suas proximidades. Dos Deveres do Sentenciado
§ 2º – O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo Art. 196 – São deveres do sentenciado:
integral à sua função e não poderá exercer advocacia I – submeter-se ao cumprimento da pena ou à
nem outra atividade, exceto a de professor universitário. medida de segurança;
§ 3º – O Diretor de Estabelecimento que não for II – permanecer no estabelecimento até a sua
recrutado entre os membros do pessoal penitenciário libertação;
deve, antes de entrar em função, receber formação III – respeitar as normas do regime penitenciário;
técnica e prática sobre o trabalho de direção, salvo se for IV – manter atitude de respeito e consideração com
diplomado em escola profissional ou tiver título os funcionários do estabelecimento e com as autoridades;
universitário em matéria pertinente. V – observar conduta correta com seus
(Vide art. 6º da Lei nº 12.967, de 27/7/1998.) companheiros;
VI – indenizar os danos causados à administração
TÍTULO VIII do estabelecimento;
Dos Direitos do Sentenciado e do Preso Provisório VII – indenizar as despesas de sua manutenção;
Art. 191 – São direitos do preso os direitos civis, os VIII – cumprir as prestações alimentícias devidas à
políticos, os sociais e os especificamente penitenciários. família;
IX – assistir o cônjuge ou o companheiro na
Art. 192 – Os direitos civis, sociais e políticos, manutenção e na educação dos filhos.
inclusive o de sufrágio, permanecem com o preso, quando
não forem retirados expressa e necessariamente pela lei Art. 197 – Esta lei entra em vigor na data de sua
ou pela sentença. publicação.

Art. 193 – Os direitos penitenciários derivam da Art. 198 – Revogam-se as disposições em contrário.
relação jurídica constituída entre o sentenciado e a
administração penitenciária.

Art. 194 – Enumeram-se, antes da sentença, os


direitos à presunção de inocência, ao contraditório, à
igualdade entre os sujeitos processuais, à ampla defesa,
à assistência judiciária gratuita, nos termos da lei, o de ser
ouvido pessoalmente pela autoridade competente, o de
receber visitas, o de comunicar-se com advogado e
familiares e o de permanecer no estabelecimento da 01_____________________________________
localidade ou naquele mais próximo de seu domicílio.
02_____________________________________
Art. 195 – São especificamente penitenciários os
direitos: 03_____________________________________
I – ao tratamento reeducativo;
II – à instrução, priorizada a escolarização de nível 04_____________________________________
fundamental;
(Inciso com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 14.390, de 31/10;2002.)
05_____________________________________
III – à profissionalização; 06_____________________________________
IV – ao trabalho, à sua remuneração e à seguridade
social; 07_____________________________________
V – à assistência material e à saúde, em especial o
tratamento clínico e a assistência psicossocial ao portador 08_____________________________________
de AIDS;
VI – à assistência social, nomeadamente ao 09_____________________________________
probacionário e ao egresso;
VII – à assistência jurídica;
10_____________________________________
VIII – à assistência religiosa; 11_____________________________________
IX – ao esporte e à recreação;
X – à comunicação com o mundo exterior como 12_____________________________________
preparação para sua reinserção na sociedade;
13_____________________________________

ID:
148
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_____________________________________
14 b) Diretriz 12: Transparência e participação
popular no sistema de segurança pública e justiça
_____________________________________
15 criminal;
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da
criminalidade e profissionalização da investigação de atos
criminosos;
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional,
Decreto nº 7.037 / 2009 com ênfase na erradicação da tortura e na redução da
Programa Nacional de Direitos letalidade policial e carcerária;
Humanos - PNDH-3 e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas
de crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;
f) Diretriz 16: Modernização da política de
DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009. execução penal, priorizando a aplicação de penas e
medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição do sistema penitenciário; e
que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça
Constituição, mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a
DECRETA: garantia e a defesa de direitos;
V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em
Art. 1o Fica aprovado o Programa Nacional de Direitos Humanos:
Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com as a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos
diretrizes, objetivos estratégicos e ações programáticas princípios da política nacional de educação em Direitos
estabelecidos, na forma do Anexo deste Decreto. Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;
b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da
Art. 2o O PNDH-3 será implementado de acordo democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de
com os seguintes eixos orientadores e suas respectivas educação básica, nas instituições de ensino superior e
diretrizes: nas instituições formadoras;
I - Eixo Orientador I: Interação democrática c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não
entre Estado e sociedade civil: formal como espaço de defesa e promoção dos Direitos
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado Humanos;
e sociedade civil como instrumento de fortalecimento da d) Diretriz 21: Promoção da Educação em
democracia participativa; Direitos Humanos no serviço público; e
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação
Humanos como instrumento transversal das políticas democrática e ao acesso à informação para consolidação
públicas e de interação democrática; e de uma cultura em Direitos Humanos; e
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à
sistemas de informações em Direitos Humanos e Verdade:
construção de mecanismos de avaliação e monitoramento a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da
de sua efetivação; verdade como Direito Humano da cidadania e dever do
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Estado;
Direitos Humanos: b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de e construção pública da verdade; e
desenvolvimento sustentável, com inclusão social e c) Diretriz 25: Modernização da legislação
econômica, ambientalmente equilibrado e relacionada com promoção do direito à memória e à
tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente verdade, fortalecendo a democracia.
diverso, participativo e não discriminatório; Parágrafo único. A implementação do PNDH-3,
b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana além dos responsáveis nele indicados, envolve parcerias
como sujeito central do processo de desenvolvimento; e com outros órgãos federais relacionados com os temas
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos tratados nos eixos orientadores e suas diretrizes.
ambientais como Direitos Humanos, incluindo as
gerações futuras como sujeitos de direitos; Art. 3o As metas, prazos e recursos necessários
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos para a implementação do PNDH-3 serão definidos e
em um contexto de desigualdades: aprovados em Planos de Ação de Direitos Humanos
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de bianuais.
forma universal, indivisível e interdependente,
assegurando a cidadania plena; Art. 4o (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças 2019)
e adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de
forma não discriminatória, assegurando seu direito de Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal, os
opinião e participação; Municípios e os órgãos do Poder Legislativo, do Poder
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades Judiciário e do Ministério Público, serão convidados a
estruturais; e aderir ao PNDH-3.
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na
diversidade; Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data de
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, sua publicação.
Acesso à Justiça e Combate à Violência:
a) Diretriz 11: Democratização e modernização Art. 7o Fica revogado o Decreto no 4.229, de 13
do sistema de segurança pública; de maio de 2002.

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devem ser promovidos e protegidos por meio do esforço
ANEXO conjunto do Estado e da sociedade civil.
Eixo Orientador I:
Interação democrática entre Estado e sociedade civil Uma das finalidades do PNDH-3 é dar
A partir da metade dos anos 1970, começam a continuidade à integração e ao aprimoramento dos
ressurgir no Brasil iniciativas de rearticulação dos mecanismos de participação existentes, bem como
movimentos sociais, a despeito da repressão política e criar novos meios de construção e monitoramento das
da ausência de canais democráticos de participação. políticas públicas sobre Direitos Humanos no Brasil.
Fortes protestos e a luta pela democracia marcaram
esse período. Paralelamente, surgiram iniciativas No âmbito institucional o PNDH-3, amplia as
populares nos bairros reivindicando direitos básicos como conquistas na área dos direitos e garantias fundamentais,
saúde, transporte, moradia e controle do custo de vida. pois internaliza a diretriz segundo a qual a primazia dos
Em um primeiro momento, eram iniciativas atomizadas, Direitos Humanos constitui princípio transversal a ser
buscando conquistas parciais, mas que ao longo dos anos considerado em todas as políticas públicas.
foram se caracterizando como movimentos sociais
organizados. As diretrizes deste capítulo discorrem sobre a
importância de fortalecer a garantia e os instrumentos
Com o avanço da democratização do País, os de participação social, o caráter transversal dos
movimentos sociais multiplicaram-se. Alguns deles Direitos Humanos e a construção de mecanismos de
institucionalizaram-se e passaram a ter expressão avaliação e monitoramento de sua efetivação. Isso
política. Os movimentos populares e sindicatos foram, no inclui a construção de sistema de indicadores de Direitos
caso brasileiro, os principais promotores da mudança e da Humanos e a articulação das políticas e instrumentos de
ruptura política em diversas épocas e contextos históricos. monitoramento existentes.
Com efeito, durante a etapa de elaboração da
Constituição Cidadã de 1988, esses segmentos atuaram O Poder Executivo tem papel protagonista na
de forma especialmente articulada, afirmando-se como coordenação e implementação do PNDH-3, mas faz-se
um dos pilares da democracia e influenciando diretamente necessária a definição de responsabilidades
os rumos do País. compartilhadas entre a União, Estados, Municípios e do
Distrito Federal na execução de políticas públicas, tanto
Nos anos que se seguiram, os movimentos quanto a criação de espaços de participação e controle
passaram a se consolidar por meio de redes com social nos Poderes Judiciário e Legislativo, no
abrangência regional ou nacional, firmando-se como Ministério Público e nas Defensorias, em ambiente de
sujeitos na formulação e monitoramento das políticas respeito, proteção e efetivação dos Direitos Humanos. O
públicas. Nos anos 1990, desempenharam papel conjunto dos órgãos do Estado – não apenas no âmbito
fundamental na resistência a todas as orientações do do Executivo Federal – deve estar comprometido com a
neoliberalismo de flexibilização dos direitos sociais, implementação e monitoramento do PNDH-3.
privatizações, dogmatismo do mercado e
enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo período, Aperfeiçoar a interlocução entre Estado e
multiplicaram-se pelo País experiências de gestão sociedade civil depende da implementação de medidas
estadual e municipal em que lideranças desses que garantam à sociedade maior participação no
movimentos, em larga escala, passaram a desempenhar acompanhamento e monitoramento das políticas públicas
funções de gestores públicos. em Direitos Humanos, num diálogo plural e transversal
entre os vários atores sociais e deles com o Estado.
Com as eleições de 2002, alguns dos setores Ampliar o controle externo dos órgãos públicos por meio
mais organizados da sociedade trouxeram reivindicações de ouvidorias, monitorar os compromissos internacionais
históricas acumuladas, passando a influenciar assumidos pelo Estado brasileiro, realizar conferências
diretamente a atuação do governo e vivendo de perto periódicas sobre a temática, fortalecer e apoiar a criação
suas contradições internas. de conselhos nacional, distrital, estaduais e municipais de
Direitos Humanos, garantindo-lhes eficiência, autonomia e
Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e independência são algumas das formas de assegurar o
sociedade civil assumiu especial relevo, com a aperfeiçoamento das políticas públicas por meio de
compreensão e a preservação do distinto papel de cada diálogo, de mecanismos de controle e das ações
um dos segmentos no processo de gestão. A interação é contínuas da sociedade civil. Fortalecer as informações
desenhada por acordos e dissensos, debates de ideias e em Direitos Humanos com produção e seleção de
pela deliberação em torno de propostas. Esses requisitos indicadores para mensurar demandas, monitorar, avaliar,
são imprescindíveis ao pleno exercício da democracia, reformular e propor ações efetivas, garante e consolida o
cabendo à sociedade civil exigir, pressionar, cobrar, controle social e a transparência das ações
criticar, propor e fiscalizar as ações do Estado. governamentais.

Essa concepção de interação democrática A adoção de tais medidas fortalecerá a


construída entre os diversos órgãos do Estado e a democracia participativa, na qual o Estado atua como
sociedade civil trouxe consigo resultados práticos em instância republicana da promoção e defesa dos Direitos
termos de políticas públicas e avanços na interlocução de Humanos e a sociedade civil como agente ativo –
setores do poder público com toda a diversidade social, propositivo e reativo – de sua implementação.
cultural, étnica e regional que caracteriza os movimentos
sociais em nosso País. Avançou-se fundamentalmente na DIRETRIZ 1: Interação democrática entre Estado e
compreensão de que os Direitos Humanos constituem sociedade civil como instrumento de fortalecimento
condição para a prevalência da dignidade humana, e que da democracia participativa.

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da Cidadania, com independência e autonomia política,
Objetivo estratégico I: com mandato e indicação pelo Conselho Nacional dos
Garantia da participação e do controle social das Direitos Humanos, assegurando recursos humanos,
políticas públicas em Direitos Humanos, em diálogo materiais e financeiros para seu pleno funcionamento.
plural e transversal entre os vários atores sociais. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Ações programáticas: Presidência da República
a) Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a c) Fortalecer a estrutura da Ouvidoria Agrária
instituição do Conselho Nacional dos Direitos Nacional.
Humanos, dotado de recursos humanos, materiais e Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
orçamentários para o seu pleno funcionamento, e efetuar
seu credenciamento junto ao Escritório do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos DIRETRIZ 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos
Humanos como "Instituição Nacional Brasileira", como como instrumento transversal das políticas públicas e
primeiro passo rumo à adoção plena dos "Princípios de de interação democrática.
Paris".
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Objetivo estratégico I:
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores Promoção dos Direitos Humanos como princípios
b) Fomentar a criação e o fortalecimento dos orientadores das políticas públicas e das relações
conselhos de Direitos Humanos em todos os Estados e internacionais.
Municípios e no Distrito Federal, bem como a criação de Ações programáticas:
programas estaduais de Direitos Humanos. a) Considerar as diretrizes e objetivos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da estratégicos do PNDH-3 nos instrumentos de
Presidência da República planejamento do Estado, em especial no Plano
c) Criar mecanismos que permitam ação Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei
coordenada entre os diversos conselhos de direitos, nas Orçamentária Anual.
três esferas da Federação, visando a criação de agenda Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Secretária-geral da Presidência da
comum para a implementação de políticas públicas de
República; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Direitos Humanos.
b) Propor e articular o reconhecimento
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República, Secretária-geral da Presidência da do status constitucional de instrumentos internacionais
República de Direitos Humanos novos ou já existentes ainda não
d) Criar base de dados dos conselhos nacionais, ratificados.
estaduais, distrital e municipais, garantindo seu acesso ao Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de
público em geral.
Relações Institucionais da Presidência da República
Responsáveis: Secretária-geral da Presidência da República;
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da c) Construir e aprofundar agenda de cooperação
República multilateral em Direitos Humanos que contemple
e) Apoiar fóruns, redes e ações da sociedade prioritariamente o Haiti, os países lusófonos do continente
civil que fazem acompanhamento, controle social e africano e o Timor-Leste.
monitoramento das políticas públicas de Direitos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da d) Aprofundar a agenda Sul-Sul de cooperação
Presidência da República; Secretária-geral da Presidência da bilateral em Direitos Humanos que contemple
República prioritariamente os países lusófonos do continente
f) Estimular o debate sobre a regulamentação e africano, o Timor-Leste, Caribe e a América Latina.
efetividade dos instrumentos de participação social e Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
consulta popular, tais como lei de iniciativa popular, Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
referendo, veto popular e plebiscito.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Objetivo estratégico II:
Presidência da República; Secretária-geral da Presidência da Fortalecimento dos instrumentos de interação
República democrática para a promoção dos Direitos Humanos.
g) Assegurar a realização periódica de Ações programáticas:
conferências de Direitos Humanos, fortalecendo a a) Criar o Observatório Nacional dos Direitos
interação entre a sociedade civil e o poder público. Humanos para subsidiar, com dados e informações, o
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da trabalho de monitoramento das políticas públicas e de
Presidência da República gestão governamental e sistematizar a documentação e
legislação, nacionais e internacionais, sobre Direitos
Humanos.
Objetivo estratégico II:
Ampliação do controle externo dos órgãos públicos. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Ações programáticas:
a) Ampliar a divulgação dos serviços públicos b) Estimular e reconhecer pessoas e
voltados para a efetivação dos Direitos Humanos, em entidades com destaque na luta pelos Direitos
especial nos canais de transparência. Humanos na sociedade brasileira e internacional, com a
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da concessão de premiação, bolsas e outros incentivos, na
Presidência da República forma da legislação aplicável.
b) Propor a instituição da Ouvidoria Nacional Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
dos Direitos Humanos, em substituição à Ouvidora-geral

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c) Criar selo nacional "Direitos Humanos", a Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
ser concedido às entidades públicas e privadas que Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
comprovem atuação destacada na defesa e promoção c)Elaborar relatório de acompanhamento das
dos direitos fundamentais. relações entre o Brasil e o sistema ONU que contenha,
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da entre outras, as seguintes informações:
Presidência da República; Ministério da Justiça • Recomendações advindas de relatores especiais do
Conselho de Direitos Humanos da ONU;
DIRETRIZ 3: Integração e ampliação dos sistemas de • Recomendações advindas dos comitês de tratados do
informação em Direitos Humanos e construção de Mecanismo de Revisão Periódica;
mecanismos de avaliação e monitoramento de sua Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
efetivação. Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
d) Definir e institucionalizar fluxo de informações,
Objetivo estratégico I: com responsáveis em cada órgão do governo federal e
Desenvolvimento de mecanismos de controle social unidades da Federação, referentes aos relatórios
das políticas públicas de Direitos Humanos, internacionais de Direitos Humanos e às recomendações
garantindo o monitoramento e a transparência das dos relatores especiais do Conselho de Direitos Humanos
ações governamentais. da ONU e dos comitês de tratados.
Ações programáticas: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
a) Instituir e manter sistema nacional de Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
indicadores em Direitos Humanos, de forma articulada e) Definir e institucionalizar fluxo de informações,
com os órgãos públicos e a sociedade civil. com responsáveis em cada órgão do governo federal,
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da referentes aos relatórios da Comissão Interamericana de
Presidência da República Direitos Humanos e às decisões da Corte Interamericana
b) Integrar os sistemas nacionais de de Direitos Humanos.
informações para elaboração de quadro geral sobre a Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
implementação de políticas públicas e violações aos Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
Direitos Humanos. f) Criar banco de dados público sobre todas as
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da recomendações dos sistemas ONU e OEA feitas ao
Presidência da República Brasil, contendo as medidas adotadas pelos diversos
c) Articular a criação de base de dados com órgãos públicos para seu cumprimento.
temas relacionados aos Direitos Humanos. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
Presidência da República
d) Utilizar indicadores em Direitos Humanos para Eixo Orientador II:
mensurar demandas, monitorar, avaliar, reformular e Desenvolvimento e Direitos Humanos
propor ações efetivas. O tema "desenvolvimento" tem sido
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da amplamente debatido por ser um conceito complexo e
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para multidisciplinar. Não existe modelo único e
as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial de preestabelecido de desenvolvimento, porém, pressupõe-
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da se que ele deva garantir a livre determinação dos povos, o
República; Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento
reconhecimento de soberania sobre seus recursos e
Social e Combate à Fome; Ministério da Justiça; Ministério das
Cidades; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Cultura; riquezas naturais, respeito pleno à sua identidade cultural
Ministério do Turismo; Ministério do Esporte; Ministério do e a busca de equidade na distribuição das riquezas.
Desenvolvimento Agrário
e) Propor estudos visando a criação de linha de Durante muitos anos, o crescimento
financiamento para a implementação de institutos de econômico, medido pela variação anual do Produto
pesquisa e produção de estatísticas em Direitos Interno Bruto (PIB), foi usado como indicador relevante
Humanos nos Estados. para medir o avanço de um país. Acreditava-se que, uma
vez garantido o aumento de bens e serviços, sua
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República distribuição ocorreria de forma a satisfazer as
necessidades de todas as pessoas. Constatou-se, porém,
que, embora importante, o crescimento do PIB não é
Objetivo estratégico II:
suficiente para causar, automaticamente, melhoria do
Monitoramento dos compromissos internacionais bem estar para todas as camadas sociais. Por isso, o
assumidos pelo Estado brasileiro em matéria de conceito de desenvolvimento foi adotado por ser mais
Direitos Humanos.
abrangente e refletir, de fato, melhorias nas condições de
Ações programáticas:
vida dos indivíduos.
a) Elaborar relatório anual sobre a situação dos
Direitos Humanos no Brasil, em diálogo participativo A teoria predominante de desenvolvimento
com a sociedade civil.
econômico o define como um processo que faz aumentar
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da as possibilidades de acesso das pessoas a bens e
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
serviços, propiciadas pela expansão da capacidade e do
b) Elaborar relatórios periódicos para os âmbito das atividades econômicas. O desenvolvimento
órgãos de tratados da ONU, no prazo por eles seria a medida qualitativa do progresso da economia de
estabelecidos, com base em fluxo de informações com um país, refletindo transições de estágios mais baixos
órgãos do governo federal e com unidades da Federação. para estágios mais altos, por meio da adoção de novas
tecnologias que permitem e favorecem essa transição.

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Cresce nos últimos anos a assimilação das ideias
desenvolvidas por Amartya Sem, que abordam o Ressaltamos que a noção de desenvolvimento
desenvolvimento como liberdade e seus resultados está sendo amadurecida como parte de um debate em
centrados no bem estar social e, por conseguinte, nos curso na sociedade e no governo, incorporando a
direitos do ser humano. relação entre os direitos econômicos, sociais, culturais e
ambientais, buscando a garantia do acesso ao trabalho, à
São essenciais para o desenvolvimento as saúde, à educação, à alimentação, à vida cultural, à
liberdades e os direitos básicos como alimentação, saúde moradia adequada, à previdência, à assistência social e a
e educação. As privações das liberdades não são apenas um meio ambiente sustentável. A inclusão do tema
resultantes da escassez de recursos, mas sim das Desenvolvimento e Direitos Humanos na 11 a Conferência
desigualdades inerentes aos mecanismos de distribuição, Nacional reforçou as estratégias governamentais em sua
da ausência de serviços públicos e de assistência do proposta de desenvolvimento.
Estado para a expansão das escolhas individuais. Este
conceito de desenvolvimento reconhece seu caráter Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe
pluralista e a tese de que a expansão das liberdades não instrumentos de avanço e reforça propostas para políticas
representa somente um fim, mas também o meio para seu públicas de redução das desigualdades sociais
alcance. Em consequência, a sociedade deve pactuar as concretizadas por meio de ações de transferência de
políticas sociais e os direitos coletivos de acesso e uso renda, incentivo à economia solidária e ao
dos recursos. A partir daí, a medição de um índice de cooperativismo, à expansão da reforma agrária, ao
desenvolvimento humano veio substituir a medição de fomento da aquicultura, da pesca e do extrativismo e da
aumento do PIB, uma vez que o Índice de promoção do turismo sustentável.
Desenvolvimento Humano (IDH) combina a
riqueza per capita indicada pelo PIB aos aspectos de O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente
educação e expectativa de vida, permitindo, pela saudável e as cidades sustentáveis como Direitos
primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais não Humanos, propõe a inclusão do item "direitos ambientais"
mensurados pelos padrões econométricos. nos relatórios de monitoramento sobre Direitos Humanos
e do item "Direitos Humanos" nos relatórios ambientais,
No caso do Brasil, por muitos anos o assim como fomenta pesquisas de tecnologias
crescimento econômico não levou à distribuição justa de socialmente inclusivas.
renda e riqueza, mantendo-se elevados índices de
desigualdade. As ações de Estado voltadas para a Nos projetos e empreendimentos com grande
conquista da igualdade socioeconômica requerem ainda impacto socioambiental, o PNDH-3 garante a participação
políticas permanentes, de longa duração, para que se efetiva das populações atingidas, assim como prevê
verifique a plena proteção e promoção dos Direitos ações mitigatórias e compensatórias. Considera
Humanos. É necessário que o modelo de fundamental fiscalizar o respeito aos Direitos Humanos
desenvolvimento econômico tenha a preocupação de nos projetos implementados pelas empresas
aperfeiçoar os mecanismos de distribuição de renda e de transnacionais, bem como seus impactos na manipulação
oportunidades para todos os brasileiros, bem como das políticas de desenvolvimento. Nesse sentido, avalia
incorpore os valores de preservação ambiental. Os como importante mensurar o impacto da biotecnologia
debates sobre as mudanças climáticas e o aquecimento aplicada aos alimentos, da nanotecnologia, dos poluentes
global, gerados pela preocupação com a maneira com orgânicos persistentes, metais pesados e outros
que os países vêm explorando os recursos naturais e poluentes inorgânicos em relação aos Direitos Humanos.
direcionando o progresso civilizatório, está na agenda do
dia. Esta discussão coloca em questão os investimentos Alcançar o desenvolvimento com Direitos
em infraestrutura e modelos de desenvolvimento Humanos é capacitar as pessoas e as comunidades a
econômico na área rural, baseados, em grande parte, no exercerem a cidadania, com direitos e responsabilidades.
agronegócio, sem a preocupação com a potencial É incorporar, nos projetos, a própria população brasileira,
violação dos direitos de pequenos e médios agricultores e por meio de participação ativa nas decisões que afetam
das populações tradicionais. diretamente suas vidas. É assegurar a transparência dos
grandes projetos de desenvolvimento econômico e
O desenvolvimento pode ser garantido se as mecanismos de compensação para a garantia dos
pessoas forem protagonistas do processo, pressupondo a Direitos Humanos das populações diretamente atingidas.
garantia de acesso de todos os indivíduos aos direitos
econômicos, sociais, culturais e ambientais, e Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da
incorporando a preocupação com a preservação e a equidade no Plano Plurianual, como instrumento de
sustentabilidade como eixos estruturantes de proposta garantia de priorização orçamentária de programas
renovada de progresso. Esses direitos têm como foco a sociais.
distribuição da riqueza, dos bens e serviços.

Todo esse debate traz desafios para a


conceituação sobre os Direitos Humanos no sentido de
incorporar o desenvolvimento como exigência
fundamental. A perspectiva dos Direitos Humanos
contribui para redimensionar o desenvolvimento. Motiva a
passar da consideração de problemas individuais a
questões de interesse comum, de bem-estar coletivo, o
que alude novamente o Estado e o chama à
corresponsabilidade social e à solidariedade.

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Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por
Lei nº 8.429 / 1992 ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
Lei de Improbidade Administrativa terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o


Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores
públicos nos casos de enriquecimento ilícito no acrescidos ao seu patrimônio.
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na
administração pública direta, indireta ou fundacional e Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao
dá outras providências. patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
caberá a autoridade administrativa responsável pelo
CAPÍTULO I inquérito representar ao Ministério Público, para a
Das Disposições Gerais indisponibilidade dos bens do indiciado.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por Parágrafo único. A indisponibilidade a que se
qualquer agente público, servidor ou não, contra a (1) refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
dos Municípios, de Território, de (2) empresa incorporada Segundo o art. 37, §4º, da Constituição Federal, os atos de
ao patrimônio público ou (3) de entidade para cuja criação improbidade administrativa importarão a suspensão dos
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais direitos políticos, a perda da função pública, a
de 50% (cinquenta por cento) do patrimônio ou da receita indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na
anual, serão punidos na forma desta lei. forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
Parágrafo único. Estão também sujeitos às cabível.
penalidades desta lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de (4) entidade que receba Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
órgão público bem como (5) daquelas para cuja criação sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com herança.
menos de 50% (cinquenta por cento) do patrimônio ou da
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção CAPÍTULO II
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição Dos Atos de Improbidade Administrativa
dos cofres públicos. Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos Importam Enriquecimento Ilícito
desta lei, todo aquele que exerce, ainda que Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas
ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
que couber, àquele que, mesmo não sendo agente móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
público, induza ou concorra para a prática do ato de direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto
direta ou indireta. ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação
De acordo com o STF, ressalvado o Presidente da República, a ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
Lei de Improbidade Administrativa também se aplica aos agentes II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
políticos, que se submetem a um duplo regime sancionatório: para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
e responsabilização político-administrativa pelos crimes de entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
responsabilidade.
de mercado;
---------------------------------------------------------------------------------------
Cumpre salientar que a competência para o julgamento será do III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
juízo de primeiro grau, não havendo foro por prerrogativa de para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
função. público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por
preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou
máquinas, equipamentos ou material de qualquer
hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a

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prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade de mercado;
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
VI - receber vantagem econômica de qualquer locação de bem ou serviço por preço superior ao de
natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa mercado;
sobre medição ou avaliação em obras públicas ou VI - realizar operação financeira sem observância
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou insuficiente ou inidônea;
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem
no art. 1º desta lei; a observância das formalidades legais ou regulamentares
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de aplicáveis à espécie;
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à de processo seletivo para celebração de parcerias com
evolução do patrimônio ou à renda do agente público; entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade indevidamente;
de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou IX - ordenar ou permitir a realização de despesas
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou não autorizadas em lei ou regulamento;
amparado por ação ou omissão decorrente das X - agir negligentemente na arrecadação de tributo
atribuições do agente público, durante a atividade; ou renda, bem como no que diz respeito à conservação
IX - perceber vantagem econômica para intermediar do patrimônio público;
a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer XI - liberar verba pública sem a estrita observância
natureza; das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para
X - receber vantagem econômica de qualquer a sua aplicação irregular;
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro
providência ou declaração a que esteja obrigado; se enriqueça ilicitamente;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
desta lei; qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas bem como o trabalho de servidor público, empregados ou
ou valores integrantes do acervo patrimonial das terceiros contratados por essas entidades.
entidades mencionadas no art. 1° desta lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que
De acordo com o STJ, tanto atos de improbidade que importam tenha por objeto a prestação de serviços públicos por
enriquecimento ilícito quanto os que atentam contra os meio da gestão associada sem observar as formalidades
princípios da administração pública exigem o dolo como previstas na lei;
elemento caracterizador. Os atos de improbidade que causam XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
prejuízo ao erário, contudo, podem ser evidenciados por dolo sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
ou por culpa. observar as formalidades previstas na lei.
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
Seção II a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
Prejuízo ao Erário transferidos pela administração pública a entidades
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa privadas mediante celebração de parcerias, sem a
que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, observância das formalidades legais ou regulamentares
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, aplicáveis à espécie;
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
notadamente: públicos transferidos pela administração pública a
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física a observância das formalidades legais ou regulamentares
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores aplicáveis à espécie;
integrantes do acervo patrimonial das entidades XVIII - celebrar parcerias da administração pública
mencionadas no art. 1º desta lei; com entidades privadas sem a observância das
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades espécie;
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das XIX - agir negligentemente na celebração,
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à fiscalização e análise das prestações de contas de
espécie; parcerias firmadas pela administração pública com
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao entidades privadas;
ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
administração pública com entidades privadas sem a
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais estrita observância das normas pertinentes ou influir de
e regulamentares aplicáveis à espécie; qualquer forma para a sua aplicação irregular.
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela
locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das administração pública com entidades privadas sem a
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a

ID:
156
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estrita observância das normas pertinentes ou influir de PROVA TESTEMUNHAL SUFICIENTE. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AUSÊNCIA DE
qualquer forma para a sua aplicação irregular. PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. MATÉRIA
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DA EXCELSA CORTE. DOLO DO
AGENTE. ATO ÍMPROBO. CARACTERIZAÇÃO.
Seção II-A 1. Cinge-se a questão dos autos a possibilidade de prática de
(2016) assédio sexual como sendo ato de improbidade
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes administrativa previsto no caput do art. 11 da Lei n. 8.429/1992,
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício praticado por professor da rede pública de ensino, o qual fora
condenado pelas instâncias ordinárias à perda da função pública.
Financeiro ou Tributário
2. A tese inerente à atipicidade da conduta em razão da
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade inexistência de nexo causal entre o ato e a atividade de educador
administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, exercida pelo Professo não foi abordada pelo Corte de origem, o
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que atrai a incidência da Súmula 282 do STF.
3. O recorrente também tratou de questão constitucional, qual
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da seja, a dignidade da pessoa humana, matéria que refoge da
Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (2016) competência desta Corte Superior, sob pena de usurpação da
competência do Supremo Tribunal Federal.
A Lei Complementar mencionada acima trata do Imposto sobre 4. É firme a orientação no sentido da imprescindibilidade de
Serviços de Qualquer Natureza (ISS): dolo nos atos de improbidade administrativa por violação a
“Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de princípio, conforme previstos no caput do art. 11 da Lei n.
Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). 8.429/1992 - o que foi claramente demonstrado no caso dos
§ 1º O imposto não será objeto de concessão de isenções, autos, porquanto o professor atuou com dolo no sentido de
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de assediar suas alunas e obter vantagem indevida em função
redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou do cargo que ocupava, o que subverte os valores fundamentais
outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou da sociedade e corrói sua estrutura.
indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da 5. O recurso não pode ser conhecido em relação à alínea c do
aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para permissivo constitucional, porquanto o recorrente não
os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da demonstrou suficientemente a divergência, o que atrai, por
lista anexa a esta Lei Complementar.” analogia, a incidência da Súmula 284/STF. Recurso especial
conhecido em parte e improvido.
Seção III STJ - REsp 1255120/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, j. 21.05.2013, 2ª Turma, DJe
28.05.2013.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
Contra os Princípios da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa CAPÍTULO III
que atenta contra os princípios da administração Das Penas
pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres Art. 12. Independentemente das sanções penais,
de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às civis e administrativas previstas na legislação específica,
instituições, e notadamente: está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou seguintes cominações, que podem ser aplicadas
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade
competência; do fato:
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato ▪ ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
de ofício; I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
em razão das atribuições e que deva permanecer em integral do dano, quando houver, perda da função
segredo; pública, suspensão dos direitos políticos de 8 a 10
IV - negar publicidade aos atos oficiais; (oito a dez) anos, pagamento de multa civil de até 3
V - frustrar a licitude de concurso público; (três) vezes o valor do acréscimo patrimonial e
VI -deixar de prestar contas quando esteja obrigado proibição de contratar com o Poder Público ou receber
a fazê-lo; benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de (dez) anos;
mercadoria, bem ou serviço. ▪ PREJUÍZO AO ERÁRIO
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral
fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas do dano, perda dos bens ou valores acrescidos
pela administração pública com entidades privadas. ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de
direitos políticos de 5 a 8 (cinco a oito) anos, pagamento
acessibilidade previstos na legislação.
de multa civil de até 2 (duas) vezes o valor do dano e
X - transferir recurso a entidade privada, em
proibição de contratar com o Poder Público ou receber
razão da prestação de serviços na área de saúde sem a
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
prévia celebração de contrato, convênio ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
instrumento congênere, nos termos do parágrafo único
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5
do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
(cinco) anos;
1990. (2018)
▪ CONTRA OS PRINCÍPIOS DA
Conforme a Jurisprudência abaixo, o STJ reconheceu a prática ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
de assédio sexual como improbidade contra os princípios da III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral
administração pública.
do dano, se houver, perda da função pública,
---------------------------------------------------------------------------------------
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 (três a cinco)
ADMINISTRATIVA. ASSÉDIO DE PROFESSOR DA REDE PÚBLICA. anos, pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes

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157
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o valor da remuneração percebida pelo agente e de servidor militar, de acordo com os respectivos
proibição de contratar com o Poder Público ou receber regulamentos disciplinares.
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa Art. 15. A comissão processante dará conhecimento
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de
(três) anos. Contas da existência de procedimento administrativo para
▪ CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE apurar a prática de ato de improbidade.
BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar
função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 representante para acompanhar o procedimento
a 8 (cinco a oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes administrativo.
o valor do benefício financeiro ou tributário
concedido. (2016) Art. 16. Havendo fundados indícios de
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas responsabilidade, a comissão representará ao Ministério
nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao
causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo juízo competente a decretação do sequestro dos bens
agente. do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente
ou causado dano ao patrimônio público.
CAPÍTULO IV § 1º O pedido de sequestro será processado de
Da Declaração de Bens acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de
Art. 13. A posse e o exercício de agente público Processo Civil.
ficam condicionados à apresentação de declaração dos § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a
bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra internacionais.
espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País
ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário,
valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência jurídica interessada, dentro de 30 (trinta) dias da
econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e efetivação da medida cautelar.
utensílios de uso doméstico. § 1º As ações de que trata este artigo admitem a
§ 2º A declaração de bens será anualmente celebração de acordo de não persecução cível, nos
atualizada e na data em que o agente público deixar o termos desta Lei. (2019)
exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso,
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem
promoverá as ações necessárias à complementação do
do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
ressarcimento do patrimônio público.
cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou
pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o
que a prestar falsa.
disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar
de 1965.
cópia da declaração anual de bens apresentada à
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no
Delegacia da Receita Federal na conformidade da
processo como parte, atuará obrigatoriamente, como
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
fiscal da lei, sob pena de nulidade.
qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do
suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.
juízo para todas as ações posteriormente intentadas que
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
CAPÍTULO V
§ 6o A ação será instruída com documentos ou
Do Procedimento Administrativo e do Processo
justificação que contenham indícios suficientes da
Judicial
existência do ato de improbidade ou com razões
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à
fundamentadas da impossibilidade de apresentação de
autoridade administrativa competente para que seja
qualquer dessas provas, observada a legislação vigente,
instaurada investigação destinada a apurar a prática de
inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do
ato de improbidade.
Código de Processo Civil.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz
termo e assinada, conterá a qualificação do
mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido,
representante, as informações sobre o fato e sua autoria e
para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser
a indicação das provas de que tenha conhecimento.
instruída com documentos e justificações, dentro do prazo
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a
de 15 (quinze) dias.
representação, em despacho fundamentado, se esta não
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de 30
contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste
(trinta) dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação,
artigo. A rejeição não impede a representação ao
se convencido da inexistência do ato de improbidade, da
Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado
autoridade determinará a imediata apuração dos fatos
para apresentar contestação.
que, em se tratando de servidores federais, será
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial,
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei
caberá agravo de instrumento.
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando

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158
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§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução requisitar a instauração de inquérito policial ou
consensual, poderão as partes requerer ao juiz a procedimento administrativo.
interrupção do prazo para a contestação, por prazo
não superior a 90 (noventa) dias. (2019) CAPÍTULO VII
Da Prescrição
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as
inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o sanções previstas nesta lei podem ser propostas:
processo sem julgamento do mérito. I – até 5 (cinco) anos após o término do exercício de
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições mandato, de cargo em comissão ou de função de
realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto confiança;
no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. II - dentro do prazo prescricional previsto em lei
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se específica para faltas disciplinares puníveis com demissão
considera pessoa jurídica interessada o ente tributante a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo
que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que efetivo ou emprego.
tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar III – até 5 (cinco) anos da data da apresentação à
nº 116, de 31 de julho de 2003. administração pública da prestação de contas final pelas
entidades referidas no parágrafo único do art. 1 o desta
Art. 17-A. (VETADO): (2019) Lei.
I - (VETADO);
II - (VETADO); CAPÍTULO VIII
III - (VETADO). Das Disposições Finais
§ 1º (VETADO). Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua
§ 2º (VETADO). publicação.
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO). Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de
§ 5º (VETADO). junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e
demais disposições em contrário.
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil
de reparação de dano ou decretar a perda dos bens
havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a
reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa
jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
improbidade contra agente público ou terceiro 01_____________________________________
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente. 02_____________________________________
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o 03_____________________________________
denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos 04_____________________________________
danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado. 05_____________________________________
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão 06_____________________________________
dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória. 07_____________________________________
Parágrafo único. A autoridade judicial ou
administrativa competente poderá determinar o 08_____________________________________
afastamento do agente público do exercício do cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, 09_____________________________________
quando a medida se fizer necessária à instrução 10_____________________________________
processual.
11_____________________________________
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei
independe: 12_____________________________________
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, salvo quanto à pena de ressarcimento; 13_____________________________________
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de 14_____________________________________
Contas.
15_____________________________________
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei,
o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação
formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá

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159
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Decreto nº 7.037 / 2009 Presidência da República; Ministério do Turismo
i) Garantir que os grandes empreendimentos e
Programa Nacional de Direitos projetos de infraestrutura resguardem os direitos dos
Humanos - PNDH-3 povos indígenas e de comunidades quilombolas e
tradicionais, conforme previsto na Constituição e nos
tratados e convenções internacionais.
DIRETRIZ 4: Efetivação de modelo de Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério dos Transportes;
desenvolvimento sustentável, com inclusão social e Ministério da Integração Nacional; Ministério de Minas e Energia;
econômica, ambientalmente equilibrado e Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
tecnologicamente responsável, cultural e Racial da Presidência da República; Ministério do Meio
regionalmente diverso, participativo e não Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; Ministério da Pesca e Aquicultura; Secretaria Especial de
discriminatório. Portos da Presidência da República
j) Integrar políticas de geração de emprego e
Objetivo estratégico I: renda e políticas sociais para o combate à pobreza rural
Implementação de políticas públicas de dos agricultores familiares, assentados da reforma
desenvolvimento com inclusão social. agrária, quilombolas, indígenas, famílias de pescadores e
Ações programáticas: comunidades tradicionais.
a) Ampliar e fortalecer as políticas de
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
desenvolvimento social e de combate à fome, visando a
à Fome; Ministério da Integração Nacional; Ministério do
inclusão e a promoção da cidadania, garantindo a Desenvolvimento Agrário; Ministério do Trabalho e Emprego;
segurança alimentar e nutricional, renda mínima e Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Políticas de
assistência integral às famílias. Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República;
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Ministério da Cultura; Ministério da Pesca e Aquicultura
Fome k) Integrar políticas sociais e de geração de
b) Expandir políticas públicas de geração e emprego e renda para o combate à pobreza urbana, em
transferência de renda para erradicação da extrema especial de catadores de materiais recicláveis e
pobreza e redução da pobreza. população em situação de rua.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
Fome Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
c) Apoiar projetos de desenvolvimento à Fome; Ministério das Cidades; Secretaria dos Direitos
Humanos da Presidência da República
sustentável local para redução das desigualdades inter
e intrarregionais e o aumento da autonomia e l) Fortalecer políticas públicas de fomento à
sustentabilidade de espaços sub-regionais. aquicultura e à pesca sustentáveis, com foco nos povos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
e comunidades tradicionais de baixa renda, contribuindo
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Agrário para a segurança alimentar e a inclusão social, mediante
a criação e geração de trabalho e renda alternativos e
d) Avançar na implantação da reforma agrária,
inserção no mercado de trabalho.
como forma de inclusão social e acesso aos direitos
básicos, de forma articulada com as políticas de saúde, Responsáveis: Ministério da Pesca e Aquicultura; Ministério do
Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e
educação, meio ambiente e fomento à produção Combate à Fome
alimentar.
m) Promover o turismo sustentável com
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
geração de trabalho e renda, respeito à cultura local,
e) Incentivar as políticas públicas de economia participação e inclusão dos povos e das comunidades nos
solidária, de cooperativismo e associativismo e de benefícios advindos da atividade turística.
fomento a pequenas e micro empresas. Responsáveis: Ministério do Turismo; Ministério do
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades; Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
f) Fortalecer políticas públicas de apoio ao Objetivo estratégico II:
extrativismo e ao manejo florestal comunitário Fortalecimento de modelos de agricultura familiar e
ambientalmente sustentáveis. agroecológica.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Ações programáticas:
Desenvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento, a) Garantir que nos projetos de reforma agrária e
Indústria e Comércio Exterior agricultura familiar sejam incentivados os modelos de
g) Fomentar o debate sobre a expansão de produção agroecológica e a inserção produtiva nos
plantios de monoculturas que geram impacto no meio mercados formais.
ambiente e na cultura dos povos e comunidades Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açúcar, soja, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
sobre o manejo florestal, a grande pecuária, mineração, b) Fortalecer a agricultura familiar camponesa
turismo e pesca. e a pesca artesanal, com ampliação do crédito, do
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República seguro, da assistência técnica, extensão rural e da
h) Erradicar o trabalho infantil, bem como todas infraestrutura para comercialização.
as formas de violência e exploração sexual de crianças Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
e adolescentes nas cadeias produtivas, com base em da Pesca e Aquicultura
códigos de conduta e no Estatuto da Criança e do c) Garantir pesquisa e programas voltados à
Adolescente. agricultura familiar e pesca artesanal, com base nos
princípios da agroecologia.

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160
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Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e Objetivo estratégico IV:
Abastecimento; Ministério da Pesca e Aquicultura; Ministério do Garantia do direito a cidades inclusivas e
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
sustentáveis.
d) Fortalecer a legislação e a fiscalização para Ações programáticas:
evitar a contaminação dos alimentos e danos à saúde a) Apoiar ações que tenham como princípio o
e ao meio ambiente causados pelos agrotóxicos. direito a cidades inclusivas e acessíveis como elemento
Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e fundamental da implementação de políticas urbanas.
Abastecimento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos
Saúde; Ministério do Desenvolvimento Agrário Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do
e) Promover o debate com as instituições de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
ensino superior e a sociedade civil para a implementação b) Fortalecer espaços institucionais
de cursos e realização de pesquisas tecnológicas democráticos, participativos e de apoio aos Municípios
voltados à temática socioambiental, agroecologia e para a implementação de planos diretores que atendam
produção orgânica, respeitando as especificidades de aos preceitos da política urbana estabelecidos no Estatuto
cada região. da Cidade.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do
Responsável: Ministério das Cidades
Desenvolvimento Agrário
c) Fomentar políticas públicas de apoio aos
Objetivo estratégico III: Estados, Distrito Federal e Municípios em ações
Fomento à pesquisa e à implementação de políticas sustentáveis de urbanização e regularização fundiária dos
para o desenvolvimento de tecnologias socialmente assentamentos de população de baixa renda,
inclusivas, emancipatórias e ambientalmente comunidades pesqueiras e de provisão habitacional de
sustentáveis. interesse social, materializando a função social da
Ações programáticas: propriedade.
a) Adotar tecnologias sociais de baixo custo e Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio
Ambiente; Ministério da Pesca e Aquicultura
fácil aplicabilidade nas políticas e ações públicas para a
geração de renda e para a solução de problemas d) Fortalecer a articulação entre os órgãos de
socioambientais e de saúde pública. governo e os consórcios municipais para atuar na política
de saneamento ambiental, com participação da sociedade
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
civil.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Meio
Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio
Saúde Ambiente; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência
da República
b) Garantir a aplicação do princípio da
precaução na proteção da agrobiodiversidade e da e) Fortalecer a política de coleta,
saúde, realizando pesquisas que avaliem os impactos reaproveitamento, triagem, reciclagem e a destinação
dos transgênicos no meio ambiente e na saúde. seletiva de resíduos sólidos e líquidos, com a organização
de cooperativas de reciclagem, que beneficiem as famílias
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Meio Ambiente;
Ministério de Ciência e Tecnologia dos catadores.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e
c) Fomentar tecnologias alternativas para
Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
substituir o uso de substâncias danosas à saúde e ao Fome; Ministério do Meio Ambiente
meio ambiente, como poluentes orgânicos persistentes,
metais pesados e outros poluentes inorgânicos. f) Fomentar políticas e ações públicas voltadas à
mobilidade urbana sustentável.
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério do
Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério da Agricultura, Responsável: Ministério das Cidades
Pecuária e Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento, g) Considerar na elaboração de políticas públicas
Indústria e Comércio Exterior de desenvolvimento urbano os impactos na saúde
d) Fomentar tecnologias de gerenciamento de pública.
resíduos sólidos e emissões atmosféricas para Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das Cidades
minimizar impactos à saúde e ao meio ambiente. h) Fomentar políticas públicas de apoio às
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério do organizações de catadores de materiais recicláveis,
Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério das Cidades visando à disponibilização de áreas e prédios
e) Desenvolver e divulgar pesquisas públicas desocupados pertencentes à União, a fim de serem
para diagnosticar os impactos da biotecnologia e da transformados em infraestrutura produtiva para essas
nanotecnologia em temas de Direitos Humanos. organizações.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e Emprego;
Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Abastecimento; Ministério de Ciência e Tecnologia
f) Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas i) Estimular a produção de alimentos de forma
econômicas e metodologias de cálculo de custos comunitária, com uso de tecnologias de bases
socioambientais de projetos de infraestrutura, de energia agroecológicas, em espaços urbanos e periurbanos
e de mineração que sirvam como parâmetro para o ociosos e fomentar a mobilização comunitária para a
controle dos impactos de grandes projetos. implementação de hortas, viveiros, pomares, canteiros de
ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades
Responsáveis: Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério de
de processamento e beneficiamento agroalimentar, feiras
Minas e Energia; Ministério do Meio Ambiente; Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Ministério da e mercados públicos populares.
Integração Nacional

ID:
161
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Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Afirmação dos princípios da dignidade humana e da
à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento equidade como fundamentos do processo de
desenvolvimento nacional.
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como Ações programáticas:
sujeito central do processo de desenvolvimento. a) Reforçar o papel do Plano Plurianual como
Objetivo estratégico I: instrumento de consolidação dos Direitos Humanos e de
Garantia da participação e do controle social nas enfrentamento da concentração de renda e riqueza e de
políticas públicas de desenvolvimento com grande promoção da inclusão da população de baixa renda.
impacto socioambiental. Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ações programáticas: b) Reforçar os critérios da equidade e da
a) Fortalecer ações que valorizem a pessoa prevalência dos Direitos Humanos como prioritários na
humana como sujeito central do desenvolvimento, avaliação da programação orçamentária de ação ou
enfrentando o quadro atual de injustiça ambiental que autorização de gastos.
atinge principalmente as populações mais pobres.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente c) Instituir código de conduta em Direitos
Humanos para ser considerado no âmbito do poder
b) Assegurar participação efetiva da população
público como critério para a contratação e financiamento
na elaboração dos instrumentos de gestão territorial e na
de empresas.
análise e controle dos processos de licenciamento
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
urbanístico e ambiental de empreendimentos de impacto,
Presidência da República
especialmente na definição das ações mitigadoras e
compensatórias por impactos sociais e ambientais. d) Regulamentar a taxação do imposto sobre
grandes fortunas previsto na Constituição.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das
Cidades Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
c) Fomentar a elaboração do Zoneamento
Ecológico Econômico (ZEE), incorporando o sócio e e) Ampliar a adesão de empresas ao
etnozoneamento. compromisso de responsabilidade social e Direitos
Humanos.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio
Ambiente Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento,
d) Assegurar a transparência dos projetos Indústria e Comércio Exterior
realizados, em todas as suas etapas, e dos recursos
utilizados nos grandes projetos econômicos, para
viabilizar o controle social. Objetivo estratégico III:
Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de
Responsáveis: Ministério dos Transportes; Ministério da
políticas públicas de defesa da concorrência e de
Integração Nacional; Ministério de Minas e Energia; Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República proteção do consumidor.
Ações programáticas:
e) Garantir a exigência de capacitação
a) Garantir o acesso universal a serviços
qualificada e participativa das comunidades afetadas nos
públicos essenciais de qualidade.
projetos básicos de obras e empreendimentos com
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação;
impactos sociais e ambientais.
Ministério de Minas e Energia; Ministério do Desenvolvimento
Responsáveis: Ministério da Integração Nacional; Ministério de Social e Combate à Fome; Ministério das Cidades
Minas e Energia; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República b) Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da
concorrência para coibir condutas anticompetitivas e
f) Definir mecanismos para a garantia dos
concentradoras de renda.
Direitos Humanos das populações diretamente atingidas e
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Fazenda
vizinhas aos empreendimentos de impactos sociais e
ambientais. c) Garantir o direito à informação do
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da consumidor, fortalecendo as ações de acompanhamento
Presidência da República de mercado, inclusive a rotulagem dos transgênicos.
g) Apoiar a incorporação dos sindicatos de Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da
trabalhadores e centrais sindicais nos processos de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
licenciamento ambiental de empresas, de forma a garantir
o direito à saúde do trabalhador. d) Fortalecer o combate à fraude e a avaliação
da conformidade dos produtos e serviços no mercado.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do
Trabalho e Emprego; Ministério da Saúde Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
h) Promover e fortalecer ações de proteção às
populações mais pobres da convivência com áreas
contaminadas, resguardando-as contra essa ameaça e Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais
assegurando-lhes seus direitos fundamentais. como Direitos Humanos, incluindo as gerações
futuras como sujeitos de direitos.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das
Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; Ministério da Saúde Objetivo estratégico I:
Afirmação dos direitos ambientais como Direitos
Humanos.
Objetivo estratégico II:
Ações programáticas:
a) Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios
de monitoramento dos Direitos Humanos.

ID:
162
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da fundamentais para garantir o respeito à dignidade
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente humana.
b) Incluir o tema dos Direitos Humanos nos
instrumentos e relatórios dos órgãos ambientais. Os objetivos estratégicos direcionados à
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da promoção da cidadania plena preconizam a
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente universalidade, indivisibilidade e interdependência
c) Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos Direitos Humanos, condições para sua efetivação
dos Direitos Humanos no Código Florestal. integral e igualitária. O acesso aos direitos de registro
Responsável: Ministério do Meio Ambiente
civil, alimentação adequada, terra e moradia, trabalho
decente, educação, participação política, cultura, lazer,
d) Implementar e ampliar políticas públicas esporte e saúde, deve considerar a pessoa humana em
voltadas para a recuperação de áreas degradadas e suas múltiplas dimensões de ator social e sujeito de
áreas de desmatamento nas zonas urbanas e rurais. cidadania.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das
Cidades À luz da história dos movimentos sociais e de
e) Fortalecer ações que estabilizem a programas de governo, o PNDH-3 orienta-se pela
concentração de gases de efeito estufa em nível que transversalidade, para que a implementação dos direitos
permita a adaptação natural dos ecossistemas à mudança civis e políticos transitem pelas diversas dimensões dos
do clima, controlando a interferência das atividades direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. Caso
humanas (antrópicas) no sistema climático. contrário, grupos sociais afetados pela pobreza, pelo
Responsável: Ministério do Meio Ambiente racismo estrutural e pela discriminação dificilmente terão
f) Garantir o efetivo acesso a informação sobre acesso a tais direitos.
a degradação e os riscos ambientais, e ampliar e
articular as bases de informações dos entes federados e As ações programáticas formuladas visam
produzir informativos em linguagem acessível. enfrentar o desafio de eliminar as desigualdades, levando
Responsável: Ministério do Meio Ambiente em conta as dimensões de gênero e raça nas políticas
públicas, desde o planejamento até a sua concretização e
g) Integrar os atores envolvidos no combate ao
avaliação. Há, neste sentido, propostas de criação de
trabalho escravo nas operações correntes de fiscalização
indicadores que possam mensurar a efetivação
ao desmatamento e ao corte ilegal de madeira.
progressiva dos direitos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego;
Às desigualdades soma-se a persistência da
Ministério do Meio Ambiente
discriminação, que muitas vezes se manifesta sob a forma
de violência contra sujeitos que são histórica e
Eixo Orientador III: estruturalmente vulnerabilizados.
Universalizar direitos em um contexto de
desigualdades O combate à discriminação mostra-se
A Declaração Universal dos Direitos Humanos necessário, mas insuficiente enquanto medida isolada. Os
afirma em seu preâmbulo que o "reconhecimento da pactos e convenções que integram o sistema regional e
dignidade inerente a todos os membros da família internacional de proteção dos Direitos Humanos apontam
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o para a necessidade de combinar estas medidas com
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no políticas compensatórias que acelerem a construção da
mundo". No entanto, nas vicissitudes ocorridas no igualdade, como forma capaz de estimular a inclusão
cumprimento da Declaração pelos Estados signatários, de grupos socialmente vulneráveis. Além disso, as
identificou-se a necessidade de reconhecer as ações afirmativas constituem medidas especiais e
diversidades e diferenças para concretização do princípio temporárias que buscam remediar um passado
da igualdade. discriminatório. No rol de movimentos e grupos sociais
que demandam políticas de inclusão social encontram-se
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas,
Direitos Humanos passaram a ocupar uma posição de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas
destaque no ordenamento jurídico. O País avançou com deficiência, pessoas moradoras de rua, povos
decisivamente na proteção e promoção do direito às indígenas, populações negras e quilombolas, ciganos,
diferenças. Porém, o peso negativo do passado continua ribeirinhos, varzanteiros e pescadores, entre outros.
a projetar no presente uma situação de profunda
iniquidade social. Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas
que devem ser efetivadas para reconhecer e proteger os
O acesso aos direitos fundamentais continua indivíduos como iguais na diferença, ou seja, para
enfrentando barreiras estruturais, resquícios de um valorizar a diversidade presente na população brasileira
processo histórico, até secular, marcado pelo genocídio para estabelecer acesso igualitário aos direitos
indígena, pela escravidão e por períodos ditatoriais, fundamentais. Trata-se de reforçar os programas de
práticas que continuam a ecoar em comportamentos, leis governo e as resoluções pactuadas nas diversas
e na realidade social. conferências nacionais temáticas, sempre sob o foco dos
O PNDH-3 assimila os grandes avanços Direitos Humanos, com a preocupação de assegurar o
conquistados ao longo destes últimos anos, tanto nas respeito às diferenças e o combate às desigualdades,
políticas de erradicação da miséria e da fome, quanto na para o efetivo acesso aos direitos.
preocupação com a moradia e saúde, e aponta para a
continuidade e ampliação do acesso a tais políticas, Por fim, em respeito à primazia constitucional de
proteção e promoção da infância, do adolescente e da

ID:
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juventude, o capítulo aponta suas diretrizes para o específicas como os povos indígenas, quilombolas,
respeito e a garantia das gerações futuras. Como sujeitos ciganos, pessoas em situação de rua, institucionalizadas
de direitos, as crianças, os adolescentes e os jovens são e às trabalhadoras rurais.
frequentemente subestimadas em sua participação Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do
política e em sua capacidade decisória. Preconiza-se o Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
dever de assegurar-lhes, desde cedo, o direito de opinião Defesa; Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e
Emprego; Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos
e participação.
Humanos da Presidência da República
c) Criar bases normativas e gerenciais para
Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade
garantia da universalização do acesso ao registro civil
temporal, as crianças, os adolescentes e os jovens estão
de nascimento e à documentação básica.
sujeitos a discriminações e violências. As ações
- Implantar sistema nacional de registro civil para
programáticas promovem a garantia de espaços e
interligação das informações de estimativas de
investimentos que assegurem proteção contra qualquer
nascimentos, de nascidos vivos e do registro civil, a fim de
forma de violência e discriminação, bem como a
viabilizar a busca ativa dos nascidos não registrados e
promoção da articulação entre família, sociedade e
aperfeiçoar os indicadores para subsidiar políticas
Estado para fortalecer a rede social de proteção que
públicas.
garante a efetividade de seus direitos.
- Desenvolver estudo e revisão da legislação para garantir
o acesso do cidadão ao registro civil de nascimento em
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma
todo o território nacional.
universal, indivisível e interdependente, assegurando
- Realizar estudo de sustentabilidade do serviço notarial e
a cidadania plena.
de registro no País.
- Desenvolver a padronização do registro civil (certidão de
Objetivo estratégico I:
nascimento, de casamento e de óbito) em território
Universalização do registro civil de nascimento e
nacional.
ampliação do acesso à documentação básica.
- Garantir a emissão gratuita de Registro Geral e Cadastro
Ações programáticas:
de Pessoa Física aos reconhecidamente pobres.
a) Ampliar e reestruturar a rede de atendimento
- Desenvolver estudo sobre a política nacional de
para a emissão do registro civil de nascimento
documentação civil básica.
visando a sua universalização. Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do
- Interligar maternidades e unidades de saúde aos Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do
cartórios, por meio de sistema manual ou informatizado, Planejamento, Orçamento e Gestão; Ministério da Fazenda;
para emissão de registro civil de nascimento logo após o Ministério da Justiça; Ministério do Trabalho e Emprego;
parto, garantindo ao recém-nascido a certidão de Ministério da Previdência Social; Secretaria Especial dos Direitos
nascimento antes da alta médica. Humanos da Presidência da República
- Fortalecer a Declaração de Nascido Vivo (DNV), emitida d) Incluir no questionário do censo demográfico
pelo Sistema Único de Saúde, como mecanismo de perguntas para identificar a ausência de documentos
acesso ao registro civil de nascimento, contemplando a civis na população.
diversidade na emissão pelos estabelecimentos de saúde Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e pelas parteiras.
- Realizar orientação sobre a importância do registro civil
Objetivo estratégico II:
de nascimento para a cidadania por meio da rede de
Acesso à alimentação adequada por meio de políticas
atendimento (saúde, educação e assistência social) e pelo
estruturantes.
sistema de Justiça e de segurança pública.
Ações programáticas:
- Aperfeiçoar as normas e o serviço público notarial e de
a) Ampliar o acesso aos alimentos por meio de
registro, em articulação com o Conselho Nacional de
programas e ações de geração e transferência de
Justiça, para garantia da gratuidade e da cobertura do
renda, com ênfase na participação das mulheres como
serviço de registro civil em âmbito nacional.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do potenciais beneficiárias.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
Previdência Social; Ministério da Justiça; Ministério do à Fome; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Planejamento, Orçamento e Gestão; Secretaria Especial dos Presidência da República
Direitos Humanos da Presidência da República b) Vincular programas de transferência de renda
b) Promover a mobilização nacional com intuito à garantia da segurança alimentar da criança, por meio
de reduzir o número de pessoas sem registro civil de do acompanhamento da saúde e nutrição e do
nascimento e documentação básica. estímulo de hábitos alimentares saudáveis, com o
- Instituir comitês gestores estaduais, distrital e municipais objetivo de erradicar a desnutrição infantil.
com o objetivo de articular as instituições públicas e as Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome; Ministério da Educação; Ministério da Saúde
entidades da sociedade civil para a implantação de ações
c) Fortalecer a agricultura familiar e
que visem à ampliação do acesso à documentação
camponesa no desenvolvimento de ações específicas que
básica.
promovam a geração de renda no campo e o aumento da
- Realizar campanhas para orientação e conscientização
produção de alimentos agroecológicos para o
da população e dos agentes responsáveis pela
autoconsumo e para o mercado local.
articulação e pela garantia do acesso aos serviços de
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
emissão de registro civil de nascimento e de do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
documentação básica. d) Ampliar o abastecimento alimentar, com maior
- Realizar mutirões para emissão de registro civil de autonomia e fortalecimento da economia local, associado
nascimento e documentação básica, com foco nas a programas de informação, de educação alimentar, de
regiões de difícil acesso e no atendimento às populações

ID:
164
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capacitação, de geração de ocupações produtivas, de g) Garantir que nos programas habitacionais do
agricultura familiar camponesa e de agricultura urbana. governo sejam priorizadas as populações de baixa
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate renda, a população em situação de rua e grupos
à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; sociais em situação de vulnerabilidade no espaço
Ministério do Desenvolvimento Agrário urbano e rural, considerando os princípios da moradia
e) Promover a implantação de equipamentos digna, do desenho universal e os critérios de
públicos de segurança alimentar e nutricional, com vistas acessibilidade nos projetos.
a ampliar o acesso à alimentação saudável de baixo Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
custo, valorizar as culturas alimentares regionais, Desenvolvimento Social e Combate à Fome
estimular o aproveitamento integral dos alimentos, evitar o h) Promover a destinação das glebas e
desperdício e contribuir para a recuperação social e de edifícios vazios ou subutilizados pertencentes à
saúde da sociedade. União, para a população de baixa renda, reduzindo o
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à déficit habitacional.
Fome Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
f) Garantir que os hábitos e contextos regionais Planejamento, Orçamento e Gestão
sejam incorporados nos modelos de segurança alimentar i) Estabelecer que a garantia da qualidade de
como fatores da produção sustentável de alimentos. abrigos e albergues, bem como seu caráter inclusivo e
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à de resgate da cidadania à população em situação de rua,
Fome estejam entre os critérios de concessão de recursos para
g) Realizar pesquisas científicas que novas construções e manutenção dos existentes.
promovam ganhos de produtividade na agricultura Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do
familiar e assegurar estoques reguladores. Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate j) Apoiar o monitoramento de políticas de
à Fome; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da habitação de interesse social pelos conselhos
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
municipais de habitação, garantindo às cooperativas e
associações habitacionais acesso às informações.
Objetivo estratégico III: Responsável: Ministério das Cidades
Garantia do acesso à terra e à moradia para a k) Garantir as condições para a realização de
população de baixa renda e grupos sociais acampamentos ciganos em todo o território nacional,
vulnerabilizados. visando a preservação de suas tradições, práticas e
Ações programáticas: patrimônio cultural.
a) Fortalecer a reforma agrária com prioridade Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
à implementação e recuperação de assentamentos, à Presidência da República; Ministério das Cidades
regularização do crédito fundiário e à assistência técnica
aos assentados, atualização dos índices Grau de Objetivo estratégico IV:
Utilização da Terra (GUT) e Grau de Eficiência na Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de
Exploração (GEE), conforme padrões atuais e qualidade.
regulamentação da desapropriação de áreas pelo Ações programáticas:
descumprimento da função social plena. a) Expandir e consolidar programas de serviços
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério básicos de saúde e de atendimento domiciliar para a
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento população de baixa renda, com enfoque na prevenção e
b) Integrar as ações de mapeamento das terras diagnóstico prévio de doenças e deficiências, com apoio
públicas da União. diferenciado às pessoas idosas, indígenas, negros e
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
comunidades quilombolas, pessoas com deficiência,
c) Estimular o saneamento dos serviços notariais
pessoas em situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais,
de registros imobiliários, possibilitando o bloqueio ou o
travestis, transexuais, crianças e adolescentes, mulheres,
cancelamento administrativo dos títulos das terras e
pescadores artesanais e população de baixa renda.
registros irregulares. Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
Desenvolvimento Agrário República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
d) Garantir demarcação, homologação, Presidência da República; Ministério da Pesca e Aquicultura
regularização e desintrusão das terras indígenas, em b) Criar programas de pesquisa e divulgação
harmonia com os projetos de futuro de cada povo sobre tratamentos alternativos à medicina tradicional no
indígena, assegurando seu etnodesenvolvimento e sua sistema de saúde.
autonomia produtiva. Responsável: Ministério da Saúde
Responsável: Ministério da Justiça c) Reformular o marco regulatório dos planos de
e) Assegurar às comunidades quilombolas a saúde, de modo a diminuir os custos para a pessoa
posse dos seus territórios, acelerando a identificação, o idosa e fortalecer o pacto intergeracional, estimulando a
reconhecimento, a demarcação e a titulação desses adoção de medidas de capitalização para gastos futuros
territórios, respeitando e preservando os sítios de valor pelos planos de saúde.
simbólico e histórico. Responsável: Ministério da Saúde
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da d) Reconhecer as parteiras como agentes
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da comunitárias de saúde.
Cultura; Ministério do Desenvolvimento Agrário Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
f) Garantir o acesso a terra às populações Políticas para as Mulheres da Presidência da República
ribeirinhas, varzanteiras e pescadoras, assegurando e) Aperfeiçoar o programa de saúde para
acesso aos recursos naturais que tradicionalmente adolescentes, especificamente quanto à saúde de gênero,
utilizam para sua reprodução física, cultural e econômica. à educação sexual e reprodutiva e à saúde mental.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
do Meio Ambiente Políticas para as Mulheres da Presidência da República;

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Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da q) Apoiar o acesso a programas de saúde
República preventiva e de proteção à saúde para profissionais do
f) Criar campanhas e material técnico, sexo.
instrucional e educativo sobre planejamento reprodutivo Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
que respeite os direitos sexuais e reprodutivos, Políticas para as Mulheres da Presidência da República
contemplando a elaboração de materiais específicos para r) Apoiar a implementação de espaços
a população jovem e adolescente e para pessoas com essenciais para higiene pessoal e centros de referência
deficiência. para a população em situação de rua.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da e Combate à Fome
República s) Investir na política de reforma psiquiátrica
g) Estimular programas de atenção integral à fomentando programas de tratamentos substitutivos à
saúde das mulheres, considerando suas especificidades internação, que garantam às pessoas com transtorno
étnico-raciais, geracionais, regionais, de orientação mental a possibilidade de escolha autônoma de
sexual, de pessoa com deficiência, priorizando as tratamento, com convivência familiar e acesso aos
moradoras do campo, da floresta e em situação de rua. recursos psiquiátricos e farmacológicos.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Cultura
Racial da Presidência da República; Ministério do t) Implementar medidas destinadas a
Desenvolvimento Social e Combate à Fome desburocratizar os serviços do Instituto Nacional de
h) Ampliar e disseminar políticas de saúde pré e Seguro Social para a concessão de aposentadorias e
neonatal, com inclusão de campanhas educacionais de benefícios.
esclarecimento, visando à prevenção do surgimento ou do Responsável: Ministério da Previdência Social
agravamento de deficiências. u) Estimular a incorporação do trabalhador
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de urbano e rural ao regime geral da previdência social.
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Responsável: Ministério da Previdência Social
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
v) Assegurar a inserção social das pessoas
República
atingidas pela hanseníase isoladas e internadas em
i) Expandir a assistência pré-natal e pós-natal
hospitais-colônias.
por meio de programas de visitas domiciliares para
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
acompanhamento das crianças na primeira infância. Presidência da República; Ministério da Saúde
Responsável: Ministério da Saúde
w) Reconhecer, pelo Estado brasileiro, as
j) Apoiar e financiar a realização de pesquisas e
violações de direitos às pessoas atingidas pela
intervenções sobre a mortalidade materna,
hanseníase no período da internação e do isolamento
contemplando o recorte étnico-racial e regional.
compulsórios, apoiando iniciativas para agilizar as
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República reparações com a concessão de pensão especial prevista
k) Assegurar o acesso a laqueaduras e na Lei no 11.520/2007.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
vasectomias ou reversão desses procedimentos no
Presidência da República
sistema público de saúde, com garantia de acesso a
x) Proporcionar as condições necessárias para
informações sobre as escolhas individuais.
conclusão do trabalho da Comissão Interministerial de
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República Avaliação para análise dos requerimentos de pensão
l) Ampliar a oferta de medicamentos de uso especial das pessoas atingidas pela hanseníase, que
contínuo, especiais e excepcionais, para a pessoa idosa. foram internadas e isoladas compulsoriamente em
Responsável: Ministério da Saúde hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986.
m) Realizar campanhas de diagnóstico precoce Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
e tratamento adequado às pessoas que vivem com
HIV/AIDS para evitar o estágio grave da doença e
Objetivo estratégico V:
prevenir sua expansão e disseminação.
Responsável: Ministério da Saúde Acesso à educação de qualidade e garantia de
n) Proporcionar às pessoas que vivem com permanência na escola.
HIV/AIDS programas de atenção no âmbito da saúde Ações programáticas:
sexual e reprodutiva. a) Ampliar o acesso a educação básica, a
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de permanência na escola e a universalização do ensino no
Políticas para as Mulheres da Presidência da República atendimento à educação infantil.
o) Capacitar os agentes comunitários de saúde Responsável: Ministério da Educação
que realizam a triagem e a captação nas hemorredes para b) Assegurar a qualidade do ensino formal
praticarem abordagens sem preconceito e sem público com seu monitoramento contínuo e atualização
discriminação. curricular.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República Direitos Humanos da Presidência da República
p) Garantir o acompanhamento c) Desenvolver programas para a reestruturação
multiprofissional a pessoas transexuais que fazem das escolas como polos de integração de políticas
parte do processo transexualizador no Sistema Único de educacionais, culturais e de esporte e lazer.
Saúde e de suas famílias. Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura;
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Ministério do Esporte
Direitos Humanos da Presidência da República

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d) Apoiar projetos e experiências de integração geração de trabalho e renda, e de inclusão social,
da escola com a comunidade que utilizem sistema de priorizando os jovens das famílias beneficiárias do
alternância. Programa Bolsa Família.
Responsável: Ministério da Educação Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
e) Adequar o currículo escolar, inserindo Desenvolvimento Social e Combate à Fome
conteúdos que valorizem as diversidades, as práticas d) Criar programas de formação, qualificação e
artísticas, a necessidade de alimentação adequada e inserção profissional e de geração de emprego e renda
saudável e as atividades físicas e esportivas. para jovens, população em situação de rua e população
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; de baixa renda.
Ministério do Esporte; Ministério da Saúde Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
f) Integrar os programas de alfabetização de Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da
jovens e adultos aos programas de qualificação Educação
profissional e educação cidadã, apoiando e incentivando a e) Integrar as ações de qualificação profissional
utilização de metodologias adequadas às realidades dos às atividades produtivas executadas com recursos
povos e comunidades tradicionais. públicos, como forma de garantir a inserção no mercado
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do de trabalho.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
Trabalho e Emprego; Ministério da Pesca e Aquicultura Desenvolvimento Social e Combate à Fome
g) Estimular e financiar programas de extensão f) Criar programas de formação e qualificação
universitária como forma de integrar o estudante à profissional para pescadores artesanais, industriais e
realidade social. aquicultores familiares.
Responsável: Ministério da Educação Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
h) Fomentar as ações afirmativas para o ingresso Pesca e Aquicultura
das populações negra, indígena e de baixa renda no g) Combater as desigualdades salariais
ensino superior. baseadas em diferenças de gênero, raça, etnia e das
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial de pessoas com deficiência.
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
República; Ministério da Justiça Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
i) Ampliar o ensino superior público de qualidade h) Acompanhar a implementação do Programa
por meio da criação permanente de universidades Nacional de Ações Afirmativas, instituído pelo Decreto
federais, cursos e vagas para docentes e discentes. no 4.228/2002, no âmbito da administração pública
Responsável: Ministério da Educação federal, direta e indireta, com vistas à realização de metas
j) Fortalecer as iniciativas de educação popular percentuais da ocupação de cargos comissionados pelas
por meio da valorização da arte e da cultura, apoiando a mulheres, população negra e pessoas com deficiência.
realização de festivais nas comunidades tradicionais e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
valorizando as diversas expressões artísticas nas escolas Presidência da República
e nas comunidades. i) Realizar campanhas envolvendo a sociedade
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; civil organizada sobre paternidade responsável, bem
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da como ampliar a licença-paternidade, como forma de
República contribuir para a corresponsabilidade e para o combate ao
k) Ampliar o acesso a programas de inclusão preconceito quanto à inserção das mulheres no mercado
digital para populações de baixa renda em espaços de trabalho.
públicos, especialmente escolas, bibliotecas e centros Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
comunitários. da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; j) Elaborar diagnósticos com base em ações
Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Pesca e judiciais que envolvam atos de assédio moral, sexual e
Aquicultura psicológico, com apuração de denúncias de desrespeito
l) Fortalecer programas de educação no campo e aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, visando
nas comunidades pesqueiras que estimulem a orientar ações de combate à discriminação e abuso nas
permanência dos estudantes na comunidade e que sejam relações de trabalho.
adequados às respectivas culturas e identidades. Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Desenvolvimento Agrário; Ministério da Pesca e Aquicultura Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para
as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial
Objetivo estratégico VI: dos Direitos Humanos da Presidência da República
Garantia do trabalho decente, adequadamente k) Garantir a igualdade de direitos das
remunerado, exercido em condições de equidade e trabalhadoras e trabalhadores domésticos com os dos
segurança. demais trabalhadores.
Ações programáticas: Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
a) Apoiar a agenda nacional de trabalho decente Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República; Ministério da Previdência Social
por meio do fortalecimento do seu comitê executivo e da
l) Promover incentivos a empresas para que
efetivação de suas ações.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego empreguem os egressos do sistema penitenciário.
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e
b) Fortalecer programas de geração de emprego,
Emprego; Ministério da Justiça
ampliando progressivamente o nível de ocupação e
m) Criar cadastro nacional e relatório periódico
priorizando a população de baixa renda e os Estados com
de empregabilidade de egressos do sistema penitenciário.
elevados índices de emigração. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
n) Garantir os direitos trabalhistas e
c) Ampliar programas de economia solidária,
previdenciários de profissionais do sexo por meio da
mediante políticas integradas, como alternativa de
regulamentação de sua profissão.

ID:
167
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Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria d) Elaborar inventário das línguas faladas no
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da Brasil.
República. Responsável: Ministério da Cultura
e) Ampliar e desconcentrar os polos culturais e
Objetivo estratégico VII: pontos de cultura para garantir o acesso das populações
Combate e prevenção ao trabalho escravo. de regiões periféricas e de baixa renda.
Ações programáticas: Responsável: Ministério da Cultura
a) Promover a efetivação do Plano Nacional f) Fomentar políticas públicas de formação em
para Erradicação do Trabalho Escravo. esporte e lazer, com foco na intersetorialidade, na ação
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria comunitária na intergeracionalidade e na diversidade
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República cultural.
b) Apoiar a coordenação e implementação de Responsável: Ministério do Esporte
planos estaduais, distrital e municipais para erradicação g) Ampliar o desenvolvimento de programas de
do trabalho escravo. produção audiovisual, musical e artesanal dos povos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da indígenas.
Presidência da República Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
c) Monitorar e articular o trabalho das comissões h) Assegurar o direito das pessoas com
estaduais, distrital e municipais para a erradicação do deficiência e em sofrimento mental de participarem da
trabalho escravo. vida cultural em igualdade de oportunidade com as
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
demais, e de desenvolver e utilizar o seu potencial
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
criativo, artístico e intelectual.
d) Apoiar a alteração da Constituição para prever
Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da Cultura;
a expropriação dos imóveis rurais e urbanos nos quais Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
forem encontrados trabalhadores reduzidos à condição República
análoga a de escravos. i) Fortalecer e ampliar programas que
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria de contemplem participação dos idosos nas atividades de
Relações Institucionais da Presidência da República; Secretaria
esporte e lazer.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Especial dos
e) Identificar periodicamente as atividades Direitos Humanos da Presidência da República
produtivas em que há ocorrência de trabalho escravo j) Potencializar ações de incentivo ao turismo
adulto e infantil. para pessoas idosas.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria Especial dos
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República Direitos Humanos da Presidência da República
f) Propor marco legal e ações repressivas para
erradicar a intermediação ilegal de mão de obra. Objetivo estratégico IX:
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
Garantia da participação igualitária e acessível na vida
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade política.
Racial Ações programáticas:
g) Promover a destinação de recursos do Fundo a) Apoiar campanhas para promover a ampla
de Amparo ao Trabalhador (FAT) para capacitação divulgação do direito ao voto e participação política de
técnica e profissionalizante de trabalhadores rurais e de homens e mulheres, por meio de campanhas informativas
povos e comunidades tradicionais, como medida que garantam a escolha livre e consciente.
preventiva ao trabalho escravo, assim como para Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
implementação de política de reinserção social dos
b) Apoiar o combate ao crime de captação ilícita
libertados da condição de trabalho escravo.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria de sufrágio, inclusive com campanhas de esclarecimento
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e conscientização dos eleitores.
h) Atualizar e divulgar semestralmente o cadastro Responsável: Ministério da Justiça
de empregadores que utilizaram mão-de-obra escrava. c) Apoiar os projetos legislativos para o
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria financiamento público de campanhas eleitorais.
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República Responsável: Ministério da Justiça
d) Garantir acesso irrestrito às zonas eleitorais
Objetivo estratégico VIII: por meio de transporte público e acessível e apoiar a
Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como criação de zonas eleitorais em áreas de difícil acesso.
elementos formadores de cidadania. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
Ações programáticas: e) Promover junto aos povos indígenas ações de
a) Ampliar programas de cultura que tenham por educação e capacitação sobre o sistema político
finalidade planejar e implementar políticas públicas para a brasileiro.
Responsável: Ministério da Justiça
proteção e promoção da diversidade cultural brasileira,
f) Apoiar ações de formação política das
em formatos acessíveis.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Esporte mulheres em sua diversidade étnico-racial, estimulando
b) Elaborar programas e ações de cultura que candidaturas e votos de mulheres em todos os níveis.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
considerem os formatos acessíveis, as demandas e as
da Presidência da República
características específicas das diferentes faixas etárias e
g) Garantir e estimular a plena participação das
dos grupos sociais.
pessoas com deficiência no ato do sufrágio, seja como
Responsável: Ministério da Cultura
eleitor ou candidato, assegurando os mecanismos de
c) Fomentar políticas públicas de esporte e lazer,
acessibilidade necessários, inclusive a modalidade do
considerando as diversidades locais, de forma a atender a
voto assistido.
todas as faixas etárias e aos grupos sociais.
Responsável: Ministério do Esporte

ID:
168
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Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da defesa social do Estado e tem assegurada, em sua
Presidência da República composição, a participação:
I – do Vice-Governador do Estado, que o presidirá;
II – do Secretário de Estado da Justiça e de
Direitos Humanos;
III – do Secretário de Estado da Educação;
IV – de um membro do Poder Legislativo Estadual;
V – do Comandante-Geral da Polícia Militar;
VI – do Chefe da Polícia Civil;
VII – de um representante da Defensoria Pública;
VIII – de um representante do Ministério Público;
_____________________________________
01 IX – de três representantes da sociedade civil,
sendo um da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do
_____________________________________
02
Estado de Minas Gerais, um da imprensa e um indicado
na forma da lei.
_____________________________________
03
• (Caput com redação dada pelo art. 1º da Emenda à Constituição
nº 43, de 14/11/2000.)
_____________________________________
04 § 1º – Na definição da política a que se refere este
artigo, serão observadas as seguintes diretrizes:
_____________________________________
05
I – valorização dos direitos individuais e coletivos;
II – estímulo ao desenvolvimento da consciência
_____________________________________
06
individual e coletiva de respeito à lei e ao direito;
_____________________________________
07
III – valorização dos princípios éticos e das
práticas da sociabilidade;
_____________________________________
08
IV – prevenção e repressão dos ilícitos penais e
das infrações administrativas;
_____________________________________
09 V – preservação da ordem pública;
VI – eficiência e presteza na atividade de
_____________________________________
10 colaboração para atuação jurisdicional da lei penal.
§ 2º – A lei disporá sobre a organização e o
_____________________________________
11
funcionamento do Conselho de Defesa Social.
• (Artigo regulamentado pela Lei Delegada nº 173, de 25/1/2007.)
_____________________________________
12

Art. 135 – A lei disporá sobre a criação e a


_____________________________________
13
organização de serviços autônomos de assistência
psicossocial e jurídica, a cargo de profissionais com
_____________________________________
14
exercício de suas atividades junto das unidades policiais.
_____________________________________
15
Subseção II
Da Segurança Pública
Art. 136 – A segurança pública, dever do Estado e
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das
Constituição do Estado de pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
Minas Gerais I – Polícia Civil;
II – Polícia Militar;
III – Corpo de Bombeiros Militar.
• (Inciso acrescentado pelo art. 7º da Emenda à Constituição nº
39, de 2/6/1999.)
Seção V • (Vide art. 8º da Lei Complementar nº 115, de 5/8/2010.)
Da Segurança do Cidadão e da Sociedade
Subseção I Art. 137 – A Polícia Civil, a Polícia Militar e o Corpo
Da Defesa Social de Bombeiros Militar se subordinam ao Governador do
Art. 133 – A defesa social, dever do Estado e Estado.
direito e responsabilidade de todos, organiza-se de forma • (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Emenda à Constituição
sistêmica visando a: nº 39, de 2/6/1999.)
• (Vide art. 2º da Emenda à Constituição nº 83, de 3/8/2010.)
I – garantir a segurança pública, mediante a
manutenção da ordem pública, com a finalidade de
Art. 138 – O Município pode constituir guardas
proteger o cidadão, a sociedade e os bens públicos e
municipais para a proteção de seus bens, serviços e
privados, coibindo os ilícitos penais e as infrações
instalações, nos termos do art. 144, § 8º, da Constituição
administrativas;
da República.
II – prestar a defesa civil, por meio de atividades
de socorro e assistência, em casos de calamidade
Art. 139 – À Polícia Civil, órgão permanente do
pública, sinistros e outros flagelos;
Poder Público, dirigido por Delegado de Polícia de
III – promover a integração social, com a finalidade
carreira e organizado de acordo com os princípios da
de prevenir a violência e a criminalidade.
hierarquia e da disciplina, incumbem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e a
Art. 134 – O Conselho de Defesa Social é órgão
apuração, no território do Estado, das infrações penais,
consultivo do Governador na definição da política de

ID:
169
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exceto as militares, e lhe são privativas as atividades § 3º – Para o ingresso no Quadro de Oficiais da
pertinentes a: Polícia Militar – QOPM – é exigido o título de bacharel em
I – Polícia técnico-científica; Direito e a aprovação em concurso público de provas ou
II – processamento e arquivo de identificação civil de provas e títulos, realizado com a participação da
e criminal; Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de
III – registro e licenciamento de veículo automotor Minas Gerais.
e habilitação de condutor. • (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição
nº 83, de 3/8/2010.)
• (Parágrafo declarado inconstitucional em 14/6/2021 – ADI
Art. 140 – A Polícia Civil é estruturada em 4.590. Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 25/6/2021.)
carreiras, e as promoções obedecerão ao critério § 4º – O cargo de Oficial do Quadro de Oficiais da
alternado de antiguidade e merecimento. Polícia Militar – QOPM –, com competência para o
• (Vide Lei Complementar nº 23, de 26/12/1991.) exercício da função de Juiz Militar e das atividades de
• (Vide Lei Complementar nº 84, de 25/7/2005.)
polícia judiciária militar, integra, para todos os fins, a
§ 1º – O ingresso na Polícia Civil se dará em
carreira jurídica militar do Estado.
classe inicial das carreiras, mediante concurso público de • (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição
provas ou de provas e títulos, realizado privativamente nº 83, de 3/8/2010.)
pela Academia de Polícia Civil. • (Parágrafo declarado inconstitucional em 14/6/2021 – ADI
§ 2º – O exercício de cargo policial civil é privativo 4.590. Acórdão publicado no Diário da Justiça Eletrônico em 25/6/2021.)
• (Artigo com redação dada pelo art. 9º da Emenda à Constituição
de integrantes das respectivas carreiras. nº 39, de 2/6/1999.)
§ 3º – Para o ingresso na carreira de Delegado de
Polícia, é exigido o título de Bacharel em Direito e Art. 143 – Lei complementar organizará a Polícia
concurso público, realizado com a participação da Ordem Militar e o Corpo de Bombeiros Militar.
dos Advogados do Brasil, Seção do Estado de Minas Parágrafo único – Os regulamentos disciplinares
Gerais, e exigido curso de nível superior de escolaridade das corporações a que se refere o caput deste artigo
para a de Perito Criminal. serão revistos periodicamente pelo Poder Executivo, com
• (Vide Lei Complementar nº 84, de 25/7/2005.)
intervalos de no máximo cinco anos, visando ao seu
§ 4º – O cargo de Delegado de Polícia integra,
aprimoramento e atualização.
para todos os fins, as carreiras jurídicas do Estado. • (Artigo com redação dada pelo art. 10 da Emenda à
• (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Emenda à Constituição Constituição nº 39, de 2/6/1999.)
nº 82, de 14/4/2010.) • (Vide Lei Complementar nº 54, de 13/12/1999.)

Art. 141 – O Chefe da Polícia Civil é livremente


nomeado pelo Governador do Estado dentre os
integrantes, em atividade, da classe final da carreira de
Delegado de Polícia.
• (Vide Lei Delegada nº 101, de 29/1/2003.)

Art. 142 – A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros


Militar, forças públicas estaduais, são órgãos
permanentes, organizados com base na hierarquia e na
disciplina militares e comandados, preferencialmente, por
01_____________________________________
oficial da ativa do último posto, competindo: 02_____________________________________
I – à Polícia Militar, a polícia ostensiva de
prevenção criminal, de segurança, de trânsito urbano e 03_____________________________________
rodoviário, de florestas e de mananciais e as atividades
relacionadas com a preservação e restauração da ordem 04_____________________________________
pública, além da garantia do exercício do poder de polícia
dos órgãos e entidades públicos, especialmente das 05_____________________________________
áreas fazendária, sanitária, de proteção ambiental, de uso
e ocupação do solo e de patrimônio cultural; 06_____________________________________
II – ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação
e a execução de ações de defesa civil, a prevenção e
07_____________________________________
combate a incêndio, perícias de incêndio, busca e 08_____________________________________
salvamento e estabelecimento de normas relativas à
segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio 09_____________________________________
ou qualquer tipo de catástrofe;
• (Inciso regulamentado pela Lei Complementar nº 54, de 10_____________________________________
13/12/1999.)
III – à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros 11_____________________________________
Militar, a função de polícia judiciária militar, nos termos da
lei federal. 12_____________________________________
§ 1º – A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros
Militar são forças auxiliares e reservas do Exército. 13_____________________________________
§ 2º – Por decisão fundamentada do Governador
do Estado, o comando da Polícia Militar ou do Corpo de 14_____________________________________
Bombeiros Militar poderá ser exercido por oficial da
reserva que tenha ocupado, durante o serviço ativo e em 15_____________________________________
caráter efetivo, cargo privativo do último posto da
corporação.

ID:
170
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Lei Estadual nº 869/1952 Art. 9º – Não haverá equivalência entre as diferentes
carreiras, nem entre cargos isolados ou funções
Estatuto dos Funcionários Públicos gratificadas.
Civis do Estado de Minas Gerais
TÍTULO I
Do Provimento
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos CAPÍTULO I
Civis do Estado de Minas Gerais. Disposições Gerais
Art. 10 – Os cargos públicos são acessíveis a todos
(Vide Lei nº 10.254, de 20/7/1990.) os brasileiros, observados os requisitos que a lei
(Vide inciso I do art. 8º da Lei nº 20.010, de 5/1/2012.) estabelecer.
(Vide Lei nº 23.750, de 23/12/2020.)
Parágrafo único – Os cargos de carreira serão de
provimento efetivo; os isolados, de provimento efetivo ou
O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus em comissão, segundo a lei que os criar.
representantes, decretou e eu, em seu nome, sanciono a (Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.)
seguinte Lei:
Art. 11 – Compete ao Governador do Estado prover,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES na forma da lei e com as ressalvas estatuídas na
Art. 1º – Esta lei regula as condições do provimento Constituição, os cargos públicos estaduais.
dos cargos públicos, os direitos e as vantagens, os
deveres e responsabilidades dos funcionários civis do Art. 12 – Os cargos públicos são providos por:
Estado. I – Nomeação;
Parágrafo único – As suas disposições aplicam-se II – Promoção;
igualmente ao Ministério Público e ao Magistério. III – Transferência;
(Vide art. 171 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 85 da Lei Complementar nº 30, de 10/8/1993.)
IV – Reintegração;
(Vide art. 232 da Lei Complementar nº 34, de 12/9/1994.) V – Readmissão;
(Vide art. 301 da Lei Complementar nº 59, de 18/1/2001.) (Vide art. 35 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 2° da Lei Complementar nº 85, de 28/12/2005.) (Vide art. 40 da Lei nº 10.961, de 14/12/1992.)
VI – Reversão;
Art. 2º – Funcionário público é a pessoa legalmente VII – Aproveitamento.
investida em cargo público.
Art. 13 – Só poderá ser provido em cargo público
Art. 3º – Cargo público, para os efeitos deste quem satisfizer os seguintes requisitos:
estatuto, é o criado por lei em número certo, com a I – ser brasileiro;
denominação própria e pago pelos cofres do Estado. II – ter completado dezoito anos de idade;
Parágrafo único – Os vencimentos dos cargos III – haver cumprido as obrigações militares fixadas
públicos obedecerão a padrões previamente fixados em em lei;
lei. IV – estar em gozo dos direitos políticos;
V – ter boa conduta;
Art. 4º – Os cargos são de carreira ou isolados. VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção
Parágrafo único – São de carreira os que se médica;
integram em classes e correspondem a uma profissão; VII – ter-se habilitado previamente em concurso,
isolados, os que não se podem integrar em classes e salvo quando se tratar de cargos isolados para os quais
correspondem a certa e determinada função. não haja essa exigência;
(Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.) VIII – ter atendido às condições especiais, inclusive
quanto à idade, prescrita no respectivo edital de concurso.
Art. 5º – Classe é um agrupamento de cargos da (Inciso com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6.871, de 17/9/1976.)
mesma profissão e de igual padrão de vencimento. Parágrafo único – (Revogado pelo art. 2º da Lei nº
6.871, de 17/9/1976.)
Art. 6º – Carreira é um conjunto de classes da
mesma profissão, escalonadas segundo os padrões de CAPÍTULO II
vencimentos. Da nomeação
SEÇÃO I
Art. 7º – As atribuições de cada carreira serão Disposições Gerais
definidas em regulamento. Art. 14 – As nomeações serão feitas:
Parágrafo único – Respeitada essa regulamentação, I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de
as atribuições inerentes a uma carreira podem ser carreira ou isolado que, por lei, assim deva ser provido;
cometidas, indistintamente, aos funcionários de suas II – em comissão, quando se tratar de cargo isolado
diferentes classes. que, em virtude de lei, assim deva ser provido;
III – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Art. 8º – Quadro é um conjunto de carreiras, de 16/10/1964.)
cargos isolados e de funções gratificadas.

ID:
171
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IV – em substituição no impedimento legal ou § 1º – No período de estágio apurar-se-ão os
temporário de ocupante de cargo isolado de provimento seguintes requisitos:
efetivo ou em comissão. I – idoneidade moral;
Parágrafo único – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº II – assiduidade;
3.214, de 16/10/1964.) III – disciplina;
(Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) IV – eficiência.
§ 2º – Não ficará sujeito a novo estágio probatório o
Art. 15 – É vedada a nomeação de candidato funcionário que, nomeado para outro cargo público, já
habilitado em concurso após a expiração do prazo de sua houver adquirido estabilidade em virtude de qualquer
validade. prescrição legal.
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) § 3º – Sem prejuízo da remessa periódica do boletim
de merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da
repartição ou serviço em que sirva o funcionário, sujeito
SEÇÃO II
ao estágio probatório, quatro meses antes da terminação
Dos Concursos
deste, informará reservadamente ao Órgão de Pessoal
Art. 16 – A primeira investidura em cargo de carreira
sobre o funcionário, tendo em vista os requisitos
e em outros que a lei determinar efetuar-se-á mediante
enumerados nos itens I a IV deste artigo.
concurso, precedida de inspeção de saúde.
§ 4º – Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará
Parágrafo único – Os concursos serão de provas e,
parecer escrito, opinando sobre o merecimento do
subsidiariamente, de títulos.
estagiário em relação a cada um dos requisitos e
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) concluindo a favor ou contra a confirmação.
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) § 5º – Desse parecer, se contrário à confirmação,
será dada vista ao estagiário pelo prazo de cinco dias.
Art. 17 – Os limites de idade para a inscrição em § 6º – Se o despacho do Governador do Estado for
concurso e o prazo de validade deste serão fixados, de favorável à permanência do funcionário, a confirmação
acordo com a natureza das atribuições da carreira ou não dependerá de qualquer novo ato.
cargo, na conformidade das leis e regulamentos e das § 7º – A apuração dos requisitos de que trata este
instruções respectivas, quando for o caso. artigo deverá processar-se de modo que a exoneração do
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
funcionário possa ser feita antes de findo o período de
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) estágio.
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) (Vide art. 33 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 104 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide art. 10 da Emenda à Constituição n° 49, de 13/6/2001.)
Art. 18 – Não ficarão sujeitos a limites de idade, para
inscrição em concurso e nomeação, os ocupantes de
cargos efetivos ou funções públicas estaduais. SEÇÃO V
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Da Substituição
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) Art. 24 – Haverá substituição no impedimento do
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) ocupante de cargo isolado, de provimento efetivo ou em
comissão, e de função gratificada.
Art. 19 – Os concursos deverão realizar-se dentro (Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
dos seis meses seguintes ao encerramento das
respectivas inscrições. Art. 25 – A substituição será automática ou
Parágrafo único – Realizado o concurso será dependerá de ato da administração.
expedido, pelo órgão competente, o certificado de § 1º – A substituição não automática, por período
habilitação. igual ou inferior a 180 (cento e oitenta) dias, far-se-á por
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) ato do Secretário ou Diretor do Departamento em que
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) estiver lotado o cargo ou se exercer a função gratificada.
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)
(Parágrafo com redação dada pelo art. 21 da Lei nº 4185, de 30/5/1966.)

SEÇÃO III § 2º – O substituto perderá, durante o tempo da


Da Interinidade substituição, o vencimento ou remuneração do cargo de
Art. 20 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de que for ocupante efetivo, salvo no caso de função
16/10/1964.) gratificada e opção.
(O Parágrafo 2º foi revogado pelo art. 21 da Lei nº 4.185, de 30/5/1966,
sendo o Parágrafo 3º renumerado para Parágrafo 2º pelo mesmo artigo da
Art. 21 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Lei.)
16/10/1964.) (Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 22 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de CAPÍTULO III


16/10/1964.) Da Promoção
Art. 26 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
SEÇÃO IV 16/10/1994.)
Do Estágio Probatório (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 23 – Estágio probatório é o período de dois anos Art. 27 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
de efetivo exercício do funcionário nomeado em virtude de 16/10/1964.)
concurso, e de cinco anos para os demais casos.
(Vide art. 14 do Decreto nº 43.764, de 16/3/2004.) Art. 28 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.)

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e só poderão ser efetuadas no mês seguinte ao fixado
Art. 29 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de para as promoções.
16/10/1964.) (Vide § 13 do art. 14 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 30 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Art. 46 – A transferência só poderá ser feita para
16/10/1964.) cargo do mesmo padrão de vencimento ou igual
remuneração, salvo nos casos dos itens III e IV do art. 44,
Art. 31 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de quando a transferência a pedido poderá dar-se para cargo
16/10/1964) de padrão de vencimento inferior.

Art. 32 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Art. 47 – A transferência "ex-officio", no interesse da
16/10/1964.) administração, será feita mediante proposta do Secretário
de Estado ou Chefe do departamento autônomo.
Art. 33 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.) Art. 48 – O interstício para a transferência será de
365 dias na classe e no cargo isolado.
Art. 34 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.) CAPÍTULO V
Da Permuta
Art. 35 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Art. 49 – A transferência e a remoção por permuta
16/10/1964.) serão processadas a pedido escrito de ambos os
interessados e de acordo com o prescrito no Capítulo IV
Art. 36 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de desse Título e no Título II.
16/10/1964.) Parágrafo único – Tratando-se de permuta entre
titulares de cargos isolados, não será obrigatória a regra
Art. 37 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de instituída no artigo 46.
16/10/1964.) (Vide art. 70 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 40 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
Art. 38 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
(Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
16/10/1964)

Art. 39 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de CAPÍTULO VI


16/10/1964.) Da Reintegração
Art. 50 – A reintegração, que decorrerá de decisão
Art. 40 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de administrativa ou sentença judiciária passada em julgado,
16/10/1964.) é o ato pelo qual o funcionário demitido reingressa no
serviço público, com ressarcimento dos prejuízos
Art. 41 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de decorrentes do afastamento.
16/10/1964.) § 1º – A reintegração será feita no cargo
anteriormente ocupado se esse houver sido transformado,
Art. 42 – (Vetado). no cargo resultante da transformação; e, se provido ou
(Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de extinto, em cargo de natureza, vencimento ou
16/10/1964). remuneração equivalentes, respeitada a habilitação
profissional.
Art. 43 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de § 2º – Não sendo possível fazer a reintegração pela
16/10/1964.) forma prescrita no parágrafo anterior, será o ex-
funcionário posto em disponibilidade no cargo que
CAPÍTULO IV exercia, com provento igual ao vencimento ou
Da Transferência remuneração.
Art. 44 – O funcionário poderá ser transferido: § 3º – O funcionário reintegrado será submetido a
I – de uma para outra carreira; inspeção médica; verificada a incapacidade será
II – de um cargo isolado, de provimento efetivo e que aposentado no cargo em que houver sido reintegrado.
exija concurso, para outro de carreira; (Vide § 2º do inciso III do art. 35 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.)
III – de um cargo de carreira para outro isolado, de
provimento efetivo;
IV – de um cargo isolado, de provimento efetivo, CAPÍTULO VII
para outro da mesma natureza. Da Readmissão
Art. 51 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
Art. 45 – As transferências, de qualquer natureza, 11/7/1972.)
serão feitas a pedido do funcionário, atendida a (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
conveniência do serviço ou "ex-officio" respeitada sempre
a habilitação profissional. Art. 52 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
§ 1º – A transferência a pedido para o cargo de 11/7/1972.)
carreira só poderá ser feita para vaga que tenha de ser (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
provida mediante promoção por merecimento.
§ 2º – As transferências para cargos de carreira não Art. 53 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
poderão exceder de um terço dos cargos de cada classe 11/7/1972.)
(Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)

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Parágrafo único – Não haverá posse nos casos de
CAPÍTULO VIII promoção, remoção, designação para o desempenho de
Da Reversão função não gratificada e reintegração.
Art. 54 – Reversão é o ato pelo qual o aposentado
reingresse no serviço público, após verificação, em Art. 62 – São competentes para dar posse:
processo, de que não subsistem os motivos I – o Governador do Estado;
determinantes da aposentadoria. II – os Secretários de Estado;
§ 1º – A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio". III – os Diretores de Departamentos diretamente
§ 2º – O aposentado não poderá reverter à atividade subordinados ao Governador;
se contar mais de cinquenta e cinco anos de idade. IV – as demais autoridades designadas em
§ 3º – Em nenhum caso poderá efetuar-se a regulamentos.
reversão, sem que mediante inspeção médica fique
provada a capacidade para o exercício da função. Art. 63 – A posse verificar-se-á mediante a lavratura
§ 4º – Será cassada a aposentadoria do funcionário de um termo que, assinado pela autoridade que a der e
que reverter e não tomar posse e entrar em exercício pelo funcionário, será arquivado no órgão de pessoal da
dentro dos prazos legais. respectiva Repartição, depois dos competentes registros.
(Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) Parágrafo único – O funcionário prestará, no ato da
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) posse, o compromisso de cumprir fielmente os deveres do
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
cargo ou da função.

Art. 55 – A reversão far-se-á de preferência no Art. 64 – A posse poderá ser tomada por
mesmo cargo. procuração, quando se tratar de funcionário ausente do
§ 1º – A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se Estado, em missão do Governo, ou em casos especiais, a
em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao critério da autoridade competente.
provento da inatividade.
§ 2º – A reversão ao cargo de carreira dependerá da Art. 65 – A autoridade que der posse deverá
existência da vaga que deva ser preenchida mediante verificar, sob pena de ser pessoalmente responsabilizada,
promoção por merecimento. se forem satisfeitas as condições estabelecidas no art. 13
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) e as especiais fixadas em lei ou regulamento, para a
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
investidura no cargo ou na função.

Art. 56 – A reversão dará direito para nova Art. 66 – A posse deverá verificar-se no prazo de
aposentadoria, à contagem de tempo em que o trinta dias, contados da data da publicação do decreto no
funcionário esteve aposentado. órgão oficial.
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) § 1º – Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
trinta dias, mediante solicitação escrita e fundamentada
do interessado e despacho da autoridade competente
CAPÍTULO IX para dar posse.
Do Aproveitamento § 2º – Se a posse não se der dentro do prazo inicial
Art. 57 – Aproveitamento é o reingresso no serviço e no da prorrogação, será tornada sem efeito, por decreto,
público do funcionário em disponibilidade. a nomeação.

Art. 58 – Será obrigatório o aproveitamento do SEÇÃO II


funcionário estável em cargo, de natureza e vencimentos Da Fiança
ou remuneração compatíveis com o anteriormente Art. 67 – O exercício do cargo cujo provimento, por
ocupado. prescrição legal ou regulamentar, exija fiança, dependerá
Parágrafo único – O aproveitamento dependerá de da prévia prestação desta.
prova de capacidade mediante inspeção médica. § 1º – A fiança poderá ser prestada:
I – em dinheiro;
Art. 59 – Havendo mais de um concorrente à mesma II – em títulos da dívida pública;
vaga terá preferência o de maior tempo de disponibilidade III – em apólices de seguro de fidelidade funcional,
e, no caso de empate, o de maior tempo de serviço emitidas por institutos oficiais ou companhias legalmente
público. autorizadas.
§ 2º – Não poderá ser autorizado o levantamento da
Art. 60 – Será tornado sem efeito o aproveitamento e fiança antes de tomadas as contas do funcionário.
cassada a disponibilidade se o funcionário não tomar
posse no prazo legal, salvo caso de doença comprovada SEÇÃO III
em inspeção médica. Do Exercício
Parágrafo único – Provada a incapacidade definitiva Art. 68 – O início, a interrupção e o reinicio do
em inspeção médica, será decretada a aposentadoria. exercício serão registrados no assentamento individual do
funcionário.
CAPÍTULO X Parágrafo único – O início do exercício e as
Dos Atos Complementares alterações que neste ocorrerem serão comunicados, pelo
SEÇÃO I chefe da repartição ou serviço em que estiver lotado o
Da Posse funcionário, ao respectivo serviço de pessoal e às
Art. 61 – Posse é o ato que investe o cidadão em autoridades, a quem caiba tomar conhecimento.
cargo ou em função gratificada.

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Art. 69 – O chefe da repartição ou do serviço para corridos quatro anos de serviço efetivo no Estado,
que for designado o funcionário é a autoridade contados da data do regresso.
competente para dar-lhe exercício.
Art. 79 – O funcionário preso por crime comum ou
Art. 70 – O exercício do cargo ou da função terá denunciado por crime funcional ou, ainda, condenado por
início dentro do prazo de trinta dias, contados: crime inafiançável em processo no qual não haja
I – da data da publicação oficial do ato, nos casos de pronúncia será afastado do exercício até decisão final
promoção, remoção, reintegração e designação para passada em julgado.
função gratificada; § 1º – Nos casos previstos neste artigo, o funcionário
II – da data da posse, nos demais casos. perderá, durante o tempo do afastamento, um terço do
§ 1º – Os prazos previstos neste artigo poderão ser vencimento ou remuneração, com direito à diferença, se
prorrogados, por solicitação do interessado e a juízo da absolvido.
autoridade competente, desde que a prorrogação não § 2º – No caso de condenação, e se esta não for de
exceda a trinta dias. natureza que determine a demissão, será o funcionário
§ 2º – No caso de remoção e transferência, o prazo afastado, na forma deste artigo, a partir da decisão
inicial para o funcionário em férias ou licenciado, exceto definitiva, até o cumprimento total da pena, com direito,
no caso de licença para tratar de interesses particulares, apenas, a um terço do vencimento ou remuneração.
será contado da data em que voltar ao serviço. (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 2.364, de 13/1/1961.)

Art. 71 – O funcionário nomeado deverá ter exercício TÍTULO II


na repartição cuja lotação houver vaga. Da Remoção
Parágrafo único – O funcionário promovido poderá Art. 80 – A remoção, que se processará a pedido do
continuar em exercício na repartição em que estiver funcionário ou "ex-officio", dar-se-á:
servindo. I – de uma para outra repartição ou serviço;
II – de um para outro órgão de repartição, ou
Art. 72 – Nenhum funcionário poderá ter exercício serviço.
em serviço ou repartição diferente daquele em que estiver § 1º – A remoção só poderá ser feita respeitada a
lotado, salvo os casos previstos neste Estatuto ou prévia lotação de cada repartição ou serviço.
autorização do Governador do Estado. § 2º – A autoridade competente para ordenar a
Parágrafo único – Nesta última hipótese, o remoção será aquela a quem estiverem subordinados os
afastamento do funcionário só será permitido para fim órgãos, ou as repartições ou serviços entre os quais ela
determinado e por prazo certo. se faz.
§ 3º – Ficam asseguradas à professora primária
Art. 73 – Entende-se por lotação o número de casada com servidor federal, estadual e militar as
funcionários de cada carreira e de cargos isolados que garantias previstas pela Lei nº 814, de 14/12/51.
devam ter exercício em cada repartição ou serviço. (Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.)
Art. 74 – O funcionário deverá apresentar ao órgão (Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.)
(Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
competente, após ter tomado posse e antes de entrar em (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
exercício, os elementos necessários a abertura do (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
assentamento individual.
TÍTULO III
Art. 75 – O número de dias que o funcionário gastar Da Readaptação
em viagem para entrar em exercício será considerado, Art. 81 – Dar-se-á readaptação:
para todos os efeitos, como de efetivo exercício. a) nos casos de perda da capacidade funcional
Parágrafo único – Esse período de trânsito será decorrente da modificação do estado físico ou das
contado da data do desligamento do funcionário. condições de saúde do funcionário, que não justifiquem a
aposentadoria;
Art. 76 – Nenhum funcionário poderá ausentar-se do b) nos casos de desajustamento funcional no
Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, com exercício das atribuições do cargo isolado de que for
ou sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou titular o funcionário ou da carreira a que pertencer.
designação expressa do Governador do Estado. (Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.)
(Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.)
Art. 77 – O funcionário designado para estudo ou (Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
(Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os cofres (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo menos por
mais três anos.
Art. 82 – A readaptação prevista na alínea "a" do art.
Parágrafo único – Não cumprida essa obrigação
anterior verificar-se-á mediante atribuições de novos
indenizará os cofres públicos da importância despendida
encargos ao funcionário, compatíveis com a sua condição
pelo Estado com o custeio da viagem de estudo ou
física e estado de saúde atuais.
aperfeiçoamento.
Art. 83 – Far-se-á a readaptação prevista na alínea
Art. 78 – Salvo casos de absoluta conveniência, a
"b" do art. 81:
juízo do Governador do Estado, nenhum funcionário
I – pelo cometimento de novos encargos ao
poderá permanecer por mais de quatro anos em missão
funcionário, respeitadas as atribuições inerentes ao cargo
fora do Estado, nem exercer outra senão depois de

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isolado ou à carreira a que pertencer, quando se verificar I – férias e férias-prêmio;
uma das seguintes causas: II – casamento, até oito dias;
a) o nível mental ou intelectual do funcionário não III – luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe
corresponder às exigências da função que esteja e irmão até oito dias;
desempenhando; IV – exercício de outro cargo estadual, de
b) a função atribuída ao funcionário não provimento em comissão;
corresponder aos seus pendores vocacionais. V – convocação para serviço militar;
II – Por transferência, a juízo da administração, nos VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
casos de: VII – exercício de funções de governo ou
a) não ser possível verificar-se a readaptação na administração em qualquer parte do território estadual,
forma do item anterior; por nomeação do Governador do Estado;
b) não possuir o funcionário habilitação profissional VIII – exercício de funções de governo ou
exigida em lei para o exercício do cargo de que for titular; administração em qualquer parte do território nacional, por
c) ser o funcionário portador de diploma de escola nomeação do Presidente da República;
superior devidamente legalizado, de título ou certificado IX – desempenho de mandato eletivo federal,
de conclusão de curso científico ou prático instituído em estadual ou municipal;
lei e estar em exercício de cargo isolado ou de carreira, X – licença ao funcionário acidentado em serviço ou
cujas atribuições não correspondam aos seus pendores atacado de doença profissional;
vocacionais, tendo-se em vista a especialização. XI – licença à funcionária gestante;
XII – missão ou estudo de interesse da
Art. 84 – A readaptação de que trata o item II, do administração, noutros pontos do território nacional ou no
artigo anterior, poderá ser feita para cargo de padrão de estrangeiro, quando o afastamento houver sido
vencimento superior ao daquele que ocupar o funcionário, expressamente autorizado pelo Governador do Estado.
verificado que o desajustamento funcional decorre do Parágrafo único – Para efeito de promoção por
exercício de atribuições de nível intelectual menos antiguidade, computar-se-á, como de efetivo exercício, o
elevado. período de licença para tratamento de saúde.
§ 1º – Quando o vencimento do readaptando for (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
inferior ao de cargo inicial da carreira para a qual deva ser (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.)
transferido, só poderá haver readaptação para cargo (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
dessa classe inicial.
§ 2º – Se a readaptação tiver que ser feita para
classe intermediária de carreira, só haverá transferência Art. 89 – Na contagem de tempo para os efeitos de
para cargo de igual padrão de vencimento. aposentadoria, computar-se-á integralmente:
§ 3º – No caso de que trata o parágrafo anterior, a a) o tempo de serviço público prestado à União, aos
readaptação só poderá ser feita na vaga que deva ser Municípios do Estado, às entidades autárquicas e
provida pelo critério de merecimento. paraestatais da União e do Estado;
b) o período de serviço ativo no Exército, na
Art. 85 – A readaptação por transferência só poderá Armada, nas Forças Aéreas e nas Auxiliares, prestado
ser feita mediante rigorosa verificação da capacidade durante a paz, computando-se pelo dobro o tempo em
intelectual do readaptando. operações de guerra;
c) o número de dias em que o funcionário houver
Art. 86 – A readaptação será sempre "ex-officio" e se trabalhado como extranumerário ou sob outra qualquer
fará nos termos do regulamento próprio. forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres
públicos;
TÍTULO IV d) o período em que o funcionário esteve afastado
Do Tempo de Serviço para tratamento de saúde;
Art. 87 – A apuração do tempo de serviço, para e) o período em que o funcionário tiver
efeito de aposentadoria, promoção e adicionais, será feita desempenhado, mediante autorização do Governo do
em dias. Estado, cargos ou funções federais, estaduais ou
§ 1º – Serão computados os dias de efetivo municipais;
exercício, à vista de documentação própria que comprove f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário,
a frequência, especialmente livro de ponto e folha de mediante a autorização do Governo do Estado, às
pagamento. organizações autárquicas e paraestatais;
§ 2º – Para efeito de aposentadoria e adicionais, o g) o período relativo à disponibilidade remunerada;
número de dias será convertido em anos, considerados h) o período em que o funcionário tiver
sempre estes como de trezentos e sessenta e cinco dias. desempenhado mandato eletivo federal, estadual ou
§ 3º – Feita a conversão de que trata o parágrafo municipal, antes de haver ingressado ou de haver sido
anterior, os dias restantes até cento e oitenta e dois não readmitido nos quadros do funcionalismo estadual.
(Alínea acrescentada pelo art. 37 da Lei nº 2.001, de 17/11/1959)
serão computados, arredondando-se para um ano quando (Alínea com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 2.327, de 07/01/1961.)
excederem esse número.
Parágrafo único – O tempo de serviço, a que se
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das Disposições referem as alíneas "e" e "f" será computado à vista de
Constitucionais Transitórias.) certidão passada pela autoridade competente.
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das Disposições
Art. 88 – Serão considerados de efetivo exercício Constitucionais Transitórias.)
para os efeitos do artigo anterior os dias em que o (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
funcionário estiver afastado do serviço em virtude de:

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Art. 90 – É vedado a acumulação de tempo de c) quando verificada a sua invalidez para o serviço
serviço simultaneamente prestado, em dois ou mais público;
cargos ou funções, à União, ao Estado, aos Municípios e d) quando inválido em consequência de acidente ou
às autarquias. agressão, não provocada, no exercício de suas
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) atribuições, ou doença profissional;
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das Disposições e) quando acometido de tuberculose ativa, alienação
Constitucionais Transitórias.)
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
mental, neoplasia maligna, cegueira, cardiopatia
descompensada, hanseníase, leucemia, pênfigo foliáceo,
paralisia, síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS-
Art. 91 – Para nenhum efeito será computado o , nefropatia grave, esclerose múltipla, doença de
tempo de serviço gratuito, salvo o prestado a título de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, mal de Paget,
aprendizado em serviço público. hepatopatia grave ou outra doença que o incapacite para
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do Ato das Disposições
o exercício da função pública.
Constitucionais Transitórias.) (Alínea com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 44, de
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) 5/7/1996.)
(Vide art. 9º da Emenda à Constituição nº 84, de 22/12/2010.)

TÍTULO V § 1º – Acidente é o evento danoso que tiver como


Da Frequência e do Horário causa mediata ou imediata o exercício das atribuições
Art. 92 – O expediente normal das repartições inerentes ao cargo.
públicas será estabelecido pelo Governo, em decreto, no § 2º – Equipara-se a acidente a agressão sofrida e
qual a determinará o número de horas de trabalho normal não provocada pelo funcionário no exercício de suas
para os diversos cargos e funções. atribuições.
(Vide Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
§ 3º – A prova de acidente será feita em processo
especial, no prazo de oito dias, prorrogável quando as
circunstâncias o exigirem, sob pena de suspensão.
Art. 93 – O funcionário deverá permanecer na § 4º – Entende-se por doença profissional a que
repartição durante as horas do trabalho ordinário e as do decorrer das condições do serviço ou de fato nele
expediente. ocorrido, devendo o laudo médico estabelecer-lhe a
Parágrafo único – O disposto no presente artigo rigorosa caracterização.
aplica-se, igualmente, aos funcionários investidos em § 5º – A aposentadoria, a que se referem as alíneas
cargo ou função de chefia. "c", "d" e "e” só será concedida quando verificado o
(Vide art. 288 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
caráter incapacitante e irreversível da doença ou da lesão,
que implique a impossibilidade de o servidor reassumir o
exercício do cargo mesmo depois de haver esgotado o
Art. 94 – A frequência será apurada por meio do prazo máximo admitido neste Estatuto para o gozo de
ponto. licença para tratamento de saúde.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 44, de
Art. 95 – Ponto é o registro pelo qual se verificarão, 5/7/1996.)
diariamente, as entradas e saídas dos funcionários em (Vide art. 9º da Emenda à Constituição nº 84, de 22/12/2010.)
serviço. § 6º – No caso de serviços que, por sua natureza,
§ 1º – Nos registros de ponto deverão ser lançados demandem tratamento especial, a lei poderá fixar, para os
todos os elementos necessários à apuração da funcionários que neles trabalhem, redução dos prazos
frequência. relativos à aposentadoria requerida ou idade inferior para
§ 2º – Salvo nos casos expressamente previstos em a compulsória.
lei ou regulamento é vedado dispensar o funcionário de § 7º – Será aposentado, se o requerer, o funcionário
registro de ponto e abonar faltas ao serviço. que contar vinte e cinco anos de efetivo exercício no
magistério.
Art. 96 – O período de trabalho poderá ser Para todos os fins e vantagens, considera-se como
antecipado ou prorrogado para toda repartição ou partes, "efetivo exercício no magistério" o referente à duração do
conforme a necessidade do serviço. Curso de Aperfeiçoamento frequentado pelo funcionário.
Parágrafo único – No caso de antecipação ou § 8º – As professoras primárias têm direito à
prorrogação desse período, será remunerado o trabalho aposentadoria, desde que contem sessenta anos de
extraordinário, na forma estabelecida no Capítulo VII do idade.
Título VII. § 9º – Os demais funcionários ao atingirem a idade
fixada no parágrafo anterior e desde que contem mais de
CAPÍTULO III 20 (vinte) anos de serviço prestado ao Estado, poderão
Da Demissão ser aposentados, se o requererem, com o vencimento ou
Art. 107 – A demissão será aplicada como a remuneração calculados de acordo com o disposto nos
penalidade. itens III e IV do art. 110.
(Vide incisos II e III do § 1º do art. 35 da Constituição do Estado de Minas (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 4.065, de 28/12/1965.)
Gerais.) (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
CAPÍTULO IV (Vide art. 36 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
Da Aposentadoria (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de
Art. 108 – O funcionário, ocupante de cargo de 25/3/2002.)
provimento efetivo, será aposentado:
a) compulsoriamente, aos setenta anos de idade;
b) se o requerer, quando contar 30 anos de serviço;

ID:
177
Art. 109 – A aposentadoria dependente de inspeção b) adicional de família extinguindo-se à medida que
médica só será decretada depois de verificada a os filhos, existentes ao tempo da aposentadoria, forem
impossibilidade de readaptação do funcionário. atingindo o limite de idade estabelecida no art. 126, nº II;
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) 16/10/1964.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.)
d) (Vetado).
(Vide arts. 7° e 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
Art. 110 – Os proventos da aposentadoria serão (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de
integrais: 25/3/2002.)
I – se o funcionário contar 30 anos de efetivo
exercício; Art. 117 – (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214,
II – quando ocuparem as hipóteses das alíneas "c", de 16/10/1964.)
"d" e "e" do art. 108, e parágrafo 8º do mesmo artigo; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
III – proporcional ao tempo de serviço na razão de (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide art. 7º ao 15, 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de
tantos avos por ano quantos os anos necessários de 25/3/2002.)
permanência no serviço, nos casos previstos nos
parágrafos 6º e 7º do art. 108;
IV – proporcional ao tempo de serviço na razão de TÍTULO VII
um trinta avos por ano, sobre o vencimento ou Dos Direitos, Vantagens e Concessões
remuneração de atividade, nos demais casos. CAPÍTULO I
Disposições Gerais
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Art. 118 – Além de vencimento ou da remuneração
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) do cargo o funcionário poderá auferir as seguintes
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de vantagens:
25/3/2002.)
I – ajuda de custo;
II – diárias;
Art. 111 – (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1.435, de III – auxílio para diferença de caixa;
30/1/1956.) IV – abono de família;
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) V – gratificações;
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
VI – honorários;
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de (Vide art. 11 da Lei nº 18.384, de 15/9/2009.)
25/3/2002.) VII – quotas-partes e percentagens previstas em lei;
VIII – adicionais previstos em lei.
Art. 112 – O funcionário interino não poderá ser (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
aposentado, exceto no caso previsto no art. 108, alíneas (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
"d" e "e".
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Art. 119 – Excetuados os casos expressamente
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) previstos no artigo anterior, o funcionário não poderá
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.) receber, a qualquer título, seja qual for o motivo ou a
forma de pagamento, nenhuma outra vantagem
pecuniária dos órgãos ou serviços públicos, das entidades
Art. 113 – Os proventos da inatividade serão revistos
autárquicas ou paraestatais, ou organizações públicas,
sempre que, por motivo de alteração de poder aquisitivo
em razão de seu cargo ou função, nos quais tenha sido
da moeda, se modificarem os vencimentos dos
mandado servir, ou ainda de particular.
funcionários em atividade.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de CAPÍTULO II
25/3/2002.)
Do Vencimento e da Remuneração
Art. 120 – Vencimento é a retribuição paga ao
Art. 114 – (Vetado). funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspondente
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) ao padrão fixado em lei.
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado de Minas
25/3/2002.) Gerais.)

Art. 115 – Os vencimentos da aposentadoria não Art. 121 – Remuneração é a retribuição paga ao
poderão ser superiores ao vencimento ou remuneração funcionário pelo efetivo exercício do cargo correspondente
da atividade, nem inferiores a um terço. ao padrão de vencimento e mais as quotas ou
(Vide § 4º da alínea “d” do inciso III do art. 36 da Constituição do Estado
porcentagens, que, por lei, lhe tenham sido atribuídas.
de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado de Minas
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Gerais.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.) Art. 122 – Somente nos casos previstos em lei
poderá perceber vencimento ou remuneração o
funcionário que não estiver no exercício do cargo.
Art. 116 – Serão incorporados aos vencimentos,
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado de Minas
para efeito de aposentadoria: Gerais.)
a) os adicionais por tempo de serviço;

ID:
178
Art. 130 – O abono de família não está sujeito a
Art. 123 – O funcionário nomeado para exercer qualquer imposto ou taxa, mas servirá de base para
cargo isolado, provido em comissão, perderá o qualquer contribuição ou consignação em folha, inclusive
vencimento ou remuneração ao cargo efetivo, salvo para fins de previdência social.
opção. (Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
(Vide art. 8° da Lei nº 9.263, de 11/9/1986.) (Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.)
(Vide art. 7° da Lei nº 10.363, de 27/12/1990.)
CAPÍTULO IV
Do Auxílio para Diferença de Caixa
Art. 131 – Ao funcionário que, no desempenho de
Art. 124 – O vencimento ou a remuneração dos
suas atribuições comuns, pagar ou receber, em moeda
funcionários não poderão ser objeto de arresto, sequestro
corrente, poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei,
ou penhora, salvo quando se tratar:
para compensar as diferenças de caixa.
I – de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
Parágrafo único – O auxílio não poderá exceder a
II – de dívida à Fazenda Pública.
cinco por cento do padrão de vencimento e só será
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.)
concedido dentro dos limites da dotação orçamentária.

CAPÍTULO V
Art. 125 – A partir da data da publicação do decreto Da Ajuda de Custo
que o promover, ao funcionário, licenciado ou não, ficarão
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
assegurados os direitos e o vencimento ou a
remuneração decorrentes da promoção. Art. 132 – Será concedida ajuda de custo ao
(Vide § 1º do art. 27 e arts. 30 e 32 da Constituição do Estado de Minas
funcionário que, em virtude de transferência, remoção,
Gerais.) designação para função gratificada, passar a ter exercício
em nova sede, ou quando designado para serviço ou
CAPÍTULO III estudo fora do Estado.
Do Abono de Família § 1º – A ajuda de custo destina-se a indenizar o
Art. 126 – O abono de família será concedido, na funcionário das despesas de viagem e de nova instalação.
forma da Lei, ao funcionário ativo ou inativo: § 2º – O transporte do funcionário e de sua família
I – pela esposa; correrá por conta do Estado.
II – por filho menor de 21 anos que não exerça
profissão lucrativa; Art. 133 – A ajuda de custo será arbitrada pelos
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 2.364, de 13/1/1961.)
Secretários do Estado e Diretores de Departamento
diretamente subordinados ao Governador do Estado,
III – por filho inválido ou mentalmente incapaz; tendo em vista cada caso, as condições de vida na nova
IV – por filha solteira que não tiver profissão sede, a distância que deverá ser percorrida, o tempo de
lucrativa; viagem e os recursos orçamentários disponíveis.
V – por filho estudante que frequentar curso § 1º – A ajuda de custo não poderá ser inferior à
secundário ou superior em estabelecimento de ensino importância correspondente a um mês de vencimento e
oficial ou particular fiscalizado pelo Governo, e que não nem superior a três, salvo quando se tratar do funcionário
exerça atividade lucrativa, até a idade de 24 anos. designado para serviço ou estudo no estrangeiro.
(Inciso com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
§ 2º – No caso de remuneração, calcular-se-á sobre
Parágrafo único – Compreende-se neste artigo os a média mensal da mesma no último exercício financeiro.
filhos de qualquer condição, os enteados, os adotivos e o § 3º – Será a ajuda de custo calculada, nos casos de
menor que, mediante autorização judicial, viver sob a promoção, na base do vencimento ou remuneração do
guarda e sustento do funcionário. novo cargo a ser exercido.
(Parágrafo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 3.071, de 30/12/1963.)
(Vide art. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Art. 134 – A ajuda de custo será paga ao funcionário
diantadamente no local da repartição ou do serviço do
Art. 127 – Quando pai ou mãe forem funcionários que foi desligado.
inativos e viverem em comum, o abono de família será Parágrafo único – O funcionário sempre que o
concedido àquele que tiver o maior vencimento. preferir, poderá receber, integralmente, a ajuda de custo,
§ 1º – Se não viverem em comum, será concedido na sede da nova repartição ou serviço.
ao que tiver os dependentes sob sua guarda.
§ 2º – Se ambos os tiverem, será concedido a um e Art. 135 – Não será concedida a ajuda de custo:
outro dos pais, de acordo com a distribuição dos I – quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela
dependentes. voltar, em virtude de mandato eletivo;
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) II quando for posto à disposição do Governo
Federal, municipal e de outro Estado;
Art. 128 – (Revogado pelo art. 4º da Lei nº 937, de III – quando for transferido ou removido a pedido ou
18/6/1953.) permuta, inclusive.
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 136 – Restituirá a ajuda de custo que tiver
Art. 129 – O abono de família será pago, ainda nos recebido:
casos em que o funcionário ativo ou inativo deixar de I – o funcionário que não seguir para a nova sede
perceber vencimento, remuneração ou provento. dentro dos prazos determinados;
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
II – o funcionário que, antes de terminado o
desempenho da incumbência que lhe foi cometida,

ID:
179
regressar da nova sede, pedir exoneração ou abandonar Art. 141 – É vedado o pagamento de diária
o serviço. cumulativamente com qualquer outra retribuição de
§ 1º – A restituição será feita parceladamente, salvo caráter indenizatório de despesa com alimentação e
no caso de recebimento indevido, em que a importância pousada.
correspondente será descontada integralmente do (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de 19/12/1977.)
vencimento ou remuneração, sem prejuízo da aplicação
da pena disciplinar cabível na espécie. Art. 142 – Constitui infração disciplinar grave,
§ 2º – A responsabilidade pela restituição de que punível na forma da lei, conceder ou receber diária
trata este artigo atinge exclusivamente a pessoa do indevidamente.
funcionário. (Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de 19/12/1977.)
§ 3º – Se o regresso do funcionário for determinado
pela autoridade competente, ou, em caso de pedido de
exoneração, apresentado pelo menos noventa dias após
seus exercício na nova sede, ou doença comprovada, não
ficará ele obrigado a restituir a ajuda de custo.

Art. 137 – O transporte do funcionário e de sua


família compreende passagens e bagagens, observado,
quanto a estas, o limite estabelecido no regulamento
próprio. _____________________________________
01
§ 1º – Poderá ainda ser fornecida passagem a um
serviçal que acompanhe o funcionário. _____________________________________
02
§ 2º – O funcionário será obrigado a repor a
importância correspondente ao transporte irregularmente _____________________________________
03

requisitado, além de sofrer a pena disciplinar que for


aplicável. _____________________________________
04

Art. 138 – Compete ao Governador do Estado _____________________________________


05

arbitrar a ajuda de custo que será paga ao funcionário


designado para serviço ou estudo fora do Estado.
_____________________________________
06

Parágrafo único – A ajuda de custo, de que trata _____________________________________


07
este artigo, não poderá ser inferior a um mês de
vencimento ou remuneração do funcionário. _____________________________________
08

CAPÍTULO VI _____________________________________
09

Das Diárias
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) _____________________________________
10

Art. 139 – O funcionário que se deslocar de sua


sede, eventualmente e por motivo de serviço, faz jus à
_____________________________________
11

percepção de diária, nos termos de regulamento. _____________________________________


12
§ 1º – A diária não é devida:
1) no período de trânsito, ao funcionário removido ou _____________________________________
13

transferido.
2) quando o deslocamento do funcionário durar _____________________________________
14

menos de seis horas;


3) quando o deslocamento se der para a localidade _____________________________________
15

onde o funcionário resida;


4) quando relativa a sábado, domingo ou feriado,
salvo se a permanência do funcionário fora da sede
nesses dias for conveniente ou necessária ao serviço. Decreto nº 7.037 / 2009
§ 2º – Sede é a localidade onde o funcionário tem
exercício. Programa Nacional de Direitos
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de 19/12/1977.) Humanos - PNDH-3
Art. 140 – O pagamento de diária, que pode ser feito
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e
antecipadamente, destina-se a indenizar o funcionário por
adolescentes para o seu desenvolvimento integral, de
despesas com alimentação e pousada, devendo ocorrer
forma não discriminatória, assegurando seu direito de
por dia de afastamento e pelo valor fixado no
opinião e participação.
regulamento.
§ 1º – A diária é integral quando o afastamento se
Objetivo estratégico I:
der por mais de doze horas e exigir pousada paga pelo
Proteger e garantir os direitos de crianças e
funcionário.
adolescentes por meio da consolidação das diretrizes
§ 2º – Ocorrendo afastamento por até doze horas, é
nacionais do ECA, da Política Nacional de Promoção,
devida apenas a parcela da diária relativa a alimentação.
Proteção e Defesa dos Direitos da Criança e do
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 7.179, de 19/12/1977.)
Adolescente e da Convenção sobre os Direitos da
Criança da ONU.
Ações programáticas:

ID:
180
a) Formular plano de médio prazo e decenal para como nas escolas, nos tribunais e nos procedimentos
a política nacional de promoção, proteção e defesa dos judiciais e administrativos que os afetem.
direitos da criança e do adolescente. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República f) Estimular a informação às crianças e aos
b) Desenvolver e implementar metodologias de adolescentes sobre seus direitos, por meio de esforços
acompanhamento e avaliação das políticas e planos conjuntos na escola, na mídia impressa, na televisão, no
nacionais referentes aos direitos de crianças e rádio e na Internet.
adolescentes. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Educação
Presidência da República
c) Elaborar e implantar sistema de coordenação Objetivo estratégico III:
da política dos direitos da criança e do adolescente em Proteger e defender os direitos de crianças e
todos os níveis de governo, para atender às adolescentes com maior vulnerabilidade.
recomendações do Comitê sobre Direitos da Criança, dos Ações programáticas:
relatores especiais e do Comitê sobre Direitos a) Promover ações educativas para
Econômicos, Sociais e Culturais da ONU. erradicação da violência na família, na escola, nas
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da instituições e na comunidade em geral, implementando as
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores recomendações expressas no Relatório Mundial de
d) Criar sistema nacional de coleta de dados e Violência contra a Criança da ONU.
monitoramento junto aos Municípios, Estados e Distrito Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Federal acerca do cumprimento das obrigações da Presidência da República
Convenção dos Direitos da Criança da ONU. b) Desenvolver programas nas redes de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da assistência social, de educação e de saúde para o
Presidência da República fortalecimento do papel das famílias em relação ao
e) Assegurar a opinião das crianças e dos desenvolvimento infantil e à disciplina não violenta.
adolescentes que estiverem capacitados a formular Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
seus próprios juízos, conforme o disposto no artigo 12 Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do
da Convenção sobre os Direitos da Criança, na Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
formulação das políticas públicas voltadas para estes c) Propor marco legal para a abolição das
segmentos, garantindo sua participação nas conferências práticas de castigos físicos e corporais contra crianças
dos direitos das crianças e dos adolescentes. e adolescentes.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República Presidência da República; Ministério da Justiça
d) Implantar sistema nacional de registro de
Objetivo estratégico II: ocorrência de violência escolar, incluindo as práticas de
Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de violência gratuita e reiterada entre estudantes (bullying),
Crianças e Adolescentes, com o fortalecimento do adotando formulário unificado de registro a ser utilizado
papel dos Conselhos Tutelares e de Direitos. por todas as escolas.
Ações programáticas: Responsável: Ministério da Educação
a) Apoiar a universalização dos Conselhos e) Apoiar iniciativas comunitárias de mobilização
Tutelares e de Direitos em todos os Municípios e no de crianças e adolescentes em estratégias preventivas,
Distrito Federal, e instituir parâmetros nacionais que com vistas a minimizar sua vulnerabilidade em contextos
orientem o seu funcionamento. de violência.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do
b) Implantar escolas de conselhos nos Estados e Esporte; Ministério do Turismo
no Distrito Federal, com vistas a apoiar a estruturação e f) Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa
qualificação da ação dos Conselhos Tutelares e de permanência de crianças e adolescentes em abrigamento,
Direitos. adequando os serviços de acolhimento aos parâmetros
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da aprovados pelo CONANDA e CNAS.
Presidência da República Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
c) Apoiar a capacitação dos operadores do Fome
sistema de garantia dos direitos para a proteção dos g) Fortalecer as políticas de apoio às famílias
direitos e promoção do modo de vida das crianças e para a redução dos índices de abandono e
adolescentes indígenas, afrodescendentes e institucionalização, com prioridade aos grupos familiares
comunidades tradicionais, contemplando ainda as de crianças com deficiências.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
especificidades da população infanto-juvenil com
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social
deficiência. e Combate à Fome
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
h) Ampliar a oferta de programas de famílias
Presidência da República; Ministério da Justiça
acolhedoras para crianças e adolescentes em situação de
d) Fomentar a criação de instâncias
violência, com o objetivo de garantir que esta seja a única
especializadas e regionalizadas do sistema de justiça, de
opção para crianças retiradas do convívio com sua família
segurança e defensorias públicas, para atendimento de
de origem na primeira infância.
crianças e adolescentes vítimas e autores de violência.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Fome
Presidência da República; Ministério da Justiça
i) Estruturar programas de moradia coletivas para
e) Desenvolver mecanismos que viabilizem a
adolescentes e jovens egressos de abrigos institucionais.
participação de crianças e adolescentes no processo das
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
conferências dos direitos, nos conselhos de direitos, bem Fome

ID:
181
j) Fomentar a adoção legal, por meio de sexual e de combate ao trabalho infantil em suas
campanhas educativas, em consonância com o ECA e organizações e cadeias produtivas.
com acordos internacionais. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego;
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores Ministério do Turismo;
k) Criar serviços e aprimorar metodologias para f) Combater a pornografia infanto-juvenil na
identificação e localização de crianças e adolescentes Internet, por meio do fortalecimento do Hot Line Federal e
desaparecidos. da difusão de procedimentos de navegação segura para
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da crianças, adolescentes, famílias e educadores.
Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
l) Exigir em todos os projetos financiados pelo Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Governo Federal a adoção de estratégias de não Educação
discriminação de crianças e adolescentes em razão de
classe, raça, etnia, crença, gênero, orientação sexual, Objetivo estratégico V:
identidade de gênero, deficiência, prática de ato Garantir o atendimento especializado a crianças e
infracional e origem. adolescentes em sofrimento psíquico e dependência
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da química.
Presidência da República Ações programáticas:
m) Reforçar e centralizar os mecanismos de a) Universalizar o acesso a serviços de saúde
coleta e análise sistemática de dados desagregados da mental para crianças e adolescentes em cidades de
infância e adolescência, especialmente sobre os grupos grande e médio porte, incluindo a garantia de retaguarda
em situação de vulnerabilidade, historicamente para as unidades de internação socioeducativa.
vulnerabilizados, vítimas de discriminação, de abuso e de Responsável: Ministério da Saúde
negligência. b) Fortalecer políticas de saúde que
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da contemplem programas de desintoxicação e redução
Presidência da República de danos em casos de dependência química.
n) Estruturar rede de canais de denúncias Responsável: Ministério da Saúde
(Disques) de violência contra crianças e adolescentes,
integrada aos Conselhos Tutelares. Objetivo estratégico VI:
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Erradicação do trabalho infantil em todo o território
Presidência da República nacional.
o) Estabelecer instrumentos para combater a Ações programáticas:
discriminação religiosa sofrida por crianças e a) Erradicar o trabalho infantil, por meio das
adolescentes. ações intersetoriais no Governo Federal, com ênfase no
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da apoio às famílias e educação em tempo integral.
Presidência da República Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Objetivo estratégico IV: Presidência da República
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e b) Fomentar a implantação da Lei de
adolescentes. Aprendizagem (Lei no 10.097/2000), mobilizando
Ações programáticas: empregadores, organizações de trabalhadores, inspetores
a) Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à de trabalho, Judiciário, organismos internacionais e
Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, em organizações não governamentais.
consonância com as recomendações do III Congresso Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
Mundial sobre o tema. c) Desenvolver pesquisas, campanhas e
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da relatórios periódicos sobre o trabalho infantil, com foco em
Presidência da República temas e públicos que requerem abordagens específicas,
b) Ampliar o acesso e qualificar os programas tais como agricultura familiar, trabalho doméstico, trabalho
especializados em saúde, educação e assistência de rua.
social, no atendimento a crianças e adolescentes vítimas Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
de violência sexual e de suas famílias Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação; República; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Secretaria
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
República Ministério da Justiça
c) Desenvolver protocolos unificados de
atendimento psicossocial e jurídico a vítimas de violência Objetivo estratégico VII:
sexual. Implementação do Sistema Nacional de Atendimento
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Socioeducativo (SINASE).
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do Ações programáticas:
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Especial a) Elaborar e implementar um plano nacional
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
socioeducativo e sistema de avaliação da execução das
d) Desenvolver ações específicas para combate
medidas daquele sistema, com divulgação anual de
à violência e à exploração sexual de crianças e
seus resultados e estabelecimento de metas, de
adolescentes em situação de rua.
acordo com o estabelecido no ECA.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social
Presidência da República
e Combate à Fome.
b) Implantar módulo específico de informações
e) Estimular a responsabilidade social das
para o sistema nacional de atendimento educativo junto
empresas para ações de enfrentamento da exploração
ao Sistema de Informação para a Infância e Adolescência,

ID:
182
criando base de dados unificada que inclua as varas da Igualdade e proteção dos direitos das populações
infância e juventude, as unidades de internação e os negras, historicamente afetadas pela discriminação e
programas municipais em meio aberto. outras formas de intolerância.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Ações programáticas:
Presidência da República a) Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a
c) Implantar centros de formação continuada aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.
para os operadores do sistema socioeducativo em todos Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
os Estados e no Distrito Federal. Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do b) Promover ações articuladas entre as políticas
Desenvolvimento Social e Combate à Fome de educação, cultura, saúde e de geração de emprego e
d) Desenvolver estratégias conjuntas com o renda, visando incidir diretamente na qualidade de vida da
sistema de justiça, com vistas ao estabelecimento de população negra e no combate à violência racial.
regras específicas para a aplicação da medida de Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
privação de liberdade em caráter excepcional e de Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da
pouca duração. Educação; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
Presidência da República c) Elaborar programas de combate ao racismo
e) Apoiar a expansão de programas municipais institucional e estrutural, implementando normas
de atendimento socioeducativo em meio aberto. administrativas e legislação nacional e internacional.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Igualdade Racial da Presidência da República
Presidência da República d) Realizar levantamento de informações para
f) Apoiar os Estados e o Distrito Federal na produção de relatórios periódicos de acompanhamento
implementação de programas de atendimento ao das políticas contra a discriminação racial, contendo,
adolescente em privação de liberdade, com garantia de entre outras, informações sobre inclusão no sistema de
escolarização, atendimento em saúde, esporte, cultura e ensino (básico e superior), inclusão no mercado de
educação para o trabalho, condicionando a transferência trabalho, assistência integrada à saúde, número de
voluntária de verbas federais à observância das diretrizes violações registradas e apuradas, recorrências de
do plano nacional. violações, e dados populacionais e de renda.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria
Saúde; Ministério do Esporte; Ministério da Cultura; Ministério do Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Trabalho e Emprego e) Analisar periodicamente os indicadores que
g) Garantir aos adolescentes privados de apontam desigualdades visando à formulação e
liberdade e suas famílias informação sobre sua situação implementação de políticas públicas afirmativas que
legal, bem como acesso à defesa técnica durante todo o valorizem a promoção da igualdade racial.
período de cumprimento da medida socioeducativa. Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria
Presidência da República; Ministério da Justiça Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República;
h) Promover a transparência das unidades de Ministério da Educação; Ministério do Trabalho e Emprego;
internação de adolescentes em conflito com a lei, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
garantindo o contato com a família e a criação de Ministério da Saúde
comissões mistas de inspeção e supervisão. f) Fortalecer a integração das políticas públicas
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da em todas as comunidades remanescentes de quilombos
Presidência da República localizadas no território brasileiro.
i) Fomentar a desativação dos grandes Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
complexos de unidades de internação, por meio do apoio Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da
à reforma e construção de novas unidades alinhadas aos Cultura
parâmetros estabelecidos no SINASE e no ECA, em g) Fortalecer os mecanismos existentes de
especial na observância da separação por sexo, faixa reconhecimento das comunidades quilombolas como
etária e compleição física. garantia dos seus direitos específicos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério
Presidência da República da Cultura; Secretaria Especial de Política de Promoção da
Igualdade Racial da Presidência da República
j) Desenvolver campanhas de informação sobre
h) Fomentar programas de valorização do
o adolescente em conflito com a lei, defendendo a não
patrimônio cultural das populações negras.
redução da maioridade penal.
Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria Especial de
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
Presidência da República
i)Assegurar o resgate da memória das
k) Estabelecer parâmetros nacionais para a
populações negras, mediante a publicação da história de
apuração administrativa de possíveis violações dos
resistência e resgate de tradições das populações das
direitos e casos de tortura em adolescentes privados de
diásporas.
liberdade, por meio de sistema independente e de
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
tramitação ágil. Igualdade Racial da Presidência da República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Garantia aos povos indígenas da manutenção e
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais.
resgate das condições de reprodução, assegurando
seus modos de vida.
Objetivo estratégico I:
Ações programáticas:

ID:
183
a) Assegurar a integridade das terras indígenas Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
para proteger e promover o modo de vida dos povos da Presidência da República
indígenas. b) Incentivar políticas públicas e ações
Responsável: Ministério da Justiça afirmativas para a participação igualitária, plural e
b) Proteger os povos indígenas isolados e de multirracial das mulheres nos espaços de poder e
recente contato para garantir sua reprodução cultural e decisão.
etnoambiental. Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Responsável: Ministério da Justiça da Presidência da República
c) Aplicar os saberes dos povos indígenas e das c) Elaborar relatório periódico de
comunidades tradicionais na elaboração de políticas acompanhamento das políticas para mulheres com
públicas, respeitando a Convenção no 169 da OIT. recorte étnico-racial, que contenha dados sobre renda,
Responsável: Ministério da Justiça jornada e ambiente de trabalho, ocorrências de assédio
d) Apoiar projetos de lei com objetivo de moral, sexual e psicológico, ocorrências de violências
revisar o Estatuto do Índio com base no texto contra a mulher, assistência à saúde integral, dados
constitucional de 1988 e na Convenção no 169 da OIT. reprodutivos, mortalidade materna e escolarização.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
e) Elaborar relatório periódico de da Presidência da República
acompanhamento das políticas indigenistas que d) Divulgar os instrumentos legais de proteção às
contemple dados sobre os processos de demarcações mulheres, nacionais e internacionais, incluindo sua
das terras indígenas, dados sobre intrusões e conflitos publicação em formatos acessíveis, como braile, CD de
territoriais, inclusão no sistema de ensino (básico e áudio e demais tecnologias assistivas.
superior), assistência integrada à saúde, número de Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
da Presidência da República
violações registradas e apuradas, recorrências de
e) Ampliar o financiamento de abrigos para
violações e dados populacionais.
Responsável: Ministério da Justiça mulheres em situação de vulnerabilidade, garantindo
f) Proteger e promover os conhecimentos plena acessibilidade.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
tradicionais e medicinais dos povos indígenas.
da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
Social e Combate à Fome
g) Implementar políticas de proteção do
f) Propor tratamento preferencial de atendimento
patrimônio dos povos indígenas, por meio dos registros
às mulheres em situação de violência doméstica e familiar
material e imaterial, mapeando os sítios históricos e
nos Conselhos Gestores do Fundo Nacional de Habitação
arqueológicos, a cultura, as línguas e a arte.
de Interesse Social e junto ao Fundo de Desenvolvimento
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
Social.
h) Promover projetos e pesquisas para resgatar a
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
história dos povos indígenas. da Presidência da República; Ministério das Cidades; Ministério
Responsável: Ministério da Justiça do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
i) Promover ações culturais para o fortalecimento g) Considerar o aborto como tema de saúde
da educação escolar dos povos indígenas, estimulando a pública, com a garantia do acesso aos serviços de
valorização de suas próprias formas de produção do saúde.
conhecimento. Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
j) Garantir o acesso à educação formal pelos Ministério da Justiça
povos indígenas, bilíngues e com adequação curricular h) Realizar campanhas e ações educativas para
formulada com a participação de representantes das desconstruir os estereótipos relativos às profissionais do
etnias indigenistas e especialistas em educação. sexo.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
k) Assegurar o acesso e permanência da da Presidência da República
população indígena no ensino superior, por meio de
ações afirmativas e respeito à diversidade étnica e Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.
cultural.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação Objetivo estratégico I:
l) Adotar medidas de proteção dos direitos das Afirmação da diversidade para construção de uma
crianças indígenas nas redes de ensino, saúde e sociedade igualitária.
assistência social, em consonância com a promoção dos Ações programáticas:
seus modos de vida. a) Realizar campanhas e ações educativas para
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Saúde; desconstrução de estereótipos relacionados com
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; diferenças étnico-raciais, etárias, de identidade e
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
orientação sexual, de pessoas com deficiência, ou
República
segmentos profissionais socialmente discriminados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Objetivo estratégico III: Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de
Garantia dos direitos das mulheres para o Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República;
estabelecimento das condições necessárias para sua Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
plena cidadania. da República; Ministério da Cultura
Ações programáticas: b) Incentivar e promover a realização de
a) Desenvolver ações afirmativas que permitam atividades de valorização da cultura das comunidades
incluir plenamente as mulheres no processo de tradicionais, entre elas ribeirinhos, extrativistas,
desenvolvimento do País, por meio da promoção da sua quebradeiras de coco, pescadores artesanais,
autonomia econômica e de iniciativas produtivas que seringueiros, geraizeiros, varzanteiros, pantaneiros,
garantam sua independência.

ID:
184
comunidades de fundo de pasto, caiçaras e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
faxinalenses. Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do d) Desenvolver ações que contribuam para o
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do protagonismo da pessoa idosa na escola, possibilitando
Esporte sua participação ativa na construção de uma nova
c) Fomentar a formação e capacitação em percepção intergeracional.
Direitos Humanos, como meio de resgatar a autoestima e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
a dignidade das comunidades tradicionais, rurais e Presidência da República
urbanas. e) Potencializar ações com ênfase no diálogo
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da intergeracional, valorizando o conhecimento acumulado
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da das pessoas idosas.
Justiça; Ministério da Cultura Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
d) Apoiar políticas de acesso a direitos para a Presidência da República
população cigana, valorizando seus conhecimentos e f) Desenvolver ações intersetoriais para
cultura. capacitação continuada de cuidadores de pessoas idosas.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Cultura
Fome g) Desenvolver política de humanização do
e) Apoiar e valorizar a associação das mulheres atendimento ao idoso, principalmente em instituições de
quebradeiras de coco, protegendo e promovendo a longa permanência.
continuidade de seu trabalho extrativista. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Presidência da República; Ministério da Cultura
Fome h) Elaborar programas de capacitação para os
f) Elaborar relatórios periódicos de operadores dos direitos da pessoa idosa.
acompanhamento das políticas direcionadas às Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
populações e comunidades tradicionais, que contenham, Presidência da República.
entre outras, informações sobre população estimada, i) Elaborar relatório periódico de
assistência integrada à saúde, número de violações acompanhamento das políticas para pessoas idosas que
registradas e apuradas, recorrência de violações, contenha informações sobre os Centros Integrados
lideranças ameaçadas, dados sobre acesso à moradia, de Atenção a Prevenção à Violência, tais como:
terra e território e conflitos existentes. quantidade existente; sua participação no financiamento
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; público; sua inclusão nos sistemas de atendimento;
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade número de profissionais capacitados; pessoas idosas
Racial da Presidência da República; Secretaria Especial dos atendidas; proporção dos casos com resoluções; taxa de
Direitos Humanos da Presidência da República reincidência; pessoas idosas seguradas e aposentadas;
famílias providas por pessoas idosas; pessoas idosas em
Objetivo estratégico II: abrigos; pessoas idosas em situação de rua; principal
Proteção e promoção da diversidade das expressões fonte de renda dos idosos; pessoas idosas atendidas,
culturais como Direito Humano. internadas e mortas por violência ou maus-tratos.
Ações programáticas: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
a) Promover ações de afirmação do direito à Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da
diversidade das expressões culturais, garantindo igual Previdência Social; Ministério da Justiça; Ministério do
dignidade e respeito para todas as culturas. Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Responsável: Ministério da Cultura
b) Incluir nos instrumentos e relatórios de Objetivo estratégico IV:
políticas culturais a temática dos Direitos Humanos. Promoção e proteção dos direitos das pessoas com
Responsável: Ministério da Cultura deficiência e garantia da acessibilidade igualitária.
Ações programáticas:
Objetivo estratégico III: a) Garantir às pessoas com deficiência igual e
Valorização da pessoa idosa e promoção de sua efetiva proteção legal contra a discriminação.
participação na sociedade. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Ações programáticas: Presidência da República; Ministério da Justiça
a) Promover a inserção, a qualidade de vida e a b) Garantir salvaguardas apropriadas e efetivas
prevenção de agravos aos idosos, por meio de para prevenir abusos a pessoas com deficiência e
programas que fortaleçam o convívio familiar e pessoas idosas.
comunitário, garantindo o acesso a serviços, ao lazer, à Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
cultura e à atividade física, de acordo com sua Presidência da República
capacidade funcional. c) Assegurar o cumprimento do Decreto de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Acessibilidade (Decreto no 5.296/2004), que garante a
Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério do acessibilidade pela adequação das vias e passeios
Esporte públicos, semáforos, mobiliários, habitações, espaços de
b) Apoiar a criação de centros de convivência e lazer, transportes, prédios públicos, inclusive instituições
desenvolver ações de valorização e socialização da de ensino, e outros itens de uso individual e coletivo.
pessoa idosa nas zonas urbanas e rurais. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego;
Presidência da República; Ministério da Cultura Ministério das Cidades
c) Fomentar programas de voluntariado de d) Garantir recursos didáticos e pedagógicos
pessoas idosas, visando valorizar e reconhecer sua para atender às necessidades educativas especiais.
contribuição para o desenvolvimento e bem-estar da Responsável: Ministério da Educação
comunidade.

ID:
185
e) Disseminar a utilização dos sistemas braile, assistência à saúde integral, número de violações
tadoma, escrita de sinais e libras tátil para inclusão das registradas e apuradas, recorrências de violações, dados
pessoas com deficiência em todo o sistema de ensino. populacionais, de renda e conjugais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Educação Presidência da República
f) Instituir e implementar o ensino da Língua
Brasileira de Sinais como disciplina curricular Objetivo estratégico VI:
facultativa. Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da garantia da laicidade do Estado.
Presidência da República; Ministério da Educação Ações programáticas:
g) Propor a regulamentação das profissões a) Instituir mecanismos que assegurem o livre
relativas à implementação da acessibilidade, tais como: exercício das diversas práticas religiosas,
instrutor de Libras, guia-intérprete, tradutor- assegurando a proteção do seu espaço físico e coibindo
intérprete, transcritor, revisor e ledor da escrita braile manifestações de intolerância religiosa.
e treinadores de cães-guia. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Cultura;
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
h) Elaborar relatórios sobre os Municípios que República
possuam frota adaptada para subsidiar o processo de b) Promover campanhas de divulgação sobre a
monitoramento do cumprimento e implementação da diversidade religiosa para disseminar cultura da paz e
legislação de acessibilidade. de respeito às diferentes crenças.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Direitos Humanos da Presidência da República Presidência da República; Ministério da Cultura; Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
Objetivo estratégico V: Presidência da República
Garantia do respeito à livre orientação sexual e c) (Revogado)
identidade de gênero. d)Estabelecer o ensino da diversidade e história
Ações programáticas: das religiões, inclusive as derivadas de matriz africana, na
a) Desenvolver políticas afirmativas e de rede pública de ensino, com ênfase no reconhecimento
promoção de cultura de respeito à livre orientação das diferenças culturais, promoção da tolerância e na
sexual e identidade de gênero, favorecendo a afirmação da laicidade do Estado.
visibilidade e o reconhecimento social. Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República e) Realizar relatório sobre pesquisas
b) Apoiar projeto de lei que disponha sobre a populacionais relativas a práticas religiosas, que
união civil entre pessoas do mesmo sexo. contenha, entre outras, informações sobre número de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da religiões praticadas, proporção de pessoas distribuídas
Presidência da República; Ministério da Justiça entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram
c) Promover ações voltadas à garantia do direito de religião, número de pessoas religiosas não praticantes
de adoção por casais homoafetivos. e número de pessoas sem religião.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Presidência da República
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República
d) Reconhecer e incluir nos sistemas de Eixo Orientador IV:
informação do serviço público todas as configurações Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à
familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, Violência
travestis e transexuais, com base na desconstrução da Por muito tempo, alguns segmentos da militância
heteronormatividade. em Direitos Humanos mantiveram-se distantes do debate
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão sobre as políticas públicas de segurança no Brasil. No
e) Desenvolver meios para garantir o uso do processo de consolidação da democracia, por diferentes
nome social de travestis e transexuais. razões, movimentos sociais e entidades manifestaram
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da dificuldade no tratamento do tema. Na base dessa
Presidência da República
dificuldade, estavam a memória dos enfrentamentos com
f) Acrescentar campo para informações sobre a
o aparato repressivo ao longo de duas décadas de regime
identidade de gênero dos pacientes nos prontuários do
ditatorial, a postura violenta vigente, muitas vezes, em
sistema de saúde.
órgãos de segurança pública, a percepção do crime e da
Responsável: Ministério da Saúde
violência como meros subprodutos de uma ordem social
g) Fomentar a criação de redes de proteção dos
injusta a ser transformada em seus próprios fundamentos.
Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais (LGBT), principalmente a partir
Distanciamento análogo ocorreu nas
do apoio à implementação de Centros de Referência em
universidades, que, com poucas exceções, não se
Direitos Humanos de Prevenção e Combate à
debruçaram sobre o modelo de polícia legado ou sobre os
Homofobia e de núcleos de pesquisa e promoção da
desafios da segurança pública. As polícias brasileiras, nos
cidadania daquele segmento em universidades públicas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da termos de sua tradição institucional, pouco aproveitaram
Presidência da República da reflexão teórica e dos aportes oferecidos pela
h) Realizar relatório periódico de criminologia moderna e demais ciências sociais, já
acompanhamento das políticas contra discriminação à disponíveis há algumas décadas às polícias e aos
população LGBT, que contenha, entre outras, gestores de países desenvolvidos. A cultura arraigada de
informações sobre inclusão no mercado de trabalho, rejeitar as evidências acumuladas pela pesquisa e pela

ID:
186
experiência de reforma das polícias no mundo era a acúmulo crítico que tem sido proposto ao País pelos
mesma que expressava nostalgia de um passado de especialistas e pesquisadores da área.
ausência de garantias individuais, e que identificava na
ideia dos Direitos Humanos não a mais generosa entre as Em linhas gerais, o PNDH-3 aponta para a
promessas construídas pela modernidade, mas uma necessidade de ampla reforma no modelo de polícia e
verdadeira ameaça. propõe o aprofundamento do debate sobre a
implantação do ciclo completo de policiamento às
Estavam postas as condições históricas, políticas corporações estaduais. Prioriza transparência e
e culturais para que houvesse um fosso aparentemente participação popular, instando ao aperfeiçoamento das
intransponível entre os temas da segurança pública e os estatísticas e à publicação de dados, assim como à
Direitos Humanos. reformulação do Conselho Nacional de Segurança
Pública. Contempla a prevenção da violência e da
Nos últimos anos, contudo, esse processo de criminalidade como diretriz, ampliando o controle sobre
estranhamento mútuo passou a ser questionado. De um armas de fogo e indicando a necessidade de
lado, articulações na sociedade civil assumiram o desafio profissionalização da investigação criminal.
de repensar a segurança pública a partir de diálogos com
especialistas na área, policiais e gestores. De outro, Com ênfase na erradicação da tortura e na
começaram a ser implantadas as primeiras políticas redução da letalidade policial e carcerária, confere
públicas buscando caminhos alternativos de redução do atenção especial ao estabelecimento de procedimentos
crime e da violência, a partir de projetos centrados na operacionais padronizados, que previnam as
prevenção e influenciados pela cultura de paz. ocorrências de abuso de autoridade e de violência
institucional, e confiram maior segurança a policiais e
A proposição do Sistema Único de Segurança agentes penitenciários. Reafirma a necessidade de
Pública, a modernização de parte das nossas estruturas criação de ouvidorias independentes em âmbito federal e,
policiais e a aprovação de novos regimentos e leis inspirado em tendências mais modernas de policiamento,
orgânicas das polícias, a consciência crescente de que estimula as iniciativas orientadas por resultados, o
políticas de segurança pública são realidades mais desenvolvimento do policiamento comunitário e
amplas e complexas do que as iniciativas possíveis às voltado para a solução de problemas, elencando
chamadas "forças da segurança", o surgimento de nova medidas que promovam a valorização dos trabalhadores
geração de policiais, disposta a repensar práticas e em segurança pública. Contempla, ainda, a criação de
dogmas e, sobretudo, a cobrança da opinião pública e a sistema federal que integre os atuais sistemas de
maior fiscalização sobre o Estado, resultante do processo proteção a vítimas e testemunhas, defensores de Direitos
de democratização, têm tornado possível a construção de Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de
agenda de reformas na área. morte.

O Programa Nacional de Segurança Pública com Também como diretriz, o PNDH-3 propõe
Cidadania (Pronasci) e os investimentos já realizados pelo profunda reforma da Lei de Execução Penal que introduza
Governo Federal na montagem de rede nacional de altos garantias fundamentais e novos regramentos para
estudos em segurança pública, que têm beneficiado superar as práticas abusivas, hoje comuns. E trata as
milhares de policiais em cada Estado, simbolizam, ao lado penas privativas de liberdade como última alternativa,
do processo de debates da 1ª Conferência Nacional de propondo a redução da demanda por encarceramento e
Segurança Pública, acúmulos históricos significativos, que estimulando novas formas de tratamento dos conflitos,
apontam para novas e mais importantes mudanças. como as sugeridas pelo mecanismo da Justiça
Restaurativa.
As propostas elencadas neste eixo orientador do
PNDH-3 articulam-se com tal processo histórico de Reafirma-se a centralidade do direito universal
transformação e exigem muito mais do que já foi de acesso à Justiça, com a possibilidade de acesso aos
alcançado. Para tanto, parte-se do pressuposto de que a tribunais por toda a população, com o fortalecimento das
realidade brasileira segue sendo gravemente marcada defensorias públicas e a modernização da gestão judicial,
pela violência e por severos impasses estruturais na área de modo a garantir respostas judiciais mais céleres e
da segurança pública. eficazes. Destacam-se, ainda, o direito de acesso à
Justiça em matéria de conflitos agrários e urbanos e o
Problemas antigos, como a ausência de necessário estímulo aos meios de soluções pacíficas de
diagnósticos, de planejamento e de definição formal de controvérsias.
metas, a desvalorização profissional dos policiais e dos
agentes penitenciários, o desperdício de recursos e a O PNDH-3 apresenta neste eixo,
consagração de privilégios dentro das instituições, as fundamentalmente, propostas para que o Poder Público
práticas de abuso de autoridade e de violência policial se aperfeiçoe no desenvolvimento de políticas públicas de
contra grupos vulneráveis e a corrupção dos agentes de prevenção ao crime e à violência, reforçando a noção
segurança pública, demandam reformas tão urgentes de acesso universal à Justiça como direito fundamental, e
quanto profundas. sustentando que a democracia, os processos de
participação e transparência, aliados ao uso de
As propostas sistematizadas no PNDH-3 ferramentas científicas e à profissionalização das
agregam, nesse contexto, as contribuições oferecidas instituições e trabalhadores da segurança, assinalam os
pelo processo da 11ª Conferência Nacional dos Direitos roteiros mais promissores para que o Brasil possa
Humanos e avançam também sobre temas que não foram avançar no caminho da paz pública.
objeto de debate, trazendo para o PNDH-3 parte do

ID:
187
DIRETRIZ 11: Democratização e modernização do a) Proporcionar equipamentos para proteção
sistema de segurança pública individual efetiva para os profissionais do sistema federal
de segurança pública.
Objetivo estratégico I: Responsável: Ministério da Justiça
Modernização do marco normativo do sistema de b) Condicionar o repasse de verbas federais
segurança pública. aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, à
Ações programáticas: garantia da efetiva disponibilização de equipamentos de
a) Propor alteração do texto constitucional, de proteção individual aos profissionais do sistema nacional
modo a considerar as polícias militares não mais como de segurança pública.
forças auxiliares do Exército, mantendo-as apenas Responsável: Ministério da Justiça
como força reserva. c) Fomentar o acompanhamento permanente
Responsável: Ministério da Justiça da saúde mental dos profissionais do sistema de
b) Propor a revisão da estrutura, treinamento, segurança pública, mediante serviços especializados do
controle, emprego e regimentos disciplinares dos órgãos sistema de saúde pública.
de segurança pública, de forma a potencializar as suas Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
funções de combate ao crime e proteção dos direitos de d) Propor projeto de lei instituindo seguro para
cidadania, bem como garantir que seus órgãos casos de acidentes incapacitantes ou morte em serviço
corregedores disponham de carreira própria, sem para os profissionais do sistema de segurança pública.
subordinação à direção das instituições policiais. Responsável: Ministério da Justiça;
Responsável: Ministério da Justiça e) Garantir a reabilitação e reintegração ao
c) Propor a criação obrigatória de ouvidorias de trabalho dos profissionais do sistema de segurança
polícias independentes nos Estados e no Distrito Federal, pública federal, nos casos de deficiência adquirida no
com ouvidores protegidos por mandato e escolhidos com exercício da função.
participação da sociedade. Responsável: Ministério da Justiça;
Responsável: Ministério da Justiça
d) Assegurar a autonomia funcional dos peritos e DIRETRIZ 12: Transparência e participação popular no
a modernização dos órgãos periciais oficiais, como forma sistema de segurança pública e justiça criminal.
de incrementar sua estruturação, assegurando a
produção isenta e qualificada da prova material, bem Objetivo estratégico I:
como o princípio da ampla defesa e do contraditório e o Publicação de dados do sistema federal de segurança
respeito aos Direitos Humanos. pública.
Responsável: Ministério da Justiça Ação programática
e) Promover o aprofundamento do debate sobre a) Publicar trimestralmente estatísticas sobre:
a instituição do ciclo completo da atividade policial, com - Crimes registrados, inquéritos instaurados e concluídos,
competências repartidas pelas polícias, a partir da prisões efetuadas, flagrantes registrados, operações
natureza e da gravidade dos delitos. realizadas, armas e entorpecentes apreendidos pela
Responsável: Ministério da Justiça Polícia Federal em cada Estado da Federação;
f) Apoiar a aprovação do Projeto de Lei - Veículos abordados, armas e entorpecentes
no 1.937/2007, que dispõe sobre o Sistema Único de apreendidos e prisões efetuadas pela Polícia Rodoviária
Segurança Pública. Federal em cada Estado da Federação;
Responsável: Ministério da Justiça - Presos provisórios e condenados sob custódia do
sistema penitenciário federal e quantidade de presos
Objetivo estratégico II: trabalhando e estudando por sexo, idade e raça ou etnia;
Modernização da gestão do sistema de segurança - Vitimização de policiais federais, policiais rodoviários
pública. federais, membros da Força Nacional de Segurança
Ações programáticas: Pública e agentes penitenciários federais;
a) Condicionar o repasse de verbas federais à - Quantidade e tipos de laudos produzidos pelos órgãos
elaboração e revisão periódica de planos estaduais, federais de perícia oficial.
distrital e municipais de segurança pública que se pautem Responsável: Ministério da Justiça
pela integração e pela responsabilização territorial da
gestão dos programas e ações. Objetivo estratégico II:
Responsável: Ministério da Justiça Consolidação de mecanismos de participação popular
b) Criar base de dados unificada que permita o na elaboração das políticas públicas de segurança.
fluxo de informações entre os diversos componentes do Ações programáticas:
sistema de segurança pública e a Justiça criminal. a) Reformular o Conselho Nacional de
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Segurança Pública, assegurando a participação da
Direitos Humanos da Presidência da República
c) Redefinir as competências e o funcionamento sociedade civil organizada em sua composição e
garantindo sua articulação com o Conselho Nacional de
da Inspetoria-Geral das Polícias Militares e Corpos de
Política Criminal e Penitenciária.
Bombeiros Militares.
Responsável: Ministério da Justiça
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Defesa
b) Fomentar mecanismos de gestão participativa
Objetivo estratégico III: das políticas públicas de segurança, como conselhos e
Promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do conferências, ampliando a Conferência Nacional de
Segurança Pública.
sistema de segurança pública, assegurando sua
Responsável: Ministério da Justiça
formação continuada e compatível com as atividades
que exercem.
Ações programáticas:

ID:
188
DIRETRIZ 13: Prevenção da violência e da f) Promover e apoiar a educação continuada dos
criminalidade e profissionalização da investigação de profissionais da perícia oficial, em todas as áreas, para a
atos criminosos. formação técnica e em Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Objetivo estratégico I: Direitos Humanos da Presidência da República
Ampliação do controle de armas de fogo em
circulação no País. Objetivo estratégico IV:
Ações programáticas: Fortalecimento dos instrumentos de prevenção à
a) Realizar ações permanentes de estímulo ao violência.
desarmamento da população. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a) Elaborar diretrizes para as políticas de
b) Propor reforma da legislação para ampliar as prevenção à violência com o objetivo de assegurar o
restrições e os requisitos para aquisição de armas de fogo reconhecimento das diferenças geracionais, de
por particulares e empresas de segurança privada. gênero, étnico-racial e de orientação sexual.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de
c) Propor alteração da legislação para garantir Políticas para as Mulheres da Presidência da República;
que as armas apreendidas em crimes que não envolvam Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial da Presidência da República
disparo sejam inutilizadas imediatamente após a perícia.
Responsável: Ministério da Justiça b) Realizar anualmente pesquisas nacionais de
d) Registrar no Sistema Nacional de Armas todas vitimização.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
as armas de fogo destruídas.
Direitos Humanos da Presidência da República
Responsável: Ministério da Defesa
c) Fortalecer mecanismos que possibilitem a
efetiva fiscalização de empresas de segurança privada e
Objetivo estratégico II:
a investigação e responsabilização de policiais que delas
Qualificação da investigação criminal.
participem de forma direta ou indireta.
Ações programáticas:
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
a) Propor projeto de lei para alterar o Direitos Humanos da Presidência da República
procedimento do inquérito policial, de modo a admitir d) Desenvolver normas de conduta e fiscalização
procedimentos orais gravados e transformar em peça ágil dos serviços de segurança privados que atuam na área
e eficiente de investigação criminal voltada à coleta de rural.
evidências. Responsável: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça e) Elaborar diretrizes para atividades de
b) Fomentar o debate com o objetivo de unificar policiamento comunitário e policiamento orientado para a
os meios de investigação e obtenção de provas e solução de problemas, bem como catalogar e divulgar
padronizar procedimentos de investigação criminal. boas práticas dessas atividades.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Ministério da Justiça
c) Promover a capacitação técnica em f) Elaborar diretrizes para atuação conjunta entre
investigação criminal para os profissionais dos sistemas os órgãos de trânsito e os de segurança pública para
estaduais de segurança pública. reduzir a violência no trânsito.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
d) Realizar pesquisas para qualificação dos g) Realizar debate sobre o atual modelo de
estudos sobre técnicas de investigação criminal. repressão e estimular a discussão sobre modelos
Responsável: Ministério da Justiça
alternativos de tratamento do uso e tráfico de drogas,
considerando o paradigma da redução de danos.
Objetivo estratégico III: Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Produção de prova pericial com celeridade e Direitos Humanos da Presidência da República; Gabinete de
procedimento padronizado. Segurança Institucional; Ministério da Saúde
Ações programáticas:
a) Propor regulamentação da perícia oficial. Objetivo estratégico V:
Responsável: Ministério da Justiça Redução da violência motivada por diferenças de
b) Propor projeto de lei para proporcionar gênero, raça ou etnia, idade, orientação sexual e
autonomia administrativa e funcional dos órgãos periciais situação de vulnerabilidade.
federais. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a) Fortalecer a atuação da Polícia Federal no
c) Propor padronização de procedimentos e combate e na apuração de crimes contra os Direitos
equipamentos a serem utilizados pelas unidades periciais Humanos.
oficiais em todos os exames periciais criminalísticos e Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
médico-legais. Direitos Humanos da Presidência da República
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos b) Garantir aos grupos em situação de
Direitos Humanos da Presidência da República vulnerabilidade o conhecimento sobre serviços de
d) Desenvolver sistema de dados nacional atendimento, atividades desenvolvidas pelos órgãos e
informatizado para monitoramento da produção e da instituições de segurança e mecanismos de denúncia,
qualidade dos laudos produzidos nos órgãos periciais. bem como a forma de acioná-los.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
e) Fomentar parcerias com universidades para Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria
pesquisa e desenvolvimento de novas metodologias a Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
serem implantadas nas unidades periciais. República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Responsável: Ministério da Justiça Igualdade Racial da Presidência da República

ID:
189
c) Desenvolver e implantar sistema nacional Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
integrado das redes de saúde, de assistência social e Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do
educação para a notificação de violência. Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da m) Fomentar a implantação do serviço de
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do recebimento e encaminhamento de denúncias de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da violência contra a pessoa idosa em todas as unidades da
Educação; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Federação.
Igualdade Racial da Presidência da República Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
d) Promover campanhas educativas e pesquisas Presidência da República
voltadas à prevenção da violência contra pessoas com n) Capacitar profissionais de educação e saúde
deficiência, idosos, mulheres, indígenas, negros, para identificar e notificar crimes e casos de violência
crianças, adolescentes, lésbicas, gays, bissexuais, contra a pessoa idosa e contra a pessoa com deficiência.
transexuais, travestis e pessoas em situação de rua. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social Educação
e Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas de o) Implementar ações de promoção da cidadania
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; e Direitos Humanos das lésbicas, gays, bissexuais,
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência transexuais e travestis, com foco na prevenção à
da República; Ministério da Justiça; Ministério do Turismo; violência, garantindo redes integradas de atenção.
Ministério do Esporte Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
e) Fortalecer unidade especializada em Direitos Humanos da Presidência da República
conflitos indígenas na Polícia Federal e garantir sua
atuação conjunta com a FUNAI, em especial nos Objetivo estratégico VI:
processos conflituosos de demarcação. Enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Responsável: Ministério da Justiça Ações programáticas:
f) Fomentar cursos de qualificação e capacitação a) Desenvolver metodologia de monitoramento,
sobre aspectos da cultura tradicional dos povos indígenas disseminação e avaliação das metas do Plano Nacional
e sobre legislação indigenista para todas as corporações de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, bem como
policiais, principalmente para as polícias militares e civis construir e implementar o II Plano Nacional de
especialmente nos Estados e Municípios em que as Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
aldeias indígenas estejam localizadas nas Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Turismo;
proximidades dos centros urbanos. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos da República; Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria
Direitos Humanos da Presidência da República Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
g) Fortalecer mecanismos para combater a b) Estruturar, a partir de serviços existentes,
violência contra a população indígena, em especial para sistema nacional de atendimento às vítimas do tráfico de
as mulheres indígenas vítimas de casos de violência pessoas, de reintegração e diminuição da
psicológica, sexual e de assédio moral. vulnerabilidade, especialmente de crianças,
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; adolescentes, mulheres, transexuais e travestis.
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
da República Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para
h) Apoiar a implementação do pacto nacional de as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Justiça
enfrentamento à violência contra as mulheres de forma c) Implementar as ações referentes a crianças e
articulada com os planos estaduais de segurança pública adolescentes previstas na Política e no Plano Nacional de
e em conformidade com a Lei Maria da Penha (Lei Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
no11.340/2006). Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; d) Consolidar fluxos de encaminhamento e
Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Direitos Humanos monitoramento de denúncias de casos de tráfico de
da Presidência da República crianças e adolescentes.
i) Avaliar o cumprimento da Lei Maria da Penha Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
com base nos dados sobre tipos de violência, agressor e Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria
vítima. Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de República
Políticas para as Mulheres da Presidência da República e) Revisar e disseminar metodologia para
j) Fortalecer ações estratégicas de prevenção à atendimento de crianças e adolescentes vítimas de
violência contra jovens negros. tráfico.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Presidência da República
Justiça f) Fomentar a capacitação de técnicos da gestão
k) Estabelecer política de prevenção de pública, organizações não governamentais e
violência contra a população em situação de rua, representantes das cadeias produtivas para o
incluindo ações de capacitação de policiais em Direitos enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Humanos. Responsável: Ministério do Turismo
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos g) Desenvolver metodologia e material didático
Direitos Humanos da Presidência da República para capacitar agentes públicos no enfrentamento ao
l) Promover a articulação institucional, em tráfico de pessoas.
conjunto com a sociedade civil, para implementar o Plano Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
de Ação para o Enfrentamento da Violência contra a Presidência da República; Ministério do Turismo; Ministério da
Pessoa Idosa. Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República

ID:
190
h) Realizar estudos e pesquisas sobre o tráfico
de pessoas, inclusive sobre exploração sexual de
crianças e adolescentes.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério do Turismo; Ministério da
Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República

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§ 1º – No caso da alínea "b", a gratificação será
Lei Estadual nº 869/1952 paga por hora de trabalho antecipado ou prorrogado,
salvo quando a prorrogação for apenas de uma hora e
Estatuto dos Funcionários Públicos tiver corrido apenas duas vezes no mês, caso em que não
Civis do Estado de Minas Gerais será remunerada.
§ 2º – Entende-se por serviço extraordinário todo e
qualquer trabalho previsto em regimento ou regulamento,
CAPÍTULO VII executado fora da hora do expediente regulamentar da
Das Gratificações repartição e previamente autorizado pelo Secretário de
Art. 143 – Será concedida gratificação ao Estado ou Diretor de Departamento diretamente
funcionário: subordinado ao Governador do Estado.
a) pelo exercício em determinadas zonas ou locais; § 3º – O pagamento de que trata este artigo será
b) pela execução de trabalho de natureza especial, efetuado mediante folha especial previamente aprovada
com risco de vida ou saúde; pela autoridade a que se refere o parágrafo anterior e
c) pela elaboração de trabalho técnico ou científico publicado no órgão oficial, da qual constem o nome do
de utilidade para o serviço público; funcionário, cargo, o vencimento mensal, e o número de
d)de representação, quando em serviço ou estudo horas de serviço extraordinário, a gratificação arbitrada,
no estrangeiro ou no país; se for o caso, e a importância total de despesa.
e) quando regularmente nomeado ou designado
para fazer parte do órgão legal de deliberação coletiva ou Art. 149 – O funcionário perceberá honorário quando
para cargo ou função de confiança; designado para exercer, fora do período normal ou
f) pela prestação de serviço extraordinário; extraordinário de trabalho, as funções de auxiliar ou
g) de função de chefia prevista em lei; membro de bancas e comissões de concursos ou provas,
h) adicional por tempo de serviço, nos termos de lei. de professor ou auxiliar de cursos legalmente instituídos.
§ 1º – A gratificação a que se refere a alínea "e"
deste artigo será fixada no limite máximo de um terço do CAPÍTULO VIII
vencimento ou remuneração. Da Função Gratificada
§ 2º – Será estabelecido em decreto o quanto das Art. 150 – Função gratificada é a instituída em lei
gratificações a que se referem as alíneas "a" e "b" deste para atender os encargos de chefia e outros que a lei
artigo. determinar.
(Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do Estado de Minas
Art. 144 – A gratificação pelo exercício em Gerais.)
determinadas zonas ou locais e pela execução de
trabalhos de natureza especial, com risco da vida ou da Art. 151 – Não perderá a gratificação o funcionário
saúde, será determinada em lei. que deixar de comparecer ao serviço em virtude de férias,
luto, casamento, doença comprovada, serviços
Art. 145 – A gratificação pela elaboração de trabalho obrigatórios por lei.
técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço (Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do Estado de Minas
público, será arbitrada pelo Governador do Estado, após Gerais.)
sua conclusão.
CAPÍTULO IX
Art. 146 – A gratificação a título de representação Das Férias
quando em serviço ou estudo fora do Estado, será (Vide art. 12 da Lei nº 18185, de 4/6/2009.)
autorizada pelo Governador do Estado, levando em conta Art. 152 – O funcionário gozará, obrigatoriamente,
o vencimento e a duração certa ou presumível do estudo por ano vinte e cinco dias úteis de férias, observada a
e as condições locais, salvo se a lei ou regulamento já escala que for organizada de acordo com conveniência do
dispuser a respeito. serviço, não sendo permitida a acumulação de férias.
Parágrafo único – A gratificação de que trata este § 1º – Na elaboração da escala, não será permitido
artigo terá limite mínimo de um terço do vencimento do que entrem em gozo de férias, em um só mês, mais de
funcionário. um terço de funcionários de uma seção ou serviço.
§ 2º – É proibido levar à conta de férias qualquer
Art. 147 – A gratificação relativa ao exercício em falta ao trabalho.
órgão legal de deliberação coletiva será fixada em lei. § 3º – Ingressando no serviço público estadual,
somente depois do 11º mês de exercício poderá o
Art. 148 – A gratificação pela prestação de serviço funcionário gozar férias.
extraordinário, que não poderá, em hipótese alguma, (Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.)
exceder ao vencimento do funcionário, será: (Vide art. 17 da Lei Complementar nº 102, de 17/1/2008.)
a) previamente arbitrada pelo Secretário de Estado
ou Diretor de Departamento diretamente subordinado ao Art. 153 – Durante as férias, o funcionário terá direito
Governador do Estado; ao vencimento ou remuneração e a todas as vantagens,
b) paga por hora de trabalho prorrogado ou como se estivesse em exercício exceto a gratificação por
antecipado. serviço extraordinário.

ID:
192
Art. 154 – O funcionário promovido, transferido ou Art. 159 – Aos funcionários interinos e aos em
removido, quando em gozo de férias, não será obrigado a comissão não será concedida licença para tratar de
apresentar-se antes de terminá-las. interesses particulares.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Art. 155 – É facultado ao funcionário gozar férias
onde lhe convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes do seu Art. 160 – A competência para a concessão de
início, comunicar o seu endereço eventual ao chefe da licença para tratamento de saúde será definida em
repartição ou serviço a que estiver subordinado. regulamento próprio.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
CAPÍTULO X
Das Férias-Prêmio
Art. 161 – A licença dependente de inspeção médica
Art. 156 – O funcionário gozará férias-prêmio
será concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo.
correspondente a decênio de efetivo exercício em cargos
Parágrafo único – Antes de findo esse prazo o
estaduais na base de quatro meses por decênio.
funcionário será submetido a nova inspeção e o laudo
§ 1º – As férias-prêmio serão concedidas com o
médico concluirá pela sua volta ao serviço, pela
vencimento ou remuneração e todas as demais vantagens
prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
do cargo, excetuadas somente as gratificações por
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
serviços extraordinários, e sem perda da contagem de
tempo para todos os efeitos, como se estivesse em
exercício. Art. 162 – Finda a licença, o funcionário deverá
§ 2º – Para tal fim, não se computará o afastamento reassumir, imediatamente, o exercício do cargo, se assim
do exercício das funções, por motivo de: concluir o laudo de inspeção médica, salvo caso de
a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento; prorrogação, mesmo sem o despacho final desta.
b) férias anuais; (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
c) requisição de outras entidades públicas, com
afastamento autorizado pelo Governo do Estado; Art. 163 – As licenças concedidas dentro de
d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou sessenta dias contados da terminação da anterior serão
representação fora da sede, autorizada pelo Governo do consideradas como prorrogação.
Estado; (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
e) licença para tratamento de saúde até 180 dias;
f) júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 164 – O funcionário não poderá permanecer em
g) exercício de funções de governo ou administração licença por prazo superior a 24 meses salvo o portador de
em qualquer parte do território estadual, por nomeação do tuberculose, lepra ou pênfigo foliáceo, que poderá ter
Governo do Estado. mais três prorrogações de 12 meses cada uma, desde
§ 3º – O servidor público terá, automaticamente, que, em exames periódicos anuais, não se tenha
contado em dobro, para fins de aposentadoria e verificado a cura.
vantagens dela decorrentes, o tempo de férias-prêmio não (Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
gozadas. (Vide arts. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 3.579, de 19/11/1965.)
(Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 165 – Decorrido o prazo estabelecido no artigo
anterior, o funcionário será submetido a inspeção médica
Art. 157 – O pedido de concessão de férias-prêmio e aposentado, se for considerado definitivamente inválido
deverá ser instruído com certidão de contagem de tempo para o serviço público em geral.
fornecida pela repartição competente. (Vide art. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
Parágrafo único – Considera-se repartição
competente para tal fim aquela que dispuser de
Art. 166 – O funcionário poderá gozar licença onde
elementos para certificar o tempo de serviço mediante
lhe convier, ficando obrigado a comunicar, por escrito, o
fichas oficiais cópias de folhas de pagamento ou registro
seu endereço ao chefe a que estiver imediatamente
de ponto.
subordinado.
(Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)

CAPÍTULO XI
Art. 167 – O funcionário acidentado no exercício de
Das Licenças
suas atribuições terá assistência hospitalar, médica e
SEÇÃO I
farmacêutica dada a custa do Instituto de Previdência dos
Disposições Gerais
Servidores do Estado de Minas Gerais.
Art. 158 – O funcionário poderá ser licenciado:
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
I – para tratamento de saúde;
II – quando acidentado no exercício de suas
atribuições ou atacado de doença profissional; SEÇÃO II
III – por motivo de doença em pessoa de sua família; Licença para Tratamento de Saúde
IV – no caso previsto no art. 175; Art. 168 – A licença para tratamento de saúde será
V – quando convocado para serviço militar; concedida a pedido do funcionário ou "ex-officio".
VI – para tratar de interesses particulares; Parágrafo único – Num e noutro caso de que cogita
VII – no caso previsto no art. 186. este artigo é indispensável a inspeção médica, que
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
deverá realizar-se, sempre que necessária, na residência
do funcionário.
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)

ID:
193
Art. 169 – O funcionário licenciado para tratamento (Vide arts. 17 e 70 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade
remunerada. SEÇÃO IV
(Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 937, de 18/6/1953.) Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Art. 176 – O funcionário poderá obter licença por
motivo de doença na pessoa do pai, mãe, filhos ou
Art. 170 – Quando licenciado para tratamento de cônjuge de que não esteja legalmente separado.
saúde, acidente no serviço de suas atribuições, ou § 1º – (Vetado).
doença profissional, o funcionário receberá integralmente § 2º – Provar-se-á a doença mediante inspeção
o vencimento ou a remuneração e demais vantagens. médica, na forma prevista em lei, para a licença de que
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) trata o artigo.
§ 3º – (Vetado).
Art. 171 – O funcionário licenciado para tratamento
de saúde é obrigado a reassumir o exercício, se for SEÇÃO V
considerado apto em inspeção médica "ex-officio". Licença para Serviço Militar
Parágrafo único – O funcionário poderá desistir da Art. 177 – Ao funcionário que for convocado para o
licença desde que, mediante inspeção médica, seja serviço militar e outros encargos de segurança nacional,
julgado apto para o exercício. será concedida licença com vencimento ou remuneração
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) e demais vantagens, descontada mensalmente a
importância que receber na qualidade de incorporado.
§ 1º – A licença será concedida mediante
Art. 172 – O funcionário atacado de tuberculose
comunicação do funcionário ao chefe da repartição ou do
ativa, cardiopatia descompensada, alienação mental,
serviço, acompanhada de documento oficial de que prove
neoplasia maligna, leucemia, cegueira, lepra, pênfigo
a incorporação.
foliáceo ou paralisia que o impeça de locomover-se, será
§ 2º – O funcionário desincorporado reassumirá
compulsoriamente licenciado, com vencimento ou
imediatamente o exercício, sob pena de perda do
remuneração integral e demais vantagens.
vencimento ou remuneração e, se a ausência exceder a
Parágrafo único – Para verificação das moléstias
trinta dias, de demissão, por abandono do cargo.
referidas neste artigo, a inspeção médica será feita
§ 3º – Tratando-se de funcionário cuja incorporação
obrigatoriamente por uma junta médica oficial, de três
tenha perdurado pelo menos um ano, o chefe da
membros, todos presentes.
repartição ou serviço a que tiver de se apresentar o
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
funcionário poderá conceder-lhe o prazo de quinze dias
para reassumir o exercício, sem perda de vencimento ou
Art. 173 – O funcionário, durante a licença, ficar remuneração.
obrigado a seguir rigorosamente o tratamento médico § 4º – Quando a desincorporação se verificar em
adequado à doença, sob pena de lhe ser suspenso o lugar diverso do exercício, os prazos para a apresentação
pagamento de vencimento ou remuneração. do funcionário à sua repartição ou serviço serão os
§ 1º – No caso de alienado mental, responderá o marcados no artigo 70.
curador pela obrigação de que trata este artigo.
§ 2º – A repartição competente fiscalizará a Art. 178 – Ao funcionário que houver feito curso para
observância do disposto neste artigo. oficial da reserva das forças armadas, será também
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) concedida licença com vencimento ou remuneração e
demais vantagens durante os estágios prescritos pelos
Art. 174 – A licença será convertida em regulamentos militares, quando por estes não tiver direito
aposentadoria, na forma do art. 165, e antes do prazo àquele pagamento, assegurado, em qualquer caso, o
nele estabelecido, quando assim opinar a junta médica, direito de opção.
por considerar definitiva, para o serviço público em geral,
a invalidez do funcionário. SEÇÃO VI
(Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Licença para Tratar de Interesses Particulares
Art. 179 – Depois de dois anos de exercício, o
SEÇÃO III funcionário poderá obter licença, sem vencimento ou
Licença à Funcionária Gestante remuneração, para tratar de interesses particulares.
Art. 175 – À funcionária gestante será concedida, § 1º – A licença poderá ser negada quando o
mediante inspeção médica, licença, por três meses, com afastamento do funcionário for inconveniente ao interesse
vencimento ou remuneração e demais vantagens. do serviço.
§ 1º – A licença só poderá ser concedida para o § 2º – O funcionário deverá aguardar em exercício a
período que compreenda, tanto quanto possível, os concessão da licença.
últimos quarenta e cinco dias da gestação e o puerpério. (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
§ 2º – A licença deverá ser requerida até o oitavo
mês da gestação, competindo à junta médica fixar a data Art. 180 – Não será concedida licença para tratar de
do seu início. interesses particulares ao funcionário nomeado, removido
§ 3º – O pedido encaminhado depois do oitavo mês ou transferido, antes de assumir o exercício.
da gestação será prejudicado quanto à duração da (Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
licença, que se reduzirá dos dias correspondentes ao
atraso na formulação do pedido. Art. 181 – Não será, igualmente, concedida licença
§ 4º – Se a criança nascer viva, prematuramente, para tratar de interesses particulares ao funcionário que, a
antes que a funcionária tenha requerido a licença, o início
desta será a partir da data do parto.

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194
qualquer título, estiver ainda obrigado a indenização ou processo administrativo em que se lhes tenha assegurada
devolução aos cofres públicos. ampla defesa.
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Parágrafo único – A estabilidade não diz respeito ao
cargo, ressalvando-se à administração o direito de
Art. 182 – (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de readaptar o funcionário em outro cargo, removê-lo,
11/7/1972.) transferi-lo ou transformar o cargo, no interesse do
serviço.
Art. 183 – O funcionário poderá, a qualquer tempo, (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
reassumir o exercício desistindo da licença.
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
CAPÍTULO XIII
Da Disponibilidade
Art. 184 – A autoridade que houver concedido a
Art. 190 – Quando se extinguir o cargo, o funcionário
licença poderá, a todo tempo, desde que o exija o
estável ficará em disponibilidade remunerada, com
interesse do serviço público, cassá-la, marcando razoável
vencimento ou remuneração integrais e demais
prazo para que o funcionário licenciado reassuma o
vantagens, até o seu obrigatório aproveitamento em outro
exercício.
cargo de natureza, vencimentos ou remuneração
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
compatíveis com o que ocupava.
(Vide § 3º do inciso III do art. 35 da Constituição do Estado de Minas
Art. 185 – (Vetado). Gerais.)
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
CAPÍTULO XIV
SEÇÃO VII Do Direito de Petição
Licença à Funcionária Casada com Funcionário (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
Art. 186 – A funcionária casada com funcionário Art. 191 – É assegurado ao funcionário o direito de
estadual, federal ou militar, terá direito a licença, sem requerer ou representar.
vencimento ou remuneração, quando o marido for
mandado servir, independentemente de solicitação, em Art. 192 – O requerimento será dirigido à autoridade
outro ponto do Estado ou do território nacional ou no competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
estrangeiro. daquela a que estiver imediatamente subordinado o
Parágrafo único – A licença será concedida requerente.
mediante pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo
tempo que durar a comissão ou nova função do marido. Art. 193 – O pedido de reconsideração será dirigido
à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a
CAPÍTULO XII primeira decisão, não podendo ser renovado.
Da Estabilidade Parágrafo único – O requerimento e o pedido de
Art. 187 – O funcionário adquirirá estabilidade depois reconsideração de que tratam os artigos anteriores
de: deverão ser despachados no prazo de cinco dias e
I – dois anos de exercício, quando nomeado em decididos dentro de trinta, improrrogáveis.
virtude de concurso;
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Art. 194 – Caberá recurso:
II – cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
concurso. II – das decisões sobre os recursos sucessivamente
Parágrafo único – Não adquirirão estabilidade, interpostos.
qualquer que seja o tempo de serviço o funcionário § 1º – O recurso será dirigido à autoridade
interino e no cargo em que estiver substituindo ou imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
comissionado, o nomeado em comissão ou em proferido a decisão e, sucessivamente, em escala
substituição. ascendente, às demais autoridades.
(Vide art. 5° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.) § 2º – No encaminhamento do recurso observar-se-á
(Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) o disposto na parte final do art. 192.

Art. 188 – Para fins de aquisição de estabilidade, só Art. 195 – Os pedidos de reconsideração e os
será contado o tempo de serviço efetivo, prestado em recursos que não têm efeito suspensivo; os que forem
cargos estaduais. providos, porém, darão lugar às retificações necessárias,
Parágrafo único – Desligando-se do serviço público retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado,
estadual e sendo readmitido ou nomeado para outro desde que outra solução jurídica não determine a
cargo estadual, a contagem de tempo será feita, para fim autoridade, quanto aos efeitos relativos ao passado.
de estabilidade, na data da nova posse.
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) Art. 196 – O direito de pleitear na esfera
(Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) administrativa prescreverá, em geral, nos mesmos prazos
fixados para as ações próprias cabíveis no judiciário,
Art. 189 – Os funcionários públicos perderão o quanto à espécie.
cargo: Parágrafo único – Se não for o caso de direito que
I – quando vitalícios, somente em virtude de dê oportunidade à ação judicial, prescreverá a faculdade
sentença judiciária; de pleitear na esfera administrativa, dentro de 120 dias a
II – quando estáveis, no caso do número anterior, no contar da data da publicação oficial do ato impugnado ou,
de extinguir o cargo ou no de serem demitidos mediante quando este for da natureza reservada, da data da ciência
do interessado.

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remuneração ou vantagens decorrentes do exercício, nos
Art. 197 – O funcionário que se dirigir ao Poder dias de prova ou de exame.
Judiciário ficará obrigado a comunicar essa iniciativa a
seu chefe imediato para que este providencie a remessa TÍTULO VIII
do processo, se houver, ao juiz competente, como peça Dos Deveres e da Ação Disciplinar
instrutiva da ação judicial. CAPÍTULO I
Das Responsabilidades
Art. 198 – São fatais e improrrogáveis os prazos (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
estabelecidos neste capítulo. Art. 208 – Pelo exercício irregular de suas
atribuições, o funcionário responde civil, penal e
CAPÍTULO XV administrativamente.
Da Acumulação (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
Art. 199 – É vedada a acumulação de cargo, exceto Art. 209 – A responsabilidade civil decorre de
as previstas nos artigos 61, número I e 137, da procedimento doloso ou culposo, que importe em prejuízo
Constituição Estadual. da Fazenda Estadual, ou de terceiro.
(Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) § 1º – A indenização de prejuízo causado à Fazenda
Estadual no que exceder as forças da fiança, poderá ser
Art. 200 – É vedada, ainda, a acumulação de liquidada mediante o desconto em prestações mensais
funções ou de cargos e funções do Estado, ou do Estado não excedentes da décima parte do vencimento ou
com os da União ou Município e com os das entidades remuneração, à míngua de outros bens que respondam
autárquicas. pela indenização.
Parágrafo único – Não se compreende na proibição § 2º – Tratando-se de dano causado a terceiro,
deste artigo a acumulação de cargo ou função com a responderá o funcionário perante a Fazenda Estadual, em
gratificação de função. ação regressiva, proposta depois de transitar em julgado
(Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) a decisão de última instância que houver condenado a
Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado.
CAPÍTULO XVI (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Das Concessões
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) Art. 210 – A responsabilidade penal abrange os
Art. 201 – Sem prejuízo do vencimento, crimes e contravenções imputados ao funcionário, nessa
remuneração ou qualquer outro direito ou vantagem legal, qualidade.
o funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias (Vide art. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
consecutivos por motivo de:
a) casamento; Art. 211 – A responsabilidade administrativa resulta
b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. de atos ou omissões praticados no desempenho do cargo
ou função.
Art. 202 – Ao funcionário licenciado para tratamento (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
de saúde poderá ser concedido transporte, inclusive para
as pessoas de sua família, por conta do Estado, fora da Art. 212 – As cominações civis, penais e
sede de serviço, se assim o exigir o laudo médico oficial. disciplinares poderão cumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
Art. 203 – Poderá ser concedido transporte à família penal e administrativa.
do funcionário, quando este falecer fora da sede de seus (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
trabalhos, no desempenho de serviço.
CAPÍTULO II
Art. 204 – (Revogado pelo art. 6º da Lei
Da Prisão Preventiva e da Suspensão Preventiva
Complementar nº 70, de 30/7/2003.)
Art. 213 – Cabe, dentro das respectivas
competências, aos Secretários de Estado e aos Diretores
Art. 205 – O vencimento ou a remuneração do
de Departamentos diretamente subordinados ao
funcionário em atividade ou em disponibilidade e o
Governador do Estado, ordenar a prisão administrativa de
provento atribuído ao que estiver aposentado não
todo ou qualquer responsável pelos dinheiros e valores
poderão sofrer outros descontos que não sejam previstos
pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob
em lei.
a guarda desta, nos casos de alcance ou omissão em
efetuar as entradas nos devidos prazos.
Art. 206 – A administração, em igualdade de
§ 1º – A autoridade que ordenar a prisão comunicará
condições, preferirá para transferência ou remoção da
o fato imediatamente à autoridade judiciária competente,
localidade onde trabalha, o funcionário que não seja
para os devidos efeitos.
estudante.
§ 2º – Providenciará, ainda, no sentido de ser
iniciado com urgência e imediatamente concluído o
Art. 207 – Ao funcionário estudante matriculado em
processo de tomada de contas.
estabelecimento de ensino será concedido, sempre que
§ 3º – A prisão administrativa não poderá exceder a
possível, horário especial de trabalho que possibilite a
noventa dias.
frequência regular às aulas.
Parágrafo único – Ao funcionário estudante será
Art. 214 – Poderá ser ordenada, pelo Secretário de
permitido faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento,
Estado e Diretores de Departamentos diretamente

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subordinados ao Governador do Estado, dentro da percepção de vencimentos e vantagens, de parente até
respectiva competência, a suspensão preventiva do segundo grau;
funcionário, até trinta dias, desde que seu afastamento X – receber propinas, comissões, presentes e
seja necessário para a averiguação de faltas cometidas, vantagens de qualquer espécie em razão das atribuições;
podendo ser prorrogada até noventa dias, findos os quais XI – contar a pessoa estranha à repartição, fora dos
cessarão os efeitos da suspensão, ainda que o processo casos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe
administrativo não esteja concluído. competir ou a seus subordinados.
(Vide art. 173 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
Art. 215 – O funcionário terá direito:
I – à contagem de tempo de serviço relativo ao CAPÍTULO IV
período da prisão ou da suspensão, quando do processo Da apuração de irregularidades
não resultar punição, ou esta se limitar às penas de SEÇÃO I
advertências, multa ou repreensão; Do processo administrativo
II – à diferença de vencimento ou remuneração e à (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)
contagem de tempo de serviço correspondente ao período (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 116, de 11/1/2011.)
de afastamento excedente do prazo de suspensão Art. 218 – A autoridade que tiver ciência ou notícia
efetivamente aplicada. da ocorrência de irregularidades no serviço público é
obrigado a promover-lhe a apuração imediata por meio de
CAPÍTULO III sumários, inquérito ou processo administrativo.
Dos Deveres e Proibições Parágrafo único – O processo administrativo
Art. 216 – São deveres do funcionário: precederá sempre à demissão do funcionário.
I – assiduidade; (Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
II – pontualidade; (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
III – discrição; (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
IV – urbanidade;
V – lealdade às instituições constitucionais e Art. 219 – São competentes para determinar a
administrativas a que servir; instauração do processo administrativo os Secretários de
VI – observância das normas legais e Estado e os Diretores de Departamentos diretamente
regulamentares; subordinados ao Governador do Estado.
VII – obediência às ordens superiores, exceto (Vide art. 11 da Lei Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
quando manifestamente ilegais; (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
VIII – levar ao conhecimento da autoridade superior
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo; Art. 220 – O processo administrativo constará de
IX – zelar pela economia e conservação do material duas fases distintas:
que lhe for confiado; a) inquérito administrativo;
X – providenciar para que esteja sempre em ordem b) processo administrativo propriamente dito.
no assentamento individual a sua declaração de família; § 1º – Ficará dispensada a fase do inquérito
XI – atender prontamente: administrativo quando forem evidentes as provas que
a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; demonstrem a responsabilidade do indiciado ou
b) à expedição das certidões requeridas para a indiciados.
defesa de direito. § 2º – O inquérito administrativo se constituirá de
(Vide art. 172 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) averiguação sumária, sigilosa, de que se encarregarão
funcionários designados pelas autoridades a que se refere
Art. 217 – Ao funcionário é proibido: o art. 219 e deverá ser iniciado e concluído no prazo
I – referir-se de modo depreciativo, em informação, improrrogável de 30 dias a partir da data de designação.
parecer ou despacho, às autoridades e atos da § 3º – Os funcionários designados para proceder ao
administração pública, podendo, porém, em trabalho inquérito, salvo autorização especial da autoridade
assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da competente, não poderão exercer outras atribuições além
organização do serviço; das de pesquisas e averiguação indispensável à
II – retirar sem prévia autorização da autoridade elucidação do fato, devendo levar as conclusões a que
competente qualquer documento ou objeto da repartição; chegarem ao conhecimento da autoridade competente,
III – promover manifestações de apreço ou com a caracterização dos indiciados.
desapreço e fazer circular ou subscrever lista de § 4º – Nenhuma penalidade, exceto repreensão,
donativos no recinto da repartição; multa e suspensão, poderá decorrer das conclusões a
IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal que chegar o inquérito, que é simples fase preliminar do
em detrimento da dignidade da função; processo administrativo.
V – coagir ou aliciar subordinados com objetivos de (Parágrafo vetado e com redação dada pelo art. 9º da Lei nº 937, de
natureza partidária; 18/6/1953.)
VI – participar da gerência ou administração de § 5º – Os funcionários encarregados do inquérito
empresa comercial ou industrial, salvo os casos administrativo dedicarão todo o seu tempo aos trabalhos
expressos em lei; do mesmo, sem prejuízo de vencimento, remuneração ou
VII – exercer comércio ou participar de sociedade vantagem decorrente do exercício.
comercial, exceto como acionista, quotista ou (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
comandatário;
VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas; Art. 221 – O processo administrativo será realizado
IX – pleitear, como procurador ou intermediário, por uma comissão, designada pela autoridade que houver
junto às repartições públicas, salvo quando se tratar de determinado a sua instauração e composta de três
funcionários estáveis.

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§ 1º – A autoridade indicará, no ato da designação, Art. 228 – Apresentado o relatório, os componentes
um dos funcionários para dirigir, como presidente, os da comissão assumirão o exercício de seus cargos, mas
trabalhos da comissão. ficarão à disposição da autoridade que houver mandado
§ 2º – O presidente designará um dos outros instaurar o processo para a prestação de qualquer
componentes da comissão para secretariá-la. esclarecimento julgado necessário.
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 222 – Os membros da comissão dedicarão todo Art. 229 – Entregue o relatório da comissão,
o seu tempo aos trabalhos da mesma, ficando, por isso, acompanhado do processo, à autoridade que houver
automaticamente dispensados do serviço de sua determinado à sua instauração, essa autoridade deverá
repartição, sem prejuízo do vencimento, remuneração ou proferir o julgamento dentro do prazo improrrogável de
vantagens decorrentes do exercício, durante a realização sessenta dias.
das diligências que se tornarem necessárias. Parágrafo único – Se o processo não for julgado no
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) prazo indicado neste artigo, o indiciado reassumirá,
automaticamente, o exercício de seu cargo ou função, e
Art. 223 – O processo administrativo deverá ser aguardará em exercício o julgamento, salvo o caso de
iniciado dentro do prazo, improrrogável, de três dias prisão administrativa que ainda perdure.
contados da data da designação dos membros da (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
comissão e concluído no de sessenta dias, a contar da
data de seu início. Art. 230 – Quando escaparem à sua alçada as
Parágrafo único – Por motivo de força-maior, poderá penalidades e providências que lhe parecerem cabíveis, a
a autoridade competente prorrogar os trabalhos da autoridade que determinou a instauração do processo
comissão pelo máximo de 30 dias. administrativo, propô-las-á dentro do prazo marcado para
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) julgamento, à autoridade competente.
§ 1º – Na hipótese deste artigo, o prazo para
Art. 224 – A comissão procederá a todas as julgamento final será de quinze dias, improrrogável.
diligências que julgar convenientes, ouvindo, quando § 2º – A autoridade julgadora promoverá as
necessário, a opinião de técnicos ou peritos. providências necessárias à sua execução.
Parágrafo único – Terá o funcionário indiciado o (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
direito de, pessoalmente ou por procurador, acompanhar
todo o desenvolver do processo, podendo, através do seu Art. 231 – As decisões serão sempre publicadas no
defensor, indicar e inquirir testemunhas, requerer juntada órgão oficial, dentro do prazo de oito dias.
de documentos, vista do processo em mãos da comissão (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
e o mais que for necessário a bem de seu interesse, sem
prejuízo para o andamento normal do trabalho. Art. 232 – Quando ao funcionário se imputar crime
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) praticado na esfera administrativa, a autoridade que
determinar a instauração do processo administrativo
Art. 225 – Ultimado o processo, a comissão providenciará para que se instaure simultaneamente o
mandará, dentro de quarenta e oito horas, citar o acusado inquérito policial.
para, no prazo de dez dias, apresentar defesa. (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Parágrafo único – Achando-se o acusado em lugar
incerto, a citação será feita por edital publicado no órgão Art. 233 – Quando a infração estiver capitulada na lei
oficial, durante oito dias consecutivos. Neste caso, o penal, será remetido o processo à autoridade competente,
prazo de dez dias para apresentação da defesa será ficando traslado na repartição.
contado da data da última publicação do edital. (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 234 – No caso de abandono do cargo ou função,


Art. 226 – No caso de revelia, será designado, "ex- de que cogita o art. 249, II, deste Estatuto, o presidente
officio", pelo presidente da comissão, um funcionário para da comissão de processo promoverá a publicação, no
se incumbir da defesa. órgão oficial, de editais de chamamento, pelo prazo de
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) vinte dias, se o funcionário estiver ausente do serviço, em
edital de citação, pelo mesmo prazo, se já tiver
Art. 227 – Esgotado o prazo referido no art. 225, a reassumido o exercício.
comissão apreciará a defesa produzida e, então, Parágrafo único – Findo o prazo fixado neste artigo,
apresentará o seu relatório, dentro do prazo de dez dias. será dado início ao processo normal, com a designação
§ 1º – Neste relatório, a comissão apreciará em de defensor "ex-officio", se não comparecer o funcionário,
relação a cada indiciado, separadamente, as e, não tendo sido feita a prova da existência de força-
irregularidades de que forem acusados, as provas maior ou de coação ilegal, a comissão proporá a
colhidas no processo, as razões de defesa, propondo, expedição do decreto de demissão, na conformidade do
então, justificadamente, a absolvição ou a punição, e art. 249, item II.
indicando, neste caso, a pena que couber. (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
§ 2º – Deverá, também, a comissão em seu relatório,
sugerir quaisquer outras providências que lhe pareçam de SEÇÃO II
interesse do serviço público. Revisão do Processo Administrativo
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.) (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)

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Art. 235 – A qualquer tempo pode ser requerida a CAPÍTULO V
revisão de processo administrativo, em que se impôs a Das Penalidades
pena de suspensão, multa, destituição de função, (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
demissão a bem do serviço público, desde que se Art. 244 – São penas disciplinares:
aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de justificar a I – Repreensão;
inocência do acusado. II – Multa;
Parágrafo único – Tratando-se de funcionário III – Suspensão;
falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser requerida IV – Destituição de função;
por qualquer pessoa relacionada no assentamento V – Demissão;
individual. VI – Demissão a bem do serviço público.
(Vide Lei nº 14.184, de 31/1/2002) Parágrafo único – A aplicação das penas
disciplinares não se sujeita à sequência estabelecida
Art. 236 – Além das peças necessárias à neste artigo, mas é autônoma, segundo cada caso e
comprovação dos fatos arguidos, o requerimento será consideradas a natureza e a gravidade da infração e os
obrigatoriamente instruído com certidão do despacho que danos que dela provierem para o serviço público.
impôs a penalidade. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Parágrafo único – Não constitui fundamento para
revisão a simples alegação de injustiça da penalidade. Art. 245 – A pena de repreensão será aplicada por
escrito em caso de desobediência ou falta de
Art. 237 – O requerimento será dirigido ao cumprimento de deveres.
Governador do Estado, que o despachará à repartição Parágrafo único – Havendo dolo ou má-fé, a falta de
onde se originou o processo. cumprimento de deveres, será punida com a pena de
Parágrafo único – Se o Governador do Estado julgar suspensão.
insuficientemente instruído o pedido de revisão, indeferi- (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
lo-á "in limine".
Art. 246 – A pena de suspensão será aplicada em
Art. 238 – Recebido o requerimento despachado
casos de:
pelo Governador do Estado, o chefe da repartição o
I – Falta grave;
distribuirá a uma comissão composta de três funcionários
II – Recusa do funcionário em submeter-se à
de categoria igual ou superior à do acusado, indicando o
inspeção médica quando necessária;
que deve servir de presidente, para processar a revisão.
III – Desrespeito às proibições consignadas neste
Estatuto;
Art. 239 – O requerimento será apenso ao processo
IV – Reincidência em falta já punida com
ou à sua cópia (art. 233) marcando-se ao interessado o
repreensão;
prazo de dez dias para contestar os fundamentos da
V – Recebimento doloso e indevido de vencimento,
acusação constantes do mesmo processo.
ou remuneração ou vantagens;
§ 1º – É impedido de funcionar na revisão quem
VI – Requisição irregular de transporte;
compôs a comissão do processo administrativo.
VII – Concessão de laudo médico gracioso.
§ 2º – Se o acusado pretender apresentar prova
§ 1º – A pena de suspensão não poderá exceder de
testemunhal deverá arrolar os nomes no requerimento de
noventa dias.
revisão.
§ 2º – O funcionário suspenso perderá todas as
§ 3º – O presidente da comissão de revisão
vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo.
designará um de seus membros para secretariá-la.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de 30/7/2003.)

Art. 247 – A pena de multa será aplicada na forma e


Art. 240 – Concluída a instrução do processo, será
nos casos expressamente previstos em lei ou
ele, dentro de dez dias, encaminhado com relatório da
regulamento.
comissão ao Governador do Estado, que o julgará.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Parágrafo único – Para esse julgamento, o
Governador do Estado terá o prazo de vinte dias,
podendo antes determinar diligências que entenda Art. 248 – A destituição de função dar-se-á:
necessárias ao melhor esclarecimento do processo. I – quando se verificar a falta de exação no seu
desempenho;
Art. 241 – Julgando procedente a revisão, o II – quando se verificar que, por negligência ou
Governador do Estado tornará sem efeito as penalidades benevolência, o funcionário contribuiu para que se não
aplicadas ao acusado. apurasse, no devido tempo, a falta de outro.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 242 – O julgamento favorável do processo
implicará também o restabelecimento de todos os direitos Art. 249 – A pena de demissão será aplicada ao
perdidos em consequência da penalidade aplicada. servidor que:
I – acumular, ilegalmente, cargos, funções ou cargos
Art. 243 – Quando o acusado pertencer ou houver com funções;
pertencido a órgão diretamente subordinado ao II – incorrer em abandono de cargo ou função
Governador do Estado, ao Secretário de Estado dos pública pelo não comparecimento ao serviço sem causa
Negócios do Interior, competirá despachar o requerimento justificada por mais de trinta dias consecutivos ou mais de
de revisão e julgá-lo, afinal. noventa dias não consecutivos em um ano;
III – aplicar indevidamente dinheiros públicos;

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IV – exercer a advocacia administrativa; § 2º – O funcionário poderá requerer reabilitação
V – receber em avaliação periódica de desempenho: administrativa, que consiste na retirada, dos registros
a) dois conceitos sucessivos de desempenho funcionais, das anotações das penas de repreensão,
insatisfatório; multa, suspensão e destituição de função, observado o
b) três conceitos interpolados de desempenho decurso de tempo assim estabelecido:
insatisfatório em cinco avaliações consecutivas; ou 1 – três (3) anos para as penas de suspensão
c) quatro conceitos interpolados de desempenho compreendidas entre sessenta (60) a noventa (90) dias ou
insatisfatório em dez avaliações consecutivas. destituição de função;
Parágrafo único. Receberá conceito de desempenho 2 – dois (2) anos para as penas de suspensão
insatisfatório o servidor cuja avaliação total, considerados compreendidas entre trinta (3) e sessenta (60) dias;
todos os critérios de julgamento aplicáveis em cada caso, 3 – um (1) ano para as penas de suspensão de um
seja inferior a 50% (cinquenta por cento) da pontuação (1) a trinta (30) dias, repreensão ou multa.
máxima admitida. § 3º – Os prazos a que se refere o parágrafo anterior
(Artigo com redação dada pelo art. 8º da Lei Complementar nº 71, de serão contados a partir do cumprimento integral das
30/7/2003.) respectivas penalidades.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide art. 24 da Lei Complementar nº 81, de 10/8/2004.)
§ 4º – A reabilitação administrativa estende-se ao
aposentado, desde que ocorram os requisitos a ela
vinculados.
Art. 250 – Será aplicada a pena de demissão a bem § 5º – Em nenhum caso a reabilitação importará
do serviço ao funcionário que: direito a ressarcimento, restituição ou indenização de
I – for convencido de incontinência pública e vencimentos ou vantagens não percebidos no período de
escandalosa, de vício de jogos proibidos e de embriaguez duração da pena.
habitual; § 6º – A reabilitação será concedida uma única vez.
II – praticar crime contra a boa ordem e § 7º – Os procedimentos para o instituto da
administração pública e a Fazenda Estadual; reabilitação serão definidos em decreto.
III – revelar segredos de que tenha conhecimento § 8º – É da competência do Secretário de
em razão do cargo ou função, desde que o faça Administração decidir sobre a reabilitação, ouvido,
dolosamente e com prejuízo para o Estado ou previamente, o titular da repartição de exercício do
particulares; funcionário.
IV – praticar, em serviço, ofensas físicas contra
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.442, de 22/10/1987.)
funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa; (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
V – lesar os cofres públicos ou delapidar o
patrimônio do Estado;
Art. 254 – Verificado, em qualquer tempo, ter sido
VI – receber ou solicitar propinas, comissões,
gracioso o laudo da junta médica, o órgão competente
presentes ou vantagens de qualquer espécie.
promoverá a punição dos responsáveis, incorrendo o
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
funcionário, a que aproveitar a fraude, na pena de
suspensão, e, na reincidência, na de demissão, e os
Art. 251 – O ato que demitir o funcionário médicos em igual pena, se forem funcionários sem
mencionará sempre a disposição legal em que se prejuízo da ação penal que couber.
fundamenta. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Parágrafo único – Uma vez submetidos a processo
administrativo, os funcionários só poderão ser exonerados
Art. 255 – O funcionário que não entrar em exercício
depois da conclusão do processo e de reconhecida a sua
dentro do prazo será demitido do cargo ou destituído da
culpabilidade.
função.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 252 – Para aplicação das penas do art. 244 são


Art. 256 – Terá cassada a licença e será demitido do
competentes:
cargo o funcionário licenciado para tratamento de saúde
I – o chefe do Governo, nos casos de demissão;
que se dedicar a qualquer atividade remunerada.
II – os Secretários de Estado e Diretores de
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
Departamentos diretamente subordinados ao Governador (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
do Estado, nos casos de suspensão por mais de trinta
dias;
Art. 257 – Será cassada, por decreto do Governador
III – os chefes de Departamentos, nos casos de
do Estado, a aposentadoria ou disponibilidade, se ficar
repreensão e suspensão até trinta dias.
provado, em processo, que o aposentado ou funcionário
Parágrafo único – A aplicação da pena de
em disponibilidade:
destituição de função caberá à autoridade que houver
I – praticou, quando em atividade, qualquer dos atos
feito a designação.
para os quais é cominada neste Estatuto a pena de
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
demissão, ou de demissão a bem do serviço público;
II – aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
Art. 253 – Deverão constar do assentamento III – aceitou representação de Estado estrangeiro,
individual todas as penas impostas ao funcionário, sem prévia autorização do Governador do Estado;
inclusive as decorrentes da falta de comparecimento às IV – praticou a usura, em qualquer de suas formas.
sessões do júri para que for sorteado. Parágrafo único – Será igualmente cassada a
§ 1º – Além da pena judicial que couber, serão disponibilidade do servidor que não assumir, no prazo
considerados como de suspensão os dias em que o legal, o cargo ou função em que for aproveitado.
funcionário deixar de atender às convocações do juiz, (Artigo com redação dada pelo art. 4º da Lei nº 2.364, de 13/1/1961.)
sem motivo justificado. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

ID:
200
Art. 258 – As penas de repreensão, multa e Art. 266 – Da infração do disposto no art. 119
suspensão prescrevem no prazo de dois anos e a de resultará demissão do funcionário por procedimento
demissão, por abandono do cargo, no prazo de quatro irregular, e imediata reposição aos cofres públicos da
anos. importância recebida, pela autoridade ordenadora do
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) pagamento.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Art. 259 – No caso do art. 249, item I, provada a
boa-fé, poderá o servidor optar, obedecidas as seguintes Art. 267 – Serão considerados como falta os dias em
normas: que o funcionário licenciado para tratamento de saúde,
a) tratando-se do exercício acumulado de cargo, considerado apto em inspeção médica "ex-officio", deixar
funções ou cargos e funções do Estado, mediante simples de comparecer ao serviço.
requerimento, de próprio punho e firma reconhecida, (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
dirigido ao Governador do Estado;
b) quando forem os cargos ou funções acumulados Art. 268 – O responsável por alcance ou desvio de
de esferas diversas da Administração – União, Estado, material não ficará isento da ação administrativa e
Município ou entidade autárquica, mediante requerimento, criminal que couber, ainda que o valor da fiança seja
na forma da alínea anterior, e dada ciência imediata do superior ao prejuízo verificado.
fato à outra entidade interessada. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Parágrafo único – Se não for provada em processo
administrativo a boa-fé, o servidor será demitido do cargo
Art. 269 – Nos casos de indenização à Fazenda
ou destituído da função estadual, sendo cientificado
Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma só
também, neste caso, a outra entidade interessada e
vez, a importância do prejuízo causado em virtude de
ficando o servidor ainda inabilitado, pelo prazo de 5 anos,
alcance, desfalque ou omissão em efetuar recolhimento
para o exercício de cargos ou funções do Estado.
ou entradas nos prazos legais.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 260 – O funcionário que indevidamente receber


Art. 270 – Fora dos casos incluídos no artigo
diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a
anterior, a importância da indenização poderá ser
importância recebida, ficando ainda sujeito a punição
descontada do vencimento ou remuneração, não
disciplinar a que se refere o art. 246, item V.
excedendo o desconto à quinta parte de sua importância
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
líquida.
Parágrafo único – O desconto poderá ser integral,
Art. 261 – Será punido com a pena de suspensão, e, quando o funcionário, para se esquivar ao ressarcimento
na reincidência, com a de demissão, o funcionário que, devido, solicitar exoneração ou abandonar o cargo.
indevidamente, conceder diárias, com o objetivo de (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
remunerar outros serviços ou encargos, ficando ainda
obrigado à reposição da importância correspondente.
Art. 271 – Será suspenso por noventa dias, e, na
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
reincidência demitido o funcionário que fora dos casos
expressamente previstos em lei, regulamentos ou
Art. 262 – Será responsabilizado pecuniariamente, regimentos, cometer à pessoas estranhas às repartições,
sem prejuízo da sanção disciplinar que couber, o chefe de o desempenho de encargos que lhe competirem ou aos
repartição que ordenar a prestação de serviço seus subordinados.
extraordinário, sem que disponha do necessário crédito. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 272 – A infração do disposto no art. 162


Art. 263 – O funcionário que processar o pagamento importará a perda total do vencimento ou remuneração e,
de serviço extraordinário, sem observância do disposto se a ausência exceder a trinta dias, a demissão por
nesta lei, ficará obrigado a recolher aos cofres do Estado abandono do cargo.
a importância respectiva. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)

Art. 273 – A responsabilidade administrativa não


Art. 264 – Será punido com a pena de suspensão e, exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal
na reincidência, com a de demissão a bem do serviço que no caso couber, nem o pagamento da indenização a
público, o funcionário que atestar falsamente a prestação que ficar obrigado o exime da pena disciplinar em que
de serviço extraordinário. incorrer.
Parágrafo único – O funcionário que se recusar, sem (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
justo motivo, à prestação de serviço extraordinário será
punido com a pena de suspensão.
Art. 274 – A autoridade que deixar de proferir o
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
julgamento em processo administrativo no prazo marcado
no art. 229, será responsabilizada pelos prejuízos que
Art. 265 – Comprovada a flagrante desnecessidade advierem do retardamento da decisão.
da antecipação ou prorrogação do período de trabalho, o (Vide §§ 1º e 4º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas
chefe da repartição que o tiver ordenado responderá Gerais.)
pecuniariamente pelo serviço extraordinário.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.) TÍTULO IX

ID:
201
Das Disposições Finais e Transitórias Art. 285 – Os decretos de provimento de cargos
Art. 275 – A nomeação de funcionário obedecerá a públicos, as designações para função gratificada, bem
ordem de classificação dos candidatos habilitados em como todos os atos ou portarias relativas a direitos,
concurso. vantagens, concessões e licenças só produzirão efeito
depois de publicados no órgão oficial.
Art. 276 – É vedado ao funcionário trabalhar sob as
ordens de parentes até segundo grau, salvo quando se Art. 286 – (Revogado pelo art. 6º da Lei
tratar de função de imediata confiança e de livre escolha, Complementar nº 70,de 30/7/2003.)
não podendo exceder a dois o número de auxiliares
nessas condições. Art. 287 – Aos funcionários que trabalham ou
tenham trabalhado pelo menos cinco anos nas oficinas do
Art. 277 – Poderá ser estabelecido o regime do "Minas Gerais", em serviço noturno, abonar-se-ão setenta
tempo integral para os cargos ou funções que a lei e dois dias, para efeito de aposentadoria, em cada ano
determinar. que for apurado.
(Vide art. 22 da Lei n° 3.422, de 8/10/1965.) Parágrafo único – Consideram-se funcionários das
oficinas do "Minas Gerais", para os fins deste artigo, os
Art. 278 – O órgão competente fornecerá ao pertencentes à:
funcionário uma caderneta de que constarão os a) revisão;
elementos de sua identificação e onde se registrarão os b) composição;
atos e fatos de sua vida funcional, essa caderneta valerá c) impressão;
como prova de identidade, para todos os efeitos, e será d) expedição.
gratuita.
Art. 288 – Os funcionários da Polícia Civil, que
Art. 279 – Considerar-se-ão da família do trabalhem em serviço de natureza estritamente policial,
funcionário, desde que vivam às suas expensas e terão direito à aposentadoria com o vencimento integral e
constem do seu assentamento individual: a incorporação das vantagens a que se refere o art. 116
I – o cônjuge; desta lei, quando completarem 25 anos de serviço
II – as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e dedicado exclusivamente às aludidas atividades policiais.
viúvas; Parágrafo único – Consideram-se atividades
III – os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores policiais, para os fins deste artigo, as exercidas por:
de 18 anos ou incapazes; a) Delegados de polícia;
IV – os pais; b) médicos legistas;
V – os netos; c) investigadores;
VI – os avós; d) guardas civis;
VII – os amparados pela delegação do pátrio poder. e) fiscais e inspetores de trânsito;
f) escrivães e escreventes da polícia;
Art. 280 – Os prazos previstos neste Estatuto serão, g) peritos do Departamento da Polícia Técnica.
todos, contados por dias corridos, salvo as exceções
previstas em lei. Art. 289 – Tem direito à aposentadoria com 25 anos
de trabalho o funcionário que, durante este período,
Art. 281 – O provimento nos cargos e transferências, trabalhou 12 anos e seis meses, pelo menos, com Raio X,
a substituição e as férias, bem como o vencimento e as substâncias radioativas ou substâncias químicas de
demais vantagens dos cargos de Magistério e do emanações corrosivas.
Ministério Público continuam a ser reguladas pelas
respectivas leis especiais, aplicadas subsidiariamente às Art. 290 – As professoras e diretoras do ensino
disposições deste Estatuto. primário que por qualquer circunstância tenham prestado
ou estejam prestando serviços aos Departamentos
Art. 282 – Nenhum imposto ou taxa estadual gravará Administrativos das Secretarias do Estado, terão direito à
vencimento, remuneração ou gratificação do funcionário, contagem do tempo de serviço, para efeito do pagamento
o ato de sua nomeação, bem como os demais atos, de seus quinquênios e aposentadoria no quadro a que
requerimentos, recursos ou títulos referentes à sua vida pertencem, conforme prevê a Constituição do Estado.
funcional.
Parágrafo único – O vencimento da disponibilidade e Art. 291 – O funcionário, que, não obstante
o provento da aposentadoria não poderão, igualmente, aposentado, tenha permanecido, a qualquer título, por
sofrer qualquer desconto por cobrança de impostos ou exigência do serviço, sem solução de continuidade, a
taxas estaduais. serviço do Estado, e ainda permaneça na data desta lei,
terá sua aposentadoria revista, sendo-lhe atribuídos
Art. 283 – Para os efeitos do art. 111, será contado o proventos correspondentes aos vencimentos da situação
tempo de efetivo exercício prestado pelo servidor em nova, do cargo em que aposentou nos termos da Lei 858,
cargo ou função de chefia anteriormente à vigência da Lei de 29 de dezembro de 1951, e as vantagens da presente
858, de 29 de dezembro de 1951. lei, relativas à inatividade.
Parágrafo único – A prova dos requisitos
Art. 284 – Nas primeiras promoções que se relacionados neste artigo será feita por certidão visada
verificarem após a vigência desta lei, será observado o pelo chefe da repartição onde trabalhe o aposentado
disposto no art. 46 da Lei 858, de 29 de dezembro de beneficiário, da qual constem elementos objetivos que
1951. atestem a permanência no serviço e o efetivo exercício,
sendo o respectivo título apostilado pela mesma
autoridade.

ID:
202
Art. 292 – Ficam derrogados os artigos 5º da Lei
346, de 30 de dezembro de 1948, e 25, I, "a", da Lei 347, Decreto nº 7.037 / 2009
da mesma data, no que se referem ao limite máximo de Programa Nacional de Direitos
idade para a admissão de extranumerários. Humanos - PNDH-3
(A lei nº 347, de 30/12/1948, a que se refere o art. 292, foi revogada pelo
art. 20 da lei nº 2.532, de 23/12/1961)
DIRETRIZ 14: Combate à violência institucional, com
Art. 293 – A concessão de diária ao funcionário nos ênfase na erradicação da tortura e na redução da
termos dos artigos 139 e seguintes, desta lei, fica letalidade policial e carcerária.
condicionada a regulamento.
Parágrafo único – Enquanto não for baixado o Objetivo estratégico I:
regulamento de que trata este artigo, as diárias serão Fortalecimento dos mecanismos de controle do
concedidas nos termos da legislação anterior. sistema de segurança pública.
(Artigo acrescentado pelo art. 11 da Lei nº 937, de 18/6/1953.) Ações programáticas:
a) Criar ouvidoria de polícia com independência
Art. 294 – A concessão de licença para tratamento para exercer controle externo das atividades das Polícias
de saúde, prevista nos artigos 158, item I e 170, desta lei, Federais e da Força Nacional de Segurança Pública,
fica condicionada a regulamento. coordenada por um ouvidor com mandato.
Parágrafo único – Enquanto não for baixado o Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
regulamento a que se refere este artigo, as licenças para Direitos Humanos da Presidência da República
tratamento de saúde serão concedidas nos termos da b) Fortalecer a Ouvidoria do Departamento
legislação anterior à vigência desta lei. Penitenciário Nacional, dotando-a de recursos humanos e
(Artigo acrescentado pelo art. 12 da Lei nº 937, de 18/6/1953.)
materiais necessários ao desempenho de suas atividades,
propondo sua autonomia funcional.
Responsável: Ministério da Justiça
Art. 295 – A presente lei entrará em vigor na data de c) Condicionar a transferência voluntária de
sua publicação, revogadas as disposições em contrário. recursos federais aos Estados e ao Distrito Federal ao
(Artigo renumerado e com redação dada pelo art. 13 da Lei nº 937, de plano de implementação ou à existência de ouvidorias de
18/6/1953.)
polícia e do sistema penitenciário, que atendam aos
requisitos de coordenação por ouvidor com mandato,
escolhidos com participação da sociedade civil e com
independência para sua atuação.
Responsável: Ministério da Justiça
d) Elaborar projeto de lei para aperfeiçoamento
da legislação processual penal, visando padronizar os
procedimentos da investigação de ações policiais com
resultado letal.
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
01_____________________________________ Direitos Humanos da Presidência da República
e) Dotar as Corregedorias da Polícia Federal, da
02_____________________________________ Polícia Rodoviária Federal e do Departamento
Penitenciário Nacional de recursos humanos e materiais
03_____________________________________ suficientes para o desempenho de suas atividades,
ampliando sua autonomia funcional.
04_____________________________________ Responsável: Ministério da Justiça
05_____________________________________ f) Fortalecer a inspetoria da Força Nacional de
Segurança Pública e tornar obrigatória a publicação
06_____________________________________ trimestral de estatísticas sobre procedimentos instaurados
e concluídos e sobre o número de policiais
07_____________________________________ desmobilizados.
Responsável: Ministério da Justiça
08_____________________________________ g) Publicar trimestralmente estatísticas sobre
procedimentos instaurados e concluídos pelas
09_____________________________________ Corregedorias da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária
Federal, e sobre a quantidade de policiais infratores e
10_____________________________________ condenados, por cargo e tipo de punição aplicada.
Responsável: Ministério da Justiça
11_____________________________________ h) Publicar trimestralmente informações sobre
pessoas mortas e feridas em ações da Polícia Federal, da
12_____________________________________
Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de
13_____________________________________ Segurança Pública.
Responsável: Ministério da Justiça
14_____________________________________ i) Criar sistema de rastreamento de armas e de
veículos usados pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária
15_____________________________________ Federal e Força Nacional de Segurança Pública, e
fomentar a criação de sistema semelhante nos Estados e
no Distrito Federal.
Responsável: Ministério da Justiça

ID:
203
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Objetivo estratégico II: Direitos Humanos da Presidência da República
Padronização de procedimentos e equipamentos do e) Estabelecer protocolo para a padronização de
sistema de segurança pública. procedimentos a serem realizados nas perícias
Ações programáticas: destinadas a averiguar alegações de tortura.
a) Elaborar procedimentos operacionais Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
padronizados para as forças policiais federais, com
f) Elaborar matriz curricular e capacitar os
respeito aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos operadores do sistema de segurança pública e justiça
Direitos Humanos da Presidência da República criminal para o combate à tortura.
b) Elaborar procedimentos operacionais Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
padronizados sobre revistas aos visitantes de
g) Capacitar e apoiar a qualificação dos agentes
estabelecimentos prisionais, respeitando os preceitos
da perícia oficial, bem como de agentes públicos de
dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos saúde, para a identificação de tortura.
Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da Direitos Humanos da Presidência da República
República h) Incluir na formação de agentes penitenciários
c) Elaborar diretrizes nacionais sobre uso da federais curso com conteúdos relativos ao combate à
força e de armas de fogo pelas instituições policiais e tortura e sobre a importância dos Direitos Humanos.
agentes do sistema penitenciário. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Direitos Humanos da Presidência da República i) Realizar campanhas de prevenção e combate
d) Padronizar equipamentos, armas, munições e à tortura nos meios de comunicação para a população em
veículos apropriados à atividade policial a serem geral, além de campanhas específicas voltadas às forças
utilizados pelas forças policiais da União, bem como de segurança pública, bem como divulgar os parâmetros
aqueles financiados com recursos federais nos Estados, internacionais de combate às práticas de tortura.
no Distrito Federal e nos Municípios. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Presidência da República
Direitos Humanos da Presidência da República j) Estabelecer procedimento para a produção de
e) Disponibilizar para a Polícia Federal, a Polícia relatórios anuais, contendo informações sobre o número
Rodoviária Federal e para a Força Nacional de Segurança de casos de torturas e de tratamentos desumanos ou
Pública munição, tecnologias e armas de menor potencial degradantes levados às autoridades, número de
ofensivo. perpetradores e de sentenças judiciais.
Responsável: Ministério da Justiça Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Objetivo estratégico III:
Consolidação de política nacional visando à Objetivo estratégico IV:
erradicação da tortura e de outros tratamentos ou Combate às execuções extrajudiciais realizadas por
penas cruéis, desumanos ou degradantes. agentes do Estado.
Ações programáticas: Ações programáticas:
a) Elaborar projeto de lei visando a instituir o a) Fortalecer ações de combate às execuções
Mecanismo Preventivo Nacional, sistema de inspeção extrajudiciais realizadas por agentes do Estado,
aos locais de detenção para o monitoramento regular e assegurando a investigação dessas violações.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
periódico dos centros de privação de liberdade, nos
Direitos Humanos da Presidência da República
termos do protocolo facultativo à convenção da ONU
b) Desenvolver e apoiar ações específicas para
contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
investigação e combate à atuação de milícias e
desumanos ou degradantes.
grupos de extermínio.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério das
Direitos Humanos da Presidência da República
Relações Exteriores;
b) Instituir grupo de trabalho para discutir e
DIRETRIZ 15: Garantia dos direitos das vítimas de
propor atualização e aperfeiçoamento da Lei
crimes e de proteção das pessoas ameaçadas.
no 9.455/1997, que define os crimes de tortura, de forma a
atualizar os tipos penais, instituir sistema nacional de
Objetivo estratégico I:
combate à tortura, estipular marco legal para a definição
Instituição de sistema federal que integre os
de regras unificadas de exame médico-legal, bem
programas de proteção.
como estipular ações preventivas obrigatórias como
Ações programáticas:
formação específica das forças policiais e capacitação de
a) Propor projeto de lei para integração, de forma
agentes para a identificação da tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da sistêmica, dos programas de proteção a vítimas e
Presidência da República testemunhas ameaçadas, defensores de Direitos
c) Promover o fortalecimento, a criação e a Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de
reativação dos comitês estaduais de combate à tortura. morte.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República Presidência da República
d) Propor projeto de lei para tornar obrigatória a b) Desenvolver sistema nacional que integre as
filmagem dos interrogatórios ou áudio gravações informações das ações de proteção às pessoas
realizadas durante as investigações policiais. ameaçadas.

ID:
204
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Ameaçados de Morte nas unidades da Federação com
Presidência da República maiores taxas de homicídio nessa faixa etária.
c) Ampliar os programas de proteção a vítimas e Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
testemunhas ameaçadas, defensores dos Direitos Presidência da República
Humanos e crianças e adolescentes ameaçados de morte b) Formular política nacional de enfrentamento
para os Estados em que o índice de violência aponte a da violência letal contra crianças e adolescentes.
criação de programas locais. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Presidência da República c) Desenvolver e aperfeiçoar os indicadores de
d) Garantir a formação de agentes da Polícia morte violenta de crianças e adolescentes, assegurando
Federal para a proteção das pessoas incluídas nos publicação anual dos dados.
programas de proteção de pessoas ameaçadas, Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
observadas suas diretrizes. Presidência da República; Ministério da Saúde
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos d) Desenvolver programas de enfrentamento da
Direitos Humanos da Presidência da República violência letal contra crianças e adolescentes e divulgar
e) Propor ampliação os recursos orçamentários as experiências bem sucedidas.
para a realização das ações dos programas de proteção a Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
vítimas e testemunhas ameaçadas, defensores dos Presidência da República; Ministério da Justiça
Direitos Humanos e crianças e adolescentes ameaçados
de morte. Objetivo estratégico IV:
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Garantia de proteção dos defensores dos Direitos
Presidência da República Humanos e de suas atividades.
Ações programáticas:
Objetivo estratégico II: a) Fortalecer a execução do Programa Nacional
Consolidação da política de assistência a vítimas e a de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos,
testemunhas ameaçadas. garantindo segurança nos casos de violência,
Ações programáticas: ameaça, retaliação, pressão ou ação arbitrária, e a
a) Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco defesa em ações judiciais de má-fé, em decorrência de
legal do Programa Federal de Assistência a Vítimas e suas atividades.
Testemunhas Ameaçadas, ampliando a proteção de Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
escolta policial para as equipes técnicas do programa, e Presidência da República
criar sistema de apoio à reinserção social dos b) Articular com os órgãos de segurança pública
usuários do programa. de Direitos Humanos nos Estados para garantir a
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos segurança dos defensores dos Direitos Humanos.
Direitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
b) Regulamentar procedimentos e competências Direitos Humanos da Presidência da República
para a execução do Programa Federal de Assistência a c) Capacitar os operadores do sistema de
Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, em especial para a segurança pública e de justiça sobre o trabalho dos
realização de escolta de seus usuários. defensores dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Direitos Humanos da Presidência da República Presidência da República
c) Fomentar a criação de centros de d) Fomentar parcerias com as Defensorias
atendimento a vítimas de crimes e a seus familiares, Públicas dos Estados e da União para a defesa judicial
com estrutura adequada e capaz de garantir o dos defensores dos Direitos Humanos nos processos
acompanhamento psicossocial e jurídico dos usuários, abertos contra eles.
com especial atenção a grupos sociais mais vulneráveis, Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
assegurando o exercício de seus direitos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da e) Divulgar em âmbito nacional a atuação dos
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para defensores e militantes dos Direitos Humanos,
as Mulheres da Presidência da República fomentando cultura de respeito e valorização de seus
d) Incentivar a criação de unidades papéis na sociedade.
especializadas do Serviço de Proteção ao Depoente Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Especial da Polícia Federal nos Estados e no Distrito Presidência da República
Federal.
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos DIRETRIZ 16: Modernização da política de execução
Direitos Humanos da Presidência da República penal, priorizando a aplicação de penas e medidas
e) Garantir recursos orçamentários e de alternativas à privação de liberdade e melhoria do
infraestrutura ao Serviço de Proteção ao Depoente sistema penitenciário.
Especial da Polícia Federal, necessários ao atendimento
pleno, imediato e de qualidade aos depoentes especiais e Objetivo estratégico I:
a seus familiares, bem como o atendimento às demandas Reestruturação do sistema penitenciário.
de inclusão provisória no programa federal. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a) Elaborar projeto de reforma da Lei de
Execução Penal (Lei no 7.210/1984), com o propósito de:
Objetivo estratégico III: - Adotar mecanismos tecnológicos para coibir a entrada
Garantia da proteção de crianças e adolescentes de substâncias e materiais proibidos, eliminando a
ameaçados de morte. prática de revista íntima nos familiares de presos;
Ações programáticas: - Aplicar a Lei de Execução Penal também a presas e
a) Ampliar a atuação federal no âmbito do presos provisórios e aos sentenciados pela Justiça
Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Especial;

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205
- Vedar a divulgação pública de informações sobre perfil reintegração social dos presos, internados e egressos,
psicológico do preso e eventuais diagnósticos com sua efetiva inclusão nas políticas públicas sociais.
psiquiátricos feitos nos estabelecimentos prisionais; Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
- Instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino pelos Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde;
estabelecimentos penais e a remição de pena por estudo; Ministério da Educação; Ministério do Esporte
- Estabelecer que a perda de direitos ou a redução de l) Debater, por meio de grupo de trabalho
acesso a qualquer direito ocorrerá apenas como interministerial, ações e estratégias que visem
consequência de faltas de natureza grave; assegurar o encaminhamento para o presídio
- Estabelecer critérios objetivos para isolamento de feminino de mulheres transexuais e travestis que
presos e presas no regime disciplinar diferenciado; estejam em regime de reclusão.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
- Configurar nulidade absoluta dos procedimentos
Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria
disciplinares quando não houver intimação do defensor Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
do preso; República
- Estabelecer o regime de condenação como limite para
casos de regressão de regime; Objetivo estratégico II:
- Assegurar e regulamentar as visitas íntimas para a Limitação do uso dos institutos de prisão cautelar.
população carcerária LGBT. Ações programáticas:
Responsável: Ministério da Justiça a) Propor projeto de lei para alterar o Código de
b) Elaborar decretos extraordinários de indulto a Processo Penal, com o objetivo de:
condenados por crimes sem violência real, que reduzam - Estabelecer requisitos objetivos para decretação de
substancialmente a população carcerária brasileira. prisões preventivas que consagrem sua excepcionalidade;
Responsável: Ministério da Justiça
- Vedar a decretação de prisão preventiva em casos que
c) Fomentar a realização de revisões periódicas
envolvam crimes com pena máxima inferior a 4 (quatro)
processuais dos processos de execução penal da
anos, excetuando crimes graves como formação de
população carcerária.
quadrilha e peculato;
Responsável: Ministério da Justiça
- Estabelecer o prazo máximo de 81 (oitenta e um) dias
d) Vincular o repasse de recursos federais para
para prisão provisória.
construção de estabelecimentos prisionais nos Estados e
Responsável: Ministério da Justiça
no Distrito Federal ao atendimento das diretrizes
b) Alterar a legislação sobre abuso de
arquitetônicas que contemplem a existência de alas
autoridade, tipificando de modo específico as condutas
específicas para presas grávidas e requisitos de
puníveis.
acessibilidade. Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
e) Aplicar a Política Nacional de Saúde Mental e
Objetivo estratégico III:
a Política para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e
Tratamento adequado de pessoas com transtornos
outras Drogas no sistema penitenciário.
mentais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
Ações programáticas:
f) Aplicar a Política Nacional de Atenção Integral
a) Estabelecer diretrizes que garantam
à Saúde da Mulher no contexto prisional,
tratamento adequado às pessoas com transtornos
regulamentando a assistência pré-natal, a existência de
mentais, em consonância com o princípio de
celas específicas e período de permanência com seus
desinstitucionalização.
filhos para aleitamento.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde;
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência b) Propor projeto de lei para alterar o Código
da República Penal, prevendo que o período de cumprimento de
g) Implantar e implementar as ações de atenção medidas de segurança não deve ultrapassar o da pena
integral aos presos previstas no Plano Nacional de Saúde prevista para o crime praticado, e estabelecendo a
no Sistema Penitenciário. continuidade do tratamento fora do sistema penitenciário
Responsável: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde quando necessário.
h) Promover estudo sobre a viabilidade de Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
criação, em âmbito federal, da carreira de oficial de c) Estabelecer mecanismos para a reintegração
condicional, trabalho externo e penas alternativas, para social dos internados em medida de segurança quando da
acompanhar os condenados em liberdade condicional, os extinção desta, mediante aplicação dos benefícios sociais
presos em trabalho externo, em qualquer regime de correspondentes.
execução, e os condenados a penas alternativas à prisão. Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde;
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Planejamento, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Orçamento e Gestão
i) Avançar na implementação do Sistema de Objetivo estratégico IV:
Informações Penitenciárias (InfoPen), financiando a Ampliação da aplicação de penas e medidas
inclusão dos estabelecimentos prisionais dos Estados e alternativas.
do Distrito Federal e condicionando os repasses de Ações programáticas:
recursos federais à sua efetiva integração ao sistema. a) Desenvolver instrumentos de gestão que
Responsável: Ministério da Justiça assegurem a sustentabilidade das políticas públicas de
j) Ampliar campanhas de sensibilização para aplicação de penas e medidas alternativas.
inclusão social de egressos do sistema prisional. Responsáveis: Ministério da Justiça
Responsável: Ministério da Justiça b) Incentivar a criação de varas
k) Estabelecer diretrizes na política especializadas e de centrais de monitoramento do
penitenciária nacional que fortaleçam o processo de cumprimento de penas e medidas alternativas.
Responsável: Ministério da Justiça

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206
c) Desenvolver modelos de penas e medidas Responsável: Ministério da Justiça
alternativas que associem seu cumprimento ao ilícito f) Aperfeiçoar a legislação trabalhista, visando
praticado, com projetos temáticos que estimulem a ampliar novas tutelas de proteção das relações do
capacitação do cumpridor, bem como penas de restrição trabalho e as medidas de combate à discriminação e ao
de direitos com controle de frequência. abuso moral no trabalho.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da
d) Desenvolver programas-piloto com foco na Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
educação, para aplicação da pena de limitação de final de Presidência da República
semana. g) Implementar mecanismos de monitoramento
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação dos serviços de atendimento ao aborto legalmente
autorizado, garantindo seu cumprimento e facilidade de
DIRETRIZ 17: Promoção de sistema de justiça mais acesso.
acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
garantia e a defesa dos direitos.
Objetivo estratégico III:
Objetivo estratégico I:
Utilização de modelos alternativos de solução de
Acesso da população à informação sobre seus
conflitos.
direitos e sobre como garanti-los.
Ações programáticas:
Ações programáticas:
a) Fomentar iniciativas de mediação e
a) Difundir o conhecimento sobre os Direitos
conciliação, estimulando a resolução de conflitos por
Humanos e sobre a legislação pertinente com publicações
meios auto compositivos, voltados à maior pacificação
em linguagem e formatos acessíveis.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos social e menor judicialização.
Direitos Humanos da Presidência da República Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do
Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades
b) Fortalecer as redes de canais de denúncia
b) Fortalecer a criação de núcleos de justiça
(disque-denúncia) e sua articulação com instituições de
comunitária, em articulação com os Estados, o Distrito
Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Federal e os Municípios, e apoiar o financiamento de
Presidência da República infraestrutura e de capacitação.
c) Incentivar a criação de centros integrados de Responsável: Ministério da Justiça
serviços públicos para prestação de atendimento ágil à c) Capacitar lideranças comunitárias sobre
população, inclusive com unidades itinerantes para instrumentos e técnicas de mediação comunitária,
obtenção de documentação básica. incentivando a resolução de conflitos nas próprias
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da comunidades.
Presidência da República; Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
d) Fortalecer o governo eletrônico com a Direitos Humanos da Presidência da República
ampliação da disponibilização de informações e serviços d) Incentivar projetos pilotos de Justiça
para a população via Internet, em formato acessível. Restaurativa, como forma de analisar seu impacto e sua
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da aplicabilidade no sistema jurídico brasileiro.
Presidência da República Responsável: Ministério da Justiça
e) Estimular e ampliar experiências voltadas para
Objetivo estratégico II: a solução de conflitos por meio da mediação comunitária
Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das e dos Centros de Referência em Direitos Humanos,
normas jurídicas para proteção dos Direitos especialmente em áreas de baixo Índice de
Humanos. Desenvolvimento Humano (IDH) e com dificuldades de
Ações programáticas: acesso a serviços públicos.
a) Implementar o Observatório da Justiça Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça
Brasileira, em parceria com a sociedade civil.
Responsável: Ministério da Justiça
b) Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de Objetivo estratégico IV:
violações aos Direitos Humanos, por meio do Garantia de acesso universal ao sistema judiciário.
aprimoramento do arcabouço de sanções administrativas. Ações programáticas:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da a) Propor a ampliação da atuação da Defensoria
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Pública da União.
Justiça; Ministério do Trabalho e Emprego Responsável: Ministério da Justiça
c) Ampliar equipes de fiscalização sobre b) Fomentar parcerias entre Municípios e
violações dos Direitos Humanos, em parceria com a entidades de proteção dos Direitos Humanos para
sociedade civil. atendimento da população com dificuldade de acesso ao
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos sistema de justiça, com base no mapeamento das
Direitos Humanos da Presidência da República principais demandas da população local e no
d) Propor projeto de lei buscando ampliar a estabelecimento de estratégias para atendimento e ações
utilização das ações coletivas para proteção dos educativas e informativas.
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
garantindo a consolidação de instrumentos coletivos de Direitos Humanos da Presidência da República
resolução de conflitos. c) Apoiar a capacitação periódica e constante
Responsável: Ministério da Justiça dos operadores do Direito e servidores da Justiça na
e) Propor projetos de lei para simplificar o aplicação dos Direitos Humanos voltada para a
processamento e julgamento das ações judiciais; coibir os composição de conflitos.
atos protelatórios; restringir as hipóteses de recurso ex Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
officio e reduzir recursos e desjudicializar conflitos. Direitos Humanos da Presidência da República

ID:
207
d) Dialogar com o Poder Judiciário para sua relação com os contextos internacional, regional,
assegurar o efetivo acesso das pessoas com deficiência à nacional e local; b) a afirmação de valores, atitudes e
justiça, em igualdade de condições com as demais práticas sociais que expressem a cultura dos Direitos
pessoas. Humanos em todos os espaços da sociedade; c) a
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos formação de consciência cidadã capaz de se fazer
Direitos Humanos da Presidência da República presente nos níveis cognitivo, social, ético e político; d) o
e) Apoiar os movimentos sociais e a Defensoria desenvolvimento de processos metodológicos
Pública na obtenção da gratuidade das perícias para as participativos e de construção coletiva, utilizando
demandas judiciais, individuais e coletivas, e relacionadas linguagens e materiais didáticos contextualizados; e) o
a violações de Direitos Humanos. fortalecimento de políticas que gerem ações e
Responsável: Ministério da Justiça instrumentos em favor da promoção, da proteção e da
defesa dos Direitos Humanos, bem como da reparação
Objetivo estratégico V: das violações.
Modernização da gestão e agilização do
funcionamento do sistema de justiça. O PNDH-3 dialoga com o Plano Nacional de
Ações programáticas: Educação em Direitos Humanos (PNEDH) como
a) Propor legislação de revisão e modernização referência para a política nacional de Educação e Cultura
dos serviços notariais e de registro. em Direitos Humanos, estabelecendo os alicerces a
Responsável: Ministério da Justiça
serem adotados nos âmbitos nacional, estadual, distrital e
b) Desenvolver sistema integrado de informações
municipal.
do Poder Executivo e Judiciário e disponibilizar seu
acesso à sociedade.
O PNEDH, refletido neste programa, se desdobra
Responsável: Ministério da Justiça
em cinco grandes áreas:
Objetivo estratégico VI:
Na educação básica, a ênfase do PNDH-3 é
Acesso à Justiça no campo e na cidade.
possibilitar, desde a infância, a formação de sujeitos de
Ações programáticas:
direito, priorizando as populações historicamente
a) Assegurar a criação de marco legal para a
vulnerabilizadas. A troca de experiências entre crianças
prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos,
de diferentes raças e etnias, imigrantes, com deficiência
garantindo o devido processo legal e a função social da
física ou mental, fortalece, desde cedo, sentimento de
propriedade.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades convivência pacífica. Conhecer o diferente, desde a mais
b) Propor projeto de lei voltado a regulamentar o tenra idade, é perder o medo do desconhecido, formar
cumprimento de mandados de reintegração de posse ou opinião respeitosa e combater o preconceito, às vezes
correlatos, garantindo a observância do respeito aos arraigado na própria família.
Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; No PNDH-3, essa concepção se traduz em
Ministério do Desenvolvimento Agrário propostas de mudanças curriculares, incluindo a
c) Promover o diálogo com o Poder Judiciário educação transversal e permanente nos temas ligados
para a elaboração de procedimento para o enfrentamento aos Direitos Humanos e, mais especificamente, o estudo
de casos de conflitos fundiários coletivos urbanos e rurais. da temática de gênero e orientação sexual, das culturas
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério da Justiça; indígena e afro-brasileira entre as disciplinas do ensino
Ministério do Desenvolvimento Agrário fundamental e médio.
d) Propor projeto de lei para institucionalizar a
utilização da mediação nas demandas de conflitos No ensino superior, as metas previstas visam a
coletivos agrários e urbanos, priorizando a oitiva do incluir os Direitos Humanos, por meio de diferentes
INCRA, institutos de terras estaduais, Ministério Público e modalidades como disciplinas, linhas de pesquisa, áreas
outros órgãos públicos especializados, sem prejuízo de de concentração, transversalização incluída nos projetos
outros meios institucionais para solução de conflitos. acadêmicos dos diferentes cursos de graduação e pós-
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério graduação, bem como em programas e projetos de
da Justiça extensão.
Eixo Orientador V: A educação não formal em Direitos Humanos é
Educação e cultura em Direitos Humanos orientada pelos princípios da emancipação e da
A educação e a cultura em Direitos Humanos autonomia, configurando-se como processo de
visam à formação de nova mentalidade coletiva para o sensibilização e formação da consciência crítica. Desta
exercício da solidariedade, do respeito às diversidades forma, o PNDH-3 propõe inclusão da temática de
e da tolerância. Como processo sistemático e Educação em Direitos Humanos nos programas de
multidimensional que orienta a formação do sujeito de capacitação de lideranças comunitárias e nos programas
direitos, seu objetivo é combater o preconceito, a de qualificação profissional, alfabetização de jovens e
discriminação e a violência, promovendo a adoção de adultos, entre outros. Volta-se, especialmente, para o
novos valores de liberdade, justiça e igualdade. estabelecimento de diálogo e parcerias permanentes
como o vasto leque brasileiro de movimentos populares,
A educação em Direitos Humanos, como canal sindicatos, igrejas, ONGs, clubes, entidades empresariais
estratégico capaz de produzir uma sociedade igualitária, e toda sorte de agrupamentos da sociedade civil que
extrapola o direito à educação permanente e de desenvolvem atividades formativas em seu cotidiano.
qualidade. Trata-se de mecanismo que articula, entre
outros elementos: a) a apreensão de conhecimentos A formação e a educação continuada em
historicamente construídos sobre Direitos Humanos e a Direitos Humanos, com recortes de gênero, relações

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208
étnico-raciais e de orientação sexual, em todo o serviço Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da
público, especialmente entre os agentes do sistema de Presidência da República
Justiça de segurança pública, são fundamentais para b) Estimular a temática dos Direitos Humanos
consolidar o Estado Democrático e a proteção do direito à nos editais de avaliação e seleção de obras didáticas do
vida e à dignidade, garantindo tratamento igual a todas as sistema de ensino.
pessoas e o funcionamento de sistemas de Justiça que Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Educação;
promovam os Direitos Humanos.
c) Estabelecer critérios e indicadores de
avaliação de publicações na temática de Direitos
Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios
Humanos para o monitoramento da escolha de livros
de comunicação de massa, no sentido de construir ou
didáticos no sistema de ensino.
desconstruir ambiente nacional e cultura social de
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
respeito e proteção aos Direitos Humanos. Daí a Presidência da República; Ministério da Educação
importância primordial de introduzir mudanças que d) Atribuir premiação anual de educação em
assegurem ampla democratização desses meios, bem Direitos Humanos, como forma de incentivar a prática de
como de atuar permanentemente junto a todos os ações e projetos de educação e cultura em Direitos
profissionais e empresas do setor (seminários, debates, Humanos.
reportagens, pesquisas e conferências), buscando Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
sensibilizar e conquistar seu compromisso ético com a Presidência da República; Ministério da Educação
afirmação histórica dos Direitos Humanos. e) Garantir a continuidade da "Mostra Cinema e
Direitos Humanos na América do Sul" e o "Festival dos
DIRETRIZ 18: Efetivação das diretrizes e dos Direitos Humanos" como atividades culturais para difusão
princípios da política nacional de educação em dos Direitos Humanos.
Direitos Humanos para fortalecer cultura de direitos. Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República
Objetivo estratégico I: f) Consolidar a revista "Direitos Humanos" como
Implementação do Plano Nacional de Educação em instrumento de educação e cultura em Direitos
Direitos Humanos - PNEDH Humanos, garantindo o caráter representativo e plural em
Ações programáticas: seu conselho editorial.
a) Desenvolver ações programáticas e promover Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
articulação que viabilizem a implantação e a Presidência da República
implementação do PNEDH. g) Produzir recursos pedagógicos e didáticos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da especializados e adquirir materiais e equipamentos em
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da formato acessível para a educação em Direitos Humanos,
Justiça para todos os níveis de ensino.
b) Implantar mecanismos e instrumentos de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
monitoramento, avaliação e atualização do PNEDH, em Presidência da República; Ministério da Educação
processos articulados de mobilização nacional. h) Publicar materiais pedagógicos e didáticos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da para a educação em Direitos Humanos em formato
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da acessível para as pessoas com deficiência, bem como
Justiça promover o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em
c) Fomentar e apoiar a elaboração de planos eventos ou divulgação em mídia.
estaduais e municipais de educação em Direitos Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Humanos. Presidência da República; Ministério da Educação.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da i) Fomentar o acesso de estudantes, professores
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da e demais profissionais da educação às tecnologias da
Justiça informação e comunicação.
d) Apoiar técnica e financeiramente iniciativas em Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
educação em Direitos Humanos, que estejam em Presidência da República; Ministério da Educação
consonância com o PNEDH.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da DIRETRIZ 19: Fortalecimento dos princípios da
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de
Justiça educação básica, nas instituições de ensino superior
e) Incentivar a criação e investir no e outras instituições formadoras.
fortalecimento dos comitês de educação em Direitos
Humanos em todos os Estados e no Distrito Federal, Objetivo Estratégico I:
como órgãos consultivos e propositivos da política de Inclusão da temática de Educação e Cultura em
educação em Direitos Humanos. Direitos Humanos nas escolas de educação básica e
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
em outras instituições formadoras.
Presidência da República; Ministério da Justiça
Ações Programáticas:
a) Estabelecer diretrizes curriculares para todos
Objetivo Estratégico II:
os níveis e modalidades de ensino da educação básica
Ampliação de mecanismos e produção de materiais
para a inclusão da temática de educação e cultura em
pedagógicos e didáticos para Educação em Direitos
Direitos Humanos, promovendo o reconhecimento e o
Humanos.
respeito das diversidades de gênero, orientação sexual,
Ações programáticas:
identidade de gênero, geracional, étnico-racial, religiosa,
a) Incentivar a criação de programa nacional de
com educação igualitária, não discriminatória e
formação em educação em Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da democrática.
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria

ID:
209
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
República Presidência da República; Ministério da Educação
b) Promover a inserção da educação em Direitos c) Elaborar relatórios sobre a inclusão da
Humanos nos processos de formação inicial e continuada temática dos Direitos Humanos no ensino superior,
de todos os profissionais da educação, que atuam nas contendo informações sobre a existência de ouvidorias e
redes de ensino e nas unidades responsáveis por sobre o número de:
execução de medidas socioeducativas. - cursos de pós-graduação com áreas de concentração
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da em Direitos Humanos;
Presidência da República; Ministério da Educação - grupos de pesquisa em Direitos Humanos;
c) Incluir, nos programas educativos, o direito ao - cursos com a transversalização dos Direitos Humanos
meio ambiente como Direito Humano. nos projetos políticos pedagógicos;
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Secretaria Especial - disciplinas em Direitos Humanos;
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
- teses e dissertações defendidas;
Educação
- associações e instituições dedicadas ao tema e com as
d) Incluir conteúdos, recursos, metodologias e
quais os docentes e pesquisadores tenham vínculo;
formas de avaliação da educação em Direitos Humanos
- núcleos e comissões que atuam em Direitos Humanos;
nos sistemas de ensino da educação básica.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da - educadores com ações no tema Direitos Humanos;
Presidência da República; Ministério da Educação - projetos de extensão em Direitos Humanos;
e) Desenvolver ações nacionais de elaboração Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
de estratégias de mediação de conflitos e de Justiça
d) Fomentar a realização de estudos, pesquisas
Restaurativa nas escolas, e outras instituições formadoras
e a implementação de projetos de extensão sobre o
e instituições de ensino superior, inclusive promovendo a
período do regime 1964-1985, bem como apoiar a
capacitação de docentes para a identificação de violência
produção de material didático, a organização de acervos
e abusos contra crianças e adolescentes, seu
históricos e a criação de centros de referências.
encaminhamento adequado e a reconstrução das
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
relações no âmbito escolar. Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Justiça
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
e) Incentivar a realização de estudos, pesquisas
Justiça
e produção bibliográfica sobre a história e a presença das
f) Publicar relatório periódico de
populações tradicionais.
acompanhamento da inclusão da temática dos Direitos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Humanos na educação formal que contenha, pelo menos, Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria
as seguintes informações: Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
- Número de Estados e Municípios que possuem planos Presidência da República; Ministério da Justiça
de educação em Direitos Humanos;
- Existência de normas que incorporam a temática de Objetivo Estratégico III:
Direitos Humanos nos currículos escolares; Incentivo à transdisciplinariedade e transversalidade
- Documentos que atestem a existência de comitês de nas atividades acadêmicas em Direitos Humanos.
educação em Direitos Humanos; Ações Programáticas:
- Documentos que atestem a existência de órgãos a) Incentivar o desenvolvimento de cursos de
governamentais especializados em educação em Direitos graduação, de formação continuada e programas de pós-
Humanos. graduação em Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria
g) Desenvolver e estimular ações de Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da
enfrentamento ao bullying e ao cyberbulling. Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da as Mulheres da Presidência da República
Presidência da República; Ministério da Educação b) Fomentar núcleos de pesquisa de educação
h) Implementar e acompanhar a aplicação das em Direitos Humanos em instituições de ensino superior e
leis que dispõem sobre a inclusão da história e cultura escolas públicas e privadas, estruturando-as com
afro-brasileira e dos povos indígenas em todos os equipamentos e materiais didáticos.
níveis e modalidades da educação básica. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
Presidência da República; Ministério da Educação Ciência e Tecnologia
c) Fomentar e apoiar, no Conselho Nacional de
Objetivo Estratégico II: Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e na
Inclusão da temática da Educação em Direitos Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Humanos nos cursos das Instituições de Ensino Superior (Capes), a criação da área "Direitos Humanos"
Superior. como campo de conhecimento transdisciplinar e
Ações Programáticas: recomendar às agências de fomento que abram linhas de
a) Propor a inclusão da temática da educação financiamento para atividades de ensino, pesquisa e
em Direitos Humanos nas diretrizes curriculares nacionais extensão em Direitos Humanos.
dos cursos de graduação. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
Presidência da República; Ministério da Educação Fazenda
b) Incentivar a elaboração de metodologias d) Implementar programas e ações de fomento à
pedagógicas de caráter transdisciplinar e interdisciplinar extensão universitária em direitos humanos, para
para a educação em Direitos Humanos nas Instituições de promoção e defesa dos Direitos Humanos e o
Ensino Superior.

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210
desenvolvimento da cultura e educação em Direitos a) Promover campanhas e pesquisas sobre a
Humanos. história dos movimentos de grupos historicamente
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da vulnerabilizados, tais como o segmento LGBT,
Presidência da República; Ministério da Educação movimentos de mulheres, quebradeiras de coco,
castanheiras, ciganos, entre outros.
DIRETRIZ 20: Reconhecimento da educação não Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
formal como espaço de defesa e promoção dos Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para
Direitos Humanos. as Mulheres da Presidência da República
b) Apoiar iniciativas para a criação de museus
Objetivo Estratégico I: voltados ao resgate da cultura e da história dos
Inclusão da temática da educação em Direitos movimentos sociais.
Humanos na educação não formal. Responsáveis: Ministério da Cultura; Secretaria Especial dos
Ações programáticas: Direitos Humanos da Presidência da República
a) Fomentar a inclusão da temática de Direitos
Humanos na educação não formal, nos programas de DIRETRIZ 21: Promoção da Educação em Direitos
qualificação profissional, alfabetização de jovens e Humanos no serviço público.
adultos, extensão rural, educação social comunitária e de
cultura popular. Objetivo Estratégico I:
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Formação e capacitação continuada dos servidores
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento públicos em Direitos Humanos, em todas as esferas
Agrário; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da de governo.
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Ações programáticas:
Cultura; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da a) Apoiar e desenvolver atividades de
Presidência da República formação e capacitação continuadas interdisciplinares
b) Apoiar iniciativas de educação popular em em Direitos Humanos para servidores públicos.
Direitos Humanos desenvolvidas por organizações Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
comunitárias, movimentos sociais, organizações não Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
governamentais e outros agentes organizados da Justiça; Ministério da Saúde; Ministério do Planejamento,
sociedade civil. Orçamento e Gestão; Ministério das Relações Exteriores
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da b) Incentivar a inserção da temática dos Direitos
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Humanos nos programas das escolas de formação de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; servidores vinculados aos órgãos públicos federais.
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para
c) Apoiar e promover a capacitação de agentes as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial de
multiplicadores para atuarem em projetos de educação Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
em Direitos Humanos. República
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da c) Publicar materiais didático-pedagógicos sobre
Presidência da República Direitos Humanos e função pública, desdobrando temas e
d) Apoiar e desenvolver programas de formação aspectos adequados ao diálogo com as várias áreas de
em comunicação e Direitos Humanos para comunicadores atuação dos servidores públicos.
comunitários. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Planejamento,
Presidência da República; Ministério das Comunicações; Orçamento e Gestão
Ministério da Cultura
e) Desenvolver iniciativas que levem a incorporar Objetivo Estratégico II:
a temática da educação em Direitos Humanos nos Formação adequada e qualificada dos profissionais
programas de inclusão digital e de educação à distância. do sistema de segurança pública.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Ações programáticas:
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério das a) Oferecer, continuamente e permanentemente,
Comunicações; Ministério de Ciência e Tecnologia
cursos em Direitos Humanos para os profissionais do
f) Apoiar a incorporação da temática da
sistema de segurança pública e justiça criminal.
educação em Direitos Humanos nos programas e projetos Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
de esporte, lazer e cultura como instrumentos de inclusão Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria
social. Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Igualdade Racial da Presidência da República
Cultura; Ministério do Esporte b) Oferecer permanentemente cursos de
g) Fortalecer experiências alternativas de especialização aos gestores, policiais e demais
educação para os adolescentes, bem como para profissionais do sistema de segurança pública.
monitores e profissionais do sistema de execução de Responsável: Ministério da Justiça
medidas socioeducativas. c) Publicar materiais didático-pedagógicos sobre
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da segurança pública e Direitos Humanos.
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Justiça Direitos Humanos da Presidência da República
d) Incentivar a inserção da temática dos
Objetivo estratégico II: Direitos Humanos nos programas das escolas de
Resgate da memória por meio da reconstrução da formação inicial e continuada dos membros das Forças
história dos movimentos sociais. Armadas.
Ações programáticas: Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Defesa

ID:
211
e) Criar escola nacional de polícia para comunicação e informação, em conformidade com o
educação continuada dos profissionais do sistema de Decreto no 5.296/2004, bem como acesso a novos
segurança pública, com enfoque prático. sistemas e tecnologias, incluindo Internet.
Responsável: Ministério da Justiça Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial
f) Apoiar a capacitação de policiais em dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
direitos das crianças, em aspectos básicos do Justiça
desenvolvimento infantil e em maneiras de lidar com
grupos em situação de vulnerabilidade, como crianças e Objetivo Estratégico II:
adolescentes em situação de rua, vítimas de exploração Garantia do direito à comunicação democrática e ao
sexual e em conflito com a lei. acesso à informação.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Ações Programáticas:
Direitos Humanos da Presidência da República a) Promover parcerias com entidades
associativas de mídia, profissionais de comunicação,
DIRETRIZ 22: Garantia do direito à comunicação entidades sindicais e populares para a produção e
democrática e ao acesso à informação para divulgação de materiais sobre Direitos Humanos.
consolidação de uma cultura em Direitos Humanos. Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério das
Objetivo Estratégico I: Comunicações
Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios b) Incentivar pesquisas regulares que possam
de comunicação e o cumprimento de seu papel na identificar formas, circunstâncias e características de
promoção da cultura em Direitos Humanos. violações dos Direitos Humanos na mídia.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial
Ações Programáticas:
dos Direitos Humanos da Presidência da República
a) Propor a criação de marco legal, nos termos
c) Incentivar a produção de filmes, vídeos,
do art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito
áudios e similares, voltada para a educação em Direitos
aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão
Humanos e que reconstrua a história recente do
(rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados.
autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas populares
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da de organização e de resistência.
Justiça; Ministério da Cultura Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Cultura; Ministério da Justiça
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e
televisão atenderão aos seguintes princípios: Eixo Orientador VI:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e Direito à Memória e à Verdade
informativas; A investigação do passado é fundamental para a
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à construção da cidadania. Estudar o passado, resgatar sua
produção independente que objetive sua divulgação; verdade e trazer à tona seus acontecimentos
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, caracterizam forma de transmissão de experiência
conforme percentuais estabelecidos em lei;
histórica, que é essencial para a constituição da memória
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
individual e coletiva.
b) Promover diálogo com o Ministério Público O Brasil ainda processa com dificuldades o
para proposição de ações objetivando a suspensão de resgate da memória e da verdade sobre o que ocorreu
programação e publicidade atentatórias aos Direitos com as vítimas atingidas pela repressão política durante
Humanos. o regime de 1964. A impossibilidade de acesso a todas
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República
as informações oficiais impede que familiares de mortos
c) Suspender patrocínio e publicidade oficial e desaparecidos possam conhecer os fatos relacionados
em meios que veiculam programações atentatórias aos aos crimes praticados e não permite à sociedade elaborar
Direitos Humanos. seus próprios conceitos sobre aquele período.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da A história que não é transmitida de geração a
Justiça geração torna-se esquecida e silenciada. O silêncio e o
d) (Revogado) esquecimento das barbáries geram graves lacunas na
e) Desenvolver programas de formação nos experiência coletiva de construção da identidade nacional.
meios de comunicação públicos como instrumento de Resgatando a memória e a verdade, o País adquire
informação e transparência das políticas públicas, de consciência superior sobre sua própria identidade, a
inclusão digital e de acessibilidade. democracia se fortalece. As tentações totalitárias são
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial neutralizadas e crescem as possibilidades de erradicação
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da definitiva de alguns resquícios daquele período sombrio,
Cultura; Ministério da Justiça como a tortura, por exemplo, ainda persistente no
f) Avançar na regularização das rádios cotidiano brasileiro.
comunitárias e promover incentivos para que se afirmem
como instrumentos permanentes de diálogo com as O trabalho de reconstituir a memória exige
comunidades locais. revisitar o passado e compartilhar experiências de dor,
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial violência e mortes. Somente depois de lembrá-las e fazer
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da
Cultura; Ministério da Justiça
seu luto, será possível superar o trauma histórico e seguir
g) Promover a eliminação das barreiras que adiante. A vivência do sofrimento e das perdas não pode
impedem o acesso de pessoas com deficiência ser reduzida a conflito privado e subjetivo, uma vez que
sensorial à programação em todos os meios de se inscreveu num contexto social, e não individual.

ID:
212
junho de 1964, e n.º S-285-GM5, será concedida reparação de
A compreensão do passado por intermédio da natureza econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do
narrativa da herança histórica e pelo reconhecimento Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses
a contar da promulgação da Constituição.
oficial dos acontecimentos possibilita aos cidadãos
§ 4º Aos que, por força de atos institucionais, tenham exercido
construírem os valores que indicarão sua atuação no gratuitamente mandato eletivo de vereador serão computados,
presente. O acesso a todos os arquivos e documentos para efeito de aposentadoria no serviço público e previdência
produzidos durante o regime militar é fundamental no social, os respectivos períodos.
âmbito das políticas de proteção dos Direitos Humanos. § 5º A anistia concedida nos termos deste artigo aplica-se aos
servidores públicos civis e aos empregados em todos os níveis
Desde os anos 1990, a persistência de familiares de governo ou em suas fundações, empresas públicas ou
de mortos e desaparecidos vem obtendo vitórias empresas mistas sob controle estatal, exceto nos Ministérios
militares, que tenham sido punidos ou demitidos por atividades
significativas nessa luta, com abertura de importantes
profissionais interrompidas em virtude de decisão de seus
arquivos estaduais sobre a repressão política do regime trabalhadores, bem como em decorrência do Decreto-Lei n.º
ditatorial. Em dezembro de 1995, coroando difícil e 1.632, de 4 de agosto de 1978, ou por motivos exclusivamente
delicado processo de discussão entre esses familiares, o políticos, assegurada a readmissão dos que foram atingidos a
Ministério da Justiça e o Poder Legislativo Federal, foi partir de 1979, observado o disposto no § 1º.
aprovada a Lei no 9.140/95, que reconheceu a
responsabilidade do Estado brasileiro pela morte de Em agosto de 2007, em ato oficial coordenado
opositores ao regime de 1964. pelo Presidente da República, foi lançado, pela Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
Essa Lei instituiu Comissão Especial com República e pela Comissão Especial sobre Mortos e
poderes para deferir pedidos de indenização das famílias Desaparecidos Políticos, o livro-relatório "Direito à
de uma lista inicial de 136 pessoas e julgar outros casos Memória e à Verdade", registrando os onze anos de
apresentados para seu exame. No art. 4o, inciso II, a Lei trabalho daquela Comissão e resumindo a história das
conferiu à Comissão Especial também a incumbência de vítimas da ditadura no Brasil.
envidar esforços para a localização dos corpos de
pessoas desaparecidas no caso de existência de indícios A trajetória de estudantes, profissionais liberais,
quanto ao local em que possam estar depositados. trabalhadores e camponeses que se engajaram no
combate ao regime militar aparece como documento
Em 24 de agosto de 2001, foi criada, pela oficial do Estado brasileiro. O Ministério da Educação e a
Medida Provisória no 2151-3, a Comissão de Anistia do Secretaria Especial dos Direitos Humanos formularam
Ministério da Justiça. Esse marco legal foi reeditado pela parceria para criar portal que incluirá o livro-relatório,
Medida Provisória no 65, de 28 de agosto de 2002, e ampliado com abordagem que apresenta o ambiente
finalmente convertido na Lei no 10.559, de 13 de político, econômico, social e principalmente os aspectos
novembro de 2002. Essa norma regulamentou o art. culturais do período. Serão distribuídas milhares de
8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias cópias desse material em mídia digital para estudantes de
(ADCT) da Constituição de 1988, que previa a concessão todo o País.
de anistia aos que foram perseguidos em decorrência
de sua oposição política. Em dezembro de 2005, o Em julho de 2008, o Ministério da Justiça e a
Governo Federal determinou que os três arquivos da Comissão de Anistia promoveram audiência pública sobre
Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) fossem "Limites e Possibilidades para a Responsabilização
entregues ao Arquivo Nacional, subordinado à Casa Civil, Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos
onde passaram a ser organizados e digitalizados. durante o Estado de Exceção no Brasil", que discutiu a
interpretação da Lei de Anistia de 1979 no que se refere à
ADCT DE 1988 controvérsia jurídica e política, envolvendo a prescrição
Art. 8º É concedida anistia aos que, no período de 18 de ou imprescritibilidade dos crimes de tortura.
setembro de 1946 até a data da promulgação da Constituição,
foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente
A Comissão de Anistia já realizou setecentas
política, por atos de exceção, institucionais ou complementares,
aos que foram abrangidos pelo Decreto Legislativo n.º 18, de 15 sessões de julgamento e promoveu, desde 2008, trinta
de dezembro de 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei n.º 864, caravanas, possibilitando a participação da sociedade nas
de 12 de setembro de 1969, asseguradas as promoções, na discussões, e contribuindo para a divulgação do tema no
inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam País. Até 1o de novembro de 2009, já haviam sido
direito se estivessem em serviço ativo, obedecidos os prazos de apreciados por essa Comissão mais de cinquenta e dois
permanência em atividade previstos nas leis e regulamentos mil pedidos de concessão de anistia, dos quais quase
vigentes, respeitadas as características e peculiaridades das trinta e cinco mil foram deferidos e cerca de dezessete
carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados
mil, indeferidos. Outros doze mil pedidos aguardavam
os respectivos regimes jurídicos.
§ 1º O disposto neste artigo somente gerará efeitos financeiros a julgamento, sendo possível, ainda, a apresentação de
partir da promulgação da Constituição, vedada a remuneração de novas solicitações. Em julho de 2009, em Belo Horizonte,
qualquer espécie em caráter retroativo. o Ministro de Estado da Justiça realizou audiência pública
§ 2º Ficam assegurados os benefícios estabelecidos neste artigo de apresentação do projeto Memorial da Anistia Política
aos trabalhadores do setor privado, dirigentes e representantes do Brasil, envolvendo a remodelação e construção de
sindicais que, por motivos exclusivamente políticos, tenham sido novo edifício junto ao antigo "Coleginho" da Universidade
punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das atividades Federal de Minas Gerais (UFMG), onde estará disponível
remuneradas que exerciam, bem como aos que foram impedidos
para pesquisas todo o acervo da Comissão de Anistia.
de exercer atividades profissionais em virtude de pressões
ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos.
§ 3º Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida civil, No âmbito da sociedade civil, foram levadas
atividade profissional específica, em decorrência das Portarias ao Poder Judiciário importantes ações que
Reservadas do Ministério da Aeronáutica n.º S-50-GM5, de 19 de provocaram debate sobre a interpretação das leis e a

ID:
213
apuração de responsabilidades. Em 1982, um grupo de Nacional após dezembro de 2005, com vários outros
familiares entrou com ação na Justiça Federal para a arquivos federais sobre a repressão política e com
abertura de arquivos e localização dos restos mortais dos arquivos estaduais de quinze unidades da federação,
mortos e desaparecidos políticos no episódio conhecido superando cinco milhões de páginas de documentos
como "Guerrilha do Araguaia". Em 2003, foi proferida (www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br).
sentença condenando a União, que recorreu e,
posteriormente, criou Comissão Interministerial pelo Cabe, agora, completar esse processo mediante
Decreto no 4.850, de 2 de outubro de 2003, com a recolhimento ao Arquivo Nacional de todo e qualquer
finalidade de obter informações que levassem à documento indevidamente retido ou ocultado, nos termos
localização dos restos mortais de participantes da da Portaria Interministerial assinada na mesma data
"Guerrilha do Araguaia". Os trabalhos da Comissão daquele lançamento. Cabe também sensibilizar o
Interministerial encerraram-se em março de 2007, com a Legislativo pela aprovação do Projeto de Lei
divulgação de seu relatório final. no 5.228/2009, assinado pelo Presidente da República,
que introduz avanços democratizantes nas normas
Em agosto de 1995, o Centro de Estudos para a reguladoras do direito de acesso à informação.
Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e a Human Rights
Watch/América (HRWA), em nome de um grupo de Importância superior nesse resgate da
familiares, apresentaram petição à Comissão história nacional está no imperativo de localizar os
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), denunciando restos mortais de pelo menos cento e quarenta
o desaparecimento de integrantes da "Guerrilha do brasileiros e brasileiras que foram mortos pelo
Araguaia". Em 31 de outubro de 2008, a CIDH expediu o aparelho de repressão do regime ditatorial. A partir de
Relatório de Mérito no 91/08, onde fez recomendações ao junho de 2009, a Secretaria de Comunicação Social da
Estado brasileiro. Em 26 de março de 2009, a CIDH Presidência da República planejou, concebeu e veiculou
submeteu o caso à Corte Interamericana de Direitos abrangente campanha publicitária de televisão, internet,
Humanos, requerendo declaração de responsabilidade do rádio, jornais e revistas de todo o Brasil buscando
Estado brasileiro sobre violações de direitos humanos sensibilizar os cidadãos sobre essa questão. As
ocorridas durante as operações de repressão àquele mensagens solicitavam que informações sobre a
movimento. localização de restos mortais ou sobre qualquer
documento e arquivos envolvendo assuntos da repressão
Em 2005 e 2008, duas famílias iniciaram, na política entre 1964 e 1985 sejam encaminhados ao
Justiça Civil, ações declaratórias para o reconhecimento Memórias Reveladas. Seu propósito é assegurar às
das torturas sofridas por seus membros, indicando o famílias o exercício do direito sagrado de prantear seus
responsável pelas sevícias. Ainda em 2008, o Ministério entes queridos e promover os ritos funerais, sem os quais
Público Federal em São Paulo propôs Ação Civil Pública desaparece a certeza da morte e se perpetua angústia
contra dois oficiais do exército acusados de determinarem que equivale a nova forma de tortura.
prisão ilegal, tortura, homicídio e desaparecimento
forçado de dezenas de cidadãos. As violações sistemáticas dos Direitos Humanos
pelo Estado durante o regime ditatorial são
Tramita também, no âmbito do Supremo Tribunal desconhecidas pela maioria da população, em especial
Federal, Arguição de Descumprimento de Preceito pelos jovens. A radiografia dos atingidos pela repressão
Fundamental, proposta pelo Conselho Federal da Ordem política ainda está longe de ser concluída, mas calcula-se
dos Advogados do Brasil, que solicita a mais alta corte que pelo menos cinquenta mil pessoas foram presas
brasileira posicionamento formal para saber se, em 1979, somente nos primeiros meses de 1964; cerca de vinte mil
houve ou não anistia dos agentes públicos responsáveis brasileiros foram submetidos a torturas e cerca de
pela prática de tortura, homicídio, desaparecimento quatrocentos cidadãos foram mortos ou estão
forçado, abuso de autoridade, lesões corporais e estupro desaparecidos. Ocorreram milhares de prisões políticas
contra opositores políticos, considerando, sobretudo, os não registradas, cento e trinta banimentos, quatro mil,
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil e a oitocentos e sessenta e duas cassações de mandatos
insuscetibilidade de graça ou anistia do crime de tortura. políticos, uma cifra incalculável de exílios e refugiados
políticos.
Em abril de 2009, o Ministério da Defesa, no
contexto da decisão transitada em julgado da referida As ações programáticas deste eixo orientador
ação judicial de 1982, criou Grupo de Trabalho para têm como finalidade assegurar o processamento
realizar buscas de restos mortais na região do Araguaia, democrático e republicano de todo esse período da
sendo que, por ordem expressa do Presidente da história brasileira, para que se viabilize o desejável
República, foi instituído Comitê Interinstitucional de sentimento de reconciliação nacional. E para se construir
Supervisão, com representação dos familiares de mortos consenso amplo no sentido de que as violações
e desaparecidos políticos, para o acompanhamento e sistemáticas de Direitos Humanos registradas entre 1964
orientação dos trabalhos. Após três meses de buscas e 1985, bem como no período do Estado Novo, não
intensas, sem que tenham sido encontrados restos voltem a ocorrer em nosso País, nunca mais.
mortais, os trabalhos foram temporariamente suspensos
devido às chuvas na região, prevendo-se sua retomada DIRETRIZ 23: Reconhecimento da memória e da
ao final do primeiro trimestre de 2010. verdade como Direito Humano da cidadania e dever
do Estado.
Em maio de 2009, o Presidente da República
coordenou o ato de lançamento do projeto Memórias Objetivo Estratégico I:
Reveladas, sob responsabilidade da Casa Civil, que Promover a apuração e o esclarecimento público das
interliga digitalmente o acervo recolhido ao Arquivo violações de Direitos Humanos praticadas no

ID:
214
contexto da repressão política ocorrida no Brasil no • apresentar recomendações para promover a
período fixado pelo art. 8o do ADCT da Constituição, a efetiva reconciliação nacional e prevenir no
fim de efetivar o direito à memória e à verdade sentido da não repetição de violações de Direitos
histórica e promover a reconciliação nacional. Humanos.
Ação Programática: - A Comissão Nacional da Verdade deverá apresentar,
a) Designar grupo de trabalho composto por anualmente, relatório circunstanciado que exponha as
representantes da Casa Civil, do Ministério da Justiça, do atividades realizadas e as respectivas conclusões,
Ministério da Defesa e da Secretaria Especial dos Direitos com base em informações colhidas ou recebidas em
Humanos da Presidência da República, para elaborar, até decorrência do exercício de suas atribuições.
abril de 2010, projeto de lei que institua Comissão
Nacional da Verdade, composta de forma plural e DIRETRIZ 24: Preservação da memória histórica e
suprapartidária, com mandato e prazo definidos, para construção pública da verdade.
examinar as violações de Direitos Humanos praticadas no
contexto da repressão política no período mencionado, Objetivo Estratégico I:
observado o seguinte: Incentivar iniciativas de preservação da memória
- O grupo de trabalho será formado por representantes da histórica e de construção pública da verdade sobre
Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá, períodos autoritários.
do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa, da Ações programáticas:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência a) Disponibilizar linhas de financiamento para a
da República, do presidente da Comissão Especial sobre criação de centros de memória sobre a repressão
Mortos e Desaparecidos Políticos, criada pela Lei política, em todos os Estados, com projetos de
no 9.140/95 e de representante da sociedade civil, valorização da história cultural e de socialização do
indicado por esta Comissão Especial; conhecimento por diversos meios de difusão.
- Com o objetivo de promover o maior intercâmbio de Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos
informações e a proteção mais eficiente dos Direitos da Presidência da República; Ministério da Justiça;
Humanos, a Comissão Nacional da Verdade estabelecerá Ministério da Cultura; Ministério da Educação
coordenação com as atividades desenvolvidas pelos b) Criar comissão específica, em conjunto com
seguintes órgãos: departamentos de História e centros de pesquisa, para
- Arquivo Nacional, vinculado à Casa Civil da Presidência reconstituir a história da repressão ilegal relacionada ao
da República; Estado Novo (1937-1945). Essa comissão deverá
- Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça; publicar relatório contendo os documentos que
- Comissão Especial criada pela Lei no 9.140/95, fundamentaram essa repressão, a descrição do
vinculada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da funcionamento da justiça de exceção, os responsáveis
Presidência da República; diretos no governo ditatorial, registros das violações, bem
- Comitê Interinstitucional de Supervisão instituído pelo como dos autores e das vítimas.
Decreto Presidencial de 17 de julho de 2009; Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
- Grupo de Trabalho instituído pela Portaria no 567/MD, de Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
29 de abril de 2009, do Ministro de Estado da Defesa; Justiça; Ministério da Cultura
- No exercício de suas atribuições, a Comissão Nacional c) Identificar e tornar públicos as estruturas, os
da Verdade poderá realizar as seguintes atividades: locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à
• requisitar documentos públicos, com a prática de violações de direitos humanos, suas eventuais
colaboração das respectivas autoridades, bem ramificações nos diversos aparelhos estatais e na
como requerer ao Judiciário o acesso a sociedade, bem como promover, com base no acesso às
documentos privados; informações, os meios e recursos necessários para a
• colaborar com todas as instâncias do Poder localização e identificação de corpos e restos mortais de
Público para a apuração de violações de Direitos desaparecidos políticos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Humanos, observadas as disposições da Lei Presidência da República; Casa Civil da Presidência da
no 6.683, de 28 de agosto de 1979; República; Ministério da Justiça; Secretaria de Relações
• promover, com base em seus informes, a Institucionais da Presidência da República
reconstrução da história dos casos de violação d) Criar e manter museus, memoriais e
de Direitos Humanos, bem como a assistência às centros de documentação sobre a resistência à
vítimas de tais violações; ditadura.
• promover, com base no acesso às informações, Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
os meios e recursos necessários para a Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da
localização e identificação de corpos e restos Cultura; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
mortais de desaparecidos políticos; República
e) Apoiar técnica e financeiramente a criação de
• identificar e tornar públicas as estruturas
observatórios do Direito à Memória e à Verdade nas
utilizadas para a prática de violações de Direitos
universidades e em organizações da sociedade civil.
Humanos, suas ramificações nos diversos
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
aparelhos do Estado e em outras instâncias da Presidência da República; Ministério da Educação
sociedade; f) Desenvolver programas e ações educativas,
• registrar e divulgar seus procedimentos oficiais, a inclusive a produção de material didático-pedagógico para
fim de garantir o esclarecimento circunstanciado ser utilizado pelos sistemas de educação básica e
de torturas, mortes e desaparecimentos, superior sobre graves violações de direitos humanos
devendo-se discriminá-los e encaminhá-los aos ocorridas no período fixado no art. 8º do Ato das
órgãos competentes; Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
de 1988.

ID:
215
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da _____________________________________
06
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da
Justiça; Ministério da Cultura; Ministério de Ciência e Tecnologia _____________________________________
07

DIRETRIZ 25: Modernização da legislação relacionada _____________________________________


08

com promoção do direito à memória e à verdade,


fortalecendo a democracia. _____________________________________
09

Objetivo Estratégico I: _____________________________________


10

Suprimir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais


normas remanescentes de períodos de exceção que _____________________________________
11

afrontem os compromissos internacionais e os


preceitos constitucionais sobre Direitos Humanos.
_____________________________________
12

Ações Programáticas: _____________________________________


13
a) Criar grupo de trabalho para acompanhar,
discutir e articular, com o Congresso Nacional, iniciativas _____________________________________
14

de legislação propondo:
- revogação de leis remanescentes do período 1964- _____________________________________
15

1985 que sejam contrárias à garantia dos Direitos


Humanos ou tenham dado sustentação a graves
violações;
- revisão de propostas legislativas envolvendo
retrocessos na garantia dos Direitos Humanos em
geral e no direito à memória e à verdade.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de
Relações Institucionais da Presidência da República
b) Propor e articular o reconhecimento
do status constitucional de instrumentos internacionais de
Direitos Humanos novos ou já existentes ainda não
ratificados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de
Relações Institucionais da Presidência da República; Ministério
das Relações Exteriores
c) Fomentar debates e divulgar informações no
sentido de que logradouros, atos e próprios nacionais ou
prédios públicos não recebam nomes de pessoas
identificadas reconhecidamente como torturadores.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República; Casa Civil da
Presidência da República; Secretaria de Relações Institucionais
da Presidência da República
d) Acompanhar e monitorar a tramitação judicial
dos processos de responsabilização civil sobre casos que
envolvam graves violações de direitos humanos
praticadas no período fixado no art. 8º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
de 1988.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República; Ministério da Justiça

01_____________________________________
02_____________________________________
03_____________________________________
04_____________________________________
05_____________________________________

ID:
216

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