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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – FUNOESC

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS – FACISA

BEATRIZ CASEMIRO DE ARRUDA

STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição constitucional. 6. Rio de Janeiro Forense 2019 1 recurso online.
3.5.1.1 O problema da distinção estrutural entre regra e princípio.

Os princípios constitucionais partem de pressupostos de condições de


possibilidade da Constituição. Princípios do Estado Democrátido de Direito não são
compatíveis com os principios gerais do direito pertencentes ao modelo de estado
liberal.

Na verdade, os velhos princípios gerais do direito eram (são) axiomas


concebidos ao tempo do positivismo exegético e que, por má compreensão da
comunidade jurídica, atravessaram incólumes o século XX.

Regras representam uma técnica para concretizar valores, meios de condutas


para garantir um estado de coisas. É a partir das regras e princípios que extrai as
normas.

Os princípios, mesmo não inscritos textualmente na Constituição, servem para


fazer a conformação dos textos normativos infraconstitucionais com o texto da
Constituição. A partir de uma hermenêutica, o sentido do texto constitucional somente
adquire sentido partindo do principio.

A partir de uma análise hermenêutica, o sentido do texto constitucional somente


adquire sentido a partir (do sentido) do princípio. É evidente que não se está a falar da
dedução de um sentido a partir de uma categoria, isso porque existe uma co-
originarieda-de, ínsita à ontologia fundamental propugnada pela fenomenologia
hermenêutica, matriz teórica desta obra, que não permite que se deduza um existencial
de outro existencial.

Os princípios, representam uma tentativa de resgate de um mundo prático


abandonado pelo positivismo. As regras, representam uma técnica para a concretização
desses “valores”, ou seja, meios (condutas) para garantir um “estado de coisas”
desejado. É por isso, portanto, que a compreensão da regra exige esse “princípio
instituidor”, sob pena de uma interpretação “alienada”.

Por isso, é possível afirmar que os princípios constituem o núcleo da


materialidade da Constituição. Não há como separá-los da Constituição. É necessário
entender o princípio como a inserção do mundo prático no direito, de modo a preencher
a vagueza das regras, lembrando, é claro, da inserção da moral no direito.

Não significa dizer, contudo, que valha qualquer moral. A moral aqui tratada é
delimitada, justamente, por aquilo que se determinou pela democracia e pelo respeito
aos direitos e garantias individuais.

Trabalho do Componente Curricular Direito Processual Civil I apresentado ao Curso de Direito, Área das
Ciências Humanas e Jurídicas da Universidade Unoesc Xaxim, como requisito à obtenção de nota.

Orientador: Claussen Benetti.

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