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Atividade 4 – caso clínico

Aluna: Thamires Pereira de Carvalho

QUADRO CLÍNICO:

Um menino de 5 anos de idade voltou da escola no final da tarde cansado e apático.


Estava quente e com as faces ruborizadas, não quis comer e vomitou antes de
dormir. Na manhã seguinte foi levado pela mãe ao posto de saúde, onde foi
verificada temperatura de 39,4°C e garganta hiperemiada com exsudato
esbranquiçado em ambas as tonsilas. Foi obtido um swab de garganta e
encaminhado ao laboratório para cultura. O médico receitou um antibiótico por 10
dias, a ser ministrado a cada 8 horas exatas, recomendando enfaticamente à mãe
que se cumprisse o tratamento à risca. Como a mãe relatou dias mais tarde,
quando procurou atendimento médico novamente para o filho, após o 2° dia de
tratamento a criança melhorou e a medicação foi suspensa.

CULTURA DO MATERIAL
DE OROFARINGE

Plaquetas 280.000 / ml
2º HEMOGRAMA
realizado por ocasião da primeira
1º HEMOGRAMA consulta
realizado por ocasião da primeira Eritrócitos 4.610.000 /
consulta ml Hemoglobina 12,8 g /
Eritrócitos 3.970.000 / ml dl
Hemoglobina 10,8 g / dl Volume globular 39,0 %
Volume globular 33,0 % VCM 84,5 fl
VCM 83,1 fl HCM 27,7 pg
HCM 27,2 pg CHCM 32,8 %
CHCM 32,7 % RDW 12,8 %
RDW 13,9 %
Leucócitos 9.000 / ml Bastonetes
Leucócitos 12.500 / ml 10 % 900 / ml
Segmentados 61 % 5.490 / ml
Bastonetes 18 % 2.250 / ml Neutrófilos 71 % 6.390 / ml
Segmentados 47 % 5.875 / ml Eosinófilos 00 % 00 / ml
Linfócitos 18 % 1.620 /
Neutrófilos 65 % 8.125 / ml
Eosinófilos 02 % 250 / ml ml Monócitos 11 % 990 /
Linfócitos 20 % 2.500 / ml ml Plaquetas 320.000 /
ml
Monócitos 13 % 1.625 / ml
VHS: 1ª hora: 45 mm
Obs: Granulações tóxicas ++

Com base nos dados clínicos e laboratoriais, propomos as seguintes


questões para discussão do caso:
-> 1. Como a faringite pode estar correlacionada ao desenvolvimento da
febre reumática?
A febre reumática pode ter se dado por uma predisposição do
paciente. Essa reação se dá de forma cruzada humoral mediada pelos
anticorpos que atacam as próprias células ocasionando sequelas.
-> 2. Quais testes sorológicos podem ser úteis na confirmação do
diagnóstico de febre reumática?
Poderiam ser feito o teste de Aslo anti-estreptolisina O, DNAse,
marcadores de inflamação (VHS e PCR), para confirmar a febre
reumática.

-> 3. Tendo em vista o crescimento microbiano observado no ágar-sangue, e a


história do paciente, qual a provável bactéria envolvida neste caso?
Streptococcus pyogenes

-> 4. Qual proteína da parede celular acredita-se que desempenhe o papel mais
importante na patogênese da febre reumática e como?
Proteína M, através dela se dá o início da reação cruzada. As paredes
celulares de estreptococos induzem a formação de anticorpos que reagem contra o
sarcolema cardíaco humano; as características dos antígenos de reatividade cruzada
não estão bem estabelecidas. Um componente da parede celular de tipo M induz a
produção de anticorpos que reagem contra o tecido do músculo cardíaco,
constituindo um determinante de virulência para a febre reumática

-> 5. Que tipo de hemólise e de hemolisinas este microrganismo produz


em ágar-sangue?
Beta-hemólise, estreptolisina O e S.

-> 6. Quais as complicações mais freqüentes após uma faringite causada


por este microrganismo
Febre reumatóide, pielonefrite.

-> 7. Quais outras infecções podem ser causadas por ele?


Endocardite, síndrome do choque tóxico, escarlatina.

-> 8. Como pode ser identificada presuntiva e definitivamente este microrganismo?

Presuntivamente através de coloração de GRAM, se for cocos positivos em


cadeia - Streptococcus;
Definitivamente: provas bioquímicas - catalase, bacitracina, Beer.

-> 9. Por quê se deve fazer cortes na placa de cultivo primário de


material de orofaringe?

Porque a estreptolisina O é sensível ao oxigênio e isso faz


com que a bactéria forme um halo por baixo do meio e se não for
fica por cima.

-> 10. Por quê o meio básico do ágar-sangue não pode ter
carboidratos?

Não é recomendado utilizar carboidrato em meio básico por


conta de ter açúcares que podem acidificar o meio pela
fermentação que é ocasionada evitando o crescimento das
bactérias e/ou favorecendo o crescimento das bactérias que não
são desejáveis.

-> 11. Qual a interpretação laboratorial que se pode fazer dos resultados do
primeiro e do segundo hemograma?
Primeiro laudo: resposta inflamatória - granulócitos tóxicos;
Segundo laudo: VHS muito alto - resposta inflamatória continua acontecendo e é
devido a suspensão da medicação já no segundo dia de uso.

-> 12. Em relação a clínica do paciente, qual a interpretação para o primeiro


e o segundo hemograma?

Primeiro hemograma: anemia, leucocitose e processo de inflamação


Segundo hemograma: processo de inflamação

-> 13. Qual o significado do resultado do VHS?

VHS alto significa que o resultado é sugestivo de infecção.

-> 14. Os dois hemogramas são compatíveis com a clínica do paciente?

Sim, são coerentes.

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