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Núbia Thaynara Rodrigues Araújo

RA: 135652

CASO CLÍNICO HEMOFILIA

L.V.L, sexo masculino, 23 anos. Apresenta quadro de Hemofilia do tipo B adquirida


geneticamente pois seu avô já falecido era hemofílico e consequentemente sua mãe é
portadora. Relata que quando tinha cerca de 2 anos, sofreu uma queda no berçário e
apresentou um corte na cabeça com sangramento abundante. Foi imediatamente socorrido
junto ao pronto-socorro que solicitou um RX do crânio e “fechou” o corte com alguns
pontos. Após 10 dias, os pontos foram retirados e a recomendação foi para que ele levasse a
vida de forma “normal”. Alguns dias depois, caiu novamente e bateu a cabeça no mesmo
local do corte. Seus pais já sabendo da situação o levaram ao Pronto Socorro da Santa Casa
de SP (Local especializado no atendimento à pacientes hemofílicos), passando em consulta,
o hematologista solicitou novo RX, prescreveu a aplicação do fator de coagulação
correspondente (3 doses com intervalo de 24h) e solicitou que o paciente ficasse em
observação no PS por 12 horas. O corpo de enfermagem aplicou 1.000 UI de fator VIII e
deixou o paciente em observação.

1) O atendimento e prescrição foram corretos? Caso não concorde o que você


recomendaria?

R: O atendimento no PS da santa casa de SP foram corretos assim como a prescrição.

O paciente se desenvolveu, prestou vestibular e foi estudar no interior de São Paulo. Um


dia, durante o treino de Voleibol, o paciente sofreu grave entorse no tornozelo, que no
mesmo momento inchou e apresentou vermelhidão no local. Foi socorrido numa UBS onde
relatou que era hemofílico. O médico de plantão então encaminhou o paciente de
ambulância para o Hospital Regional da cidade. Lá chegando o médico solicitou um RX e
encaminhou o paciente para colocar uma “bota” de gesso e ficar 15 dias sem colocar os pés
no chão e prescreveu 15 dias anti-inflamatório não esteroidal (Alginac 1000, 2X ao dia). O
paciente se recusou a colocar a bota de gesso e então o médico mandou colocar apenas
uma tala e mandou o paciente para casa.

2) O atendimento médico foi correto? Comente. Porque o paciente se recusou a colocar o


gesso?

R: O atendimento foi o correto. O paciente se recusou a utilizar o gesso uma vez que o
mesmo possui problemas com a circulação do sangue e o gesso poderia piorar a coagulação.
L.V.L veio então para São Paulo e procurou o Hematologista da Santa Casa que acompanha
seu caso. O hematologista solicitou uma ultrassonografia do local e prescreveu reposição de
fator IX (i.v) durante 5 dias e depois por mais 15 dias alternados, além da utilização duas
vezes ao dia de comprimidos de Ácido Tranexânico. Solicitou que o paciente realizasse
compressas com gelo duas vezes ao dia durante 10 dias e mantivesse a tala durante todo o
tratamento.

3) A prescrição foi correta? Qual o motivo do médico solicitar a ultrassonografia?

R: A prescrição foi a correta. O médico solicitou uma ultrassonografia para assegurar que no
local da hemorragia porque identifica alteração de coagulação na região.

4) Para que foi prescrito o Ácido Tranexânico? Qual seu mecanismo de ação?

R: Ácido Tranexâmico é destinado ao controle e profilaxia de hemorragias provocadas por


hiperfibrinólise e ligadas a várias áreas, como cirurgias cardíacas, ortopédicas, ginecológicas,
obstétricas, otorrinolaringológicas, odontológicas, urológicas e neurológicas; em pacientes
hemofílicos e nas hemorragias digestivas e das vias aéreas.

O ácido tranexâmico é um agente antifibrinolítico, que age através de mecanismo competitivo,


inibindo a ativação do plasminogênio a plasmina. A plasmina é a principal proteína responsável pela
dissolução do coágulo sanguíneo. O ácido tranexâmico promove, assim, maior estabilidade do
coágulo, sendo bastante utilizado no tratamento dos episódios hemorrágicos nas hemofilias, doença
de von Willebrand (DVW) e outras doenças hemorrágicas.

Cerca de 15 dias após o início do tratamento o paciente apresentou melhora clínica não
relatando mais nenhum tipo de dor e com leve redução do inchaço e vermelhidão local.
Neste momento, sua namorada (estudante de medicina oriental e quiropraxia) se
disponibilizou para realizar seções de “mocha” (aquecimento) no tornozelo com o intuito de
acelerar o processo de absorção e reduzir o inchaço do local.

5) Comente a realização deste último procedimento pelo paciente. Foi correto? Justifique!

R: Maxobustão e acunputura não são indicados para pacientes hemofílicos umas vez que
pode haver lesão cutâneas durante as sessões, além de que há vasodilatação e assim vaza
mais sangue. A inflamação também aumenta a permeabilidade vascular.

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