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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE QUÍMICA E BIOLOGIA


CURSO DE BACHARELADO EM QUÍMICA TECNOLÓGICA/LICENCIATURA
EM QUÍMICA

ANA PAULA FIORENTIN


LEANDRO HOSTERT

Determinação da massa molar de um metal

RELATÓRIO

CURITIBA
2009
1) INTRODUÇÃO

Gases são conjuntos de moléculas (ou átomos) que possuem movimento permanente e
aleatório, sua velocidade aumenta ao elevar-se à temperatura. Um gás diferencia-se de um
líquido por possuir moléculas muito separadas, exceto durante as colisões, movendo-se em
trajetórias muito pouco perturbadas por forças intermoleculares.

O estado físico de uma amostra de uma substância se define por suas propriedades
físicas, define-se um gás puro pelos valores de volume que ocupa, V, da quantidade de
substância, n, da pressão, p, e da temperatura, T. Experimentalmente verificou-se que basta
verificar três dessas variáveis para que se encontre a quarta. Ou seja, a experiência evidenciou
que cada gás é evidenciado por uma equação de estado.

p= f (T, V, n) (1.1)

A equação 1.1 demonstra que se forem conhecidos os valores de n, T, V para uma certa
substância pode-se calcular a sua respectiva pressão.

Uma importante equação de estado é a do “gás perfeito”:

p= nRT/V

Nesta equação R é uma constante.

Leis dos Gases.

Elaborou-se a equação de um gás a baixa pressão a partir da combinação de várias leis


empíricas.

Robert Boyle mostrou que, com boa aproximação, a pressão e o volume de uma
quantidade fixa de gás, a temperatura constante, relaciona-se por:

pV= constante

Essa relação denomina-se a lei de Boyle. Quando a temperatura constante, a pressão de


uma amostra de gás é inversamente proporcional ao seu volume e o volume da amostra é
inversamente proporcional à pressão.

Experiências modernas demonstram que a lei de Boyle é válida somente a pressões


baixas, e os gases reais só a obedecem se no limite a sua pressão tender a zero (p→0). Devido a
isso a lei de Boyle denomina-se lei limite.

A explicação molecular para a lei de Boyle não é difícil. Se comprimirmos uma amostra
de gás a metade do seu volume, atingiram as paredes, em um certo intervalo de tempo, duas
mais moléculas do que antes da compressão. Dobrando-se a força média sobre as paredes.
Assim ao reduzir o volume do gás à metade, a pressão duplica-se, e p x V é uma constante. A lei
de Boyle aplica-se a todos os gases em pressões baixas, as moléculas encontram-se muito
afastadas umas das outras e, em média, uma não exerce influência sobre a outra, sendo assim as
moléculas deslocam-se independentemente.
A lei dos gases perfeitos

Combinando-se a lei de Boyle (pV= constante), quando n e T são constantes, com as


duas formas da lei de Charles (p∞ T e p∞ T) quando n e V, ou n e p, são constantes, e também o
princípio de Avogadro (“Volumes iguais de gases, nas mesmas condições de temperatura e
pressão, contêm o mesmo número de moléculas”), a constante de proporcionalidade, medida
experimentalmente com o mesmo valor para todos os gases, simbolizada por R e é chamada de
constante dos gases perfeitos, tem-se a equação dos gases perfeitos:

pV= nRT

Utiliza-se essa expressão para qualquer gás e fica cada vez mais exata à medida que a
pressão tende a zero. Um gás que segue essa equação denomina-se de gás perfeito.

A equação do gás perfeito tem muita importância na físico-química, utilizando-a para


deduzir grande variedade de relações na termodinâmica. Tem também significativa importância
prática para cálculo das propriedades de um gás em diversas condições. Por exemplo, o volume
molar de um gás perfeito nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP) pode ser
facilmente calculado.

A prática em questão tem como objetivo a utilização da lei de Dalton das pressões
parciais e a equação de estado do gás ideal na determinação da massa molar de metais que
reagem com ácido clorídrico.

2) METODOLOGIA

MATERIAIS E REAGENTES:

-Balança analítica.

-Barômetro.

-Termômetro.

-1 béquer de 1 L

-1 bureta de 50 mL.

-lixa.

-Fita de zinco.

-fio de cobre

-1 rolha de borracha (n◦8) que contém um orifício no centro.

-solução de HCl 6 M.

MÉTODO:

Determinação do volume molar do hidrogênio.


Colocar em uma bureta seca e bem fechada 20 ml de HCl 6 M.

Pegar um pedaço da fita de zinco (Zn) lixar e, em seguida, pesar na balança analítica.

Enrolar a fita em um fio de cobre.

Fixar o fio na rolha de borracha através do orifício central.

Completar a bureta com água destilada. Este procedimento foi realizado com a proveta
inclinada para que não haja mistura do ácido com a água.

Tampar a bureta com a gaze contendo o fio de cobre e a fita de zinco, tomar cuidado para que
não haja formação de bolhas. Caso contrário as bolhas de ar devem ser retiradas, batendo-se
levemente na parede da bureta.

Tampar a bureta com o dedo e virar a proveta ao contrário, com a proveta nessa posição,
introduziu-se a mesma em um béquer de 1 L contendo 700 ml de água. Ao introduzir a proveta
abaixo da superfície da água retirar o dedo da bureta cuidadosamente.

Esperar até o HCl se difundir e encontrar a fita de zinco, assim que cessar a reação dar umas
batidas leves na lateral da proveta com os dedos, eliminando-se as bolhas retidas no fio de cobre
ou nas paredes da proveta.

Retirar a bureta mantendo extremidade inferior tampada com o dedo, colocar em uma proveta
de 1 L contendo água, movendo-a para cima e para baixo, até que se igualem os níveis dos
líquidos no interior da bureta e exterior da bureta. Desta forma a pressão no interior será igual a
pressão atmosférica.

Medir o volume de gás no interior da bureta.

3) RESULTADOS E DISCUSSÕES

No experimento se pretende determinar o volume molar de hidrogênio através da


reação de HCl 6 M com um fita de Zn. A reação envolvida neste experimento está
representada pela equação química balanceada a seguir:

Zn(s) + 2H+(aq) → Zn2+(aq) + H2(g)

Dados experimentais:

Massa de Zinco: 0,0431 g;

Pressão ambiente: 762 mmHg

Pressão da água: 25,2 mmHg

Temperatura ambiente: 26 °C

Volume de Hidrogênio: 14,8 mL


A pressão medida usando o barômetro foi de 762,0 mmHg somado a
pressão da coluna d´água de 25,2 mmHg.

A temperatura medida da solução foi de 26,0 ºC, transformando em


Kelvin tem-se: 299,15 K.

O volume obtido, com os procedimentos já descritos, foi de 14,80 mL


para a massa de 43,1 mg de Zn.

Porém este volume é ocupado não apenas pelo gás hidrogênio


liberado na reação, como também por vapor d’água. Para minimizar o erro
gerado pela presença desse vapor, foi considerada a fração molar do vapor
d’água e a sua pressão de vapor.

Aplicando a equação de estado dos gases ideais pode-se descobrir a


quantidade de matéria de H2 (g) produzido.

PV=nRT

787,2 mmHg x 14,8 x 10-3 L = n x 62,3637 L.mmHg.K-1.mol-1 x 299,15 K

nH2 = 6,24 x 10-4 mol

Volume molar do H2 é obtido através da reação

Sabendo que 1 mol de zinco produz 1 mol de hidrogênio, então toda a


quantidade de hidrogênio produzido é igual à quantidade de zinco posto no
início. Logo, usando a equação da massa molar (M = ), tem-se que a
quantidade inicial de zinco é de

Com a quantidade de matéria de H2 (g), a estequiometria da equação e a


massa de Zn (s) utilizado para o inicio da reação foi calculado a massa molar
do magnésio.

Considerando o rendimento da reação igual a 100 %, é possível calcular


estequiometricamente o volume molar de hidrogênio produzido na reação. Para isso,
utiliza-se da Lei dos gases ideais:
Considerações:

Em ambos os experimentos o metal cobre foi utilizado para suspender a fita, pois
segundo Arthut Israel, Química Analítica Qualitativa, o cobre possui potencial de elétrodo
padrão positivo, e por ser insolúvel em ácido clorídrico. Há a possibilidade de utilizar outro
metal como a prata.

E segundo o J.D.Lee, Química Inorgânica Não Tão Concisa, o ácido clorídrico não
reage com todos os metais, e caso houvesse a mudança do ácido em questão para ácido
nítrico ou sulfúrico o cobre reagiria com ambos os ácidos.

É importante lixar a fita de magnésio para que haja risco de que o gás produzido
seja uma mistura, pois o metal puro reage com o ácido e produz de gás somente o H2(g).

Segundo a mesma literatura do J.D. Lee, o cobre exposto ao ar úmido reagiria e


formaria um revestimento verde de azinhavre, porém no caso estudado o cobre estava
coberto por um material protetor que evita essa reação.

E utilizou-se a equação dos gases ideais, pois alterou duas variáveis


simultaneamente, e isto segundo a literatura de Jones, L. Atkins, P. Princípios de Química é o
que nos permite utilizar tal fórmula.

Como este procedimento consiste em medir o volume de hidrogênio


liberado, sob condições conhecidas, quando uma amostra previamente
pesada de zinco sólido reage com ácido clorídrico (HCl). Outro metal como o
magnésio também pode ser utilizado para este tipo de experimento. O
metal a ser utilizado deve satisfazer aos seguintes itens:
-O metal deve ser facilmente obtido em um estado relativamente
puro;
-A taxa de produção de hidrogênio é rápida o suficiente para permitir
a coleta de hidrogênio em um tempo relativamente curto5;
-O metal pode ser obtido na forma de fita, o que facilita a distribuição
das amostras com uma determinada massa, garantindo a liberação de um
volume adequado de hidrogênio.

Segundo Jones, L. Atkins, P. Princípios de Química, três propriedades físicas do


hidrogênio são as: PF = 14K, massa molar de 1,008g/mol e PE = 20K. O H 2(g) pode ser
identificado retendo o gás dentro da proveta e ateando fogo no gás, pois como o hidrogênio
é inflamável, porém deve se tomar um cuidado, pois há o risco de explosão.

E a proveta deve ser invertida para que o gás produzido não seja perdido, pois no
caso da inversão todo o gás fica retido dentro da proveta.

4) CONCLUSÃO

O método aplicado nós permite calcular a massa molar de um


metal de uma maneira muito simples, bastante simples, pois consiste
em medir o volume de hidrogênio liberado, sob condições conhecidas.
Porém, as possíveis fontes de erros são: a pesagem do metal, fita do
metal oxidada, escape e/ou fuga do gás hidrogênio da bureta,
incertezas de leitura da bureta e/ou proveta aliadas à menor divisão
da escala e variação de temperatura da solução de ácido clorídrico
durante a reação. E segundo os erros calculados, os desvios não
foram relativamente grandes.

5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Arthut Israel, Química Analítica Qualitativa, Editora Mestre Jou, 1905;

Atkins, P.; Físico Química Volume 1, Ed. Livros Técnicos e científicos, sétima edição, 2003 p.
3-12;

J.D.Lee, Química Inorgânica Não Tão Concisa, Editora Blucher, 1931 5º Ed;

Jones, L. Atkins, P. Princípios de Química, Editora Bookman 3 ª Ed;

Janaína, C., Andrade, J. C. de, A Determinação da Massa Molar de um Metal.

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