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Mais Valia consiste quando o patrão no seu trabalho obtêmo patrão no seu trabalho obtém todos os
lucros possíveis como a utilização de horas extras. Enquanto a Mais Valia Relativa é a obtenção de lucro
por parte do patrão no momento em que ele obtêmele obtém esse lucro no período de trabalho sem
necessidade de horas extras com a adição das máquinas que substituem vários trabalhadores. (COELHO
2012)
substituem o trabalho braçal e um número de pessoas que realizariam aquelas
atividades. Além é claro do patrão não pagar mais ao trabalhador que será demitido.
Na prática essa questão pode ser compreendida facilmente, pois o que ocorreu na
Inglaterra durante a Revolução Industrial foi a industrialização e, por consequência,
houve um aumento nessas áreas e o país passou de uma população rural para uma
população urbana.
Entretanto também é necessário o entendimento em torno das políticas adotadas
ao longo dos séculos passados que incentivaram a migração nordestina como solução
para o problema desenvolvido pela própria política que incentivou a vinda dos
imigrantes europeus a fim de se ter o “embranquecimento social” da população
brasileira e por consequência ter a redução do número de brasileiros afrodescendente e
ex-escravisados com o fim do período escravocrata do Brasil que passou a representar
um grave problema social para os poderosos.
Durante o início do século XX, nas décadas de 30, 40 e 50, o Brasil começou a
ser propagado internacionalmente como o país do futuro e de esperança aos imigrantes
europeus, principalmente: italianos e alemães. Cujos países se encontravam em graves
crises políticas, econômicas e sociais. Por isso, muitos imigrantes viram o Brasil como
uma “solução” dos seus problemas e a possibilidade de uma nova vida para suas
famílias. Porém, ao chegarem no Brasil tinham como destino as vilas que se
localizavam distantes dos grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste do Brasil,
em especificoespecífico, chegavam na grande São Paulo e eram encaminhados para os
outros estados como o Rio de Janeiro (Capital do país) e Minas Gerais por causa dos
grandes produtores de leite. Dessa forma, as separações eram usadas como uma
prevenção para não manterem unidas as famílias e não terem propagações de ideologias
divergentes dos grandes proprietários e por isso, eram encaminhadas para residirem em
pousadas localizadas nas pequenas vilas, e distante dos grandes centros urbanos. E
trabalhando diretamente em atividades agrícolas como nas grandes plantações de café,
algodão e cana-de-açúcar ou nas construções civis.
Não obstante, a intenção inicial desses proprietários e políticos do final do
Século XVIII e início do Século XIX não obteve êxito, pois, uma vez que esses
imigrantes, ao longo do tempo perceberam que eram cada vez mais explorados e que
não teriam o objetivo inicial alcançados começaram a propagar ideologias anarquistas.
Reivindicando melhores condições de trabalho, de direitos a saúde básica, salários
dignos a atividade profissional que exerciam. Foi nesse período que as autoridades
brasileiras começaram a gerar políticas públicas que reduzissem o número de imigrantes
internacionais que desejavam vir para o Brasil e incentivaram cada vez mais a vinda dos
moradores do “norte”, em específico do Nordeste (CARDEL, 1992). Os quais passavam
pelas piores condições possíveis de vida, chegando ao ponto de praticarem a autofagia
(COELHO, 2012) por necessidades de sobrevivência porque não tinham Políticas
Públicas que gerassem empregos e possibilidades de sobrevivência dessa população
historicamente esquecida.
O primeiro grande alvo da migração nordestina foi a região Norte do Brasil com
a construção de ferrovias para os trens de ferro e a exploração da borracha na floresta
Amazônica que fez com que muitos nordestinos (as) fossem para o norte em busca de
melhores condições de vida. Não obstante, outras formas de políticas foram criadas
como a construção de BR’s para abertura de novos caminhos que facilitassem o
deslocamento entre os estados e a passagem de coletivos (também conhecidos como os
famosos – Pau de Arara).
AssimNão obstante, a intenção inicial dos políticos poderosos na metade do
Século XIX não obteve êxito, pois, uma vez que esses imigrantes, ao longo do tempo
perceberam que eram cada vez mais explorados e que não teriam o objetivo inicial
alcançados começaram a propagar ideologias anarquistas: reivindicando melhores
condições de trabalho, direitos a saúde básica, criação de sindicatos e salários dignos a
atividade profissional que exerciam. Foi nesse período que as autoridades brasileiras
começaram a gerar políticas públicas que reduzissem o número de imigrantes
internacionais que desejavam vir para o Brasil e incentivaram cada vez mais a vinda dos
moradores do “norte”, em específico do Nordeste (CARDEL, 1992). Os quais passaram
pelas piores condições possíveis de vida, chegando ao ponto de praticarem a autofagia
(COELHO, 2012) por necessidades de sobrevivência. Uma vez que não existiam
Políticas Públicas que gerassem empregos e possibilidades de sobrevivência dessa
população politicamente esquecida. O primeiro grande alvo da migração nordestina foi
a região Norte do Brasil com a construção de ferrovias para os trens de ferro e a
exploração da borracha na floresta Amazônica que fez com que muitos nordestinos (as)
fossem para o norte em busca de melhores condições de vida. Não obstante outras
formas de políticas foram criadas como a construção de BR’s para abertura de novos
caminhos que facilitassem o deslocamento entre os estados e a passagem de coletivos
(também conhecidos como os famosos – Pau de Arara).
MIGRAÇÃO NORDESTINA NO CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO.
Se as sociedades de recepção guardam relações ambíguas e
contraditórias com a presença dos migrantes, estes, por sua
vez, também possuem suas próprias ambiguidades e
contradições. De um lado, o migrante é um ser partido. Ao
deslocar-se espacialmente, ele vivencia também muitos
outros deslocamentos – culturais, afetivos e emocionais,
profissionais, etc. – que o colocam numa situação de
suspensão entre dois mundos, duas realidades: a lembrança e
as marcas de seu lugar de origem e o contexto de seu (novo)
lugar de fixação. Para sobreviver a essa situação de
suspensão, o migrante necessita reafirmar os elementos de
identidade que lhe são mais densos e presentes; normalmente,
essas são as suas características originárias, o que, para a
sociedade de recepção, são as características do estrangeiro.
(PAIVA, 2013, P-24).
Outro fator que incentivou na migração nordestina foi no início do Século XX,
com as criações de escolas de ideologias estrangeiras e anarquistas no solo brasileiro e
com isso fazendo os gestores começarem a ter um controle sobre a educação para que
não ocorressem manifestos de origens grevistas e que impactassem diretamente na sua
gestão. Como uma solução adotada pelos gestores foi a limitação da entrada de
imigrantes estrangeiros e o estimuloestímulo ao aumento da contratação dos migrantes
nordestinos na hora de recrutar trabalhadores:
As necessidades de controle da educação pelo Estado foram
cada vez mais prementes nas primeiras décadas do século
XX. Para além das preocupações oriundas do ensino
organizado pelas comunidades de imigrantes, o surgimento
de escolas ligadas ao movimento operário demonstrava que a
educação foi compreendida no período como um campo de
disputas. As escolas de orientação anarquista são uma
expressão importante no conjunto das escolas surgidas entre
o final do século XIX e primeiras décadas do século XX.
Muitas delas seguiam as orientações do educador espanhol
Francisco Ferrer y Guardia (1849- 1909), que fundou em
Barcelona, em 1901, a primeira “Escola Moderna”. (PAIVA,
2013. p-103).
Nesse intuito, as pessoas que estão migrando, desde o momento de sua saída é
submetido a uma série de dificuldades encontradas, como: o costume de seu lugar de
origem, as lembranças que o acompanharão para toda a vida ao longo de suas jornadas,
a sua adaptação ao novo local, aos horários e a convivências com outras pessoas que
também mudaram para o seu novo lugar de destino. Logo, o migrante campesino ao
mudar-se para essas cidades tem como objetivo, em primeiro momento, suprir as
necessidades econômicas de sua família e ao longo do tempo ascender economicamente.
Geralmente, e como consequência da construção patriarcal do Brasil, muitas
dessas pessoas que migraram inicialmente eram homens, se estabeleciam e retornavam
para buscar suas esposas e filhos para morarem com eles. Já em outras ocasiões, o que
ocorria era o retorno desse migrante para buscar a esposa e ela trabalhar como
empregada doméstica na casa dos patrões ou até dentro de suas próprias casas lavando
“roupas de ganho”.
Não obstante, para se conquistar o que tanto é almejado por essas pessoas, elas
acabam se submetendo aos sistemas exploratórios de trabalhos, muitas vezes
desumanas. Em um sistema de usufruto do trabalho manual e de mínima compensação
por ele. Sistema de produção esse denominado por Karl Marx como Mais Valia
(COELHO 2012), um sistema no qual o operário assalariado trabalha e recebe um
pagamento pela sua força de trabalho que não é o suficiente como ele deveria receber, a
Mais Valia se divide em duas outras categorias: Mais Valia Absoluta e Mais Valia
Relativa.
A Mais Valia Absoluta ocorre como um fruto e uma consequência do sistema de
produção capitalista, uma vez que há o investimento e obtenção de lucro pelos patrões,
então a MVA aplica-se com a oferta ao trabalhador em ganhar com a hora extra e o
patrão ganhar com uma maior produção do seu produto. Já a Mais Valia Relativa é
quando o patrão que detêm o poder monetário investe para ter uma obtenção de lucro
maior que anterior e em um menor de espaço de tempo. Dessa forma, a MVR aplica-se
com o patrão adquirindo uma máquina para utilizar nas plantações de café, de cana-de-
açúcar, fábricas de roupa e nos cimentos nas obras civis, com uma produção maior em
um curto espaço de tempo, sem a necessidade de pagar as horas extras para o seu
funcionário. Não obstante, esse mesmo funcionário, agora pode dentro de uma máquina
realizar o trabalho equivalente de pelo menos 100 trabalhadores e durante um período
normal de produção, ficando opcional ao patrão a escolha ou não pela realização da
hora extra pelo seu operário assalariado.
Essa razão tornou-se um dos atuais motivos que fazem com que muitos
nordestinos não migrem apenas para o Estado de São Paulo, pois, sabe-se que com a
chegada das novas tecnologias o trabalho braçal será substituído pelas máquinas que
realizam o trabalho equivalente de cem trabalhadores, fazendo com que muitas dessas
pessoas sejam submetidas as outras formas de empregos como os serviços domésticos
ou ocupem cargos de motoristas particulares e/ou de coletivos urbanos. Além de terem
também como destino as construções civis.
Atualmente, o migrante precisa ter pelo menos uma formação técnica para saber
lidar com mais de uma profissão, uma vez que com o avanço dos maquinários, as
oportunidades de emprego foram sendo cada vez mais raras. O advento de máquinas
que fazem o trabalho de produção aumentarem, ocupando, o lugar de mais de cem
pessoas tem elevado o desemprego e a vulnerabilidade desses e dessas trabalhadoras,
levando muitos a moradores em situação de rua.
Dessa forma, com raras oportunidades de trabalho para essa população, o que
ocorre é o retorno a suas terras natais, ou o estabelecimento da residência em regiões
periféricas e de pouca visibilidade por parte dos políticos. Esses trabalhadores e
trabalhadoras acabam revivendo a triste experiência do descaso político que existia na
sua terra natal. Agora, em situação pior na terra que antes era vista como uma solução.
Por razões como essas, outro foco deste trabalho é mostrar a redução de
migrantes para outros estados e o seu retorno de parte dos migrantes para seus lugares
de origem através de políticas públicas sociais adotadas para esse objetivo.
Outros fatores políticos que submetem os migrantes irem embora de suas terras
natais é ausência de políticas públicas: como um digno acesso aos serviços de
saneamento básicos, os quais são direitos básicos de sobrevivência, assim como a falta
de redes de energia elétricas e terem a luz do dia para fazerem suas atividades e a noite
com o auxílio de velas. Como essas pessoas preservam os seus alimentos que
necessitem de uma geladeira para a sua manutenção? E como sobreviverem em um
lugar sem tamanho acesso as políticas públicas de incentivos a agricultura familiar?
Nesse contexto político social somado aos fatores de fenômenos geográficos
como longas estiagens e, por consequência, poucas produções agrícolas o migrante se
encontra em uma situação que a última saída para esses problemas se torna a
necessidade de ir para outros lugares:
A vegetação da Caatinga e longos períodos de estiagem não
favorecem o cultivo agrícola implicando, geralmente em
baixa produtividade. A falta de água encanada para o
consumo humano e a de captação direcionada aos animais
dificulta ainda mais o trabalho deste camponês. Além disto,
essa população enfrenta a falta de energia elétrica e de
assistência à saúde, dificuldades para manter as crianças e
adolescente na escola, altos índices de analfabetismo, baixa
renda familiar e, sobretudo, a reduzida parcela de terra por
unidade familiar, dificultando a sobremaneira a distribuição
de patrimônio entre os filhos. Estes são alguns dos principais
fatores que fomentam a migração (SANTOS, 2008. P-18).
Na busca por uma melhoria de vida os migrantes ao chegarem aos outros estados
eram recepcionados nas grandes fábricas associadas aos sindicatos. Porém, não eram
todas que ofereciam esses serviços ou que obrigassem a eles terem que se associarem
aos sindicatos. Não obstante na época a possibilidade de tratamento odontológico era
uma atração e por isso se associavam aos sindicatos trabalhistas, os quais lhe propiciam
diversos novos tratamentos que o eventualmente não encontraria com a mesma
facilidade esse acesso em sua terra natal. A questão tanto da facilidade quanto da
dificuldade para o migrante em seu lugar de origem parte da disponibilidade de acesso
aos serviços e se encontrarão tal atendimento necessitado. Pois, tanto na zona urbana
quanto na zona rural, uma pessoa necessitada de um atendimento emergencial, o/a qual
mora distante do centro de atendimento em saúde e em muitas situações saem de suas
casas em busca de um atendimento emergencial e se deparam com a ausência do
plantonista escalado.
Para além dos atendimentos outros fatores que impactam diretamente para a
mudança de local é a necessidade de estabelecimento e preservação do seu local de
origem, seja no meio urbano ou rural, o que demonstra tamanha dificuldade ocorre pelo
desejo ter uma casa ou comprar uma posse e construir a sua casa para viver com a sua
nova família. Porém, nem sempre isso ocorrerá, uma vez que ao dividir o patrimônio
herdado dos seus pais com os/as seus/suas irmãos/irmãs essas pessoas herdarão porções
diminutas. Por essa razão, conforme afirma Diana Santos, esse fator torna-se mais um
motivo para o migrante deixar sua cidade natal:
Na realidade da zona rural brasileira, a migração, em grande
parte dos casos, não funciona como uma ação permanente da
mudança de espaço, mas como a oportunidade de ter acesso à
melhoria de condição da renda familiar, de transformar-se em
comerciante abrindo o próprio negócio, adquirir terras ou
aumentar o patrimônio por meio da compra, e além disso,
impedir a fragmentação extrema da terra que será dividida
entre os filhos por meio da herança. No imaginário daquele
que migra, o retorno se faz presente, imprimindo à
mobilidade um começo, um meio e um fim, mesmo que esta
passagem não seja marcada por uma atemporalidade definida,
haja vista que definem o retorno à terra de origem são
distintos para cada indivíduo (SANTOS, 2008. P-105).
SOUZA, Daniele Santos de. Tráfico, escravidão e liberdade na Bahia nos “anos de
ouro” do comércio negreiro (c.1680-c.1790)/ Daniele Santos de Souza - Salvador,
2018.
SANTOS, Diana Anunciação. “Esse mundo era todo nosso”: fluxos migratórios e
memória coletiva em uma comunidade rural do Litoral Norte da Bahia / Diana
Anunciação Santos.– 2016. 281 f.: il.