Você está na página 1de 17

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA:

É no conflito entre duas visões de mundo que surge uma


terceira visão, construída pelo antropólogo juntamente com
seus informantes. Como afirma Stocking (1968), não é
somente pela causa do passado que devemos entender o
presente e nem somente pelas causas do próprio presente,
mas sim pela fusão do nosso momento presente com o
contexto do passado que podemos travar um diálogo com as
obras clássicas deixadas pelos “grandes Homens do passado”.
A meu ver esta postura, proposta por Stocking, é a mesma
que um antropólogo deve ter perante o seu informante:
devemos dialogar tecendo uma terceira visão. Esta terceira
visão é um modo de contornar a diferença, mas não um modo
de superá-la. (CARDEL, 1992.-p –11).

Para compreender corretamente a necessidade da migração nordestina no Brasil


e dos movimentos de deslocamento populacional pelo mundo é necessário indagar os
motivos que têm impulsionado estes deslocamentos. Dessa forma, é possível entender o
porquê dessa ocupação ocorrida.
Por isso, as atividades braçais dos seres humanos, é um dos estudos que será
feito nesse trabalho, pois, todos os imigrantes, emigrantes e migrantes quando saíram (e
saem) de seus locais de origem em busca de condições melhores de vida, em sua
maioria, utilizará de suas forças físicas para alcançar tamanha recompensa que só pode
ocorrer devido a sua paixão pelo lugar de origem ou desejo de uma nova vida.

AS NECESSIDADES DE EMIGRAR, IMIGRAR E MIGRAR:


O que leva indivíduos tão isolados cultural e geograficamente
da civilização urbana deixar seu “modus vivendi” para
enfrentar como um Ulisses, as Odisséias dos grandes centros
urbanos? Por que migrar para um espaço geográfico
completamente desconhecido e vender sua força de trabalho
em atividades inteiramente diferentes das quais estão
habituados a fazer? (CARDEL, 1992.-p-74).

Os principais motivos para as pessoas saírem de suas terras natais são as


limitações que abrangem o seu lugar de origem. Inclusive, uma das razões no período
Quinhentista de terem ocorrido às emigrações europeias foi à busca da sua expansão
econômica por parte dos viajantes. Uma vez que a economia europeia durante o Século
XV tinha como base o Feudalismo através das atividades rurais. Tendo como objetivo a
ampliação da produção açucareira, os portugueses emigraram e se alojaram em países
separados pela costa do oceano Atlântico, como o Brasil e a Angola nos continentes
americano e africano, respectivamente. Mas no Brasil, já viviam os índios que foram
ludribriadosludibriados com especiarias pelos portugueses em troca de riquezas
brasileiras e muitos dizimados por não serem de acordo a exploração da terra ameríndia
e nem da catequização pelos jesuítas. Dividindo a área em Capitanias Hereditárias e
distribuídas para serem exploradas por pessoas importantes da corte portuguesa.
Por causa da ausência de recursos hídricos em áreas ocidentais da África, muitos
africanos imigraram para diversos lugares do mundo em busca de matérias primas para
o seu sustento. Porém, não foi isso o que ocorreu, pois, ao serem trazidos à força, foram
escravizados e explorados pelos portugueses no Brasil. Como afirma, Daniele Souza:
“Uma das faces mais cruéis do processo de colonização e formação do Brasil foi o
desembarque de milhares de africanos extenuados, alguns já sem vida, vitimados pela
escravização e pelo tráfico transatlântico”.
Não obstante o comércio de africanos escravizados para o Brasil, em específico
na capitania baiana, ocorreu com uma maior frequência no final do Século XVII quando
os importadores baianos estabeleceram contatos comerciais maiores com os traficantes
de escravos na Costa da Mina, também localizada na África Ocidental – conforme
Daniele de Souza: “A posição dos traficantes da Bahia no comércio africano, em
princípio, era mais confortável. Seus dissabores seriam outros. A consolidação do
tráfico entre a capitania e a Costa da Mina não foi algo automático”
Hoje em dia vemos essa mesma exploração assalariada, mas na relação de
empregador e empregados, pois, ganha-se o mínimo para que se trabalhe ao máximo. E
muitos nordestinos vivem esse dilema, pois, são oriundos da região mais explorada
pelos portugueses e menos beneficiada nos critérios políticos, econômicos e
geográficos. E razões como essas estimulam o constante fluxo migratório.

CONTEXTO HISTÓRICO NACIONAL DA MIGRAÇÃO NORDESTINA.


Para compreender a migração nordestina no Brasil é necessário entender alguns
conceitos científicos que impactam diretamente no tema central desse trabalho
acadêmico, como a Dualidade da Migração Nordestina segundo Diana Santos. Pois, nos
livros da educação brasileira, existe uma construção voltada para que o estado de São
Paulo fosse visto como um paraíso através dos trabalhos em ambientes urbanos.
Enquanto, nos mesmos livros educacionais existe o déficit de aprendizado voltado para
a zona rural. Santos e (2008, pg. 103) demonstra em suas pesquisas como é fomentada a
narrativa da desvalorização do meio rural, apresentadas essa um dos motivos que leva
jovens a desejar migrar para zonas urbanas:razão como um dos motivos de desistência
de estudantes residentes nas zonas rurais:
“O sistema de educação tradicional, como vimos
anteriormente, reforça a valorização do meio urbano em
detrimento do meio rural. Os jovens são formados para
desempenharem atividades que não correspondem aquelas
praticadas no campo. Não são discutidas atividades referentes
à agricultura ou à criação de animais, muito menos se faz
uma reflexão sobre novas técnicas de trabalho e instrumento
que favoreçam a convivência harmoniosa com o semi-árido e
o desenvolvimento sustentável local. Obviamente, as direções
dadas às suas práticas pedagógicas impulsionam os jovens,
por vezes, a migrarem para os grandes centros urbanos do
país”. (IbidSANTOS, 2008. P – 103),

Não obstante, esse déficit educacional impactou diretamente no futuro dessas


pessoas que abandonaram o seu estudo, como consequência, não puderam ter uma visão
de como se manterem em suas terras e ao irem para outros estados trabalharam em
serviços diferentes do seu cotidiano como as construções civis, as metalúrgicas, os
restaurantes, as casas de costuras e as construções de estradas nacionais e estaduais. E,
por consequência, coincidindo com o conceito sociológico elaborado por Karl Marx, a
Mais Valia que se divide em: Mais Valia Absoluta (MVA) e (MVR) Mais Valia
Relativa.
Dessa forma, neste trabalho acadêmico, será demonstrado como o fenômeno da
migração nordestina se tornou um dos principais fatores político-social adotado para a
construção dos principais centros urbanos do país e, refletindo, como isso aconteceu
através da Mais Valia em um sistema de muito trabalho e de pouco ganho.,
Já as questões de Mais Valia Absoluta e Relativa 1 se caracterizam quando os
operários de uma fábrica trabalham para obter o salário e recebem apenas uma parte
equivalente a 20%. Enquanto o capital equivalente a 80% equivale ao lucro gerado para
o patrão através exploração da força de trabalho vendida pelo operário. Enquanto a Mais
Valia Relativa diferencia da Mais Valia Absoluta na medida em que cresce a produção
dos produtos fabricados e existe a possibilidade de um lucro maior para o seu patrão no
mesmo tempo de trabalho. Dessa forma, a Mais Valia Absoluta é quando os operários
podem produzir mais unidades aumentando a demanda da fábrica e recebendo por horas
extras, enquanto, a Mais Valia Relativa ocorre na medida em que o patrão não precise
pagar por hora extra e tenha um acréscimo maior de produção e lucro. Isso acontece
com a inserção de máquinas no ambiente de trabalho uma vez que essas máquinas

1
Mais Valia consiste quando o patrão no seu trabalho obtêmo patrão no seu trabalho obtém todos os
lucros possíveis como a utilização de horas extras. Enquanto a Mais Valia Relativa é a obtenção de lucro
por parte do patrão no momento em que ele obtêmele obtém esse lucro no período de trabalho sem
necessidade de horas extras com a adição das máquinas que substituem vários trabalhadores. (COELHO
2012)
substituem o trabalho braçal e um número de pessoas que realizariam aquelas
atividades. Além é claro do patrão não pagar mais ao trabalhador que será demitido.
Na prática essa questão pode ser compreendida facilmente, pois o que ocorreu na
Inglaterra durante a Revolução Industrial foi a industrialização e, por consequência,
houve um aumento nessas áreas e o país passou de uma população rural para uma
população urbana.
Entretanto também é necessário o entendimento em torno das políticas adotadas
ao longo dos séculos passados que incentivaram a migração nordestina como solução
para o problema desenvolvido pela própria política que incentivou a vinda dos
imigrantes europeus a fim de se ter o “embranquecimento social” da população
brasileira e por consequência ter a redução do número de brasileiros afrodescendente e
ex-escravisados com o fim do período escravocrata do Brasil que passou a representar
um grave problema social para os poderosos.
Durante o início do século XX, nas décadas de 30, 40 e 50, o Brasil começou a
ser propagado internacionalmente como o país do futuro e de esperança aos imigrantes
europeus, principalmente: italianos e alemães. Cujos países se encontravam em graves
crises políticas, econômicas e sociais. Por isso, muitos imigrantes viram o Brasil como
uma “solução” dos seus problemas e a possibilidade de uma nova vida para suas
famílias. Porém, ao chegarem no Brasil tinham como destino as vilas que se
localizavam distantes dos grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste do Brasil,
em especificoespecífico, chegavam na grande São Paulo e eram encaminhados para os
outros estados como o Rio de Janeiro (Capital do país) e Minas Gerais por causa dos
grandes produtores de leite. Dessa forma, as separações eram usadas como uma
prevenção para não manterem unidas as famílias e não terem propagações de ideologias
divergentes dos grandes proprietários e por isso, eram encaminhadas para residirem em
pousadas localizadas nas pequenas vilas, e distante dos grandes centros urbanos. E
trabalhando diretamente em atividades agrícolas como nas grandes plantações de café,
algodão e cana-de-açúcar ou nas construções civis.
Não obstante, a intenção inicial desses proprietários e políticos do final do
Século XVIII e início do Século XIX não obteve êxito, pois, uma vez que esses
imigrantes, ao longo do tempo perceberam que eram cada vez mais explorados e que
não teriam o objetivo inicial alcançados começaram a propagar ideologias anarquistas.
Reivindicando melhores condições de trabalho, de direitos a saúde básica, salários
dignos a atividade profissional que exerciam. Foi nesse período que as autoridades
brasileiras começaram a gerar políticas públicas que reduzissem o número de imigrantes
internacionais que desejavam vir para o Brasil e incentivaram cada vez mais a vinda dos
moradores do “norte”, em específico do Nordeste (CARDEL, 1992). Os quais passavam
pelas piores condições possíveis de vida, chegando ao ponto de praticarem a autofagia
(COELHO, 2012) por necessidades de sobrevivência porque não tinham Políticas
Públicas que gerassem empregos e possibilidades de sobrevivência dessa população
historicamente esquecida.
O primeiro grande alvo da migração nordestina foi a região Norte do Brasil com
a construção de ferrovias para os trens de ferro e a exploração da borracha na floresta
Amazônica que fez com que muitos nordestinos (as) fossem para o norte em busca de
melhores condições de vida. Não obstante, outras formas de políticas foram criadas
como a construção de BR’s para abertura de novos caminhos que facilitassem o
deslocamento entre os estados e a passagem de coletivos (também conhecidos como os
famosos – Pau de Arara).
AssimNão obstante, a intenção inicial dos políticos poderosos na metade do
Século XIX não obteve êxito, pois, uma vez que esses imigrantes, ao longo do tempo
perceberam que eram cada vez mais explorados e que não teriam o objetivo inicial
alcançados começaram a propagar ideologias anarquistas: reivindicando melhores
condições de trabalho, direitos a saúde básica, criação de sindicatos e salários dignos a
atividade profissional que exerciam. Foi nesse período que as autoridades brasileiras
começaram a gerar políticas públicas que reduzissem o número de imigrantes
internacionais que desejavam vir para o Brasil e incentivaram cada vez mais a vinda dos
moradores do “norte”, em específico do Nordeste (CARDEL, 1992). Os quais passaram
pelas piores condições possíveis de vida, chegando ao ponto de praticarem a autofagia
(COELHO, 2012) por necessidades de sobrevivência. Uma vez que não existiam
Políticas Públicas que gerassem empregos e possibilidades de sobrevivência dessa
população politicamente esquecida. O primeiro grande alvo da migração nordestina foi
a região Norte do Brasil com a construção de ferrovias para os trens de ferro e a
exploração da borracha na floresta Amazônica que fez com que muitos nordestinos (as)
fossem para o norte em busca de melhores condições de vida. Não obstante outras
formas de políticas foram criadas como a construção de BR’s para abertura de novos
caminhos que facilitassem o deslocamento entre os estados e a passagem de coletivos
(também conhecidos como os famosos – Pau de Arara).
MIGRAÇÃO NORDESTINA NO CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO.
Se as sociedades de recepção guardam relações ambíguas e
contraditórias com a presença dos migrantes, estes, por sua
vez, também possuem suas próprias ambiguidades e
contradições. De um lado, o migrante é um ser partido. Ao
deslocar-se espacialmente, ele vivencia também muitos
outros deslocamentos – culturais, afetivos e emocionais,
profissionais, etc. – que o colocam numa situação de
suspensão entre dois mundos, duas realidades: a lembrança e
as marcas de seu lugar de origem e o contexto de seu (novo)
lugar de fixação. Para sobreviver a essa situação de
suspensão, o migrante necessita reafirmar os elementos de
identidade que lhe são mais densos e presentes; normalmente,
essas são as suas características originárias, o que, para a
sociedade de recepção, são as características do estrangeiro.
(PAIVA, 2013, P-24).

Para começar a falar do contexto histórico brasileiro migracional nordestino, é


necessário entender como o nordeste ocupou esse espaço e por que o ocupou de tal
maneira. Um assunto retratado nas mais diversas obras de artes brasileiras, como: a
literária, a musical e a audiovisual - em poemas de cordel e em livros como Vidas Secas
de Graciliano Ramos, cuja obra foi adaptada para o audiovisual. Além das músicas de
Luiz Gonzaga, Zé Ramalho, Geraldo Vandré e Elba Ramalho.
As histórias de retirantes, coronéis, cangaceiros,
monges e padres santificados pelo povo, registram grande
recorrência no imaginário brasileiro. Virgulino Lampião,
padre Cícero, Antônio Conselheiro, ou mesmo o retirante
Fabiano, Sinhá Vitória, os meninos e a cachorra Baleia, de
Graciliano Ramos, permeiam os círculos culturais, e, de
tempos em tempos, vem à tona para respirar e voltar aos
holofotes. Edições comemorativas de clássicos, trabalhos
acadêmicos, trabalhos jornalísticos são exemplos dos
momentos em que estas figuras nordestinas retornam às
prateleiras das livrarias, às telas dos cinemas e das televisões.
(COELHO, 20122. P-26)

Para que esse fenômeno e os seus motivos sejam compreendidos ao ponto de


serem estudados em ambientes universitários como em: teses de doutorados, mestrados
e outros trabalhos acadêmicos. É necessário entendê-la não apenas como um fenômeno
no qual as pessoas, em sua maioria, foram obrigadas a optarem pela mudança de lugar
como a única forma de solução viável para os problemas encontrados em seus lugares
de origem. Mas também como uma ferramenta política por parte dos gestores e de
forma oportunista pelos grandes empresários que viam nessas pessoas a mão de obra
barata. Além da possibilidade de substituição dos imigrantes que começavam a expandir
a ideologia anarquista em solo brasileiro.
E para isso ocorrer é essencial saber que no ano de 1850, metade do século XIX,
começou um esquecimento político dos negros escravizados e residentes na região
nordestina do Brasil – isso devido a proibição do tráfico de escravos e em anos
posteriores com o fim do período escravocrata no Brasil, pois, para os gestores durante
o século oitocentista foi elaborado leis que incentivaram a vinda de imigrantes europeus
para as grandes plantações de café no sudeste do Brasil e dessa forma deixando de lado
a região nordestina, naquela época ainda nomeada como Norte, onde se predominava
um maior contingente de ex-escravizados e afrodescendentes brasileiros, os quais
estavam abandonados as próprias sortes em lugares cujas condições de vida eram sub-
humanas. Perante essa situação, os governantes constroem uma visão em que os negros
despejados eram o problema e que o Brasil precisava “embranquecer” (SKIDMORE,
2012) para encontrar um meio de se ter um desenvolvimento econômico e dessa forma
os imigrantes europeus que vieram de países economicamente fracos e que dependiam
diretamente do trabalho rural e vendiam suas poucas propriedades para irem em busca
de um futuro melhor no Brasil nas novas oportunidades de empregos nos grandes
cafezais e demais plantações:
A imigração para o estado de São Paulo foi consequência
direta do processo, iniciado em meados do século XIX, de
substituição dos escravos por mão de obra livre nas grandes
plantações de café e acelerado por volta de 1850 devido ao
aumento das restrições ao comércio de escravos. A
diminuição paulatina do trabalho escravo e o crescimento da
importância do café para a economia brasileira criaram as
condições adequadas para iniciativas privadas, e
posteriormente públicas, de introdução do trabalho imigrante.
(PAIVA, 2013. P-37).

Nesse intuito de manterem esses mesmosmanterem esses migrantes necessitados


afastados dos grandes centros urbanos e dos grandes políticos que acreditavam não ser
bom para a imagem da cidade a presença dessas pessoas nos ambientes humanos. Pois,
como eram populações cujos níveis de analfabetismo, conforme CARDEL (1992), eram
altos e com pessoas que na maioria das vezes abandonavam seus estudos para
trabalharem, que deu aos migrantes o acesso em outros períodos de seca a possibilidade
de chegar aos grandes centros em busca de melhores condições de vida e isso no início
do Século XX, um grande número de migrantes foram designados a região Norte do
Brasil para a exploração do látex para a confecção da borracha.
Já em outras épocas a migração nordestina tomou outro rumo, novos migrantes
também se deslocaram para outras localidades e principalmente tomou como destino o
estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais através das estradas e rodovias que
os próprios migrantes trabalharam, como uma das medidas dos gestores para que essas
pessoas não chegassem aos grandes centros urbanos.
Não obstante, já existia um órgão responsável para que fossem dadas as devidas
assistência a região nordestina nesses períodos de secas, o IOCS, Inspetoria de Obras
Criadas contra as Secas em 1909 pela gestão de Nilo Peçanha, mas que não houve
sucesso no objetivo a ser alcançado. Da mesma forma, anos depois o IOCS se tornou
IFOCS e sem tamanha solução para os gravíssimos problemas enfrentados pelos
necessitados daquela época. As primeiras ações que apresentaram soluções
momentâneas na naquele período desesperador ocorreram durante as gestões de Getúlio
Vargas e de Juscelino Kubistchek com planejamentos de construções de rodovias, a
elaboração das Condições Legais de Trabalho – CLT – e a construção planejada de
Brasília que mais tarde se tornara a capital brasileira, respectivamente. A
empregabilidade desses migrantes tinha como um dos objetivos evitar situações de
extremas necessidades dessas pessoas oriundas de uma região politicamente esquecida
ao ponto de nordestinos praticarem a autofagia. Conforme, afirma COELHO (2012):

Talvez o ato mais vil praticado contra os retirantes fosse a


fome. Ela poderia levar ao desespero, e quando as ações
como roubo, prostituição, não eram suficientes para
conseguir o sustento, ou por haver medo das ações
repressoras, os flagelados recorriam a atos que iriam
certamente contra o modo de vida “cristão” levado no
nordeste. Existiram durante os três anos de seca,
documentados pelos jornais e pela polícia, casos de
canibalismo; “diversos casos de antropofagia foram revelados
pela imprensa e acabaram por fazer parte da literatura sobre
as secas” (COELHO, 2012. P-33)

Após essas situações sub-humanas e com extremas consequências horríveis


desse tipo obrigaram aos governantes terem um novo olhar para essas pessoas
necessitadas de medidas eficazes e urgentes em curto período de tempo a fim de
prevenir a ocorrência de crises como essa. Dessa forma as soluções que precisavam ter
eficácias rápidas só foram tomadas depois dos primeiros anos da gestão ditatorial de
Getúlio Vargas e mesmo assim usadas para que mantivessem essas pessoas distantes
dos grandes centros urbanos e isso ocorreu com as construções de estradas como as
rodovias e ferrovias, como afirma COELHO (2012):
De fato, o governo mais uma vez estivera “atrás” dos
acontecimentos, não conseguindo antevê-los em tempo hábil
para qualquer ação preventiva, mais uma vez os açudes
secaram facilmente, deixando milhares à míngua. Isso sem
contar que a maioria dos açudes construídos pelo IOCS
estavam nas mãos de particulares, os açudes públicos eram
sempre os primeiros a secar, e mais uma vez o nordeste se
punha em marcha! À direção do litoral, guiados pelas
estradas construídas em outros momentos de seca, é irônico o
fato de que em outras estiagens, para manter os retirantes
afastados das cidades grandes, os levavam à construção de
estradas, de ferro e de rodagem, em locais mais distantes. Na
seca de 1932 e subsequentes, essas mesmas estradas levaram
às cidades grande número de migrantes. (COELHO, 2012. P-
44).

Outro fator que incentivou na migração nordestina foi no início do Século XX,
com as criações de escolas de ideologias estrangeiras e anarquistas no solo brasileiro e
com isso fazendo os gestores começarem a ter um controle sobre a educação para que
não ocorressem manifestos de origens grevistas e que impactassem diretamente na sua
gestão. Como uma solução adotada pelos gestores foi a limitação da entrada de
imigrantes estrangeiros e o estimuloestímulo ao aumento da contratação dos migrantes
nordestinos na hora de recrutar trabalhadores:
As necessidades de controle da educação pelo Estado foram
cada vez mais prementes nas primeiras décadas do século
XX. Para além das preocupações oriundas do ensino
organizado pelas comunidades de imigrantes, o surgimento
de escolas ligadas ao movimento operário demonstrava que a
educação foi compreendida no período como um campo de
disputas. As escolas de orientação anarquista são uma
expressão importante no conjunto das escolas surgidas entre
o final do século XIX e primeiras décadas do século XX.
Muitas delas seguiam as orientações do educador espanhol
Francisco Ferrer y Guardia (1849- 1909), que fundou em
Barcelona, em 1901, a primeira “Escola Moderna”. (PAIVA,
2013. p-103).

Conforme afirma Paiva (2013ano) “[as] empresas foram obrigadas a colocar em


seus quadros de funcionários 2/3 de trabalhadores nacionais”. Apoiando a
empregabilidade como manobra para limitação da entrada de estrangeiros “...o discurso
oficial justificava a instituição do regime de cotas de 2%, que limitava o número de
imigrantes que poderia entrar no país...”.
Na década de 1930 foi quando iniciou o incentivo a migração nordestina para o
estado de São Paulo. A mão de obra era destinada ao trabalho nas plantações e para o
trabalho na área da construção civil. Porém, ainda com um maior número de
trabalhadores nacionais que internacionais.
Da totalidade de estrangeiros e brasileiros que entraram no
estado de São Paulo na década de 1920 – em números
absolutos, 868.063 –, os brasileiros representavam apenas
24,49%, enquanto os estrangeiros somavam 75,51%. No
transcurso dos anos 1930 temos uma reversão deste quadro.
De um total de 633.986 que entraram no estado, os nacionais
representaram 68,74%, já os estrangeiros refluíram para
31,26%. (PAIVA, 2013,-p.113).
.
Dessa forma, a migração nordestina teve o seu ápice a partir da década de 30,
com o advento do impulsionamento político e mais tarde nas décadas de 40 e 50 com a
industrialização do sudeste, principalmente em São Paulo que diversos nordestinos de
diferentes estados se deslocaram com o objetivo de “ ”crescer na vida” e dar um futuro
melhor para sua família, buscando um emprego digno e satisfatório, mas ao chegarem
eles encontraram uma realidade diferente daquela que ouviram e sonharam. Deparando
com muitas dificuldades, submetidos a exploração do trabalho e aos tratamentos
degradantes. Além de ficarem distantes dos grandes centros urbanos, nas plantações dos
grandes fazendeiros/latifundiários. Assim, os migrantes nordestinos recepcionados, que
se aventuraram em busca de melhores condições de vida eram de origens rurais e
diretamente prejudicada com estiagens dos períodos de secas.
E por não ter como produzir em sua terra devido à ausência do recurso hídrico
quanto por não haveremhaver políticas públicas que suprissem a sua carência
momentânea e nem possuir o capital suficiente, muitas vezes vendiam a sua pequena
propriedade para os poucos que tinham como comprar e resistir ao período de seca. Por
essas questões, principalmente a dificuldade da seca, essas pessoas migravam para o
estado de São Paulo, ao chegarem eram encaminhados para as regiões que condiziam
com as suas possibilidades econômicas e residiam nas pequenas vilas, alojados com
mais de uma família em uma mesma casa.
A seca nas regiões nordestinas era o começo dos problemas que essas pessoas
enfrentariam. Pois, conforme afirma CARDEL, os migrantes encontram pela frente
vários outros tipos de tratamentos os quais, os estigmatizavam, adicionam
características oriundas de práticas eugênicas ao migrante, considerado como uma
pessoa “aculturada, burra e preguiçosa...”, sendo inferiorizada já que não tem os
mesmos hábitos culturais da população dos grandes centros das cidades:
Não podemos deixar de citar que o camponês criado sob a
ótica de uma ética camponesa (WOORTMANN, 1990), isto
é, numa cultura contendo elementos de tradição distintos da
cultura urbana, e preparado para trabalhar e herdar a terra,
geralmente não se reconhece no ambiente de chegada,
especialmente quando este trata-se de um grande centro
urbano como São Paulo. Ele vive uma condição de
liminaridade, reprimindo-se e sendo reprimido pelo novo
grupo. Ele é reconhecido pelo outro por suas características
culturais distintas, que, muitas vezes, dão margem a
utilização de termos com sentidos pejorativos. (CARDEL,
2003. Apud in SANTOS, 2016- p.40).

Nesse intuito, as pessoas que estão migrando, desde o momento de sua saída é
submetido a uma série de dificuldades encontradas, como: o costume de seu lugar de
origem, as lembranças que o acompanharão para toda a vida ao longo de suas jornadas,
a sua adaptação ao novo local, aos horários e a convivências com outras pessoas que
também mudaram para o seu novo lugar de destino. Logo, o migrante campesino ao
mudar-se para essas cidades tem como objetivo, em primeiro momento, suprir as
necessidades econômicas de sua família e ao longo do tempo ascender economicamente.
Geralmente, e como consequência da construção patriarcal do Brasil, muitas
dessas pessoas que migraram inicialmente eram homens, se estabeleciam e retornavam
para buscar suas esposas e filhos para morarem com eles. Já em outras ocasiões, o que
ocorria era o retorno desse migrante para buscar a esposa e ela trabalhar como
empregada doméstica na casa dos patrões ou até dentro de suas próprias casas lavando
“roupas de ganho”.
Não obstante, para se conquistar o que tanto é almejado por essas pessoas, elas
acabam se submetendo aos sistemas exploratórios de trabalhos, muitas vezes
desumanas. Em um sistema de usufruto do trabalho manual e de mínima compensação
por ele. Sistema de produção esse denominado por Karl Marx como Mais Valia
(COELHO 2012), um sistema no qual o operário assalariado trabalha e recebe um
pagamento pela sua força de trabalho que não é o suficiente como ele deveria receber, a
Mais Valia se divide em duas outras categorias: Mais Valia Absoluta e Mais Valia
Relativa.
A Mais Valia Absoluta ocorre como um fruto e uma consequência do sistema de
produção capitalista, uma vez que há o investimento e obtenção de lucro pelos patrões,
então a MVA aplica-se com a oferta ao trabalhador em ganhar com a hora extra e o
patrão ganhar com uma maior produção do seu produto. Já a Mais Valia Relativa é
quando o patrão que detêm o poder monetário investe para ter uma obtenção de lucro
maior que anterior e em um menor de espaço de tempo. Dessa forma, a MVR aplica-se
com o patrão adquirindo uma máquina para utilizar nas plantações de café, de cana-de-
açúcar, fábricas de roupa e nos cimentos nas obras civis, com uma produção maior em
um curto espaço de tempo, sem a necessidade de pagar as horas extras para o seu
funcionário. Não obstante, esse mesmo funcionário, agora pode dentro de uma máquina
realizar o trabalho equivalente de pelo menos 100 trabalhadores e durante um período
normal de produção, ficando opcional ao patrão a escolha ou não pela realização da
hora extra pelo seu operário assalariado.
Essa razão tornou-se um dos atuais motivos que fazem com que muitos
nordestinos não migrem apenas para o Estado de São Paulo, pois, sabe-se que com a
chegada das novas tecnologias o trabalho braçal será substituído pelas máquinas que
realizam o trabalho equivalente de cem trabalhadores, fazendo com que muitas dessas
pessoas sejam submetidas as outras formas de empregos como os serviços domésticos
ou ocupem cargos de motoristas particulares e/ou de coletivos urbanos. Além de terem
também como destino as construções civis.
Atualmente, o migrante precisa ter pelo menos uma formação técnica para saber
lidar com mais de uma profissão, uma vez que com o avanço dos maquinários, as
oportunidades de emprego foram sendo cada vez mais raras. O advento de máquinas
que fazem o trabalho de produção aumentarem, ocupando, o lugar de mais de cem
pessoas tem elevado o desemprego e a vulnerabilidade desses e dessas trabalhadoras,
levando muitos a moradores em situação de rua.
Dessa forma, com raras oportunidades de trabalho para essa população, o que
ocorre é o retorno a suas terras natais, ou o estabelecimento da residência em regiões
periféricas e de pouca visibilidade por parte dos políticos. Esses trabalhadores e
trabalhadoras acabam revivendo a triste experiência do descaso político que existia na
sua terra natal. Agora, em situação pior na terra que antes era vista como uma solução.
Por razões como essas, outro foco deste trabalho é mostrar a redução de
migrantes para outros estados e o seu retorno de parte dos migrantes para seus lugares
de origem através de políticas públicas sociais adotadas para esse objetivo.

PRINCIPAIS FATORES DA MIGRAÇÃO:


A migração constitui-se uma categoria de análise ambígua
que pode ser compreendida por meio de várias óticas, já que
é percebida diferentemente pelo grupo que recebe o migrante,
pelo grupo que fornece o migrante e pelo próprio migrante.
Para tanto, uma analise mais aprofundada sobre os diversos
aspectos que envolvem a migração depende da compreensão
de tríade que a engloba: espaço-tempo-identidade
(TARRIUS, 2000. Apud in SANTOS, 2008,P-102).

Para compreender corretamente os principais motivos que levam os migrantes


saírem de suas terras natais para outros lugares em busca de uma vida melhor é
necessário entender como isso foi uma ação necessária para a política do sistema
capitalista de produção. A princípio a migração pode ser vista como uma ação política
que favorece diretamente o sistema capitalista de produção, pois, os migrantes
movimentam economicamente o mercado no momento em que embarcam e chegam aos
locais de destinos. Ao consumir os serviços oferecidos no novo local. É essa forma de
cultura adotada ocorre desde os períodos escolares, uma vez que o ser migrante é
educado para em sua vida adulta migrar para os estados do sudeste e sul brasileiro,
como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais, em busca de uma condição
melhor de vida.
O sistema de educação tradicional, como vimos
anteriormente, reforça a valorização do meio urbano em
detrimento do meio rural. Os jovens são formados para
desempenharem atividades não que não correspondem com
aquelas praticadas no campo. Não são questões discutidas
referentes à agricultura ou à criação de animais, muito menos
se faz uma reflexão sobre novas técnicas de trabalho e
instrumentos que favoreçam a convivência harmoniosa com o
semiárido e o desenvolvimento sustentável local.
Obviamente, a direção dada as suas práticas pedagógicas
impulsionam os jovens por vezes, a migrarem para os
grandes centros urbanos do país. (SANTOS, 2008. P -101).

Outros fatores políticos que submetem os migrantes irem embora de suas terras
natais é ausência de políticas públicas: como um digno acesso aos serviços de
saneamento básicos, os quais são direitos básicos de sobrevivência, assim como a falta
de redes de energia elétricas e terem a luz do dia para fazerem suas atividades e a noite
com o auxílio de velas. Como essas pessoas preservam os seus alimentos que
necessitem de uma geladeira para a sua manutenção? E como sobreviverem em um
lugar sem tamanho acesso as políticas públicas de incentivos a agricultura familiar?
Nesse contexto político social somado aos fatores de fenômenos geográficos
como longas estiagens e, por consequência, poucas produções agrícolas o migrante se
encontra em uma situação que a última saída para esses problemas se torna a
necessidade de ir para outros lugares:
A vegetação da Caatinga e longos períodos de estiagem não
favorecem o cultivo agrícola implicando, geralmente em
baixa produtividade. A falta de água encanada para o
consumo humano e a de captação direcionada aos animais
dificulta ainda mais o trabalho deste camponês. Além disto,
essa população enfrenta a falta de energia elétrica e de
assistência à saúde, dificuldades para manter as crianças e
adolescente na escola, altos índices de analfabetismo, baixa
renda familiar e, sobretudo, a reduzida parcela de terra por
unidade familiar, dificultando a sobremaneira a distribuição
de patrimônio entre os filhos. Estes são alguns dos principais
fatores que fomentam a migração (SANTOS, 2008. P-18).
Na busca por uma melhoria de vida os migrantes ao chegarem aos outros estados
eram recepcionados nas grandes fábricas associadas aos sindicatos. Porém, não eram
todas que ofereciam esses serviços ou que obrigassem a eles terem que se associarem
aos sindicatos. Não obstante na época a possibilidade de tratamento odontológico era
uma atração e por isso se associavam aos sindicatos trabalhistas, os quais lhe propiciam
diversos novos tratamentos que o eventualmente não encontraria com a mesma
facilidade esse acesso em sua terra natal. A questão tanto da facilidade quanto da
dificuldade para o migrante em seu lugar de origem parte da disponibilidade de acesso
aos serviços e se encontrarão tal atendimento necessitado. Pois, tanto na zona urbana
quanto na zona rural, uma pessoa necessitada de um atendimento emergencial, o/a qual
mora distante do centro de atendimento em saúde e em muitas situações saem de suas
casas em busca de um atendimento emergencial e se deparam com a ausência do
plantonista escalado.
Para além dos atendimentos outros fatores que impactam diretamente para a
mudança de local é a necessidade de estabelecimento e preservação do seu local de
origem, seja no meio urbano ou rural, o que demonstra tamanha dificuldade ocorre pelo
desejo ter uma casa ou comprar uma posse e construir a sua casa para viver com a sua
nova família. Porém, nem sempre isso ocorrerá, uma vez que ao dividir o patrimônio
herdado dos seus pais com os/as seus/suas irmãos/irmãs essas pessoas herdarão porções
diminutas. Por essa razão, conforme afirma Diana Santos, esse fator torna-se mais um
motivo para o migrante deixar sua cidade natal:
Na realidade da zona rural brasileira, a migração, em grande
parte dos casos, não funciona como uma ação permanente da
mudança de espaço, mas como a oportunidade de ter acesso à
melhoria de condição da renda familiar, de transformar-se em
comerciante abrindo o próprio negócio, adquirir terras ou
aumentar o patrimônio por meio da compra, e além disso,
impedir a fragmentação extrema da terra que será dividida
entre os filhos por meio da herança. No imaginário daquele
que migra, o retorno se faz presente, imprimindo à
mobilidade um começo, um meio e um fim, mesmo que esta
passagem não seja marcada por uma atemporalidade definida,
haja vista que definem o retorno à terra de origem são
distintos para cada indivíduo (SANTOS, 2008. P-105).

A influência familiar é um dos principais fatores que afetam diretamente na


decisão das pessoas que estão migrando, pois, essas por suas vezes acabam encontrando
um local em que possa permanecer por um período até encontrar um emprego ou residir
no estado. O que facilita muito tanto na chegada quanto na permanência desse migrante
no novo lugar de moradia. Outro motivo atrelado a existência de parentes é a
oportunidade, através de indicações, de conseguirem uma vaga, o que não ocorre com
todas as pessoas, pois, as quais vão sem indicação - acabam chegando nesses lugares
com “uma mão na frente e outra atrás”, não encontram emprego e trabalham em
serviços pouco desejado, como limpando os carros nos semáforos ou também
malabarismo entre os carros. Além da prostituição e serviços como camelôs nas ruas da
cidade.
As últimas formas de promoção de empregos gerados se tornam os atuais
motivos pelos quais muitos migrantes, na primeira década desse milênio, retornaram
dos seus locais de destinos. Isso deve-se ao incentivo de políticas públicas de apoio aos
programas relacionados a agricultura familiar, o que fez com que muitas pessoas
deixassem de ir para outros lugares e ficassem em suas cidades ou fossem para lugares
mais próximos e não mais apenas para o estado de São Paulo e demais regiões.
A fuga ao processo de escravidão, a necessidade de
desbravamento de áreas desconhecidas, os interesses
econômicos e políticos, a dominação de outros povos e,
até mesmo, o seu sentido individual da busca por
melhores condições de vida são alguns dos fatores que
favorecem ao homem realizar o ato de migrar. A partir
disto, pode-se perceber que a intensidade e a motivação
da migração são uma construção social, embora
intrinsecamente o homem possua a capacidade natural de
se adaptar a ambientes territoriais totalmente diversos.
(SANTOS, 2008,p-103).

MOTIVOS QUE EVITAM A MIGRAÇÃO NORDESTINA:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CARDEL, Lídia Maria Pires Soares. Os olhos que olham a água: parentes e herdeiros
no “mundus” camponês. / Lídia Maria Pires Soares Cardel. -- Brasília, 1992. 123 f. : il

COELHO, Tiago da Silva. Migração nordestina no Brasil varguista: diferentes


olhares sobre a trajetória dos retirantes / Tiago da Silva Coelho; orientador: René
Ernaini Gertz. -- Porto Alegre: Ed. do autor, 2012.

FILHO. Niemeyer Almeida. Desenvolvimento e dependência: cátedra Ruy Mauro


Marini / Organizador: Niemeyer Almeida Filho. – Brasília: IPEA, 2013.

PAIVA. Odair da Cruz. Histórias da (I)migração: imigrantes e migrantes em São


Paulo entre o final do século XIX e o início do século XXI / Odair da Cruz Paiva.- São
Paulo : Arquivo Público do Estado, 2013.

SOUZA, Daniele Santos de. Tráfico, escravidão e liberdade na Bahia nos “anos de
ouro” do comércio negreiro (c.1680-c.1790)/ Daniele Santos de Souza - Salvador,
2018.

SANTOS, Diana Anunciação. Da migração à permanência: o projeto da Escola da


Família Agrícola do Sertão como fator de intervenção e da transformação lógica da
reprodução da família camponesa nordestina / Diana Santos Anunciação. Salvador.
2008.

SANTOS, Diana Anunciação. “Esse mundo era todo nosso”: fluxos migratórios e
memória coletiva em uma comunidade rural do Litoral Norte da Bahia / Diana
Anunciação Santos.– 2016. 281 f.: il.

SILVA. U. V. Velhos Destinos, Novos Caminhos: migração nordestina para a


região metropolitana de São Paulo nos anos de 1990. Nadya Araújo
Guimarães.Bolsista do(a): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, CNPq, Brasil.2009

Você também pode gostar