FUNÇÕES SINTÁTICAS
1. Refira as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes destacados em cada uma das frases.
j. Jamais voltaremos atrás, pois estamos satisfeitos com a nossa coragem e determinação”.
FRASE COMPLEXA
a. Essas são memórias inesquecíveis de quem se emociona porque sabe o que é sem ela viver.
d. Houve gente que morreu por causa da política, o que considero inaceitável.
e. É preciso que alguém os avise que o atendimento está tão atrasado que dificilmente serão atendidos hoje.
3. Nas frases «Descobriu-se então que, numa região do hipotálamo, os núcleos supraquiasmáticos, há umas células
que constituem o nosso relógio biológico central. São cerca de 20 mil neurónios que têm uns genes relacionados,
de forma rítmica, com certas proteínas. Todas as noites, este relógio «apita»: é um sinal enviado à glândula pineal
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para que produza melatonina. Este aviso serve ainda como ordem para os restantes ritmos biológicos do corpo
entrarem em funcionamento», a sequência textual dominante é
4. A função sintática desempenhada pelos elementos sublinhados em «descobriu-se que estava relacionada com os
ritmos circadianos» é a de
(A) complemento direto. (B) complemento oblíquo. (C) predicativo do sujeito. (D) modificador.
5. Os elementos sublinhados em «As investigações subsequentes com animais mostraram o seu envolvimento
noutros ciclos endócrinos e metabólicos» contribuem para a coesão
7. Identifica a função sintática dos elementos sublinhados em «Há outro externo, o fotoperíodo, que está
relacionado com as mudanças de luz e escuridão» .
“Os investigadores só começaram a interessar-se pela melatonina nos finais dos anos 70. Até então, poucos a
conheciam e nem sequer era mencionada na maioria das universidades. A verdade é que se conservou ao longo da
evolução da espécie humana, o que indiciava que devia ter uma função importante, e por isso começou a ser alvo
de estudo, sendo isto o que me agrada.”
8.2. Refere o tipo de coesão assegurado pelo uso dos vocábulos destacados em:
8.2.1. “Os investigadores só começaram a interessar-se pela melatonina nos finais dos anos 70.”
8.2.3. ““Os investigadores só começaram a interessar-se pela melatonina nos finais dos anos 70. Até
então, poucos a conheciam e nem sequer era mencionada na maioria das universidades”.
8.2.4. Indica o referente do elemento anafórico “o que” e indica o tipo de coesão em causa.
9. Indica o valor aspetual presente na frase «Todos queriam saber para que servia aquela pequena «bolota»
situada num lugar tão estratégico, ignorando que se tratava de uma glândula».
GRUPO II
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Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
Leia o texto.
Um «louco» que «quis grandeza qual a sorte a não dá». É assim que Fernando Pessoa descreve el-rei D.
Sebastião, o homem que, num laivo de loucura, decidiu compor um exército a partir da fina flor da nobreza
portuguesa e embarcar para o norte de África, numa missão suicida que custou a Portugal o chefe de Estado
e, subsequentemente, a independência. Estas palavras serão também as mais apropriadas para descrever o
5 D. Sebastião de Manoel de Oliveira, realizador centenário conhecido pelo uso da literatura portuguesa
enquanto fonte primária dos seus filmes e que escolheu a peça El-rei D. Sebastião, de José Régio, como
ponto de partida para a sua longa-metragem O Quinto Império — ontem como hoje.
Fiel à estrutura da peça, o «Mestre» faz da palavra a principal condutora da história, e mesmo os atores
são, por vezes, dramaticamente teatrais. Com esse propósito, confina a ação a um espaço, o paço real, sendo
10 grande parte do tempo passado nos aposentos do rei. Assim, no seu estilo conhecidamente minimalista, é
através de uma câmara, por vezes estática, por vezes panorâmica, que seguimos o jovem monarca nas suas
passadas inquietas pelo palácio, entre o trono e a capela, aonde vai procurar a bênção divina para o seu
projeto militar. Se o enredo gira em redor das dúvidas, inseguranças e ambições megalómanas de D. Sebastião,
ou seja, da sua vida interior, é lógico que a história se esconda no interior do palácio, espaço psicológico que é a
15 metáfora ideal para a prisão do «Desejado» às suas ânsias e à pressão colocada sobre os seus ombros
pelos «egrégios avós», representados nas estátuas que o olham fixamente na sala do trono.
Qual Hamlet de Shakespeare, O Quinto Império desenrola-se languidamente e sem pressas, arrastando-
-se em palavras medidas e silêncios prolongados. Mas, se Hamlet é a tragédia da indecisão porque o prota-
gonista é incapaz de atuar, a componente trágica de O Quinto Império está precisamente no conhecimento
20 prévio que o espectador tem de que o rei não só vai agir como vai falhar por completo nas suas aspirações.
Deste modo, o tom do filme é nostálgico, melancólico e agoirento. A desgraça iminente é anunciada em
sequências repletas de símbolos e imagens ominosos, como o momento em que a espada de D. Afonso
Henriques é lançada ao ar para aterrar com eco no chão, ou a sequência em que o rei adormece e desliza
cadeira abaixo, desaparecendo de cena perante a câmara estática e deixando o trono profeticamente vazio. A
25 fotografia de Sabine Lancelin traz as sombras e a solenidade a espaços iluminados apenas por velas e luz
natural, e a banda sonora de Carlos Paredes, com o ressoar triste das cordas da guitarra portuguesa,
relembra-nos que o conceito de Fado já era parte da mística lusitana ainda antes de poder ser identificado
com a música.
Ricardo Trêpa, neto do realizador e um dos seus atores-fetiche, dá um D. Sebastião convincente, de
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rosto desassossegado e expressão ausente, como todos imaginamos. De lábios vermelhos e traços efemi-
nados, o «Encoberto» é-nos apresentado como uma criança mimada, vítima de adulações exageradas e de
um discurso messiânico desde o berço, que o levam a acreditar ser o salvador da Pátria e um paladino do
cristianismo.
35 Mas mais do que um mapa psicológico de uma personagem-chave da nossa História, O Quinto Império é
um manifesto bastante atual contra doutrinas e ideais imperialistas que continuam a ser uma realidade,
ainda que surjam disfarçados sob diversas formas, nas sociedades democráticas contemporâneas.
O «Mestre» não desilude. O Quinto Império é tanto uma denúncia intemporal dos males da classe política
portuguesa — na Monarquia como na República, «ontem como hoje» — como uma carta de amor aos
40 valores culturais e aos mitos e lendas que constituem o imaginário do povo português. Humanizando um
homem que, para a maioria, é um herói de uma história que ficou por contar, Manoel de Oliveira força-nos a
questionar a nossa conceção do passado, bem como a imagem mental que construímos do nosso pre-
sente. Eu faço isso constantemente.
MARIANA CRUZ, https://espalhafactos.com/2016/02/25/207999, publicado em 25 de fevereiro de 2016;
consultado em 22 de outubro de 2016 (com adaptações).
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(C) parte de El-rei D. Sebastião, de José Régio.
(D) expressa a visão singular de Manoel de Oliveira relativamente à figura de D. Sebastião.
3. O segundo período do terceiro parágrafo do texto (linhas 18 a 20), relativamente à frase anterior, introduz uma ideia
de
(A) causalidade.
(B) concessão.
(C) oposição.
(D) adição.
4. Nas expressões «passadas inquietas» (linha 12) e «rosto desassossegado» (linha 30), encontramos
(A) Imperfetivo.
(B) perfetivo.
(C) iterativo.
(D) genérico.
8. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte «neto do realizador e um dos seus atores-fetiche» (linha 30).
9.. Identifique o mecanismo de coesão textual decorrente do uso de «como» (linha 30).
10. Classifique a oração «ainda que surjam disfarçados sob diversas formas» (linha 36)